42ESPORTES QUARTA-FEIRA, 8 DE ABRIL DE 2015 A GAZETA [email protected] FERNANDO CALAZANS Obrigação de vencer Madureira x Fluminense passou a ser o grande clássico desta última rodada do Campeonato do Rio, em sua fase de pontos corridos. Escrito assim mesmo, com o Madureira, mandante do jogo, em primeiro lugar: Madureira e Fluminense, disputando duas vagas com o Vasco, já que Flamengo e Botafogo estão classificados para as semifinais. Não era o que se esperava no início da competição, lembram-se? A surpresa – ou decepção – ficou por conta do Fluminense, que dividia um certo favoritismo com o Flamengo, deixando Vasco e Botafogo na disputa pelas duas vagas restantes. O Botafogo se encarregou de desmontar o esquema de previsões, ocupando sempre uma das primeiras colocações e contando com a colaboração do Madureira, que se interpôs entre os maiorais, e entra em campo em vantagem contra o Fluminense. Pois é. Este Fluminense que hoje não terá Fred, suspenso por causa da injusta expulsão, no último jogo, contra o Flamengo. A suspensão de Fred alimenta Madureira x Fluminense é o principal jogo da rodada decisiva da primeira fase do Carioca. O tricolor é a grande decepção do campeonato controvérsias dentro e fora de campo. Dentro de campo, porque seu substituto será Walter, ele próprio motivo de controvérsias. Walter esteve a ponto de deixar o Fluminense, chegando a ser afastado desses jogos finais. Há um elemento que o indispõe não só com o clube, mas com a carreira profissional também. Walter possui boa técnica, mas não consegue se conscientizar de que não pode exibi-la no grande espaço de um campo de futebol com o peso que carrega, geralmente acima dos 100 quilos. E, pior, fica de cara amarrada, fazendo beicinho, quando o treinador o deixa no banco, como acontecia com Cristóvão Borges e como acontece com Ricardo Drubscky. O clube também se enrola. O Fluminense afastou Walter, mas foi obrigado a voltar atrás, porque Ricardo Drubscky precisa recorrer a ele, na ausência de Fred. O que só faz aumentar a controvérsia. Como resultado, o Fluminense tem que se render ao “peso” (com duplo sentido) de Walter e torcer para que ele volte a fazer gol, no jogo de logo mais, em que a vitória sobre o Madureira é obrigatória, se o clube não quiser assistir – do banco, feito Walter – ao resto da competição. Sem esparadrapo Outra controvérsia que tem Fred no centro – esta mais ainda – é a punição que ele pode sofrer no TJD do Rio, por causa das críticas que fez ao campeonato, à arbitragem e à Federação. A Ferj decretou que envolvidos não competição não podem criticá-la, decretou a censura e ficou por isso mesmo. Fred não aproveitou os “ensinamentos” do professor Vanderlei Luxemburgo, que, depois de injustamente punido, satirizou o episódio colocando um esparadrapo na boca. Fred não colocou o dele, exerceu o direito de fazer críticas, ao ser expulso no Fla-Flu. Não concordo com Fred, quando ele diz que “o campeonato tem que acabar”, num raciocínio simplista demais, como se fosse solução para tudo: “se não está bom, acaba”. O campeonato pode continuar desde que seja repensado, refeito, reorganizado, decente, atraente, lucrativo para todos (não só para a Federação) – e concorrido, como já foi no século passado. (É verdade que se trata de objetivo difícil de ser alcançado com os cartolas da federação e seus aliados). Incompreensível também é ser o Fred punido por crítica, ou desrespeito, à arbitragem. Há tempos, escrevo aqui sobre a pressão a que são submetidos nossos árbitros por jogadores e técnicos, durante as partidas: reclamações e berros o tempo todo, dedo na cara, ofensas, cerco acintoso por jogadores a cada marcação e muita coisa mais. Nunca vi nem soube de uma atitude de federação ou de tribunal esportivo para coibir esse tipo (entre muitos outros) de cafajestagem dentro de campo. Neste mesmo campeonato (ou em qualquer outro no Brasil), pode-se fazer tudo isso descrito aí em cima, em plena pressão do jogo. Só não se pode criticar ou desrespeitar a arbitragem fora das quatro linhas. No mínimo, uma incoerência. Uma interrogação No panorama caótico deste campeonato, dentro e fora do campo, nenhum clube pode oferecer mais surpresas, para o bem ou para o mal, do que o Vasco de Doriva, não necessariamente por causa do treinador. Muito mais por causa do elenco, tão irregular que até hoje não se conhecem ao certo os titulares de todas as posições. A defesa, que chegou a ser considerada a melhor do campeonato, sofreu nada menos do que cinco gols do Friburguense, no último jogo. E hoje, brigando ainda por uma vaga, contra o Volta Redonda, como se comportará? DESPORTIVA Vitória para voltar aos trilhos HENRIQUE MONTOVANELLI/DESPORTIVA Substituto de Tabata, Bruninho Araújo quer ajudar Tiva a reagir e sair de baixo no hexagonal MARCELLA SCARAMELLA [email protected] Elefoititularemseisdos11 jogos pela Desportiva. No saldo, nenhum gol, uma bola na trave e várias boas cobranças de falta. Mas os altos e baixos neste Capixabão não mexem com o volante Bruninho Araújo. Hoje, às 20h15, contra o Real Noroeste, no Engenheiro Araripe, ele terá uma oportunidade para tentar ajudar a Desportiva a reagir no hexagonal semifinal do Capixabão. O time grená vem de duas derrotas seguidas – para Rio Branco e Estrela – e, com apenas três pontos em três jogos disputados, precisa da vitória para não ver o sonho de chegar à final ficar mais distante. “Essejogovalenossaretomada, que é o que a gente mais quer. Passamos por Cobrador de faltas da Tiva, Bruninho Araújo espera acertar o pé e balançar a rede dificuldades nesse campeonatoesabemoscomoé ruim ficar lá embaixo”, disse Bruninho “Tenho jogado mais avançado, mas gosto mesmo de atuar como volante. Depende muito do sistemadejogoeoqueoMauro quer. Penso que as coisas estão caminhando e venho trabalhando firme para eu estar pronto quando a oportunidade chegar”, explicou o jogador, quem vem substituindo Tabata, com lesão muscular. Batedor de faltas oficial do time, o jejum de gols incomoda Bruninho. E a vontade de balançar as redes é tanta que não importa como seja o gol, desde que a bolaentreeajudeaDesportivaavencer.“Porondepassei, fiz gol e quero marcar de qualquer jeito, nem precisaserdefalta.Demoraparasair,masquandosai,passa a ser em todo o jogo. Esse jejum me deixa ansioso”. Bruninho é filho de Tião, um ex-meia que até já jogou ao lado de Mauro Soares, o que faz com que elesecobremaisdentrode campo. “Eu acabo me cobrando e, na verdade, sei que posso mostrar mais”. A partida contra o Real Noroeste vai ser a mais desfalcada da Desportiva no campeonato. Sem o goleiro Felipe, expulso na partida contra o Estrela, o meia-atacante Jean Sá, que tomou o terceiro cartão amarelo, além do lateral Vitor Santiago, o zagueiro Leandro Dias, o volante Tabata e o atacante Acerola, lesionados, Mauro Soares precisou botar a cabeça para pensar. Em compensação, o meia Erivelton retorna. “Temos um plantel enxuto, mas de qualidade. É aí que vamos apostar. Na frente, por exemplo, tenho a opção do Ramon ou do Sharlei. Se pensar na juventudeeforça,optopelo Ramon, se quiser experiência, tem o Sharlei”, disse o treinador, fazendo algum mistério. Desportiva Real Noroeste Desportiva: Paulo Henrique; Ivan, Tony, Eron e Maxwell (Leleu); Thiago, Bruninho Araújo, Marcos Alagoano, Erivelton e Tatá; Sharlei (Ramon). Técnico: Mauro Soares Real Noroeste: Marcão; Sebá, Bahia, Jefferson Lopes e Pedrinho, Frank, Fusquinha, Marcinho e Nil; Morotó e Stênio. Técnico: Wagner Oliveira Estádio: Engenheiro Araripe Horário: 20h15 Árbitro: Devarly do Rosário