Caríssimos, Nesta belíssima citação do Santo Papa Bento XVI, neste mês dedicado a Bíblia, vamos meditar em como está a nossa adesão à Palavra de Deus e como a estamos colocando em prática no nosso dia a dia. “Deus, na riqueza do seu amor, fala aos homens como a amigos e conversa com eles para os convidar e admitir à comunhão com Ele.” Meditemos. “Deus convida os discípulos a ouvirem a sua Palavra e colocála em prática (cf. Mt 7, 24). Desta forma, Ele coloca o discípulo e o seu caminho de fé no horizonte da Aliança, constituída na relação que Deus tece com o homem, através do dom de sua Palavra, entrando em diálogo conosco. O Concílio Vaticano II afirma: "O Deus invisível no seu grande amor, fala com os homens como a amigos e se entretém com eles, e os convida a comunhão com Ele". (Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina "Dei Verbum", 2). Nesta perspectiva, todo o homem parece ser o destinatário da Palavra de Deus, interpelado e chamado a entrar neste diálogo de amor com uma livre resposta" (Exortação Apostólica PósSinodal "Verbum Domini", 22). Jesus é a Palavra viva de Deus. Quando ensinava, as pessoas reconheciam nas suas palavras a mesma autoridade divina, sentiam a proximidade do Senhor, o seu amor misericordioso, e louvavam a Deus. Em todas as idades e todos os lugares, aqueles que têm a graça de conhecer Jesus, especialmente através da leitura dos Evangelhos, permanecem fascinados, reconhecendo que na sua pregação, nos seus gestos, na sua Pessoa, se revela o verdadeiro rosto de Deus, e ao mesmo tempo nos releva a nós mesmos, faz-nos sentir a alegria de ser filhos do Pai do céu, indicando-nos a base sólida sobre a qual construir nossas vidas. Mas, muitas vezes, o homem não constrói as suas acções, a sua existência, a sua identidade, e prefere as areias das ideologias, do poder, do sucesso e do dinheiro, esperando encontrar estabilidade e a resposta para a procura imensurável de felicidade e realização que carrega na própria alma. E nós, sobre o que queremos construir em nossa vida? Quem pode responder verdadeiramente às inquietudes do nosso coração? Cristo é a rocha da nossa vida! Ele é a Palavra eterna e definitiva que não teme qualquer tipo de adversidade, dificuldade e necessidade (cf. "Verbum Domini", 10). Que a Palavra de Deus permeie toda a nossa vida, pensamento e acção, a partir do livro do Deuteronômio: "Incuti estas minhas palavras em vosso coração e em vossa alma; amarrai-as, como sinal, em vossas mãos e colocai-as como faixas sobre a testa" (Dt 11, 18). Queridos irmãos, peço-lhes para dar espaço, a cada dia, para a Palavra de Deus, a nutrirem-se dela e a meditarem-na constantemente. Ela é também uma preciosa ajuda para escapar de um activismo superficial, que pode satisfazer por um momento o orgulho, mas que, no final, deixa um vazio e insatisfação. Invocamos a ajuda da Virgem Maria, cuja existência foi marcada pela fidelidade à Palavra de Deus. A contemplemos na Anunciação, aos pés da Cruz, e agora, participante da glória de Cristo Ressuscitado. Como Ela, queremos renovar o nosso "sim" e confiar a Deus o nosso caminho.”