ENEGIA EÓLICA- PARTE DA SOLUÇÃO NO BRASIL
Por Laura Porto
MATRIZ BRASILEIRA- PARTICIPAÇÃO DOS DIVERSOS TIPOS DE FONTES
(% da capacidade instalada total)
Fonte: PDE 2008-17
MATRIZ BRASILEIRA- PARTICIPAÇÃO DAS DIVERSAS FONTES “não hidrelétricas”
(em % de capacidade instalada)
Fonte: PDE 2008-17
PANORAMA EÓLICO BRASILEIRO
1. O CEPEL elaborará o novo Atlas Eólico Nacional, no qual será utilizado
recursos do Fundo Setorial de Energia - CT-ENERG
2. Estimativas apontam que o potencial eólico do Brasil pode ultrapassar 300
GW, considerando novas medições e máquinas da última geração
3. O Atlas atual, elaborado em 2001 pelo CEPEL, considerou a tecnologia de
geração eólica então predominante, que se limitava a turbinas de baixa
potência instalada até 50 m de altura do solo. Mesmo assim, colocou o Brasil
entre os países mais favorecidos para esse tipo de geração de energia
elétrica.
4. Mostrou que,, excetuada a Região Amazônica,, o potencial dos ventos se
distribui pelo território nacional, manifestando-se, mais intensamente, entre
junho a dezembro,em coincidência com os meses de menor pluviosidade.
PANORAMA EÓLICO NO BRASIL
1.
A potência mundial instalada hoje é da ordem de 120.000 MW. Segundo
previsões de 2008, da BTM Consult, em 2017 será de 700.000 MW
2.
O PNE 2030, Plano Nacional de Energia do MME, indica uma inserção
de aproximadamente 5.000 MW da tecnologia eólica, até 2030. Este
número pode ser encarado como BASTANTE conservador.
3.
O PROINFA, único Programa de incentivo da fonte eólica no país, prevê
a total implantação de 1.423 MW (54 empreendimentos).
4.
Hoje o Brasil tem uma potência instalada de 415 MW, dos quais 385
MW são do PROINFA
5.
2 Fabricantes: Wobben e IMPSA
PROINFA- 1º MARCO
Pequenos e médios
Produtores no Setor (PIA)
Sistema de
Quotas
Inglaterra
França
Feed-in
Tarif
Alemanha
Dinamarca e
Espanha
Potência fixada
3.300 MW
Conteúdo nacional
mínimo de 60%
Chamada Pública
Requisitos técnicos,
econômicos e legais
Preços fixados
para cada
tecnologia
Despacho Prioritário no
SIN
Contratos de 20 anos
assinados diretamente
com a Eletrobrás
Limites específicos por
Estado e por fonte
19 estados contemplados
PROINFA- MÉRITO 10
1.
Inaugura no país uma nova fase para as energias alternativas renováveis- ressuscita
o mercado de PCHs, cria novos mercados – biomassa e eólica
2.
Introduz no setor elétrico novos agentes de perfil diversificado
3.
Capacita e forma técnicos nas áreas de energia renováveis de legislação ambiental.
4.
Aquece a indústria nacional de peças e componentes de PChs e biomassa e institui
mais uma nova fábrica de eólica
5.
Insere relevantes agentes financeiros no cenário das fontes alternativas de energias
renováveis
6.
Introduz o conceito do aproveitamento das potencialidades energéticas locais e
regionais
7.
Gera empregos de forma distribuída por meio dos 139 empreendimentos
8.
Diversifica a matriz de energia brasileira com fontes não emissoras- 3.150 MW
9.
Inova o conceito de adicionalidade para o MDL- crédito de carbono
10. Desenvolve uma nova cultura no setor elétrico, rompendo paradigmas
DIFICULDADES ENCONTRADAS PARA A FONTE EÓLICA
1.
Aporte de capital próprio pelo pequeno
de estrutura acionária dos projetos
2.
Necessidade de revisão de alguns projetos, pelo novo sócio, visando minimizar riscos
3.
Novas exigências na renovação das Licenças Ambientais
4.
Dificuldades no direito de dispor da terra
5.
Entraves na conexão à rede, em especial na região Nordeste
6.
Dificuldade de atendimento ao índice de nacionalização: falta de sinalização de uma
inserção sustentada e aquecimento do mercado mundial
7.
O pouco conhecimento , na época, de alguns agentes (financeiros) quanto à fonte
eólica
8.
Morosidade nas decisões – empresário e Estado

empreendedor: alteração da titularidade ou
Aditamento dos contratos com prorrogação de prazos
PRINCIPAIS AÇÕES TOMADAS P/ CONTORNAR AS BARREIRAS
1. Criação de Unidades de Gestão na Eletrobrás, responsável pelos PPAs, e no
MME, coordenador do Programa.
2. Redução até jun /09 da alíquota do imposto de importação incidente sobre
turbinas eólicas de 14% para 0%, proporcionando a elevação no índice de
nacionalização dos projetos.
3. Extinção da figura do Produtor Autônomo, permitindo aos empreendedores
associarem-se
aos
investidores
mais
preparados,
inclusive
às
concessionárias, bem como participar em leilões de energia nova.
4. Inserção de novos agentes financeiros e monitoramento mensal da carteira
de projetos dos bancos e agências de fomento.
OUTROS INCENTIVOS PARA A FONTE EÓLICA
1.
Redução na TUST e TUSD de pelo menos 50 %
2.
Possibilidade de acesso aos créditos oriundos do MDL
3.
Contratação direta com consumidor ou conjunto de consumidores, cuja carga seja
maior ou igual a 500 kW, em qualquer nível de tensão, podendo o fornecimento ser
complementado por empreendimentos de geração associados, mas limitado a 49% da
energia média que produzirem
4.
Destinação de recursos do CT-Energ e da FINEP (Lei do Bem- Subvenção Econômica)
à capacitação e inovação tecnológica visando o desenvolvimento da indústria e do
conhecimento
5.
Sub-Rogação da CCC para empreendimentos localizados nos Sistemas Isolados
6.
CDE (recursos utilizados até 2010/11 para o LpT)
7.
Contratação como Geração Distribuída –GD, contratação limitada a 10% do mercado
pelo VR ( R$ 145,00/MWh)
8.
ICGs- Instalação de Transmissão de Interesse Exclusivo de Centrais de Geração para
Conexão Compartilhada
ICG - DETALHAMENTO
LEILÕES DE ENERGIA NOVA, DE FONTES ALTERNATIVAS, LEILÃO
DE RESERVA e PROINFA (2005; 2006; 2007; 2008)
RESULTADOS DOS LEILÕES + PROINFA
30.000,00 MW
25.000,00 MW
20.000,00 MW
15.000,00 MW
10.000,00 MW
5.000,00 MW
0,00 MW
Biomassa
Carvão Mineral (Cana, madeira,
capim, Res.Agr)
Biogás (Resíduo
avícola, aterro)
Biodiesel
Eólica (Proinfa)
PCH
30,00 MW
94,00 MW
1.422,92 MW
1.494,12 MW
2.110,40 MW
0,06%
0,19%
2,93%
3,08%
4,35%
MW
%
Gás (Natural,
pulverizado,
bioquímico)
Diesel/Óleo
Combustível
Hidrelétricas
4.199,94 MW
6.225,52 MW
8.950,83 MW
24.012,26 MW
8,65%
12,83%
18,44%
49,47%
Projetos eólicos cadastrados nos Leilões de Energia Nova

Leilão A – 3; 63 projetos; e 3.570 MW

Leilão A - 5 ; 29 projetos; e 1.601 MW
LEILÃO ESPECíFICO PARA EÓLICA

Leilão para Contratação de Energia de Reserva - CER, proveniente de
fonte eólica, a ser realizado em 25 de novembro de 2009, com entrega
de energia, no centro de gravidade do submercado, a partir de julho
de 2012

CER será na modalidade por “energia produzida”, com contabilização
anual da geração, e terá prazo de 20 anos anos

Preço de energia expresso em R$/MWh, reajustados pelo IPCA, com
pagamento em parcelas mensais uniformes

Possibilidade de antecipação do empreendimento com remuneração
pelo preço do contrato, desde que haja disponibilidade de rede de
transmissão

Cadastramento específico para interessados em compartilhar ICGs

Aerogeradores importados somente serão aceitos no caso de
potência nominal superior a 1.500 kW
LEILÃO ESPECíFICO PARA EÓLICA

Cálculo da “Garantia Física”- GF a partir da declaração de Quantidade
de Energia Disponibilizada.

GF é o limite de energia que pode ser ofertada no leilão; a parcela não
vendida no leilão será utilizada apenas como hedge contra as
penalidade, não podendo ser comercializada

Possibilidade de ampliação do parque para mitigar exposição
contratual

Histórico de medições de velocidade e direção dos ventos por
período não inferior a 12 meses, realizada por uma torre localizada a
no mínimo 8 km (16 kms para terrenos com relevo suave) do parque e
com altura mínima de 50 metros (30 metros para terrenos com relevo
suave)

A contratação por meio de um pagamento diferenciado da produção
acima da energia contratada e penalização da produção abaixo da
energia contratada, considerando margens de tolerância para a
produção a maior e a menor, em relação à energia
PONTOS CHAVES PARA SUCESSO DO LEILÃO
1.
Demonstração da Capacidade Financeira do Empreendedor
2.
Tarifa adequada – consumidor, empreendedor e agentes financeiros
3.
Verificação da legalidade da terra no arrendamento
4.
Declaração da Energia de Referência(montante a ser contratado),
observando:
- as penalidades previstas em caso de desvios,que podem resultar em fluxos de
caixa que não garantem o retorno desejado para o investidor
- o hedge necessário para proteger o gerador das penalidades, considerando um
determinado nível de risco que ele está disposto a correr
5.
Aperfeiçoamento do esquema da ICG - construção e cobrança –
visando torná-lo isonômico ao tratamento atual dos geradores da
rede básica, onde a tarifa é pré-fixada e os custos são rateados com
os consumidores
6.
......... além de
PONTOS CHAVES PARA SUCESSO DO LEILÃO
6. Campanhas de medição de vento certificada
Estações de medida:






Pontos representativos do parque
Pontos singulares
Equipamentos confiáveis
Várias alturas de medição
Sistema de monitoramento e detecção de falhas por
meio de transmissão de dados via satélite
Desenvolvimento de software para análise de dados
PONTOS CHAVES PARA SUCESSO DO LEILÃO
7. Representatividade da variabilidade anual:
- Período de medidas:
- Estudo de Longo Prazo:
Mínimo: um ano
-Estação de referência (INMET, outras)
Problema:
- Condições de vento similares (boa correlação)
É um período representativo da área?
de pelo menos 15 anos
Exemplo de variação anual
V (m/s)
Des (%)
9.0
16%
8.8
12%
8.6
8%
8.4
4%
8.2
8.0
Ano 2002
• +5% Vel
• +9% Prod
0%
7.8
-4%
7.6
-8%
7.4
7.2
7.0
1996
1997
1998
Peñaparda
1999
2000
2001
Average
2002
2003
% Vel
2004
2005
2006
% Prod
-12%
Ano 2006
-16%
• -8% Vel
• -15% Prod
Year
18
PONTOS CHAVES PARA SUCESSO DO LEILÃO
Análise de Sombreamento e áreas
contíguas:
8.
- Como regra geral utiliza-se as seguintes
distâncias para o posicionamento dos
aerogeradores:



Turbinas na mesma fila: 3D
Turbinas em filas diferentes: 7D
Turbinas em parques diferentes: 20D
Efeito do sombreamente entre turbinas
PONTOS CHAVES PARA O DESENVOLVIMENTO DA FONTE EÓLICA
1. Consciência nacional: dos benefícios da fonte e de seu real custo para o
consumidor
2. Compromisso político nacional: leis e planos de energia que contemplem a
inserção sustentada e crescente da energia eólica
3. Política industrial comprometida com incentivos fiscais específicos para
equipamentos e componentes
4. Princípios reguladores adequados: despacho obrigatório, PPA, prioridade de
acesso/compartilhamento de rede, sistema remoto etc
5. Marco econômico: com prêmios para os mais eficientes
6. Soluções tecnológicas: controle de potência e ferramentas para predição de
vento (gerando bases de dados históricos para melhorar, progressivamente o
rendimento do parque)
7. Centros de Controle: gestão técnica de parques eólicos e subestações/Lts
associadas para otimizar o rendimento técnico e econômico.
CONSEQUÊNCIAS
1.
Complementaridade geográfica: a nova geração hidrelétrica na região Norte; a bioeletricidade,
nas regiões Sudeste e Centro-Oeste; e a energia eólica, nas regiões Nordeste e Sul do país.
2.
Isto reduz a necessidade de investimentos em transmissão e permite uma distribuição mais
equitativa dos benefícios de se desenvolver recursos energéticos locais (geração de empregos,
impostos etc.)
3.
Redução de consumo de combustíveis fósseis: questões geopolíticas e volatidade de preço.
4.
Complementaridade energética: aumento virtual da capacidade de armazenamento das usinas
hidrelétricas, sem que seja necessário construir fisicamente novos reservatórios.
5.
Redução de emissões de GEE: PNMC
6.
Desenvolvimento da indústria nacional, com:
7.
1.
Novos empregos locais e regionais
2.
Exportação - geração de divisas
Apoio no controle de rede
Políticas e programas de incentivo às Fontes Renováveis ganham força no
mundo e se constituem em respostas efetivas para garantir que se instaure
um círculo virtuoso entre
Geração de energia, Desenvolvimento industrial
e Conhecimento.
Muito grata!
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