AUGRAS, M. O Ser da Compreensão:
Fenomenologia da Situação de
Psicodiagnóstico. 12ª ed. Petrópolis:
Ed. Vozes, 2008.
Cap. 2: “A Situação”
UNIP
FEP
Profa. Msc. Carolina Brum
Outubro/2011
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►O
homem apresenta-se sob um triplo aspecto:
 Representando determinada série animal, ele é
natureza;
 Autor e suporte de um processo constante de manejo
da natureza e dele próprio, ele é história;
 Abrangendo história e natureza, ele é existência.
► Situação
atual do homem – compreensão
psicológica.
► Esses
3 aspectos são também etapas do processo
de formação do homem: animal, socius, sapiens.
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►O
homem transfigura a natureza e a história,
na sua existência, num feixe de interações e
tensões.
► Homem:
suporte da natureza e autor da
história, ele se fundamenta na consciência de
si e do mundo.
►A
cs. do objeto também é uma cs. de si.
Afinal, a percepção do objeto pelo sujeito é
parte integrante desse objeto. O mundo é
apreendido pelo sujeito como manifestação.
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► Como
seres pensantes, somos o lugar daquilo
que é.
► O homem é testemunha da realidade do
mundo: “o universo não carece de nós”
Jaspers.
► A realidade humana é criadora do mundo,
deste mesmo mundo do qual faz parte.
► A cs. do objeto: afirma a sua presença e ao
mesmo tempo, testemunha tratar-se se algo
exterior, jamais completamente abarcado.
► A existência humana é conflituosa.
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►O
conflito não seve ser entendido como algo
ruim, indesejável, inútil e nocivo. È a luta
necessária entre tendências contrárias e
opostas compõem o próprio processo da vida.
► Advindo
das tensões, o conflito é gerador de
equilíbrio.
► Ser-no-mundo:
existir para si e para o mundo.
► Eu
e não-eu: O limite do eu esbarra ao se
deparar com o não-eu. A cisão confirma-se
como condição de conhecimento.
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► Mito
cristão: Adão e Eva: Eva é criada a partir da
costela de Adão, ou seja, surge de dentro dele: o
outro é um componente de si. A alteridade reside
dentro do ser.
► A situação do homem é essencialmente ambígua.
Estranheza = sentimento dessa situação.
► O homem assume a existência na sua temporalidade.
► Situações-limites da existência: loucura, sofrimento,
culpa propiciam a conscientização do fracasso.
► Vida do homem: constante processo de criação e
destruição.
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► Linguagem:
instrumento que o homem
dispõe para explicitar a situação do ser-nomundo – elaborando significações e
descrevendo suas contradições. Poder da
fala quer revela e compreende o mundo.
► A fala concentra todas as modalidades de
formulação e atuação do ser-no-mundo.
► A construção do mundo pelo homem é feita
mediante elaboração de significados.
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►A
explicitação do mundo pode ser: uma
teoria científica, um mito antigo, um poema,
ou a simples descrição de uma problemática
individual.
► Dentre as diversas modalidades de
explicitação do mundo, o mito é a mais
abrangente, pois revelam situações-limites do
homem. Buscam dar-lhe sentido. Polivalência:
dentro da mesma imagem, permite dar
significações diversas e opostas. Assim, o
mito engaja a totalidade da existência
humana.
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O mito é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo.
Fernando Pessoa
►
Histórias tradicionais transmitidas oralmente que reúnem lendas,
anedotas e mitos de criação coletiva. No Brasil, seus principais
personagens têm origem indígena ou européia.
Boitatá - Gênio protetor dos campos. Aparece sob a forma de
enorme serpente de fogo, que mata quem destrói as florestas. O
padre José de Anchieta, em 1560, é o primeiro a mencionar o
boitatá como personagem de mito indígena brasileiro. É o nome
dado pelos índios ao fenômeno do fogo-fátuo.
Boto - Mito amazônico. À noite aparece como um rapaz bonito,
bem-vestido, boêmio e ótimo dançarino. Nos bailes, encanta as
moças, leva-as para riachos afluentes do Rio Amazonas e as
engravida. Por isso é tido como o pai das crianças de
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paternidade ignorada. Antes do amanhecer, mergulha no rio e se
transforma em boto. Chamado também de boto tucuxi.
► Eros
e Anteros
Eros e Psiquê
Tipo e Atributos de Marte
A Noite
O Caos
Perseu e Medusa
Poseidon
Saturno (Cronos)
Zeus
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Mito de narciso
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Havia, não muito longe dali, uma fonte clara, de águas como prata. Os pastores não
levavam para lá seu rebanho, nem cabras ou qualquer outro animal a freqüentava.
Não era tampouco enfeada por folhas ou por galhos caídos de árvores. Era linda,
cercada de uma relva viçosa, e abrigada do sol por rochedos que a cercavam. Ali
chegou um dia Narciso, fatigado da caça, e sentindo muito calor e muita sede.
Narciso debruçou sobre a fonte para banhar-se e viu, surpreso, uma bela figura que
o olhava de dentro da fonte. "Com certeza é algum espírito das águas que habita
esta fonte. E como é belo!", disse, admirando os olhos brilhantes, os cabelos
anelados como os de Apolo, o rosto oval e o pescoço de marfim do ser. Apaixonou-se
pelo aspecto saudável e pela beleza daquele ser que, de dentro da fonte, retribuía o
seu olhar.
Não podia mais se conter. Baixou o rosto para beijar o ser, e enfiou os braços na
fonte para abraça-lo. Porém, ao contato de seus braços com a água da fonte, o ser
sumiu para voltar depois de alguns instantes, tão belo quanto antes.
- Porque me desprezas, bela criatura? E por que foges ao meu contato? Meu rosto
não deve causar-te repulsa, pois as ninfas me amam, e tu mesmo não me olhas com
indiferença. Quando sorrio, também tu sorris, e responde com acenos aos meus
acenos. Mas quando estendo os braços, fazes o mesmo para então sumires ao meu
contato.
Suas lágrimas caíram na água, turvando a imagem. E, ao vê-la partir, Narciso
exclamou:
- Fica, peço-te, fica! Se não posso tocar-te, deixe-me pelo menos admirar-te.
Assim Narciso ficou por dias a admirar sua própria imagem na fonte, esquecido de
alimento e de água, seu corpo definhando. As cores e o vigor deixaram seu corpo, e
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quando ele gritava "Ai, ai", Eco respondia com as mesmas palavras. Assim o jovem
morreu.
► No
campo do diagnóstico: a fala do paciente
nas entrevistas, testes é a manifestação da
realidade e como tal, será investigada.
Através dela é que serão trazidos à luz as
suas vivências: sua história (o tempo), o
seu corpo (o espaço), a estranheza (o
outro), o seu fazer-se (obra).
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