E&C 2 Carisma das ENS Um carisma é um dom gratuito, é uma graça, um dom do Espírito. Quando, na vida de casados, tudo é impregnado de amor, o Senhor lá está, no coração do casal; o amor divino se expressa no amor humano; a espiritualidade é, então, uma realidade vivida. A isso o Movimento denomina “espiritualidade conjugal”, um dom de Deus aos casais que das ENS fazem parte com fervor. E&C 3 Espiritualidade É a inserção da vontade de Deus na vida cotidiana, isto é, a transformação do ‘viver segundo a carne’* para o viver num caminho de santidade, praticando a caridade fraterna. Na busca desta perfeição cristã o indivíduo que se deixa “conduzir pelo Espírito” (Gl 5, 16-24) ocupa-se “com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, honroso, virtuoso ou que de qualquer modo mereça louvor e o Deus da paz permanece nele”(Fl 4, 8-9). * Natureza humana dissociada do ES e guiada pelos instintos, apetites, fraquezas e corruptibilidade. E&C 4 Espiritualidade Conjugal “É mais do que duas espiritualidades individuais vividas juntas. Há um mistério do casal. É fonte de graças.” (H. Caffarel). Realmente a Espiritualidade Conjugal consiste na vivência da caridade conjugal, pela qual cada um faz morrer em si o “homem velho” (cf. Rm 6, 1-14), isto é, o pecado, o egoismo, o dominante “eu”, fazendo nascer o “nós” que é a comunhão de amor entre os esposos, o casal na sua plenitude, a fonte de onde brota vida. Nesta comunhão de almas e de corpos, de ideais e de bens, aceita-se plenamente a “alteridade” interpessoal. O “nós” não significa o aniquilamento do “eu”, ao contrário, este é como o grão de trigo que se doa para produzir muito fruto (cf. Jo 12, 24). E&C 5 Espiritualidade Conjugal Palavras de H. Caffarel: Grande tarefa para os esposos cristãos é tomar consciência de que o “mandamento novo” (cf. Jo 13, 34) lhes diz respeito e, depois, trabalhar para converter o seu amor conjugal em caridade conjugal. Como é belo o casal em que cada um pode dizer ao outro, com toda a verdade: “No teu amor por mim, vejo o amor de Deus que vem ao meu encontro; no meu amor por ti, uno-me ao amor de Deus, que pede o meu coração emprestado para te amar”. E&C (A Serviço do Mandamento Novo, 1965; do Livro : A Missão do Casal Cristão) 6 “Espiritualidade conjugal é a arte de viver no estado do casamento toda uma vida cristã conforme os desígnios de Deus” (Pe. H. Caffarel) E&C 7 E&C 9 E&C 10 E&C 11 Cultivar a assiduidade em nos abrirmos à vontade e ao amor de Deus. Desenvolver a capacidade de viver na verdade. Aumentar a capacidade do encontro e comunhão. E&C 12 A busca da vontade de Deus O que Deus quer para mim? E&C 13 A busca da verdade Quem sou eu? E&C 14 Viver o encontro ea comunhão Quem é o meu próximo? E&C 15 “Mística” No dicionário: a palavra ‘mística’ tem relação com ‘mistério’, daí a dificuldade de compreende-la e explicá-la nas Equipes. Para nós: ‘mística’ é uma idéia-força, uma força motriz que inspira e impulsiona alguém. É algo em que se acredita e em que se aposta tudo. É o “espírito” que move a pessoa e dá sentido a propostas concretas de vida. E&C 16 E&C 17 Mística das ENS E&C 18 Mística das ENS Reunidos em nome de Cristo “Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles.” (Mt 18, 20) E&C 19 Mística das ENS A ajuda mútua “Carreguem os fardos uns dos outros.” (Gl 6, 2) E&C 20 Mística das ENS O testemunho “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma.” (At 4, 32) E&C 21 A Mística dos PCE é o sentido oculto, o espírito que orienta o casal na vivência destes meios de aperfeiçoamento. E&C 23 Pontos Concretos de Esforço, meios de aperfeiçoamento 1.Escutar assiduamente a Palavra de Deus; 2.Reservar todos os dias um tempo para um “encontro com o Senhor” (Meditação ou Oração interior); 3.Encontrar-se, marido e mulher, diariamente para uma Oração Conjugal; 4.A cada mês, um diálogo conjugal sob o olhar de Deus (Dever de Sentar-se); 5.Fixar uma Regra de Vida e revisá-la todos os meses; 6.Por-se a cada ano ante o Senhor - em casal - durante um Retiro de 48 horas, no mínimo, para refletir e planejar a vida em Sua presença. E&C 24 E&C 25 Quem não imprime uma orientação global à sua vida, apenas “deixa-se viver”. ...deixa a vida me levar (vida leva eu) Deixa a vida me levar (vida leva eu) Deixa a vida me levar (vida leva eu)... E&C 26 PCE Agir; esforço pessoal e do casal Convite a ação Trata-se de um verbo Assimilar, viver Ações postas em prática Transformando a vida Caminho de conversão Seguir a Cristo: necessidade Não é obrigação imposta Verdadeiro Encontro com o Senhor, ponto de partida de toda conversão E&C 27 E&C 28 Mística dos PCE Os PCE possuem uma coerência interior baseada em três apelos que se repetem em todos eles e estão na base que os unifica: as atitudes de vida cristã. PCE Coerência interior Vontade de Deus A Verdade Encontro e Comunhão E&C 29 Escuta da Palavra Dever de Sentarse Meditação As Três Atitudes Regra de Vida Oração Conjugal Retiro E&C Os PCE conduzem às atitudes de vida cristã 30 Escuta da Palavra Dever de Sentarse Meditação As Três Atitudes Regra de Vida Oração Conjugal Retiro E&C As atitudes de vida levam a vivenciar os PCE 31 As Atitudes de Vida Cristã nos levam a Escutar a Palavra, a Meditar, a Orar em casal, a encontrar-se num diálogo conjugal, a fixar uma Regra de Vida e a fazer um Retiro anual. Viver os PCE desperta em nós o desejo pela busca da Vontade de Deus, pela procura da Verdade e pela experiência do Encontro e Comunhão. E&C 32 Relação dos PCE com as Três Atitudes PCE Escuta da Palavra Atitude Meditação Oração Conjugal Dever de Sentar-se Regra de Vida Retiro Vontade de Deus Busca da Verdade Encontro/Comunhão E&C 33 A Mística da Partilha é o sentido oculto, o espírito que orienta os casais na vivência deste meio de ajuda mútua na Reunião de Equipe. E&C 35 Partilha Para criar e construir a comunidade partilhamos a vida, damos testemunho e realizamos juntos a entre-ajuda, colocando em comum o dom de Deus que recebemos. Esse partilhar de nós mesmos, centrado nas vigas mestras da vida profunda do casal que são os PCE - fios condutores de progresso em nossa vida espiritual - não pode se resumir ao relato contábil de uma lista de “obrigações que foram ou não cumpridas”. A Partilha é o momento em que “eu te assumo e tu me assumes” no nosso projeto cristão de caminhar na santidade e tornar a equipe uma “comunidade viva”. Desse modo a partilha é o resultado da fidelidade ao que somos, conscientes da nossa identidade. E&C 36 Partilha e Co-participação Partilha e Co-participação, duas expressões que podem criar confusão. “A co-participação das preocupações familiares, profissionais, cívicas, eclesiais, dos êxitos e dos fracassos, das descobertas, tristezas e alegrias, não é a “Partilha” sobre os PCE”. Ambas constituem condições necessárias para se chegar de modo verdadeiro, profundo e durável à construção de uma “comunidade viva”, pois a ajuda mútua, um de seus fundamentos, requer o ‘conhecer-se’. E&C 37 Henri Caffarel no Brasil, 1957 “Vamos para as equipes para nos ajudarmos mutuamente, porque não queremos nunca interromper nossa marcha. Haverá dias em que estaremos desanimados, em que estaremos cansados… é então que teremos o apoio de nossos amigos. Digamos-lhes: quando eu adormecer, acordem-me! Quando estiver cansado, sustentem-me! Quando eu cair, levantem-me! Há um compromisso de ajudar os meus irmãos de equipe a caminhar, em não deixar para trás aqueles que se desencorajam e se acham cansados. Na montanha todos sobem juntos. Deixar um companheiro no caminho, porque está cansado, é abandoná-lo, é trair o nosso compromisso. É aí que está o valor da ‘Partilha’. Cuidai muito disso. Se ela não for bem exigente, sob pretexto de discrição, será falta de caridade.” E&C 38 A Partilha na visão de São Paulo “Estejamos atentos uns aos outros, para nos incentivar ao amor fraterno e às boas obras. Não abandonemos as nossas assembléias, como alguns costumam fazer. Antes, procuremos animar-nos mutuamente”. (Hb 10, 24-25) E&C 39 “O Espírito e as grandes linhas do Movimento”- 1978 O que caracteriza uma equipe é a determinação dos casais de se ajudarem uns aos outros. Por ocasião de sua adesão ao Movimento, é pedido aos casais que se comprometam a utilizar com lealdade os métodos e meios das Equipes. A Partilha sobre os meios de aperfeiçoamento (PCE) tem grande valor como fator de progresso espiritual. É comum a tendência dos casais em se desculparem uns aos outros, a respeito das falhas apresentadas. Cabe a cada um, mas especialmente ao SCE e ao CRE, ser firme e exigente para evitar o declínio individual, do casal e da própria equipe. E&C 40 Se os casais de uma equipe fossem a tripulação de um barco que navega em alto mar e a segurança da viagem confiada a eles, com certeza cada um seria exigente com o empenho de todos. Afinal trata-se de bens materiais e de vidas e a negligência significa naufragar. 41 E&C A Equipe, como pequena Ecclesia, tem a certeza da presença do Cristo e confia na eficácia da graça de Deus, até nas tempestades: “Em sua agonia clamaram então ao Senhor, e ele os livrou da tribulação. Transformou a procela em leve brisa, e as ondas do mar silenciaram... e os conduziu ao desejado porto.” (Sl106) Entretanto, isso depende do compromisso e do empenho de cada um. E&C 42 Porque somos exigentes com nossa segurança física e não somos exigentes com nossa “segurança espiritual”? Partilha Busca da Vontade de Deus Busca da Verdade Experiência do Encontro e Comunhão A Partilha deve ser feita procurando-se assimilar as mesmas atitudes que estão na base dos PCE E&C 44 Busca da verdade Busca da vontade de Deus Encontro e comunhão A Partilha, se vivida com base nas atitudes cristãs, será um meio de conversão da equipe. E&C 45 Partilhar procurando a vontade de Deus Buscar a vontade de Deus através dos PCE tem sua complementação na Partilha com a troca de experiências, o discernimento e a exigência fraterna de toda a equipe. Sem julgar as fraquezas, mostrar que a exigência é fruto do amor e este é paciente e desinteressado. O amor faz suportar o que poderia se romper. “O amor tudo desculpa, tudo suporta” (1Co 13, 7). Fazer o outro caminhar, querendo o seu progresso. Respeitar as diferentes opiniões e ritmos de caminhada sendo compreensivo com essas diferenças. Não assumir atitude legalista, cruzando os braços. E&C 46 Partilhar procurando a vontade de Deus Não podemos calar ou não reagir, ser indiferente; o cristão nunca perde a esperança. Ajudar a desbloquear o outro, com sinceridade, caminhando “ombro a ombro”, dando e recebendo conselhos, sendo “vento e vela”. Admitir que o amor vai mais longe que a eficácia e é mais importante que o êxito. “Eis que o semeador saiu para semear …” (Mt 13, 3-4); “O Senhor não olha tanto a grandeza das nossas obras. Olha mais o amor com que são feitas.” (Sta. Tereza D’Ávila) Não são os lugares e as situações que engrandecem uma vida, mas a coragem de não se negar, ali onde se está, a fazer a escalada que é da vontade de Deus. E&C 47 Partilhar procurando a verdade Aprender e assimilar as coisas de Deus. (Abandonar o “eu acho”). Amar, e amar exige o “conhecer”. Descobrir-se, fazer a auto-crítica sem fantasia e desculpa, avaliar a si próprio, a caminhada cristã, as crenças, idéias e valores, sem medo do que será descoberto. Dar-se a conhecer, revelar-se sem se proteger atrás de mecanismos de defesa. (Evitar as síndromes da “esfinge” e do “estripado”) E&C 48 Partilhar procurando a verdade “Tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o cisco do olho de teu irmão” (Mt 7, 5) Ter coragem e humildade ao revelar-se. Ter compreensão e solidariedade (sem se sentir superior) ao escutar e saber que isso produz esperança e conversão. Entender que o amor só se realiza na verdade e não resiste à mentira. Buscar a verdade dos outros, sem preconceitos. E&C 49 “O homem mais inteligente que conheço é o meu alfaiate. Toda vez que o procuro ele me tira novas medidas; os outros me mediram para sempre.” (Bernard Shaw) E&C 50 Partilhar procurando a verdade “Procurai adquirir as virtudes que julgais faltarem nos vossos irmãos, e já não lhes vereis os defeitos, porque vós mesmos não os tereis.” (Santo Agostinho) E&C 51 Partilhar procurando viver o Encontro e a Comunhão O primeiro encontro é com Deus, sabendo que o amor de Deus é incondicional. Abandonar a velha experiência humana do amor condicional. (Só amo o que é bom; Deus torna bom aquele que ama) Sair de si mesmo para interessar-se pelos outros. Deixar de ser espectador e entrar em campo para jogar; carregar os fardos uns dos outros. Ter o necessário equilíbrio entre a aceitação e a exigência. Ajudar os outros na vivência dos PCE. Ver no irmão o próprio Cristo. “Transformar-se no homem novo, que vive do amor do Deus invisível, mas visibilizado naqueles que ama.” (Pe. Avelino) E&C 52 A Partilha, caminho de conversão comunitária, é para ser vivida num esforço conjunto de ajuda mútua espiritual. Meta Perfeição Cristã (Santidade) Busca da Vontade de Deus Busca da Verdade Experiência do Encontro e da Comunhão Atitudes Vida de Equipe Orientações de Vida Escuta da Palavra / Meditação / Oração Conjugal Dever de Sentar-se / Regra de Vida / Retiro E&C Meios 53 E&C 54 Bibliografia • Doc. “Mística dos PCE e Partilha” - SRBrasil, 2009. • Doc. “Carisma, Mística e Espiritualidade” – SRBrasil, 2004 • “A Partilha como meio de conversão” – Pe. Bernard Olivier - Carta Mensal fev/mar, 1995. • Guia das Equipes de Nossa Senhora – ERI – ed 2003 • “Partilhamos nossa vida espiritual” – Reunião de Equipe – ERI, 2010 • Carta das ENS (Estatutos), 1947 • Bíblia Sagrada E&C 55 Invocação ao Espírito Santo Espírito Santo, vós sois o alento do Pai e do Filho na plenitude da eternidade. Vós fostes enviado por Jesus para nos fazer compreender tudo o que Ele nos diz e nos conduzir à verdade completa. Vós sois, para nós, Sopro de Vida, Sopro Criador, Sopro Santificador. Vós sois quem renova todas as coisas. Nós vos pedimos, humildemente, que nos deis vida, e que habiteis em cada um de nós, em cada um de nossos lares, em cada uma de nossas Equipes para que possamos viver o Sacramento do Matrimônio como um lugar de amor, um projeto de felicidade, e um caminho de santidade. Amém! E&C 56