Anorexia e
os ditos Transtornos
Alimentares
Equipe:
Camila lima
Flávia Castro
Gabriela Carneiro
Hilário Sousa
Leiliane Barbosa
Lorena Freitas
Luzianne Freires
Priscila Oliveira
Anorexia e os ditos
Transtornos Alimentares
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Temas a serem abordados:
Conceituando os transtornos
Alimentares
Perspectiva Humanista
Perspectiva Psicanalítica
Perspectiva Analista
Comportamental
Estudos de Casos
Conceituando os Transtornos
Alimentares
“Transtornos Alimentares são desvios do
comportamento alimentar que podem
levar ao emagrecimento extremo ou à
obesidade, entre outros problemas
físicos e incapacidades.” (PEREIRA,2007)
• Principais Transtornos Alimentares:
- Anorexia Nervosa
- Bulimia Nervosa
- TANE
Conceituando os Transtornos
Alimentares
Anorexia Nervosa
Conceituando os Transtornos
Alimentares
Bulimia Nervosa
Conceituando os Transtornos
Alimentares
TANE
Humanismo
Humanismo e os Transtornos
Alimentares
• Quando se fala em transtornos alimentares sob o
olhar da Gestalt-terapia, se fala em adoecer.
Considerando a base fenomenológico-existencial
desta abordagem e compreendendo o homem a
partir de sua existência, subjetividade e potencial
de constante crescimento e auto-regulação, o
adoecer é visto como uma etapa de um
ajustamento criativo disfuncional, capaz, muitas
vezes, de proteger a pessoa de determinadas
experiências insuportáveis (Polito, 1999).
Humanismo e os Transtornos
Alimentares
• Os transtornos alimentares podem ser considerados
ajustamentos criativos, na medida em que possibilitam
que a pessoa não tenha que lidar nem com as tensões nem
com o meio. (...) descobrir para qual ajustamento criativo o
transtorno serve e como a pessoa se apropria do
transtorno alimentar como mecanismo de evitação. Como
o foco fica com os comportamentos – comer, vomitar,
contar calorias – a pessoa se desapropria de questões
subjetivas que, muitas vezes, são o cerne do conflito, como
o enfrentamento do cotidiano, angústias e ansiedades,
sexualidade, etc., usando os esses comportamentos como
um muro protetor entre a pessoa e o mundo (Angermann,
1998; Teixeira, 2004a, 2004b).
Humanismo e os Transtornos
Alimentares
•
Os objetivos e a forma de trabalho com pessoas que apresentam
transtornos alimentares são similares àqueles com pessoas que
apresentam qualquer outra queixa.
•
Atende-se à pessoa, e não à “doença”.
•
Ainda assim, existem cuidados especiais e, de modo
geral,
pode-se dizer que a meta do trabalho psicoterápico em Gestaltterapia nos transtornos alimentares é a “conscientização da
dinâmica patológica que fomenta estes distúrbios, visando
ampliar as possibilidades existenciais do paciente, que no
momento se encontram cristalizadas” (Panazzolo, 2002).
Humanismo e os Transtornos
Alimentares
• Nesta abordagem, terapeuta e cliente juntos
focam no “como”, não no “por que” a pessoa
está onde está. (...)Embora o terapeuta esteja
ativo neste processo, a interpretação de eventos,
experiências e até mesmo de sonhos é
responsabilidade do cliente. Mudança e
metamorfose não são planejadas ou exigidas no
processo terapêutico. É possibilitado ao cliente
revelar-se: tornar-se quem ele realmente é,
gastando menos energia em ser quem ele não é
(Angermann, 1998).
Psicanálise
Psicanálise e Anorexia
• Concepção da Psiquiatria
• Freud e o Sintoma da Oralidade
É sabido que existe uma neurose nas
meninas que ocorre numa idade muito
posterior, na época da puberdade ou um
pouco depois, e que exprime a aversão à
sexualidade por meio da anorexia. Essa
neurose terá que ser examinada em
conexão com a fase oral da vida sexual.
(Freud, 1996d, p.113 apud Vieira, 2008,p.647)
Psicanálise e Anorexia
• Fase Oral
• A função da mãe e o dom do amor
-A mãe ao ofertar à criança aquilo que
não tem, recusando sua falta, impede que
o sujeito trilhe seu próprio caminho rumo
ao desejo.
“No lugar daquilo que ele não tem, o
Outro empanturra-a com a papinha
sufocante daquilo que ele tem,
confundindo seus cuidas com o dom
de seu amor.” (Lacan, 1958/1998,p.634 apud
Vieira, 2008,p.648)
Psicanálise e Anorexia
• O Sintoma anoréxico pertence ao
campo dos desejos
- Reinvidicação ao Outro materno.
- A anorexia inscreve-se num movimento
dialético com o Outro materno, para o
qual a anoréxica quer impor uma falta, a
começar a sua. Anseia deixar de ser o
único objeto de investimento materno.
Psicanálise e Anorexia
• Não comer X Comer nada
- Ao comer nada, o sujeito tem a intenção
de transformar uma situação de
onipotência em que o Outro se encontra
numa impotência diante de seu desejo,
ainda que possa ser levado às últimas
consequências;
- O sujeito é um agente de frustração
materna.
Psicanálise e Anorexia
• Sintoma anoréxico - definhamento do
corpo - falta no Outro;
• O corpo esquelético carrega consigo uma
marca fálica;
“O registro fálico garante que o sintoma
seja vislumbrado no campo do desejo, ao
mesmo tempo em que deixa a
feminilidade à sombra. O corpo sem
contornos, sem curvas que possam
aproximar o sujeito de uma identificação
feminina revela mais que isso, pois
destaca um não querer saber sobre a
diferença sexual.” (Vieira, 2008, p.656).
Psicanálise e Anorexia
Santa Wilgefortis
(século VIII)
Santa Maria Madalena
de Pazzi (1566- 1607)
Ana Carolina Reston
(1985-2006)
Psicanálise e Anorexia
• Porque a manifestação do sintoma como o da
anorexia está intrinsecamente associado à
adolescência?
“Acreditamos que se deve ao fato de ser nesse
período de chegada da fase genital, passado o
período de latência, que os momentos anteriores,
definidos como pré-genitais, se apresentam resignificados após a vivência edipiana, onde a
entrada da função materna vai, em cada caso,
garantir, em maior ou em menor intensidade, um
separação do laço primordial entre mãe e filho.”
(Vieira, 2008, p.649)
Psicanálise e Anorexia
Entende-se que...
A anorexia é, ao mesmo tempo, a
tentativa incessante de realizar um
desejo e um não reconhecimento da
diferença sexual.
Análise do
Comportamento
Análise do Comportamento e os
Transtornos Alimentares
Formas de análise:
Psiquiatria
 Nomotética;
Topografia
do sintoma;
Causalidade
Mecânica.
Análise do
Comportamento
 Idiográfica;
 Funcionalidade do
comportamento;
 Causalidade
Selecionista;
 Contextualista.
Análise do Comportamento
e os Transtornos Alimentares
Os níveis de seleção por
conseqüências:
• Filogenia: suscetibilidade a certos
alimentos e mecanismos de controle
para a desnutrição.
• Ontogenia: história de vida.
• Cultura: contradições da mídia.
Estudo de Casos
Multideterminação do
comportamento em humanos: Um
estudo de caso (de anorexia).
Paulo Roberto Abreu; Luciana Roberta Donola Cardoso.
 Objetivo: mostrar a necessidade de uma análise
contextual idiográfica no tratamento da anorexia;
 Aborda o caso de um paciente anoréxico, cujos
comportamentos,
embora
apresentassem
topografias características ao transtorno,
denunciavam o controle múltiplo contextual
muitas vezes negligenciado na nosografia médica
relacionada aos comportamentos alimentares.
 Método: Análise funcional.
Identificação do paciente e a queixa
A., sexo masculino, 12 anos, residente em uma cidade do interior
do RJ, esteve internado do dia 20/04/05 ao dia 13/05/05,
diagnosticado pela equipe de psiquiatria como tendo anorexia
nervosa. Chegou para tratamento hospitalar com auto-restrição
alimentar, recusando-se a ingerir tanto alimentos sólidos como
líquidos. Apresentava crescente preocupação com sua forma
física, relacionada a um medo de ganhar peso, embora na
ocasião ainda tivesse o Índice de Massa Corporal (IMC) dentro
dos padrões normais para sua idade. Os pais haviam se separado
recentemente, o pai vai morar em São Paulo e a mãe
permaneceu na cidade do interior do Rio de Janeiro, com a
guarda (não oficializada) do paciente e de sua irmã. A. foi trazido
ao hospital em São Paulo pelos pais, quando eles verificaram
fraqueza e tonturas comprometedoras, como eventuais
desmaios, palidez e recusa para se alimentar. Contudo, o
paciente não demonstrava preocupação formal com seu atual
estado físico.
Intervenções
 1º atendimento: Residente de pediatria:
“[...]
colocaria uma sonda caso não viesse a comer até
sábado.” As terapeutas usaram aproximação
sucessiva;
 2º atendimento: Ele vinha comendo devido a
possibilidade de lhe colocarem a sonda. Seguir a
regra da residente de pediatria foi reforçado
negativamente;
Uma abordagem mais lúdica: Olhar para além do
diagnóstico;
 3º atendimento: O que o trouxe ao hospital?
“[...]Vir para o hospital lhe pontuou que havia
conseguido atingir o seu objetivo [...]”
Intervenções
Uma “ajudinha” do pai;
 4º atendimento: Uma conversa com os pais sobre
o contexto familiar;
 Em geral são intervenções baseadas em contratos
comportamentais, em função do tempo de
internação (característica da Psicologia da Saúde).
Conclusões
 O "não comer" apresentado por A. mostrou
características funcionais que escapam ao
diagnóstico psiquiátrico reservado ao transtorno;
 Observar a idiossincrasia das respostas em análise;
 Nem sempre o diagnóstico de anorexia está
relacionado somente a preocupação com a
estética e pressão social.
 Uma prática circunscrita de nosografia se limita ao
não
considerar
a
funcionalidade
do
comportamento,ou seja, como diversos fatores
influenciaram na instalação e manutenção desse
padrão comportamental.
“Prefiro não comer a começar e não
parar!”
Um estudo de caso de bulimia nervosa
Gabriela Nobre
Ana Karina de Farias
Michela Ribeiro
PACIENTE: Bia (nome fictício)
17 anos
Sexo – Feminino
Estudante
Contexto do paciente e a queixa
Bia é a caçula de 3 filhas, reside com os pais e as duas
irmãs; a mãe é estilista e tem uma confecção, vive
antenada com a moda; o pai é atleta. Chegou a
terapia com o diagnóstico de bulimia nervosa.
Segundo Bia a bulimia teve início com o fim do
namoro, somado ao fato dela ter feito um trabalho
para a escola sobre transtornos alimentares (época
em que começou a induzir o vômito). Nove meses
após estes acontecimentos passou a demonstrar
ansiedade acentuada. Dizia-se muito nervosa e
impaciente com tudo e com todos o que resultava
em discussões com as pessoas. Começou a comer e
a purgar (vômito autoinduzido). Sinal de Russel
visível.
Intervenção
•1ªs sessões foram de coleta de dados,
hipóteses diagnósticas, informações sobre a
doença e desenvolvimento de algumas metas;
•Sessões de orientações aos pais;
•Treino de habilidades sociais;
• Monitoração alimentar e de pensamentos e
sentimentos “disfuncionais”;
• Treino de analises funcionais (autonomia)
Conclusões
•Bia aprendeu a valorizar o que pensava e sentia,
passou a ser mais assertiva e independente, a se
alimentar melhor e a analisar funcionalmente os
momentos de restrição alimentar ou de purgação;
• Passou para o curso de nutrição;
• Dizia não ter mais purgado em alta freqüência.
Nas vezes em que ainda as purgações aconteciam,
ela sabia observar e descrever as contingências.
Conclusões
• Enfim, os transtornos alimentares são
multideterminados.;
• No caso da Bia pode-se citar os modelos e as
idéias individuais influenciados pelo contexto
cultural: a beleza, a felicidade e o autovalor
relacionados a um corpo magro. O contexto no
qual ela vivia fornecia muitos reforçadores para
esses comportamentos inadequados.
Referências Bibliográficas
ABREU,
P.R.;
CARDOSO,
L.R.D.
Multideterminação
do
comportamento alimentar em humanos: um estudo de caso.
Psicologia: Teoria e Pesquisa. Psic.: Teor. e Pesq. vol.24 nº.
3 Brasília July/Sept. 2008.
Pereira, A. L. Transtornos Alimentares, 2007.
http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos_Psicologia/Transtorn
os_alimentares.htm
VIEIRA, C. A. L. Anorexia: uma tentativa de separação entre o sujeito
e o Outro. Revista Mal-estar e Subjetividade, setembro, ano/vol VIII,
número 003. Universidade de Fortaleza, Fortaleza: 2008, pp. 645660.
FARIAS. A. K. C. Análise Comportamental Clínica: aspectos teóricos e
estudos de caso. – Porto Alegre: Artmed, 2010.
Referências Bibliográficas
Diagnósticos para os transtornos alimentares: conceitos em
Evolução. Rev Bras Psiquiatr 2002;(Supl III):7-12Critérios
http://www.scielo.br/pdf/rbp/v24s3/13964.pdf
NUNES, Arlene Leite e HOLANDA, Adriano. Compreendendo os
transtornos alimentares pelos caminhos da Gestalt-terapia. Rev.
abordagem gestalt. [online]. 2008, vol.14, n.2 [citado 2011-05-17],
pp.
172-181
.
Disponível
em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180968672008000200004&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1809-6867.
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