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QUARTA-FEIRA, 8 DE ABRIL DE 2015 A GAZETA
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FERNANDO
CALAZANS
Obrigação
de vencer
Madureira x Fluminense passou a
ser o grande clássico desta última rodada do Campeonato do Rio, em sua
fase de pontos corridos. Escrito assim
mesmo, com o Madureira, mandante
do jogo, em primeiro lugar: Madureira e Fluminense, disputando duas
vagas com o Vasco, já que Flamengo e
Botafogo estão classificados para as
semifinais. Não era o que se esperava
no início da competição, lembram-se?
A surpresa – ou decepção – ficou
por conta do Fluminense, que dividia
um certo favoritismo com o Flamengo, deixando Vasco e Botafogo na disputa pelas duas vagas restantes. O
Botafogo se encarregou de desmontar
o esquema de previsões, ocupando
sempre uma das primeiras colocações
e contando com a colaboração do Madureira, que se interpôs entre os
maiorais, e entra em campo em vantagem contra o Fluminense.
Pois é. Este Fluminense que hoje não
terá Fred, suspenso por causa da injusta
expulsão, no último jogo, contra o Flamengo. A suspensão de Fred alimenta
Madureira x Fluminense é o principal jogo da
rodada decisiva da primeira fase do Carioca.
O tricolor é a grande decepção do campeonato
controvérsias dentro e fora de campo.
Dentro de campo, porque seu substituto será Walter, ele próprio motivo
de controvérsias. Walter esteve a ponto de deixar o Fluminense, chegando
a ser afastado desses jogos finais. Há
um elemento que o indispõe não só
com o clube, mas com a carreira profissional também.
Walter possui boa técnica, mas não
consegue se conscientizar de que não
pode exibi-la no grande espaço de um
campo de futebol com o peso que
carrega, geralmente acima dos 100
quilos. E, pior, fica de cara amarrada,
fazendo beicinho, quando o treinador
o deixa no banco, como acontecia
com Cristóvão Borges e como acontece com Ricardo Drubscky.
O clube também se enrola. O Fluminense afastou Walter, mas foi obrigado a voltar atrás, porque Ricardo
Drubscky precisa recorrer a ele, na
ausência de Fred. O que só faz aumentar a controvérsia. Como resultado, o Fluminense tem que se render
ao “peso” (com duplo sentido) de
Walter e torcer para que ele volte a
fazer gol, no jogo de logo mais, em
que a vitória sobre o Madureira é
obrigatória, se o clube não quiser assistir – do banco, feito Walter – ao
resto da competição.
Sem esparadrapo
Outra controvérsia que tem Fred no
centro – esta mais ainda – é a punição
que ele pode sofrer no TJD do Rio, por
causa das críticas que fez ao campeonato, à arbitragem e à Federação. A
Ferj decretou que envolvidos não competição não podem criticá-la, decretou
a censura e ficou por isso mesmo. Fred
não aproveitou os “ensinamentos” do
professor Vanderlei Luxemburgo, que,
depois de injustamente punido, satirizou o episódio colocando um esparadrapo na boca. Fred não colocou o
dele, exerceu o direito de fazer críticas,
ao ser expulso no Fla-Flu.
Não concordo com Fred, quando
ele diz que “o campeonato tem que
acabar”, num raciocínio simplista demais, como se fosse solução para tudo: “se não está bom, acaba”. O campeonato pode continuar desde que seja repensado, refeito, reorganizado,
decente, atraente, lucrativo para todos (não só para a Federação) – e
concorrido, como já foi no século passado. (É verdade que se trata de objetivo difícil de ser alcançado com os
cartolas da federação e seus aliados).
Incompreensível também é ser o
Fred punido por crítica, ou desrespeito,
à arbitragem. Há tempos, escrevo aqui
sobre a pressão a que são submetidos
nossos árbitros por jogadores e técnicos, durante as partidas: reclamações
e berros o tempo todo, dedo na cara,
ofensas, cerco acintoso por jogadores a
cada marcação e muita coisa mais.
Nunca vi nem soube de uma atitude de
federação ou de tribunal esportivo para
coibir esse tipo (entre muitos outros)
de cafajestagem dentro de campo.
Neste mesmo campeonato (ou em
qualquer outro no Brasil), pode-se fazer tudo isso descrito aí em cima, em
plena pressão do jogo. Só não se pode
criticar ou desrespeitar a arbitragem
fora das quatro linhas. No mínimo,
uma incoerência.
Uma interrogação
No panorama caótico deste campeonato, dentro e fora do campo, nenhum
clube pode oferecer mais surpresas,
para o bem ou para o mal, do que o
Vasco de Doriva, não necessariamente
por causa do treinador. Muito mais
por causa do elenco, tão irregular que
até hoje não se conhecem ao certo os
titulares de todas as posições. A defesa, que chegou a ser considerada a
melhor do campeonato, sofreu nada
menos do que cinco gols do Friburguense, no último jogo. E hoje, brigando ainda por uma vaga, contra o
Volta Redonda, como se comportará?
DESPORTIVA
Vitória para voltar aos trilhos
HENRIQUE MONTOVANELLI/DESPORTIVA
Substituto de Tabata,
Bruninho Araújo quer
ajudar Tiva a reagir e sair
de baixo no hexagonal
MARCELLA SCARAMELLA
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Elefoititularemseisdos11
jogos pela Desportiva. No
saldo, nenhum gol, uma
bola na trave e várias boas
cobranças de falta. Mas os
altos e baixos neste Capixabão não mexem com o
volante Bruninho Araújo.
Hoje, às 20h15, contra o
Real Noroeste, no Engenheiro Araripe, ele terá
uma oportunidade para
tentar ajudar a Desportiva
a reagir no hexagonal semifinal do Capixabão.
O time grená vem de
duas derrotas seguidas –
para Rio Branco e Estrela –
e, com apenas três pontos
em três jogos disputados,
precisa da vitória para não
ver o sonho de chegar à final ficar mais distante.
“Essejogovalenossaretomada, que é o que a gente mais quer. Passamos por
Cobrador de faltas da Tiva, Bruninho Araújo espera acertar o pé e balançar a rede
dificuldades nesse campeonatoesabemoscomoé
ruim ficar lá embaixo”,
disse Bruninho
“Tenho jogado mais
avançado, mas gosto mesmo de atuar como volante.
Depende muito do sistemadejogoeoqueoMauro
quer. Penso que as coisas
estão caminhando e venho trabalhando firme para eu estar pronto quando
a oportunidade chegar”,
explicou o jogador, quem
vem substituindo Tabata,
com lesão muscular.
Batedor de faltas oficial
do time, o jejum de gols incomoda Bruninho. E a vontade de balançar as redes é
tanta que não importa como seja o gol, desde que a
bolaentreeajudeaDesportivaavencer.“Porondepassei, fiz gol e quero marcar
de qualquer jeito, nem precisaserdefalta.Demoraparasair,masquandosai,passa a ser em todo o jogo. Esse
jejum me deixa ansioso”.
Bruninho é filho de
Tião, um ex-meia que até
já jogou ao lado de Mauro
Soares, o que faz com que
elesecobremaisdentrode
campo. “Eu acabo me cobrando e, na verdade, sei
que posso mostrar mais”.
A partida contra o Real
Noroeste vai ser a mais
desfalcada da Desportiva
no campeonato. Sem o goleiro Felipe, expulso na
partida contra o Estrela, o
meia-atacante Jean Sá,
que tomou o terceiro cartão amarelo, além do lateral Vitor Santiago, o zagueiro Leandro Dias, o volante Tabata e o atacante
Acerola, lesionados, Mauro Soares precisou botar a
cabeça para pensar. Em
compensação, o meia Erivelton retorna.
“Temos um plantel enxuto, mas de qualidade. É
aí que vamos apostar. Na
frente, por exemplo, tenho a opção do Ramon ou
do Sharlei. Se pensar na
juventudeeforça,optopelo Ramon, se quiser experiência, tem o Sharlei”,
disse o treinador, fazendo
algum mistério.
Desportiva
Real Noroeste
Desportiva: Paulo Henrique;
Ivan, Tony, Eron e Maxwell (Leleu); Thiago, Bruninho Araújo,
Marcos Alagoano, Erivelton e
Tatá; Sharlei (Ramon). Técnico:
Mauro Soares
Real Noroeste: Marcão; Sebá,
Bahia, Jefferson Lopes e Pedrinho, Frank, Fusquinha, Marcinho e Nil; Morotó e Stênio.
Técnico: Wagner Oliveira
Estádio: Engenheiro Araripe
Horário: 20h15
Árbitro: Devarly do Rosário
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