Universidade Federal da Paraíba Centro de Tecnologia Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica MESTRADO CONTROLE DE POSIÇÃO DE UMA MESA DE COORDENADAS DE DOIS GRAUS DE LIBERDADE por Érick Zambrano Cordeiro Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Federal da Paraíba para obtenção do grau de Mestre. João Pessoa – Paraíba julho de 2009 ii ÉRCIK ZAMBRANO CORDEIRO CONTROLE DE POSIÇÃO DE UMA MESA DE COORDENADAS DE DOIS GRAUS DE LIBERDADE Dissertação apresentada ao Curso de PósGraduação em Engenharia Mecânica da Universidade Federal da Paraíba, em cumprimento às exigências para obtenção do Grau de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Paulo Henrique de Miranda Montenegro João Pessoa – Paraíba julho de 2009 C794c Cordeiro, Érick Zambrano. Controle de posição de uma mesa de coordenadas de dois graus de liberdade / Érick Zambrano Cordeiro.- João Pessoa, 2009. 206f. : il. Orientador: Paulo Henrique de Miranda Montenegro Dissertação (Mestrado) – UFPB/CT 1. Engenharia Mecânica. 2. Modelagem hidráulica. 3. Controlador de Mínima Variância Generalizada(GMV). 4. Sistema hidráulico – simulação. UFPB/BC CDU: 621(043) iii CONTROLE DE POSIÇÃO DE UMA MESA DE COORDENADAS DE DOIS GRAUS DE LIBERDADE por ÉRICK ZAMBRANO CORDEIRO Dissertação aprovada em 31 de julho de 2009. Período letivo 2009.1. Prof. Dr. Benedito Santana de Oliveira Examinador Externo Prof. Dr. José Antônio Riul – UFPB Examinador Interno Prof. Dr. Paulo Henrique de Miranda Montenegro – UFPB Orientador IFPB João Pessoa – Paraíba julho de 2009 iv Aos meus pais Gileno e Lilian e a minha esposa Ana Cláudia. v AGRADECIMENTOS À minha esposa Ana Cláudia, por estar comigo em todos os desafios, incentivando-me com muito amor, paciência e dedicação. A toda minha família, em especial aos meus pais, Gileno e Lilian, as minhas irmãs, Liliane e Gisele, e a minha sobrinha Carne, pelo carinho. Aos meus sogros Sebastião e Leônia pela torcida. Ao amigo e orientador, Prof. Dr. Paulo Henrique de Miranda Montenegro pela confiança, orientação, incentivo e apoio. Ao Prof. Dr. José Antônio Riul pelas valorosas contribuições prestadas ao longo deste trabalho. Aos membros da banca examinadora pelas sugestões fornecidas para melhoria deste trabalho. Ao amigo James Sidney pela amizade, constante incentivo e disposição de ajudar. A todos os professores e funcionários do Departamento de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da UFPB, que de alguma maneira contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho. A todos os pesquisadores cujos trabalhos nos serviram de consulta. vi CONTROLE DE POSIÇÃO DE UMA MESA DE COORDENADAS DE DOIS GRAUS DE LIBERDADE RESUMO Este trabalho apresenta a simulação de um sistema hidráulico de dois graus de liberdade para posicionamento de uma carga num plano horizontal, utilizando um controlador de Mínima Variância Generalizada (GMV) definido por ISERMANN et al (1992). Para tal, apresentam-se as leis da física que foram utilizadas para a determinação de um modelo matemático linear que representa, na simulação, o sistema hidráulico real em estudo. Em seguida simula-se a identificação de um novo modelo utilizado para projetar o controlador GMV. O sistema é composto, basicamente, por: circuito de potência, duas válvulas do tipo carretel, dois cilindros de atuação e uma carga a ser posicionada. O cilindro 1 movimenta a carga na direção do eixo “X” e o cilindro 2 movimenta a carga na direção do eixo “Z”. A carga é acoplada à extremidade da haste do cilindro 2 e este conjunto é acoplado à haste do cilindro 1. Os resultados do GMV, controlando o sistema hidráulico de dois graus de liberdade para seguir três trajetórias de referência no plano horizontal “XZ”, são mostrados e comentados com base nas especificações de desempenho que o sistema deve obedecer. Palavras-chave: Modelagem hidráulica, controlador de mínima variância generalizada, sistema hidráulico. vii POSITION CONTROL OF A COORDINATES TABLE WITH TWO DEGREES OF FREEDOM ABSTRACT This work presents the simulation of a hydraulic system with two degrees of freedom used to position a load on a horizontal plane, using a Generalized Minimum Variance controller (GMV) defined by ISERMANN et al (1992). For this, the Physics laws used to determinate the mathematical linear model that represents the real hydraulic system in study are presented. After, the identification of a new model is simulated, that is used to design the GMV controller. Basically, the system is composed by: power circuit, two spool valves, two performance cylinders and a load to be positioned. The cylinder 1 moves the load in the “X” axis direction and the cylinder 2 moves the load in the “Z” axis direction. The load is coupled on the rod end of the cylinder 2, and the kit coupled on the rod end of the cylinder 1. The results obtained by GMV controlling the hydraulic system with two degrees of freedom to follow three reference ways in “XZ” horizontal plane, are shown and commented based on performance specifications that the system must obey. Keywords: hydraulic molding, generalized minimum variance controller, hydraulic system. viii SUMÁRIO CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO SOBRE SISTEMAS DE CONTROLE HIDRÁULICOS ................................................................................................................ 26 1.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 26 1.2 ESTADO DA ARTE .................................................................................................... 29 1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ......................................................................... 38 CAPÍTULO 2 - MODELAGEM DE UM MANIPULADOR HIDRÁULICO DE DOIS GRAUS DE LIBERDADE ................................................................................................ 40 2.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 40 2.2 SISTEMAS HIDRÁULICOS ..................................................................................... 40 2.2.1 Vantagens e limitações dos sistemas hidráulicos ................................................... 42 2.2.2 Tipos de válvulas e cilindros hidráulicos ................................................................ 43 2.3 DESCRIÇÃO DO SISTEMA ..................................................................................... 46 2.4 MODELAGEM DO SISTEMA DE ATUAÇÃO ...................................................... 47 2.4.1 Princípio da conservação de massa. Equação da continuidade............................ 49 2.4.2 Princípio da conservação de energia. Equação geral da vazão em orifícios ....... 52 2.4.3 Equação da vazão de controle na válvula............................................................... 55 2.4.4 Modelagem de cilindros de dupla ação simétricos. ............................................... 63 2.4.5 Equação do movimento para o cilindro.................................................................. 66 CAPÍTULO 3 - PROJETO DE UM CONTROLADOR GMV PARA AGIR SOBRE UM MANIPULADOR HIDRÁULICO DE DOIS GRAUS DE LIBERDADE ........... 71 3.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 71 3.2 PARÂMETROS DO SISTEMA ................................................................................. 71 3.3 IDENTIFICAÇÃO DO SISTEMA ............................................................................ 75 3.4 PROJETO DO CONTROLADOR GMV ................................................................. 77 3.5 CONCLUSÃO.............................................................................................................. 81 ix CAPÍTULO 4 - RESULTADOS....................................................................................... 83 4.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 83 4.2 APRESENTAÇÃO DAS TRAJETÓRIAS DE REFERÊNCIA.............................. 84 4.2.1 Apresentação da trajetória de referência polinomial cúbica seguida de degrau 84 4.2.2 Apresentação da trajetória de referência circular ................................................ 87 4.2.3 Apresentação da trajetória de referência em degraus .......................................... 89 4.3 SIMULAÇÕES ............................................................................................................ 90 4.3.1 Análise das configurações do caso 1 aplicadas à trajetória de referência polinomial cúbica seguida de degrau ............................................................................... 91 4.3.2 Análise das configurações do caso 1 aplicadas à trajetória de referência circular ............................................................................................................................................. 95 4.3.3 Análise das configurações do caso 1 aplicadas à trajetória de referência em degraus.............................................................................................................................. 100 4.3.4 Análise das configurações do caso 2 aplicadas à trajetória de referência em degraus.............................................................................................................................. 104 4.3.5 Análise das configurações do caso 3 aplicadas à trajetória de referência em degraus.............................................................................................................................. 108 4.3.6 Análise das configurações do caso 3 aplicadas à trajetória de referência polinomial cúbica seguida de degrau ............................................................................. 112 4.3.7 Análise das configurações do caso 4 aplicadas à trajetória de referência em degraus.............................................................................................................................. 116 4.3.8 Análise das configurações do caso 5 aplicadas à trajetória de referência em degraus.............................................................................................................................. 121 4.3.9 Análise das configurações do caso 5 aplicadas à trajetória de referência polinomial cúbica seguida de degrau ............................................................................. 125 4.3.10 Análise das configurações do caso 5 aplicadas à trajetória de referência circular.............................................................................................................................. 128 4.4 CONCLUSÃO............................................................................................................ 132 CAPÍTULO 5 - CONCLUSÃO FINAL ......................................................................... 138 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 143 APÊNDICE A - SISTEMAS DE CONTROLE ............................................................ 149 A.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 149 A.2 DEFINIÇÕES BÁSICAS PARA O ENTENDIMENTO SOBRE CONTROLE 150 x A.3 MODELAGEM MATEMÁTICA ........................................................................... 151 A.3.1 Tipos de modelos .................................................................................................... 152 A.3.2 Tipos de modelagem matemática ......................................................................... 153 A.3.3 Representações de modelos lineares .................................................................... 154 A.4 IDENTIFICAÇÃO DE SISTEMAS........................................................................ 160 A.4.1 Procedimentos de identificação ............................................................................ 161 A.5 ESTIMADOR DOS MÍNIMOS QUADRADOS RECURSIVO (MQR) ............. 162 A.5.1 Estimação de sistemas variantes no tempo.......................................................... 168 A.5.2 Atualização da matriz de covariância .................................................................. 169 A.5.3 Fator de esquecimento ........................................................................................... 170 A.5.4 Validação do modelo ............................................................................................. 172 A.6 CONTROLE ADAPTATIVO ................................................................................. 172 A.7 TIPOS DE CONTROLADORES ADAPTATIVOS .............................................. 174 A.7.1 Controlador de ganho tabelado ............................................................................ 174 A.7.2 Controladores adaptativos por modelo de referência (MRAC) ........................ 175 A.7.3 Controlador auto-ajustável (STR) ....................................................................... 176 A.7.4 Controlador de variância mínima generalizada (GMV).................................... 178 A.8 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 187 APÊNDICE B - LISTAGEM DOS PROGRAMAS EM MATLAB ........................... 188 B.1 PROGRAMA PARA DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DA EQUAÇÃO A DIFERENÇAS DO SISTEMA SIMULADO ............................................................ 188 B.2 PROGRAMA MQR EM MATLAB ........................................................................ 190 B.3 PROGRAMA EM MATLAB DO CONTROLADOR GMV PARA SEGUIR AS TRAJETÓRIAS DE REFERÊNCIA ............................................................................. 194 xi LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 – Esquema da mesa de coordenadas de dois graus de liberdade acionada hidraulicamente para o posicionamento de uma massa M2 no plano X Z. ....... 26 Figura 1.2 – Campos de aplicação de tecnologias para automação e controle (HESSE, 2000). ................................................................................................................ 28 Figura 1.3 – Máquina à vapor de James Watt com regulador centrífugo de esferas em destaque. ........................................................................................................... 31 Figura 1.4 – Sistema de controle de velocidade, baseado no controlador de velocidade de James Watt (OGATA, 2003). ........................................................................... 31 Figura 2.1 – Estrutura básica de um circuito hidráulico (BOSCH, 1989) ........................... 41 Figura 2.2 – Válvula de controle tipo carretel de 4 vias. ..................................................... 44 Figura 2.3 – Válvulas direcionais tipo carretel com: (a) centro subcrítico; (b) centro crítico; (c) centro supercrítico. ...................................................................................... 44 Figura 2.4 – Tipos de cilindros hidráulicos: (a) de simples ação; (b) de dupla ação. ......... 45 Figura 2.5 – Tipos de cilindros hidráulicos de dupla ação: (a) de haste simples; (b) de haste dupla; (c) tandem; (d) telescópico. ................................................................... 45 Figura 2.6 – Esquema de um manipulador hidráulico com dois graus de liberdade. .......... 46 Figura 2.7 - Esquema de um atuador hidráulico genérico com carga. ................................ 48 Figura 2.8 – Volume de controle genérico. ......................................................................... 50 Figura 2.9 – Escoamento através de um orifício. ................................................................ 52 Figura 2.10 – Válvula carretel com quatro ressaltos e centro crítico na posição central. ... 55 Figura 2.11 – Movimentação da carga M de acordo com o deslocamento do carretel da válvula: a) Carga movimentada para esquerda b) Carga movimentada para direita. ............................................................................................................... 56 Figura 2.12 – Cilindro hidráulico de dupla ação simétrico com carga acoplada................. 64 Figura 2.13 – Diagrama de corpo livre da carga. ................................................................ 67 Figura 3.1 – Esquema de um manipulador hidráulico com dois graus de liberdade. .......... 72 xii Figura 3.2 – Sistema com perturbação (ruído). ................................................................... 77 Figura 3.3 – Diagrama de blocos do controlador adaptativo auto-ajustável mostrando em detalhes o sistema com ruído, o MQR e o GMV. ............................................. 80 Figura 4.1 – Exemplo de uma trajetória polinomial cúbica. ............................................... 85 Figura 4.2 – Trajetória de referência cúbica. ....................................................................... 87 Figura 4.3 – Trajetória de referência circular a ser seguida pelo sistema. .......................... 87 Figura 4.4 – Trajetória de referência co-senoidal a ser seguida pelo pistão 1. .................... 88 Figura 4.5 – Trajetória de referência senoidal a ser seguida pelo pistão 2. ......................... 89 Figura 4.6 – Trajetória de referência em degraus. ............................................................... 89 Figura 4.7 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória cúbica seguida de degrau utilizando as configurações do caso 1. ..... 92 Figura 4.8 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência cúbica seguida de degrau ao utilizar as configurações do caso 1. ................................................................................... 93 Figura 4.9 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência cúbica seguida de degrau, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 1. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 1 para seguir a trajetória de referência cúbica seguida de degrau. .............................. 93 Figura 4.10 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória cúbica seguida de degrau utilizando as configurações do caso 1. ..... 94 Figura 4.11 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência cúbica seguida de degrau ao utilizar as configurações do caso 1. ................................................................................... 94 Figura 4.12 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência cúbica seguida de degrau, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 1. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 1 para seguir a trajetória de referência cúbica seguida de degrau. .............................. 95 Figura 4.13 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória co-senoidal utilizando as configurações do caso 1............................ 96 xiii Figura 4.14 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência co-senoidal ao utilizar as configurações do caso 1. ............................................................................................................... 97 Figura 4.15 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência co-senoidal, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 1. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 1 para seguir a trajetória de referência co-senoidal. .................................................................. 97 Figura 4.16 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória senoidal utilizando as configurações do caso 1. ................................ 98 Figura 4.17 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência senoidal ao utilizar as configurações do caso 1. ....................................................................................................................... 98 Figura 4.18 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência senoidal, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 1. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 1 para seguir a trajetória de referência senoidal. ........................................................................................... 99 Figura 4.19 – Resposta do sistema hidráulico seguindo a trajetória circular no plano X Z, sob ação do controlador GMV e utilizando as configurações do caso 1. ......... 99 Figura 4.20 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 1. ......................... 101 Figura 4.21 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 1. ............................................................................................................. 101 Figura 4.22 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 1. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 1 para seguir a trajetória de referência em degraus. ................................................................ 102 Figura 4.23 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 1. ......................... 102 xiv Figura 4.24 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 1. ............................................................................................................. 103 Figura 4.25 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 1. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 1 para seguir a trajetória de referência em degraus. ................................................................ 103 Figura 4.26 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 2. ......................... 105 Figura 4.27 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 2. ............................................................................................................. 105 Figura 4.28 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 2. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 2 para seguir a trajetória de referência em degraus. ................................................................ 106 Figura 4.29 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 2. ......................... 106 Figura 4.30 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 2. ............................................................................................................. 107 Figura 4.31 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 2. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 2 para seguir a trajetória de referência em degraus. ................................................................ 107 Figura 4.32 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 3. ......................... 109 Figura 4.33 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 3. ............................................................................................................. 110 xv Figura 4.34 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 3. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 3 para seguir a trajetória de referência em degraus. ................................................................ 110 Figura 4.35 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 3. ......................... 111 Figura 4.36 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 3. ............................................................................................................. 111 Figura 4.37 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 3. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 3 para seguir a trajetória de referência em degraus. ................................................................ 112 Figura 4.38 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória cúbica seguida de degrau utilizando as configurações do caso 3. ... 113 Figura 4.39 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência cúbica seguida de degrau ao utilizar as configurações do caso 3. ................................................................................. 114 Figura 4.40 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência cúbica seguida de degrau, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 3. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 3 para seguir a trajetória de referência cúbica seguida de degrau. ............................ 114 Figura 4.41 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória cúbica seguida de degrau utilizando as configurações do caso 3. ... 115 Figura 4.42 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência cúbica seguida de degrau ao utilizar as configurações do caso 3. ................................................................................. 115 Figura 4.43 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência cúbica seguida de degrau, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 3. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus xvi limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 3 para seguir a trajetória de referência cúbica seguida de degrau. ............................ 116 Figura 4.44 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 4. ......................... 118 Figura 4.45 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 4. ............................................................................................................. 118 Figura 4.46 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 4. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 4 para seguir a trajetória de referência em degraus. ................................................................ 119 Figura 4.47 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 4. ......................... 119 Figura 4.48 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 4. ............................................................................................................. 120 Figura 4.49 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 4. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 4 para seguir a trajetória de referência em degraus. ................................................................ 120 Figura 4.50 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 5. ......................... 122 Figura 4.51 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 5. ............................................................................................................. 122 Figura 4.52 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 5. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 5 para seguir a trajetória de referência em degraus. ................................................................ 123 xvii Figura 4.53 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 5. ......................... 123 Figura 4.54 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 5. ............................................................................................................. 124 Figura 4.55 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 5. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 5 para seguir a trajetória de referência em degraus. ................................................................ 124 Figura 4.56 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória cúbica seguida de degrau utilizando as configurações do caso 5. ... 125 Figura 4.57 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência cúbica seguida de degrau ao utilizar as configurações do caso 5. ................................................................................. 126 Figura 4.58 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência cúbica seguida de degrau, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 5. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 5 para seguir a trajetória de referência cúbica seguida de degrau. ............................ 126 Figura 4.59 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória cúbica seguida de degrau utilizando as configurações do caso 5. ... 127 Figura 4.60 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência cúbica seguida de degrau ao utilizar as configurações do caso 5. ................................................................................. 127 Figura 4.61 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência cúbica seguida de degrau, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 5. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 5 para seguir a trajetória de referência cúbica seguida de degrau. ............................ 128 Figura 4.62 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória co-senoidal utilizando as configurações do caso 5.......................... 129 xviii Figura 4.63 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência co-senoidal ao utilizar as configurações do caso 5. ............................................................................................................. 129 Figura 4.64 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência co-senoidal, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 5. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 5 para seguir a trajetória de referência co-senoidal. ................................................................ 130 Figura 4.65 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória senoidal utilizando as configurações do caso 5. .............................. 130 Figura 4.66 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência senoidal ao utilizar as configurações do caso 5. ..................................................................................................................... 131 Figura 4.67 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência senoidal, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 5. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 5 para seguir a trajetória de referência senoidal. ......................................................................................... 131 Figura 4.68 – Resposta do sistema hidráulico seguindo a trajetória circular no plano X Z, sob ação do controlador GMV e utilizando as configurações do caso 5. ....... 132 Figura A.1 – Sistema a ser controlado. .............................................................................. 151 Figura A.2 – Sistema de controle a malha aberta. ............................................................. 151 Figura A.3 – Sistema de controle a malha fechada. .......................................................... 151 Figura A.4 – Esquemas de identificação off-line e on-line................................................ 162 Figura A.5 – Esquema iterativo para estimação de parâmetros em tempo real................. 166 Figura A.6 – Diagrama de blocos de um sistema adaptativo. ........................................... 173 Figura A.7 – Diagrama de bloco de um sistema com ganho tabelado. ............................. 174 Figura A.8 – Estrutura com modelo de referência (MRAC). ............................................ 175 Figura A. 9 – Diagrama de blocos de um controlador auto-ajustável. .............................. 177 Figura A.10 – Controle do sistema perturbado por um ruído estocástico. ........................ 180 xix LISTA DE TABELAS Tabela 3.1 – Parâmetros do sistema hidráulico. .................................................................. 72 Tabela 4.1 – Valores das variáveis ajustáveis do controlador adaptativo, utilizados para compor as configurações de cinco casos. ......................................................... 91 Tabela 4.2 – Valores das variáveis da configuração do caso 1 a serem utilizados no GMV para que o sistema hidráulico siga a trajetórias de referências. ........................ 92 Tabela 4.3 – Valores das variáveis da configuração do caso 2 a serem utilizados no GMV para que o sistema hidráulico siga as trajetórias de referências. .................... 104 Tabela 4.4 – Valores das variáveis da configuração do caso 3 a serem utilizados no GMV para que o sistema hidráulico siga as trajetórias de referências. .................... 109 Tabela 4.5 – Valores das variáveis da configuração do caso 4 a serem utilizados no GMV para que o sistema hidráulico siga as trajetórias de referências. .................... 117 Tabela 4.6 – Valores das variáveis da configuração do caso 4 a serem utilizados no GMV para que o sistema hidráulico siga as trajetórias de referências. .................... 121 Tabela 4.7 – Resumo dos resultados da mesa de coordenadas sob ação do controlador adaptativo do tipo GMV ao seguir as trajetórias de referência utilizando cinco configurações distintas para o controlador. .................................................... 133 xx LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS A(.), B(.), C(.), D(.), F(.), L(.), PP(.), QQ(.) – Polinômios A, B, C, D, Φ, Γ, Cd e Dd – Matrizes ai, bi, ci, di, fi, l i , ppi, qqi – Parâmetros dos polinômios A(.), B(.), C(.), D(.), F(.), L(.), PP(.), QQ(.), respectivamente c – Coeficiente de amortecimento viscoso do pistão e da carga Cc – Coeficiente de contração Cl – Ganho do cilindro Cv – Coeficiente de velocidade d – Atraso de transporte dc – Diâmetro do carretel da válvula dP – Incremento de pressão dS – Elemento de área dV – Elemento de volume e(.) – Representa: erro de modelagem, erro de medição ou ruído na saída do tipo estocástico, determinístico ou offset; E[.] – Esperança matemática F – Força Fp – Força perturbadora g – Aceleração da gravidade Gn(.) – Função de transferência do filtro do ruído Gs(z) – Função de transferência de um sistema incluindo o segurador de ordem zero Gx(.) – Função de transferência de malha aberta da planta responsável pelo posicionamento da carga M2 no eixo X Gz(.) – Função de transferência de malha aberta da planta responsável pelo posicionamento da carga M2 no eixo Z H(s) – Transformada de Laplace da função f(t) xxi h(t) – Função de transferência da resposta ao impulso no tempo H(z) – Transformada Z de h(t) I – Matriz identidade I1, I2 – Função custo J – Função do quadrado do erro a ser minimizada pelo MQR jω – Parte imaginária da variável complexa K(t) – Ganho do estimador Kc – Coeficiente de vazão-pressão Kp – Ganho do controlador proporcional Kq – Ganho de vazão Lc – Comprimento das câmaras 1 e 2 do cilindro hidráulico Lf – Coeficiente de fuga lp – Largura do pórtico da válvula m – Magnitude dos valores iniciais da matriz de covariância M – Massa de uma carga conectada a um atuador M1 – Massa da carga conectada ao atuador 1 M2 – Massa da carga conectada ao atuador 2 Mp – Sobre-sinal N – Número de medidas n – Ordem do sistema n(.) – Ruído branco filtrado na, nb, nc, nd, npp, nqq – Grau dos polinômios A(.), B(.), C(.), D(.), PP(.), QQ(.), respectivamente P(.) – Matriz de covariância Pc – Pressão de controle Pd – Pressão de descarga Pi – Pressão em diversas partes de um circuito hidráulico Ps – Pressão de suprimento q – Elementos da matriz Q(t) Q(t) – Matriz diagonal semi-definida positiva Q, Qi – Vazão nas linhas de um sistema hidráulico Qc – Vazão de controle Qint – Vazamento interno no cilindro xxii QLmáx – Máxima vazão da válvula r – Ponderação da variável manipulada R2 – Coeficiente de correlação múltipla s – Operador de Laplace S, Si – Áreas diversas sign(u) – Função sinal t – Tempo tg – Instante de saída do controlador proporcional e entrada do controlador GMV Ts – Período de amostragem ts – Tempo de acomodação u(.), u – Sinais de entrada de um sistema ou variável manipulada umax – Máximo curso da válvula U(s), Ui(s) – Transformada de Laplace de u(t) ux, ux(.) – Variável de controle 1 ou variável manipulada 1 ou entrada 1 do sistema uz, uz(.) – Variável de controle 2 ou variável manipulada 2 ou entrada 2 do sistema Ux(z) – Transformada Z de ux(t) Uz(z) – Transformada Z de uz(t) r v – Vetor velocidade V1, V2 – Volume de fluido das câmaras 1 e 2 do cilindro hidráulico Vt – Volume total do fluido w – Sinal de referência, posição de referência x(.) – Posição da carga M1 no eixo “X” ou saída 1 do sistema x(t) – Função de tempo X(s) – Transformada de Laplace de x(t) X(z) – Transformada Z de x(t) Y – Matriz de saída Y(s) – Transformada de Laplace de y(t) Y(z) – Transformada Z de y(t) y, y(.) – Saída de um sistema, posição de uma carga y – Média das N amostras da experimentação y(.) – Saída estimada de um sistema yu(.) – Sinal de saída do sistema z – Símbolo operacional da transformada Z; zero do sistema xxiii z1, z2 – Cotas dos centros das seções 1 e 2 respectivamente z(.) – Posição da carga M2 no eixo “Z” ou saída 2 do sistema Z(s), – Transformada de Laplace de z(t) λ – Fator de esquecimento ψ – Ganho de adaptação ω – Gradiente de área da válvula ρ – Massa específica φ – Matriz de observação β – Módulo de elasticidade volumétrica γ – Peso específico do fluido hidráulico ξ – Vetor do erro e(.) ϕ(.) – Vetor de medidas θ(.), θ – Vetor de parâmetros do modelo ε(t) – Erro de modelagem υ(t) – Sinal de ruído estacionário com distribuição normal e de média nula. σ[.] – Variância θ MQ , θ , θ . – Vetor de parâmetros estimados AR – Autoregressive – modelo auto-regressivo ARIMAX – Autoregressive moving average with exogenous inputs integrated – modelo auto-regressivo integrado de média móvel e entradas exógenas ARIX – Autoregressive with exogenous inputs integrated – modelo auto-regressivo integrado de entradas exógenas ARMA – Autoregressive moving average – modelo auto-regressivo com média móvel ARMAX – Autoregressive moving average with exogenous inputs – modelo autoregressivo com média móvel e entradas exógenas ARX – Autoregressive with exogenous inputs – modelo auto-regressivo com entradas exógenas CAR – Controlled autoregressive – controlador auto-regressivo CARIMA – Controlled autoregressive integrated moving average – controlador autoregressivo integrado com média móvel xxiv CARMA – Controlled autoregressive moving average – controlador auto-regressivo com média móvel CC – Controlador em cascata DMV – Dahlin variância mínima GMV – Controlador de variância mínima generalizada GPC – Controlador preditivo generalizado GPP – Controlador preditivo generalizado com alocação de pólos LQG – Controlador linear quadrático gaussiano MA – Moving average – modelo com média móvel MIMO – Multiple input, multiple outputs – Sistema com múltiplas entradas e múltiplas saídas MISO – Multiple inputs, single output – Sistema com múltiplas entradas e uma saída MIT – Esquema de gradiente para minimizar o erro ε2 no MRAC. Regra proposta por Whitaker de MIT MQ – Algoritmo dos mínimos quadrados MQE – Algoritmo dos mínimos quadrados estendidos MQG – Algoritmo dos mínimos quadrados generalizados MQR – Algoritmo dos mínimos quadrados recursivos MQT – Algoritmo dos mínimos quadrados totais MQVI – Algoritmo dos mínimos quadrados das variáveis instrumentais MRAC – Controladores adaptativos por modelo de referência MV – Controlador de variância mínima P – Controlador proporcional PD – Controlador proporcional derivativo PID – Controlador proporcional integral derivativo SC – Superfície de controle SEQ – Somatório do erro quadrático SH – Sistemas hidráulicos SIMO – Single input, multiple outputs – Sistema com única entrada e múltiplas saídas SISO – Single input, single output – Sistema com única entrada e única saída SM – Sistemas com motor elétrico e fuso SP – Sistemas pneumáticos SS – Sistemas com motor de passo xxv STR – Controlador auto-ajustável VC – volume de controle CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO SOBRE SISTEMAS DE CONTROLE HIDRÁULICOS 1.1 INTRODUÇÃO Esse trabalho tem como objetivo realizar a simulação de uma mesa de coordenadas dois graus de liberdade acionada hidráulicamente e submetida à ação de um Controlador de Variância Mínima Generalizada (GMV) para o posicionamento de uma carga, de massa “M2”, no plano horizontal, obedecendo às especificações de desempenho. O esquema do circuito hidráulico é representado pela figura 1.1. Z M2 M1 X uz(t) Cilindro Hidráulico 1 x(t) z(t) ux(t) Válvula 1 Válvula 2 Cilindro Hidráulico 2 Figura 1.1 – Esquema da mesa de coordenadas de dois graus de liberdade acionada hidraulicamente para o posicionamento de uma massa M2 no plano X Z. 27 Os deslocamentos dos carretéis das válvulas 1 e 2 restringem e direcionam o fluido hidráulico para uma das câmaras dos seus respectivos cilindros. A liberação do fluido para uma das câmaras do cilindro proporciona o deslocamento do êmbolo e, por conseqüência, o deslocamento da carga acoplada à extremidade da haste do mesmo. Percebe-se que a carga “M1” está acoplada na extremidade da haste do pistão 1 e que a carga “M2” está fixada na extremidade da haste do pistão 2. Observe-se também que a carga “M2” é parte da carga “M1”, portanto pode-se dizer que o circuito 1 é responsável pelo deslocamento e posicionamento da carga “M2” na direção do eixo “X”, e o circuito 2 é responsável pelo deslocamento e posicionamento dessa mesma carga na direção do eixo “Z”. Existem diversos sistemas de atuação que podem ser utilizados e vários aspectos devem ser considerados para a escolha de tais sistemas, como: custo, condições ambientais, mantenabilidade, confiabilidade, entre outros. Ao se levar em conta os requisitos técnicos que o sistema será submetido, como força e velocidade de atuação, obtêm-se uma faixa de atuação que permite escolher entre até três sistemas, como também, pode-se obter uma faixa de atuação que restrinja a utilização para um único sistema. A figura 1.2 apresenta campos de utilização para os seguintes sistemas: hidráulicos (SH), com conjuntos motor elétrico e fuso (SM), pneumáticos (SP) e com motor de passo (SS). Utilizam-se sistemas hidráulicos, basicamente, onde se faz necessário uma elevada potência de saída, permitindo respostas rápidas e precisas. Hoje em dia, devido ao desenvolvimento tecnológico, os sistemas hidráulicos são aplicados em praticamente todos os ramos de atividade, desde a extração mineral até na indústria aeroespacial. Uma listagem das principais aplicações de um sistema hidráulico é feita a seguir, baseando-se em LINSINGEN (2003), comprovando, portanto, a importância desse sistema para a humanidade. Os principais campos de aplicações dos sistemas hidráulicos são: máquinas operatrizes, máquinas injetoras, prensas hidráulicas, robôs industriais, laminadores, controle de fornos, controle de lingotamento, comportas de represas, controladores de turbinas, equipamentos para pontes móveis, equipamentos de mineração, equipamentos de exploração de petróleo, máquinas de terraplanagem, máquinas agrícolas, veículos de transporte e passeio, guindastes de convés, controladores de leme, operação de redes em barcos de pesca, controle de aeronaves (lemes, flaps), trens de aterrissagem, simuladores de vôo, direcionadores de foguetes, equipamentos odontológicos e hospitalares, 28 processadores de lixo urbano, oficinas e postos de serviços de veículos, manutenção de redes elétricas, entre outros. SM SH SP 1.000 1 Força de atuação em N 10.000 SS 1 1.000 Velocidade de atuação em mm/s. 10.000 Figura 1.2 – Campos de aplicação de tecnologias para automação e controle (HESSE, 2000). Neste trabalho o sistema real a ser controlado será representado por um modelo matemático obtido pelas leis da física (modelagem caixa branca) e, para uma maior aproximação à realidade, será acrescida a este modelo uma perturbação na saída do sistema para representar um ruído no sistema de medição. O algoritmo de controle escolhido para o sistema hidráulico foi o GMV. Segundo a literatura existente, esse tipo de controlador apresenta um bom desempenho no rastreamento de referência e robustez frente às variações na dinâmica do sistema, às restrições no controle e às perturbações. Para testar a eficácia do sistema de controle sob a ação do GMV utilizam-se três trajetórias de referência a serem seguidas pela carga “M2” do sistema hidráulico, obedecendo algumas especificações de desempenho. Para tal, o GMV controla o sistema hidráulico manipulando o deslocamento dos carretéis das válvulas que produz uma restrição e direcionamento do fluxo hidráulico para uma das câmaras do pistão, com o intuito de deslocar os êmbolos e com isto posicionar a carga “M2” no plano “XZ” de 29 maneira que esta siga uma determinada trajetória de referência. Para que erros entre o deslocamento real da carga “M2” e a trajetória de referência sejam minimizados, medições contínuas do posicionamento da referida carga são realizadas para realimentar o controlador e permitir ajustes no posicionamento. O controlador a ser utilizado é um controlador Adaptativo Auto-ajustável de Variância Mínima Generalizada que visa minimizar uma função custo, “I2”, também denominada de função objetivo. I Eyk d 1 wk d 1 r · u k (1.1) A função custo “I2” deve minimizar a variância do desvio quadrático entre a variável controlada “y” e o sinal de referência “w”, e ainda a parcela “r” da variância da variável manipulada “u” que auxilia na minimização desta função. A função custo “I2” deve minimizar a variância do desvio quadrático entre a variável controlada “y” e o sinal de referência “w”, juntamente com o quadrado da variável de controle “u”. A variável de controle na função custo é multiplicada por uma constante “r” para ponderar o seu valor e auxiliar na minimização da referida função. 1.2 ESTADO DA ARTE A hidráulica está presente na vida humana desde a mais remota antiguidade, sendo desenvolvida, inicialmente, de maneira empírica sem maiores fundamentos. Os primeiros conhecimentos científicos tiveram início cerca de 200 anos a.C., através de Arquimedes que estabeleceu as leis fundamentais da Estática e da Hidrostática, tendo feito, entre outras descobertas, o famoso princípio que leva o seu nome. Com relação a controle, as primeiras aplicações que se tem notícia apareceram no período entre 300 a 1 a.C., tais como: um regulador de bóia desenvolvido na Grécia, o relógio d’água de Ktesibios e um lampião de óleo inventado por Philon que mantinha o nível do óleo combustível constante. Ambos usavam o princípio do regulador de bóia. Outros mecanismos de nível de água utilizando os reguladores de bóia foram publicados por Heron de Alexandria num livro intitulado Pneumática. No século XVII a ciência hidráulica teve progressos consideráveis com os estudos de Simon Stevin (1548-1620), Galileu Galilei (1564-1642) e Evangelista Torricelli (1608- 30 1647). Este último enunciou o primeiro teorema da hidrodinâmica que estabelece a relação íntima entre a carga e a velocidade de escoamento de um filete líquido através de um orifício em parede delgada. Depois de Torricelli, o cientista francês Blaise Pascal (16231662) em 1640, completou os trabalhos de Stevin anunciando o princípio da prensa hidráulica, denominado de princípio de Pascal, dando uma grande contribuição para o desenvolvimento da hidrostática. O primeiro sistema com retroação1 inventado na Europa moderna foi o regulador de temperatura de Cornelis Drebbel (1572-1633), da Holanda. Em 1681, Dennis Papin inventou o primeiro controlador de pressão para caldeiras a vapor (DORF e BISHOP, 2001). No século XVIII, Daniel Bernoulli demonstrou teoricamente o teorema de Torricelli, que estabelece uma relação entre velocidade, pressão, e a cota de nível da molécula líquida. Daí por diante a hidráulica teve grande impulso motivado por diversos pesquisadores. (CABEZAS, 1983). Em 1763 o engenheiro escocês James Watt (1736-1819) desenvolveu a máquina a vapor, permitindo que a hidrostática fosse aproveitada para a transmissão de energia hidráulica em sistemas térmicos. O primeiro trabalho significativo sobre controlador automático com retroação usado em um processo industrial é o regulador de esferas de James Watt, desenvolvido em 1769 para controlar a velocidade de máquinas a vapor, figura 1.3. O sistema utilizava a força centrífuga provocada pelo movimento de esferas para controlar a abertura de uma válvula e, por conseqüência, a quantidade de vapor que entrava na máquina. A figura 1.4 utiliza o princípio de Watt para regular a quantidade de combustível a ser fornecida ao motor, ajustando-se de acordo com a diferença entre a velocidade esperada e a velocidade efetiva do motor. Tal ajuste é feito alterando-se a força centrífuga do regulador, através do movimento da haste da válvula piloto que comanda o cilindro de potência, abrindo ou fechando a válvula de controle, de forma a permitir que a velocidade real do motor atinja o valor esperado. 1 Um sistema com retroação é um sistema a malha fechada que mede a sua saída real e retorna esse valor para que seja comparado com o valor da saída desejada, usando essa diferença como meio de controle. 31 Figura 1.3 – Máquina à vapor de James Watt com regulador centrífugo de esferas em destaque. Disponível em: <http://www.explicatorium.com/James-Watt.php>. Acesso em: 17 ago. 2008. Cilindro de potência Óleo sob pressão Válvula piloto Válvula de controle Combustível Fechada Aberta Motor Carga Figura 1.4 – Sistema de controle de velocidade, baseado no controlador de velocidade de James Watt (OGATA, 2003). Em 1868 J. C. Maxwell formulou um modelo matemático baseando-se no regulador de esferas e preocupando-se com o efeito que os vários parâmetros do sistema 32 tiveram sobre o desempenho do mesmo. Durante o mesmo período, I. A. Vyshnegradskii formulou uma teoria matemática sobre reguladores (DORF e BISHOP, 2001). Várias máquinas hidrostáticas e componentes de sistemas de transmissão foram desenvolvidas por W. G. Armstrong (1810-1900) na metade do século XIX e empregados principalmente na indústria naval, como acionamentos de âncoras e guindastes. Um grande passo na evolução dos sistemas hidráulicos foi dado em 1900 por um inventor amador americano Eli Janney, quando substituiu o fluido operante de água para óleo, reduzindo os problemas relativos à lubrificação e a vazamentos. Até então a movimentação de pistões era realizada por água sob pressão. Janney chegou também a desenvolver uma bomba hidrostática utilizando o princípio de pistões axiais. Elmer A. Sperry desenvolveu o giroscópio e o piloto automático, e Hele Shaw introduziu a primeira máquina de pistões radiais utilizando óleo como fluido operante, ambos, em 1910. No mesmo ano começaram a ser empregados os controladores hidrostáticos de turbinas hidráulicas (LINSINGEN, 2003). Em 1922, Minorsky demonstrou como a estabilidade poderia ser determinada a partir de equações diferenciais que descrevem o sistema. Em 1927, H. S. Black criou o amplificador com retroação. Hans Thoma iniciou o desenvolvimento das máquinas de pistões axiais, em 1930. No ano 1932, H. Nyquist elaborou o critério de estabilidade. Em 1934, Hazen discutiu o projeto de servomecanismos a relé, capaz de acompanhar de perto uma variação de entrada. Harry Vickers desenvolveu uma válvula limitadora de pressão pilotada, em 1936 (LINSINGEN, 2003), dois anos depois, H. W. Bode demonstrou o diagrama logarítmico de freqüência. A teoria e a prática de controle, antes da Segunda Guerra Mundial, desenvolveram-se de duas maneiras distintas, a primeira foi desenvolvida nos Estados Unidos e no Oeste da Europa e a outra na Rússia e no Leste Europeu. A retroação nos Estados Unidos foi incentivada pelo desenvolvimento telefônico e dos amplificadores eletrônicos que utilizavam o domínio da freqüência. A Rússia utilizou uma formulação no domínio do tempo usando equações diferenciais. A necessidade de êxito na Segunda Guerra Mundial promoveu o aumento do interesse por sistemas de controle e o desenvolvimento de novos enfoques e métodos para projetar e construir pilotos automáticos para aviões, sistemas de posicionamento de 33 canhões, sistemas de controle para antenas de radar, entre outros sistemas militares baseados na abordagem do controle com retroação. Durante a década de 40, métodos de respostas de freqüência foram aperfeiçoados permitindo que sistemas de controle linear de malha fechada satisfizessem um desempenho requerido. Em 1948, Walter R. Evans desenvolveu plenamente o método de lugar das raízes. Esse método é a essência da teoria clássica de controle e permitiu a determinação de sistemas estáveis e que satisfaziam um conjunto de condições de desempenho relativamente arbitrárias (OGATA 2003). Na década de 50, houve um desenvolvimento em todos os segmentos da automação industrial. Trabalhos como os de Backburn, Lee e Shearer, apresentados em 1958 nos Estados Unidos, deram grandes contribuições para o desenvolvimento dos sistemas hidráulicos de controle contínuo. Esse novo campo da hidráulica recebeu o nome de servo-hidráulica, separando-se da chamada hidráulica convencional. (LINSINGEN, 2003). Ainda nos anos 50, estudos sobre controle adaptativo foram realizados objetivando o desenvolvimento de pilotos automáticos para aeronaves, mas as restrições ao utilizar ferramentas analógicas com controladores adaptativos, bem como a falta de uma visão teórica e experiências negativas em testes de vôo, provocaram uma diminuição do interesse na utilização do controle adaptativo. De acordo com DORF e BISHOP (2001), em 1958, J. Engelberger e G. Devol construiram o primeiro robô industrial moderno. Grandes avanços na Teoria de Controle foram alcançados na década de 60 que mais tarde se mostraram importantes para a concepção de sistemas de controle adaptativos, tais como a teoria de Espaço de Estado e a da estabilidade, e ainda neste período, houve avanços na área de estimação e identificação de sistemas, reacendendo, portanto, o interesse sobre controladores adaptativos. Em 1969, W. Hoff desenvolveu o microprocessador. Deste então o uso de técnicas de controle moderno com realimentação em espaço de estado, tornou-se mais viável. A partir da década de 70, paralelamente ao crescimento da microeletrônica, surgiu a válvula de controle contínuo com características construtivas pouco diferentes das servoválvulas, mas ocupando uma lacuna onde se exigia custos mais compatíveis. As vantagens da então denominada válvula proporcional com relação as servo-válvulas, permitiu um 34 maior desenvolvimento nos sistemas de controle de malha aberta e de malha fechada, tais como: menor exigência em termos de resposta dinâmica, maior flexibilidade com relação ao uso em conjunto com motores lineares diferenciais e a inexistência de aparatos especiais para controle de contaminação do fluido de trabalho. Os sistemas hidráulicos foram se sofisticando, em paralelo ao desenvolvimento das técnicas dos processos de fabricação, de maneira a permitir a utilização desses sistemas em pressões cada vez mais altas e tornando-os cada vez mais compactos, precisos e eficientes. As servo-válvulas eletro-hidráulicas exigiam processos de fabricação cada vez mais sofisticados, além de aparatos hidráulicos e eletrônicos especiais para suprir a necessidade de sua alta precisão e de suas respostas dinâmicas. Isso fazia com que os custos de instalação fossem altos, restringindo o emprego dessas válvulas a sistemas específicos. (LINSINGEN, 2003). Com relação ao Controle Adaptativo a década de 70 também foi palco de uma evolução impressionante, impulsionada entre outras coisas, pelo advento dos microprocessadores. ÅSTRÖM (1970) e PETERKA (1970) apresentaram em linhas gerais o que viria a ser o algoritmo de Variância Mínima (MV), e Åström e Wittenmark (1973) apresentaram um algoritmo MV mais detalhado. Esse trabalho representa um marco na evolução do controle adaptativo devido a dois teoremas que relacionam a convergência do algoritmo de estimação com a estabilidade do sistema em malha fechada. Seguindo a mesma filosofia, Clarke e Gawthrop (1975) e (1979) apresentaram o Controlador de Variância Mínima Generalizada (GMV) (VAZ, 1999). Em 1980, estudou-se amplamente o projeto de sistemas de controle robusto utilizando como ferramenta computadores digitais como componentes de controle, realizando cálculos rápidos e precisos, e permitindo a medição e controle simultâneo de múltiplas variáveis; tecnologia anteriormente indisponível para os engenheiros de controle. Entre as décadas de 60 e 80, o controle ótimo de sistemas determinísticos2 e estocásticos3, bem como o controle adaptativo e de aprendizagem de sistemas complexos, foram amplamente pesquisados (OGATA 2003). Na segunda metade da década de 80, devido aos problemas originados pela crise do petróleo e das necessidades de controle da qualidade ambiental, surgiram trabalhos que 2 3 Sistemas determinísticos. São sistemas no qual as incertezas não são modeladas de nenhuma natureza. A saída de modelos determinísticos são números determinísticos (AGUIRRE, 2007). Sistemas estocásticos. São sistemas no qual as incertezas são modeladas na forma de variáveis aleatórias. Saída de modelos estocásticos são variáveis aleatórias (AGUIRRE, 2007). 35 sugeriam uma diversificação quanto ao tipo de fluido utilizado em sistemas hidráulicos, como óleo de origem vegetal e também o retorno à água. Paralelamente a esse desenvolvimento, observou-se o emprego de novos materiais em componentes de sistemas hidráulicos, mostrando a continuidade da evolução tecnológica dos mesmos. No final dos anos 80 e no início dos anos 90 surgiram novas compreensões sobre a robustez de controladores adaptativos, através de pesquisas sobre sistemas não-lineares. A era espacial trouxe novos estímulos para engenharia de controle incentivando o surgimento de sistemas mais complexos, precisos e leves para mísseis, sondas espaciais e satélites, originando com isso o controle ótimo. Métodos no domínio do tempo, para atender essas exigências, foram desenvolvidos nas duas últimas décadas por Liapunov, Minorsky, entre outros. Teoria de controle ótimo desenvolvidas por L. S. Pontryagin na então União Soviética e R. Bellman nos Estados Unidos, e estudos recentes sobre sistemas robustos, também contribuíram para o interesse em métodos no domínio do tempo (DORF e BISHOP, 2001). Em 1994, foram usados amplamente nos automóveis controles com retroação (DORF e BISHOP, 2001). ANDRIGHETTO, em 1996, estudou as válvulas proporcionais direcionais hidráulicas, abrangendo seu princípio de operação e não linearidades típicas. Foram analisados também, fatores importantes na seleção de válvulas proporcionais, como custo e sensibilidade a contaminante, além de revisar os principais modelos lineares e não lineares que descrevem o servomecanismo hidráulico, e comparar resultados experimentais com resultados teóricos do modelo para sua validação experimental. SANTOS, em 1998, fez um estudo comparativo entre alguns algoritmos de controle preditivo adaptativo, com relação a diversos critérios de desempenho para aplicação em processos práticos em escala de laboratório, além de estudos relativos a aspectos de robustez quanto à ordem do modelo utilizado. Os controladores utilizados nesse trabalho foram os de Variância Mínima Generalizada (GMV) propostos por Clarke, Favier, Furuta e Lim, o GMV com alocação de Pólos, o Controlador Preditivo Generalizado (GPC) e o Controlador Preditivo Generalizado com alocação de Pólos (GPP). O controlador GPC destacou-se como o de melhor desempenho global mediante uma análise qualitativa dos resultados, tanto do ponto de vista de comportamento servo como regulatório. 36 VAZ (1999) analisou, através de simulações, as técnicas de controle para garantir erro médio nulo em regime permanente para os controladores de Variância Mínima Generalizada (GMV) e de Dahlin Variância Mínima (DMV), e mostrou, de maneira geral, que este último apresenta tempos de estabilização similares com relação aos GMV, e que os GMV apresentam índices de desempenho melhores do que os DMV. Os GMV utilizados foram: GMV com Q incremental, GMV com Modelo CARIMA, GMV - Favier e Hassani e GMV com Ponderação Adaptativa para Referência; os DMV utilizados foram: DMV – Al-Chalabi e Khalill, MDMV – Vaz e Coelho e DMV – Favier e Hassani. Vários trabalhos foram realizados visando obter um melhor controle em atuadores hidráulicos, a exemplo de CUNHA em 1997, que apresentou um controlador em cascata fixo, baseado no modelo não-linear do atuador hidráulico cuja referência é a estratégia de controle em cascata proposta por GUENTHER e DE PIERI em 1997. Outros trabalhos importantes surgiram objetivando minimizar erros em malha fechada e melhorar a robustez do controle com relação às incertezas dos parâmetros e às perturbações, são eles: GUENTHER e DE PIERI (1997), LOPES (1997), GUENTHER et al. (1998, 2000), CUNHA (1997, 2001), CUNHA et al. (1997, 1998, 2000, 2002), (MACHADO, 2003). RIUL, em 2000, apresentou uma modelagem matemática linear e uma não-linear de um atuador hidráulico, com o objetivo de posicionar uma carga através de controladores convencionais do tipo proporcional e proporcional-derivativo, bem como através de controladores neurais e híbridos. FURST, em 2001, sistematizou uma metodologia para dimensionar e analisar estática e dinamicamente, circuitos hidráulicos em sistemas de atuação de controle de posição em malha fechada. A metodologia proposta foi aplicada a dois circuitos hidráulicos para controle de velocidade de turbinas em centrais hidrelétricas, através do controle de posição de cilindros hidráulicos, tendo como objetivo principal dimensionar e especificar corretamente uma válvula a partir de um dado atuador. MONTENEGRO, em 2003, apresentou projetos teóricos e experimentais de controladores convencionais dos tipos: P, PD, PID, PI-D, PID com compensador e além de um controlador não convencional híbrido para um túnel de combustão usado em geradores de sistemas de refrigeração por absorção. CARMO, em 2003, desenvolveu uma modelagem matemática para expressar a vazão dos orifícios de controle de uma válvula direcional proporcional, contemplando os efeitos de vazamentos internos como também o fator quadrático da pressão, com vistas a 37 auxiliar de forma mais eficaz o controle de posição, força e velocidade de atuadores hidráulicos. Foi proposto por MACHADO, em 2003, uma modelagem matemática para um controlador em cascata fixo que compensa o atrito não-linear, obtido através de uma rede neural, num modelo dinâmico de um atuador hidráulico. MEJÍA, em 2003, fez um estudo comparativo quanto à análise de estabilidade, sintonia e desempenho das estruturas de controle multivariável centralizadas (GMV posicional, GMV incremental, GMV PID, e PID), e descentralizadas (Boksenbom e Hood, Zalkind e Luyben simplificado e generalizado, e Yamamoto e Shah) na abordagem do controlador GMV, por meio de simulações e equacionamentos matemáticos e aplicados a quatro modelos lineares e um modelo não-linear. OLIVEIRA, em 2004, simulou a utilização de técnicas de controle preditivo generalizado e compensadores PID, aplicadas ao posicionamento de atuadores hidráulicos, com a finalidade de controlar a espessura de chapas de aço produzidas por um laminador quádruo simples, levando em consideração o atraso de transporte inerente à medição de espessura e o efeito da excentricidade devida à imperfeição dos cilindros. Foi proposto por VALDIERO, em 2005, um controlador em cascata com observador de atrito para controlar um robô manipulador acionado hidraulicamente. O atrito é estimado baseado na micro-deformação das rugosidades das superfícies em contato. SOUZA, em 2005, elaborou um software para um sistema de projeto e controle de posicionadores hidráulicos implementando o projeto elaborado por FURST (2001). PEREIRA, em 2006, projetou e implementou, experimentalmente, controladores para que um atuador hidráulico (constituído por uma válvula direcional proporcional assimétrica e um cilindro diferencial de dupla ação) fosse capaz de seguir trajetórias. Nesse trabalho, analisou-se a influência da dinâmica da válvula direcional proporcional no comportamento do sistema, e no projeto e no desempenho dos controladores clássicos (P, PI, compensador de avanço e atraso de fase e controlador de estados), do controlador proporcional com “forward loop” e do controlador em cascata fixo (CC) com e sem compensação do vazamento. Propôs também a inclusão de um termo na lei de controle do controlador em cascata para compensar vazamento interno na válvula direcional proporcional, além de analisar a influência de perturbações externas no controle de posição e seguimento de trajetória aplicada ao atuador hidráulico. 38 Foi apresentado por MONTENEGRO em 2007, um estudo para controlar a temperatura de um fluxo de ar em um túnel psicrométrico utilizando os seguintes controladores adaptativos: PI de ganhos tabelados, PI auto-ajustável, MV auto-ajustável e GPC auto-ajustável, onde este último apresentou um desempenho global superior aos demais. SZPAK, em 2008, apresentou um estudo teórico-experimental do comportamento dinâmico de pressão nas câmaras de cilindros em posicionadores hidráulicos com carregamento, visando o auxilio na escolha da combinação de válvulas simétricas e assimétricas e atuadores hidráulicos simétricos e assimétricos. 1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Essa dissertação é composta por 5 capítulos e dois apêndices, organizados como segue. O capítulo 2 é o responsável pela determinação do modelo matemático do da mesa de coordenadas de dois graus de liberdade (modelagem caixa branca). Para tal, faz-se uma introdução sobre sistemas hidráulicos, descrevendo as suas principais características e componentes. Em seguida faz-se uma explanação sobre o sistema hidráulico a ser controlado, informando sobre o seu funcionamento e listando seus principais componentes. A modelagem linear do sistema hidráulico é obtida através: da equação geral da vazão em orifícios aplicada às válvulas juntamente com uma aproximação binomial para linearizar a equação resultante; da equação geral da continuidade aplicada ao cilindro hidráulico; e do equilíbrio dinâmico da carga do sistema. O capítulo 3 apresenta o projeto do controlador. Para tal são apresentadas as especificações de desempenho que o sistema hidráulico deve obedecer quando controlado pelo controlador auto-ajustável de mínima variância generalizada (GMV) e os valores dos parâmetros do sistema hidráulico. Na seqüência são mostrados os procedimentos para determinação do modelo estimado para que deste seja obtida a lei de controle do GMV. Por fim apresenta-se o funcionamento do controlador auto-ajustável composto por um algoritmo de identificação on-line denominado de mínimos quadrados recursivos (MQR) e pela lei de controle do GMV. No capítulo 4 serão apresentadas três trajetórias de referência distintas que servirão para medir a eficiência do controlador auto-ajustável que combina a lei de 39 controle do GMV e com o MQR, ao agir no controle da mesa de coordenadas de dois graus de liberdade. Na seqüência serão apresentadas cinco configurações utilizadas no controlador com o objetivo de determinar uma configuração que possa ser utilizada no controle da mesa de coordenas para que esta manipule uma carga seguindo as três trajetórias distintas e obedecendo às especificações de desempenho pré-estabelecidas. No capítulo 5 são apresentadas as conclusões relativas a este trabalho. O apêndice A apresenta a teoria de controle necessária para o desenvolvimento do Controlador de Variância Mínima Generalizada (GMV) definido por ISERMANN et al (1992). São apresentadas definições básicas sobre a teoria de controle como também informações necessárias para a obtenção de modelos e técnica de identificação. Em seguida são apresentados os principais tipos de controladores adaptativos dando ênfase ao GMV. A função custo do GMV é apresentada, bem como o desenvolvimento da respectiva lei de controle. O apêndice B contém a listagem dos programas em Matlab utilizados nesse trabalho. O item B.1 apresenta o programa para converter as funções de transferências contínuas no domínio “s” do modelo linear da mesa de coordenadas em funções transferências discretas no domínio “z” utilizando a aproximação explícita de Euler (segurador de ordem zero). No item B.2 é apresentado programa utilizado para execução de um degrau no sistema em estudo com objetivo de verificar a validação do modelo estimado utilizado no MQR. Por fim no item B.3 é apresentado o programa do controlador auto-ajustável composto pela lei de controle do GMV e pelo algoritmo de estimação de parâmetros MQR para controlar o sistema em estudo ao seguir três trajetórias de referências distintas. Nesse programa estão representadas cinco configurações utilizadas no ajuste do controlador, bem como as três trajetórias de referência. Para cada trajetória e para cada configuração são obtidos resultados gráficos de cada um dos conjuntos que compõe a mesa de coordenadas. CAPÍTULO 2 - MODELAGEM DE UM MANIPULADOR HIDRÁULICO DE DOIS GRAUS DE LIBERDADE 2.1 INTRODUÇÃO Este capítulo tem como objetivo a determinação de um modelo matemático para representar uma mesa de coordenadas de dois graus de liberdade. Para tal o item 2.2 apresenta uma introdução sobre a teoria de sistemas hidráulicos, em seguida, no item 2.3 descreve-se o funcionamento da mesa de coordenadas de dois graus de liberdade. O item 2.4 apresenta as etapas de elaboração do modelo linear que representa a mesa de coordenadas. Esse item inicia-se com as teorias necessárias para determinação da equação da continuidade e da equação geral da vazão em orifícios que irão auxiliar a obtenção do modelo linear do sistema. Utilizando a equação de vazão em orifícios na válvula juntamente com uma aproximação binomial, aliada com a utilização da equação da continuidade no cilindro hidráulico e efetuando-se o equilíbrio dinâmico da carga do sistema obtém-se o modelo linear de um sistema hidráulico genérico, que é composto por uma válvula, um cilindro hidráulico e uma carga. Por fim obtém-se o modelo linear da mesa de coordenadas de dois graus de liberdade, baseando-se no modelo linear do sistema hidráulico genérico. 2.2 SISTEMAS HIDRÁULICOS LINSINGEN (2003) define um sistema hidráulico como sendo um conjunto de elementos físicos convenientemente associados que, utilizando um fluido como meio de 41 transferência de energia, permite a transmissão e controle de forças e movimentos. Portanto um sistema hidráulico é o meio através do qual uma forma de energia de entrada é convertida e condicionada, de modo a se ter como saída energia mecânica útil. Existem dois tipos de sistemas que operam com fluidos, são eles: a) Os sistemas de potência empregando fluidos – nessa categoria encontram-se os sistemas hidráulicos e pneumáticos que têm como objetivo a realização de trabalho, obtido quando um fluido sob pressão age sobre um cilindro ou motor, produzindo a ação mecânica desejada. b) Os sistemas de transporte de fluidos – nessa categoria encontram-se as estações de bombeamento para água, redes de distribuição de fluidos como o gás industrial ou o gás residencial, entre outros, com o objetivo de transferir um fluido de um local para outro. Cilindro Válvula redutora de vazão Válvula de retenção Circuito de Atuação Válvula direcional Válvula limitadora de pressão Bomba Circuito de Potência Filtro Reservatório Figura 2.1 – Estrutura básica de um circuito hidráulico (BOSCH, 1989) Um sistema de controle hidráulico possui basicamente os seguintes componentes: reservatório, que é responsável pelo armazenamento do fluido, bomba para disponibilizar o 42 fluido sob pressão, válvula direcional, com a finalidade de direcionar e controlar o fluido para um atuador, geralmente um cilindro de atuação que serve para mover cargas mecânicas, e ainda válvula de alívio e filtro. Dependendo da aplicação a ser dada ao sistema hidráulico, podem-se acrescentar outros tipos de componentes como, por exemplo: sensores de medição de variáveis (como temperatura, pressão, vazão, deslocamento, etc.) e outros tipos de válvulas. Como mostra a figura 2.1, um circuito hidráulico pode ser subdividido em circuito de atuação e em circuito de potência. 2.2.1 Vantagens e limitações dos sistemas hidráulicos De acordo com LINSINGEN (2003) os sistemas hidráulicos possuem características que os tornam especialmente recomendados para uma série de aplicações, como também algumas limitações que devem ser consideradas quando da escolha do tipo de sistema a ser empregado, principalmente se a aplicação específica for compatível com sistemas mecânicos, elétricos ou pneumáticos. Vantagens dos sistemas hidráulicos de acordo com LINSINGEN (2003): a) Transmissão de grandes forças e de torques elevados pode ser obtido utilizando sistemas de dimensões relativamente menores; b) Resposta rápida para partida e inversão de movimento sob carga, devido aos baixos momentos de inércia; c) Adaptação automática de força ou torque; d) Possibilidade de variação contínua de força e velocidade nos atuadores lineares e de torque e rotação nos atuadores rotativos, por meio de controle ou ajuste; e) Adequação tanto para controle de processos, que exigem movimento rápido, quanto para os de movimento de precisão, extremamente lentos; f) Segurança eficaz contra sobrecargas através do uso de válvulas limitadoras de pressão, evitando danos ao sistema; g) Lubrificação dos componentes obtida através do próprio fluido de trabalho; h) Capacidade de armazenamento de energia por meio de acumuladores hidropneumáticos; i) Possibilidade de combinação com sistemas mecânicos, elétricos e pneumáticos; j) Possibilidade de utilização de sistemas em condições ambientais adversas. 43 Limitações dos sistemas hidráulicos de acordo com LINSINGEN (2003): a) Custo elevado com relação aos sistemas mecânicos e elétricos compatíveis; b) Perda de potência (baixo rendimento) devido à dissipação de energia por atrito viscoso, limitando a velocidade do fluido e por conseqüência, a velocidade dos atuadores hidráulicos; c) Perdas por vazamentos internos e possibilidade de vazamentos externos, devidos a folgas, diminuindo a eficiência dos sistemas e comprometendo a precisão dos movimentos; d) Exigência de utilização de sistemas especiais para sincronização de movimento entre dois ou mais atuadores devido à compressibilidade do fluido, mesmo que pequena, como também devido à ocorrência de vazamentos variáveis; e) Movimentação não uniforme e pulsante nos atuadores na presença de ar. Ar livre no sistema resulta da desaeração incompleta, absorção ou liberação de bolhas de ar retidas em cavidades existentes nos componentes; f) Elevada dependência da temperatura, ou seja, mudanças na temperatura provocam alterações na viscosidade e, por conseqüência alteram-se as perdas por vazamentos e as condições operacionais do sistema. Esses efeitos podem se minimizados por meio de trocadores de calor ou sistemas de controle de temperatura. 2.2.2 Tipos de válvulas e cilindros hidráulicos Neste capítulo, será realizada a modelagem de válvulas de controle e de atuadores hidráulicos, portanto, segundo DE NEGRI (1987) e PAIM (1997), defini-se válvula de controle e cilindro hidráulico, como segue: Válvula de controle: Dispositivo que converte a energia de acionamento (normalmente de natureza elétrica ou mecânica) em energia hidráulica, amplificando os níveis de potência. Uma válvula de controle é uma válvula direcional que pode assumir infinitas posições e que oferece a característica adicional de controlar tanto a quantidade como a direção de fluxo. Associando essa válvula a sensores adequados de realimentação, consegue-se um controle preciso de um atuador no que diz respeito ao posicionamento, velocidade e aceleração do mesmo. 44 As válvulas de controle podem ser classificadas com relação ao elemento de acionamento (elétrico ou mecânico), com relação ao número de estágios (um, dois ou três), com relação ao tipo de controle (carretel, bocal-defletor ou tubo-injetor) e com relação ao número de vias (três ou quatro). O tipo de válvula escolhida para modelagem é uma válvula de acionamento elétrico com um estágio do tipo carretel, com quatro vias e quatro ressaltos (figura 2.2), devido a sua importância e por ter sido objeto de estudo para diversos autores como, MERRITT (1967), DE NEGRI (1987), PAIM (1997), RIUL (2000), LINSIGEN (2003). Ps Q2 Pd u Q1 Figura 2.2 – Válvula de controle tipo carretel de 4 vias. Uma diferença importante entre válvulas direcionais convencionais e válvulas de controle é o uso. Para as válvulas de controle de um carretel de centro crítico, implicando na existência de um ponto denominado de ponto nulo, para o qual as vias são fechadas de forma crítica, de modo que permanecem na iminência de abrir, esperando um movimento infinitesimal do carretel para promover a ligação entre as vias. Existem ainda carretéis com centro subcrítico e centro supercrítico, como é visto na figura 2.3. (a) (b) (c) Figura 2.3 – Válvulas direcionais tipo carretel com: (a) centro subcrítico; (b) centro crítico; (c) centro supercrítico. 45 Cilindro Hidráulico: Também denominado de motor linear, tem a função de converter a energia hidráulica em energia mecânica de saída (força ou torque). Dentre os diversos tipos destacam-se os principais: cilindros de simples e duplo efeito (ou cilindros de simples ação e os cilindros de dupla ação), como mostra a figura 2.4. Nos cilindros de simples ação a potência hidráulica é efetiva em apenas um sentido do movimento, seja para avanço ou para retorno da haste do cilindro e o outro sentido do movimento é realizado por outro agente qualquer, que não o fluido hidráulico, podendo ter retorno por mola interna, por ação da gravidade ou por uma força externa. Nos cilindros de dupla ação, o fluido hidráulico entra em qualquer lado do cilindro, movimentando a haste em ambos os sentidos (avanço e retorno), os tipos mais comuns são os cilindros de haste simples, de haste dupla, tandem e o telescópico, como mostra a figura 2.5. (a) (b) Figura 2.4 – Tipos de cilindros hidráulicos: (a) de simples ação; (b) de dupla ação. (a) (b) (c) (d) Figura 2.5 – Tipos de cilindros hidráulicos de dupla ação: (a) de haste simples; (b) de haste dupla; (c) tandem; (d) telescópico. 46 Neste trabalho será utilizado um cilindro hidráulico de dupla ação com haste dupla e de diâmetros iguais, pois este tipo cilindro proporciona, em ambos os sentidos de movimento, forças de atuação e velocidades iguais para pressão e vazão de suprimentos constantes. 2.3 DESCRIÇÃO DO SISTEMA O sistema em estudo é uma mesa de coordenadas de dois graus de liberdade acionada hidraulicamente, indicado para controlar o posicionamento de uma carga M2 em uma região no plano horizontal “X Z”, como mostra a figura 2.6. Z M1 M2 X uz(t) Cilindro Hidráulico 1 x(t) z(t) ux(t) Válvula 2 Válvula 1 Cilindro Hidráulico 2 Figura 2.6 – Esquema de um manipulador hidráulico com dois graus de liberdade. De acordo com seção 2.2 e a figura 2.1, um circuito hidráulico é composto por um circuito de atuação e por um circuito de unidade de potência. Considera-se o circuito de unidade de potência funcionando em perfeitas condições, enviando fluido através da bomba, a uma pressão constante (pressão de suprimento – Ps) para as válvulas. Considerase também que o fluido sai das válvulas e é direcionado para um reservatório submetido à 47 pressão atmosférica (pressão de descarga – Pd), que não há saturação ou cavitação nas linhas, que perda de carga em acessórios é desprezível e que a temperatura é constante. O circuito de atuação é composto por dois cilindros hidráulicos e por duas válvulas, conforme especificado anteriormente, onde cada uma delas, através do deslocamento do carretel u(t), controla a vazão de fluido hidráulico a ser liberada para um dos lados do seu respectivo cilindro, provocando um aumento da diferença de pressão entre as duas câmaras de cada um dos cilindros. O êmbolo de cada cilindro se movimenta após a diferença de pressão ter chegado a um patamar suficiente para iniciar o deslocamento da carga acoplada à haste do pistão. Quando o êmbolo começa a se movimentar o volume da câmara aumenta, e o preenchimento da mesma é mantido pela vazão de fluido controlada pela válvula. O fluido introduzido é necessário para manter em movimento a carga até que esta alcance uma posição especificada “y(t)”. Quando isso ocorre o carretel da válvula volta para sua posição central interrompendo o fornecimento de fluido para o pistão, mantendo na posição desejada, a carga que se encontra acoplada à haste do pistão. O cilindro hidráulico 2 é responsável pela movimentação de uma carga de massa “M2” no eixo “Z”, que se encontra acoplada à sua haste. O cilindro hidráulico 1 movimenta no eixo “X”, uma carga de massa “M1” acoplada à sua haste, composta pela carga “M2”, pelo pistão hidráulico 2 e pela válvula 2, entre outros componentes necessários para fixação desses itens em uma base de movimentação. Em outras palavras, o cilindro hidráulico 1 é o responsável pela movimentação da carga “M2” no eixo “X”. 2.4 MODELAGEM DO SISTEMA DE ATUAÇÃO Como o sistema em estudo é composto por dois manipuladores independentes e suas respectivas válvulas, inicialmente será realizada uma analise em um único conjunto (manipulador, válvula e carga “M”, como mostra a figura 2.7) convertendo, posteriormente, a equação obtida às condições particulares de cada atuador do sistema em questão. Para a modelagem de um sistema hidráulico (válvula de controle direcional e atuador hidráulico) se faz necessário utilizar a equação da continuidade, a equação geral da vazão em orifícios, além da segunda Lei de Newton. A equação da continuidade é obtida através do princípio da conservação de massa ao analisar o escoamento de um fluido através de um volume de controle genérico, sendo posteriormente aplicada à válvula em 48 estudo para obtenção da vazão de controle linearizada da mesma. A equação geral da vazão em orifícios é obtida ao aplicar o princípio da conservação de energia em um escoamento através de um orifício, e utilizada, em seguida, para a obtenção da vazão de controle do cilindro hidráulico. A segunda Lei de Newton é aplicada ao cilindro hidráulico com carga para obtenção da equação da pressão de controle. Trabalhando com as equações da vazão de controle linearizada da válvula, da vazão de controle do cilindro hidráulico e da pressão de controle, obtém-se o modelo linear do sistema hidráulico em estudo. Considerando a entrada, “u(t)”, conhecida, descreve-se um modelo matemático para relacionar a saída, “y(t)”, com a entrada, “u(t)”, com o objetivo de controlar a posição da carga. Fluido em alta pressão vindo da bomba Fluido para o Pd reservatório Ps u(t) dc Carretel Válvula Q1 Q2 Êmbolo Haste P1 y(t) Carga P2 M Cilindro Hidráulico V1 Lc V2 c Lc Figura 2.7 - Esquema de um atuador hidráulico genérico com carga. onde: u(t) – Posição axial do carretel da válvula ou variável de controle; Ps – Pressão de suprimento; Pd – Pressão de descarga; dc – Diâmetro do carretel da válvula; Q1, Q2 – Vazão nas linhas 1 e 2, respectivamente; P1, P2 – Pressão nas câmaras 1 e 2 do cilindro hidráulico; V1, V2 – Volume de fluido das câmaras 1 e 2 do cilindro hidráulico; 49 Lc – comprimento das câmaras 1 e 2 do cilindro hidráulico; M – Massa da carga conectada ao atuador; y(t) – posição da carga; c – coeficiente de amortecimento viscoso do pistão e da carga. 2.4.1 Princípio da conservação de massa. Equação da continuidade O princípio da conservação de massa para um volume de controle qualquer estabelece que “o fluxo líquido de massa através da superfície de controle é igual à variação de massa no interior do volume de controle” (LINSINGEN, 2003). Considerando-se o escoamento de um fluido através de um volume de controle de forma arbitrária. Em princípio, a velocidade de cada partícula do fluido pode assumir qualquer direção; desse modo, o fluxo de massa em termos vetoriais, para um elemento de massa “ dM = ρ.dV ”, atravessando uma área elementar “dS” da superfície de controle, é “ r & = ρ ⋅ vr ⋅ dS ” (LINSINGEN, 2003). dM Portanto, o princípio da conservação de massa aplicado a um volume de controle genérico pode ser escrito, como: r r ∂ ρ ⋅ v ⋅ dS + ∫VC ρ ⋅ dV = 0 SC ∂t ∫ (2.1) onde: SC – superfície de controle; ρ – massa específica [m/v]; r v – vetor velocidade [m/s]; dS – elemento de área [m2]; VC – volume de controle; dV – elemento de volume [m3]. Na equação (2.1) o primeiro termo representa o fluxo de líquido de massa através da superfície de controle, e o segundo termo representa a variação de massa no interior do volume de controle. 50 Considerando um volume de controle genérico, representado pela figura 2.8, com escoamento unidirecional e em regime permanente, tem-se: ρE r vE ρS r vS SE SS Figura 2.8 – Volume de controle genérico. onde: ρE, ρS – massas específicas de entrada e de saída do volume de controle, respectivamente; r r v E , vS – velocidades da entrada e da saída do volume de controle, respectivamente; SE, SS – áreas da entrada e da saída do volume de controle, respectivamente. No volume de controle generalizado representado pela figura 2.8, faz-se as seguintes considerações: o lado esquerdo representa a entrada e o lado direito representa a saída do volume de controle, e a normal à superfície aponta para fora do volume de controle. Portanto, usando a equação (2.1) e substituindo na mesma o vetor velocidade pela velocidade escalar, tem-se: ∫ SE ρE ⋅ (− v E ) ⋅ dS + ∫S ρS ⋅ vS ⋅ dS + S d (ρ ⋅ V) = 0 dt (2.2) Resolvendo as integrais da equação (2.2), tem-se: − ρE ⋅ v E ⋅ SE + ρS ⋅ vS ⋅ SS + d (ρ⋅ V) = 0 dt (2.3) Como a vazão é o produto da velocidade pela área (Q = v.S), pode-se reescrever a equação (2.3), obtendo-se: − ρE ⋅ Q E + ρS ⋅ Q S + d (ρ ⋅ V) = 0 ⇒ dt 51 ρE ⋅ Q E − ρS ⋅ QS = ρ dV dρ +V dt dt (2.4) Considerando que a massa é uniformemente distribuída no volume de controle, de maneira que “ρ = ρE = ρS”, pode-se reescrever a equação (2.4), resultando em: ρ ⋅ (QE − QS ) = ρ Q E − QS = dV dρ +V ⇒ dt dt dV V dρ + dt ρ dt (2.5) Segundo PAIM (1997) o termo “ dρ ρ ” da equação (2.5) é igual “ dP β ”, onde “β” é o módulo de elasticidade volumétrica e “dP” é um incremento de pressão. A compressibilidade de um fluido é importante em situações onde existem variações bruscas ou elevadas de pressão. β= dP dρ ρ (2.6) onde: β – módulo de elasticidade volumétrica [N/m2]; P – pressão [N/m2]; ρ – massa específica [kg/m3]. Substituindo a equação (2.6) na (2.5), obtém-se: Q E − QS = dV V dP + dt β dt A equação (2.7) representa a forma geral da equação da continuidade. (2.7) 52 2.4.2 Princípio da conservação de energia. Equação geral da vazão em orifícios Nesta seção será analisado o comportamento de um fluido através de um orifício em uma canalização, que apresenta redução brusca da seção de escoamento. Através da aplicação da equação de Bernoulli objetiva-se a obter a equação geral da vazão em orifícios. Tendo um orifício de canto vivo, de acordo com a figura 2.9, por onde escoa um fluido ideal em regime permanente, verifica-se que as linhas de corrente ao passar pelo orifício retornam gradualmente à posição horizontal, fazendo com que a menor seção de escoamento fique situada a montante do orifício, sendo esta seção denominada de vena contracta “S2” (seção 2). S1 S2 S0 v2 v1 Q z1 z2 1 0 2 3 Figura 2.9 – Escoamento através de um orifício. A equação de Bernoulli, a seguir, informa que há conservação de energia ao longo de um escoamento, ou seja, que há conservação entre as energias cinética, de pressão e potencial ao longo de um duto. v12t v 22 t P2 P1 + + z1 = + + z2 2⋅g γ 2⋅g γ onde: v1t, v2t – velocidades teóricas nas seções 1 e 2, respectivamente; P1, P2 – pressões nas seções 1 e 2 respectivamente; z1, z2 – cotas dos centros das seções 1 e 2 respectivamente; (2.8) 53 g – aceleração da gravidade; γ – peso específico do fluido hidráulico. Aplicando a equação de Bernoulli entre a seção 1 do jato e a seção 2 no centro da vena contracta e considerando uma variação de altura que não seja significativa entre os centros das seções 1 e 2, tem-se: v12t 2⋅g + 2 P1 v 2 t P2 = + γ 2⋅g γ (2.9) A área do orifício de controle “S0” (seção 0) é muito menor do que a área de entrada “S1” (seção 1) e, conseqüentemente, “S1>>S2”, resultando em uma velocidade de entrada “v1” desprezível em relação à velocidade na vena contracta “v2”. Reescrevendo a equação (2.9) e rearranjando em função da velocidade, após as considerações acima, temse: 2 v 22 t P1 v 2 t P2 P −P = + ⇒ = 1 2 ⇒ 2⋅g γ 2⋅g γ γ P − P v 22 t = 2 ⋅ g 1 2 γ (2.10) Sabendo que γ = ρ ⋅ g e substituindo na equação (2.10), tem-se: v2 t = onde: γ – peso específico; ρ – massa específica; g – aceleração da gravidade. 2 ⋅ (P1 − P2 ) ρ (2.11) 54 A velocidade real na vena contracta “v2r” menor do que a teórica “v2t” determinada pela equação (2.11), isso se deve ao fato de que a equação de Bernoulli supõe que o fluido é incompressível, desconsiderando as perdas por atrito. Para compensar tal diferença utiliza-se o coeficiente de velocidade “Cv”, onde: v 2 r = Cv ⋅ v 2 t (2.12) Substituindo a equação (2.11) na (2.12), para obter a velocidade real, tem-se: v 2 r = Cv ⋅ 2 ⋅ (P1 − P2 ) ρ (2.13) A vazão real do orifício “Q” é o produto da velocidade real na vena contracta pela área do jato (Streeter, 1982). Q = S2 ⋅ v 2 r (2.14) Substituindo a equação (2.13) na (2.14), tem-se: Q = S2 ⋅ Cv ⋅ 2 ⋅ (P1 − P2 ) ρ (2.15) Como a área do jato “S2” não é mensurável existe um coeficiente chamado de coeficiente de contração “Cc” que relaciona “S2” com a área do orifício “S0” da seguinte forma: S2 = S0 ⋅ Cc (2.16) Substituindo a equação (2.16) na (2.15), tem-se: Q = S0 ⋅ Cc ⋅ Cv ⋅ 2 ⋅ (P1 − P2 ) ρ (2.17) 55 Substituindo os coeficientes “Cc” e “Cv”, da equação (2.17), por um coeficiente de descarga “Cd” (Cd<1), chega-se a equação geral de vazão em um orifício: 2 ⋅ (P1 − P2 ) ρ Q = S0 ⋅ Cd ⋅ (2.18) 2.4.3 Equação da vazão de controle na válvula A partir da equação geral da vazão em orifícios, (2.18), será determinada a equação não-linear da vazão de controle da válvula e posteriormente a equação linearizada, bem como os coeficientes da referida válvula. Como visto anteriormente a válvula escolhida para modelagem é de acionamento elétrico, com um estágio, do tipo carretel, com quatro vias, com quatro ressaltos e centro crítico, conforme figura 2.10. Ps Q6 Q5 Q2 P2 Pd Q3 u Q4 Q1 P1 Figura 2.10 – Válvula carretel com quatro ressaltos e centro crítico na posição central. onde: Ps – pressão de suprimento [N/m2] Pd – pressão de descarga [N/m2] P1 – pressão na câmara 1 do cilindro [N/m2] P2 – pressão na câmara 2 do cilindro [N/m2] Q1 e Q2 – vazões nas linhas 1 e 2 respectivamente [m3/s] 56 Q3, Q4, Q5, e Q6 – vazões nos orifícios [m3/s] O carretel da válvula pode ser deslocado da sua posição central, para direita ou para a esquerda, de acordo com a figura 2.11. Quando o mesmo for deslocado para esquerda, ou seja, “u ≤ 0”, a válvula permitirá que a pressão de suprimento seja conduzida à câmara “2” do cilindro e por conseqüência a pressão de descarga fica conectada à câmara “1” do cilindro. Sendo a pressão de suprimento maior que a de descarga, a pressão “P2” da câmara “2” do cilindro fica maior que a pressão “P1” da câmara “1” do cilindro provocando um aumento da diferença de pressão entre as câmaras do cilindro, denominado de pressão de carga (Pc = P1 – P2). Esse aumento de pressão de carga provoca o surgimento de uma força capaz de deslocar o êmbolo do pistão, movimentando conseqüentemente a carga “M” também para a esquerda. Analogamente, ao deslocar o carretel da válvula para a direita, ou seja, “u≥0”, a carga “M” será movimentada para a direita. Pd Ps Q6 Q5 Q3 Q2 Q4 Q1 P1 Ps u Q6 Pd Q5 Q3 Q3 Q2 y P2 Q4 Q1 P1 P2 v1 v2 v1 v2 y M M u (a) (b) Figura 2.11 – Movimentação da carga M de acordo com o deslocamento do carretel da válvula: a) Carga movimentada para esquerda b) Carga movimentada para direita. Simultaneamente ao deslocamento do carretel ocorrerá o aparecimento de uma vazão de controle “Qc”. Analisando a figura 2.11 observa-se que quando o carretel é deslocado para direita, “u≥0”, o fluido hidráulico passa pelos orifícios de controle 3 e 6 e quando o carretel é deslocado para esquerda, “u≤0,” o fluido hidráulico passa pelos orifícios de controle 4 e 5 gerando uma vazão de controle no sentido oposto. 57 A equação da vazão de controle de uma válvula é determinada a partir da análise das vazões de cada orifício de controle da válvula (orifícios 3, 4, 5, e 6) levando em consideração o deslocamento do carretel para esquerda ou para direita, a partir da sua posição centralizada. De acordo com a figura 2.10, as vazões “Q1” e “Q2” podem ser representadas por: Q3 = Q1 + Q4 Q1 = Q3 – Q4 (2.19) Q6 = Q2 + Q5 Q2 = Q6 – Q5 (2.20) A partir da equação (2.18) e observando a figura 2.10 obtém-se a vazão para cada um dos orifícios de controle. Q3 = S3 ⋅ Cd ⋅ 2 ⋅ (Ps − P1 ) ρ (2.21) Q 4 = S4 ⋅ Cd ⋅ 2 ⋅ (P1 − Pd) ρ (2.22) Q5 = S5 ⋅ Cd ⋅ 2 ⋅ (Ps − P2 ) ρ (2.23) Q 6 = S6 ⋅ Cd ⋅ 2 ⋅ (P2 − Pd) ρ (2.24) Nas válvulas de controle tipo carretel de centro crítico os vazamentos “Q4” e “Q5” ocorrem devido às imperfeições geométricas e às folgas entre os carretéis e seus pórticos (PAIM, 1997). Considera-se que os orifícios das válvulas são iguais e simétricos. Com estas considerações e analisando a válvula quando o seu carretel é deslocado para direita ou para esquerda, tem-se: Quando o carretel é deslocado para direita, ou seja, “u≥0”, considera-se: Q4 = Q5 = 0 (2.25) 58 Quando o carretel é deslocado para esquerda, ou seja, “u≤0”, considera-se: Q3 = Q6 = 0 (2.26) Considerando a igualdade entre os orifícios, obtém-se: S3(u) = S6(u) (2.27) S4(u) = S5(u) (2.28) Considerando a simetria entre os orifícios, obtém-se: S3(u) = S5(–u) (2.29) S4(u) = S6(–u) (2.30) Considerando o emprego de pórticos retangulares, pode-se escrever a área, como: S(u) = lp . u (2.31) onde: lp – largura do pórtico (igual ao perímetro da camisa da válvula ou uma fração deste). S3, S4, S5 e S6 – áreas dos orifícios 3, 4, 5 e 6, respectivamente. Para “u ≥ 0” e a partir das considerações anteriores, substituem-se as equações (2.21) e (2.25) na equação (2.19) obtendo-se a equação (2.32) e, substituindo-se as equações (2.24) e (2.25) na equação (2.20) obtém-se a equação (2.33). Q1 = Q3 = S3 ⋅ Cd ⋅ 2 ⋅ (Ps − P1 ) ρ (2.32) Q 2 = Q 6 = S6 ⋅ Cd ⋅ 2 ⋅ (P2 − Pd ) ρ (2.33) 59 Para “u ≤ 0”, e a partir das considerações anteriores, substituem-se as equações (2.22) e (2.26) na equação (2.19) obtendo-se a equação (2.34) e, substituindo-se as equações (2.23) e (2.26) na equação (2.20) obtém-se a equação (2.35). Q1 = −Q 4 = −S4 ⋅ Cd ⋅ 2 ⋅ (P1 − Pd) ρ (2.34) Q 2 = − Q 5 = −S5 ⋅ Cd ⋅ 2 ⋅ (Ps − P2 ) ρ (2.35) Assumindo: “Q1 = Q2”, a pressão de suprimento “Ps” constante, a pressão de descarga “Pd” nula e que “S3 = S4 = S5 =S6 = S”, obtém-se das equações (2.32) e (2.33) ou das equações (2.34) e (2.35) (RIUL, 2000), o seguinte: Ps = P1 + P2 (2.36) Observando a figura 2.10, e pela definição de MERRITT (1967) a pressão de controle ou pressão na carga “Pc [N/m2]”, é: Pc = P1 – P2 (2.37) Manipulando as equações (2.36) e (2.37), obtém-se: P1 = Ps + Pc 2 (2.38) P2 = Ps − Pc 2 (2.39) Considerando o deslocamento do carretel da válvula para direita (u ≥ 0), e substituindo a equação (2.38) na equação (2.32), obtém-se a equação (2.40). E ainda substituindo a equação (2.39) na equação (2.33), obtém-se a equação (2.41), sabendo que “Pd = 0”. 60 Q1 = S ⋅ Cd ⋅ Q 2 = S ⋅ Cd ⋅ Ps + Pc 2 Ps − Pc ⇒ Q1 = S ⋅ Cd ⋅ Ps − 2 ρ ρ (2.40) 2 Ps − Pc Ps − Pc − 0 ⇒ Q 2 = S ⋅ Cd ⋅ ρ 2 ρ (2.41) Das equações (2.40) e (2.41), obtém-se: Qc = Q1 = Q 2 = S ⋅ Cd ⋅ Ps − Pc ρ (2.42) onde: Qc – vazão de controle [m/s3]. Considerando o deslocamento do carretel da válvula para esquerda (u ≤ 0), e substituindo a equação (2.38) na equação (2.34), obtém-se a equação (2.43). E ainda substituindo a equação (2.39) na equação (2.35), obtém-se a equação (2.44), sabendo que “Pd = 0”. Q1 = −S ⋅ Cd ⋅ Q 2 = −S ⋅ Cd ⋅ 2 Ps + Pc Ps + Pc − 0 ⇒ Q1 = −S ⋅ Cd ⋅ ρ 2 ρ (2.43) Ps − Pc 2 Ps + Pc ⇒ Q 2 = −S ⋅ Cd ⋅ Ps − 2 ρ ρ (2.44) Das equações (2.43) e (2.44), obtém-se: Qc = Q1 = Q 2 = −S ⋅ Cd ⋅ Ps + Pc ρ (2.45) A partir das equações (2.42) e (2.45), obtém-se a equação da vazão de controle não linear de uma válvula de carretel de quatro vias, para qualquer lado que o carretel da válvula se desloque, ou seja, para “u ≥ 0” ou para “u ≤ 0. 61 Qc = S 1 u Ps − Pc ⋅ u ⋅ Cd ⋅ u ρ u (2.46) onde: ω = S u – gradiente de área da válvula [m2/m]. Reescrevendo a equação (2.46), obtém-se a equação da vazão que apresenta relação não-linear entre vazão e pressão: Qc = u ⋅ ω ⋅ Cd ⋅ 1 u ⋅ Ps − Pc u ρ (2.47) A equação (2.47) pode ser simplificada, obtendo-se: Qc = Cl ⋅ u Ps − sign ( u ) ⋅ Pc (2.48) sendo: Cl = ω ⋅ Cd ⋅ 1 ρ (2.49) onde: sign(u) – função sinal sign(u) = { 1 para u>0; 0 para u=0; -1 para u>0} A linearização da equação (2.47) será realizada através de uma aproximação binomial (RIUL, 2000), como segue: Ps − u u Pc u Pc Pc = Ps ⋅ 1 − ≅ Ps ⋅ 1 − u u Ps u 2 Ps Substituindo a equação (2.50) na (2.47), tem-se: (2.50) 62 Qc = u ⋅ ω ⋅ Cd ⋅ Ps ρ u Pc ⋅ 1 − u 2Ps (2.51) Considerando a formação anelar de um orifício quando o carretel da válvula sofre um deslocamento de “u”, (RIUL, 2000), tem-se: ω= π ⋅ dc ⋅ u u (2.52) onde: dc – diâmetro do carretel da válvula [m]; u – deslocamento axial da válvula [m]. Substituindo a equação (2.52) na equação (2.51), tem-se: Qc = u ⋅ π ⋅ dc ⋅ Cd ⋅ Ps u Pc ⇒ ⋅ 1 − ρ u 2Ps Ps u 1 Ps Qc = π ⋅ dc ⋅ Cd ⋅ ⋅ u − u ⋅ π ⋅ dc ⋅ Cd ⋅ ⋅ ⋅ Pc ⇒ u 2Ps ρ ρ Qc = Kq⋅ u − Kc⋅ Pc (2.53) A equação (2.53) representa a equação linearizada da vazão de controle da válvula em estudo, e mostra que a vazão de controle depende do deslocamento axial “u” do carretel da válvula e da pressão de controle “Pc”. Sendo: Kq = π ⋅ dc ⋅ Cd ⋅ Ps ρ (2.54) Onde o ganho de vazão “Kq” [m2/s] varia com o diâmetro da válvula “dc”, com o coeficiente de descarga “Cd”, com a pressão de suprimento “Ps” e com a massa específica do fluido “ρ”. 63 Kc = ⋅π ⋅ dc ⋅ Cd ⋅ u ⋅ u 1 ⋅ u 2 Ps Ps ρ (2.55) O coeficiente de vazão-pressão “Kc” [m5/Ns] além de variar com os mesmos parâmetros do ganho de vazão varia também com o deslocamento “u” do carretel da válvula. De acordo com RIUL (2000) a equação da vazão linearizada utilizando a aproximação binomial tem um erro menor do que 10%, pois na prática “Pc” raramente excede “2/3” de “Ps”. Os coeficientes da válvula, “Kq” e “Kc” representados pelas equações (2.54) e (2.55), respectivamente, podem ser reescritos, como segue: Kq = π ⋅ dc ⋅ Cd ⋅ 10 5 ⋅ Kc = ⋅π ⋅ dc ⋅ Cd ⋅ u ⋅ Ps ρ (2.56) u 1 105 Ps ⋅ ⋅ 5 ⋅ u 2Ps 10 ρ (2.57) 2.4.4 Modelagem de cilindros de dupla ação simétricos. A modelagem de cilindros hidráulicos é baseada na equação da continuidade e na equação de movimento. A figura 2.12 representa os principais parâmetros e variáveis necessários para a modelagem comportamental de cilindros hidráulicos simétricos de dupla ação. Q1 Q2 y Fp P1 Qint P2 M S V1 Lc S Lc V2 c 64 Figura 2.12 – Cilindro hidráulico de dupla ação simétrico com carga acoplada. Aplicando a forma geral da equação da continuidade, equação (2.7), em cada uma das câmaras do cilindro representado pela figura 2.12, e considerando cada câmara como um volume de controle genérico, obtém-se: Q1 − Q int = Qint − Q 2 = dV1 V1 dP1 + ⇒ dt β dt Q1 = Qint + dV1 V1 dP1 + dt β dt (2.58) dV2 V2 dP2 + ⇒ dt β dt Q 2 = Q int − dV2 V2 dP2 − dt β dt (2.59) onde: Q1, Q2 – vazão nos orifícios 1 e 2 do cilindro, respectivamente [m3/s]; Qint – vazamento interno no cilindro [m3/s]; V1, V2 – volumes de fluidos nas câmaras 1 e 2 do cilindro, respectivamente [m3]; P1, P2 – pressões nas câmaras 1 e 2, respectivamente [N/m2]; β – módulo de elasticidade do fluido [N/m2]. Os volumes das câmaras do cilindro podem ser expressos a partir da posição central do êmbolo, adicionando sua variação de posição, ou seja: V1 = S ⋅ Lc + S ⋅ y (2.60) V2 = S ⋅ Lc − S ⋅ y (2.61) onde: Lc – comprimento de cada câmara do cilindro [m]; S – área útil do êmbolo [m2]; y – deslocamento do êmbolo ou da carga [m]. Derivando as equações (2.60) e (2.61), tem-se: 65 dV1 dy =S dt dt (2.62) dV2 dy = −S dt dt (2.63) Substituindo a equação (2.62) na equação (2.58), obtém-se a equação (2.64), assim como ao substituir a equação (2.63) na equação (2.59), obtém-se a equação (2.65): Q1 = Qint + S Q2 = Qint + S dy V1 dP1 + ⇒ dt β dt dy V2 dP2 − ⇒ dt β dt dP1 dy β = Q1 − Qint − S dt dt V1 (2.64) dP2 dy β = −Q2 − Qint − S dt dt V2 (2.65) Pela equação (2.45) “Q1 = Q2 = Qc” e para o êmbolo na posição central do cilindro tem-se que “V1 = V2 = Vt/2”, portanto, reescrevendo as equações (2.64) e (2.65) (RIUL, 2000), tem-se: dP1 dy 2β = Qc − Qint − S dt dt Vt (2.66) dP2 dy 2β = − Qc − Qint − S dt dt Vt (2.67) Reescrevendo a equação (2.37), tem-se: Pc = P1 – P2 (2.68) Derivando a equação (2.68), tem-se: dPc dP1 dP2 = − dt dt dt Substituindo as equações (2.66) e (2.67) na equação (2.69), obtém-se: (2.69) 66 dPc dy 2β dy 2β = Qc − Qint − S + Qc − Qint − S ⇒ dt dt Vt dt Vt dPc dy 4β = Qc − Qint − S ⇒ dt dt Vt Qc = dPc Vt dy + S + Q int dt 4β dt (2.70) (2.71) O vazamento interno “Qint” é expresso como uma função linear da diferença de pressão entre as câmaras dos cilindros, ou seja: Qint = Lf ⋅ (P1 − P2 ) (2.72) onde: Lf – coeficiente de fuga [m5/Ns] Substituindo a equação (2.68) na (2.72), tem-se: Qint = Lf ⋅ Pc (2.73) Substituindo a equação (2.73) na (2.71), obtém-se a equação da vazão de controle para um cilindro hidráulico simétrico: Qc = dPc Vt dy + S + Lf ⋅ Pc dt 4β dt (2.74) 2.4.5 Equação do movimento para o cilindro O êmbolo do cilindro movimenta uma carga constituída por uma massa e por atrito viscoso. Portanto, a força desenvolvida pelo êmbolo é aplicada à massa da carga e ao atrito (OGATA, 2003). Observando a figura 2.12, constrói-se o diagrama de corpo livre, conforme figura 2.13, e faz-se o equilíbrio dinâmico da carga. 67 c F M dy dt M d2y dt 2 y Figura 2.13 – Diagrama de corpo livre da carga. onde: F – força que o pistão exerce na carga [N]; c – coeficiente de amortecimento viscoso do pistão e da carga [Ns/m]; y – posição da carga [m]; M – massa da carga [kg]; −c dy – força de atrito atuante na carga [N]; dt −M d2y – força de inércia da carga [N]. dt 2 Analisando a figura 2.13, o equilíbrio dinâmico das forças é: dy d2y F−c −M 2 = 0 dt dt (2.75) Sabendo que a força “F” é função da área do êmbolo do pistão e da pressão de controle do cilindro, tem-se: F = S ⋅ Pc (2.76) Substituindo a equação (2.76) na (2.75) e reorganizando-a, obtém-se: dy d2y S ⋅ Pc − c − M 2 = 0 ⇒ dt dt c dy M d 2 y Pc = + S dt S dt 2 (2.77) 68 Igualando a equação de vazão de controle da válvula (2.53) com a de vazão de controle do cilindro (2.74), obtém-se: Kq ⋅ u − Kc ⋅ Pc = dPc Vt dy + S + Lf ⋅ Pc dt 4β dt (2.78) Aplicando a transformada de Laplace nas equações (2.77) e (2.78), e considerando as condições iniciais nulas, obtêm-se, respectivamente, as equações (2.79) e (2.80): Pc (s) = c M ⋅ s ⋅ Y(s) + ⋅ s 2 ⋅ Y(s) ⇒ S S Kq ⋅ U(s) − Kc ⋅ Pc (s) = c M Pc (s) = ⋅ s + ⋅ s 2 ⋅ Y(s) S S (2.79) Vt ⋅ s ⋅ Pc (s) + S ⋅ s ⋅ Y(s) + Lf ⋅ Pc (s) ⇒ 4β Pc (s) = Kq ⋅ U(s) − S ⋅ s ⋅ Y(s) Vt ⋅ s + Kc + Lf 4β (2.80) Igualando as equações (2.79) e (2.80), obtém-se: c M Kq ⋅ U(s) − S ⋅ s ⋅ Y(s) ⋅ s + ⋅ s 2 ⋅ Y(s) = ⇒ Vt S S ⋅ s + Kc + Lf 4β c M S ⋅ s Kq ⋅ U (s) ⋅ s + ⋅ s2 + ⋅ Y (s ) = ⇒ Vt Vt S S ⋅ s + Kc + Lf ⋅ s + Kc + Lf 4β 4β Kq Vt ⋅ s + Kc + Lf Y (s) 4β = ⇒ Vt Vt U (s) c⋅ ⋅ s 2 + c ⋅ Kc ⋅ s + c ⋅ Lf ⋅ s + M ⋅ ⋅ s 3 + M ⋅ Kc ⋅ s 2 + M ⋅ Lf ⋅ s 2 + S2 ⋅ s 4β 4β Vt S ⋅ ⋅ s + Kc + Lf 4β 69 Y(s) = U(s) Kq ⋅ S Vt Vt s ⋅ M ⋅ ⋅ s 2 + M ⋅ Lf + M ⋅ Kc + c ⋅ ⋅ s + (S2 + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc) 4β 4β Y (s) = U (s) × 1 S2 ⇒ 1 S2 Kq S (2.81) M Vt 2 M c Vt c c s ⋅ 2 ⋅ ⋅ s + 2 Lf + Kc + ⋅ ⋅ s + 1 + 2 ⋅ Lf + 2 ⋅ Kc S S M 4β S S 4β Dividindo o numerador e o denominador da equação (2.81) por c c 1 + 2 ⋅ Lf + 2 ⋅ Kc , obtém-se: S S Y (s) = U (s) (Kq ⋅ S) (S2 + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc) c ⋅ Vt M ⋅ Lf + M ⋅ Kc + M ⋅ Vt 4 β 3 ⋅ s2 + s ⋅s + 2 2 4β ⋅ (S + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc) S + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc (2.82) A equação (2.82) representa o modelo linear do sistema hidráulico de posicionamento, na forma de função de transferência, composto por uma válvula de controle e por um atuador hidráulico simétrico com carga. No sistema em estudo está sendo considerada a utilização de dois conjuntos idênticos de atuadores hidráulicos, diferenciando apenas a massa da carga a ser transportada. Por tanto, baseando-se na equação (2.82) e analisando a figura 2.6 podemos obter as equações que representam o modelo linear da mesa de coordenadas de dois graus de liberdade e acionada hidraulicamente, na forma de função de transferência, como se segue: X(s) = U x (s) kq ⋅ S S + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc Vt.c M1 ⋅ Lf + M1 ⋅ Kc + 3 Vt ⋅ M1 4⋅β 2 ⋅ s + ⋅s + s 2 2 4β ⋅ (S + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc) S + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc 2 (2.83) 70 Z(s) = U z (s) kq ⋅ S S + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc Vt ⋅ c M 2 ⋅ Lf + M 2 ⋅ Kc + 3 Vt ⋅ M 2 4⋅β 2 ⋅s + ⋅s + s 2 S2 + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc 4β ⋅ (S + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc) 2 onde: X(s), Z(s) – É a transformada de Laplace de x(t) e de z(t), respectivamente; Ux(s), Uz(s) – É a transformada de Laplace de ux(t) e de uz(t), respectivamente; Kq – Ganho de vazão; S – Área útil do êmbolo; c – Coeficiente de amortecimento viscoso do pistão e da carga. Lf – Coeficiente de fuga; Kc – Coeficiente de vazão-pressão; Vt – Volume total; M1 – Massa da carga acoplada à extremidade da haste do cilindro hidráulico 1; M2 – Massa da carga acoplada à extremidade da haste do cilindro hidráulico 2; β – Módulo de elasticidade do fluido; s – Operador de Laplace. (2.84) CAPÍTULO 3 - PROJETO DE UM CONTROLADOR GMV PARA AGIR SOBRE UM MANIPULADOR HIDRÁULICO DE DOIS GRAUS DE LIBERDADE 3.1 INTRODUÇÃO Este capítulo tem como objetivo mostrar os passos do desenvolvimento do projeto do controlador adaptativo do tipo auto-ajustável utilizando o algoritmo de estimação de parâmetros dos mínimos quadrados recursivos (MQR) e a lei de controle de mínima variância generalizada (GMV) para controlar uma mesa de coordenadas de dois graus de liberdade acionada hidraulicamente. A seção 3.2 apresenta os parâmetros do sistema com o intuito de determinar o modelo analítico do manipulador e suas respectivas equações a diferenças. A seção 3.3 apresenta os modelos estimados a serem utilizados no MQR bem como a validação dos mesmos. A seção 3.4 apresenta a descrição do projeto do controlador GMV para a obtenção da sua respectiva lei de controle. 3.2 PARÂMETROS DO SISTEMA O sistema hidráulico de dois graus de liberdade representado pela figura 3.1 tem finalidade de controlar o posicionamento da carga “M2” no plano “XZ”. Os parâmetros do sistema hidráulico em estudo se baseiam nos parâmetros de um sistema hidráulico com carga do trabalho de RIUL (2000), mostrados na tabela 3.1. 72 z M1 M2 x Cilindro Hidráulico 1 x(t) z(t) ux(t) uz(t) Válvula 2 Válvula 1 Cilindro Hidráulico 2 Figura 3.1 – Esquema de um manipulador hidráulico com dois graus de liberdade. Tabela 3.1 – Parâmetros do sistema hidráulico. Parâmetros Módulo de elasticidade volumétrico:β [N/m2] Massa: M1 e M2 [kg] Coeficiente de atrito: c [Ns/m] Mínimo Máximo Nominal 8 8 9,0x10 16,0x10 14,0x108 50,0 300,0 M1=150 M2=100 50,0 564,0 163,0 3 0,874x10-3 Volume total de fluido: Vt [m ] Área do pistão: S [m2] Força perturbadora: Fp [N] 1,05x10-3 1,11x10-3 1,075x10-3 0 8,0x103 0 3 Máxima vazão da válvula: QLmax [m /s] 8,66x10 -4 Pressão de suprimento: Ps [N/m2] Coeficiente de vazão-pressão: Kc [m5/Ns] Ganho de vazão: Kq [m2/s] Máximo curso da válvula: umax [m] Comprimento do cilindro: Lc [m] Ganho: C1 [(m5/kg)1/2 ] Coeficiente de fuga: Lf [m5/Ns] 6,9x106 1,0x10-14 1,5x10-10 2,4x10-12 0,73 1,2x10-3 0,8 2,8x10-4 0 73 A dinâmica do modelo linear do atuador hidráulico de dois graus de liberdade é representada pelas funções de transferência de malha aberta, definidas pelas equações (2.83) e (2.84). Utilizando os dados da tabela 3.1 e substituindo na equação (2.83), obtémse: kq ⋅ S = 678,84 S + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc 2 Vt ⋅ M1 = 2,025x10-5 4β(S + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc) 2 Vt ⋅ c 4⋅β = 3,334x10-4 2 A + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc M1 ⋅ Lf + M1 ⋅ Kc + ou seja: Gx (s) = 678,84 2,025 × 10 ⋅ s + 3,334 × 10 − 4 ⋅ s 2 + s −5 3 (3.1) A equação (3.1) representa a função de transferência em malha aberta da planta, responsável pelo o posicionamento das cargas “M1” e por conseqüência, “M2” no eixo “X”. Substituindo os dados da tabela 3.1, na equação (2.84), obtém-se: kq ⋅ S = 678,84 S + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc 2 Vt ⋅ M 2 = 1,35x10-5 4β(S + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc) 2 Vt ⋅ c 4⋅β = 2,296x10-4 2 S + c ⋅ Lf + c ⋅ Kc M 2 ⋅ Lf + M 2 ⋅ Kc + ou seja: 74 Gz(s) = 678,84 1,35 × 10 ⋅ s + 2,296 × 10−4 ⋅ s 2 + s −5 3 (3.2) A equação (3.2) representa a função de transferência em malha aberta da planta, responsável pelo posicionamento da carga “M2” no eixo “Z”. Através do programa em Matlab listado no item B.1 do apêndice B, que utiliza um período de amostragem de 10ms e um segurador de ordem zero – ZOH (Zero-Order Hold) obtém-se as equações (3.3) e (3.4) que representam as funções de transferência discretas do sistema, correspondentes as equações (3.1) e (3.2), respectivamente. 4,201⋅ z −1 + 12,07 ⋅ z −2 + 3,841⋅ z −3 Gx(z) = 1 + 0,1145⋅ z −1 − 0,2663⋅ z −2 − 0,8482⋅ z −3 (3.3) 5,566 ⋅ z −1 + 13,27 ⋅ z −2 + 5,053⋅ z −3 Gz(z) = 1 + 0,6763⋅ z −1 − 0,8327 ⋅ z −2 − 0,8436⋅ z −3 (3.4) As equações do sistema podem ser escritas de maneira a relacionar a entrada com a saída utilizando as expressões abaixo: Xz=Gxz·Ux z+ez Zz=Gzz·Uz z+ez (3.5) (3.6) onde: X(z), Z(z) – sinal de saída discretizado na direção do eixo X e na direção do eixo Z, respectivamente; Gx(z), Gz(z) – função de transferência incluindo o segurador de ordem zero responsável pelo deslocamento do sistema na direção no eixo X e na direção do eixo Z, respectivamente; Ux(z), Uz(z) – sinal de controle discretizado do sistema para o eixo X e para o eixo Z, respectivamente; e(z) – perturbação na saída do sistema. Observando as equações (3.5) e (3.6) verifica-se que foi acrescido uma perturbação na saída do sistema com o objetivo de aproximar a simulação à realidade. A 75 perturbação acrescida “e(z)” é do tipo ruído branco (ruído Gaussiano) com média nula e variância de 0,05x10 -3, representando um ruído no sistema de medição. Colocando a equação (3.3) e no formato da equação (3.5) e a equação (3.4) no formato da equação (3.6), obtém-se respectivamente as equações (3.7) e (3.8) que representam o sistema em estudo na forma de equação à diferenças. xt=4,201·ux t-1+12,07 ux t-2+3,841ux t-3-0,1145xt-1+ +0,2663xt-2+0,8482xt-3+et zt=5,566·uz t-1+13,27 uz t-2+5,053uz t-3-0,6763zt-1+ +0,8327zt-2+0,8463zt-3+et (3.7) (3.8) 3.3 IDENTIFICAÇÃO DO SISTEMA O objetivo da identificação do sistema é obter um modelo matemático que descreva o comportamento de um sistema dinâmico a partir de suas entradas e saídas. Neste trabalho, através das equações à diferenças (3.7) e (3.8) obtém-se as respostas “x(t)” e “z(t)” para as entradas ux(t) e uz(t) respectivamente; que serão utilizadas para identificação dos parâmetros do sistema, necessários para o projeto do controlador adaptativo. A identificação do sistema é feita on-line através do algoritmo dos Mínimos Quadrados Recursivos (MQR), apresentado na seção A.5. O programa em Matlab do MQR está listado no item B.2 do apêndice B. Tendo conhecimento a priori do sistema, e por este trabalho tratar-se de uma simulação, e a partir do princípio da parcimônia, optou-se por utilizar um modelo a ser estimado de ordem inferior ao do modelo considerado como real. Tal procedimento vem auxiliar o controlador adaptativo agilizando a identificação dos seus parâmetros e a atualização da lei de controle em tempo real. O modelo adotado será de segunda ordem, uma ordem inferior ao do modelo que representa o processo real (equações (3.3) e (3.4)), ou seja, o modelo estimado do sistema terá o grau dos polinômios “A” e “B”, respectivamente “na=2” e “nb=1” e um atraso de transporte “d=1”, conforme descrito pelas equações (3.9) e (3.10). X(z) b̂1x ⋅ z −1 + b̂ 2 x ⋅ z −2 = Gx ( z ) = U x (z) 1 + â 1x ⋅ z −1 + â 2 x ⋅ z − 2 (3.9) 76 Z( z ) b̂ ⋅ z −1 + b̂ 2 z ⋅ z −2 = Gz ( z) = 1z U z (z) 1 + â 1z ⋅ z −1 + â 2 z ⋅ z −2 (3.10) A partir dos modelos estimados, representados pelas as equações (3.9) e (3.10), e de acordo com a equação (A.18), os vetores de medidas são dados respectivamente pelas equações (3.11) e (3.12). ϕx T ( t ) = [ − x (t − 1) − x( t − 2) u x ( t − 1) u x ( t − 2) ] (3.11) ϕz T (t ) = [ − z(t − 1) − z( t − 2) u z (t − 1) u z ( t − 2) ] (3.12) Baseando-se na equação (A.19), os vetores dos parâmetros estimados são representados respectivamente pelas equações (3.13) e (3.14). θˆ x T = [ â 1x â 2 x b̂1x b̂ 2 x ] (3.13) θˆ z T = [ â 1z â 2 z b̂1z b̂ 2 z ] (3.14) Como os parâmetros a serem estimados são desconhecidos precisa-se estimular a estimação inicial, e para tal atribuiu-se à matriz de covariância um valor da ordem de “107”, ou seja, “P(0)=107xI” de acordo com as observações da seção A.5. O MQR é melhor representado pelas equações (A.31), (A.35), (A.36) e (A.37) que contemplam o fator de esquecimento, dando ao usuário a opção de executar uma estimação baseando-se nas medidas mais recentes, ao adotar “0,9 ≤ λ <1”, ou utilizando todas as medidas anteriores, adotando, “λ=1”. Como esse trabalho se trata de uma simulação os parâmetros do sistema não variam com o tempo, podendo adotar “λ=1”. As validações dos modelos estimados, equações (3.9) e (3.10), são comprovadas pelos valores dos coeficientes de Correlação Múltiplas (Ri2) abaixo: R 2x = 0, 9999960773967439 R 2z = 0,9999989182795633 77 De acordo com a seção A.5.4 e com os valores anteriores, esses modelos estimados podem ser considerados como válidos. 3.4 PROJETO DO CONTROLADOR GMV A idéia do controlador de variância mínima generalizada (GMV) é determinar a variável de controle “u(k)” com a minimização da função custo “J2” compensando um ruído “n(k)” através de uma predição de passo “d+1”. A função custo “J2” apresentada na seção A.7.4 pela equação (A.43), é reescrita conforme equação (3.15). J 2 = E{[ y(k + d + 1) − w(k + d + 1)]2 + r.u 2 (k )} (3.15) onde: E{.} – esperança matemática; y – variável controlada; w – sinal de referência; u – variável manipulada; r – fator de ponderação da variável manipulada. De acordo com a seção A.7.4 e como mostrado na figura 3.2, num projeto de controlador devem ser considerados o retardo de tempo e as perturbações (ruídos) incidentes no sistema. υ Sinal de controle u C D ruído B −d ⋅z A + n yu + Saída y Figura 3.2 – Sistema com perturbação (ruído). 78 Como mostrado na seção A.7.4 pela equação (A.49) o ruído filtrado pode ser representado pela seguinte equação: C(z −1 ) L(z −1 ) −( d+1) −1 = F(z ) + ⋅z D(z −1 ) D(z −1 ) (3.16) F( z −1 ) = 1 + f1.z −1 + L + f d .z − d (3.17) L( z −1 ) = l 0 + l 1.z −1 + L + l m−1.z − ( m−1) (3.18) onde: d - atraso de transporte do sistema que representa o grau do polinômio “F”; m - ordem do sistema, onde a expressão “-(m-1)” representa a ordem do polinômio “L”. Como, no sistema sob análise, o atraso de transporte é “d=1” e a ordem do sistema é “m=na=2”, os polinômios “F” e “L” podem ser representados da seguinte forma: F(z −1 ) = 1 + f1.z −1 (3.19) L(z −1 ) = l 0 + l 1.z −1 (3.20) Os polinômios “F” e “L” são determinados pela identidade representada a seguir, resultante da equação (3.16). C(z-1 ) = D(z-1 ) ⋅ F(z-1 ) + L(z-1 ) ⋅ z − (d+1) (3.21) De acordo com a seção A.7.4, pode-se assumir que o denominador do filtro do ruído seja igual ao denominador da função de transferência do sistema, ou seja, “D(z-1) = A(z-1)”, assim como “C(z-1) = 1”, resultando numa simplificação nas funções do ruído e da identidade, dada pela equação (3.16), e ficando respectivamente representadas pelas equações (3.22) e (3.23). 79 1 L(z −1 ) −( d+1) −1 = F ( z ) + ⋅z A(z −1 ) A(z −1 ) (3.22) 1 = A(z-1 ) ⋅ F(z-1 ) + L(z-1 ) ⋅ z − ( d+1) (3.23) A partir da equação (3.23), usando o denominador da equação (3.9) ou da equação (3.10), assim como as equações (3.19) e (3.20) determina-se os parâmetros dos polinômios “F” e “L”, como segue: 1 = (1 + a 1 ⋅ z -1 + a 2 ⋅ z -2 ) ⋅ (1 + f1 ⋅ z -1 ) + (l 0 + l 1 ⋅ z -1 ) ⋅ z −2 ⇒ 1 = 1 + (a 1 + f1 ) ⋅ z -1 + (a 2 + a 1 ⋅ f1 + l 0 ) ⋅ z -2 + (a 2 ⋅ f1 + l 1 ) ⋅ z -3 (3.24) Igualando os termos de mesma ordem da equação (3.24), obtém-se: 1 = 1 f1 = − a1 a + f = 0 1 1 ⇒ l 0 = a 12 − a 2 a 2 + a1 ⋅ f1 + l 0 = 0 l = a ⋅a 1 1 2 a 2 ⋅ f1 + l 1 = 0 (3.25) A lei de controle do controlador de variância mínima generalizada, ou seja, a variável de controle “u(k)” que foi determinada na seção A.7.4 representada pela equação (A.72) é reescrita neste capítulo pela equação (3.26). w (k + 2) − L(z −1 ) ⋅ y(k ) u (k ) = r F(z −1 ) ⋅ z ⋅ B(z −1 ) + b1 (3.26) Substituindo as equações (3.19), (3.20) e o numerador da equação (3.9) ou da equação (3.10) na equação (3.26), tem-se: u (k ) = w (k + 2) − (l 0 + l 1 ⋅ z −1 ) ⋅ y(k ) r (1 + f1 ⋅ z ) ⋅ z ⋅ (b1 ⋅ z + b 2 ⋅ z ) + b1 −1 −1 −2 ⇒ 80 u (k ) = u (k ) = w ( k + 2) − l 0 ⋅ y ( k ) − l 1 ⋅ z − 1 ⋅ y ( k ) ⇒ r −1 −2 b1 + + (b1 ⋅ f1 + b 2 ) ⋅ z + b 2 ⋅ f1 ⋅ z b1 (3.27) w (k + 2) − l 0 ⋅ y(k ) − l 1 ⋅ y(k − 1) − (b1 ⋅ f1 + b 2 ) ⋅ u (k − 1) − (b 2 ⋅ f1 ) ⋅ u (k − 2) r b1 + b1 (3.28) A equação (3.28) é a lei de controle do GMV representada na forma de equação a diferenças. O funcionamento do controlador GMV aliado ao algoritmo de identificação MQR pode ser representado pelo diagrama de blocos da figura 3.3. erro de modelagem ε(t) Algoritmo de atualização Parâmetros do modelo â1 â 2 b̂1 b̂2 MQR Modelo correção das estimativas – b̂1 ⋅ z −1 + b̂ 2 ⋅ z −2 −1 −2 ŷ(t) 1 + â1 ⋅ z + â 2 ⋅ z Projeto do Controlador saída estimada GMV Parâmetros do controlador l 0 l1 f1 r u(k) B −d ⋅z A + yu + y(k) Saída – e(k) erro Referência w(k) w (k + 2) − l 0 ⋅ y(k ) − l1 ⋅ z −1 ⋅ y(k ) r b1 + + (b1 ⋅ f1 + b 2 ) ⋅ z −1 + b 2 ⋅ f1 ⋅ z−2 b1 Sinal de controle (entrada) + n ruído υ 1 A + Sistema Figura 3.3 – Diagrama de blocos do controlador adaptativo auto-ajustável mostrando em detalhes o sistema com ruído, o MQR e o GMV. Na figura 3.3, o sistema representado pela equação (3.9) ou (3.10) recebe a entrada u(k) e fornece como saída y(k). Esses dados são utilizados no MQR para que os parâmetros do sistema a1 , a2 , b 1 e b 2 sejam estimados em tempo real e usados no projeto e 81 na implementação do controlador GMV, para a geração da variável de controle u(k), conforme equação (2.28). Nesse caso, como o sistema é de dois graus de liberdade e desacoplado, duas variáveis de controle são determinadas, ou seja, ux(k) e uz(k), para controlar o sistema representado pelas equações (3.9) e (3.10) nas direções “X” e “Z”, respectivamente. Nos primeiros instantes (0,07s) de funcionamento do programa utilizou-se um controlador proporcional de ganho “kp = 0,01” com o intuito de estimar parcialmente a planta e evitar uma ação inadequada do controle adaptativo. Após esse tempo inicial o controlador GMV é automaticamente acionado. Portanto o posicionamento da massa da mesa de coordenadas de dois graus de liberdade será controlado por um controlador adaptativo composto por uma lei de controle GMV e algoritmo de estimação de parâmetros MQR de maneira que possua as seguintes especificações de desempenho ao seguir trajetórias de referência: • sobre-sinal máximo, “Mp”, de 20%; • tempo de acomodação, “ts”, de 1 segundo para o critério de 2%. Para que o sistema em estudo acompanhe trajetórias de referência, atendendo as especificações de desempenho, podem-se ajustar, as seguintes variáveis: • a magnitude dos elementos da diagonal da matriz de covariância “P(t)”; • o fator de ponderação, “r”, da variável de controle; • o fator de esquecimento, λ; • o instante, “tg”, em que o controlador proporcional sai para a entrada do controlador GMV; • a constante de proporcionalidade, “kp”, do controlador proporcional; • a estimação inicial dos parâmetros dos modelos estimados. 3.5 CONCLUSÃO Neste capítulo realizou-se o desenvolvimento de um projeto de um controlador adaptativo auto-ajustável composto por uma lei de controle do tipo GMV e por um estimador de parâmetros do tipo MQR para atuar em um sistema hidráulico simulado de dois graus de liberdade, controlando o posicionamento de uma carga “M2” no plano “X Z” ao seguir três diferentes trajetórias. 82 Na seção 3.2 foram obtidas as funções discretas da mesa de coordenadas na forma de equação à diferenças, equações (3.7) e (3.8), a partir dos parâmetros apresentados na tabela 3.1, que serão utilizadas na simulação como sendo o sistema real. Na seção 3.3 obteve-se o modelo estimado bem com sua validação. A lei de controle do GMV foi obtida na seção 3.4 permitindo compor um diagrama de blocos para explanar o funcionamento do controlador adaptativo em estudo. Na seqüência as especificações de desempenho do sistema foram apresentadas bem como os termos que podem ser manipulados para que essa obediência seja realizada. CAPÍTULO 4 - RESULTADOS 4.1 INTRODUÇÃO Serão apresentados neste capítulo os resultados da simulação do controle de posição de uma carga utilizando uma mesa de coordenadas de dois graus de liberdade acionada hidraulicamente e controlada por um controlador adaptativo do tipo GMV. Para testar o controlador em estudo agindo sob a mesa de coordenadas, são utilizadas três trajetórias de referência distintas para fazer com que o sistema siga as mesmas, obedecendo às especificações de desempenho descritas na seção 3.4. As três trajetórias de referência que o sistema deverá seguir são apresentadas na seção 4.2 na seguinte ordem: trajetória de referência polinomial cúbica seguida de degrau, em seguida apresenta-se a trajetória circular e por último apresenta-se a trajetória em degraus. Na seção 4.3 são apresentadas cinco configurações distintas, denominadas de casos, na tentativa de obter uma configuração única que faça com que o sistema siga as três trajetórias de referência obedecendo às especificações de desempenho. Na seqüência são apresentados os resultados do sistema ao seguir as trajetórias através das apresentações das curvas experimentais do desempenho do sistema, da variável de controle, dos parâmetros estimados do sistema e do erro de estimação. As conclusões relativas a este capítulo encontram-se na seção 4.4. 84 4.2 APRESENTAÇÃO DAS TRAJETÓRIAS DE REFERÊNCIA Na ordem, serão apresentadas as trajetórias de referência: trajetória polinomial cúbica seguida de um degrau, trajetória circular e por último a trajetória em degraus. 4.2.1 Apresentação da trajetória de referência polinomial cúbica seguida de degrau Esta trajetória utiliza-se de um polinômio de grau 3 para que o sistema atinja um determinado patamar de forma suave, permanecendo neste patamar durante alguns instantes de tempo. O programa do controlador GMV em “Matlab” responsável pela obediência do sistema à referência cúbica está listado no item B.3 do apêndice B. De acordo com SPONG e VIDYASAGAR (1989) supõe-se que num instante inicial, o deslocamento da extremidade do manipulador, satisfaça as seguintes condições: w(ti) = wi e w’(ti) = w’i (4.1) onde: w(t) – função do posicionamento do manipulador; w’(t) – função da velocidade do manipulador; ti – instante de tempo inicial; wi – posição inicial do manipulador; w’i – velocidade inicial do manipulador. Em um determinado instante (tf), deseja-se que o manipulador satisfaça a seguinte condição: w(tf) = wf e w’(tf) = w’f onde: tf – tempo final da trajetória; wf – posição final do manipulador; w’f – velocidade final do manipulador. (4.2) 85 Um exemplo da trajetória polinomial é mostrado na figura 4.1. w(t) wf wi t ti tf Figura 4.1 – Exemplo de uma trajetória polinomial cúbica. Tendo quatro condições para serem satisfeitas, dadas pelas equações (4.1) e (4.2), faz-se necessário um polinômio com quatro coeficientes independentes que possam ser determinados a fim de satisfazer estas condições (SPONG e VIDYASAGAR, 1989). Portanto, considera-se a seguinte trajetória cúbica: w ( t ) = q 0 + q1 ⋅ t + q 2 ⋅ t 2 + q 3 ⋅ t 3 (4.3) Então a velocidade pode ser determinada pela derivada da equação (4.3), resultando em: w ' ( t ) = q1 + 2 ⋅ q 2 ⋅ t + 3 ⋅ q 3 ⋅ t 2 (4.4) Combinando as equações (4.3) e (4.5) com as quatro considerações representadas por (4.1) e (4.2), obtém-se: w i = q 0 + q1 ⋅ t i + q 2 ⋅ t i 2 + q 3 ⋅ t i 3 (4.5) w 'i = q 1 + 2 ⋅ q 2 ⋅ t i + 3 ⋅ q 3 ⋅ t i 2 (4.6) w f = q 0 + q1 ⋅ t f + q 2 ⋅ t f 2 + q 3 ⋅ t f 3 (4.7) w 'f = q 1 + 2 ⋅ q 2 ⋅ t f + 3 ⋅ q 3 ⋅ t f 2 (4.8) 86 A trajetória cúbica de referência utilizada neste trabalho tem as seguintes condições iniciais: instante inicial – ti = 0; posição inicial – wi = 0; velocidade inicial – w’i = 0. E as seguintes condições finais: intervalos de amostragem para o final da trajetória – tf = 100 (tf = 1s); posição final – wf = 0,15 m; velocidade final – w’f = 0. Substituindo as condições iniciais e finais da trajetória nas equações (4.5), (4.6), (4.7) e (4.8), obtém-se: q 0 = 0 q 0 q q1 = 0 1 ⇒ 2 3 q 2 ⋅ t f + q 3 ⋅ t f = w i q 2 2 q 3 2 ⋅ q 2 ⋅ t f + 3 ⋅ q 3 ⋅ t f = 0 q 0 = 0 q = 0 1 ⇒ −6 q 2 = 45x10 q 3 = −0,3x10−6 = − 2 ⋅ w i t 3f =0 =0 = 3 ⋅ w i t f2 (4.9) Substituindo os parâmetros obtidos pela equação (4.9), na equação (4.3), e ainda alterando a variável de tempo “t” para a variável de amostragem “k”, obtém-se o polinômio abaixo, representando a trajetória cúbica de referência para cada intervalo de amostragem. w(k ) = 45x10−6 ⋅ k 2 − 0,3x10−6 ⋅ k 3 (4.10) Portanto, ambos os pistões hidráulicos seguirão a trajetória representada pela equação (4.10) ao mesmo tempo nos cem primeiros intervalos de amostragem (no primeiro segundo), permanecendo na posição final (w1 = 0,15m) até o intervalo de amostragem de número “k=300”, figura 4.2. O intervalo de amostragem foi definido anteriormente como, “Ts = 10ms”, portanto o tempo total para percorrer toda trajetória cúbica de referência é de “t=3s”. 87 0.2 Posição da extremidade do atuador (m) 0.18 0.16 0.14 0.12 0.1 0.08 0.06 0.04 0.02 0 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 Figura 4.2 – Trajetória de referência cúbica. 4.2.2 Apresentação da trajetória de referência circular Neste caso o cada pistão do sistema irá seguir uma trajetória distinta produzindo uma trajetória circular de raio 0,15m no plano “X Z”, ou seja, a carga “M2” deverá seguir a referida trajetória de referência. O início da trajetória será no ponto (0,15;0) do plano “X Z” e fará o percurso apenas uma vez no sentido anti-horário, como mostra a figura 4.3. 0.2 Posição da carga "M2" no eixo "Z"(m) 0.15 0.1 0.05 0 -0.05 -0.1 -0.15 -0.2 -0.2 -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 0.1 0.15 Posição da carga "M2" no eixo "X"(m) 0.2 Figura 4.3 – Trajetória de referência circular a ser seguida pelo sistema. 88 O programa do controlador GMV em “Matlab”, responsável pela obediência do sistema à trajetória de referência circular, está listado no item B.3 do apêndice B. Para que isto seja possível, cada um dos dois pistões do sistema deverá iniciar os seus movimentos ao mesmo tempo e seguir trajetórias de referência diferentes, ou seja, o pistão 1 deverá seguir uma trajetória de referência defina por uma função cosseno e o pistão 2 deverá seguir uma trajetória definida por uma função seno, como mostram as equações (4.11) e (4.12). w1 (k ) = 0,15 ⋅ cos(α(k )) (4.11) w 2 (k ) = 0,15 ⋅ sen(α(k )) (4.12) Foi definido anteriormente que o intervalo de amostragem é de, “Ts = 10 ms”. Em cada período de amostragem será fornecido um ângulo em radiano de “α=0,002.π.k”, necessitando de “k=1000” intervalos de amostragem para realizar a volta completa, ou seja, a volta completa será realizada num intervalo de tempo igual a “t=10s”. As trajetórias de referência para o pistão 1 e para o pistão 2, determinada pelas equações (4.11) e (4.12), são representadas pelas figuras 4.4 e 4.5, respectivamente. 0.2 Posição da extremidade do atuador (m) 0.15 0.1 0.05 0 -0.05 -0.1 -0.15 -0.2 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) Figura 4.4 – Trajetória de referência co-senoidal a ser seguida pelo pistão 1. 89 Posição da extremidade do atuador no eixo "Z"(m) 0.2 0.15 0.1 0.05 0 -0.05 -0.1 -0.15 -0.2 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) Figura 4.5 – Trajetória de referência senoidal a ser seguida pelo pistão 2. 4.2.3 Apresentação da trajetória de referência em degraus Essa trajetória é composta por vários patamares de posicionamento e de alterações bruscas entre essas posições, como mostra a figura 4.6. O programa do controlador GMV em “Matlab”, responsável pela obediência do sistema à trajetória de referência em degraus, está listado no item B.3 do apêndice B. Posição da extremidade do atuador (m) 0.25 0.2 0.15 0.1 0.05 0 0 5 10 Tempo (s) 15 20 Figura 4.6 – Trajetória de referência em degraus. 90 A trajetória de referência em degraus do sistema é composta pelas seguintes etapas, de acordo com figura 4.6. i. nos quinhentos primeiros intervalos de amostragem (t = 5s) a carga “M2” deve estar deslocada de sua origem de “w = 0,1m”; ii. após a etapa inicial, a carga “M2” deve estar distante de sua origem de “w=0,2m” até atingir mil intervalos de amostragem (t = 10s); iii. do término da segunda etapa até o intervalo de amostragem de número mil e quinhentos (t = 15s) a carga “M2” deve permanecer distante de sua origem de “w=0,05m”; iv. na quarta e última etapa, a carga “M2” irá para a posição “w=0,15”, permanecendo neste ponto até atingir dois mil intervalos de amostragem que ocorre em “t = 20s”. 4.3 SIMULAÇÕES A seguir são apresentados os resultados do sistema hidráulico ao acompanhar as três trajetórias de referência utilizando o controlador GMV. A intenção é de utilizar uma configuração única no controlador GMV para seguir as três trajetórias. Várias tentativas foram realizadas e as mais importantes estão representadas na tabela 4.1 sendo denominadas de casos. Nem todas as configurações são utilizadas para as três trajetórias de referências. Inicialmente analisa-se uma configuração para uma determinada trajetória e se esta gerar resultados que atendam às especificações de desempenho a referida configuração será analisada em outra trajetória de referência para que também se verifique a obediência desta última às especificações de desempenho. Se os resultados da segunda trajetória atendem as especificações de desempenho, testam-se também as configurações deste caso para a terceira trajetória. Se os resultados da segunda trajetória não atendem às especificações de desempenho outra configuração será analisada seguindo a mesma seqüência lógica, até que uma única configuração gere resultados que atendam as especificações de desempenho para as três trajetórias. 91 Tabela 4.1 – Valores das variáveis ajustáveis do controlador adaptativo, utilizados para λ r tg kp P(0) 1 40 7 0,01 107 ·I 7 0,01 100 0 0 0 0 0 0 100.000 0 0 ! 0 10.000 0 0 0 100.000 Caso 3 40 0 0 0 100.000 0 0 ! 0 10.000 0 0 0 100.000 1 40 7 0,01 Caso 4 1 100 0 0 0 1 40 7 0,01 100·I Caso 5 Caso 2 Caso 1 compor as configurações de cinco casos. 1 40 7 0,01 100·I θ (0) θ x (0)=[0,0,0,0] θ z (0)=θ x (0) θ x (0)=[0,0,0,0] θ z (0)=θ x (0) θ x (0)=[0,0,0,0] θ z (0)=θ x (0) θ x (0)=[-0.1,-1,4,9] θ z (0)=θ x (0) θ x (0)=[-0.1,-1,4,9] θ z (0)=θ x (0) Restrição em ui(.) Não Não ux(k)≤umáx uz(k)≤umáx Não ux(k)≤umáx uz(k)≤umáx Os valores das variáveis “r”, “tg”, “kp”, “P(0)” e “θ i (0)” foram obtidos por tentativa e erro. O valor máximo para as variáveis de controle do sistema, de acordo com a tabela 3.1, é umáx = 1,2x10-3 m. 4.3.1 Análise das configurações do caso 1 aplicadas à trajetória de referência polinomial cúbica seguida de degrau Neste item serão apresentados os resultados do sistema hidráulico ao seguira a trajetória de referência polinomial cúbica seguida de degrau, sob ação do GMV e utilizando as configurações do caso 1, para analisar a adequação dos referidos resultados às especificações de desempenho. As configurações do caso 1 estão resumidas na tabela 4.2. 92 Tabela 4.2 – Valores das variáveis da configuração do caso 1 a serem utilizados no GMV para que o sistema hidráulico siga a trajetórias de referências. Configurações do caso 1para o Pistão 1 (eixo X) e o Pistão 2 (eixo Z) λ r tg kp P(0) 1 40 7 0,01 107xI θ (0) [0,0,0,0] Os resultados do sistema hidráulico de dois graus de liberdade ao seguir a trajetória de referência cúbica seguida de degrau serão mostrados em duas etapas. Inicialmente serão representados os resultados referentes ao pistão 1, responsável pelo posicionamento da carga “M2” no eixo “X”, e em seguida os resultados referentes ao pistão 2, responsável pelo posicionamento da carga “M2” no eixo “Z”. Ambos os pistões devem seguir a mesma trajetória cúbica seguida de degrau e ao mesmo tempo. Os resultados referentes ao pistão 1 estão representados pelas figuras 4.7, 4.8 e 4.9. 6 Evolução dos parâmetros para o pistão 1 5 a1 a2 b1 b2 4 3 2 1 0 -1 -2 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 Figura 4.7 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória cúbica seguida de degrau utilizando as configurações do caso 1. 93 0.2 trajetória de referência saída estimada saída do sistema tolerância 2% Posição da carga M2 no eixo "X" (m) 0.18 0.16 0.14 0.156 0.12 0.154 0.1 0.152 0.08 0.15 0.06 0.04 0.148 0.02 0.146 0 0.144 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 0.9 0.92 0.94 0.96 0.98 Tempo (s) 1 1.02 1.04 1.06 Figura 4.8 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência cúbica seguida de degrau ao utilizar as configurações do caso 1. -3 1.5 x 10 1 0.01 variável de controle - u1(k) Variável de controle 1 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "X"(m) 0.015 0.005 0 -0.005 limites da variável de controle 0.5 0 -0.5 -0.01 -1 -0.015 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 -1.5 0 0.5 1 (a) 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 (b) Figura 4.9 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência cúbica seguida de degrau, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 1. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 1 para seguir a trajetória de referência cúbica seguida de degrau. 94 Os resultados referentes ao pistão 2 estão representados pelas figuras 4.10, 4.11 e 4.12. 7 Evolução dos parâmetros para o pistão 2 6 5 4 a1 a2 b1 b2 3 2 1 0 -1 -2 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 Figura 4.10 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória cúbica seguida de degrau utilizando as configurações do caso 1. 0.2 trajetória de referência saída estimada saída do sistema tolerância 2% Posição da carga M2 no eixo "Z" (m) 0.18 0.16 0.14 0.156 0.12 0.154 0.1 0.152 0.08 0.15 0.06 0.04 0.148 0.02 0.146 0 0.144 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 0.9 0.92 0.94 0.96 0.98 1 Tempo (s) 1.02 1.04 1.06 Figura 4.11 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência cúbica seguida de degrau ao utilizar as configurações do caso 1. 95 -3 1.5 x 10 1 variável de controle - u2(k) 0.01 Variável de controle 2 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "Z"(m) 0.015 0.005 0 -0.005 limites da variável de controle 0.5 0 -0.5 -0.01 -1 -0.015 -1.5 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 0 0.5 1 (a) 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 (b) Figura 4.12 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência cúbica seguida de degrau, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 1. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 1 para seguir a trajetória de referência cúbica seguida de degrau. Ao analisar as figuras 4.8 e 4.11 observa-se que praticamente não houve sobresinal na saída do sistema, acomodando-se adequadamente à trajetória de referência e, portanto atendendo as especificações de desempenho de sobre-sinal e tempo de acomodação para o critério de 2%. Ao analisar as figura 4.9(a) e 4.12(a) observa-se que o erro máximo ao longo da trajetória cúbica em regime transitório, é de 0,003594m para o pistão 1 e de 0,003246m para o pistão 2. Em regime estacionário o erro chega à zero para ambos os pistões. A última análise a ser realizada é o valor da variável de controle com relação aos seus limites, que não deve ultrapassar 1,2x10-3m, conforme tabela 4.1. Portanto, ao analisar as figuras 4.9(b) e 4.12(b) observa-se que o valor da variável de controle para o eixo “X” foi de 0,3533x10-3 m, e para o eixo “Z” foi de 0,3410x10-3 m, estando ambos dentro dos limites pré-estabelecidos. 4.3.2 Análise das configurações do caso 1 aplicadas à trajetória de referência circular Devido aos resultados satisfatórios obtidos na seção 4.3.1 ao utilizar as configurações do caso 1, e com o intuito de utilizar uma configuração única para as três trajetórias, neste item os resultados do sistema hidráulico, sob ação do GMV ao seguir a 96 trajetória de referência circular, serão também analisados com relação às especificações de desempenho ao utilizar as configurações do caso 1. As configurações do caso 1 são mostradas na tabela 4.1 e de forma resumida na tabela 4.2. Os resultados do sistema hidráulico ao seguir a trajetória de referência circular, serão mostrados inicialmente em separado, começando com os resultados referentes ao pistão 1 e em seguida serão mostrados os resultados referentes ao pistão 2. Por último será mostrada a trajetória circular no plano “XZ” resultante da movimentação conjunta dos dois pistões. Os resultados referentes ao pistão 1 estão representados pelas figuras 4.13, 4.14 e 4.15. 7 Evolução dos parâmetros para o pistão 1 6 a1 a2 b1 b2 5 4 3 2 1 0 -1 -2 0 1 2 3 4 5 6 Tempo (s) 7 8 9 10 Figura 4.13 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória co-senoidal utilizando as configurações do caso 1. 97 0.2 trajetória de referência saída estimada saída do sistema Posição da carga M2 no eixo "X" (m) 0.15 0.1 0.05 0 -0.05 -0.1 -0.15 -0.2 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) Figura 4.14 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência co-senoidal ao utilizar as configurações do caso 1. -3 1.5 x 10 1 variável de controle - u1(k) 0.01 Variável de controle 1 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "X"(m) 0.015 0.005 0 -0.005 limites da variável de controle 0.5 0 -0.5 -0.01 -1 -0.015 0 1 2 3 4 5 6 Tempo (s) 7 8 9 10 -1.5 0 1 (a) 2 3 4 5 6 Tempo (s) 7 8 9 10 (b) Figura 4.15 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência co-senoidal, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 1. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 1 para seguir a trajetória de referência co-senoidal. Os resultados referentes ao pistão 2 estão representados pelas figuras 4.16, 4.17 e 4.18. 98 8 Evolução dos parâmetros para o pistão 2 7 a1 a2 b1 b2 6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 0 1 2 3 4 5 6 Tempo (s) 7 8 9 10 Figura 4.16 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória senoidal utilizando as configurações do caso 1. 0.2 trajetória de referência saída estimada saída do sistema Posição da carga M2 no eixo "Z" (m) 0.15 0.1 0.05 0 -0.05 -0.1 -0.15 -0.2 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) Figura 4.17 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência senoidal ao utilizar as configurações do caso 1. 99 -3 x 10 1.5 1 variável de controle - u2(k) 0.01 Variável de controle 2 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "Z"(m) 0.015 0.005 0 -0.005 limites da variável de controle 0.5 0 -0.5 -0.01 -1 -0.015 0 1 2 3 4 5 6 Tempo (s) 7 8 9 -1.5 10 0 1 2 3 (a) 4 5 6 Tempo (s) 7 8 9 10 (b) Figura 4.18 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência senoidal, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 1. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 1 para seguir a trajetória de referência senoidal. A figura 4.19 mostra a trajetória circular no plano “XZ” resultante das trajetórias co-senoidal no eixo “X” e senoidal no eixo “Z”. 0.2 referência saída do sistema tolerância de 2% 0.15 Posição da carga M2 no eixo "Z" (m) 0.1 0.05 0.045 0 0.035 0.04 0.03 -0.05 0.025 0.02 -0.1 0.015 0.01 -0.15 0.005 -0.2 0 -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 Posição da carga M2 no eixo "X" (m) 0.1 0.15 0.2 0.13 0.14 0.15 0.16 Posição da carga M2 no eixo "X" (m) 0.17 Figura 4.19 – Resposta do sistema hidráulico seguindo a trajetória circular no plano X Z, sob ação do controlador GMV e utilizando as configurações do caso 1. 100 Analisando a figura 4.19 observa-se que o sistema controlado pelo GMV atende aos critérios de desempenho com relação ao sobre-sinal e ao tempo de acomodação de 1s, para o critério de 2%. Observa-se também, através das figuras 4.15(b) e 4.18(b), que os valores das variáveis de controle para o eixo “X” e para o eixo “Z” estão dentro dos seus limites. 4.3.3 Análise das configurações do caso 1 aplicadas à trajetória de referência em degraus Devido aos resultados satisfatórios dos itens 4.3.1 e 4.3.2 obtidos ao utilizar as configurações do caso 1, e com o intuito de utilizar uma configuração única para as três trajetórias, neste item os resultados do sistema hidráulico, sob ação do GMV ao seguir a trajetória de referência em degraus, serão também analisados com relação às especificações de desempenho ao utilizar as configurações do caso 1. As configurações do caso 1 são mostradas na tabela 4.1 e de forma resumida na tabela 4.2. Os resultados do sistema hidráulico de dois graus de liberdade ao seguir a trajetória de referência em degraus serão mostrados em duas etapas. Inicialmente serão representados os resultados referentes ao pistão 1, responsável pelo posicionamento da carga “M2” no eixo “X”, e em seguida os resultados referentes ao pistão 2, responsável pelo posicionamento da carga “M2” no eixo “Z”. Ambos os pistões devem seguir a mesma trajetória em degraus e ao mesmo tempo. Os resultados referentes ao pistão 1 estão representados pelas figuras 4.20, 4.21 e 4.22. 101 Evolução dos parâmetros para o pistão 1 20 a1 a2 b1 b2 15 10 5 0 -5 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 Figura 4.20 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 1. 0.25 Mp=20.0572% trajetória de referência saída estimada saída do sistema sobre-sinal 20% tolerância 2% ts =0.24s Posição da carga M2 no eixo "X" (m) 0.2 0.15 Mp=21.9508% ts=0.18s 0.1 Mp=29.222% ts =0.67s 0.05 Mp=19.2342% ts=0.19s 0 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) 12 14 16 18 20 Figura 4.21 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 1. 102 -3 0.2 8 6 0.15 4 0.1 Variável de controle 1 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "X"(m) x 10 0.05 0 -0.05 2 0 -2 -4 -6 variável de controle - u1(k) -0.1 limites da variável de controle -8 -0.15 -0.2 -10 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 -12 0 2 4 6 8 (a) 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 (b) Figura 4.22 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 1. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 1 para seguir a trajetória de referência em degraus. Os resultados referentes ao pistão 1 estão representados pelas figuras 4.23, 4.24 e 4.25. 12 a1 a2 b1 b2 Evolução dos parâmetros para o pistão 2 10 8 6 4 2 0 -2 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 Figura 4.23 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 1. 103 0.25 Mp=36.3993% trajetória de referência saída estimada saída do sistema sobre-sinal 20% tolerância 2% ts=0.44s Posição da carga M2 no eixo "Z" (m) 0.2 0.15 Mp=17.5527% ts=0.2s 0.1 Mp=12.7573% ts =0.14s 0.05 Mp=17.8474% ts =0.25s 0 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) 12 14 16 18 20 Figura 4.24 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 1. -3 8 0.2 6 0.15 4 0.1 Variável de controle 2 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "Z"(m) x 10 0.05 0 -0.05 -0.1 0 -2 -4 -6 variável de controle - u2(k) limites da variável de controle -8 -0.15 -0.2 2 -10 -12 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 0 2 (a) 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 (b) Figura 4.25 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 1. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 1 para seguir a trajetória de referência em degraus. 104 Ao analisar as figuras 4.21 e 4.24, observa-se que em alguns patamares os valores dos sobre-sinais estão acima dos 20%, determinados pela especificação de desempenho, mostrando a não adequação do sistema, sob ação do GMV, para seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 1. Portanto as configurações do caso 1 só satisfizeram a trajetória de referência polinomial cúbica seguida de degrau e a trajetória de referência circular, não alcançando o objetivo de utilizar uma única configuração para as três trajetórias. 4.3.4 Análise das configurações do caso 2 aplicadas à trajetória de referência em degraus Como a trajetória de referência em degraus foi a única que não se adequou às configurações do caso 1, nesta seção será analisado o sistema hidráulico, sob ação do GMV, ao seguir a referida trajetória de referência utilizando as configurações do caso 2 para verifica a obediência às especificações de desempenho. As configurações do caso 2 estão resumidas na tabela 4.3. Tabela 4.3 – Valores das variáveis da configuração do caso 2 a serem utilizados no GMV para que o sistema hidráulico siga as trajetórias de referências. Configurações do caso 2para o Pistão 1 (eixo X) e o Pistão 2 (eixo Z) λ 1 r 40 tg 7 kp 0,01 P(0) 100 0 0 0 0 0 0 100.000 0 0 ! 0 10.000 0 0 0 100.000 θ (0) [0,0,0,0] A diferença entre as configurações do primeiro caso com relação às configurações do segundo caso é que neste último utilizou-se uma matriz de covariância inicial com magnitudes diferenciadas nos elementos da sua diagonal, de acordo com o item A.5, para que haja estímulos distintos na estimação de cada um dos parâmetros do modelo estimado. Os valores dos elementos iniciais da diagonal da matriz de covariância foram obtidos por tentativa e erro. 105 Os resultados para o caso 2 referentes ao pistão 1 seguindo a trajetória em degraus estão apresentados nas figuras 4.26, 4.27 e 4.28. 12 Evolução dos parâmetros para o pistão 1 10 8 a1 a2 b1 b2 6 4 2 0 -2 -4 -6 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 Figura 4.26 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 2. 0.25 Mp=18.5546% trajetória de referência saída estimada saída do sistema sobre-sinal 20% tolerância 2% t s =0.13s Posição da carga M2 no eixo "X" (m) 0.2 0.15 Mp=17.2548% t s=0.3s 0.1 Mp=3.888% t s=0.23s 0.05 Mp=8.8452% t s=0.24s 0 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) 12 14 16 18 20 Figura 4.27 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 2. 106 8 0.15 6 0.1 4 Variável de controle 1 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "X"(m) -3 0.2 0.05 0 -0.05 -0.1 2 0 -2 variável de controle - u1(k) -4 limites da variável de controle -6 -0.15 -0.2 x 10 -8 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 -10 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) (a) 14 16 18 20 (b) Figura 4.28 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 2. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 2 para seguir a trajetória de referência em degraus. Os resultados para o caso 2 referentes ao pistão 2 seguindo a trajetória em degraus estão apresentados nas figuras 4.29, 4.30 e 4.31. 12 Evolução dos parâmetros para o pistão 2 10 8 a1 a2 b1 b2 6 4 2 0 -2 -4 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 Figura 4.29 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 2. 107 0.25 Mp=18.9319% trajetória de referência saída estimada saída do sistema sobre-sinal 20% tolerância 2% t s=0.12s Posição da carga M2 no eixo "Z" (m) 0.2 0.15 Mp=17.4236% t s=0.2s 0.1 Mp=1.2376% t s =0.23s 0.05 Mp=10.4202% ts =0.08s 0 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) 12 14 16 18 20 Figura 4.30 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 2. 8 0.15 6 0.05 0 -0.05 -0.1 2 0 -2 variável de controle - u2(k) -4 limites da variável de controle -6 -0.15 -0.2 x 10 4 0.1 Variável de controle 2 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "Z"(m) -3 0.2 -8 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 -10 0 2 (a) 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 (b) Figura 4.31 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 2. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 2 para seguir a trajetória de referência em degraus. 108 Com o ajuste realizado na matriz de covariância, apresentado na tabela 4.3, observa-se, pelas figuras 4.27 e 4.30, que as condições de sobre-sinal e tempo de acomodação foram satisfeitas ao longo de toda trajetória em degraus. Ao analisar as figura 4.28(a) e 4.31(a), observa-se que o erro máximo em regime transitório ocorreu no primeiro patamar, para ambos os pistões, e ficou entorno de 0,1m e para os outros patamares não excedeu 0,5m. Já em regime permanente, o erro foi zero em todos os patamares dos dois pistões. Observando-se as figuras 4.28(b) e 4.31(b) verifica-se que a variável de controle ultrapassou os seus limites especificados na tabela 3.1. Tal resultado só é possível em simulações, pois o valor desta variável de controle está relacionado com o deslocamento do carretel da válvula direcional e nesta situação os valores obtidos representam que o deslocamento do carretel ultrapassa aos limites físicos da válvula, sendo isto impossível na prática. Por esse motivo as configurações do caso 2 não serão aplicadas às outras duas trajetórias de referência, necessitando de uma análise mais detalhada que será realizada nas configurações do caso 3. 4.3.5 Análise das configurações do caso 3 aplicadas à trajetória de referência em degraus Observou-se na seção 4.3.4 que as variáveis de controle do sistema hidráulico ultrapassaram os seus limites impostos e por esse motivo as configurações do caso 3, como pode ser observado na tabela 4.4, serão iguais ás configurações do caso 2 acrescentando-se ao programa uma restrição nos valores das variáveis de controle limitando-os aos seus limites especificados na tabela 3.1. Tal atitude aproxima esta simulação mais à realidade, representando a utilização de uma válvula específica. O objetivo de utilizar a referida restrição é de verificar se na prática quando for utilizada uma válvula que tenha um carretel que não possua um deslocamento suficiente para acompanhar a variável de controle, chega a prejudicar ou não os resultados do sistema hidráulico em estudo. As configurações do caso 3 estão resumidas na tabela 4.4. 109 Tabela 4.4 – Valores das variáveis da configuração do caso 3 a serem utilizados no GMV para que o sistema hidráulico siga as trajetórias de referências. Configurações do caso 3para o Pistão 1 (eixo X) e o Pistão 2 (eixo Z) λ 1 r 40 tg 7 kp θ (0) P(0) 100 0 0 0 0,01 0 0 0 100.000 0 0 ! 0 10.000 0 0 0 100.000 Restrição em ui(.) ux(k)≤umáx [0,0,0,0] uz(k)≤umáx Observa-se que as configurações do caso 2 são iguais as configurações do caso 3, acrescentando a esta última uma restrição do curso do carretel para cada válvula. Os resultados para o caso 3 referentes ao modelo do pistão 1, ao seguir a trajetória em degraus, são apresentados nas figuras 4.32, 4.33 e 4.34. 12 Evolução dos parâmetros para o pistão 1 10 a1 a2 b1 b2 8 6 4 2 0 -2 -4 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 Figura 4.32 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 3. 110 0.25 Mp=10.283% trajetória de referência saída estimada saída do sistema sobre-sinal 20% tolerância 2% t s=0.24s Posição da carga M2 no eixo "X" (m) 0.2 0.15 Mp=6.8077% t s=0.21s 0.1 Mp=6.5054% t s =0.44s 0.05 Mp=5.2953% ts =0.23s 0 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) 12 14 16 18 20 Figura 4.33 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 3. -3 1.5 0.2 1 0.1 Variável de controle 2 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "Z"(m) 0.15 x 10 0.05 0 -0.05 0.5 0 -0.5 variável de controle - u2(k) -0.1 limites da variável de controle -1 -0.15 -0.2 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 -1.5 0 2 (a) 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 (b) Figura 4.34 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 3. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 3 para seguir a trajetória de referência em degraus. 111 Os resultados para o caso 3 referentes ao pistão 2, ao seguir a trajetória em degraus, são apresentados nas figuras 4.35, 4.36 e 4.37. 12 Evolução dos parâmetros para o pistão 2 10 a1 a2 b1 b2 8 6 4 2 0 -2 -4 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 Figura 4.35 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 3. 0.25 Mp=9.6823% trajetória de referência saída estimada saída do sistema sobre-sinal 20% tolerância 2% t s=0.24s Posição da carga M2 no eixo "Z" (m) 0.2 0.15 Mp=6.3495% t s=0.18s 0.1 Mp=6.2837% t s =0.45s 0.05 Mp=5.2079% ts =0.23s 0 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) 12 14 16 18 20 Figura 4.36 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 3. 112 -3 1.5 0.2 1 0.1 Variável de controle 2 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "Z"(m) 0.15 x 10 0.05 0 -0.05 0.5 0 -0.5 variável de controle - u2(k) -0.1 -0.15 -0.2 limites da variável de controle -1 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 -1.5 0 2 (a) 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 (b) Figura 4.37 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 3. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 3 para seguir a trajetória de referência em degraus. Após o acréscimo da restrição nas variáveis de controle do sistema hidráulico, como mostram as figuras 4.34(b) e 4.37(b), ocorreu uma pequena lentidão na resposta do controlador gerando um aumento do erro de posição da carga “M2”, nas transições entre os patamares, como mostram as figuras 4.34(a), e 4.37(a). Através das figuras 4.33 e 4.36 observa-se um retardo no tempo de acomodação em alguns patamares, mas que em nenhum momento chegou a prejudicar a resposta do sistema. Pelo contrário, o retardo gerado na resposta do controlador auxiliou na minimização do sobre-sinal em ambos os casos. Após estes resultados conclui-se que a utilização de uma válvula, com deslocamento do carretel menor que os valores da variável de controle, não prejudica o sistema, podendo até vir à melhora as respostas. 4.3.6 Análise das configurações do caso 3 aplicadas à trajetória de referência polinomial cúbica seguida de degrau Devido aos resultados satisfatórios obtidos na seção 4.3.5 ao utilizar as configurações do caso 3, e com o intuito de utilizar uma configuração única para as três trajetórias, neste item os resultados do sistema hidráulico, sob ação do GMV ao seguir a 113 trajetória de referência polinomial cúbica seguida de degrau, serão também analisados com relação às especificações de desempenho ao utilizar as configurações do caso 3. As configurações do caso 3 são mostradas na tabela 4.1 e de forma resumida na tabela 4.4. Os resultados para o caso 3 referentes ao pistão 1, ao seguir a trajetória polinomial cúbica seguida de degrau, são representados pelas figuras 4.38, 4.39 e 4.40. 8 a1 a2 b1 b2 Evolução dos parâmetros para o pistão 1 7 6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 Figura 4.38 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória cúbica seguida de degrau utilizando as configurações do caso 3. 114 0.2 trajetória de referência saída estimada saída do sistema tolerância 2% Posição da carga M2 no eixo "X" (m) 0.18 0.16 0.14 0.12 0.1 0.08 0.06 0.04 0.02 0 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 Figura 4.39 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência cúbica seguida de degrau ao utilizar as configurações do caso 3. -3 0.07 1.5 x 10 variável de controle - u1(k) 1 0.05 limites da variável de controle 0.04 Variável de controle 1 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "X"(m) 0.06 0.03 0.02 0.01 0 -0.01 0.5 0 -0.5 -1 -0.02 -0.03 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 -1.5 0 0.5 1 (a) 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 (b) Figura 4.40 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência cúbica seguida de degrau, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 3. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 3 para seguir a trajetória de referência cúbica seguida de degrau. 115 Os resultados para o caso 3 referentes ao pistão 2, ao seguir a trajetória cúbica, são representados pelas figuras 4.41, 4.42 e 4.43. 8 Evolução dos parâmetros para o pistão 2 7 a1 a2 b1 b2 6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 Figura 4.41 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória cúbica seguida de degrau utilizando as configurações do caso 3. 0.2 trajetória de referência saída estimada saída do sistema tolerância 2% Posição da carga M2 no eixo "Z" (m) 0.18 0.16 0.14 0.12 0.1 0.08 0.06 0.04 0.02 0 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 Figura 4.42 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência cúbica seguida de degrau ao utilizar as configurações do caso 3. 116 -3 0.07 1.5 x 10 variável de controle - u2(k) 1 0.05 limites da variável de controle 0.04 Variável de controle 2 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "Z"(m) 0.06 0.03 0.02 0.01 0 -0.01 0.5 0 -0.5 -1 -0.02 -0.03 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 -1.5 0 0.5 1 (a) 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 (b) Figura 4.43 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência cúbica seguida de degrau, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 3. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 3 para seguir a trajetória de referência cúbica seguida de degrau. Observa-se pelas figuras 4.39 e 4.42 que as configurações do terceiro caso, que foram satisfatórias para a trajetória em degraus, não trouxeram bons resultados para a trajetória cúbica. Isso se deve ao fato de que a variação dos elementos da matriz inicial de covariância gera, para esse tipo de trajetória que tem uma variação contínua, um retardo na adaptação dos parâmetros do modelo do sistema, não sendo viável, portanto, aplicar essas configurações para a trajetória circular, nem tampouco para as três trajetórias. 4.3.7 Análise das configurações do caso 4 aplicadas à trajetória de referência em degraus Na seção 4.3.6 observou-se que as configurações do caso 3 não se mostraram adequadas às três trajetórias de referência sendo necessárias novas configurações, gerando o caso 4. Optou-se por analisar inicialmente as configurações do caso 4 no sistema hidráulico sob ação do GMV ao seguir a trajetória de referência em degraus por esta apresentar maiores ajustes para adequar-se às especificações de desempenho. De acordo com a seção A.5, se os valores dos parâmetros são conhecidos previamente, então esses valores podem ser utilizados para “ θ̂(0) ”, com “P(0) = m.I” onde 117 “ m ≈ 10 ”. Por tentativa e erro, obtiveram-se os valores iniciais para os vetores de parâmetros estimados referentes ao pistão 1 e ao pistão 2, conforme descrito abaixo: θˆ x (0) = θˆ z (0) = [-0.1,-1,4, 9] (4.13) assim como a matriz de covariância inicial referentes aos pistões 1 e 2. Px(0) = Pz(0) = m.I, onde m = 100 (4.14) Das equações (4.13) e (4.14), gera-se as configurações do caso 4 que estão apresentados na tabela 4.1, e de forma resumida na tabela 4.5. Tabela 4.5 – Valores das variáveis da configuração do caso 4 a serem utilizados no GMV para que o sistema hidráulico siga as trajetórias de referências. Configurações do caso 4para o Pistão 1 (eixo X) e o Pistão 2 (eixo Z) λ r tg kp P(0) 1 40 7 0,01 100·I θ (0) θ x (0)=[-0.1,-1,4,9] θ z (0)=θ x (0) Restrição em ui(.) Não Os resultados para o caso 4 referentes ao modelo do pistão 1, ao seguir a trajetória em degraus, são apresentados nas figuras 4.44, 4.45 e 4.46 118 Evolução dos parâmetros para o pistão 1 10 8 a1 a2 b1 b2 6 4 2 0 -2 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 Figura 4.44 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 4. 0.25 Mp=19.8875% trajetória de referência saída estimada saída do sistema sobre-sinal 20% tolerância 2% t s=0.36s Posição da carga M2 no eixo "X" (m) 0.2 0.15 Mp=17.9662% t s=0.27s 0.1 Mp=4.3339% t s =0.22s 0.05 Mp=18.6834% t s =0.27s 0 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) 12 14 16 18 20 Figura 4.45 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 4. 119 -3 8 0.2 6 0.15 4 0.1 Variável de controle 1 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "X"(m) x 10 0.05 0 -0.05 -0.1 0 -2 variável de controle - u1(k) -4 limites da variável de controle -6 -8 -0.15 -0.2 2 -10 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 -12 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) (a) 14 16 18 20 (b) Figura 4.46 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 4. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 4 para seguir a trajetória de referência em degraus. Os resultados para o caso 4 referentes ao pistão 2, ao seguir a trajetória em degraus, são apresentados nas figuras 4.47, 4.48 e 4.49. Evolução dos parâmetros para o pistão 2 10 8 a1 a2 b1 b2 6 4 2 0 -2 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 Figura 4.47 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 4. 120 0.25 Mp=17.2018% trajetória de referência saída estimada saída do sistema sobre-sinal 20% tolerância 2% t s=0.25s Posição da carga M2 no eixo "Z" (m) 0.2 0.15 Mp=18.2159% t s=0.25s 0.1 Mp=0.73897% t s =0.12s 0.05 Mp=17.5206% ts =0.25s 0 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) 12 14 16 18 20 Figura 4.48 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 4. 8 0.15 6 x 10 4 0.1 Variável de controle 2 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "Z"(m) -3 0.2 0.05 0 -0.05 -0.1 2 0 -2 -4 -6 variável de controle - u2(k) limites da variável de controle -8 -0.15 -0.2 -10 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 -12 0 2 (a) 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 (b) Figura 4.49 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 4. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 4 para seguir a trajetória de referência em degraus. 121 Igualmente ao caso 2, quando aplicado à trajetória em degraus, as especificações de desempenho fora adequadamente atendidas, mas os valores das variáveis de controle ficaram foram dos limites estabelecidos na tabela 3.1, como pode ser observado pelas figuras 4.46(b) e 4.49(b). Por este motivo as configurações do caso 4 não serão aplicadas às outras duas trajetórias de referência. A principal diferença entre o caso 2 e o caso 4, aplicados à trajetória em degraus, é que para este último os resultados foram obtidos com pequena evolução da estimação dos parâmetros, tanto para o pistão 1 como para o pistão 2, como pode ser observado pelas figuras 4.44 e 4.47. 4.3.8 Análise das configurações do caso 5 aplicadas à trajetória de referência em degraus Analogamente ao terceiro caso, este quinto caso diferencia-se do quarto caso apenas pelo o acréscimo da restrição nas variáveis de controle para que estas atinjam no máximo os limites permitidos fisicamente pelas válvulas, ou seja, umáx = 1,2x10-3 m. As configurações do caso 5 estão resumidas na tabela 4.6. Tabela 4.6 – Valores das variáveis da configuração do caso 4 a serem utilizados no GMV para que o sistema hidráulico siga as trajetórias de referências. Configurações do caso 4para o Pistão 1 (eixo X) e o Pistão 2 (eixo Z) λ r tg kp P(0) 1 40 7 0,01 100·I θ (0) θ x (0)=[-0.1,-1,4,9] θ z (0)=θ x (0) Restrição em ui(.) ux(k)≤umáx uz(k)≤umáx Observa-se que as configurações do caso 4 são iguais as configurações do caso 5, acrescentando a esta última uma restrição do curso do carretel para cada válvula. Os resultados para o caso 5 referentes ao modelo do pistão 1, ao seguir a trajetória em degraus, são apresentados nas figuras 4.50, 4.51 e 4.52 122 Evolução dos parâmetros para o pistão 1 10 8 a1 a2 b1 b2 6 4 2 0 -2 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 Figura 4.50 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 5. 0.25 Mp=2.5299% trajetória de referência saída estimada saída do sistema sobre-sinal 20% tolerância 2% t s =0.14s Posição da carga M2 no eixo "X" (m) 0.2 0.15 Mp=2.4926% t s=0.14s 0.1 Mp=0.67862% t s=0.2s 0.05 Mp=2.0822% t s=0.19s 0 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) 12 14 16 18 20 Figura 4.51 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 5. 123 -3 1.5 0.2 1 0.1 Variável de controle 1 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "X"(m) 0.15 x 10 0.05 0 -0.05 0.5 0 -0.5 variável de controle - u1(k) -0.1 limites da variável de controle -1 -0.15 -0.2 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 -1.5 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) (a) 14 16 18 20 (b) Figura 4.52 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 5. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 5 para seguir a trajetória de referência em degraus. Os resultados para o caso 5 referentes ao pistão 2, ao seguir a trajetória em degraus, são apresentados nas figuras 4.53, 4.54 e 4.55. Evolução dos parâmetros para o pistão 2 10 8 a1 a2 b1 b2 6 4 2 0 -2 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 Figura 4.53 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória em degraus utilizando as configurações do caso 5. 124 0.25 Mp=2.1472% trajetória de referência saída estimada saída do sistema sobre-sinal 20% tolerância 2% t s=0.13s Posição da carga M2 no eixo "Z" (m) 0.2 0.15 Mp=2.0574% t s=0.13s 0.1 Mp=0.2754% t s =0.17s 0.05 Mp=1.0182% ts =0.18s 0 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) 12 14 16 18 20 Figura 4.54 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência em degraus ao utilizar as configurações do caso 5. -3 0.2 1.5 x 10 1 0.1 Variável de controle 2 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "Z"(m) 0.15 0.05 0 -0.05 0.5 0 -0.5 variável de controle - u2(k) -0.1 limites da variável de controle -1 -0.15 -0.2 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 -1.5 0 2 (a) 4 6 8 10 12 Tempo (s) 14 16 18 20 (b) Figura 4.55 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência em degraus, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 5. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 5 para seguir a trajetória de referência em degraus. 125 Essa configuração gerou resultados satisfatórios para a trajetória em degraus, adequando-se aos valores impostos pelas especificações de desempenho, principalmente àqueles relativos ao sobre-sinal, para o qual o máximo permitido é de 20% e o maior valor encontrado não chega a 3%. Pelo nível de resposta obtido para a trajetória em degraus será também utilizada essa configuração para as trajetórias cúbica e circular, como segue. 4.3.9 Análise das configurações do caso 5 aplicadas à trajetória de referência polinomial cúbica seguida de degrau As mesmas configurações usadas para o quinto caso da trajetória em degraus serão utilizadas para a trajetória cúbica, com o objetivo de determinar uma configuração única para as três trajetórias de referência. As configurações do caso 5 são mostradas na tabela 4.1 e de forma resumida na tabela 4.6. Os resultados para o caso 5 referentes ao pistão 1, ao seguir a trajetória polinomial cúbica seguida de degrau, são representados pelas figuras 4.56, 4.57 e 4.58. Evolução dos parâmetros para o pistão 1 10 a1 a2 b1 b2 8 6 4 2 0 -2 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 Figura 4.56 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória cúbica seguida de degrau utilizando as configurações do caso 5. 126 0.2 trajetória de referência saída estimada saída do sistema tolerância 2% Posição da carga M2 no eixo "X" (m) 0.18 0.16 0.14 0.156 0.12 0.154 0.1 0.152 0.08 0.15 0.06 0.04 0.148 0.02 0.146 0 0.144 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 0.9 0.92 0.94 0.96 0.98 Tempo (s) 1 1.02 1.04 1.06 Figura 4.57 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência cúbica seguida de degrau ao utilizar as configurações do caso 5. -3 1.5 x 10 1 variável de controle - u1(k) 0.01 Variável de controle 1 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "X"(m) 0.015 0.005 0 -0.005 limites da variável de controle 0.5 0 -0.5 -0.01 -1 -0.015 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 -1.5 0 0.5 1 (a) 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 (b) Figura 4.58 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência cúbica seguida de degrau, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 5. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 5 para seguir a trajetória de referência cúbica seguida de degrau. 127 Os resultados para o caso 5 referentes ao pistão 2, ao seguir a trajetória cúbica, são representados pelas figuras 4.59, 4.60 e 4.61. Evolução dos parâmetros para o pistão 2 10 8 a1 a2 b1 b2 6 4 2 0 -2 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 Figura 4.59 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória cúbica seguida de degrau utilizando as configurações do caso 5. 0.2 trajetória de referência saída estimada saída do sistema tolerância 2% Posição da carga M2 no eixo "Z" (m) 0.18 0.16 0.14 0.156 0.12 0.154 0.1 0.152 0.08 0.15 0.06 0.148 0.04 0.146 0.02 0 0.144 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 0.9 0.92 0.94 0.96 0.98 Tempo (s) 1 1.02 1.04 1.06 Figura 4.60 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência cúbica seguida de degrau ao utilizar as configurações do caso 5. 128 -3 1.5 x 10 1 variável de controle - u2(k) 0.01 Variável de controle 2 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "Z"(m) 0.015 0.005 0 -0.005 limites da variável de controle 0.5 0 -0.5 -0.01 -1 -0.015 0 0.5 1 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 -1.5 0 0.5 1 (a) 1.5 Tempo (s) 2 2.5 3 (b) Figura 4.61 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência cúbica seguida de degrau, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 5. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 5 para seguir a trajetória de referência cúbica seguida de degrau. Observa-se, pelas figuras anteriores, que as configurações do quinto caso trouxeram resultados satisfatórios para a trajetória cúbica. 4.3.10 Análise das configurações do caso 5 aplicadas à trajetória de referência circular Devido aos resultados satisfatórios dos itens 4.3.8 e 4.3.9 obtidos ao utilizar as configurações do caso 5, e com o intuito de utilizar uma configuração única para as três trajetórias, neste item os resultados do sistema hidráulico, sob ação do GMV ao seguir a trajetória de referência circular, serão também analisados com relação às especificações de desempenho ao utilizar as configurações do caso 5. As configurações do caso 5 são mostradas na tabela 4.1 e de forma resumida na tabela 4.6. Os resultados para o caso 5 referentes ao pistão 1 seguindo a trajetória circular estão apresentados nas figuras 4.62, 4.63 e 4.64. 129 Evolução dos parâmetros para o pistão 1 10 8 a1 a2 b1 b2 6 4 2 0 -2 0 1 2 3 4 5 6 Tempo (s) 7 8 9 10 Figura 4.62 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 1 ao seguir a trajetória co-senoidal utilizando as configurações do caso 5. 0.2 trajetória de referência saída estimada saída do sistema Posição da carga M2 no eixo "X" (m) 0.15 0.1 0.05 0 -0.05 -0.1 -0.15 -0.2 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) Figura 4.63 – Respostas simulada e estimada do pistão 1, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência co-senoidal ao utilizar as configurações do caso 5. 130 -3 x 10 1.5 1 variável de controle - u1(k) 0.01 Variável de controle 1 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "X"(m) 0.015 0.005 0 -0.005 limites da variável de controle 0.5 0 -0.5 -0.01 -1 -0.015 0 1 2 3 4 5 6 Tempo (s) 7 8 9 10 -1.5 0 1 2 3 4 5 6 Tempo (s) (a) 7 8 9 10 (b) Figura 4.64 – (a) Erro entre a saída real do pistão 1 e a trajetória de referência co-senoidal, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 5. (b) Análise da variável de controle do eixo X, “ux(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 5 para seguir a trajetória de referência co-senoidal. Os resultados para o caso 5 referentes ao pistão 2 seguindo a trajetória circular estão apresentados nas figuras 4.65, 4.66 e 4.67. Evolução dos parâmetros para o pistão 2 10 8 a1 a2 b1 b2 6 4 2 0 -2 0 1 2 3 4 5 6 Tempo (s) 7 8 9 10 Figura 4.65 – Evolução da estimação dos parâmetros do modelo do pistão 2 ao seguir a trajetória senoidal utilizando as configurações do caso 5. 131 0.2 trajetória de referência saída estimada saída do sistema Posição da carga M2 no eixo "Z" (m) 0.15 0.1 0.05 0 -0.05 -0.1 -0.15 -0.2 0 2 4 6 8 10 Tempo (s) Figura 4.66 – Respostas simulada e estimada do pistão 2, sob ação do controlador GMV, para uma trajetória de referência senoidal ao utilizar as configurações do caso 5. -3 1.5 x 10 1 0.01 Variável de controle 2 (m) Erro de posição da carga M2 no eixo "Z"(m) 0.015 0.005 0 -0.005 0.5 0 -0.5 variável de controle - u2(k) -0.01 limites da variável de controle -1 -0.015 0 1 2 3 4 5 6 Tempo (s) 7 8 9 10 -1.5 0 1 (a) 2 3 4 5 6 Tempo (s) 7 8 9 10 (b) Figura 4.67 – (a) Erro entre a saída real do pistão 2 e a trajetória de referência senoidal, sob ação do GMV e ao utilizar a configuração do caso 5. (b) Análise da variável de controle do eixo Z, “uz(k)”, com relação aos seus limites, quando gerada pelo GMV e ao utilizar as configurações do caso 5 para seguir a trajetória de referência senoidal. A figura 4.68 mostra a trajetória circular no plano “XZ” resultante das trajetórias co-senoidal no eixo “X” e senoidal no eixo “Z”. 132 0.2 referência saída do sistema tolerância de 2% 0.15 Posição da carga M2 no eixo "Z" (m) 0.1 0.05 0.04 0 0.035 -0.05 0.03 0.025 -0.1 0.02 0.015 -0.15 0.01 0.005 -0.2 -0.2 -0.15 -0.1 -0.05 0 0.05 Posição da carga M2 no eixo "X" (m) 0.1 0.15 0.2 0 -0.005 0.13 0.14 0.15 0.16 Posição da carga M2 no eixo "X" (m) 0.17 Figura 4.68 – Resposta do sistema hidráulico seguindo a trajetória circular no plano X Z, sob ação do controlador GMV e utilizando as configurações do caso 5. Finalmente, verifica-se que a configuração do caso 5 pode ser utilizada para as três trajetórias, pois os resultados obtidos atendem a todas as especificações de desempenho. 4.4 CONCLUSÃO Na seção 4.2 foram apresentadas as trajetórias de referência utilizadas para testar a capacidade de controle do controlador adaptativo do tipo GMV agindo sob a mesa de coordenadas de dois graus de liberdade. Foram apresentadas na seção 4.3 cinco configurações distintas denominadas de casos e mostradas através da tabela 4.1, com o objetivo de verificar qual dessas configurações faria com que o controlador em estudo controlasse a mesa de coordenadas para que esta seguisse as três trajetórias de referência e ainda obedecesse às especificações de desempenho. Na seqüência foram apresentados os resultados dessa análise, que de forma resumida estão mostrados na tabela 4.7. 133 Tabela 4.7 – Resumo dos resultados da mesa de coordenadas sob ação do controlador adaptativo do tipo GMV ao seguir as trajetórias de referência utilizando cinco configurações distintas para o controlador. Resumo dos resultados Resultados da mesa de coordenadas sob ação do controlador adaptativo do tipo GMV ao seguir as seguintes trajetórias de referência Configurações utilizadas no controlador Polinomial cúbica seguida de degrau Circular Em degraus Caso 1 Obedeceu às especificações de desempenho Obedeceu às especificações de desempenho Não obedeceu às especificações de desempenho Caso 2 ---- ---- Caso 3 ---- Não obedeceu às especificações de desempenho Caso 4 ---- ---- Caso 5 Obedeceu às especificações de desempenho Obedeceu às especificações de desempenho Obedeceu às especificações de desempenho, mas u > umáx Obedeceu às especificações de desempenho Obedeceu às especificações de desempenho, mas u > umáx Obedeceu às especificações de desempenho A regra de aplicação das configurações de cada caso nas trajetórias de referências foi a seguinte: As configurações de um caso foram aplicadas para uma trajetória de referência e foi verificado se os resultados desta obedeceram as especificações de desempenho. Confirmando essa obediência, as configurações do referido caso foram também aplicadas em outra trajetória de referência para que os seus resultados fossem confrontados com as especificações de desempenho. Quando a obediência não foi confirmada as configurações do referido caso não foram aplicadas a outra trajetória, mas sim uma nova configuração foi utilizada para analisar novamente os resultados de cada trajetória para a referida configuração, reiniciando todo o processo de análise. Tal atitude foi tomada porque o objetivo é de obter uma configuração única para as três trajetórias, então se as configurações de um caso falham para uma determinada trajetória não faz 134 sentido aplicar a referida configuração na(s) outra(s) trajetória(s). Essa rotina foi utilizada até encontrar uma configuração para o controlador que pudesse fazer com que a mesa de coordenadas seguisse as três trajetórias de referência obedecendo às especificações de desempenho. As configurações do caso 1, como mostram as tabelas 4.1 e 4.2, foram aplicadas nas três trajetórias de referência, mas só foram obtidos resultados satisfatórios das especificações de desempenho para a trajetória de referência polinomial cúbica seguida de degraus e para trajetória de referência circular. Como prova dos resultados satisfatórios, os sobre-sinais para essas duas trajetórias ficaram abaixo do especificado, “Mp ≤ 20%”, e o tempo de acomodação não atingiu o tempo de 1s para o critério de 2%, como mostram as figuras 4.8 e 4.11 para a trajetória de referência cúbica seguida de degrau, e as figuras 4.14 e 4.17 para a trajetória circular. Observou-se também que os valores das variáveis de controle ficaram abaixo dos seus limites estabelecidos para essas duas trajetórias, como mostram as figuras 4.12(b) e 4.18(b). A qualidade dos resultados obtidos nas trajetórias cúbicas e circular não foi mantida na trajetória de referência em degraus utilizando as configurações do caso 1. A única especificação de desempenho que obedeceu às condições impostas ao longo da trajetória em degraus foi o tempo de acomodação de 1s para o critério de 2%. O valor máximo obtido foi de 0,65s na transição entre dois patamares de posicionamento da carga. O sobre-sinal ficou acima dos 20% imposto pelas especificações de desempenho em algumas transições dos patamares, tanto para o pistão 1 quanto para o pistão 2, como mostram as figuras 4.21 e 4.24. Essa diferença de resultados entre a trajetória em degraus e as outras trajetórias deve-se ao fato de que o controlador GMV tem uma grande agilidade em ajustar a variável de controle para fazer com que a saída do sistema siga a trajetória de referência. Essa agilidade do GMV deu bons resultados em trajetórias que possuem variações pequenas entre os períodos de amostragem, como é o caso da trajetória cúbica e a circular. Já para a trajetória em degraus, que possuem grandes variações no posicionamento da carga entre alguns períodos de amostragem (transição entre os patamares), o GMV faz com que os ajustes sejam realizados o mais rápido e o máximo possível na variável de controle, com o objetivo de levar rapidamente a saída do sistema para seguir a trajetória especificada. Essa agilidade no GMV provocou picos nos valores da variável de controle nos instantes de variações bruscas, ocasionando por conseqüência 135 sobre-sinais acima do permitido na saída do sistema, mas em contra partida, obteve-se uma rápida acomodação à trajetória. Os bons resultados para as trajetórias de referência cúbica e circular foram obtidas utilizando uma matriz de covariância inicial com valores da ordem de “107”, provocando um grande estímulo na obtenção dos parâmetros do modelo a ser identificado. Como nas configurações do caso 1 a única trajetória que não atendeu as especificações de desempenho foi a trajetória em degraus, essa trajetória foi submetida às configurações do caso 2, descriminadas pelas tabelas 4.2 e 4.3. A diferença entre as configurações do caso 1 para o caso 2 está na matriz de covariância que possui elementos de magnitudes diferentes na sua diagonal para este último caso. Esse tipo de matriz de covariância estimulou distintamente os parâmetros a serem identificados, possibilitando que o sistema seguisse a trajetória em degraus e ainda obedecessem às especificações de desempenho em todos os patamares, como pode ser visto nas figuras 4.27 e 4.30. Essa configuração causou um inconveniente nos valores da variável de controle, ultrapassando o limite máximo imposto, como pode ser visto pelas figuras 4.28(b) e 4.31(b). Como a variável de controle está relacionada com o deslocamento do carretel, esse alto valor da variável de controle corresponde ao carretel ter ultrapassado os limites físicos da válvula em estudo. Esse tipo de variação só é possível em simulações, visto que na prática o deslocamento do carretel não pode ultrapassar as dimensões físicas da válvula. Por causa desse inconveniente as configurações do caso 2 não foram testadas para as outras trajetórias iniciando uma nova análise das trajetórias, agora com as configurações do caso 3. A diferença entre as configurações do caso 2 para o caso 3 está no acréscimo de uma restrição no valor da variável de controle para que este valor fique dentro dos seus limites, como pode ser visto pelas tabelas 4.1 e 4.4. Como a variável de controle está relacionada com o deslocamento do carretel da válvula, tal restrição foi adicionada para fazer com que a simulação se aproximasse mais as condições da prática e com o intuito de verificar se as dimensões da válvula escolhida iriam refletir positivamente ou não nos resultados das trajetórias de referência. Como a trajetória problemática até agora está sendo a trajetória em degraus, esta foi escolhida para ser inicialmente analisada pelas configurações do caso 3. Os resultados apresentaram-se satisfatórios, o que mostra que se for utilizada uma válvula com dimensões menores que os valores da variável de controle, esse equipamento não irá 136 prejudicar o controlador, podendo até trazer benefícios. De acordo com as figuras 4.34(b) e 4.37(b) tal restrição gerou uma leve lentidão na adequação do sistema ao seguir a trajetória de referência, provocando um leve aumento no tempo de acomodação, como mostra as figuras 4.33 e 4.36, mas ainda assim ficou abaixo da metade do tempo determinado pela especificação de desempenho e por causa disso observou-se uma considerável diminuição nos sobre-sinais dos patamares. Portanto, para esse caso, o carretel escolhido não traz prejuízos ao controlador, podendo ser perfeitamente aplicado. Em nenhum momento houve a intenção de utilizar de um meio físico (válvula) para melhorar as especificações de desempenho do sistema, mas sim de verificar se o referido acessório iria trazer prejuízos para os resultados da perseguição do sistema às trajetórias de referência. Visto que as configurações do caso 3 satisfizeram a trajetória em degraus, aplicaram-se também essas configurações para a trajetória polinomial cúbica seguida de degrau. Os resultados obtidos para essa última trajetória não foram satisfatórios, como mostram as figuras 4.39 e 4.42. Como o objetivo é de verificar a existência de uma configuração única para as três trajetórias e para a atual situação, as configurações do caso 3 não permitiram que o sistema seguisse adequadamente a trajetória polinomial cúbica seguida de degrau, as configurações do caso 3 não foram aplicadas à trajetória de referência circular. Novas configurações foram obtidas sendo estas denominadas de caso 4 e representadas pelas tabelas 4.1 e 4.5. A diferença existente entre as configurações do caso 3 para o caso 4 é que para esta última utilizou-se valores iniciais nos vetores de parâmetros estimados, obtidos por tentativa e erro, bem como uma matriz de covariância inicial com os seus elementos da diagonal multiplicados por 100. As configurações do caso 4 foram aplicadas à trajetória em degraus e observou-se, através das figuras 4.45 e 4.48, que os critérios de sobre-sinal e tempo de acomodação foram atendidos, e, através das figuras 4.46(b) e 4.49(b), observou-se que o valor da variável de controle ultrapassou o seu valor máximo permitido. Como a variável de controle está relacionada com o deslocamento do carretel e por esse valor máximo corresponder aos limites físicos da válvula, tal ultrapassagem, corresponde ao deslocamento do carretel ter superado os limites físicos da válvula. Devido a esse inconveniente gerado, as configurações do caso 4 não foram aplicadas às outras trajetórias. 137 Para colocar a simulação mais próxima à realidade acrescentou-se nas configurações do caso 4 uma restrição aos valores das variáveis de controle o que corresponde utilizar a válvula em estudo com suas limitações no deslocamento do carretel. Tal acréscimo de restrição gerou as configurações do caso 5. As configurações do caso 5 foram aplicadas às três trajetórias, produzindo resultados satisfatórios como mostram as figuras 4.50 até 4.68. Tal benefício se deve ao fato de utilizar valores iniciais aos parâmetros que geraram um ganho K(t) praticamente nulo, pois θt 1 $ θt representando uma melhora nas estimativas, como pode ser vistos nas figuras, 4.50, 4.53, 4.56, 4.59, 4.62 e 4.65. Portanto a mesa de coordenadas sob ação do controlador adaptativo auto-ajustável do tipo GMV utilizando as configurações do caso 5 conseguiu seguir as três trajetórias de referência obedecendo às especificações de desempenho impostas. CAPÍTULO 5 - CONCLUSÃO FINAL Neste trabalho apresentou-se um estudo sobre a simulação de uma mesa de coordenadas de dois graus de liberdade, para posicionar uma carga num plano horizontal, obedecendo às especificações de desempenho pré-estabelecidas e utilizando um controlador adaptativo auto-ajustável composto pela lei de controle de Mínima Variância Generalizada (GMV), definido por ISERMANN et al (1992) e pelo algoritmo de estimação de parâmetros dos Mínimos Quadrados Recursivos (MQR). Uma introdução sobre sistemas hidráulicos foi apresentada bem como as leis da física que possibilitaram a obtenção de um modelo matemático linear para um atuador hidráulico simétrico de dupla ação, comandado por uma válvula do tipo carretel com quatro vias e quatro ressaltos de centro crítico. Os valores dos parâmetros do sistema em estudo foram apresentados, e a partir deles determinaram-se as equações do modelo matemático linear que representam o sistema real, mostrados pelas equações (3.7) e (3.8). A mesa de coordenadas é composta pelo cilindro 1, que é o responsável por movimentar a carga na direção do eixo “X” e pelo cilindro 2, que movimenta a carga na direção do eixo “Z”. Além do modelo considerado como real utiliza-se outro modelo, o estimado, identificado pelo MQR com ordem inferior ao modelo considerado como real. Através dos valores obtidos do coeficiente de correlação múltipla observou-se que o modelo estimado possui características dinâmicas similares ao modelo considerado real, validando a utilização do mesmo. De posse dos valores dos parâmetros do sistema identificado e das informações sobre a teoria do GMV, apresentadas no apêndice A, obteve-se a equação da lei de controle do referido controlador, representada pela equação (3.28). A referida lei de controle tem 139 como objetivo minimizar uma função custo, representada pela equação (A.43), composta pelo sinal de referência, pelas variáveis auxiliares e uma constante “r” que pondera a variável de controle. No apêndice A, conceitos sobre sistemas de controle foram explanados bem como a descrição sobre modelagem e identificação de sistemas. O algoritmo dos mínimos quadrados recursivos (MQR) foi descrito. Informações sobre controladores adaptativos foram apresentadas dando-se ênfase ao GMV. Com intuito de analisar a eficiência do GMV agindo sobre a mesa de coordenadas em estudo, foram utilizadas três trajetórias de referência distintas: a trajetória polinomial cúbica seguida de degrau, a trajetória circular e a trajetória em degraus, a serem seguidas pela carga do sistema, obedecendo às especificações de desempenho pré-definidas. Objetivando utilizar uma configuração única do controlador para fazer com que a mesa de coordenadas de dois graus de liberdade seguisse às três trajetórias de referências obedecendo às especificações de desempenho, foram apresentadas cinco configurações distintas denominadas de casos, como foi mostrado pela a tabela 4.1. Os resultados da atuação do GMV sobre a mesa de coordenadas para seguir as três trajetórias utilizando as configurações dos cinco casos distintos foram apresentados através das curvas experimentais do desempenho do sistema, da variável de controle, dos parâmetros estimados do sistema, do erro de estimação e de forma resumida pela tabela 4.7. Foram iniciadas as análises dos resultados do sistema hidráulico ao utilizar as configurações para o caso 1, onde tais configurações foram apresentadas pelas tabelas 4.1 e 4.2. A diferença principal do caso 1 para os outros está na magnitude inicial dos elementos da matriz de covariância que foram na ordem de “107”. Tal ajuste permitiu alto estímulo na estimação dos parâmetros do modelo estimado produzindo resultados que obedeceram às especificações de desempenho (máximo sobre-sinal de 20% e tempo de acomodação máximo de 1s para o critério de 2%) para a trajetória polinomial cúbica seguida de degrau e para a trajetória circular. Os resultados referentes à trajetória polinomial cúbica seguida de degrau, utilizando as configurações do caso 1, foram apresentados pelas figuras de 4.7 até 4.12 e para esse mesmo caso os resultados referentes à trajetória circular foram apresentados pelas figuras de 4.13 até 4.19. O caso 1 não foi considerado adequado para as três trajetórias porque os resultados da trajetória em degraus não atenderam às especificações de desempenho, como foi mostrado pelas figuras de 4.20 até 4.25. A 140 trajetória em degraus tem uma característica que é de migrar de um patamar para outro de forma brusca, gerando no controlador valores altos para a variável de controle. Tal atitude do controlador teve com o objetivo ajustar o mais rápido e o máximo possível a saída do sistema para fazer com que a carga seguisse a referida trajetória. Aliando esse comportamento do controlador ao alto estímulo dado aos valores iniciais da matriz de covariância, geraram-se picos nos valores da variável de controle para ambos os pistões, como foi mostrado pelas figuras 4.22(b) e 4.25(b), ultrapassando os limites especificados pela tabela 3.1. Tal comportamento gerou também sobre-sinais acima das especificações de desempenho em alguns dos patamares da trajetória para ambos os pistões, como foi mostrado pelas figuras 4.21 e 4.24. Como as configurações do caso 1 só deram bons resultados para as trajetórias polinomial cúbica seguida de degrau e para a circular utilizou-se uma nova configuração para a trajetória em degraus, a do caso 2. Os resultados do sistema ao utilizar as configurações do caso 2 para seguir a trajetória em degraus geraram valores da variável de controle acima dos valores máximos especificados pela tabela 3.1. Portanto o referido caso foi considerado inadequado para ser utilizado nas três trajetórias, mas teve sua importância por servir de base para a determinação das configurações do caso 3. A configuração do caso 3, representada pelas tabelas 4.1 e 4.4, diverge dos outros casos principalmente em dois aspectos. A primeira diferença é a matriz de covariância inicial que foi gerada com elementos na sua diagonal de magnitudes distintas, o que possibilitou um estímulo diferenciado nos parâmetros do modelo estimado. A segunda diferença produziu uma maior aproximação da simulação à realidade ao acrescentar no programa uma restrição no valor da variável de controle, pois a referida variável está relacionada com o deslocamento do carretel da válvula, podendo-se dizer que esta restrição corresponde em utilizar um carretel que possui o seu deslocamento limitado às dimensões físicas da válvula escolhida. Os resultados ao utilizar as configurações do caso 3 foram inicialmente analisados para o sistema ao seguir a trajetória em degraus. A restrição diminuiu a velocidade de adaptação da variável de controle provocando uma leve lentidão no GMV como foi mostrado pelas figuras 4.34(b) e 4.37(b). As restrições aliadas à matriz de covariância do caso 3 provocaram uma evolução mais suavizada dos parâmetros do modelo estimado e um pequeno aumento no tempo de acomodação de alguns patamares, refletindo 141 favoravelmente no sobre-sinal da saída do sistema para a trajetória em degraus sem ultrapassar os limites das especificações de desempenho, como foi visto nas figuras 4.32, 4.33, 4.35 e 4.36. Na tentativa de obter uma configuração única para as três trajetórias, as considerações do caso 3 foram utilizadas para a trajetória polinomial cúbica seguida de degrau, mas não trouxeram resultados satisfatórios, pois se gerou um retardamento nas respostas não permitindo um acompanhamento adequado do sistema à trajetória cúbica, como foi visto nas figuras 4.38 até 4.43. Por este motivo o caso 3 não foi considerado adequado para fazer com que o sistema hidráulico siga as três trajetórias. Os resultados do sistema ao utilizar as configurações do caso 4 para seguir a trajetória em degraus, igualmente ao caso 2, geraram valores da variável de controle acima dos valores máximos especificados pela tabela 3.1. Portanto o caso 4 foi considerado inadequado para ser utilizado nas três trajetórias, mas serviu de base para geração das configurações do caso 5. As configurações do caso 5, representadas pelas tabelas 4.1 e 4.6, diferenciam-se dos outros casos em três aspectos fundamentais. A principal diferença foi o vetor de parâmetros do modelo estimado com valores iniciais obtidos por tentativa e erro após análises das respostas dos casos anteriores. A segunda diferença foi a utilização da matriz de covariância com a magnitude dos seus elementos multiplicados por 100, correspondendo um leve estímulo na identificação de todos os parâmetros do modelo estimado, já que os valores iniciais desses parâmetros foram fornecidos. A terceira diferença é a restrição na variável de controle utilizada nas configurações do caso 3 impedindo que os valores da referida variável ultrapasse os limites impostos pela tabela 3.1. Como a variável de controle está relacionada com o deslocamento do carretel da válvula, tal restrição corresponde em utilizar uma válvula com limitações no deslocamento do carretel com objetivo de verificar se a válvula escolhida afeta positivamente ou não nos resultados do sistema para obedecer às especificações de desempenho. Os resultados do sistema hidráulico sob ação do GMV utilizando as configurações do caso 5 atenderam a todas as especificações de desempenho ao seguir as três trajetórias de referência. Com relação à evolução dos valores dos parâmetros do modelo estimado quase não houve variação em todas as trajetórias, mostrando uma boa aproximação aos parâmetros reais, foi vistos pelas seguintes figuras: 4.50 e 4.53 referentes à trajetória em degraus, 4.56 e 4.59 referente à trajetória polinomial cúbica seguida de degrau e 4.62 e 4.65 referente à trajetória circular. Os valores das variáveis de controle para a trajetória 142 polinomial cúbica, mostrados pelas figuras 4.58(b) 2 4.61(b), e para trajetória circular, mostrados pelas figuras 4.64(b) e 4.67(b), ficaram bem abaixo dos limites especificados, já para a trajetória em degraus esses valores ficaram restritos aos limites especificados, como foi mostrado pelas figuras 4.52(b) e 4.55(b). A restrição nos valores da variável de controle provocou um leve retardo na saída do sistema ao seguir a trajetória em degraus mesmo assim os resultados atenderam as especificações de desempenho gerando uma grande redução nos sobre-sinais como foi mostrado pelas figuras 4.51 e 5.54. Como foi visto pelas figuras 4.57 e 4.60 para a trajetória polinomial cúbica seguida de degraus e pelas figuras 4.63, 4.66 e 4.68 para a trajetória circular, o sistema hidráulico seguiu adequadamente as referidas trajetórias atendendo às especificações de desempenho. A partir desses resultados, o caso 5 foi o único que fez com que o GMV controlasse o sistema hidráulico para que este seguisse as trajetórias de referências obedecendo às especificações de desempenho. Fazendo uma análise dos resultados por tipo de trajetória, observou-se que o sistema hidráulico em estudo sob ação do GMV seguiu a trajetória polinomial cúbica seguida de degrau e a trajetória circular obedecendo às especificações de desempenho ao utilizar as configurações do caso 1 e do caso 5, e seguiu a trajetória em degraus também obedecendo às especificações de desempenho quando as configurações do caso 3 e caso 5 foram utilizadas. Esses resultados foram mostrados de forma resumida pela tabela 4.7. Por fim, pode-se considerar que a utilização do GMV para controlar o sistema hidráulico em estudo foi uma escolha adequada, como foi mostrado pelos resultados gerados com as configurações do caso 5, por fazer com que o referido sistema seguisse as trajetórias de referência obedecendo às especificações de desempenho. Como sugestão para trabalhos futuros pode-se analisar um determinado sistema para ser controlador por diversas combinações de controladores adaptativos auto-ajustável. Analisando os resultados do sistema em estudo ao utilizar uma combinação de 3 tipos distintos de algoritmos de estimação de parâmetros com 3 leis de controle. Pode-se também utilizar um sistema hidráulico de três graus de liberdade a fim de efetuar análises comparativas mediante o uso de diversos tipos de controladores. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRIGHETTO, P., Posicionador Eletro-Hidráulico Controlado por Válvula Proporcional Direcional. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC, 1996. AGUIRRE, L. A., Introdução à Identificação de Sistemas: Técnicas lineares e não- lineares aplicadas a sistemas reais. 3ª ed., Editora UFMG, Belo Horizonte/MG, 2007. AGUIRRE, L. A. (Ed.), Enciclopédia de Automática: Controle & Automação. 1 v., 2 v. e 3 v., 1ª ed., Blucher, São Paulo/SP, 2007b. ÅSTRÖM, K. J., Introduction to Stochastic Control Theory, Academic Press, New York, 1970. ÅSTRÖM, K. J. e WITTENMARK, B., On Self Tuning Regulators, Automatica, 9, 1973. 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Segundo DORF e BISHOP (2001) um sistema de controle é uma interconexão de componentes formando uma configuração de sistema que produzirá uma resposta desejada do sistema. Este apêndice tem como objetivo apresentar a teoria sobre controle necessária para o desenvolvimento da lei de controle do controlador de Variância Mínima Generalizada (GMV) definida por ISERMANN et al (1992). A seção A.2 apresenta definições básicas para o entendimento sobre controle. Na seção A.3 são apresentados os tipos de modelos mais utilizados bem como conceitos relativos à teoria de modelagem Na seção A.4 são apresentadas informações sobre identificação de sistemas. 150 A seção A.5 é apresenta a teoria necessária para a determinação do algoritmo do estimador de parâmetros dos mínimos quadrados recursivos (MQR), bem como os procedimentos utilizados na validação de modelos estimados. Os principais controladores adaptativos são apresentados na seção A.6, dando ênfase ao controlador auto-ajustável (STR). Para este detalhou-se a lei de controle do controlador de variância mínima generalizada (GMV). A.2 DEFINIÇÕES BÁSICAS PARA O ENTENDIMENTO SOBRE CONTROLE Para auxiliar o entendimento sobre sistemas de controle, algumas definições serão apresentadas, baseadas em OGATA (2003), AGUIRRE, (2007), AGUIRRE, (2007b) e em DORF e BISHOP, (2001). Sistema: Um sistema é a combinação de componentes que agem em conjunto para atingir determinado objetivo. Controle: É o ramo do conhecimento que estuda maneiras sistemáticas de descrever sistemas e de sintetizar ações tais que esses sistemas se comportem de maneira previamente determinada. Sistema a controlar: Um sistema a controlar pode ser parte de um equipamento ou apenas um conjunto de componentes de um equipamento que funcione de maneira integrada, com o objetivo de realizar determinada operação. Variável controlada e variável manipulada: A variável controlada é a grandeza ou a condição que é medida e controlada. A variável manipulada é a grandeza ou a condição modificada pelo controlador, de modo que afete o valor da variável controlada. Normalmente, a variável controlada é a saída do sistema. Controlar: significa medir o valor da variável controlada do sistema e utilizar a variável manipulada ao sistema para corrigir ou limitar os desvios do valor medido a partir de um valor desejado. Distúrbio: Um distúrbio é um sinal que tende a afetar de maneira adversa o valor da variável de saída de um sistema. Controle com realimentação: Controle com realimentação ou de malha fechada refere-se a uma operação que, na presença de distúrbios, tende a diminuir a diferença entre a saída de um sistema e alguma entrada de referência, e atua com base nessa diferença. Processo: Toda operação a ser controlada. 151 Um sistema a ser controlado pode ser representado por um bloco como mostrado na figura A.1, onde a relação de entrada-saída representa uma relação de causa e efeito do sistema que, por sua vez, representa um processamento de um sinal de entrada para fornecer um sinal de saída variável. Um sistema de controle a malha aberta utiliza um controlador ou atuador de controle para obter a resposta desejada, como mostra a figura A.2. Um sistema de malha fechada utiliza uma medida adicional da saída real (sinal de retroação) a fim de compará-la com a resposta desejada, usando a diferença como meio de controle. A diferença entre a saída do sistema sob controle e a referência de entrada é usada para controlar o sistema de forma a minimizá-la continuamente, como mostra a figura A.3 (DORF e BISHOP, 2001). Entrada Saída Sistema Figura A.1 – Sistema a ser controlado. Resposta desejada Controlador Saída Sistema Figura A.2 – Sistema de controle a malha aberta. Resposta desejada Comparação Controlador Sistema Saída Medição Figura A.3 – Sistema de controle a malha fechada. A.3 MODELAGEM MATEMÁTICA Modelagem é a área do conhecimento que estuda a maneira de desenvolver e implementar um modelo matemático de um sistema real, que represente os seus aspectos essenciais, de forma adequada para uma utilização particular (diagnóstico, supervisão, otimização, controle). O modelo de um sistema pode ser matemático, onde uma equação 152 matemática representa algumas características do mesmo, e pode ser utilizado para responder a questões sobre esse sistema, sem a realização de experimentos. Existem vários métodos de modelagem. Em alguns casos o modelo de um sistema pode ter uma representação gráfica. A.3.1 Tipos de modelos A seguir serão listados os modelos matemáticos mais utilizados. Modelos estáticos e dinâmicos: Os modelos estáticos são utilizados quando as variáveis do sistema são relacionadas sem terem dependência com o tempo, sendo representados por equações algébricas. Sua aplicação é viável quando a dinâmica (variação no tempo) de um sistema real não é relevante. Já os modelos dinâmicos são usados quando a evolução temporal de um sistema é desejada e são descritos por equações diferenciais ou a diferenças, sendo que tais modelos podem também incluir equações algébricas. Modelos discretos e contínuos: Os modelos dinâmicos contínuos representam a evolução do sistema ao longo do tempo e são descritos por equações diferenciais, diferentemente dos modelos dinâmicos discretos que representam a evolução do sistema em instantes de tempos igualmente espaçados e são descritos por equações a diferenças. Modelos autônomos e não autônomos: Diz-se que um modelo é autônomo quando este não depende explicitamente do tempo e não possui sinais de entrada gerais, caso contrário é denominado de não autônomo. Modelos monovariáveis e multivariáveis: Os modelos monovariáveis, também conhecidos como SISO (single input, single output), são aqueles que relacionam uma entrada para uma saída, representando a relação causa e efeito de apenas um par de variáveis. Um modelo com mais de uma entrada ou mais de uma saída é denominado multivariável e são classificados como segue: MISO (multiple inputs, single output) modelos de múltiplas entradas e uma saída, SIMO (single input, multiple outputs) modelos com uma única entrada e mais de uma saída e MIMO (multiple input, multiple outputs) modelos com mais de uma entrada e mais de uma saída. Modelos determinísticos e estocásticos: Os determinísticos são modelos nos quais não são modeladas as incertezas, ou seja, as variáveis e parâmetros são tratados como sendo determinísticos. Já nos modelos estocásticos as incertezas (presentes em qualquer situação real) são modeladas na forma de variáveis aleatórias. 153 Modelos paramétricos e não-paramétricos: Segundo AGUIRRE (2007), são denominados paramétricos aqueles modelos que tiverem parâmetros, ou seja, números, coeficientes que os caracterizem. Por outro lado, modelos não-paramétricos serão representações gráficas (que não têm parâmetros). A.3.2 Tipos de modelagem matemática Existem duas maneiras de elaboração de modelos matemáticos, a saber: Modelagem caixa branca: por esse método o modelo matemático de um sistema é obtido a partir de uma análise físico-matemática dos fenômenos envolvidos e, para tal é necessário estar bem familiarizado com o sistema a ser modelado. Este procedimento também é conhecido como modelagem fenomenológica ou conceitual, modelagem pela física ou natureza do sistema. Modelagem caixa preta: é um método alternativo de obter o modelo matemático, que se baseia na análise experimental (medidas ou observações) do sistema. Ao contrário da técnica anterior, pouco ou nenhum conhecimento prévio do sistema é necessário para a obtenção do modelo. Tais métodos são também denominados de identificação caixa preta ou ainda modelagem empírica. A área que estuda esta metodologia é denominada de identificação de sistemas. Essas metodologias permitem obter modelos que representam a dinâmica do sistema (processo ou planta), ou seja, a evolução temporal do sistema. Para fins de controle de sistemas, não se pretende encontrar um modelo matemático exato, mas um modelo adequado para uma determinada aplicação (COELHO e COELHO, 2004). A adequação de modelos faz-se a partir de algumas considerações simplificadoras, tais como: Linearidade: Essa consideração é feita supondo que o sistema a ser modelado tem um comportamento aproximadamente linear, pelo menos numa faixa estreita de operação. Para que um sistema seja considerado linear este deve satisfazer o princípio da superposição4. Embora esse princípio simplifique muito o modelo a ser desenvolvido, há situações em que essa consideração não é adequada, como em sistemas com dinâmica 4 Princípio da superposição: Seja um sistema que ao ser excitado pela entrada u1(t) produz a saída y1(t). O mesmo sistema quando excitado por u2(t) produz y2(t). Se tal sistema satisfaz o princípio da superposição (ele é um sistema linear), então quando excitado por a.u1(t) + b.u2(t), o sistema produz a.y1(t) + b.y2(t) (AGUIRRE, 2007). 154 fortemente bilinear e no caso em que se deseja estudar características dinâmicas nãolineares do sistema. Invariância no tempo: Essa consideração implica que o comportamento do sistema modelado não varia com o tempo. Isto não significa que as variáveis do sistema tenham valores constantes (que o sistema está estático), mas que a evolução temporal dessas variáveis é determinada por uma lei. Essa lei é referida como sendo a dinâmica do sistema. Portanto, um modelo matemático pode representar a dinâmica de um sistema quando esta não se altera significativamente no período de tempo em que o sistema é considerado. A modelagem é bastante simplificada com essa consideração, mas infelizmente, a maioria dos sistemas reais varia ao longo do tempo, seja em função de flutuações de variáveis que afetam a sua operação, seja como conseqüência de envelhecimento ou simplesmente devido a uma forma diferente de operação (AGUIRRE, 2007). Concentração de parâmetros: A consideração de concentração de parâmetros resulta em equações diferenciais ordinárias (ao invés de equações diferenciais parciais, para o caso de sistemas a parâmetros distribuídos). Esse tipo de representação pressupõe que as variáveis de interesse variam apenas com o tempo e em um único ponto do espaço. (AGUIRRE, 2007). Princípio da parcimônia: se traduz na utilização do menor número possível de parâmetros. Este compromisso é o centro do problema de identificação e tem considerável efeito sobre a qualidade do modelo identificado (MONTENEGRO, 2007). A.3.3 Representações de modelos lineares Existem diversas formas de representar matematicamente os modelos lineares, sendo uma das mais usadas, a função de transferência que é definida como a transformada da resposta ao impulso “h(t)” do sistema, para condições iniciais nulas. Uma das representações é a transformada de Laplace, que é utilizada quando a resposta ao impulso é contínua no tempo, sendo sua função de transferência dada por “H(s)”. Um sinal “x(t)” tem a seguinte transformada de Laplace: L 155 X(s) = L{x(t)} = ∫0 x ( t )e− st dt ∞ (A.1) onde: x(t) – uma função de tempo em que “x(t) = 0” para “t < 0”; s – uma variável complexa (“s = σ + ωj”, onde: “σ” - parte real e “ω” - parte imaginária); L – símbolo operacional que indica que será utilizada a transformada de Laplace na grandeza que ele antecede; X(s) – transforma de Laplace de “x(t)”. A transformada inversa de Laplace é designada por “L -1” e representada por: x(t) = L-1 {X (s)} = 1 2π j ∫ σ+∞ j σ−∞ j X (s) est ds , para t > 0 (A.2) A função de transferência de um sistema é a relação entre a transformada de Laplace da saída, “Y(s)”, pela transformada de Laplace da entrada, “U(s)”, ou seja, H (s) = Y (s) (A.3) U (s) é uma razão de dois polinômios em s e está representada por: H (s) = B(s) (A.4) A (s) onde: nb B(s) = ∑ b j s j j= 0 na ; A(s) = ∑ a i si (A.5) i=0 sendo “n=na” a ordem do sistema, “ana = 1” e “n ≥ nb”. Os elementos {bj, ai, n} com “j∈[0, nb]” e “i∈[0, na]” são desconhecidos e devem ser determinados analiticamente ou 156 estimados. Algumas vezes assume-se que o valor de “n” é conhecido antecipadamente (COELHO e COELHO, 2004). Quando a resposta ao impulso é discreta no tempo usa-se a transformada “Z” de “h(k)”, que tem a função de transferência representada por “H(z)”, para condições iniciais nulas. Define-se transformada “Z” de uma seqüência “x(k)” como: k =0 ∑ x (k ) z X(z) = Z{x (k )} = −k (A.6) k =−∞ A transformada “Z” inversa é designada por “Z-1” e representada por: x (k ) = Z−1{X(z)} = 1 X(z)z k −1dz ∫ 2π j (A.7) onde ∫ é uma integral fechada, no sentido anti-horário, centrada na origem. Analogamente ao “H(s)” o “H(z)” é representado como quociente de dois polinômios, agora, em “z”. Outro tipo de representação é a transformada de Fourier, que obtém “H(jω)”, a resposta em freqüência do sistema. Define-se a transformada de Fourier (designada por “F”) de um sinal “x(t)” como: X ( jω) = F{x ( t )} = ∫ ∞ −∞ x ( t ) e − jω t dt (A.8) onde “ j = − 1 ”. A transformada inversa de Fourier é designada por “F-1” e representada por: x(t ) = F−1{X( jω)} = 1 ∞ X( jω)e jωt dω ∫ − ∞ 2π (A.9) 157 Substituindo “s” por “jω” em “H(s)” obtém-se diretamente “H(jω)”. A transformada discreta de Fourier “H(e j )” pode ser analogamente obtida, substituindo “z” ω por “e j ” em “H(z)”. ω A representação de modelos lineares em espaço de estado é outra alternativa muito usada. A forma geral no espaço de estado para um modelo autônomo contínuo no tempo é: x& = f ( x ), (A.10) onde “x ∈ IRn” é o vetor de estado n-dimensional e “ x& = dx dt ”. A forma geral para um modelo não autônomo é: x& = f ( x , u ( t )), (A.11) onde “u(t) ∈ IRr” é o vetor de entradas formado por “r” funções temporais. Uma representação bem conhecida é a de espaço de estado, que é obtida considerando o sistema linear, acrescentando-lhe uma equação estática que descreva o sistema de medição dada por: x& = Ax + Bu y = Cx + Du, (A.12) onde: y ∈ IRp – é o vetor “p-dimensional” de saídas medidas; A, B, C e D – matrizes constantes. No caso discreto a equação (A.12) torna-se: x (k + 1) = Φx (k ) + Γu ( k ) y( k ) = C d x ( k ) + D d u ( k ) (A.13) 158 sendo, “Φ”, “Γ”, “Cd” e “Dd” matrizes. Modelos paramétricos são representações matemáticas especialmente adequadas à identificação de sistemas em tempo discreto, usando-se algoritmos conhecidos para a estimação de parâmetros. Um modelo geral é representado pela seguinte expressão: z − d .B( z −1 ) C ( z −1 ) y( t ) = u (t ) + υ( t ) A (z −1 ) D( z −1 ).A ( z −1 ) 14243 144244 3 MODELO DA PLANTA (A.14) MODELO DO RUÍDO onde: y(t) e u(t) – sinais de saída e de entrada, respectivamente, nos instantes de amostragem “t = n.Ts”, onde “n ∈ ZZ +” e “Ts” é o período de amostragem; d – atraso de transporte, que é um múltiplo inteiro do período de amostragem; υ(t) – sinal de ruído estacionário com distribuição normal e de média nula. Os polinômios “A”, “B”, “C”, “D” em “z-1”, de ordens “na”, “nb”, “nc” e “nd” respectivamente, são: A(z −1 ) = 1 + a1.z −1 + a 2 .z −2 + K + a na .z − na B(z −1 ) = b1.z −1 + b 2 .z −2 + K + b nb .z −nb C(z −1 ) = 1 + c1.z −1 + c 2 .z −2 + K + c nc .z −nc (A.15) D(z −1 ) = 1 + d1.z −1 + d 2 .z −2 + K + d nd .z −nd A partir da equação (A.15), chega-se a alguns modelos lineares discretos mostrados na tabela A.1, onde “n” representa a ordem do sistema. Considere as seguintes notações: Modelo AR – modelo auto-regressivo, do inglês autoregressive; Modelo MA – modelo com média móvel, do inglês moving average; Modelo ARMA – modelo auto-regressivo com média móvel, do inglês autoregressive moving average; Modelo ARX – modelo auto-regressivo com entradas exógenas, do inglês autoregressive with exogenous inputs, ou modelo CAR – controlador auto-regressivo, do inglês, controlled autoregressive; 159 Modelo ARMAX – modelo auto-regressivo com média móvel e entradas exógenas, do inglês autoregressive moving average with exogenous inputs, ou modelo CARMA – controlador auto-regressivo com média móvel, do inglês controlled autoregressive moving average; Modelo ARIX – modelo auto-regressivo integrado de entradas exógenas, do inglês autoregressive with exogenous inputs integrated; Modelo ARIMAX – modelo auto-regressivo integrado de média móvel e entradas exógenas, do inglês autoregressive moving average with exogenous inputs integrated; ou modelo CARIMA – controlador auto-regressivo integrado com média móvel, do inglês controlled autoregressive integrated moving average. Tabela A.1 – Modelos lineares paramétricos obtidos a partir da equação (A.14). Modelo na nb nc nd D AR n 0 0 0 1 y( t ) = MA 0 0 >0 0 1 y( t ) = C(z −1 )υ( t ) ARMA n 0 >0 0 1 y( t ) = n ≤n 0 0 1 y( t ) = 1 z −d .B(z −1 ) C(z −1 ) y( t ) = u( t ) + υ( t ) A(z −1 ) A(z −1 ) ARX ou CAR ARMAX ou CARMA ARIX ARIMAX ou CARIMA n ≤n >0 n ≤n n ≤n >0 0 0 1 1 Expressões 1–z -1 1–z -1 1 υ( t ) A (z −1 ) C(z −1 ) υ(t ) A(z −1 ) z −d .B(z −1 ) 1 u( t ) + υ( t ) −1 A( z ) A(z −1 ) z − d .B(z −1 ) 1 y( t ) = u (t ) + υ( t ) −1 −1 A(z ) (1 − z ).A(z −1 ) y( t ) = z − d .B(z −1 ) C(z −1 ) u ( t ) + υ( t ) A(z −1 ) (1 − z −1 ).A(z −1 ) Obs.: De acordo com a equação (A.14) os polinômios “A(z-1)”, “B(z-1)”, “C(z-1)” e “D(z-1)” com ordem zero, respectivamente, são iguais a 1, 0, 1 e 1. 160 A.4 IDENTIFICAÇÃO DE SISTEMAS Identificação de sistemas é um procedimento alternativo ao da modelagem caixa branca, onde um modelo matemático é obtido através dos sinais disponíveis de entrada e de saída de um sistema real qualquer. Esse modelo deve representar os principais aspectos do sistema, ou seja, ao excitar o modelo obtido por uma entrada, esse deve fornecer como resultado, uma saída do sistema tão próxima quanto possível das saídas medidas. A identificação de sistemas é um claro exercício que envolve múltiplos e conflitantes objetivos, tipicamente complexidade do modelo, critérios de desempenho e validação, que influenciam a seleção das estruturas do modelo matemático. A noção de um “bom modelo” é subjetiva, fazendo com que a tentativa e erro seja uma regra relevante de engenharia em identificação de sistemas, conforme Isermann e Ljung citado por COELHO e COELHO (2004). Alguns dos diferentes propósitos para utilização de modelos matemáticos em automação industrial, conforme COELHO e COELHO (2004) são: Previsão: tentativa de prever os estados futuros do sistema (comportamento dinâmico) e está limitada à precisão do modelo e aos efeitos das perturbações atuantes (presentes) no sistema; Análise e projeto de sistemas de controle: é utilizado na sintonia de controladores clássicos, na síntese de algoritmos de controle adaptativos e preditivos, e na estimação do estado de variáveis não-mensuráveis; Supervisão: utiliza a simulação, com base no modelo matemático, para avaliação das características operacionais do sistema, para projeto de engenharia ou para treinamento de operadores. Muitas vezes é também utilizado na detecção de erros e diagnósticos; Otimização: A otimização de sistemas necessita de modelos matemáticos precisos para auxiliar na tomada de decisões, nos mais variados campos, objetivando maximizar produção, minimizar custos, etc. As principais etapas para realização de identificação de sistemas são: testes dinâmicos e coleta de dados, escolha da representação matemática a ser usada, determinação da estrutura do modelo, estimação de parâmetros e validação do modelo. Algumas informações importantes sobre identificação de sistemas, conforme COELHO e COELHO (2004) são: 161 O tipo do modelo do sistema: linear/não linear, variante/invariante no tempo, paramétrico/não-paramétrico, contínuo/discreto, monovariável/multivariável, característica do ruído e atraso de transporte; Precisão requerida do modelo: baixa, média ou alta; O método de estimação do sistema: off-line/on-line, em malha aberta/malha fechada, em resposta ao degrau, em resposta em freqüência, análise espectral e de Fourier, técnicas de correlação, métodos de estimação de parâmetros, etc. A.4.1 Procedimentos de identificação Existem diversas técnicas de identificação para obtenção do modelo matemático do sistema através da geração do sinal de entrada, medição da saída e armazenamento dos dados, entre as quais: Identificação de um sistema pelo teste de resposta ao degrau: submete-se o sistema a uma entrada degrau para gerar saídas que são medidas e armazenadas por um registrador. A modelagem do sistema é obtida ao aplicar diferentes técnicas gráficas, numéricas ou computacionais nas curvas de reação do sistema. Por o sinal degrau ter uma pobre composição em freqüência, esse teste só tem validade para sistemas lineares ou nãolineares que sejam lineares na vizinhança do ponto de operação. Identificação pelo teste da resposta em freqüência: submetendo o sistema a uma entrada harmônica é possível identificar as freqüências de corte nas curvas de magnitude e fase (após avaliar a influência dos zeros e pólos), obtendo a correspondente função de transferência estimada. Identificação off-line: essa nomenclatura é dada porque a realização do ensaio é feita em um instante, e em uma segunda etapa faz-se a avaliação dos dados, de acordo com a figura A.4(a). Para tal procedimento é necessário que a estrutura do modelo seja disponível (ordem do modelo, o número de pólos e zeros e, em alguns casos, o valor do atraso de transporte ou tempo morto) e só então se excita o sistema com sinais de teste de entrada (ruído branco, seqüência binária pseudo-aleatória) gerando sinais de saída. Esses valores de entrada e saída são armazenados para que sejam posteriormente estimados os parâmetros do modelo, sem restrição de tempo, utilizando algoritmos não-recursivos. Sua desvantagem está na necessidade armazenar os valores digitalizados obtidos no ensaio, de 162 todas as amostras de entrada e saída, utilizando, portanto, uma grande quantidade de memória. Identificação on-line: essa é uma técnica iterativa, via computador, que em muitas vezes se utiliza de métodos recursivos que necessitam de pouca memória para serem capazes de atualizar a estimação dos parâmetros do modelo a cada período de amostragem, de acordo com a figura A.4(b). Com essa técnica nenhuma medida da experimentação precisa ser armazenada e processada. O algoritmo mais popular dessa técnica é o dos Mínimos Quadrados Recursivos - MQR. Entre diversos propósitos a que essa técnica se destina, pode-se citar rastreamento de parâmetros variantes no tempo, detecção, diagnóstico, filtragem, controle adaptativo/preditivo e redes neurais. entrada Sistema saída entrada Sistema saída disco computador computador Modelo Modelo (a) Identificação do sistema off-line. (b) Identificação do sistema on-line. Figura A.4 – Esquemas de identificação off-line e on-line. A utilização de identificação de sistemas em engenharia de controle de processo tem sido enfatizada na implementação de controladores adaptativos/preditivos. A etapa de identificação consiste na obtenção dos parâmetros do modelo do sistema controlado, através de um estimador de parâmetros recursivos (COELHO e COELHO, 2004). A.5 ESTIMADOR DOS MÍNIMOS QUADRADOS RECURSIVO (MQR) A estimação de parâmetros é um procedimento numérico que determina os valores dos parâmetros desconhecidos do modelo, e pode ser formulado como um 163 problema de otimização onde o melhor modelo é aquele que melhor se ajusta de acordo com um dado critério (COELHO e COELHO, 2004). Os parâmetros estimados são, em geral, variantes no tempo e o modelo estimado é uma simplificação (abstração) do sistema real. Isto permite a atualização dos parâmetros em um modelo linear, que pode representar um modelo não-linear (ROMÃO, 1996). Como este trabalho esta voltado para controladores adaptativos, faz-se necessária a identificação em tempo real, através de um algoritmo recursivo, aqui adotado o algoritmo de Mínimos Quadrados Recursivos (MQR), por ser este o mais popular deles. O Princípio dos Mínimos Quadrados (MQ) foi formulado por Karl Friedrich Gauss no final do século XVIII para prever a trajetória de planetas e cometas a partir das observações realizadas. Esse princípio consiste em buscar os parâmetros desconhecidos que, ao ser multiplicado por um número que mede o grau de precisão, minimizem a soma dos quadrados das diferenças entre os valores observados e os calculados. Além dos MQR existem outros métodos de identificação que são variantes do algoritmo dos MQ, assim como os seguintes algoritmos: dos mínimos quadrados estendidos (MQE), dos mínimos quadrados generalizados (MQG), dos mínimos quadrados totais (MQT) e das variáveis instrumentais (MVI). Considerando o modelo ARX (tabela A.1) caracterizado por uma entrada, “u(t)”, uma saída, “y(t)”, uma perturbação, “e(t)”, e cuja representação por equação a diferenças é: y( t ) = − a1y( t − 1) − a 2 y( t − 2) − K − a na y( t − na ) + K K + b1u ( t − d − 1) + K + b nb u ( t − d − nb) + e( t ) (A.16) A equação (A.16) também pode ser escrita na forma vetorial, denominada modelo de regressão linear: y(t ) = ϕT (t )θ(t ) + e(t ) (A.17) sendo: ϕT (t ) = [ − y(t − 1) − y(t − 2) K − y( t − na) u(t − d − 1) K u(t − d − nb) ] (A.18) θT = [ a1 a 2 K a na b1 b 2 K b nb ] (A.19) 164 onde: u(t), y(t) – valores de entrada e saída do sistema, respectivamente, no instante t; e(t) – representa: erro de modelagem, erro de medição ou ruído na saída do tipo estocástico, determinístico ou offset; ϕ(t) – vetor de medidas; θ(t) – vetor de parâmetros do modelo. Admitindo que sejam necessárias “N” medidas para determinar os parâmetros “ai” (i=1,..,.na) e “bj” (j=1,...,nb), então o vetor de saída pode ser determinado da seguinte forma: y ( 0) ϕ T ( 0) e (0 ) y(1) T = ϕ (1) θ + e(1) M M M T y( N − 1) ϕ ( N − 1) e( N − 1) (A.20) A equação (A.20) pode ser representada em forma matricial, Y = φθ + ξ (A.21) onde: Y – Vetor de saída; φ – Matriz de observação; θ – Vetor de parâmetros do modelo; ξ – Vetor de erro e(t). O primeiro termo do segundo membro da equação (A.17) pode ser interpretado como a predição de um passo “ ŷ( t / t − 1) ” da saída “y(t)” com os dados disponíveis no instante “t-1”, já que o erro é a diferença entre a saída real e sua predição: e( t ) = y( t ) − ŷ( t / t − 1) (A.22) 165 O método dos mínimos quadrados é obtido ao minimizar o quadrado do erro: J= ∑e 2 t t = ∑ (y t − ϕ Tt θ ) 2 (A.23) t A equação (A.23) pode ser reescrita na forma matricial, como: J = ξTtξt ⇒ J = (Yt − φ tθ) T (Yt − φ tθ) ⇒ T t T t T T t (A.24) T T t J = Y Yt − Y φ tθ − θ φ Yt + θ φ φ tθ Calculando a derivada da equação (A.24) com relação à “θ” e igualando-a a zero, tem-se: ∂J = −2YtTφt + 2θTφTtφt = 0 ∂θ (A.25) Portanto, o estimador dos mínimos quadrados não recursivo “ θ̂MQ ” é obtido ao resolver a equação (A.25), chegando-se à seguinte expressão: θˆ MQ = (φ Tt φ t ) −1 φTt Yt (A.26) Até este ponto, para estimar os parâmetros de um sistema considera-se que todos os dados já estejam disponíveis. Em controle adaptativo, é necessária a estimação de parâmetros em tempo real e para isto utilizam-se algoritmos de identificação recursivos, onde o mais comum deles é o algoritmo dos Mínimos Quadrados Recursivos que está apresentado na figura A.5. A cada instante de amostragem novas informações de entrada e saída são incorporadas ao sistema. O modelo “ θ̂(t - 1) ”, determinado com base nas informações obtidas até o instante “t-1”, é usado para obter uma estimativa “ ŷ(t) ” da saída atual do sistema. Este valor é comparado com a saída real “y(t)” do sistema, gerando um erro de 166 modelagem “ε(t)”. O erro “ε(t)” é utilizado no algoritmo de atualização para corrigir o modelo (VAZ, 1999). θˆ ( t ) = θˆ ( t − 1) + K ( t ) ⋅ ε( t ) (A.27) Sistema u(t) θ saída real Modelo estimado θˆ ( t − 1) correção das estimativas y(t) + – ŷ(t ) = ϕT (t ).θˆ ( t − 1) saída estimada ε(t) erro de modelagem Algoritmo de atualização Figura A.5 – Esquema iterativo para estimação de parâmetros em tempo real. Segundo AGUIRRE (2007) o estimador MQR é composto pelas seguintes equações: P( t − 1).ϕ( t ) 1 + ϕT ( t ).P( t − 1).ϕ( t ) (A.28) P(t ) = [I − K(t ).ϕT (t )].P(t − 1) (A.29) θˆ ( t ) = θˆ ( t − 1) + K ( t ).[ y( t ) − ϕT ( t )θˆ ( t − 1)] (A.30) K (t ) = onde: K(.) – ganho do estimador; P(.) – matriz de covariância; ϕ(.) – vetor de medidas; I – matriz identidade; θ̂(.) – vetor de parâmetros estimados; y(.) – saída real; 167 Observações: • A variável “ε(t)” no algoritmo dos MQR é o erro entre a saída do sistema e a saída estimada, esta última é obtida das estimativas do vetor de parâmetros “ θ̂(t − 1) ” a partir dos instantes anteriores ao instante de tempo “t–1”, equação (A.31). Essa variável é também denominada de erro de previsão da saída ou série de inovações (COELHO E COELHO, 2004); ε( t ) = y( t ) − ŷ( t ) = y( t ) − ϕT ( t )θˆ ( t − 1) • (A.31) O erro de previsão torna-se zero quando “ θˆ ( t ) → θ( t ) ”. A medida da qualidade do estimador reflete na matriz definida positiva, “P(t)”, denominada matriz de covariância do estimador “ θ̂ ”. Se as estimativas iniciais são pobres, então “P(t)” é construída como uma matriz diagonal com elementos positivos e de magnitude elevada. Se as estimativas melhorarem, os elementos de “P(t)” decrescem em magnitude, de modo que o ganho, “K(t)”, torna-se aproximadamente nulo, resultando “ θˆ ( t + 1) ≈ θˆ ( t ) ”. Portanto, a precisão das estimativas está associada ao tamanho dos elementos da matriz de covariância “P(t)”. (COELHO E COELHO, 2004); • No início do algoritmo dos MQR, atribuem-se valores para a matriz de covariância “P(t)” e para o vetor de parâmetros estimados “ θ̂( t ) ”. Se os valores dos parâmetros são conhecidos previamente, então estes valores devem ser utilizados para “ θ̂(0) ”, com “P(0)=m.I” onde “ m ≈ 10 ”. Caso não se disponibilize conhecimento algum sobre o sistema, “ θ̂(0) ” pode assumir inicialmente valores pequenos e “m” pode assumir um valor grande (“ m ≈ 103 ” ou maior). As estimativas iniciais de cada um dos parâmetros do modelo podem ser ajustadas diferentemente, ponderando cada um dos elementos da diagonal da matriz “P(0)”; • Em controle adaptativo o comportamento dinâmico do sistema em malha fechada fica comprometido durante a fase inicial de processamento. Nesse início os parâmetros do sistema ainda estão sendo sintonizados tornando o sinal de controle inadequado, produzindo, por conseqüência, uma mudança na variável do sistema. 168 O algoritmo do estimador dos MQR pode ser descrito de acordo com as seguintes etapas: 1. Escolhe-se valores iniciais para a matriz de covariância, “P(t)” e para o vetor de parâmetros estimados, “ θ̂(t) ”; 2. Obtêm-se os novos valores de saída e entrada do sistema, “y(t+1)” e “u(t+1)”, respectivamente; 3. Atualiza-se o vetor de medidas: ϕT (t + 1) = [ − y( t) − y(t − 1) K u( t − d) u( t − d − 1) K ] ; 4. Calcula-se o erro de estimação, erro residual ou de modelagem “ ε( t + 1) ” utilizando a equação (A.31); 5. Calcula-se o ganho do estimador “ K( t + 1) ” através da equação (A.28); 6. Calcula-se o novo vetor de parâmetros estimados “ θˆ ( t + 1) ” utilizando a equação (A.30); 7. Atualiza-se a matriz de covariância “ P( t + 1) ” através da equação (A.29); 8. Incrementa-se o tempo em um passo “t = t + 1” e retornar à etapa 2. A.5.1 Estimação de sistemas variantes no tempo O algoritmo MQR foi desenvolvido supondo que os parâmetros do sistema são invariantes com o tempo. Entretanto, se os parâmetros do sistema variam lentamente, provocados por desvios ou porque o sistema não é linear, o identificador deve ser capaz de rastrear essas mudanças, visando à aplicação em controles adaptativos. A magnitude dos elementos da matriz “P(t)” tem papel importante no comportamento do sistema, pois a convergência dos parâmetros está associada à redução desses elementos, donde se obtém a capacidade de adaptação do estimador evitando que esses elementos se tornem muito pequenos, de forma a não comprometer a correção dos estimadores “ θ̂( t ) ”. Na prática, procura-se um compromisso entre a capacidade de adaptação {“P(t)” grande} e a convergência no algoritmo de estimação {“P(t)” pequeno} (COELHO e COELHO, 2004). Para que o estimador mantenha a capacidade de adaptação, utilizam-se os procedimentos listados a seguir, que visam controlar a magnitude dos elementos da matriz de covariância “P(t)”, limitando-os a valores mínimos. 169 • Atualização de “P(t)”; • Utilização do fator de esquecimento. A.5.2 Atualização da matriz de covariância A atualização da matriz de covariância é realizada adicionando uma matriz diagonal semidefinida positiva “Q(t)” aos elementos de “P(t)”, objetivando aumentá-los. Portanto, a nova matriz de covariância e determinada por: P ( t + 1) = P ( t ) + Q( t ) (A.32) Existem dois procedimentos baseados na equação (A.32) onde um é denominado de random walk (busca aleatória) e covariance resetting (reinicialização da matriz de covariância “P(t)”). A técnica random walk, consiste em adicionar, a cada iteração, a matriz “Q(t)”. Essa matriz apresenta uma estrutura diagonal, de acordo com a equação (A.33), e os seus elementos descrevem uma suposta razão de variação dos parâmetros do sistema. Q ( t ) = q.I ( na + nb +1) x ( na + nb +1) , onde q ∈ R + (A.33) Para aplicação dessa técnica, é necessário conhecer antecipadamente quais os parâmetros variantes, bem como o instante de tempo em que acontece a mudança paramétrica (COELHO e COELHO, 2004). De posse dessas informações, atribui-se zero nas posições da diagonal “Q(t)”, que correspondem aos parâmetros invariantes, e valores positivos diversos nas posições da diagonal que correspondem aos parâmetros variantes. A magnitude desses valores reflete na magnitude da mudança dos parâmetros. Por exemplo, para o parâmetro que muda “pouco” pode-se utilizar o valor “0,05” e para o parâmetro que muda em “100%” deve-se tentar o valor de “0,5” {Q(t) = diag (0,5 0 0,05 0)}. É importante salientar que “Q(t)”, aumenta o comprimento do passo de ajuste e um valor “grande” causa uma excessiva oscilação nos correspondentes parâmetros estimados. (COELHO e COELHO, 2004). A segunda técnica, covariance resetting, consiste em adicionar a matriz “Q(t)” somente em instantes de tempo específicos. A matriz “Q(t)” não pode ser adicionada à 170 matriz “P(t)” com muita freqüência, para que os elementos de “P(t)” não se tornem grandes a ponto de causar flutuações nas estimativas, e nem pode ser adicionada com pouca freqüência, de forma a tornar pequenos os elementos de “P(t)” a ponto do algoritmo deixar de rastrear as mudanças do sistema. O instante ótimo de reinicialização da matriz “P(t)” através da adição da matriz “Q(t)” é caracterizado pelo momento em que a magnitude dos elementos da matriz de covariância “P(t)” atinge um valor menor do que um valor limite, ou ainda se o valor absoluto do erro de estimação exceder outro valor limite, ambos especificados pelo usuário. A.5.3 Fator de esquecimento Essa técnica faz com que o algoritmo dos MQR tenha uma capacidade de adaptação mínima, impedindo que o ganho do estimador tenda a zero, por conseqüência, evitando que os elementos da matriz de covariância tendam a zero, mantendo em “alerta” o estimador para rastrear dinâmicas variantes. Esta capacidade é útil em sistemas variantes no tempo e é conseguida introduzindo uma constante no algoritmo (denominada fator de esquecimento – “λ”) que pondera mais as últimas medidas dando-lhes mais importância do que as medidas antigas. Isto significa que erros recentes devem ser mais fortemente enfatizados do que erros anteriores de modo a permitir ao estimador dos MQR adaptar-se ao novo sistema. Na prática essa modificação consiste em substituir “P(t)” por “P(t)/λ”. De acordo com RÚBIO e SÁNCHEZ (1996), para “λ=1” tem-se o MQR normal, enquanto que para “λ<1” o algoritmo desconsidera as medidas mais antigas. Por exemplo, se “λ=0,99” conduz à estimativa de parâmetros baseando-se nas últimas 100 amostras, sendo uma faixa normal de utilização do fator de esquecimento entre 0,98 e 1, podendo em alguns casos especiais diminuir até 0,95. Dependendo da escolha do valor de “λ”, este propicia uma boa eliminação do ruído ou uma melhora para seguir a variação dos parâmetros. A equação (A.23) é a função custo através da qual, ao ser minimizada, obtém-se o MQR. Para incorporar o fator de esquecimento essa equação passa a ser: 171 N J( N, θ) = ∑ λN−t .e 2 ( t ) ou t =1 (A.34) 2 J( N, θ) = λ.J( N − 1, θ) + e ( N) Portanto, o estimador dos mínimos quadrados com fator de esquecimento apresenta a seguinte forma recursiva, substituindo as equações (A.28), (A.29) e (A.30). K (t ) = P( t − 1).ϕ( t ) λ + ϕT ( t ).P( t − 1).ϕ( t ) (A.35) 1 P(t) = [I − K(t).ϕT (t )].P(t − 1) λ (A.36) θˆ ( t ) = θˆ ( t − 1) + K ( t ).[ y( t ) − ϕT ( t ).θˆ ( t − 1)] (A.37) Além do fator de esquecimento de valor fixo, pode-se também utilizar um fator de esquecimento variável objetivando aumentar a sensibilidade do estimador dos MQR na presença de variações nos parâmetros do sistema. A partir de critérios definidos pelo operador, o fator de esquecimento pode assumir valores pequenos, “0,9 ≤ λ ≤ 1”, para que a sensibilidade do estimador aumente e permita o rastreamento dos parâmetros, ou assumir valores próximos de 1 ao ser verificado que os parâmetros estimados estão próximos dos valores verdadeiros. Esses critérios podem ser definidos, por exemplo, a partir dos valores do erro de previsão ou dos valores do traço da matriz de covariância “P(t)”. Outra metodologia utilizada é o fator de esquecimento com crescimento exponencial. Neste método, procura-se manter “λ(t)” em 1 ou na vizinhança, “λ(t) = 0,999”. Quando uma mudança paramétrica é detectada, “λ(t)” pode ser ajustado para 0,95, o que implica em uma rápida variação no valor dos parâmetros, seguido de um ajuste exponencial crescente de 1 para 0,999 (COELHO e COELHO, 2004). A seguir, mostra-se o fator de esquecimento com ajuste exponencial: λ(t ) = λ0 .λ(t − 1) + λ.[1 − λ0 ] onde: λ(t) – fator de esquecimento exponencial; (A.38) 172 λ0 – fator de esquecimento inicial (λ0 < 1); λ – fator de esquecimento final (λ ≅ 1). A.5.4 Validação do modelo Após a parametrização do sistema, o modelo estimado deve ser qualificado utilizando técnicas de validação de modelos. Entre as diversas técnicas de validação podese investigar a magnitude de certos índices de desempenho (COELHO e COELHO, 2004). O Somatório do Erro Quadrático (SEQ) e o Coeficiente de Correlação Múltipla (R2) são índices de desempenho que servem para a avaliação da qualidade do modelo e são representados pelas equações (A.39) e (A.40) respectivamente. N SEQ = ∑[y( t ) − ŷ( t )] 2 (A.39) t =1 N R 2 = 1− ∑[y(t ) − ŷ( t )] t =1 N 2 ∑[y(t ) − y)] (A.40) 2 t =1 onde: y(t) – saída real; ŷ ( t ) – saída estimada; y – média das N amostras da experimentação. Quando o valor de R2 é igual a 1, indica uma exata adequação do modelo para os dados medidos do sistema. O valor de R2 entre 0,9 e 1 pode ser considerado suficiente para muitas aplicações práticas em identificação (COELHO e COELHO, 2004). A.6 CONTROLE ADAPTATIVO O termo adaptativo significa mudar um comportamento para se adequar as novas circunstâncias. Portanto, um controlador adaptativo é um controlador que pode modificar seu comportamento em resposta às mudanças na dinâmica do sistema e às perturbações. 173 Essas mudanças e perturbações podem ser geradas pela não linearidade dos sistemas e dos atuadores, pelo desgaste de componentes mecânicos, como também por alterações no ambiente onde o sistema está inserido. Um sistema de controlador adaptativo, de acordo com a figura A.6, é composto por duas malhas, das quais uma é a realimentação normal, contendo o sistema e o controlador, e a outra que é responsável pela estimação dos parâmetros do processo e pelo projeto do controlador para cada fase de estimação do processo. Controle adaptativo é particularmente interessante para sistemas cujos parâmetros da planta são desconhecidos ou variam com o tempo. De maneira prática, assume-se que a estrutura da planta é conhecida, mas os valores dos parâmetros não o são. O enfoque usualmente adotado é combinar técnicas de estimação de parâmetros com técnicas de projeto de sistemas de controle. Assim, pode-se imaginar diversas estratégias de controle adaptativo combinando-se cada uma das possíveis técnicas de estimação de parâmetros com cada uma das técnicas de projeto de controladores (AGUIRRE, 2007b). Malha de estimação de parâmetros (lenta) Atuação desejada Projeto do Controlador Parâmetros do sistema Estimação do sistema Parâmetros do controlador Referência + erro – Controlador Ajustável Sinal de controle (entrada) Sistema Saída Malha de realimentação (rápida) Figura A.6 – Diagrama de blocos de um sistema adaptativo. De acordo com a figura A.6, a cada instante de amostragem e a partir das informações de entrada e saída do sistema, os parâmetros do modelo são estimados recursivamente alterando os parâmetros do controlador. 174 A.7 TIPOS DE CONTROLADORES ADAPTATIVOS A razão inicial para a introdução do controle adaptativo era a de que os sistemas de controle podiam adaptar-se às mudanças da dinâmica do sistema e às características dos distúrbios, mas verificou-se que esta técnica podia ser usada para fornecer ajustes automáticos de controladores. Os três tipos de sistemas de controle adaptativos mais utilizados são: Controlador de ganho tabelado, Controlador adaptativo de modelo de referência e Controlador autoajustável. Um resumo sobre esses controladores será realizado a seguir dando ênfase ao controlador auto-ajustável, mais especificamente ao Controlador de Variância Mínima Generalizada. A.7.1 Controlador de ganho tabelado Ganho tabelado foi utilizado pela primeira vez no início da década de 50 para controle de vôo em aeronaves. O ganho tabelado, também conhecido como gain scheduling, é considerado um controlador adaptativo de malha aberta, que consiste em modificar os parâmetros do controlador a partir de uma tabela que já tenha sido calculada previamente, para distintos pontos de funcionamento em função de uma variável auxiliar. Esse tipo de controlador é representado pela figura A.7 (RUBIO e SÁNCHEZ, 1996). Mecanismo de Adaptação Sinal de referência + erro – Controlador Ajustável Medida da variável auxiliar Sinal de controle (entrada) Sistema Ambiente Saída Figura A.7 – Diagrama de bloco de um sistema com ganho tabelado. Esse tipo de adaptação tem a vantagem de alterar os parâmetros do controlador muito rapidamente, dependendo da rapidez na mudança da dinâmica do sistema; sendo muito importante a escolha da variável auxiliar. As desvantagens são a negligência de 175 todos os efeitos baseados nos sinais não medidos ou nos distúrbios, mudanças imprevisíveis do comportamento do sistema e na quantidade de tempo necessário para a realização da tabela de parâmetros (por ser necessário armazenar várias condições de operação). A.7.2 Controladores adaptativos por modelo de referência (MRAC) Os sistemas adaptativos por modelo de referência foram originalmente propostos para resolver um problema no qual as especificações de desempenho são dadas em termos de um modelo de referência. Este modelo diz qual é a forma mais adequada que a saída do sistema deverá responder ao sinal de comando. Um diagrama de blocos do sistema é mostrado na figura A.8. O controlador é constituído por duas malhas, sendo a malha interna uma malha de realimentação padrão, composta pelo sistema e pelo controlador, e a malha externa responsável pelo ajuste dos parâmetros do controlador de tal forma que o erro, que é a diferença entre a saída do sistema e a saída do modelo, seja nulo ou mínimo, caso existam perturbações (ÅSTRÖM e WITTENMARK, 1995). A técnica do modelo de referencia pode ser usada para outros propósitos (identificação) e com outros tipos de modelos (série, série paralelo), o mais comum é utilizar um modelo paralelo como mostra a figura A.8. Modelo de Referência Parâmetros do controlador Sinal de referência + – Controlador Ajustável Saída do modelo Mecanismo de Adaptação Sinal de controle (entrada) Erro Sistema Figura A.8 – Estrutura com modelo de referência (MRAC). – + Saída do sistema 176 No MRAC se faz necessário determinar o mecanismo de ajustagem para que o erro do sistema tenda para zero, ou seja, para que o sistema seja estável. Isto é obtido através da regra do M.I.T., onde: dθ ∂ε = −ψ.ε. dt ∂θ (A.41) onde: ε – erro de modelagem (diferença entre a saída do sistema e a saída do modelo); θ – parâmetros a serem ajustado; ψ – ganho de adaptação; ∂ε/∂θ – derivada da sensibilidade do erro com relação ao parâmetro θ. Na prática, é necessário efetuar aproximações para obter a derivada da sensibilidade. A regra do M.I.T. pode ser considerada como um esquema de gradiente para minimizar o quadrado do erro “ε2” (ÅSTRÖM e WITTENMARK, 1995). As vantagens do MRAC estão na sua rápida adaptação para uma entrada definida e na simplicidade de tratamento da estabilidade utilizando a teoria de estabilidade de sistema não linear. (RUBIO SÁNCHEZ, 1996). A.7.3 Controlador auto-ajustável (STR) Um controlador auto-ajustável é utilizado nas situações em que os parâmetros do sistema variam com o tempo, seja por desgastes de componentes físicos ou nos casos em que o sistema não é linear e o ponto de funcionamento de trabalho seja modificado. Esse tipo de problema é resolvido ao utilizar controladores adaptativos, porque além de possuírem a malha principal de controle (que existe em todo sistema de controle), incorporam uma segunda malha que modifica seus parâmetros a partir da informação recolhida do sistema e de um determinado critério de desempenho. Nesses controladores, inicia-se o projeto para o sistema com os parâmetros conhecidos, posteriormente tais parâmetros são substituídos pelos parâmetros estimados, sendo, o controlador, recalculado em cada passo. A aplicação desta idéia é o que se 177 conhece como o princípio de equivalência à certeza, o qual supõe que os parâmetros identificados coincidem com os reais. O diagrama de blocos desse controlador é mostrado na figura A.9 onde se verifica três partes distintas (RÚBIO e SÁNCHEZ, 1996): • um algoritmo recursivo de estimação de parâmetros; • um mecanismo de adaptação que faça a tarefa de projetar o controlador e; • um controlador com parâmetros ajustáveis. Atuação desejada Parâmetros do sistema Projeto do Controlador Estimação do Sistema Parâmetros do controlador Referência + erro – Controlador Ajustável Sinal de controle (entrada) Sistema Saída Figura A. 9 – Diagrama de blocos de um controlador auto-ajustável. O STR tem a vantagem de se adaptar, em particular, para perturbações não mensuráveis, tendo ao mesmo tempo uma estrutura modular (controle e identificação separados), o que possibilita a programação por blocos, sendo possível de realizar distintos controladores por combinação de diferentes métodos de projeto e identificadores. Com relação ao critério de projeto, pode-se dividir em dois tipos: estocástica ou não estocástica, de acordo com a abordagem do problema. Quando a abordagem é estocástica, consideram-se sistemas cujos sinais não se conhecem exatamente e nem podem ser predeterminados (RÚBIO e SÁNCHEZ, 1996). O projeto com abordagem estocástica, normalmente minimiza as variações com relação à zero através de uma função custo. Na abordagem não estocástica, considera-se que as perturbações que incidem sobre um sistema são conhecidas, podendo-se descrever estes sistemas analiticamente por intermédio de um sistema dinâmico determinista (RÚBIO e SÁNCHEZ, 1996). 178 Nesse caso, o índice de atuação se dá em função de especificações que o sistema deve cumprir o que normalmente se traduz em especificar uma função de transferência desejada em malha fechada. Atualmente, já foi demonstrado em inúmeros casos que ambas as abordagens conduzem a resultados similares (RÚBIO e SÁNCHEZ, 1996). Os controladores STR são obtidos combinando-se uma técnica de estimação de parâmetros com uma técnica de controle. As técnicas de controle mais utilizadas são Variância Mínima (MV), Variância Mínima Generalizada (GMV), Controle Preditivo Generalizado (GPC), Alocação de Pólos (GPP) e Controle Linear Quadrático Gaussiano (LQG). Para possibilitar a implementação do controlador em tempo real, utilizam-se técnicas de estimação de parâmetros recursivas, principalmente Mínimos Quadrados Recursivos (MQR). O enfoque STR baseia-se na variação dos parâmetros de forma a otimizar algum índice de desempenho (AGUIRRE, 2007b). Neste trabalho optou-se pela seguinte combinação: estimação de parâmetros realizada pelo MQR, já discutido anteriormente, e pela técnica de controle GMV segundo ISERMANN et al (1992), descrita a seguir. A.7.4 Controlador de variância mínima generalizada (GMV) O controlador GMV foi desenvolvido com base nas estratégias do controlador de Variância Mínima (MV), e sendo GMV considerado uma generalização do controlador MV. O objetivo da estratégia do controlador MV é prever as saídas futuras do sistema original a ser controlado, através de um modelo matemático, e utilizar essas informações no cálculo da ação atual de controle. Esse cálculo é feito de forma a minimizar uma função-custo gerada a partir de critérios de desempenho que determinam quais fatores devem ser levados em consideração para obtenção da Lei de Controle. Uma função custo da estratégia de variância mínima pode ser obtida pela minimização da variância da variável controlada e isto pode ser conseguido através da seguinte expressão: J 1 = σ[ y ( k )] = E[ y 2 ( k )] (A.42) 179 onde: y(k) – variável controlada; E[y(k)] – esperança matemática ou média aritmética da variável controlada; E[y2(k)] = σ[y(k)] – variância da variável controlada. A estratégia MV, apesar de vantajosa pela sua simplicidade, possui algumas desvantagens, restringindo sua utilização para sistemas relativamente simples. As principais desvantagens da estratégia MV, de acordo com VAZ (1999), são relativas ao fato de ser aplicável apenas a sistemas de fase-mínima, também pela impossibilidade de penalizar ações excessivas de controle, e pela não garantia de erro médio nulo em regime permanente, devido à ausência de parâmetros de projeto. Segundo ISERMANN et al (1992) essas desvantagens podem ser superadas através de um controlador de variância mínima generalizada que introduz na função custo o sinal de referência, as variáveis auxiliares e ainda uma ponderação “r” na variável manipulada, de acordo com a equação (A.43). J 2 = E{[ y(k + d + 1) − w (k + d + 1)]2 + r.u 2 (k )} (A.43) onde: E{.} – esperança matemática; y – variável controlada; w – sinal de referência; u – variável manipulada; r – ponderação da variável manipulada. Observe-se que na equação (A.43), ao contrário da equação (A.42), não se tem interesse apenas em minimizar a variância da variável controlada, ao invés disso a intenção é minimizar a variância de uma combinação entre a variável controlada, o sinal de referência e a variável manipulada. O projeto de um GMV considera o retardo de tempo e as perturbações (ruídos) que incidem no sistema, de acordo com o diagrama de blocos da figura A.10. 180 C D ruído B −d ⋅z A + υ Referência + w – erro e QQ PP Sinal de controle u n Saída yu + y Figura A.10 – Controle do sistema perturbado por um ruído estocástico. A função de transferência do controlador linear geral é escrita como: −1 − nqq u ( k ) QQ ( z −1 ) qq 0 + qq1 ⋅ z + L + qq nqq ⋅ z G R (k ) = = = e( k ) PP ( z −1 ) 1 + pp1 ⋅ z −1 + L + pp npp ⋅ z − npp (A.44) onde u(k) – sinal de entrada; e(k) – erro do sinal; qqi, ppi – parâmetros dos polinômios QQ e PP, respectivamente; nqq, npp – ordem dos polinômios QQ e PP, respectivamente. A função de transferência do sistema é escrita como: Gp(k ) = y u (k ) B(z −1 ) −d b1 ⋅ z −1 + L + b nb ⋅ z − nb = ⋅ z = ⋅ z −d u (k ) A(z −1 ) 1 + a1 ⋅ z −1 + L + a na ⋅ z −na onde: yu(k) – sinal de saída do sistema; u(k) – sinal de entrada do sistema; ai, bi – parâmetros dos polinômios A e B, respectivamente; na, nb – ordem dos polinômios A e B, respectivamente; d – atraso de transporte; Obs.: b1 ≠ 0. (A.45) 181 A função de transferência do filtro do ruído é escrita como: n (k ) C(z −1 ) 1 + c1 ⋅ z −1 + L + c nc ⋅ z − nc Gn ( k ) = = = υ( k ) D(z −1 ) 1 + d1 ⋅ z −1 + L + d nd ⋅ z − nd (A.46) onde n(k) – ruído branco filtrado; υ(k) – ruído branco; ci, di – parâmetros dos polinômios C e D, respectivamente; nc, nd – ordem dos polinômios C e D, respectivamente; Obs.: Os polinômios C e D são mônicos. Do diagrama de blocos da figura A.10, observa-se que o sinal de saída é contaminado por um ruído: y( k ) = y u ( k ) + n ( k ) (A.47) onde: yu(k) – sinal de saída do sistema; n(k) – ruído branco filtrado; y(k) – sinal da saída final do sistema perturbado pelo ruído branco filtrado. Substituindo as equações (A.45) e (A.46) na equação (A.47), obtém-se: B(z −1 ) −d C(z −1 ) y( k ) = ⋅ z ⋅ u (k ) + ⋅ υ(k ) A(z −1 ) D(z −1 ) (A.48) O objetivo do controlador de variância mínima é compensar o ruído n(k) e isto só é possível fazendo uma predição de passo “d+1”, porque o atraso de tempo do sistema faz com que a variável manipulada no tempo “k”, u(k), influencie a variável controlada no tempo “k+d+1”, ou seja, y(k+d+1). 182 Para obtenção da predição, separa-se o filtro do ruído em duas partes de acordo com ISERMANN et al (1992), como segue. C(z −1 ) L(z −1 ) −( d+1) −1 = F(z ) + ⋅z D(z −1 ) D(z −1 ) (A.49) F(z −1 ) = 1 + f1.z −1 + L + f d .z − d (A.50) L(z −1 ) = l 0 + l 1.z −1 + L + l m −1.z − ( m −1) (A.51) onde: Os polinômios das equações (A.50) e (A.51) serão determinados pela seguinte identidade, que resulta da equação (A.49): C(z-1 ) = D(z -1 ) ⋅ F(z -1 ) + L(z-1 ) ⋅ z − ( d+1) (A.52) Da equação (A.46) pode-se escrever a predição do distúrbio na etapa “d+1” a frente, como segue. C(z −1 ) n (k + d + 1) = ⋅ υ(k + d + 1) D(z −1 ) (A.53) Colocando a equação (A.49) na etapa “d+1” à frente e substituindo-a na equação (A.53), tem-se: n (k + d + 1) = L( z − 1 ) ⋅ υ(k ) + F(z −1 ) ⋅ υ(k + d + 1) D(z −1 ) (A.54) Analisando inicialmente o primeiro termo do lado direito da equação (A.54) observa-se que esse é conhecido no tempo “k”, desde que “υ(k)” possa ser determinado em função dos valores passados das variáveis manipuladas e controladas. Para isso, da equação (A.46), obtém-se: 183 υ(k ) = D(z −1 ) ⋅ n (k ) C(z−1 ) (A.55) e ainda das equações (A.46) e (A.48), obtém-se: B(z −1 ) −d y( k ) = ⋅ z ⋅ u (k ) + n (k ) ⇒ A(z −1 ) B(z −1 ) −d n ( k ) = y( k ) − ⋅ z ⋅ u (k ) A(z −1 ) (A.56) Substituindo a equação (A.56) na equação (A.55), obtém-se “υ(k)” em função das variáveis manipuladas e controladas, como segue: D( z −1 ) B( z −1 ) −d υ( k ) = ⋅ u (k ) −1 ⋅ y( k ) − −1 ⋅ z C( z ) A(z ) (A.57) Portanto, substituindo a equação (A.57) na equação (A.54), obtém-se: n ( k + d + 1) = L( z −1 ) B( z − 1 ) − d ⋅ y ( k ) − ⋅ u ( k ) + F( z −1 ) ⋅ υ( k + d + 1) −1 −1 ⋅ z C( z ) A(z ) (A.58) A predição de “d+1” passos a frente da saída final do sistema “y” é obtida pela equação (A.47), como segue: y(k + d + 1) = y u (k + d + 1) + n (k + d + 1) (A.59) A predição de “d+1” passos a frente da saída do sistema “yu” é obtida a partir da equação (A.45), como segue: y u (k + d + 1) = B(z −1 ) −d ⋅ z ⋅ u(k + d + 1) ⇒ A(z −1 ) 184 y u (k + d + 1) = B(z −1 ) ⋅ z ⋅ u (k ) A(z −1 ) (A.60) Substituindo as equações (A.60) e (A.58) na equação (A.59) obtém-se a predição da saída final, como segue: B(z −1 ) L ( z −1 ) B(z −1 ) −d y(k + d + 1) = ⋅ z ⋅ u ( k ) + ⋅ y ( k ) − ⋅ z ⋅ u ( k ) +L A(z −1 ) D(z −1 ) A(z −1 ) (A.61) L + F(z −1 ) ⋅ υ(k + d + 1) ou seja: y(k + d + 1) = B(z −1 ) L(z −1 ) L(z −1 ) B(z −1 ) −d ⋅ z ⋅ u ( k ) + ⋅ y ( k ) − ⋅ z ⋅ u (k ) + F(z −1 ) ⋅ υ(k + d + 1) ⇒ C(z −1 ) C(z −1 ) A(z −1 ) A(z −1 ) y( k + d + 1) = B( z −1 ) L ( z −1 ) L( z −1 ) B( z −1 ) −d ⋅ y ( k ) + ⋅ z − ⋅ z ⋅ u ( k ) + F( z −1 ) ⋅ υ( k + d + 1) ⇒ −1 C( z −1 ) A( z −1 ) C( z −1 ) A(z ) y( k + d + 1) = B( z −1 ) ⋅ C( z −1 ) ⋅ z − L( z −1 ) ⋅ B( z −1 ) ⋅ z −d L( z −1 ) ⋅ u ( k ) + F( z −1 ) ⋅ υ( k + d + 1) ⇒ ⋅ y ( k ) + −1 −1 C( z −1 ) A ( z ) ⋅ C ( z ) y( k + d + 1) = B( z −1 ) ⋅ z ⋅ [C(z −1 ) − L(z −1 ) ⋅ z − ( d+1) ] L ( z −1 ) ⋅ u (k ) + L ⋅ + y ( k ) C(z −1 ) A(z −1 ) ⋅ C(z −1 ) L + F(z −1 ) ⋅ υ(k + d + 1) (A.62) A partir da identidade mostrada pela equação (A.52), pode-se escrever: C(z-1 ) − L(z-1 ) ⋅ z − ( d+1) = D(z-1 ) ⋅ F(z-1 ) (A.63) Substituindo a equação (A.63) na equação (A.62), tem-se: L(z−1 ) B(z−1 ) ⋅ z ⋅ D(z−1 ) ⋅ F(z−1 ) y(k + d + 1) = ⋅ y(k) + ⋅ u(k) + F(z−1 ) ⋅ υ(k + d + 1) (A.64) C(z−1 ) A(z−1 ) ⋅ C(z−1 ) O último termo tanto da equação (A.64) como das equações (A.58), (A.61) e (A.62) é completamente aleatório, tem média zero e não está correlacionado com os sinais 185 sem perturbação (ISERMANN et al, 1992). Os dois primeiros termos do lado direito da equação (A.64) são designados por “y(k+d+1/k)”, ou seja, é a saída estimada no tempo “k+d+1” baseando-se nos dados no tempo “k”, então, reescrevendo a equação (A.64), temse: y(k + d + 1) = y(k + d + 1 / k) + F(z−1 ) ⋅ υ(k + d + 1) (A.65) onde: y(k + d + 1/ k) = L(z−1 ) B(z−1 ) ⋅ z ⋅ D(z−1 ) ⋅ F(z−1 ) ⋅ y ( k ) + ⋅ u (k ) C(z−1 ) A(z−1 ) ⋅ C(z−1 ) (A.66) Como o objetivo do controlador GMV é minimizar a função custo “J2”, e não sendo possível obter os valores reais da saída no tempo “k+d+1”, mas é possível obter os valores estimados dessa saída no tempo “k+d+1”, baseando-se nos valores no tempo “k”, como mostra a equação (A.66). A função custo “J2” pode ser reescrita substituindo-se a equação (A.65) na equação (A.43). J 2 = E{[ y(k + d + 1 / k ) − w (k + d + 1)]2 + r.u 2 (k )} + E{[F(z −1 ) ⋅ υ(k + d + 1)]2 } (A.67) O mínimo da função custo “J2” da equação (A.67) com relação “u(k)”, pode ser obtido igualando o gradiente de “J2” a zero como segue: ∂J 2 ∂y(k + d + 1 / k ) = 2 ⋅ [ y(k + d + 1 / k ) − w (k + d + 1)] ⋅ + 2 ⋅ r.u (k ) = 0 ∂u (k ) ∂u (k ) (A.68) Segundo ISERMANN et al (1992) como os polinômios “A(z-1)”, “C(z-1)”, “D(z-1)” e “F(z-1)” são mônicos e da equação (A.66), tem-se: ∂y(k + d + 1 / k ) = b1 ∂u (k ) (A.69) 186 Substituindo as equações (A.66) e (A.69) na equação (A.68) obtém-se: L( z −1 ) B( z −1 ) ⋅ z ⋅ D( z −1 ) ⋅ F( z −1 ) ⋅ u ( k ) − w ( k + d + 1) ⋅ b1 + r.u ( k ) = 0 (A.70) C(z −1 ) ⋅ y( k ) + −1 −1 A ( z ) ⋅ C( z ) Manipulando a equação (A.70) obtém-se a seguinte lei de controle: u (k ) = A(z −1 ) ⋅ C(z −1 ) ⋅ w (k + d + 1) − L(z −1 ) ⋅ A(z −1 ) ⋅ y(k ) r D(z −1 ) ⋅ F(z −1 ) ⋅ z ⋅ B(z −1 ) + ⋅ C(z −1 ) ⋅ A(z −1 ) b1 (A.71) De acordo com ÅSTRÖM (1970), ISERMANN et al (1992) e MONTENEGRO (2007), pode-se assumir que o denominador do filtro do ruído é igual ao denominador da função de transferência do sistema, ou seja, “D(z-1) = A(z-1)”, assim como “C(z-1) = 1”, resultando na seguinte lei de controle de variância mínima generalizada: w (k + d + 1) − L(z −1 ) ⋅ y(k ) u (k ) = r F(z −1 ) ⋅ z ⋅ B(z −1 ) + b1 (A.72) A partir das considerações anteriores, a equação (A.48) resulta em: B(z −1 ) −d 1 y( k ) = ⋅ u (k ) + ⋅ υ(k ) −1 ⋅ z A( z ) A(z −1 ) (A.73) A lei de controle da equação (A.72) é obtida baseando-se no modelo ARX, conforme pode ser comparado com os modelos da tabela A.1. Ainda por causa da simplificação, “D(z-1) = A(z-1)” e “C(z-1) = 1”, a identidade da equação (A.52), resulta na equação (A.74), simplificando a obtenção dos termos dos polinômios F(z-1) e L(z-1). 1 = A(z-1 ) ⋅ F(z-1 ) + L(z-1 ) ⋅ z − ( d+1) (A.74) 187 A.8 CONCLUSÃO Este capítulo apresentou uma abordagem incluindo definições e conceitos iniciais sobre controle para facilitar o entendimento dos tipos de modelagem e identificação de sistema, além de uma base teórica para a obtenção da lei de controle do controlador de Variância Mínia Generalizada (GMV). APÊNDICE B - LISTAGEM DOS PROGRAMAS EM MATLAB B.1 PROGRAMA PARA DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DA EQUAÇÃO A DIFERENÇAS DO SISTEMA SIMULADO %========================================================== % OBTENÇÃO DAS FUNÇÕES DE TRANSFERÊNCIA CONTÍNUAS DOS % MODELOS DE CAIXA BRANCA DOS MANIPULADORES HIDRÁULICOS % % CONVERSÃO DAS FT CONTÍNUAS PARA FT DISCRETAS % % DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DA EQUAÇÃO A DIFERENÇAS % DOS MODELOS QUE FORAM DISCRETIZADOS %========================================================== clc clear all close all format long e syms s %========================================================== %Funções de Transferências para o deslocamento em x e em z % % Obs.: O subíndece 1 das variáveis, está relacionado com % o pistão de deslocamento no eixo X e o subíndece 2 com % o pistão de deslocamento no eixo Z. %========================================================== %Dados bt=14e8;%.......Módulo de elasticidade volumétrico:[N/m²] M1=150;%........Massa 1:[kg] M2=100;%........Massa 2:[kg] c=163;%.........Coeficiente de atrito:[Ns/m] vt=0.874e-3;%...Volume total de fluido:[m³] A1=1.075e-3;%...Área do pistão 1:[m²] A2=1.075e-3;%...Área do pistão 2:[m²] Kc=2.4e-12;%....Coeficiente de vazão-pressão:[m^5/Ns] Kq=0.73;%.......Ganho de vazão:[m²/s] Lf=0;%..........Coeficiente de fuga:[m^5/Ns] 189 %Determinação das variáveis das FT % k1_1 %Gx1(s)=---------------------- FT para o deslocamento em x % a1_1.s³+a2_1.s²+a3_1.s % % k1_2 %Gz2(s)=---------------------- FT para o deslocamento em z % a1_2.s³+a2_2.s²+a3_2.s k1_1=Kq*A1/(A1^2+c*Lf+c*Kc); k1_2=Kq*A2/(A2^2+c*Lf+c*Kc); a1_1=vt*M1/((4*bt)*(A1^2+c*Lf+c*Kc)); a1_2=vt*M2/((4*bt)*(A2^2+c*Lf+c*Kc)); a2_1=(M1*Lf+M1*Kc+vt*c/(4*bt))/(A1^2+c*Lf+c*Kc); a2_2=(M2*Lf+M2*Kc+vt*c/(4*bt))/(A2^2+c*Lf+c*Kc); a3_1=1; a3_2=1; %Representação da FT para o deslocamento no eixo X disp('FT para o deslocamento em X') numf1=[0 0 0 k1_1]; denf1=[a1_1 a2_1 a3_1 0]; disp('G1(s) =') G1=tf(numf1,denf1) %Representação da FT para o deslocamento no eixo Z disp('FT para o deslocamento em Z') numf2=[0 0 0 k1_2]; denf2=[a1_2 a2_2 a3_2 0]; disp('G2(s) =') G2=tf(numf2,denf2) %========================================================== % Transformação das funções contínuas no domínio "s" % para as funções discretas no domínio "z" utilizando % a aproximação explícita de Euler (ZOH). %========================================================== %Representação da FT discreta para o deslocamento no eixo X ts=0.01;%........Período de amostragem = 0.01 disp('FT discreta para o deslocamento em X') [numZ1,denZ1]=c2dm(numf1,denf1,ts,'zoh');%....G1(s)--->G1(z) disp('G1(z) =') sist_discr=tf(numZ1,denZ1,ts) disp('zeros do sistema discreto') zeros1=roots (numZ1) disp('pólos do sistema discreto') polos=roots(denZ1) %Representação da FT discreta para o deslocamento no eixo Z ts=0.01;%........Período de amostragem = 0.01 disp('FT discreta para o deslocamento em Z') [numZ2,denZ2]=c2dm(numf2,denf2,ts,'zoh');%....G2(s)--->G2(z) disp('G2(z) =') sist_discr=tf(numZ2,denZ2,ts) 190 %========================================================== %Parâmetros da equação a diferenças %========================================================== % % Y(z) bo.z^2 + b1.z + b2 (z^-3) %------ = ------------------------ x ------ ==> % U(z) z^3 + a1.z^2 + a2.z + a3 (z^-3) % % Y(z) bo.z^-1 +b1.z^-2 +b2.z^-3 [ 0 bo b1 b2 ] %------ = ---------------------------- = -------------% U(z) 1+ a1.z^-1 +a2.z^-2 +a3.z^-3 [ 1 a1 a2 a3 ] % %y(t)=bo.u(t-1)+b1.u(t-2)+b2.u(t-3)-a1.y(t-1)-a2.y(t-2)-a3.y(t-3) %Parâmetros da equação a diferenças do deslocamento no eixo X disp('Parâmetros da equação a diferenças do eixo X') bo_1=numZ1(2) b1_1=numZ1(3) b2_1=numZ1(4) a1_1=denZ1(2) a2_1=denZ1(3) a3_1=denZ1(4) %Parâmetros da equação a diferenças do deslocamento no eixo Z disp('Parâmetros da equação a diferenças do eixo Z') bo_2=numZ2(2) b1_2=numZ2(3) b2_2=numZ2(4) a1_2=denZ2(2) a2_2=denZ2(3) a3_2=denZ2(4) B.2 PROGRAMA MQR EM MATLAB %========================================================== % MQR PARA O GMV %========================================================== % % Y(z) b1.z-1 + b2.z-2 % ---- = ----------------------- , onde % U(z) 1 + a1.z^-1 + a2.z^-2 % % y(t) = -a1.y(t-1) - a2.y(t-2) + b1.u(t-1) + b2.u(t-2) %=========================================================== clc clear all close all format long e syms s Ni=1000; % Número de iterações %Condições iniciais p1=10000*eye(4,4); teta1=[0;0;0;0]; 191 p2=10000*eye(4,4); teta2=[0;0;0;0]; for t=1:3; %Inicialização da entrada degrau u1(t)=0; u2(t)=0; %Inicialização dos vetores das saídas reais y1(t)=0; y2(t)=0; %Inicialização dos vetores das saídas estimadas yest_1(t)=0; yest_2(t)=0; %Inicialização dos vetores das saídas simuladas ysimu_1(t)=0; ysimu_2(t)=0; %Inicialização dos vetores Erro erro1(t)=0; %erro de estimação erroq1(t)=0; %erro de previsão erroqm1(t)=0; %erro quadrático erro2(t)=0; %erro de estimação erroq2(t)=0; %erro de previsão erroqm2(t)=0; %erro quadrático %Inicialização dos parâmetros das matrizes teta a1_1(t)=teta1(1); a2_1(t)=teta1(2); b1_1(t)=teta1(3); b2_1(t)=teta1(4); a1_2(t)=teta2(1); a2_2(t)=teta2(2); b1_2(t)=teta2(3); b2_2(t)=teta2(4); end; %Inicialização do processo iterativo para %estimação dos parâmetros do modelo. % Condições iniciais da média de y1 e de y2 somay1=0; somay2=0; for t=4:Ni; %Entrada degrau u(t)=0.1; %Gerando PRBS if rand > 0.5; %Geração do ruído para entrada 1 uu1(t)=0.05; else uu1(t)=-0.05; end 192 if rand > 0.5; %Geração do ruído para entrada 2 uu2(t)=0.05; else uu2(t)=-0.05; end u1(t)=uu1(t)+u(t); u2(t)=uu2(t)+u(t); %Geração de ruído branco com média nula e variância unitária: %Ruído e1(t): x1=rand(Ni,1); z1=(x1/mean(x1))-1; e1=sqrt(1/var(z1))*z1; %Ruído e2(t): x2=rand(Ni,1); z2=(x2/mean(x2))-1; e2=sqrt(1/var(z2))*z2; % EQUAÇÕES A DIFERENÇAS % Parâmetros da equação a diferenças do eixo X bbo_1=4.200515576587980e+000; bb1_1=1.207074758319132e+001; bb2_1=3.840586386293670e+000; aa1_1=1.144820990990225e-001; aa2_1=-2.662851428016783e-001; aa3_1=-8.481969562973442e-001; % Equação a diferenças do eixo X com acréscimo de pertubação y1(t)=bbo_1*u1(t-1)+bb1_1*u1(t-2)+bb2_1*u1(t-3)... -aa1_1*y1(t-1)-aa2_1*y1(t-2)-aa3_1*y1(t-3)+e1(t)*0.00005; % Parâmetros da equação a diferenças do eixo Z bbo_2=5.566280622852146e+000; bb1_2=1.327493024822288e+001; bb2_2=5.053235498561276e+000; aa1_2=6.762929467224641e-001; aa2_2=-8.326920300067963e-001; aa3_2=-8.436009167156678e-001; % Equação a diferenças do eixo Z com acréscimo de pertubação y2(t)=bbo_2*u2(t-1)+bb1_2*u2(t-2)+bb2_2*u2(t-3)... -aa1_2*y2(t-1)-aa2_2*y2(t-2)-aa3_2*y2(t-3)+e2(t)*0.00005; % Cálculo da média de y1 e de y2 somay1=somay1+y1(t); ymed1=somay1/Ni; %média de y1 somay2=somay2+y2(t); ymed2=somay2/Ni; %média de y2 %Montado a matriz FI a partir dos dados reais fi1=[-y1(t-1); -y1(t-2); u1(t-1); u1(t-2)]; fi2=[-y2(t-1); -y2(t-2); u2(t-1); u2(t-2)]; %Cálculo do erro de estimação erro1(t)=y1(t)-teta1'*fi1; 193 erro2(t)=y2(t)-teta2'*fi2; %Fator de esquecimento lamb=1; %Cálculo do ganho do estimador k1=p1*fi1/(lamb+fi1'*p1*fi1); k2=p2*fi2/(lamb+fi2'*p2*fi2); %Cálculo dos novos valores da matriz dos parâmetros teta1=teta1+k1*erro1(t); teta2=teta2+k2*erro2(t); %Atualização da matriz de covariância p1=(1/lamb)*(p1-k1*fi1'*p1); p2=(1/lamb)*(p2-k2*fi2'*p2); %Atualização dos parâmetros a1_1(t)=teta1(1); a2_1(t)=teta1(2); b1_1(t)=teta1(3); b2_1(t)=teta1(4); a1_2(t)=teta2(1); a2_2(t)=teta2(2); b1_2(t)=teta2(3); b2_2(t)=teta2(4); %Determinação das saídas estimadas yest_1(t)=fi1'*teta1; yest_2(t)=fi2'*teta2; % Cálculo do erro de previsão e erro quadrático erroq1(t)=erroq1(t-1)+(y1(t)-yest_1(t))^2; erroqm1(t)=erroqm1(t-1)+(y1(t)-ymed1)^2; erroq2(t)=erroq2(t-1)+(y2(t)-yest_2(t))^2; erroqm2(t)=erroqm2(t-1)+(y2(t)-ymed2)^2; end; %coeficiente de correlação múltipla rr1=1-(erroq1(Ni)/erroqm1(Ni)) rr2=1-(erroq2(Ni)/erroqm2(Ni)) %GRÁFICOS t=1:Ni; tt=t/100;%para converter de 10ms para 1s %Evolução dos parâmetros do pistão 1 figure(11) plot(tt,a1_1(t),'r',tt,a2_1(t),'b',... tt,b1_1(t),'g',tt,b2_1(t),'m','LineWidth',2) grid on legend('a1','a2','b1','b2'); xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Evolução dos parâmetros para o pistão 1'); %Pistão 1 seguindo a trajetória de referência figure(12) hold on 194 plot(tt,yest_1(t),'b',tt,y1(t),'r','LineWidth',1) %axis([0 Ni/100 0 0.2]); legend('saída estimada','saída do sistema',0); xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Posição da carga M2 no eixo "X" (m)'); hold off grid on %Deslocamento do carretel da válvula_1 no eixo X (u1) figure(14) plot(tt,u1(t),'b','LineWidth',2) xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Posição do carretel da válvula 1 (m)'); grid on %Evolução dos parâmetros do pistão 2 figure(21) plot(tt,a1_2(t),'r',tt,a2_2(t),'b',... tt,b1_2(t),'g',tt,b2_2(t),'m','LineWidth',2) grid on legend('a1','a2','b1','b2'); xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Evolução dos parâmetros para o pistão 2'); %Pistão 2 seguindo a trajetória de referência figure(22) hold on plot(tt,yest_2(t),'b',tt,y2(t),'r','LineWidth',1) %axis([0 Ni/100 0 0.2]); legend('saída estimada','saída do sistema',0); xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Posição da carga M2 no eixo "Z" (m)'); hold off grid on %Deslocamento do carretel da válvula_2 no eixo Z (u2) figure(24) plot(tt,u2(t),'b','LineWidth',2) xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Posição do carretel da válvula 2 (m)'); grid on B.3 PROGRAMA EM MATLAB DO CONTROLADOR GMV PARA SEGUIR AS TRAJETÓRIAS DE REFERÊNCIA %========================================================== % CONTROLADOR DE VARIÂNCIA MÍNIMA GENERALIZADO %========================================================== clc clear all close all format long e syms s 195 %Variáveis do sistema que podem ser ajustadas para o %acompanhamento da trajetória de referência lambda=1;%fator de esquecimento tg=7;%instante de mudança entre o controlador %proporcional e o controlador GMV. kp=0.01;%constante de proporcionalidade do %controlador proporcional r1=40;%ponderação da variável controlada u1 r2=r1;%ponderação da variável controlada u2 %ESCOLHA DAS TRAJETÓRIAS %Informe a trajetória a ser seguida % 1->em degraus 2->cúbica 3->circular %ESCOLHA O CASO PARA EXECUTAR CADA TRAJETÓRIA % A trajetória em degraus é melhor executada para as % nos casos: 2, 3, 4 ou 5, preferencialmente 3 ou 5 % As trajetórias circular e cúbica são melhor % executadas nos casos 1, 4 ou 5 traj=3; caso=1; if caso==1; %---------------------------------------------------------% CONFIGURAÇÕES DO CASO (1) %---------------------------------------------------------%Condição inicial para a matriz de covariância pp1=10000000; p1=pp1*eye(4,4); p2=p1; %Condição inicial para a matriz teta teta1=[0;0;0;0]; teta2=teta1; %rt utilização ou não da restrição do curso do carretel %rt='sim' usar restrição ou rt='nao' não usar restrição rt='nao'; %--------------------------------------------------------elseif (caso==2|caso==3); %---------------------------------------------------------% CONFIGURAÇÕES DO CASO (2) E DO CASO (3) %---------------------------------------------------------%CASO 2 %Condição inicial para a matriz de covariância p1=[100 0 0 0; 0 100000 0 0; 0 0 10000 0; 0 0 0 100000]; p2=p1; %Condição inicial para a matriz teta teta1=[0;0;0;0]; teta2=teta1; rt='nao';%caso 2 - sem restrição no deslocamento de u %CASO 3 - a diferença para o caso 2 é a variável rt if caso==3; rt='sim';%caso 3 - com restrição no deslocamento de u end %--------------------------------------------------------- 196 elseif (caso==4|caso==5); %---------------------------------------------------------% CONFIGURAÇÕES DO CASO (4) E DO CASO (5) %---------------------------------------------------------%CASO 4 %Condição inicial para a matriz de covariância pp1=100; p1=pp1*eye(4,4); p2=p1; %Condição inicial para a matriz teta teta1=[-.1;-1;4;9]; teta2=teta1; %rt utilização ou não da restrição do curso do carretel %rt='sim' usar restrição ou rt='nao' não usar restrição rt='nao'; %CASO 5 - a diferença para o caso 4 é a variável rt if caso==5; rt='sim';%caso 5 - com restrição no deslocamento de u end %--------------------------------------------------------end if traj==1; Ni=2000;%Número de iterações para traj. em degraus elseif traj==2; Ni=300;%Número de iterações para traj. cúbica else Ni=1000;%Número de iterações por volta na traj circular end for t=1:3; %Inicialização da variável controlada u1(t)=0; u2(t)=0; %Inicialização dos vetores das saídas reais %deslocamento inicial do pistão 1 na traj circular y1(t)=0; if traj==3; y1(t)=.15; end y2(t)=0; %Inicialização dos vetores das saídas estimadas %deslocamento inicial do pistão 1 na traj circular yest_1(t)=0; if traj==3; yest_1(t)=0.15; end yest_2(t)=0; %Inicialização dos vetores Erro erro1(t)=0; %erro de estimação erroq1(t)=0; %erro de previsão erroqm1(t)=0; %erro quadrático erro2(t)=0; %erro de estimação erroq2(t)=0; %erro de previsão erroqm2(t)=0; %erro quadrático %Inicialização dos parâmetros das matrizes teta a1_1(t)=teta1(1); a2_1(t)=teta1(2); b1_1(t)=teta1(3); b2_1(t)=teta1(4); 197 a1_2(t)=teta2(1); a2_2(t)=teta2(2); b1_2(t)=teta2(3); b2_2(t)=teta2(4); %Início do erro de saída esai1(t)=0; esai2(t)=0; %Início das variáveis para a função custo SQ_1(t)=0; II_1(t)=0; SQ_2(t)=0; II_2(t)=0; end; %TRAJETÓRIAS DE REFERÊNCIA %-----------------------------------------------%Trajetória de referência em degraus if traj==1; %Intervalos N1=500;N2=1000;N3=1500; %Patamares pt1=0.1; pt2=0.2; pt3=0.05; pt4=0.15; %Referências for t=4:Ni+2; if t<=N1; wr(t)=pt1; elseif t>N1 & t<=N2; wr(t)=pt2; elseif t>N2 & t<=N3; wr(t)=pt3; else wr(t)=pt4; end end wr1=wr;%Trajetória de referência para o pistão 1 wr2=wr;%Trajetória de referência para o pistão 2 %-----------------------------------------------%Trajetória de referência polinomial cúbica elseif traj==2; for t=1:Ni+2; if t<=100; %Livro: Robot Dynamics and Control pág 197. %Autores: Spong, M. W. e Vidyasagar, M. wi=0;wf=0.15; %posição inicial e final vi=0;vf=0; %velocidade inicial e final tf=100; %tempo final da trajetória %Coeficientes da trajetória ao=wi; a1=vi; a2=(3*(wf-wi)-(2*vi+vf)*tf)/tf^2; a3=(2*(wi-wf)+(vi+vf)*tf)/tf^3; %Função polinomial cúbica wr(t)=ao+a1*t+a2*t^2+a3*t^3; wr1(t)=wr(t); wr2(t)=wr(t); else wr1(t)=0.15; wr2(t)=0.15; 198 end end %-----------------------------------------------%Trajetória de referência circular elseif traj==3; %Ni - Número de iterações por volta voltas=1; %número de voltas it=voltas/Ni; %intervalo de amostragem alfa=it*2*pi; %período de amostragem em radiano %Determinação da trajetória de referência for t=1:Ni+2; wr1(t)=0.15*cos(alfa*(t)); wr2(t)=0.15*sin(alfa*(t)); end %-----------------------------------------------end %Inicialização do processo iterativo para %estimação dos parâmetros do modelo. % Condições iniciais da média de y1 e de y2 somay1=0; somay2=0; %Geração de ruído branco com média nula e variância unitária: %Ruído rd1(t): x1=rand(Ni,1); z1=(x1/mean(x1))-1; rd1=sqrt(1/var(z1))*z1; %Ruído rd2(t): x2=rand(Ni,1); z2=(x2/mean(x2))-1; rd2=sqrt(1/var(z2))*z2; for t=4:Ni; % EQUAÇÕES A DIFERENÇAS % Parâmetros da equação a diferenças do eixo X bbo_1=4.200515576587980e+000; bb1_1=1.207074758319132e+001; bb2_1=3.840586386293670e+000; aa1_1=1.144820990990225e-001; aa2_1=-2.662851428016783e-001; aa3_1=-8.481969562973442e-001; % Equação a diferenças do eixo X com acréscimo de pertubação y1(t)=bbo_1*u1(t-1)+bb1_1*u1(t-2)+bb2_1*u1(t-3)... -aa1_1*y1(t-1)-aa2_1*y1(t-2)-aa3_1*y1(t-3)+rd1(t)*0.00005;%0.0005; % Parâmetros da equação a diferenças do eixo Z bbo_2=5.566280622852146e+000; bb1_2=1.327493024822288e+001; bb2_2=5.053235498561276e+000; aa1_2=6.762929467224641e-001; aa2_2=-8.326920300067963e-001; aa3_2=-8.436009167156678e-001; 199 % Equação a diferenças do eixo Z com acréscimo de pertubação y2(t)=bbo_2*u2(t-1)+bb1_2*u2(t-2)+bb2_2*u2(t-3)... -aa1_2*y2(t-1)-aa2_2*y2(t-2)-aa3_2*y2(t-3)+rd2(t)*0.00005; % Cálculo da média de y1 e de y2 somay1=somay1+y1(t); ymed1=somay1/Ni; %média de y1 somay2=somay2+y2(t); ymed2=somay2/Ni; %média de y2 %Montado a matriz FI a partir dos dados reais fi1=[-y1(t-1); -y1(t-2); u1(t-1); u1(t-2)]; fi2=[-y2(t-1); -y2(t-2); u2(t-1); u2(t-2)]; %Cálculo do erro de estimação erro1(t)=y1(t)-teta1'*fi1; erro2(t)=y2(t)-teta2'*fi2; %Fator de esquecimento lamb=lambda; %Cálculo do ganho do estimador k1=p1*fi1/(lamb+fi1'*p1*fi1); k2=p2*fi2/(lamb+fi2'*p2*fi2); %Cálculo dos novos valores da matriz dos parâmetros teta1=teta1+k1*erro1(t); teta2=teta2+k2*erro2(t); %Atualização da matriz de covariância p1=(1/lamb)*(p1-k1*fi1'*p1); p2=(1/lamb)*(p2-k2*fi2'*p2); %Atualização dos parâmetros a1_1(t)=teta1(1); a2_1(t)=teta1(2); b1_1(t)=teta1(3); b2_1(t)=teta1(4); a1_2(t)=teta2(1); a2_2(t)=teta2(2); b1_2(t)=teta2(3); b2_2(t)=teta2(4); %Determinação das saídas estimadas yest_1(t)=fi1'*teta1; yest_2(t)=fi2'*teta2; %Cálculo do erro de saída esai1(t)=wr1(t)-y1(t); esai2(t)=wr2(t)-y2(t); % Cálculo do erro de previsão e erro quadrático erroq1(t)=erroq1(t-1)+(y1(t)-yest_1(t))^2; erroqm1(t)=erroqm1(t-1)+(y1(t)-ymed1)^2; erroq2(t)=erroq2(t-1)+(y2(t)-yest_2(t))^2; erroqm2(t)=erroqm2(t-1)+(y2(t)-ymed2)^2; 200 % Contrololador GMV - 1 % Da solução de Diaphantine f1_1(t)=-a1_1(t); lo_1(t)=-a2_1(t)+a1_1(t)*a1_1(t); l1_1(t)=a2_1(t)*a1_1(t); if t <= tg; %tg - instante de saída do c.proporcional para entrada do GMV kpp=kp; u11(t)=kpp*esai1(t);%controlador proporcional else %CONTROLADOR GMV u11(t)=(wr1(t+2)-lo_1(t)*y1(t)-l1_1(t)*y1(t-1)-... (f1_1(t)*b1_1(t)+b2_1(t))*u1(t-1)-... b2_1(t)*f1_1(t)*u1(t-2))/(b1_1(t)+r1/b1_1(t)); end %Integrador u1(t)=u1(t-1)+u11(t); %Utilização ou não da restrição do curso do carretel if strcmp('sim',rt) if u1(t)>=1.2e-3 u1(t)=1.2e-3; end if u1(t)<=-1.2e-3 u1(t)=-1.2e-3; end end % Contrololador GMV - 2 % Da solução de Diaphantine f1_2(t)=-a1_2(t); lo_2(t)=-a2_2(t)+a1_2(t)*a1_2(t); l1_2(t)=a2_2(t)*a1_2(t); if t <= tg; %tg - instante de saída do c.proporcional para entrada do GMV kpp=kp; u22(t)=kpp*esai2(t); else u22(t)=(wr2(t+2)-lo_2(t)*y2(t)-l1_2(t)*y2(t-1)-... (f1_2(t)*b1_2(t)+b2_2(t))*u2(t-1)-... b2_2(t)*f1_2(t)*u2(t-2))/(b1_2(t)+r2/b1_2(t)); end %Integrador u2(t)=u2(t-1)+u22(t); %Utilização ou não da restrição do curso do carretel if strcmp('sim',rt) if u2(t)>=1.2e-3 u2(t)=1.2e-3; end if u2(t)<=-1.2e-3 u2(t)=-1.2e-3; end 201 end end %coeficiente de correlação múltipla rr1=1-(erroq1(Ni)/erroqm1(Ni)) rr2=1-(erroq2(Ni)/erroqm2(Ni)) %Erro máximo de saída [emaxs1,pmax1]=max(esai1); tmax1=pmax1/100 emaxs1 [emaxs2,pmax2]=max(esai2); tmax2=pmax2/100 emaxs2 %Valor máximo da variável de controle u(t) %Informa o curso máximo do carretel da válvula [umax1,pmax1]=max(u1); tmax1=pmax1/100 umax1 [umax2,pmax2]=max(u2); tmax2=pmax2/100 umax2 %GRÁFICOS t=1:Ni; tt=t/100;%para converter de 10ms para 1s v=linspace(1,Ni);%criar linha no gráfico vv=v/100; %--------------------------------------------------------%Linhas de tolerância para traj. em degraus if traj==1; i1=linspace(1,5);%linha para a tolerância do intervalo 1 i2=linspace(6,10);%linha para a tolerância do intervalo 2 i3=linspace(11,15);%linha para a tolerância do intervalo 3 i4=linspace(16,20);%linha para a tolerância do intervalo 4 ii1=linspace(0.5,1);%linha para sobre_sinal do intervalo 1 ii2=linspace(5,6);%linha para sobre_sinal do intervalo 2 ii3=linspace(10,11);%linha para sobre_sinal do intervalo 3 ii4=linspace(15,16);%linha para sobre_sinal do intervalo 4 %linhas para tolerâncias de 2% tol1p(i1)=pt1*1.02; tol1n(i1)=pt1*0.98; tol2p(i2)=pt2+abs(pt2-pt1)*.02; tol2n(i2)=pt2-abs(pt2-pt1)*.02; tol3p(i3)=pt3+abs(pt3-pt2)*.02; tol3n(i3)=pt3-abs(pt3-pt2)*.02; tol4p(i4)=pt4+abs(pt4-pt3)*.02; tol4n(i4)=pt4-abs(pt4-pt3)*.02; %linhas para o sobre sinal de 20% ss1p(ii1)=pt1*1.2;%sobre sinal positivo para o patamar 1 ss1n(ii1)=pt1*0.8;%sobre sinal negativo para o patamar 1 ss2p(ii2)=pt2+abs(pt2-pt1)*.2;%sobre sinal positivo para o ss2n(ii2)=pt2-abs(pt2-pt1)*.2;%sobre sinal negativo para o ss3p(ii3)=pt3+abs(pt3-pt2)*.2;%sobre sinal positivo para o ss3n(ii3)=pt3-abs(pt3-pt2)*.2;%sobre sinal negativo para o ss4p(ii4)=pt4+abs(pt4-pt3)*.2;%sobre sinal positivo para o ss4n(ii4)=pt4-abs(pt4-pt3)*.2;%sobre sinal negativo para o patamar patamar patamar patamar patamar patamar 2 2 3 3 4 4 202 %Valores dos sobre-sinais e o tempo de acomodação [ymax1,pmax1]=max(y1(1:200)); sobrs1_1=((ymax1-pt1)/pt1)*100; [ymax1,pmax1]=max(y1(500:600)); sobrs2_1=((ymax1-pt2)/(pt2-pt1))*100; [ymin1,pmin1]=min(y1(1000:1100)); sobrs3_1=((pt3-ymin1)/(pt2-pt3))*100; [ymax1,pmax1]=max(y1(1500:1600)); sobrs4_1=((ymax1-pt4)/(pt4-pt3))*100; [ymax2,pmax2]=max(y2(1:200)); sobrs1_2=((ymax2-pt1)/pt1)*100; [ymax2,pmax2]=max(y2(500:600)); sobrs2_2=((ymax2-pt2)/(pt2-pt1))*100; [ymin2,pmin2]=min(y2(1000:1100)); sobrs3_2=((pt3-ymin2)/(pt2-pt3))*100; [ymax2,pmax2]=max(y2(1500:1600)); sobrs4_2=((ymax2-pt4)/(pt4-pt3))*100; ja=0;jb=0;jc=0;jd=0; for tj=11:Ni; if y1(tj-10:tj)<=tol1p(1) & y1(tj-10:tj)>=tol1n(1); ja=ja+1; ts1_1(ja)=(tj-10)/100; elseif y1(tj-10:tj)<=tol2p(6) & y1(tj-10:tj)>=tol2n(6); jb=jb+1; ts2_1(jb)=(tj-10)/100-5; elseif y1(tj-10:tj)<=tol3p(11) & y1(tj-10:tj)>=tol3n(11); jc=jc+1; ts3_1(jc)=(tj-10)/100-10; elseif y1(tj-10:tj)<=tol4p(16) & y1(tj-10:tj)>=tol4n(16); jd=jd+1; ts4_1(jd)=(tj-10)/100-15; end end ja=0;jb=0;jc=0;jd=0; for tj=11:Ni; if y2(tj-10:tj)<=tol1p(1) & y2(tj-10:tj)>=tol1n(1); ja=ja+1; ts1_2(ja)=(tj-10)/100; elseif y2(tj-10:tj)<=tol2p(6) & y2(tj-10:tj)>=tol2n(6); jb=jb+1; ts2_2(jb)=(tj-10)/100-5; elseif y2(tj-10:tj)<=tol3p(11) & y2(tj-10:tj)>=tol3n(11); jc=jc+1; ts3_2(jc)=(tj-10)/100-10; elseif y2(tj-10:tj)<=tol4p(16) & y2(tj-10:tj)>=tol4n(16); jd=jd+1; ts4_2(jd)=(tj-10)/100-15; end %Linhas de tolerância no plano XZ para traj. degraus inter=100; %intervalo de amostragem para geração do círculo for tl=1:inter; voltas=1; %número de voltas it=voltas/inter; %intervalo de amostragem alfa=it*2*pi; %período de amostragem em radiano wrpt1_cos(tl)=pt1+pt1*.2*cos(alfa*(tl)); wrpt1_sen(tl)=pt1+pt1*.2*sin(alfa*(tl)); 203 wrpt2_cos(tl)=pt2+abs(pt2-pt1)*.2*cos(alfa*(tl)); wrpt2_sen(tl)=pt2+abs(pt2-pt1)*.2*sin(alfa*(tl)); wrpt3_cos(tl)=pt3+abs(pt3-pt2)*.2*cos(alfa*(tl)); wrpt3_sen(tl)=pt3+abs(pt3-pt2)*.2*sin(alfa*(tl)); wrpt4_cos(tl)=pt4+abs(pt4-pt3)*.2*cos(alfa*(tl)); wrpt4_sen(tl)=pt4+abs(pt4-pt3)*.2*sin(alfa*(tl)); end end %--------------------------------------------------------elseif traj==3; %Linhas de tolerância no plano XZ para traj. circular for tl=1:Ni; wrp_cos(tl)=0.153*cos(alfa*(tl)); wrp_sen(tl)=0.153*sin(alfa*(tl)); wrn_cos(tl)=0.147*cos(alfa*(tl)); wrn_sen(tl)=0.147*sin(alfa*(tl)); end %--------------------------------------------------------end %Trajetória de referência figure(1) plot(tt,wr1(t),'k','LineWidth',2) if traj==1; axis([-1 Ni/100+1 0 pt2+0.05]); elseif traj==2; axis([0 Ni/100 0 0.2]); elseif traj==3; axis([0 Ni/100 -0.2 0.2]); end xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Posição da extremidade do atuador (m)'); grid on axis square if traj==3; figure(2) plot(tt,wr2(t),'k','LineWidth',2) axis([0 Ni/100 -0.2 0.2]); xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Posição da extremidade do atuador no eixo "Z"(m)'); grid on axis square figure(3) plot(wr1(t),wr2(t),'k','LineWidth',2) axis([-0.2 0.2 -0.2 0.2]); xlabel('Posição da carga "M2" no eixo "X"(m)'); ylabel('Posição da carga "M2" no eixo "Z"(m)'); grid on axis square end 204 %Evolução dos parâmetros do pistão 1 figure(11) plot(tt,a1_1(t),'r',tt,a2_1(t),'b',... tt,b1_1(t),'g',tt,b2_1(t),'k','LineWidth',2) grid on legend('a1','a2','b1','b2'); xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Evolução dos parâmetros para o pistão 1'); %Pistão 1 seguindo a trajetória de referência figure(12) hold on plot(tt,wr1(t),'g','LineWidth',3) plot(tt,yest_1(t),'r',tt,y1(t),'k','LineWidth',2) if traj==1; %Para trajetória em degraus %Representação do sobre-sinal e tolerância para cada patamar plot(ii1,ss1p(ii1),'b:',i1,tol1p(i1),'b--',... ii1,ss1n(ii1),'b:',i1,tol1n(i1),'b--','LineWidth',2) plot(ii2,ss2p(ii2),'b:',i2,tol2p(i2),'b--',... ii2,ss2n(ii2),'b:',i2,tol2n(i2),'b--','LineWidth',2) plot(ii3,ss3p(ii3),'b:',i3,tol3p(i3),'b--',... ii3,ss3n(ii3),'b:',i3,tol3n(i3),'b--','LineWidth',2) plot(ii4,ss4p(ii4),'b:',i4,tol4p(i4),'b--',... ii4,ss4n(ii4),'b:',i4,tol4n(i4),'b--','LineWidth',2) axis([-1 Ni/100+1 0 pt2+0.05]); legend('trajetória de referência','saída estimada',... 'saída do sistema','sobre-sinal 20%','tolerância 2%',0); %acréscimo de textos no gráfico (sobressinal e tempo de acomodação) texto1=['Mp=' num2str(sobrs1_1) '%'];text(2,.08,texto1); texto2=['Mp=' num2str(sobrs2_1) '%'];text(6,.245,texto2); texto3=['Mp=' num2str(sobrs3_1) '%'];text(12,.025,texto3); texto4=['Mp=' num2str(sobrs4_1) '%'];text(16,.125,texto4); texto5=['t_s=' num2str(ts1_1(1)) 's'];text(2,.065,texto5); texto6=['t_s=' num2str(ts2_1(1)) 's'];text(6,.23,texto6); texto7=['t_s=' num2str(ts3_1(1)) 's'];text(12,.01,texto7); texto8=['t_s=' num2str(ts4_1(1)) 's'];text(16,.11,texto8); elseif traj==2; %Para trajetória cúbica acomod2p(v)=.15*1.02;%tolerância de +2% acomod2n(v)=.15*0.98;%tolerância de -2% plot(vv,acomod2p(v),'b--',vv,acomod2n(v),'b--','LineWidth',2) axis([0 Ni/100 0 0.2]); legend('trajetória de referência','saída estimada',... 'saída do sistema','tolerância 2%',0); elseif traj==3; %Para trajetória circular axis([0 Ni/100 -0.2 0.2]); legend('trajetória de referência','saída estimada',... 'saída do sistema',0); end xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Posição da carga M2 no eixo "X" (m)'); grid on axis square hold off 205 %Análise do pistão 1 ao seguir a trajetória de referência %Erro entre saída do real do pistão 1 e a referência figure(13) plot(tt,esai1(t),'k','LineWidth',2) axis([0 Ni/100 -0.018 0.018]); if traj==1;axis([0 Ni/100 -0.2 0.2]);end xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Erro de posição da carga M2 no eixo "X"(m)'); grid on %Deslocamento do carretel da válvula_1 no eixo X (u1) figure(14) limite(v)=1.2e-3; plot(tt,u1(t),'k',vv,limite(v),'b--',vv,-limite(v),'b--','LineWidth',2) legend('variável de controle - u_1(k)',... 'limites da variável de controle',0); if traj==2|traj==3; axis([0 Ni/100 -1.5e-3 1.5e-3]); end xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Variável de controle 1 (m)'); grid on %Evolução dos parâmetros do pistão 2 figure(21) plot(tt,a1_2(t),'r',tt,a2_2(t),'b',... tt,b1_2(t),'g',tt,b2_2(t),'k','LineWidth',2) grid on legend('a1','a2','b1','b2'); xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Evolução dos parâmetros para o pistão 2'); %Pistão 2 seguindo a trajetória de referência figure(22) hold on plot(tt,wr2(t),'g','LineWidth',3) plot(tt,yest_2(t),'r',tt,y2(t),'k','LineWidth',2) if traj==1; %Representação do sobre-sinal e tolerância para cada patamar plot(ii1,ss1p(ii1),'b:',i1,tol1p(i1),'b--',... ii1,ss1n(ii1),'b:',i1,tol1n(i1),'b--','LineWidth',2) plot(ii2,ss2p(ii2),'b:',i2,tol2p(i2),'b--',... ii2,ss2n(ii2),'b:',i2,tol2n(i2),'b--','LineWidth',2) plot(ii3,ss3p(ii3),'b:',i3,tol3p(i3),'b--',... ii3,ss3n(ii3),'b:',i3,tol3n(i3),'b--','LineWidth',2) plot(ii4,ss4p(ii4),'b:',i4,tol4p(i4),'b--',... ii4,ss4n(ii4),'b:',i4,tol4n(i4),'b--','LineWidth',2) axis([-1 Ni/100+1 0 pt2+0.05]); legend('trajetória de referência','saída estimada',... 'saída do sistema','sobre-sinal 20%','tolerância 2%',0); %acréscimo de textos no gráfico (sobressinal e tempo de acomodação) texto1=['Mp=' num2str(sobrs1_2) '%'];text(2,.08,texto1); texto2=['Mp=' num2str(sobrs2_2) '%'];text(6,.245,texto2); texto3=['Mp=' num2str(sobrs3_2) '%'];text(12,.025,texto3); texto4=['Mp=' num2str(sobrs4_2) '%'];text(16,.125,texto4); texto5=['t_s=' num2str(ts1_2(1)) 's'];text(2,.065,texto5); texto6=['t_s=' num2str(ts2_2(1)) 's'];text(6,.23,texto6); texto7=['t_s=' num2str(ts3_2(1)) 's'];text(12,.01,texto7); texto8=['t_s=' num2str(ts4_2(1)) 's'];text(16,.11,texto8); 206 elseif traj==2; acomod2p(v)=.15*1.02;%tolerância de +2% acomod2n(v)=.15*0.98;%tolerância de -2% hold on plot(vv,acomod2p(v),'b--',vv,acomod2n(v),'b--','LineWidth',2) axis([0 Ni/100 0 0.2]); legend('trajetória de referência','saída estimada',... 'saída do sistema','tolerância 2%',0); elseif traj==3; axis([0 Ni/100 -0.2 0.2]); legend('trajetória de referência','saída estimada',... 'saída do sistema',0); end xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Posição da carga M2 no eixo "Z" (m)'); hold off axis square grid on %Análise do pistão 2 ao seguir a trajetória de referência %Erro entre saída do real do pistão 2 e a referência figure(23) plot(tt,esai2(t),'k','LineWidth',2) axis([0 Ni/100 -0.018 0.018]); if traj==1;axis([0 Ni/100 -0.2 0.2]);end xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Erro de posição da carga M2 no eixo "Z"(m)'); grid on %Deslocamento do carretel da válvula_2 no eixo X (u2) figure(24) limite(v)=1.2e-3; plot(tt,u2(t),'k',vv,limite(v),'b--',vv,-limite(v),'b--','LineWidth',2) legend('variável de controle - u_2(k)',... 'limites da variável de controle',0); if traj==2|traj==3; axis([0 Ni/100 -1.5e-3 1.5e-3]); end xlabel('Tempo (s)'); ylabel('Variável de controle 2 (m)'); grid on if traj==3; figure(30) hold on plot(wr1(t),wr2(t),'g','LineWidth',3) plot(y1(t),y2(t),'k','LineWidth',2) plot(wrp_cos(t),wrp_sen(t),'b--','LineWidth',2) plot(wrn_cos(t),wrn_sen(t),'b--','LineWidth',2) ylabel('Posição da carga M2 no eixo "Z" (m)'); xlabel('Posição da carga M2 no eixo "X" (m)'); legend('referência','saída do sistema','tolerância de 2%',0); axis([-0.2 0.2 -0.2 0.2]); end grid on axis square hold off