ESCOLA SECUNDÁRIA
D. AFONSO SANCHES
VILA DO CONDE
Datas da visita: 07 e 08 de Fevereiro de 2008
Relatório de Avaliação Externa
I – Introdução
A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação préescolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação
externa. Por sua vez, o programa do XVII Governo Constitucional estabeleceu o lançamento de um “programa
nacional de avaliação das escolas básicas e secundárias que considere as dimensões fundamentais do seu
trabalho”.
Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º
370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação de acolher e
dar continuidade ao processo de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído
e na experiência adquirida durante a fase piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada
como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.
O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa da Escola Secundária D. Afonso Sanches,
realizada pela equipa de avaliação que visitou esta Unidade de Gestão em 07 e 08 de Fevereiro de 2008.
Os capítulos do relatório ― caracterização da escola, conclusões da avaliação por domínio, avaliação por factor e
considerações finais ― decorrem da análise dos documentos fundamentais da escola, da sua apresentação e da
realização de entrevistas em painel.
Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria
para a escola, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos
fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para
a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação
com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.
A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem
interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
O texto integral deste relatório, bem como um eventual contraditório apresentado pela escola, será
oportunamente disponibilizado no sítio internet da IGE (www.ige.min-edu.pt).
Escala de avaliação utilizada
Níveis de classificação dos cinco domínios
Muito Bom ― Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em
procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a
organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto
muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.
Bom ― Revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em
procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do
empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na
melhoria dos resultados dos alunos.
Suficiente ― Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos
positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao
longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo
na melhoria dos resultados dos alunos.
Insuficiente ― Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. Não demonstra uma prática coerente e
não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida,
podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções
desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.
Escola Secundária D. Afonso Sanches, Vila do Conde
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Relatório de Avaliação Externa
II – Caracterização da Escola
A Escola Secundária D. Afonso Sanches, em Vila do Conde, adiante designada por ESDAS, foi criada em 8 de
Setembro de 2003, através da Portaria n.º 951-A/2003.
Com seis edifícios – um destinado aos serviços administrativos, três a salas de aula, um gimnodesportivo e um
polivalente – está implantada numa área de 21750m2 dos limites da cidade de Vila do Conde, onde, por força do
seu crescimento, se pode considerar um núcleo urbano periférico desta cidade.
A ESDAS tem amplos espaços exteriores que permitem uma boa dispersão dos alunos nos tempos livres,
equipamentos para a prática de educação física e laboratórios equipados para aulas experimentais em condições
de qualidade e segurança.
Os seus alunos são provenientes de vastas faixas do centro urbano (43%) bem como das diversas freguesias do
concelho de Vila do Conde (57%).
Sendo uma escola de formação recente, tem vindo a registar um crescimento constante do número de alunos (159
em 2003/04, 353 em 2004/05, 546 em 2005/06, 668 em 2006/07 e 768 em 2007/08), não tendo sentido
dificuldades provocadas por este crescimento. Nos seus primeiros três anos de existência ofereceu cursos
científico-humanísticos de carácter geral e cursos tecnológicos. Em 2004/2005 passou a oferecer, dos cursos
científico-humanísticos, as opções de ciências e tecnologias, ciências socioeconómicas, ciências sociais e humanas
e os cursos tecnológicos de informática e administração. A partir de 2006/2007 alargou a sua oferta aos cursos
profissionais de técnico de turismo, técnico de gestão, técnico de artes gráficas, técnico de gestão do ambiente,
técnico de gestão e programação de sistemas informáticos e técnico de biblioteca arquivo e documentação.
Em termos socioculturais e relativamente ao grau de escolaridade dos pais e encarregados de educação, verifica-se
que a larga maioria, 68%, tem como habilitação máxima a escolaridade básica (22,4% 1CEB; 28,5% 2 CEB e 17,3% 3
CEB), enquanto que 19,3% têm o ensino secundário e 4,5% formação superior. Em termos de actividades
profissionais dos pais e encarregados de educação, 67% empregam-se nos sectores secundário e terciário, e 9%
encontram-se desempregados.
No que se refere ao acesso às tecnologias de informação e comunicação (TIC) verifica-se que 93% dos alunos têm
computador em casa, sendo que 66% também tem acesso à Internet nas suas residências.
Com base no número de alunos apoiados pelos Serviços de Acção Social Escolar, verifica-se que apenas 6 alunos
(0,8%) beneficiaram deste serviço social, sendo 5 alunos do escalão A e 1 do escalão B.
Esta escola dispõe de uma significativa percentagem de professores do quadro de escola (63%) o que confere
estabilidade e garante continuidade do trabalho desenvolvido. Dos restantes, 12% dos docentes pertencem ao
quadro de zona pedagógica e 25% são contratados.
Os níveis de assiduidade dos professores favorecem a organização das actividades que se encontram planificadas.
III – Conclusões da avaliação por domínio
1. Resultados
Bom
Relativamente ao ano lectivo de 2006/2007, analisadas as taxas de transição dos cursos científico-humanísticos,
verifica-se que estas são de 96,1% no 10.º ano de escolaridades e de 86,3% no 11.º. Por outro lado, a taxa de
conclusão do 12º ano é de 60,2%.
Nos cursos tecnológicos, a taxa de transição do 11º ano, 1 turma com 24 alunos, atingiu 100% de sucesso.
Nos exames nacionais do 12.º ano (2006 e 2007), sobressai que as classificações médias dos alunos da escola
foram superiores às médias nacionais em Português e inferiores em Matemática e História, esta realizada apenas
no ano de 2007.
Os alunos sentem-se integrados e gostam da qualidade dos espaços, das instalações e do serviço educativo que
lhes é proporcionado, realçam o bom ambiente, a satisfação com os horários, a união, a partilha entre todos e as
oportunidades para se desenvolverem no sentido de uma formação permanente e integral. Manifestam ainda uma
forte identificação com a escola, estabelecendo laços de amizade e respeito para com os docentes e os
funcionários.
A escola está aberta à participação da comunidade e tem projectos e protocolos que transportam a actividade
educativa para além das salas de aulas.
A rede de transportes escolares, quer na oferta de horários, quer no número de autocarros disponibilizados,
afigura-se manifestamente insuficiente, obrigando a que muitos alunos tenham que permanecer largos períodos
de espera, e, aquando da utilização deste transporte no início e do final das actividades lectivas diárias, os
autocarros viajam com excessivo número de alunos, muitos dos quais de pé.
Escola Secundária D. Afonso Sanches, Vila do Conde
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O comportamento e a disciplina dos alunos pautam-se por níveis de excelência. A escola tem-se mantido como um
espaço de segurança para todos os que a frequentam, existindo um bom relacionamento entre alunos, docentes e
funcionários, com respeito e atenção pelos direitos e deveres mútuos.
Existe uma preocupação constante com a valorização dos saberes e as aprendizagens proporcionadas aos alunos,
correspondendo às expectativas destes e da comunidade representada na Assembleia de Escola, muito embora
esta valorização encontre eco diferenciado na comunidade rural ou na urbana.
A ESDAS é uma escola onde se cultiva a exigência e o rigor, quer no processo de ensino, quer no processo de
avaliação das aprendizagens.
Nesta escola, no domínio dos resultados, as actuações positivas são a norma e, embora decorram muitas vezes do
empenho e da iniciativa individuais, as acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos
resultados dos alunos.
2. Prestação do serviço educativo
Bom
A planificação curricular é direccionada no sentido da produção de instrumentos capazes de se consubstanciarem
como oportunidades de reflexão para os agentes educativos, tendo em vista a articulação curricular intra e
interdepartamental.
Em cada disciplina, são os grupos disciplinares que assumem um papel preponderante nas dinâmicas internas, em
matéria da prossecução das suas competências e na coordenação pedagógica.
Os departamentos curriculares têm um funcionamento pautado pelo empenho e responsabilidade, havendo entre
eles um relacionamento direccionado para a procura das soluções educativas que melhor sirvam os objectivos
traçados.
O acompanhamento das actividades lectivas é feito pelos coordenadores de departamento através do
acompanhamento das planificações, do velar pelo seu cumprimento e da observância de princípios pedagógicodidácticos congruentes com os objectivos traçados pelo projecto educativo.
Os resultados académicos são analisados pelo conselho pedagógico e pelos departamentos, sendo introduzidos
os necessários factores de correcção.
As necessidades de formação dos professores são identificadas ao nível dos departamentos curriculares e do
conselho pedagógico, que as submete à comissão pedagógica do centro de formação contínua de professores.
Os serviços de psicologia e de apoio educativo, constituídos por uma psicóloga e por seis professores, têm um
trabalho colaborativo com toda a comunidade docente, quer no que concerne à identificação e à análise das
necessidades educativas de cada aluno, aferindo o grau de dificuldade, as metodologias e estratégias a adoptar,
quer na disponibilização dos recursos humanos, físicos e materiais que melhor possam responder à especificidade
de cada caso.
A ESDAS tem vindo a diversificar a sua oferta de formação, orientando uns cursos para o prosseguimento de
estudos, e outros (profissionais e tecnológicos) para a vida activa.
Estas ofertas educativas sustentam a estratégia de motivação e inclusão de alunos que procuram percursos
escolares alternativos e permitem o despertar para os saberes práticos e as actividades profissionais.
O desempenho profissional dos docentes e não docentes assenta em princípios de dedicação, empenho e
exigência.
O domínio da prestação do serviço educativo revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional
e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, ainda que
decorram muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais.
3. Organização e gestão escolar
Bom
Os actuais responsáveis pela gestão da ESDAS consideram o projecto educativo um documento desactualizado,
pois ocorreram, desde a sua concepção, muitas mudanças, designadamente, a criação dos cursos profissionais.
Além disso, como é reconhecido pelos mesmos, o actual documento não define metas claras e calendarizadas.
O conselho pedagógico, os departamentos curriculares e os conselhos de turma contribuem para a definição e
revisão dos planos da escola, mas o mesmo não se verifica por parte dos pais e encarregados de educação e de
outras entidades externas. A Escola organiza reuniões para planeamento e distribuição de actividades e tarefas. Os
professores valorizam, além das reuniões formais, os encontros informais para o planeamento e desenvolvimento
da actividade educativa.
O conselho executivo conhece as competências dos professores e do pessoal não docente e tem-nas em conta na
sua gestão.
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Foi organizada, na escola, uma acção de formação sobre a utilização da Plataforma Moodle, embora,
maioritariamente, a frequência de acções decorra da iniciativa individual. Apesar da escassez de pessoal auxiliar e
administrativo, os serviços respondem às necessidades da escola, fruto do seu empenho e polivalência.
O edifício escolar é de construção recente, os espaços e equipamentos têm boas condições e existe preocupação
com a sua manutenção, segurança e salubridade. Os recursos das TIC estão bem organizados e acessíveis. A
ESDAS tem página na Internet, Plataforma Moodle e quatro quadros interactivos. As condições laboratoriais são
adequadas e os alunos têm aulas e gostam do ensino experimental. A educação física também é realizada em
espaços adequados, cobertos e ao ar livre. A afluência à biblioteca tem vindo a aumentar. A cantina oferece boas
condições, estando o serviço de cozinha concessionado a uma empresa.
O grau de participação dos pais ainda é baixo, apesar da preocupação dos responsáveis da ESDAS em os atraírem
e envolverem mais na vida escolar. Além das reuniões de início de ano e de final de período lectivo, a comunicação
com os pais é estabelecida através dos alunos e, em alguns casos, através do representante dos pais no conselho
pedagógico, que é um membro activo no desempenho do seu papel. A Câmara Municipal também está
representada na Assembleia de Escola, mas as sua participação tem sido pouco frequente. Contudo, a autarquia
colabora com a escola no apoio ao transporte dos alunos em visitas de estudo e no âmbito do desporto escolar e
em projectos e actividades promovidos pela escola.
Apesar dos esforços já encetados pelos responsáveis da escola, os transportes escolares são considerados um
ponto fraco, dados os problemas de sobrelotação que põem em risco a segurança dos alunos.
Os responsáveis da ESDAS pautam a sua acção por princípios de equidade e justiça, proporcionando iguais
oportunidades a todos os alunos, em termos de inserção em turmas, acesso a projectos, experiências e
actividades. A criação dos cursos profissionais contribuiu para a redução do abandono escolar e para a igualdade
de oportunidades educativas.
Na globalidade, a ESDAS apresenta bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional, frequente e
eficaz. Embora resultem, em alguns aspectos, do empenho e da iniciativa individuais, as actuações positivas são a
norma e têm contribuído para a melhoria da actividade educativa e dos resultados dos alunos.
4. Liderança
Bom
Os objectivos estratégicos definidos pela ESDAS no âmbito do seu projecto educativo conferem especial relevância
ao desenvolvimento de competências sociais no âmbito do saber ser e do saber estar. Assim, as principais metas
centram-se na interiorização e aplicação de regras e valores pelos alunos, o que é facilmente aceite e partilhado
por todos os membros da comunidade educativa. Daí que o investimento numa cultura de relações interpessoais é
entendido por todos como um factor determinante para a sua execução.
É praticada uma gestão rigorosa e exigente nos domínios da organização do trabalho interno e dos recursos
humanos e materiais.
A escola mostra-se aberta à inovação, sobretudo no domínio da oferta de novos cursos profissionais com
garantias de empregabilidade. É nesta área que é procurado o reconhecimento da comunidade e a conquista de
novos alunos.
A ESDAS mantém parcerias activas com empresas e instituições sociais e culturais, formalizadas em protocolos de
cooperação que respondem às necessidades de colocação dos alunos em estágios dos cursos tecnológicos e
profissionais.
A liderança da ESDAS revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base
em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma e têm proporcionado um impacto
forte na melhoria dos resultados dos alunos.
5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola
Bom
Existe uma prática consistente no campo da monitorização e avaliação dos resultados escolares dos alunos e
foram introduzidos mecanismos de auto-avaliação no ano lectivo de 2006/2007. Registando-se a intenção de
aprofundar este processo em anos futuros, e alargar os seus campos de observação, o dispositivo de avaliação é
ainda pouco consistente nos objectivos, nos campos de análise e metodologias a privilegiar e não conta com a
participação de elementos da comunidade educativa. Os grupos de trabalho constituídos para a avaliação integram
professores, alunos e pessoal não docente. Ainda não é uma evidência que este processo tenha impacto no
planeamento, na organização da escola ou nas práticas profissionais. A divulgação é feita junto dos órgãos de
gestão e dos departamentos curriculares apesar de não se proceder à elaboração dos planos de melhoria. A falta
de formação nesta área é apontada como uma dificuldade para tornar este processo mais sistemático.
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A ESDAS não se encontra sobrelotada pelo que tem ampla margem para alargar as suas ofertas formativas,
sobretudo, no domínio dos cursos profissionais.
A estabilidade do corpo docente e a determinação para ultrapassar as dificuldades são vantagens das quais a
escola poderá tirar maior partido, se aliadas a uma estratégia de melhoria construída, partilhada e assumida por
todos os intervenientes.
No domínio da capacidade de auto-regulação e melhoria, predominam os pontos fortes, evidenciando uma
regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns
aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem
proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.
IV – Avaliação por factor
1. Resultados
1.1 Sucesso académico
As taxas de transição, dos 10º e 11º anos nos cursos científico-humanísticos, reportadas ao ano lectivo de
2006/2007, são de 96,1% e 86,3%, respectivamente, e o 12º ano foi concluído por 60,2% dos alunos inscritos.
Nos cursos tecnológicos, a taxa de transição do 11º ano de escolaridades, 1 turma com 24 alunos, atingiu 100%
de sucesso.
Tendo em conta os resultados dos exames nacionais do 12.º ano nos anos de 2006 e 2007, destaca-se que as
classificações médias dos alunos da escola foram superiores às médias nacionais em Português e inferiores em
Matemática e História, esta realizada apenas no ano de 2007.
O abandono escolar não encontra expressão significativa, limitando-se a 2 casos (0,26%) no ano de 2007.
1.2 Participação e desenvolvimento cívico
Os alunos da ESDAS sentem-se bem integrados e manifestam uma opinião muito positiva sobre a qualidade dos
espaços, das instalações e do serviço educativo que lhes é proporcionado. Destacam o bom ambiente que se vive,
a satisfação com os horários, a união, a partilha entre todos. A escola assume-se como um espaço privilegiado
para a fruição e construção da cultura, visando proporcionar a alunos e docentes múltiplas oportunidades para se
desenvolverem, no sentido de uma formação permanente e integral.
Os alunos têm uma forte identificação com a escola, e são diversas as actividades que permitem a alunos,
docentes e funcionários criar laços de identidade com esta instituição.
A escola está aberta à participação da comunidade em todas as actividades. Destacam-se alguns projectos que
transportam a escola para lá da fronteira da sala de aula, tais como a ligação à Biblioteca Municipal, o seu “Jornal
dos Arcos” o programa mensal de rádio “Curta Onda” feito pelos alunos da ESDAS em parceria com a “Rádio Foz do
Ave”, o clube de cinema, o clube de fotografia e o projecto apoiado pelo programa “Comenius”.
Os alunos sinalizaram como ponto negativo a rede de transportes escolares e as condições de sobrelotação desses
mesmos transportes.
Não obstante os alunos sentirem que a escola se abre e fomenta a sua participação, denota-se a carência de
estratégias formativas junto dos delegados de turma, no sentido de aumentar e melhorar as suas capacidades de
liderança e de representatividade.
1.3 Comportamento e disciplina
O comportamento e a disciplina dos alunos são, claramente, um dos pontos fortes da escola. Esta tem-se mantido
como um espaço de segurança para todos os que a frequentam. O código de conduta explicitado no documento
“Regulamento Interno – Direitos e deveres dos alunos, distribuídos no início dos anos lectivos, tem contribuído
para um clima tranquilo e propício à aprendizagem.
Aquando de situações problemáticas pontuais, a imediata intervenção da comunidade e o auxílio das entidades
competentes, nomeadamente, no âmbito do programa Escola Segura, evita o desenvolvimento de focos
ameaçadores e perturbadores da tranquilidade e ambiente educativos.
Dentro do espaço escolar, existe um bom relacionamento entre alunos, docentes e funcionários, com respeito e
atenção pelos direitos e deveres mútuos, e o conselho executivo pauta a sua actuação por critérios de rigor e
exigência em relação à assiduidade, à pontualidade, ao comportamento e à disciplina.
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O comportamento dos alunos dentro do espaço escolar é assumido como um dos pontos fortes da escola, o que
demonstra a facilidade com que eles interiorizaram as regras e os valores.
1.4 Valorização e impacto das aprendizagens
Verifica-se a existência de uma preocupação constante com a valorização dos saberes e aprendizagens
proporcionados aos alunos, correspondendo às expectativas destes e da comunidade representados na
Assembleia de Escola.
Verifica-se que a ESDAS direcciona a sua acção no sentido das expectativas dos alunos, dos professores, das
famílias e da comunidade local. Aos alunos, pela diversidade da oferta educativa que tem vindo a alargar, aos
professores, pela aplicação de estratégias de satisfação, às famílias, pelo contacto através dos directores de
turma, à comunidade local, pela permanente busca de formação para os seus alunos, tentando responder às
necessidades desta.
Percepciona-se como uma escola de exigência e rigor, quer no processo de ensino, quer no processo de avaliação
das aprendizagens. Este facto concorre para o aumento da procura desta escola por alunos de fora do seu
contexto geográfico.
2. Prestação do serviço educativo
2.1 Articulação e sequencialidade
A ESDAS tem procurado monitorizar as actividades de planificação e articulação curricular no sentido de
acompanhar o processo e produzir relatórios que funcionem como instrumento de reflexão para os agentes
educativos.
Esta metodologia incide, fundamentalmente, na consulta das planificações elaboradas pelos departamentos, na
análise dos critérios de avaliação e na estrutura dos testes e dos materiais produzidos. Este trabalho conta com a
colaboração dos coordenadores dos departamentos e do conselho executivo, e tem como objectivo garantir a
articulação curricular intra e interdepartamental.
Visando um trabalho cooperativo entre os professores, os grupos disciplinares assumem um papel preponderante
nas dinâmicas internas, em matéria da prossecução das suas competências e na coordenação pedagógica ao nível
de cada disciplina.
Os departamentos curriculares têm um funcionamento pautado pelo empenho e responsabilidade, havendo entre
eles um relacionamento direccionado para a procura das soluções educativas que melhor sirvam os objectivos
formulados no projecto educativo.
Sente a necessidade de aprofundar a articulação entre as disciplinas dentro dos departamentos curriculares e do
trabalho em equipa, apesar do aproveitamento dos múltiplos momentos informais. Esta articulação, na opinião
dos docentes, resulta prejudicada pelo facto de as reuniões ocorrerem no final do dia lectivo e pela carga
burocrática que caracteriza o trabalho dentro dos departamentos curriculares.
2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula
Não está instituída a prática de acompanhamento das actividades lectivas em contexto de sala de aula. Este
acompanhamento é feito pelos coordenadores de departamento que assistem ao desenvolvimento das
planificações, zelam pelo seu cumprimento e pela observância de princípios pedagógico-didácticos congruentes
com os objectivos traçados pelo projecto educativo.
Tendo em conta os objectivos e competências a desenvolver em cada momento, são elaboradas matrizes e fichas
de avaliação por ano escolar e por disciplina.
No seio do conselho pedagógico existe um grupo de trabalho que monitoriza os resultados académicos dos
alunos e que produz as consequentes propostas de orientação que, depois, são submetidas à aprovação deste
órgão.
As necessidades de formação dos professores começam por ser identificadas nos departamentos curriculares, que
propõem ao conselho pedagógico a formação que entendem corresponder ao colmatar das lacunas detectadas.
Por sua vez, o conselho pedagógico elabora uma relação das necessidades de formação e submete-a à comissão
pedagógica do centro de formação contínua de professores.
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2.3 Diferenciação e apoios
Os serviços de psicologia e de apoio educativo são constituídos por uma psicóloga e por seis professores.
A identificação e a análise das necessidades educativas de cada aluno, numa primeira fase, começam por ser
detectadas pelos professores em contexto de sala de aula, havendo também casos em que são os próprios pais e
encarregados de educação que informam a escola dessa especificidade do seu educando. Posteriormente o
conselho de turma submete cada caso à apreciação da equipa dos apoios educativos que procede a uma avaliação
diferenciada, aferindo o grau de dificuldade e as metodologias e estratégias a adoptar. O director de turma,
conjuntamente com o conselho executivo, disponibiliza os recursos humanos, físicos e materiais, conducentes à
concretização das medidas propostas.
2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem
Para responder à diferenciação e à personalização do ensino, atendendo às diferentes capacidades e aptidões dos
alunos, a ESDAS tem vindo a diversificar a sua oferta de formação, orientando uns cursos para o prosseguimento
de estudos, e outros (profissionais e tecnológicos) para a vida activa.
As múltiplas ofertas educativas sustentam a estratégia de motivação e inclusão de alunos que procuram percursos
escolares alternativos e permitem o despertar para os saberes práticos e as actividades profissionais. O ensino
experimental das ciências emerge como um dos pontos fortes da escola, sustentado na qualidade dos laboratórios
e nos respectivos equipamentos.
Os princípios globalmente aceites e vividos imprimem profissionalismo e exigência no desempenho profissional,
social e académico de toda a comunidade escolar. Regista-se ainda a abertura a outros saberes e à diversificação
de estratégias de aprendizagens feita através de visitas de estudo a empresas e locais de interesse cívico, histórico
e cultural.
3. Organização e gestão escolar
3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade
O projecto educativo foi elaborado no ano lectivo de 2005/06 e define um vasto leque de objectivos, prioridades e
estratégias e planos de acção, embora de forma muito genérica. Quando o actual conselho executivo iniciou
funções, o projecto educativo tinha acabado de ser elaborado e, como referem os actuais responsáveis da gestão
da escola, é um documento desactualizado, na medida em que ocorreram, entretanto, muitas mudanças, por
exemplo, a criação dos cursos profissionais. Segundo a presidente do conselho executivo, falta ao projecto
educativo a indicação de metas e a sua calendarização. Por estes motivos, o planeamento e desenvolvimento da
actividade não se limita ao definido naquele documento, procurando adaptar-se à nova realidade.
As estruturas internas da escola intervêm e contribuem para a definição e revisão dos planos da escola, mas o
mesmo não se verifica por parte dos pais e encarregados de educação e de outras entidades externas. Por
exemplo, os representantes dos pais e de outras entidades locais na assembleia de escola não participaram
significativamente na definição da oferta educativa, aquando da criação dos cursos profissionais.
No início do ano lectivo são organizadas reuniões de concepção e planeamento, designadamente, para a
elaboração do plano anual de actividades, sendo delegadas responsabilidades e distribuídas actividades e tarefas.
Neste processo participam os diferentes órgãos e estruturas da escola e na distribuição são tidos em conta o perfil
e a competência demonstrados pelos professores no exercício dos mesmos. Além das reuniões formais, os
professores valorizam os encontros informais para o planeamento e desenvolvimento da actividade educativa.
3.2 Gestão dos recursos humanos
O conselho executivo conhece as competências pessoais e profissionais dos professores e do pessoal não docente
e tem-nas em conta na sua gestão. A constituição das turmas, assim como a distribuição do serviço docente e a
afectação dos professores às direcções de turma, baseia-se no princípio da continuidade pedagógica e são
também tidas em conta as relações entre os alunos e entre estes e os professores. É considerado, igualmente, o
“perfil do director de turma”, que foi definido no âmbito do conselho pedagógico. Se é verificado algum problema
de desempenho de um professor, o coordenador de departamento aborda o docente em causa e disponibiliza o
apoio necessário, embora não exista uma prática institucionalizada de apoio, supervisão e avaliação dos
professores.
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De um modo geral, é patente a motivação e o empenho dos coordenadores de departamento e dos directores de
turma, contudo, alguns referem que, devido à carga burocrática que sobre eles recai, estão cada vez mais
afastados do essencial: a sala de aula e o processo de ensino e aprendizagem. Há coordenadores de departamento
que referem que não têm perfil para o cargo e que o exercem obrigados, por serem professores titulares.
No que concerne aos professores colocados pela primeira vez na escola, dizem que são apoiados, quando
necessário, pelos coordenadores de departamento e pelos colegas e consideram o clima de trabalho muito
positivo, havendo troca de materiais didácticos, de planificação, de avaliação e outros.
A ESDAS organizou uma acção de formação sobre a utilização da Plataforma Moodle, mas, por norma, a formação
decorre da iniciativa individual e é, maioritariamente, promovida pelo centro de formação em que a escola se
insere. O levantamento de necessidades é feito no âmbito do departamento e é canalizado para o conselho
executivo que, por sua vez, o encaminha para o centro de formação.
A falta de pessoal auxiliar e administrativo é reconhecida pelos próprios e pelos demais membros da comunidade
escolar como um dos principais problemas, contudo, os serviços administrativos respondem às necessidades, com
esforço e polivalência. Embora não exista um funcionário dos laboratórios, o serviço de limpeza é assegurado por
uma auxiliar da acção educativa. O empenhamento e os cuidados educativos manifestados pelos auxiliares de
acção educativa são valorizados e reconhecidos pelos professores, alunos e encarregados de educação como um
ponto forte da escola.
3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros
O edifício escolar é de construção recente e, de um modo geral, as instalações, espaços e equipamentos têm boas
condições e existe preocupação com a sua manutenção, segurança, higiene e limpeza. Apresenta ainda algumas
carências de equipamentos, mas é de realçar o facto de a área livre de edifícios totalizar 16 370 m2,
correspondendo a espaços verdes, campo de jogos exterior e espaços amplos em volta dos diferentes blocos.
Os professores e os alunos referem que existem bastantes computadores na escola, mas consideram que são
necessários mais, nomeadamente na biblioteca, onde os alunos pesquisam na internet e imprimem trabalhos. De
um modo geral, os recursos das TIC estão bem organizados e acessíveis. A ESDAS tem página na internet, a
Plataforma Moodle está em funcionamento e existem quatro quadros interactivos. Sobre os cartões magnéticos,
adquiridos no ano lectivo de 2006/07, os alunos consideram que estão a funcionar bem.
As condições laboratoriais são adequadas e os alunos afirmam que gostam do ensino experimental. A educação
física também é realizada em espaços adequados, cobertos e ao ar livre. Além de outros espaços, existe uma sala
de professores, salas de apoio a serviços de direcção de turma e psicologia, bar e sala de convívio de alunos, sala
de funcionários e um pequeno espaço para a associação de estudantes. A biblioteca promove várias actividades e
tem instituído um prémio de incentivo à leitura. A afluência à biblioteca tem vindo a aumentar, embora encerre à
hora do almoço, por falta de pessoal, a menos que um professor esteja disponível para a manter aberta, o que
acontece com alguma frequência. A cantina oferece boas condições, estando o serviço de cozinha concessionado a
uma empresa. Segundo os alunos, a papelaria funciona bem, mas consideram que o serviço da secretaria é
deficiente, em termos de organização e informação.
Para além das verbas provenientes do Orçamento de Estado, a escola gera receitas próprias, provenientes do
bufete, da papelaria e de candidaturas a programas e projectos do Ministério da Educação, como as bibliotecas
escolares e o Plano de Acção de Matemática para os quadros interactivos. Os recursos financeiros são utilizados
numa perspectiva de melhoria das condições de ensino e de aprendizagem e do bem-estar dos alunos e demais
membros da comunidade escolar.
3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa
Não existe associação de pais e o grau de participação destes na vida escolar ainda é baixo, apesar da
preocupação demonstrada pelos responsáveis da escola em os atraírem e envolverem mais. No início do corrente
ano lectivo, durante dois dias, a ESDAS organizou reuniões de todos os conselhos de turma com os pais e
encarregados de educação, nas quais os directores de turma prestaram informações sobre o funcionamento da
escola, os programas a leccionar, os critérios de avaliação, entre outras. Estes têm no seu horário uma hora
semanal para atendimento dos pais, mas manifestam disponibilidade para os atenderem noutro horário e, quando
necessário, recorrem a outros meios de comunicação, como o telefone.
Os pais deslocam-se à escola principalmente para conhecerem a avaliação dos filhos. Participam nos órgãos em
que têm assento e nas reuniões que lhes dizem respeito (em média, numa percentagem superior a 50% nas
turmas dos cursos científico-humanísticos e numa percentagem menor nos cursos tecnológicos e profissionais),
mas não participam no planeamento da actividade escolar. Para além das reuniões de início de ano e de final de
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período lectivo, a comunicação com os pais é estabelecida através dos alunos e, em alguns casos, através do
representante dos pais no conselho pedagógico, que se mostra activo no desempenho do seu papel. É de realçar,
todavia, o acolhimento que várias famílias deram, em suas casas, a alunos estrangeiros que visitaram a escola, no
âmbito de um projecto Comenius.
A Câmara Municipal está representada na assembleia de escola, mas a sua participação neste órgão tem sido
pouco frequente. A colaboração da Câmara Municipal traduz-se, essencialmente, no apoio ao transporte dos
alunos em visitas de estudo e no âmbito do desporto escolar, a projectos e actividades desenvolvidos na escola, e
através dos serviços da biblioteca municipal, com a qual a biblioteca da escola se encontra ligada em rede. É de
referir ainda a participação de outros elementos da comunidade educativa na resolução de problemas da escola,
dos alunos e das famílias, designadamente, a Segurança Social e outras instituições de cariz social e juntas de
freguesia, quando são detectadas dificuldades económicas das famílias; empresas e instituições sociais e culturais
para colocação dos alunos em estágios (cursos tecnológicos e profissionais); a Rádio Foz do Ave, no âmbito do
qual os alunos têm um programa mensal de rádio; e a Cooperativa de Produção Cultural, CRL, de Vila do Conde,
que garante o funcionamento de um “Clube de Cinema”.
3.5 Equidade e justiça
Os responsáveis da ESDAS pautam-se por princípios de equidade e justiça, proporcionando iguais oportunidades a
todos os alunos, em termos de inserção em turmas, acesso a projectos, experiências e actividades escolares. Os
critérios de avaliação são dados a conhecer aos alunos e aos encarregados de educação e os professores
disponibilizam-se para aulas suplementares. A criação dos cursos profissionais também contribui para a igualdade
de oportunidades e para a redução do abandono escolar.
4. Liderança
4.1 Visão e estratégia
Os objectivos estratégicos definidos pela escola no âmbito do seu projecto educativo conferem especial relevância
ao desenvolvimento de competências sociais no âmbito do saber ser e do saber estar. Assim, as principais metas
centram-se na interiorização e aplicação de regras e valores pelos alunos, o que é facilmente aceite e partilhado
por todos os membros da comunidade educativa. Estes objectivos são perceptíveis em todos os documentos
estruturantes do planeamento e da acção educativa. Daí que o investimento numa cultura de relações
interpessoais é entendido por todos como um factor determinante para a sua execução. Por outro lado, é no
aprofundamento e diversificação de novas ofertas educativas não existentes no concelho de Vila do Conde,
sobretudo no âmbito dos cursos profissionais e na formação de adultos que, de acordo com o conselho executivo,
se perspectiva o futuro da ESDAS nos próximos anos. A procura de novas ofertas de formação é feita em
articulação com a autarquia local, com as empresas e com outras escolas da região.
4.2 Motivação e empenho
Do cruzamento dos olhares sobre a organização e o funcionamento da ESDAS emerge um forte sentimento de
identificação e pertença vinculado à excelência das relações interpessoais que une os alunos, os professores, os
pais e o pessoal não docente. O clima favorecedor das aprendizagens vivenciado pelos alunos, a qualidade das
instalações e as condições de trabalho destacadas pelos professores e pelo pessoal não docente, contribuem, de
forma decisiva, para a motivação e o empenho com que se trabalha diariamente. Por outro lado, é de destacar a
abertura e a proximidade da liderança executiva que abre espaços para o exercício das outras lideranças e que
gera, por isto, um sentimento de confiança e uma forte identidade colectiva.
É praticada uma gestão rigorosa e exigente nos domínios da organização do trabalho interno e dos recursos
humanos e materiais.
4.3 Abertura à inovação
Apesar dos constrangimentos decorrentes do facto de o órgão de gestão ter assumido funções no ano lectivo de
2006/2007 e de ter havido alterações na composição do conselho pedagógico e nas lideranças intermédias, a
escola mostra-se aberta à inovação, sobretudo no domínio da oferta de novos cursos profissionais com garantias
de empregabilidade. É, nesta área que se procura o reconhecimento da comunidade e que se procura a conquista
de novos alunos. A biblioteca da escola encontra-se ligada em rede com a biblioteca municipal para que os alunos
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possam aceder, mais facilmente, ao acervo bibliográfico existente. Espreitando uma janela de oportunidade no
domínio da investigação em educação, a ESDAS acolheu, durante os últimos três anos, uma doutoranda em
ciências da educação da Universidade do Minho, que desenvolveu um trabalho de observação da realidade escolar,
com vista à elaboração de uma tese de doutoramento.
4.4 Parcerias, protocolos e projectos
A ESDAS mantém parcerias activas com empresas e instituições sociais e culturais, formalizadas em protocolos de
cooperação que respondem às necessidades de colocação dos alunos em estágios dos cursos tecnológicos e
profissionais. A ligação à comunidade também se faz através dos meios que a escola disponibiliza tais como o
“Jornal dos Arcos” que é editado, normalmente, três vezes por ano, um programa mensal de rádio “Onda Curta”
feito pelos alunos com o apoio dos professores, em parceria com a Rádio Foz do Ave, e o “Clube de Cinema”, em
parceria com as Curtas-metragens, Cooperativa de Produção Cultural de Vila do Conde. Destaque, ainda, para um
projecto de parceria entre escolas europeias apoiado pelo programa Comenius, que tem contribuído para
aproximar a escola e as famílias, dado que estas recebem e alojam os alunos estrangeiros que visitam a escola.
5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola
5.1 Auto-avaliação
A avaliação da actividade interna da escola é feita pelo conselho pedagógico, organizado em grupos de trabalho,
pelos coordenadores do departamento, pelos coordenadores dos directores de turma e ainda pelo núcleo de
projectos, actividades e formação. No ano lectivo de 2006/2007 foram introduzidos mecanismos de autoavaliação feita pelos grupos de trabalho do conselho pedagógico que avaliaram o funcionamento deste órgão e
dos resultados obtidos pelos alunos nos exames nacionais de 2005/2006. Estes grupos de trabalho têm em curso,
no presente ano lectivo, avaliações dos serviços da cantina e bar, do funcionamento dos departamentos
curriculares e a análise dos resultados da escola nos exames nacionais de 2006/2007. Os grupos de trabalho
constituídos para a avaliação integram professores, alunos e pessoal não docente. Apesar de haver a intenção de
aprofundar este processo em anos futuros e alargar os seus campos de análise, o dispositivo de avaliação é ainda
pouco consistente nos objectivos, nas dimensões e metodologias a privilegiar e não conta com a participação de
elementos da comunidade educativa. Ainda não é uma evidência que este processo tenha impacto no planeamento
e gestão das actividades, na organização da escola ou nas práticas profissionais. A divulgação é feita junto dos
órgãos de gestão e dos departamentos curriculares apesar de não se proceder à elaboração dos planos de
melhoria. A falta de formação é apontada como uma dificuldade para tornar este processo mais sólido e
sistemático.
5.2 Sustentabilidade do progresso
A qualidade do clima interno e da gestão de recursos, a motivação, empenhamento e responsabilidade das
lideranças, criam condições para que a escola possa incrementar a sua autonomia. A ESDAS não se encontra
sobrelotada pelo que tem ampla margem para alargar a sua oferta formativa, sobretudo no domínio dos cursos
profissionais. Neste âmbito a escola tem capacidade para aproveitar as oportunidades que o contexto lhe oferece,
não apenas para alargar a sua oferta, como também para melhorar o seu desempenho. A estabilidade do corpo
docente e a determinação dos responsáveis da gestão da escola para ultrapassar as dificuldades são vantagens
das quais a Escola poderá tirar maior partido, se aliadas a uma estratégia de melhoria construída, partilhada e
assumida por todos os intervenientes.
V – Considerações finais
Apresenta-se agora uma síntese dos atributos da escola (pontos fortes e pontos fracos) e das condições de
desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos) que poderá orientar a sua estratégia de
melhoria.
Neste âmbito, entende-se por ponto forte: atributo da organização que ajuda a alcançar os seus objectivos; ponto
fraco: atributo da organização que prejudica o cumprimento dos seus objectivos; oportunidade: condição externa
à organização que poderá ajudar a alcançar os seus objectivos; constrangimento: condição externa à organização
que poderá prejudicar o cumprimento dos seus objectivos.
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Relatório de Avaliação Externa
Todos os tópicos seguidamente identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste
relatório.
Pontos fortes
ƒ
a qualidade das instalações e espaços físicos para o desenvolvimento da actividade educativa;
ƒ
a dimensão humana, corporizada nas boas relações interpessoais, na união, no bom ambiente de
trabalho;
ƒ
o empenho e dedicação dos professores e a disponibilidade e empenho do pessoal auxiliar;
ƒ
o bom comportamento e a disciplina dos alunos;
ƒ
o ensino experimental das ciências;
ƒ
as parcerias activas com entidades locais.
Pontos fracos
ƒ
os resultados escolares na disciplina de Matemática e de História
ƒ
a falta de oferta de formação contínua, quer para docentes, quer para o pessoal não docente;
ƒ
a ausência de supervisão da prática lectiva em sala de aula;
ƒ
o número de computadores, ainda insuficiente para as necessidades dos alunos;
ƒ
a falta de um processo de auto-avaliação consistente, abrangendo todas as áreas de melhoria
organizacional.
Oportunidades
ƒ
as características do concelho, nas vertentes económica, cultural, ambiental e turística, poderão
potenciar o alargamento e adequação da oferta educativa e formativa da escola ao mercado de trabalho;
ƒ
a frequência da Escola por alunos das várias freguesias do concelho pode potenciar a projecção da sua
imagem no território.
Constrangimentos
ƒ
a rede de transportes escolares e as condições de sobrelotação e de segurança.
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