Pesquisa no Acervo do MAC: Adalice Araujo e o
conceito de geração na arte da década de 80
Bruno Marcelino de Oliveira
Iniciação Científica(PIBIQ/CNPq)
Orientador: Paulo de Oliveira Reis
O termo geração80 é amplamente discutido no
âmbito da história e crítica de arte brasileira. Adalice
Araújo porém o utiliza de maneira diversa da crítica
do restante do país, e muito embora o seu discurso
não acompanhe a visão hegemônica da crítica da
década de 80, suas considerações são repletas de
ambiguidades. O objetivo deste trabalho é localizar,
um significado preciso para termo Geração/80,
quando usado por Adalice Araújo.
Esta pesquisa foi desenvolvida a partir de pesquisa
bibliográfica, a qual compreende principalmente a
Tese de livre docência de Adalice Araujo. Também,
foram consultados os textos da autora publicados no
jornal Gazeta do Povo e o catálogo da exposição
BR/80. A partir destas referencias a ideia de geração
foi analisada a luz do conceito de geração artística
de Pierre Bordieu, buscando, na medida do possível
estabelecer uma espécie de paralelo entre Bordieu
e Adalice Araujo.
BOURDIEU, Pierre. As regras da arte São Paulo
Companhia das Letras, 1996.
REINALDIM, Ivair. MOTO CONTÍNUO. Dissertação
Rio de Janeiro- UFRJ – EBA. 2007.
A partir da analise entende-se que Adalice Araujo estabelece
uma peculiar noção de geração artística, cuja lógica só faz
sentido se ancorada em uma história da arte paranaense.
Apesar do semblante moderno desta história , definido
principalmente pela sua continuidade através da sucessão de
gerações artísticas, cada geração não é definida por uma
sucessão de estilos. Segundo Adalice Araujo, a partir da
década de 50, quando a critica identifica o período moderno no
Paraná, acontece uma mudança de geração a cada década,
sem que nenhuma relação direta ou causal entre esta mudança
e a produção ou a lógica do campo artístico seja necessária.
A cadência das gerações é invariável, portanto, a noção de
geração de Adalice Araujo esta afastada da produção artística
e muito próxima da estrutura da história, onde funciona como
uma categoria estanque, sendo incapaz de se adequar a
diversidade da produção artística contemporânea.
A noção de geração de Adalice Araujo está diretamente ligada a
sua ideia de “história da arte do Paraná” e a uma lógica de
semblante moderno, baseada na continuidade linear. Na década
de 80 seu discurso regionalista entra em choque com a crítica
nacional,ao passo que sua divisão moderna da história torna-se
inadequada para deliberar sobre a arte então produzida
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