Formação – Pastoral
Litúrgica
Juntamente
com
a
pastoral
profética e a pastoral da caridade,
a pastoral litúrgica integra o tria
munera ecclesiae, compondo o
“que” do ser e do agir eclesial
Na
perspectiva cristã, a liturgia é
ação, ainda que não seja toda a
ação da Igreja. Também é essa a
raiz do termo. Etimologicamente,
liturgia designa “algo que se faz”.
Trata-se de uma ação laudativa,
doxológica, a serviço da esperança,
pois ela antecipa, pela fé, aquilo
que
se
espera
(dimensão
parusiática)
A
liturgia celebra os mistérios cristãos
através do culto, que atualiza a obra
redentora de Nosso Senhor (paixão,
morte, ressurreição glorificação do
Cordeiro de Deus).
 É uma ação que se dá no Espírito Santo,
que nos leva ao Pai Criador e ao Filho
Redentor, com o coração agradecido
pela vida, que, nele, adquire todo
sentido de grandeza.
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Teologicamente, a liturgia é a ação
que, com outras, constitui o
fundamento da Igreja, manifesta o
seu ser, sua origem e esperança e é
fonte de toda a sua missão.
É nela que se expressa com mais
evidência o caráter sacramental da
Igreja, que passa pela celebração dos
sacramentos, pela oração litúrgica,
pela pregação e a homilia e pela
piedade popular.
O
fundamento da ação litúrgica eclesial
está direcionada à sacralidade da Igreja,
por especial relação com o Espírito de
Pentecostes, quem a constituiu
mediadora de seus dons.
 A liturgia é a atualização da obra
redentora de Cristo aqui e agora, no
hoje de nossa história.
 A liturgia é uma ação de toda a Igreja.
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SC 27: O VTII recupera a incorporação ativa
da assembléia na liturgia. A assembléia é
sujeito na liturgia.
A renovação litúrgica é fruto também da
renovação eclesiológica, acompanhada
também de uma entonação antropológica
de valorização da pessoa humana. Trata-se
de uma recuperação e não tanto de
inovação (fontes bíblicas e patrísticas).
Catequese
e
liturgia
(inter-relação
positiva).
 Precede
a pastoral litúrgica. A pastoral
litúrgica já é uma ação litúrgica
pensada. A liturgia é mais que a
pastoral, mais que parte integrante do
“fazer” da Igreja. Ela é parte essencial
de seu ser, enquanto exercício do
sacerdócio de Jesus Cristo.
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Integra o agir da igreja, ainda que,
evidentemente, em estreita relação com o seu
ser.
O ato litúrgico é opus operatum, uma ação
apoiada na eficácia da graça.
A pastoral litúrgica está relacionada com o
opus operantis – a ação do Povo de Deus em
vista da frutificação da graça recebida.
“A ação litúrgica contém o mistério da fé; a
pastoral litúrgica se ocupa de fazê-lo ressoar
na vida pessoal, comunitária e na
sociedade”.
Entretanto isso não significa que a ação litúrgica
possa dar-se, adequadamente, sem uma pastoral
litúrgica. Toda celebração litúrgica é, em certa
medida, pastoral litúrgica, na medida que o ato
histórico, enquanto sinal sensível de um mistério
que se celebra na fé, exige a ação pastoral da
assembléia celebrante.
SC no. 9: “A sagrada Liturgia não esgota
toda a ação da Igreja, porque os homens,
antes de poderem participar na Liturgia,
precisam de ouvir o apelo à fé e à
conversão: «Como invocarão aquele em
quem não creram? Ou como hão de crer
sem o terem ouvido? Como poderão ouvir
se não houver quem pregue? E como
anunciarão se não houver quem seja
enviado?» (Rom. 10, 14-15)”.
Do ponto de vista eclesial, a finalidade ad
intra da liturgia é fazer a comunidade ser,
cada vez mais sacramento do Reino, vivendo
a fraternidade, ícone da Trindade. Para fora
da Igreja, a finalidade ad extra da liturgia é o
serviço no mundo, a toda a humanidade, para
que o Reino de Deus, visível na Igreja, seja
realidade também na sociedade, em suas
instituições e organizações.
1. Participação da assembléia celebrante;
2. Linguagem simbólica;
3. Significado e consequencia para a vida
cristã e eclesial;
Das conclusões do VT II e do impulso no
Movimento Litúrgico, foi possível elaborar
uma teologia da liturgia que acentua o
valor da assembléia celebrante e não em
quem preside. Não se trata de um
menosprezo do ministério da presidência,
mas de valorizar o que as vezes foi
esquecido: a assembléia.
A
primeira e fundamental realidade
litúrgica é, sem dúvida a assembleia,
ou seja, a ecclesia, o grupo dos que
são congregados para a reunião. A
oração colecta tem mesmo essa
função a de chamar a atenção de
toda a assembleia para a escuta da
Palavra e, consequentemente, para a
eucaristia.
Pastoral Litúrgica é o
modo de organizar a
comunidade, visando à
formação litúrgica, à
preparação e à
realização de
celebrações.
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Organizar toda a Liturgia que acontece em
uma comunidade. Por isso é preciso
organizar a Pastoral Litúrgica em equipes.
A segunda função é a formação, em dois
níveis: a daqueles que fazem parte da
Pastoral Litúrgica e a de toda a
comunidade (assembléia).
A terceira função é a preparação
propriamente dita das celebrações.
Equipe de Liturgia é o coração e a ponta
de lança no trabalho da Pastoral
Litúrgica. Sua principal função é a
coordenação dessa pastoral.
Três principais funções da Equipe de Liturgia à luz
da SC:
1º. Preocupar-se com a preparação e a
execução daquelas funções especiais para
o bom andamento da ação litúrgica: o
acolhimento, as leituras, os cantos, as
preces do fiéis, o serviço do altar, etc. Isto
vale não só para as missas, mas para todas
as
celebrações
litúrgicas:
batismo,
casamento, celebração da Palavra, ofício
divino, etc.
2ª. Assumir aquela
preocupação
central
na
renovação litúrgica
conciliar, que é a
participação
de
todo o povo na
liturgia.
3ª. Ela é chamada a
assumir, com o pároco,
tudo o que diz respeito
à vida litúrgica da
paróquia
ou
comunidade:
organização, formação,
planejamento,
animação...
Existem na Igreja,
atualmente, três
tipos de
ministérios
litúrgicos:
Os ministérios
ordenados
Presbíteroadre
Diácono
Leitor
Acólito
Outros ministérios
(reconhecidos e/ou
confiados) que vão
surgindo de acordo
com a vida e a
necessidade de cada
comunidade.
Embora os termos “ministérios” e “serviço”
costumem ser usados como sinônimos, a
CNBB, no seu documento sobre a Missão e
ministérios dos cristãos leigos e leigas (Doc.
62) lembra que “ministério” “... implica
maior ou menor representatividade da Igreja
e compromisso das autoridades eclesiais
correspondentes em relação à pessoa que o
exerce”; o “serviço” é da ordem do
testemunho (por exemplo, a atuação de um
cristão na política); para isso não exige
nenhuma designação ou reconhecimento. Seu
fundamento se encontra nos sacramentos de
iniciação (batismo, confirmação, eucaristia).
Os vários ministérios são
- A presidência da assembléia litúrgica
- O serviço do diácono
- O serviço de animação e a participação do
povo (o “comentarista”)
- Equipe de acolhimento
- Os ministros da música: salmistas,
cantores, instrumentistas, o animador
do canto.
- Leitores para a proclamação da Palavra de
Deus;
- Ajudantes, acólitos, ministros extraordinários
da comunhão eucarística;
- O cuidado com as crianças;
- Sacristãos e zeladores;
- O serviço da coordenação (o cerimoniário).
Quem deve celebrar a missa e os outros
sacramentos é o povo de Deus. Assim, todos
os ministérios litúrgicos devem agir como
parte do povo, como membros dentro do
corpo. É preciso celebrar com o povo, e não
diante dele! Afinal, a função da equipe é
ajudar o povo todo participar.
 Fazer
acontecer o encontro entre os irmãos, a
festa da comunhão eclesial: acolhida, saudações
afetuosas, ensaios de canto antes da celebração,
refrões orantes, gesto de acendimento das velas,
etc;
Fé e vida na liturgia
Ligar liturgia e
vida (pessoal,
social e
comunitária)
por meio de
cartazes,
recordação da
vida, etc;

•
Linguagem litúrgica mais de
acordo com a cultura atual:
palavras inteligíveis, usar um
tratamento menos distante no
relacionamento
com
Deus,
valorizar os elementos visuais,
valorizar o silêncio, desformalizar
os gestos litúrgicos.
A função da Equipe de
Liturgia não se
restringe à preparação
da celebração
dominical. Com o
pároco ela é
responsável pela
animação de toda a
vida litúrgica da
comunidade:
- a celebração da
missa aos sábados,
domingos e durante
a semana, a
celebração
dominical da
Palavra;
- a celebração dos
outros
sacramentos
(batismo, crisma,
penitência,
casamento, unção
dos enfermos,
ordenação)

- distribuição da
comunhão e
outras
celebrações
com doentes,
idosos, presos,
celebrações da Palavra;
bênçãos;
vias-sacras;
vigílias;
procissões;
preparação das celebrações especiais
dos tempos fortes do ano litúrgico
(Advento, Natal, Quaresma, Semana
Santa, Tempo Pascal, festa de Maria,
festa do padroeiro...);
- velórios, missas de sétimo
dia;
- celebrações
especiais,
em
ocasiões
- liturgia nos grupos e
movimentos da paróquia, etc.
 Além
disso, deverá se responsabilizar
também pela formação litúrgica do povo e
dos agentes de pastoral; poderá organizar
cursos ou encontros, ou dias de estudo
sobre a liturgia. Se for necessário, poderá
preparar o material (folhetos, apostilas...)
•
Por isso faz-se necessário dividir as tarefas.
Pode haver equipes responsáveis pela
preparação das celebrações (por exemplo:
equipe de celebração do batismo, das missas
durante a semana, etc.).
•
Outra equipe responsável pela formação e
animação geral da vida litúrgica paroquial.
Esta poderá ser uma equipe à parte ou
formada por um ou dois representantes de
cada equipe de celebração.
 Essas
equipes não podem estar separadas
da pastoral de conjunto da paróquia e da
Diocese, mas trazer os trabalhos e
conquistas das diversas comunidades e
pastorais para dentro da vida litúrgica de
toda a comunidade. Assim, a celebração de
sábado e domingo tornar-se-á, de fato, o
encontro de todos, o ponto de chegada e
de partida dos trabalhos e da missão dos
vários grupos.
VT II, ao mesmo tempo que introduziu a
Palavra de Deus em todas as celebrações
litúrgicas, também colocou em destaque a
pregação e a homilia. Por “pregação” se
endende a atualização da Palavra de Deus
feita pelo presidente de uma celebração
litúrgica diante da assembléia. Quando a
pregação é feita por um ministro ordenado,
denomina-se “homilia”,r por tratar-se da
palavra oficial da Igreja.
1. Requisito básico: adequada preparação
remota e próxima (o anunciador da Palavra
de Deus não nasce pronto e nem se
improvisa);
2. O conhecimento é importante, mas o
testemunho o precede;
3. A maneira mais adequada para falar de
Deus é falar sem falar. Antes da palavra o
mensageiro já foi mensagem.
4. A pregação próxima requer do pregador a
reflexão e a meditação prévia da Palavra a
ser proclamada e atualizada na celebração
litúrgica ou numa assembléia de fiéis;
5. Pregar é, antes de tudo, pregar para si
mesmo (o pregador é membro da
assembléia);
6. Subsídios (importantes, mas não para
serem
copiados) – mais adequado ficar com a
Palavra de Deus, as orações eucológicas e a
realidade em que se vive;
7. Ater-se para o sitz in laibem
8. A pregação deve ser, antes de tudo,
existencial, em linguagem mais narrativa que
argumentativa, mais de testemunhas do que
de mestres.
Obrigado pela paciência
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O ministério da liturgia e o ministério da caridade