UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO
Educação Sócio
Ambiental
Professores: Edilson Moradillo, Myna Lizzie e Roza Cambuí
REFERÊNCIA NA HISTÓRIA
Processo civilizatório da espécie humana
homem primitivo – civilizado
Forças Produtivas e Meios de Produção
(excedentes)
• Mercantilismo
• Capitalismo
Revolução Industrial
• Imperialismo (Lênin, 2007) e
Globalização (Santos, 2006)
“O
imperialismo
surgiu
como
desenvolvimento
e
desdobramento direto das características fundamentais
do capitalismo em geral. Mas o capitalismo só se
transformou
em
imperialismo
capitalista
quando
chegou a determinado grau, muito elevado, do seu
desenvolvimento.
Quando
algumas
características
fundamentais do capitalismo começaram a transformarse na sua antítese, quando ganharam corpo e se
manifestaram, em toda linha, os traços da época de
transição do capitalismo para uma estrutura econômica
e social mais elevada. O que há de fundamental neste
processo, do ponto de vista econômico, é a substituição
da
livre
concorrência
capitalista
pelos
monopólios
capitalistas. A livre concorrência é a característica
fundamental do capitalismo e da produção mercantil em
geral. O monopólio é precisamente o contrário da livre
concorrência.” (LÊNIN, 2007, p. 103)
Essa relação com a natureza se move no quadro de relações
sociais, de estruturas que podem estimulá-la ou freá-la, ou
até mesmo destruí-la. Para Marx, a produção é sempre
social. Como ele indica em “Contribuição à Crítica da
Economia Política” ela é sempre “apropriação da natureza
por parte do indivíduo no interior e por intermédio de uma
forma social determinada”. E essa forma social são as
relações sociais de produção (...) O homem das cavernas e
o cientista em seu laboratório desenvolvem ações sobre a
natureza que têm uma base comum. A primeira é uma
relação simples com a natureza, a outra é uma relação
muito mais complexa. Por que uma é simples e a outra
complexa. Porque essa relação fundamental de ambos com
a natureza realiza-se sob formas históricas diferentes, ou
seja, no quadro de relações sociais diferentes, em um nível
diferente de desenvolvimento das forças produtivas, de
onde deriva que há diferentes capacidades de dominar a
natureza. Em outras palavras, a qualidade da interação
homem-natureza é totalmente marcada pelas relações de
produção e integra seus desenvolvimentos e suas
contradições. (CISE, 2008, p.35)
MEIO AMBIENTE: construção de conceitos
• Visão de meio ambiente
Até o século XX (fragmentada)
No século XXI (segundo Reigota, 1998):
- Naturalista
- Antropocêntrica
- Globalizante
• "O meio ambiente é formado pelas
condições, influências ou forças que
envolvem e influem ou modificam: o
complexo
de
fatores
climáticos,
edáficos e bióticos que atuam sobre
um
organismo
vivo
ou
uma
comunidade ecológica e acaba por
determinar
sua
forma
e
sua
sobrevivência;
a
agregação
das
condições sociais e culturais (costumes
leis, idioma, religião e organização
política e econômica) que influenciam a
vida de um indivíduo ou de uma
comunidade" (WEBSTER'S, 1976).
“Meio ambiente é o conjunto de condições,
leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas
formas.” (Lei 6.938, de 31 de Agosto de
1981)
MEIO AMBIENTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL:
breve histórico e construção de conceitos
Papel da educação
(educação geral e formal)
Educação Ambiental
Objetivos
Experiência pedagógica de referência:
Pistrak - Sistema de Complexos
Ecologia
• O principal desafio dos educadores diz respeito a
como vincular a vida escolar, e não apenas o seu
discurso, com um processo de transformação
social, fazendo dela um lugar de educação do
povo para que se assuma como sujeito da
construção da nova sociedade. (PISTRAK, 2000)
• “A Educação Ambiental se coloca numa posição
contrária
ao
modelo
de
desenvolvimento
econômico vigente no sistema capitalista
selvagem, em que os valores éticos, de justiça
social e solidariedade não são considerados,
nem a cooperação é estimulada, mas prevalecem
o lucro a qualquer preço, a competição, o
egoísmo e os privilégios de poucos em
detrimento da maioria da população.” (PHILIPPI
JR., 2005, p. 03)
• Endossando as teses anteriormente expostas, chega-se
ao seguinte encaminhamento: à necessidade de
propor-se uma educação ambiental crítica que aponte
para as transformações da sociedade em direção a
novos paradigmas de justiça social e qualidade
ambiental. Encaminhamento que se revela inadiável
até porque, inerente ao atual projeto societário – e a
seu serviço -, efetiva-se uma abordagem conservadora
de EA. Abordagem que, quando não aparente
diretamente comprometida com esse modelo, é, no
mínimo, pouco questionadora dele. (GUIMARÃES,
2000, p. 28)
DIAGNÓSTICO SÓCIO-AMBIENTAL GLOBAL:
explicitando as desigualdades
Compreensão de meio ambiente
Diagnóstico em cima das condições sócioambientais tais como a situação dos
recursos hídricos, minerais, florestais e
agrícolas e a situação da população no
que se refere à renda per capita, saúde e
moradia.
DIAGNÓSTICO SÓCIO-AMBIENTAL GLOBAL:
explicitando as desigualdades
Infância:
• 26 mil crianças menores de cinco anos morrem a
cada dia no mundo
• Em 2006 morreram 9,7 milhões de crianças
menores de cinco anos
• Em 50% a causa subjacente é a desnutrição
Fonte: UNICEF, 2007
DIAGNÓSTICO SÓCIO-AMBIENTAL GLOBAL:
explicitando as desigualdades
Expectativa de vida:
• Mundial:
68 anos
• Moçambique, Serra Leoa, Zimbábue e Angola :
42 anos
• Japão, Austrália, Espanha e Suécia:
80 anos
Fonte: UNICEF, 2007
DIAGNÓSTICO SÓCIO-AMBIENTAL GLOBAL:
explicitando as desigualdades
Acesso a água limpa
• Afeganistão e Camboja: 40% da população
• Etiópia : 22% da população
• Austrália, a Alemanha, o Canadá, os Estados
Unidos: 100%
Fonte: UNICEF, 2007
DIAGNÓSTICO SÓCIO-AMBIENTAL GLOBAL:
explicitando as desigualdades
Acesso a água limpa
• Em 2006: 1,1 bilhão de pessoas não tem acesso
Consumo:
Moçambique (10 L/dia)
Europeu (entre 200 e 300 L/dia)
Americano (575 L/dia)
Fonte: UNICEF, 2007
DIAGNÓSTICO SÓCIO-AMBIENTAL GLOBAL:
explicitando as desigualdades
Fonte: WWF, 2006
DIAGNÓSTICO SÓCIO-AMBIENTAL GLOBAL:
explicitando as desigualdades
Fonte: PNUD, 2006
DIAGNÓSTICO SÓCIO-AMBIENTAL GLOBAL:
explicitando as desigualdades
A renda que um norte-americano rico junta em um ano, um leonês pobre
levaria mais de 4.167 anos.
Fonte: GEO 4 – PNUMA
DIAGNÓSTICO SÓCIO-AMBIENTAL GLOBAL:
explicitando as desigualdades
Fonte: GEO 4 – PNUMA
DIAGNÓSTICO SÓCIO-AMBIENTAL GLOBAL:
explicitando as desigualdades
• Biodiversidade
Ritmo de extinção
Biomas ameaçados
DIAGNÓSTICO SÓCIO-AMBIENTAL GLOBAL:
explicitando as desigualdades
• Urbanização
• Acesso a energia elétrica
(45 milhões de pessoas na AL e caribe)
DISCURSO TEÓRICO E PRÁTICA SOCIO-AMBIENTAL:
documentos, deliberações e contradições
• ECO 92, realizada no Rio de Janeiro em 1992
• COP 3 realizada em Quioto, no Japão, em
1997
• Cúpula do Milênio, realizada em 2000, em
Nova Iorque
• Rio +10 realizada em Johanesburgo, na
África do Sul, 2002.
DISCURSO TEÓRICO E PRÁTICA SOCIO-AMBIENTAL:
documentos, deliberações e contradições
• ECO 92
Agenda 21
Documento consensual, composto de 40 capítulos,
com mais de 2.500 medidas propostas e que
conceituou, oficialmente, o recém-nascido
Desenvolvimento Sustentável.
Foi encaminhado que cada país devia elaborar a
sua "Agenda 21", adaptada à sua realidade.
Foi criado um fundo para financiar as medidas.
DISCURSO TEÓRICO E PRÁTICA SOCIO-AMBIENTAL:
documentos, deliberações e contradições
ECO 92:
Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre as Mudanças do Clima
COP3 – Protocolo de Quioto
DISCURSO TEÓRICO E PRÁTICA SOCIO-AMBIENTAL:
documentos, deliberações e contradições
Cúpula do Milênio:
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
•
•
•
•
•
•
Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento
Garantir a sustentabilidade ambiental
Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças
Melhorar a saúde materna
Reduzir a mortalidade infantil
Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das
mulheres
• Atingir o ensino básico universal
• Erradicar a pobreza extrema e a fome
Fonte: www.odmbrasil.org.br acesso em 11.06.2008, às 10h
DISCURSO TEÓRICO E PRÁTICA SOCIO-AMBIENTAL:
documentos, deliberações e contradições
Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento
Sustentável (Rio+10)
Uma releitura da Agenda 21
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
& SOCIEDADE CAPITALISTA:
o discurso e o real
Relatório “Nosso futuro comum” – 1987:
• limitação do crescimento populacional
• garantia de alimentação em longo prazo
• preservação da biodiversidade e dos
ecossistemas
• diminuição do consumo de energia e
desenvolvimento de tecnologias que admitem o
uso de fontes energéticas renováveis
• aumento da produção industrial nos países nãoindustrializados à base de tecnologias
ecologicamente adaptadas
• controle da urbanização selvagem e integração
entre campo e cidades menores
• satisfação das necessidades básicas
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
& SOCIEDADE CAPITALISTA:
incompatível
• Quadro alarmente
• Identificação do problema central
(elevado consumo de recursos naturais e má
distribuição destes recursos)
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
& SOCIEDADE CAPITALISTA:
incompatível
Educação, ciência & tecnologia:
a serviço do capital
Três dias depois do Katrina, o tufão Talim devastou a costa sul da
China com ondas de 10 metros de altura. As autoridades locais
evacuaram 600 mil pessoas em um só dia: não houve um só
morto. (...) Em setembro de 2004, o ciclone Ivan, o quinto mais
forte dos que afetaram o Caribe ao longo da história, atingiu
Cuba. O governo cubano evacuou cerca de 2 milhões de pessoas
(mais de 15% da população da ilha). Cem mil pessoas foram
evacuadas durantes as três primeiras horas: não morreu
ninguém. (DOISNEL, 2008, p. 89)
• “E todo progresso da agricultura capitalista é
não só um progresso na arte de despojar não só
o trabalhador, mas também o solo; e todo
aumento da fertilidade da terra num tempo dado
significa esgotamento mais rápido das fontes
duradouras desta fertilidade. Quanto mais se
apóia na indústria moderna o desenvolvimento
de um país como é o caso dos Estados Unidos,
mais rápido será o processo de destruição. A
produção capitalista, portanto, só desenvolve a
técnica e a combinação do processo social de
produção, exaurindo as fontes originais de toda
riquezas: a terra e o trabalhador”. (MARX, 1890,
p. 578)
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