Comunicação, desenvolvimento regional
e local e ruralidades
A juventude rural e as novas fronteiras culturais
entre o campo e
a cidade a partir do debate de classe social
Júlia Schnorr
Mestranda do Curso de Pós-Graduação em
Comunicação Midiática na UFSM
[email protected]
Produção das áreas das humanas, por muitos anos,
referiu-se aos trabalhadores rurais em um tom
pejorativo - Iokoi (1990)
O viajante francês Saint-Hilaire no interior do país
relatou no século XIX ao passar pelo interior de São
Paulo que os trabalhadores rurais eram ''homens
embrutecidos pela ignorância''.
Monteiro Lobato construiu seu personagem caipira, o
Jeca Tatu, na década de 1940: Jeca era sujo, tinha
maus hábitos, era ingênuo e sem estudo.
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Desuso do conceito de classe social – estudos de recepção
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Juventude rural - classes populares
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Relações entre o campo e a cidade – novas fronteiras culturais
É impossível falar da sociedade brasileira sem falar da
desigualdade social. (IANNI, 2004)
Construção de pensamento comunicacional com referência nos
fatores sociais - reflexão de Murdock (2009), Curran (2006),
Miliband (1990)
O mundo das ruralidades e as diferenciações nos conceitos rural e
urbano que estão relacionadas às novas conjunturas apontadas por
Carneiro (2005) sobre as fronteiras culturais entre o campo e a
cidade.
A classe social ainda explica a sociedade?
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Virada teórica – 1960/1970. Identidade e consumo –
singularidade e diferença - Murdock (2009)
Existem diferenças dentro das classes sociais - Miliband (1990)
Várias mediações: geração, família, gênero – também a classe
social.
RECEPÇÃO: classe social interfere na recepção e na
conformação da identidade do sujeito.
Ser jovem e viver no campo:
a representação midiática
e os novos conceitos que envolvem
o meio rural
Por que pesquisar a juventude rural?
Invisibilidade; Quando se estuda, insere o jovem
como participante da equipe de trabalho.
Pesquisa exploratória
Santa Maria: 261 027 hab – IBGE/2010
Cidade – setor 3º
UFSM
(30 mil estudantes)
Nossa amostra: Jovens da comunidade de São Marcos,
localizada no Distrito de Arroio Grande e comunidade do
assentamento da reforma agrária Carlos Marighela, localizada
no bairro Agroindustrial.
A maioria dos jovens rurais estuda na cidade - migração
cotidiana – mediação da família e da escola.
Jovens de 16 a 23 anos, estudantes, sendo a maioria do
Ensino Médio, mas havendo um caso em que estuda no
Ensino Superior e outros que largaram os estudos.
Problemática da masculinização e permanência no campo.
Jovem Rural e Televisão
Família é um importante núcleo de participação dos
jovens - Carneiro (2005)
A televisão na América Latina ainda tem a a família como função
primeira de reconhecimento - (MARTÍN-BARBERO, 2009)
É através da unidade familiar que se assiste à maioria dos
programas televisivos – mediação da cotidianidade familiar –
amostra exploratória
Novo rural
Intensificação da comunicação e das trocas
culturais; estreitamento das fronteiras culturais;
transitoriedade dos jovens; novas
necessidades tecnológicas (relacionadas ao
poder de consumo); não se pode relacionar os
espaços rurais à ausência de serviços e de
cidadania, ou de vincular seu espaço ao atraso.
Ilhas de ruralidade: falta de transporte público,
postos de saúde e de serviços de telefonia –
internet.
Considerações Finais
A classe social é uma mediação decisiva no modo
como o sujeito faz a recepção da mídia. Isso é
primordial e interfere na conformação identitária.
Buscamos inserir a juventude rural de classe popular
nas novas dinâmicas do rural. Entretanto o ''novo
rural'' não abrange de forma homogênea todo o
espaço rural brasileiro, e sim faz o percurso
contrário: o torna mais diversificado e peculiar. Para
o estudo de recepção da juventude rural, é
imprescindível a mediação da cotidianidade familiar,
assim como é importante, também, o contato com o
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