Revista
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará
Agosto 2015 – Ano IV – nº 16
Foto Google Brasil
REAPA
INTERNET
Através de
balões, projetos
querem levar
internet a áreas
remotas
Pag. 16
Foto Reprodução Google
do Lourenço
Derrocamento das pedras em trecho
do rio Tocantins tornaria hidrovia
navegável em todos os meses do
ano, atraindo empreendimentos,
favorecendo a verticalização da
produção agropecuária e mineral.
Apesar das vantagens econômicas e
de geração de renda, o Pará continua
à espera de uma solução para o
entrave natural.
Pag. 10
Foto Ascom Embrapa
DENDÊ
Pará é o maior produtor
nacional da palma,
fonte de biodiesel
Pag 19
400 ANOS
TRABALHO
A difícil realidade
Setor mineral
da água e esgoto na enfrenta
capital paraense
retração
Pag. 22
Pag. 25
PÓS
AUTORIZADA
PELO MEC
IMPULSIONE SUA CARREIRA
E SEJA DESTAQUE NO MERCADO.
COMECE AGORA SUA
PÓS-GRADUAÇÃO
Cursos Presenciais:
Especialização Georreferenciamento,
Geoprocessamento e
Sensoriamento Remoto
Especialização Engenharia
da Manutenção Industrial
Especialização Engenharia
de Controle e Automação
Especialização Engenharia
de Redes de Telecomunicações
Especialização Engenharia de
Segurança do Trabalho
ATÉ 100%
DE DESCONTO
NA PRIMEIRA
MENSALIDADE
Especialização Engenharia e
Gestão da Qualidade e
de Projetos
25% DE DESCONTO
PARA SERVIDOR
PÚBLICO
2
Revista
PA
INSCREVA-SE JÁ
pos.estacio.br
0800 021 3737
3198 13 06
4005 54 22
PALAVRA DO PRESIDENTE
Prezado profissional,
N
o início do mês de agosto o Pará foi
destaque absoluto no Congresso Brasileiro de Agronomia, o CBA, realizado
em Foz do Iguaçu. Foi um momento de satisfação para toda a classe agronômica paraense,
e para nós enquanto Presidente do CREA-PA,
pelo fato do Pará apresentar a maior delegação
no CBA 2015, reunindo profissionais, representantes de instituições, órgãos de governo
ligados à agricultura e de grande número de
estudantes de agronomia dos mais diversos
municípios do Estado. Sem sombra de dúvida,
a delegação do Pará brilhou e deu ao evento o
seu melhor toque de harmonia e competência
valorizando a agronomia desse País. O tema
principal do CBA foi “Desafios e Oportunida-
des Profissionais” e dentre os eixos apresentados o destaque foi também para o engenheiro
agrônomo paraense Moacir Bernardino Dias
Filho, pesquisador da Embrapa CPATU, que
proferiu palestra-pesquisa sobre a importância do agrônomo no emprego das tecnologias
para a recuperação de pastagens degradadas.
Dias Filho, especialista no assunto, defendeu
a “recuperação de pastagens – principal alternativa para conciliar o crescimento da pecuária na Amazônia (preservando a segurança
alimentar da população) com a preservação
ambiental”.
Com base nessa experiência o CREA/PA
está aberto para ações de incentivo às demais
classes tecnológicas para participação nos
eventos de cada categoria, mostrando a força
do profissional paraense. O primeiro desafio
será ainda em setembro, na SOEA 2015, em
Fortaleza. Conclamo todos a se fazer presentes na Semana Oficial de Engenharia e Agronomia, integrando parte do processo de valorização das profissões inseridas no Sistema
Confea/Crea/Mútua. Outra ação que estamos
à frente no CREA-PA é a realização da 3ª Reunião Ordinária da Coordenadoria de Câmaras
Especializadas de Agronomia (CCEAGRO),
entre os dias 30 de setembro e 02 de outubro,
no Hotel Belém Soft. É uma ação conjunta
com o CONFEA, onde são esperados cerca
de 40 participantes das outras 26 regionais
brasileiras, além dos conselheiros paraenses.
Na pauta estão assuntos como a aprovação da
súmula da 2ª reunião ordinária, o GT sobre
Receituário Agronômico e novas propostas
de projetos de lei elaboradas pela CCEAGRO
a serem apresentados no Congresso Nacional
a partir dos debates realizados e deliberados
aqui. Sendo assim, convoco todos os agrônomos paraenses a fazerem suas sugestões
em nossa Câmara Especializada, afim de que
problemas vividos pela classe aqui possam ser
solucionados.
E mais. Paralela ao CCEAGRO o CREA-PA recebe em sua sede a Reunião do Crea
Norte. Dias 1º e 02 de outubro estarei junto
com os presidentes dos regionais Amazonas,
Amapá, Acre, Roraima, Rondônia e Tocantins
elaborando as demandas da Região Norte que
serão apresentadas na pauta da próxima Reunião do Colégio de Presidentes. Além dos sete
estados amazônicos, também teremos alguns
presidentes convidados de outros CREAs do
País. Conto com a participação de vocês para
ampliarmos cada vez mais nossa importância
na sociedade.
Tenham todos uma excelente leitura.
ENGENHEIRO AGRÔNOMO ELIAS LIMA
PRESIDENTE DO CREA-PA
16
10
INTERNET
DERROCAMENTO
19
NOSSAS SEÇÕES
Em Curso
4
Expressas
5
Mercado de Trabalho 25
Por Dentro do Crea
26
27
Livros
BIODIESEL
22
ÁGUA E
SANEAMENTO
Revista
PA
3
CREA-PA
EM CURSO
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará
SEDE: Tv. Doutor Moraes, 194 • Nazaré • Belém-PA • CEP 66.035-080
FONE/FAX: (91) 3219-3402 / 3219-3403 / 3219-3404 / 3219-3408
FUNCIONAMENTO: 2ª feira a 6ª feira das 8h às 15h
E-MAIL: [email protected]
OUVIDORIA: (91) 3219-1132 / 3219-1136 ou
[email protected] / www.creapa.com.br
DIRETORIA 2015
Presidente
Eng. Agrônomo Elias Lima da Silva
1º Vice-Presidente
Engª. Civil Maria do Carmo Pereira de Melo
2º Vice-Presidente
Eng. Civil Luiz Sérgio Campos Lisboa
1º Secretário
Eng. Agrônomo Roberto das Chagas Silva
2º Secretário
Eng. Mecânico Fábio Lins Castro Marinho
1º Tesoureiro
---2º Tesoureiro
---CÂMARAS ESPECIALIZADAS
Câmara Especializada de Agronomia e Florestal
Coordenador: Eng. Agrônomo Raimundo Cosme de Oliveira Jr.
Adjunto: Eng. Agrônomo Pedro Paulo da Costa Mota
Câmara Especializada de Engenharia Civil e Geologia e Minas
Coordenador: Eng. Civil José da Silva Neves
Adjunto: Eng. Sanitarista Augusto Alves Ordonez
Câmara Especializada de Engenharia Elétrica
Coordenador: Eng. Eletricista José Emmanuel de Carvalho Mesquita Jr.
Adjunto: Eng. Eletricista Ricardo Guedes Accioly Ramos
Câmara Especializada de Engenharia Mecânica,
Metalurgia e Química
Coordenador: Eng. Naval Juarez Botelho da Costa Jr.
Revista
REAPA
COMISSÃO EDITORIAL
Coordenador
Geólogo José Waterloo Lopes Leal
Coordenador Adjunto
Eng. Agrônomo Dilson Augusto Capucho Frazão
Coordenador do Núcleo de Relações Institucionais - NRI
Relações Públicas Marcelo Rodrigo da Silva Pantoja
Ascom CREA-PA: Ercília Wanzeler
Esta é uma publicação do Conselho Regional
de Engenharia e Agronomia do Pará (CREA-PA)
executada pela Holy Comunicação e Editora
(Rua Manoel Barata, 1569. Reduto. CEP 66053-320. Fone 91 3218-4698)
Diretores: Alexandre e Olinda Mendes
Edição: Mara Góes DRT/PA 1.430 / Produção: Luciana Cavalcante
Reportagens e textos: Elielton Amador, Marta Cardoso
e Suely Nascimento / Fotos: Ascom CREA-PA,
Lais Teixeira, Agência Pará, Embrapa Amazônia Oriental,
Google Brasil e banco de imagens
Diagramação e arte: Holy Comunicação
Tratamento de imagens: Elias Portilho
Comercialização: Olinda Rodrigues e Rodrigo Pinho
Impressão: Gráfica Halley
4
Revista
CONFEA
Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
PA
PACOTE
O Governo do Estado apresentou um pacote de medidas para conter o desemprego e
criar oportunidades de trabalho neste período
de crise econômica. A principal bandeira é a
desoneração do ICMS para todos os insumos
da cadeia da piscicultura, para a produção do
frango, para a industrialização do açaí e cupuaçu e para máquinas e implementos agrícolas
que compõem o ativo imobilizado de alguns
empreendimentos rurais. Também foi anunciada simplificações de licenças ambientais a
fim de dar respostas rápidas e transparentes
aos empreendedores.
MINERADORAS X CRESCIMENTO
O ciclo de alta das commodities pode retornar em 2016, segundo Daniel Peixoto, diretor
de auditoria do Centro de Energia e Recursos
Naturais da consultoria EY, antiga Ernst Young.
Para ele, alguns metais, como o cobre e o zinco,
dão sinais de que os preços iniciam uma inversão de tendência. Um estudo global realizado
pela EY mostra que a necessidade de crescer é
o principal fator que ronda as operações de mineradoras no momento. Mas a recuperação será
gradual. No caso do minério de ferro, porém o
caminho pode ser mais complicado.
REJEITO DO OURO
A Mineração Yamato do Brasil (Miyabras), com sede em Brasília, deve ser a responsável pela exploração dos rejeitos de Serra
Pelada, distrito do município de Curionópolis,
sudeste do Pará. A mesma empresa seria responsável pela implantação do chamado Banco
Ambiental na área. Os trabalhos devem iniciar
até o final de 2015, mas ainda depende do resultado da assembleia dos garimpeiros.
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
A instalação do Observatório de Torre
Alta da Amazônia (ATTO, em inglês) ampliará o campo de pesquisa e o entendimento da
interação entre a biosfera e a atmosfera. Com
uma estrutura de 325 metros, permitirá o
monitoramento dos efeitos das mudanças climáticas na floresta. A torre foi instalada pelo
Governo Federal na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, entre os municípios de São Sebastião do Uatamã (AM) e
Itapiranga (AM), a cerca de 150 quilômetros,
em linha reta, de Manaus (AM), numa parceria científica entre Brasil e Alemanha, através
do Instituto Nacional da Amazônia (Inpa/
MCTI), da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e dos institutos alemães Max Planck de Química e de Biogeoquímica.
PROPRIEDADES RURAIS
A Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania (CCJ) aprovou em julho proposta
que busca coibir a invasão de imóveis rurais.
O texto equipara a falsificação do cadastro
de áreas desapropriadas e de beneficiários
do programa de reforma agrária ao crime de
falsificação de documento público. A pena
prevista é reclusão de dois a seis anos e multa.
A proposta altera o Código Penal (Decreto-lei 2.848/40) e a Lei da Reforma Agrária
(8.629/93). O projeto ainda será analisado
pelo Plenário da Câmara dos Deputados.
PROTEÇÃO AO EMPREGO
A MP 680/2015, da Presidência da República, através do Decreto nº 8.479/2015,
instituiu o Programa de Proteção ao Emprego
com o objetivo de preservar os empregos neste momento de retração econômica, além de
favorecer a recuperação econômico-financeira das empresas e estimular a produtividade
do trabalho. Mas para fazer valer, a negociação deve ser coletiva (entre trabalhadores e
patrões), com acordo reconhecido pelo Ministério do Trabalho.
AGROPECUÁRIA
Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 8212/14, que propõe indenizar as
pessoas, cuja terra desapropriada, por interesse
social, possua áreas de florestas naturais, matas
nativas e vegetação natural, sem que haja limites de avaliação pelo preço de mercado. Pela
Lei 8.629/93, essas áreas já integram o preço da
terra, desde que o valor apurado não supere, em
qualquer hipótese, o preço de mercado do imóvel. Hoje, o Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra), sob o argumento de
que as áreas de preservação ambiental não podem ser utilizadas para fins econômicos, sustenta que não cabe indenização pelas Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de reserva legal.
Segundo o PL, os serviços ambientais prestados
pela cobertura vegetal nas áreas de servidão florestal, de preservação permanente e de reserva
legal também passam a ser considerados na
hora de pagar a indenização.
EFEITO ESTUFA
As emissões brutas de gases do efeito estufa no Brasil, entre 1990 e 2013, diminuíram
de 1,83 bilhão de toneladas de gás carbônico
equivalente (GtCO2e) para 1,59 bilhão de toneladas, o que representa uma queda de 15%.
No mesmo período, as emissões globais cresceram mais de 35%, segundo dados do Observatório do Clima.
EXPRESSAS
Agenda
q Fenormac - Feira Norte de Materiais
de Construção 2015, de 9 a 12 de setembro, no Hangar.
q Congresso Mundial de Agronomia,
de 14 a 18 de Setembro, em Milão – Itália.
q 3º Festival Internacional do Chocolate
& Cacau da Amazônia e Flor Pará 2015,
de 17 a 20 de setembro, no Hangar.
q 3º Congresso Internacional de Direito
Minerário, de 3 a 5 de dezembro, em Brasília.
qVI Corrida e
Caminhada do
Engenheiro, dia
20 de setembro, na
Av. João Paulo II.
Largada e chegada
no Parque do Utinga. Inscrições pelo
site ou até 17 de setembro no quiosque da corrida no shopping
Boulevard, em Belém.
Um grupo de pesquisadores pernambucanos criou uma tecnologia capaz de dar
maior autonomia aos cegos. O PAW (Project
Annuit Walk) é um óculos inteligente que
ajuda pessoas com deficiência visual a localizar possíveis obstáculos através de raios
ultrassônicos em um ângulo de 120°. Ainda
um protótipo, a ideia foi desenvolvida pelo
grupo de pesquisa WearIT, que ganhou o
prêmio global da ONU no World Summit
Youth Awards (WSYA), evento voltado para
inovadores digitais e sociais.
Utilizando uma tecnologia vestível, o objeto funciona como um óculos que, através
de um sensor, identifica obstáculos a frente
para que o deficiente visual possa desviar.
Funcionando de maneira próxima a um sensor de ré, instalados em automóveis, o ócu-
Fotos Reprodução Google
GPS para cegos
ganha prêmio
da ONU
los vibra quando algum objeto se aproxima.
Além disso, uma pulseira pode ser usada
para que o sensor vibre em outra parte do
corpo, como braço ou pulso.
Um dos principais fatores de inovação
do projeto é um aplicativo que auxilia identificando rotas e funciona de forma integrada
ao óculos. O objetivo do grupo agora é tornar o protótipo uma realidade para as pessoas que precisam, provocando mudança no
cenário e ambiente para o deficiente visual.
Novo radar
para combater o
desmatamento
O desmatamento na Amazônia vai
ganhar um novo vigia a partir de outubro deste ano. O governo vai contratar
um radar orbital, batizado de Amazônia SAR (sigla em inglês para Radar de
Abertura Sintética), que produzirá, diariamente, imagens da região. Os dados
poderão servir também para o combate
a outros atos ilícitos, como o garimpo
ilegal, o tráfico e a ação de grileiros. A
vigilância será mais intensa porque o radar conseguirá “ver” através das nuvens,
o que não é possível atualmente.
O radar orbital permitirá que a vigilância seja feita com maior frequência,
em 950 mil km² monitorados diariamente. Os dados, depois de interpretados e
auditados, serão entregues ao governo
brasileiro com uma defasagem de três
dias após a coleta. O radar orbital também permitirá detectar pontos de desmatamento seletivo, no qual os madeireiros
se concentram na retirada de espécies
específicas, como o mogno, por exemplo.
Revista
REAPA 5
Meio Ambiente aprova suspensão da
exploração do gás de xisto por cinco anos
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos
Deputados aprovou no final do mês de julho projeto, do deputado Sarney Filho (PV-MA), que suspende a exploração do gás de
xisto pelo período de cinco anos. O texto
prevê que, no período de cinco anos, caberá ao Poder Público elaborar termo de referência dos estudos necessários ao respec-
tivo licenciamento ambiental da atividade,
além de prever os critérios vigentes para a
concessão de exploração do gás de xisto,
como já estabelecidos no texto original.
A proposta aprovada acrescenta ainda
ao projeto a previsão de o Poder Público
promover estudos comparativos de alternativas para suprimento de energia em lugar
da exploração do gás de folhelho (de xisto).
Foto Ascom Mútua
Mútua tem nova Diretoria Executiva
Seguindo os normativos referentes
ao processo eleitoral da Mútua, foi realizada no dia 18 de agosto, a segunda
etapa da votação para escolha dos três
diretores que faltavam para completar a
Diretoria Executiva da Mútua na gestão
2015-2018. Na primeira etapa, o Colégio de Presidentes do Sistema elegeu o
eng. civ. Gerson Taguatinga e o eng. civ.
Jorge Silveira para ocupar dois dos cinco cargos da Direx.
Em Sessão Plenária Extraordinária do
Confea, os conselheiros federais elegeram
o eng. civ. Paulo Roberto de Queiroz Guimarães, o eng. mec., civil e de seg. trab. Jú-
lio Fialkoski e o eng. civ. Marcelo Morais.
Conforme a resolução do Confea
sobre a eleição, a escolha do diretor-presidente é feita entre os diretores
já eleitos que desejam concorrer. Disputaram o cargo Júlio wwFialkoski e
Paulo Guimarães. Com 10 votos, Paulo
Guimarães foi escolhido para ocupar o
cargo máximo da Caixa de Assistência
pelos próximos três anos.
As demais diretorias (Benefícios, Financeira, Administrativa e Tecnologia)
deverão ter seus titulares definidos, entre
os outros quatro diretores eleitos, na primeira reunião da nova Direx da Mútua.
Confea lidera área tecnológica em
favor do desenvolvimento nacional
A defesa dos profissionais e da própria
engenharia nacional integrou as principais lideranças da área durante o ato “Pela
Engenharia, a Favor do Brasil”, promovido pelo Clube de Engenharia do Rio de
Janeiro no dia 17 de agosto, na capital
fluminense. O objetivo do ato é apoiar o
movimento de combate à corrupção em
curso no País e resgatar a confiança e a
6
Revista
PA
credibilidade da Engenharia, e a recuperação da eficiência e do prestígio da Petrobrás, principalmente.
Além do presidente do Confea, engenheiro civil José Tadeu da Silva, participaram do evento representantes de CREAs,
do Colégio de Entidades Nacionais do
Sistema Confea/Crea e Mútua (Cden) e
ainda outras como Febrae, CBIC, Sinicon,
15 anos da carreira
de Fiscal Federal
Agropecuário
Os Fiscais Federais Agropecuários
do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento - MAPA comemoraram
com grande sucesso, os 15 anos de criação da carreira. Em junho, vários eventos
marcaram a passagem da data, como palestras e homenagens, almoço de confraternização e ação expositiva, com distribuição de material técnico/informativo
em dois supermercados de Belém.
Benefício fiscal
para venda de
ovinos e caprinos
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento
Rural aprovou proposta que suspende ou
reduz a zero as alíquotas de contribuição
do PIS/Pasep e da Cofins para a venda de
ovinos e caprinos. A medida incidirá sobre a receita bruta da venda no mercado
interno, por empresas e cooperativas, de
animais vivos a empresas que produzam
carnes e derivados. Vale também para as
empresas que produzem para exportação.
A proposta tramita em caráter conclusivo
e ainda será analisada pelas comissões de
Finanças e Tributação; e de Constituição
e Justiça e de Cidadania.
Sinaenco, AEERJ, ABEE, Abemi, AEPET,
Abifer, Abimaq, Sindistal, Fenainfo, Fisenge e FNE.
O Confea vem participando atentamente das discussões do fórum permanente criado pela Câmara dos Deputados
e que conta com a participação dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior, Minas e Energia e
outros. Para ter acesso ao manifesto basta
acessar http://portalclubedeengenharia.
org.br/arquivo/1439912675.pdf/documentos.
RROV
FE
E NC
ER
UÇ
ÃO
ENG
EN
E
E NT
AD
TR AS
S
M
IA
O
DE P
RO
D
IA
AR
H
S
IA
CÃO
ADMI
ST R
NI
A
INDÚS
GÍSTIC
A
O
HARIA C
EN
I
RTOS
PO
RUTU
A
IN
AEST
FR
R
EN
G
RGIA
L
E
IA
TR
EN
OB
L
VI
O Instituto Militar de
Engenharia (IME) está com
inscrições abertas para o
Curso de Formação de Oficiais da Ativa do Comando
do Exército para o quadro
de engenheiros militares.
São 98 vagas nas especialidades de: engenharia civil;
elétrica; eletrônica; comunicações; mecânica e de armamento; mecânica e de automóveis; materiais; química;
cartografia; e computação. O
Quadro da Ativa conta com
70 ofertas para aqueles que desejam seguir a carreira militar. Já o Quadro da Reserva oferece 28 vagas para aqueles
que não desejam seguir a carreira militar. Os interessados
confirmar participação entre os dias 13 de julho e 1º de setembro, no site do órgão (http://inscricoes.ime.eb.br/vestibular/cfg/#inscricao).
NOTA 4 PELO MEC
G
IME oferta vagas para
engenheiros
ENGENHARIA COM QUALIDADE E
EXCELENCIA E NA FAMAZ
Revista
PA
7
RAS
ARTIGO TÉCNICO
PAINEL SITUACIONAL DA INDÚSTRIA DE
PETRÓLEO E GÁS NATURAL NO ESTADO DO PARÁ
Estanislau Luczynski
Instituto de Geociências (IG-UFPA) / Associação Profissional dos Geólogos da Amazônia (APGAM)
A
pesar do avanço tecnológico em busca
da eficiência energética, a sociedade moderna ainda é intensiva em
consumo de petróleo, embora seja desejável
a diversificação da matriz energética para
aumentar a participação de outras fontes,
inclusive renováveis. Contudo, a contribuição
dos combustíveis fósseis ainda é predominante, seja pelo amplo domínio tecnológico da
extração, produção e transformação, quanto
pela diversidade das aplicações em outros
setores industriais. Portanto, embora haja
previsões otimistas que apontam a lenta e
gradual substituição das fontes fósseis por
outras como as renováveis, ainda não se
pode prescindir das primeiras sem deprimir a
atividade industrial e, por conseguinte, a econômica. Sob essa ótica, possuir o gerenciamento da matriz energética nacional passa a
ser entendido como a manutenção da própria
atividade econômica, em termos de extração
de matérias-primas (petróleo, carvão, urânio,
etc) para a produção de insumos (eletricidade, calor, frio, etc).
Sendo assim, a atividade econômica
pode ser vista como decorrente da segurança energética proporcionada pelo acesso
aos minerais energéticos e fontes diversas
de energia. O Brasil, ao exemplo das outras
nações, que não são autossuficientes em
energia, tem buscado a ampliação da oferta
através da diversificação das fontes componentes da matriz energética. Contudo, até o
presente, ainda não se atingiu o equilíbrio
entre oferta e demanda, o que dificulta tanto
a expansão produtiva quanto a geração de
receitas na balança comercial. No caso da atividade mineral que, em boa parte, ainda está
no estágio de produção e exportação de matérias primas, em especial, minerais metálicos,
a pretendida verticalização é dependente do
aumento da oferta de energia. Um conjunto
situacional que reflete diretamente sobre o
Pará, o segundo maior produtor e exportador
mineral do Brasil.
O presente modelo baseado na geração
hidrelétrica se encontra sob críticas das mais
diversas: a longa maturação dos projetos, a
alegada perda de biodiversidade, a possibilidade de deslocamentos populacionais, a contestação dos ciclos hidrológicos, as diferenças
entre energia potencial e energia firme, as
dificuldades quanto às linhas de crédito e a
própria eficiência energética da aplicação
de hidroeletricidade para gerar calor ou frio,
dentre outras.
O aparente esgotamento desse modelo
energético nacionalmente e, em especial na
Região Norte, já não atende aos planos de
expansão da atividade mineral, deprimem
a balança comercial em nível nacional e
restringem a atividade econômica em nível
estadual, pois a oferta de energia é condição
fundamental à expansão das novas frentes
de mineração, vindo a lançar, futuramente,
as bases da verticalização que modifica o
atual modelo exportador de matéria prima
para outro, sustentado na produção de bens
de valor agregado. Portanto, quais insumos
energéticos podem vir a servir para a verticalização? De um ponto de vista termodinâmico, os processos térmicos necessários podem
ser produzidos de forma mais eficiente que a
própria hidroeletricidade por: derivados de
petróleo, gás natural, carvão mineral e urânio.
Devido à vocação do litoral brasileiro e
também ao estado-da-arte atingido pela PETROBRAS na produção de hidrocarbonetos em
águas profundas é natural a inclinação à oferta de energia, em todos os setores da nação, a
partir do aumento da produção de petróleo e
gás natural, o que justifica a flexibilização do
monopólio e os leilões para oferta de novas
áreas com potencial petrolífero.
Contudo, o prazo de declaração de comercialidade de uma nova área, assim como
as incertezas quanto à condução da política
Qualidade para toda a vida.
* Projeto e fabricação de estruturas pré-moldadas
para galpão e estruturas especiais para a
construção civil em geral.
* Linhas de Transmissão e Subestação. Postes
para linhas de distribuição e iluminação pública.
* Blocos de concreto para alvenaria estrutural
e vedação. Pavimentos intertravados, meiofio, mourão, tubos e calhas para drenagem.
8
Revista
PA
Rod. PA 150 (Alça Viária), Km 2,5 s/nº - Marituba-PA
Fone (91) 3184-8559 - E-mail: [email protected]
www.premazon.com.br
petroleira nacional terminaram por colocar
o país em uma situação paradoxal: a de dominar o estado-da-arte quanto à exploração
em águas profundas e, ao mesmo tempo, não
ter capacidade de autoinvestimento para a
condução dessa mesma exploração em um
cenário de novas descobertas e de preço
elevado do barril.
Como resultado, nos últimos seis anos
não houve a entrada de novas áreas produtoras e as que já estavam em produção se
aproximam da maturidade. As potenciais novas províncias, como a do Pré-Sal, tampouco
responderam em volume produtivo. Isso se
configura em um hiato econômico-técnico,
pois sem capacidade de investimento apesar
da tecnologia existente, o provável é que os
estoques ou volume produzido diminuam
em médio prazo vindo a limitar o potencial
de autofinanciamento que uma petroleira
possui, em geral decorrente da venda de
petróleo bruto ou derivados. Alie-se a isso,
o fato de as outras empresas não compartilharem o mesmo cenário de incertezas que o
Brasil. Consequentemente, o risco concorrencial é maior, pois a ausência de novas áreas
de produções representa, na prática, a perda
dos espaços de mercado.
Até o momento, a centralização dos
esforços de desenvolvimento sobre o Pré Sal
ainda não produziu os resultados esperados
e, em face à dinâmica da indústria, é provável
que a produção esperada seja reprimida e enfrente forte concorrência tanto da produção
de Gana (Jubille), na África, quanto a dos EUA.
No caso de Gana, o petróleo extraído se aproxime em qualidade ao do Pré-Sal, porém é
extraído a custos menores devido a profundidade, i.e., 5.000m contra os 7.000m no Brasil.
Todavia, o mais preocupante é a posição
assumida pelos EUA. Durante cerca de vinte
anos, empresários americanos investiram
dezenas de milhões de dólares em técnicas
de extração de petróleo e gás em reservatórios, até então, considerados como antieconômicos. Essa frente tecnológica resultou
na crescente produção em reservatórios de
baixa permeabilidade, em especial, gás em
folhelho. Porém, o mais importante é que
os EUA caminham para se tornar exportador
de petróleo e gás com base em suas saídas
para o Atlântico e Pacífico e sustentado por
baixos preços do barril. Atualmente, o preço
do barril de petróleo, em nível mundial, está
na faixa de US$ 31/bbl a US$ 38/bbl enquanto
o preço referência para o Brasil oscila entre
US$ 38/bbl e US$ 41/bbl. Preços como esses
dificultam o desenvolvimento do Pré-Sal
projetado para preços de barril acima de US$
100/bbl, em suas zonas de maior volume.
Esses valores já refletem a retomada da exportação iraniana.
Mundo afora, o preço do barril médio se
aproxima do custo de extração em algumas
zonas do Pré-Sal, i.e., em torno dos US$ 60/
bbl. Segundo a PETROBRAS, essas zonas são
viáveis até US$ 45/bbl, porém o Canadá,
que produz um dos petróleos de mais difícil
extração do mundo, já tem o seu barril a uma
média de US$60/bbl enquanto os EUA em
algumas bacias são produzidos barris a 40/
bbl, com os impostos já incluídos. Na prática,
uma demonstração da queda vertiginosa dos
custos de extração, o que (provavelmente)
inviabiliza províncias de custos de extração
elevados como a do Pré-Sal.
Em face a isso, o Brasil deve tentar adotar alguma racionalidade econômica. Uma vez
que, a tendência dos recursos pré-salinos é de
aumento de custos devido à perda de mercado e consolidação tecnológica dos concorrentes. Essa última, nacionalmente, comprometida pelas dificuldades de investimento. Resta
ao Brasil, portanto, se voltar para outras áreas
potenciais, investir no aumento da recuperação ou a importação. Passando ao lado do
Pré Sal, o potencial reside em duas frentes:
o desenvolvimento das bacias paleozoicas
para recursos de petróleo e gás em folhelhos
ou reservatórios de baixa permeabilidade.
Ou ainda, o desenvolvimento da Província
Equatorial (região que vai do Ceará até a Ilha
de Marajó). Contudo, para o desenvolvimento
dos recursos do Paleozoico antes é necessário
o domínio do estado-da-arte e a adaptação à
geologia nacional em um processo que deve
se estender por, pelo menos, dez anos, apesar
das restrições da Câmara Federal. Já para a
Província Equatorial o quadro é mais promissor já que as bacias possuem indícios ou já
são produtoras de petróleo e/ou gás e estão
próximas de um mercado energo-intensivo,
i.e., o setor mineral paraense. A possibilidade
de o aumento da produção de hidrocarbonetos nas cercanias ou mesmo em território
paraensepode ser uma oportunidade ímpar
de alavancar o desenvolvimento regional
baseado no aumento na oferta de energia. O
que pode ser configurado como um vetor de
atração para novos investimentos ou instalação de novos projetos ou mesmo expansão daqueles já existentes, Não obstante as
vantagens competitivas que o Pará apresenta
em termos de energia (potencial petrolífero), mineral e logístico, tais vantagens estão
intimamente ligadas à criação ou existência
de uma rede de transporte e suporte logístico
capaz de receber os insumos necessários à
nova base industrial, mas também capaz de
sustentar a expansão da produção. As petroleiras, mineradoras e produtoras e exportadoras de grãos e, futuramente, as siderúrgicas
necessitam de estradas, ferrovias, hidrovias e
terminais portuários com calado adequado de
modo a usufruir da posição da costa paraense
em relação ao Canal do Panamá.
Revista
PA
9
CAPA
No meio do
caminho havia um
pedral
ELIELTON AMADOR
Derrocamento que permitirá a navegabilidade da hidrovia
Araguaia-Tocantins se arrasta em meio à insistência do DNIT em
executar uma obra que foge à lógica da engenharia
O
Canal do Panamá, uma das
obras de engenharia mais importantes do mundo moderno
para o comércio entre as nações, foi
inaugurado em 1914 e tem operado
com o transporte de navios cargueiros entre os oceanos Atlântico e Pacífico desde então e até hoje, com as
mesmas dimensões. Aqui no Pará,
apenas em 2006 começaram as obras
de expansão das eclusas de Tucuruí
(que hoje têm largura de pouco mais
de 33 metros), o que permitiu que
navios maiores circulem pelo canal
de mais de 77 quilômetros, conhecido por hidrovia Araguaia-Tocantins,
Revista
10
PA
aumentado o volume de mercadorias
em trânsito por essa extensão de terra
que separa as duas grandes massas de
água do globo terrestre.
Guardadas as devidas proporções, a
dinâmica de construção e operação do
Canal do Panamá poderia ser seguida
para uma obra de menor porte, mas de
importância quase tão grande quanto
para a economia da Amazônia e do Brasil. Porém, aparentemente, uma briga
de vaidades (ou de interesses obscuros),
ofusca a lógica da construção civil aplicada à navegabilidade, no caso da hidrovia Araguaia-Tocantins, onde o famigerado Pedral do Lourenço tem se tornado
objeto de divergências e intrigas.
Desde que foram inauguradas as
eclusas da represa da Hidrelétrica de
Tucuruí, em 2010, apenas esse trecho
pedregoso do rio Tocantins, à jusante
da barragem, impende a navegabilidade na hidrovia nos doze meses do ano.
Ela liga o sudeste paraense, onde está a
produção de ferro e a expansão da produção agrícola (e onde se pretendia instalar siderúrgicas para o tão sonhado
processo de industrialização mineral
da região) ao porto de Vila do Conde.
De lá a produção paraense pode seguir
para o Canal do Panamá, para a Ásia e
outros mercados.
Imbróglio evidencia divergências de interesses
A intriga começou em 2010, com
o lançamento do primeiro edital de licitação para a obra de derrocamento
das pedras que se encontram no meio
do caminho do rio e a efetivação de um
canal de largura mínima de 70 metros
para a navegabilidade da hidrovia. A
obra já tinha o mais importante: a licença ambiental expedida para um
criterioso estudo/projeto coordenado
pelo professor da Universidade Federal
do Pará (UFPA), doutor em engenharia
naval, Hito Braga de Moraes.
Trabalhando desde 2008 na área,
Hito Braga e sua equipe traçaram um
percurso que viabilizaria a obra com relativo baixo custo operacional e baixo impacto ambiental. A obra foi licitada pelo
Departamento Nacional de Infraestrutu-
ra de Transportes (DNIT) e, logo depois
do certame, a licitação foi cancelada sob a
alegação de que a empresa vencedora não
tinha condições de executá-la.
Outro edital foi aberto, dessa vez
para a execução de obra cuja largura mínima do canal passou para 140 metros,
portanto, o dobro da largura do projeto
original. A medida foi obtida a partir de
outro estudo bancado pela companhia
Vale. Desde esse novo edital, porém,
seguiram-se mais três editais sem que
houvesse interessados. No último, realizado em novembro do ano passado,
também não houve concorrente. O engenheiro e presidente da Estacon, Lutfala Bitar escreveu um artigo (em 2014 e
publicado no jornal O Liberal) antecipando que não haveria. Simplesmente
porque a empresa que ganhasse a licitação teria que executar um trabalho sem
licença ambiental e demoraria anos para
executar a obra a um custo superior a R$
1 bilhão, de acordo com as estimativas
de Hito Braga. A licitação previa inicialmente um valor de R$ 450 milhões.
A empreitada virou bandeira de
políticos e empresários em defesa da
economia do Pará. O senador tucano
Fernando Flexa Ribeiro disse que dada
a importância da obra para a economia
do Estado, “a bancada paraense no Congresso buscou somar forças na expectativa de garantir que o derrocamento do
Pedral do Lourenço não seja mais uma
das muitas promessas que o Governo
Dilma propaga, mas que se esquece de
fazê-las cumprir.”
Revista
PA
11
Foto Reprodução Google
Por outro lado, tudo indica que os
interesses por trás das demandas da obra
envolvem outras dimensões políticas e
econômicas. O senador Jader Barbalho,
cujo partido faz parte da base aliada do
governo federal, também tem propagado
sua defesa à obra. Foi ele quem convidou,
por exemplo, o professor Hito Braga a
participar da reunião que houve em Brasília no final de julho passado para discutir o assunto com o governo. Como não
fosse um convite oficial da presidência
ou do DNIT, Braga, que chegou a fazer
uma verdadeira cruzada durante anos
para defender o seu projeto, declinou ao
convite. “Pedi desculpas ao senador, mas
acho isso um desrespeito. Uma picuinha,
uma quebra de braços que não faz sentido”, disse ele.
A Revista CREA-PA também ouviu o
vice-presidente da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), o engenheiro José
Maria Mendonça. Ele estava presente na
Revista
12
PA
reunião em Brasília. Mendonça, assim
como Hito, defende a licitação da obra
com o projeto de 70 metros. “Depois da
obra executada, a ampliação dela poderá
ser feita no futuro. Se a medida de 70 metros não atende aos interesses da Vale no
Pará no momento, poderá atender aos interesses de outras empresas e do próprio
Estado, que tem nessa hidrovia um dos
seus atrativos para os negócios e para o
seu desenvolvimento”, disse ele.
Mendonça concorda com a visão de
Hito de que, assim como o canal do Panamá, o canal de Suez (no Egito) e o canal de Kiel (na Alemanha), entre outros,
a obra deve começar pequena, como
quem um dia abriu uma trilha no meio
da mata que hoje se tornou a BR-316.
“Se formou uma queda de braço, porque
depois que o DNIT abriu a licitação de
140 metros parece que não quer voltar
atrás e licitar o projeto de 70 metros”,
concluiu Mendonça.
Por outro lado, a pressão da Vale,
que explora entre muitos outros negócios a extração de ferro em Carajás,
parece também ter peso sobre a questão. O projeto fornecido ao DNIT pela
companhia, que contratou uma empresa
Americana para desenvolvê-lo, indica
que o canal deve ter no mínimo 140m de
largura para um comboio de barcaças de
150m de comprimento para transportar
os produtos gerados pela siderúrgica
que viria a se instalar em Marabá, a Aços
Laminados do Pará (ALPA).
A Revista CREA-PA entrou em contato com o DNIT três vezes, sendo que a
primeira delas foi 12 dias antes do fechamento desta edição, cobrando posicionamento do órgão sobre a questão. Não ti-
Protec
O Pedral do Lourenço
está localizado entre as
localidades de Santa
Terezinha do Taurí e Ilha
do Bogéa, em Itupiranga,
no Pará. São 43km de
extensão de rochas que
impedem a navegação
nos períodos de seca. O
derrocamento pretende
garantir um calado mínimo de 3m em qualquer
dia do ano, propiciando
melhor escoamento
pela hidrovia Araguaia-Tocantins de toda a
produção mineral, agrícola e pecuária sob sua
área de influência, com
destino ao porto e terminais localizados em
Vila do Conde e no baixo
Amazonas, chegando
a uma capacidade de
transportes calculada
em até 20 milhões de
toneladas por ano.
vemos retorno da assessoria de comunicação do órgão. Por
sua vez, a assessoria de comunicação da Vale foi consultada
sobre a possibilidade da empresa pressionar o governo para
não viabilizar a obra com 70m de largura, o que poderia lhe
desimpedir da obrigação de instalar a Alpa em Marabá, alegando falta de estrutura para o escoamento da produção. A
assessoria de comunicação da empresa apenas informou, por
telefone, que mandou elaborar o projeto solicitado pelo DNIT
e que é o órgão que deveria se manifestar a respeito.
Diante de todo esse cenário é possível perceber que o
que está em jogo é o interesse do desenvolvimento econômico e produtivo do Estado, em meio a tantos outros interesses menores. “Aprendi que o capital vai aonde existem
condições de crescer. Se a Vale não investir, outras empresas investirão com a hidrovia menor, a princípio”, destaca o
vice-presidente da Fiepa.
Do camPo à construção, mais economia
e ProDutiviDaDe como você Precisa.
e como só uma case PoDe oferecer.
Protec. concessionÁrio case.
tel.: (91) 4008-9700 – (91) 3739-1041 – (98) 3258-2007
www.proteconline.com.br
Novo curso FAMAZ
Arquitetura &
Urbanismo
Tudo começa com um grande projeto
NOVO EDITAL
O DNIT acenou na reunião em Brasília que deve abrir
novamente o edital de licitação no final de agosto. Tudo indica que a obra a ser licitada novamente é a de 140 metros.
Enquanto isso, o Pará segue à margem dos interesses que se
formam sobre seu território.
Revista
PA
13
Propriedade Intelectual
Custear despesas com registros e proteção de
marcas, patentes, direitos autorais, softwares,
desenhos industriais, transferências de tecnologia, domínios de internet, pesquisas, contratos de
assistência técnica e de consultoria, licenças e
demais áreas da propriedade industrial e
intelectual.
Energia Renovável
Incentivar o uso de energia renovável (solar, eólica,
biomassa, biodigestor, gás natural e outras) pelos
associados por meio de auxílio financeiro para
aquisição de tecnologias, equipamentos e serviços
dessa natureza, seja em suas residências, empresas
ou propriedades rurais.
Inovação
Para apoio no desenvolvimento e criação de novos
produtos e serviços ou de processos desenvolvidos
pelos associados ou mesmo por suas empresas.
Nova Diretoria Executiva da Mútua 2015/2018
Revista
14
PA
O novo presidente da Mútua Paulo Guimarães explica que são inúmeras as expectativas para
a nova gestão e destaca a importância de dar continuidade ao processo de descentralização
das atividades da Caixa de Assistência. “Nas duas gestões em que fui diretor de Benefícios da
Mútua, iniciamos a descentralização, com a instalação de todas as Caixas nos Estados. Mas
ainda há desafios na descentralização e temos de ampliar essa autonomia”, disse ele.
Como a Mútua é braço assistencial do Sistema Confea/Crea e Mútua, Paulo Guimarães
ainda reforça a necessidade de a Caixa de Assistência atender ainda mais os associados em
evidente necessidade. “Temos de oferecer mais benefícios sociais para os profissionais que estão
em estado de carência”, afirma.
SEIS NOVOS BENEFÍCIOS PARA VOCÊ.
CONHEÇA E USUFRUA!
Imobiliário
Aquisição ou quitação de imóveis,
terrenos, lotes e para pagamento de
despesas cartorárias.
Aporte Prev
Recursos para aporte financeiro em
plano de previdência instituído ou
administrado pela Mútua.
Express (Assistencial)
Atender aos associados que não foram
contemplados pelos benefícios reembolsáveis e
sociais e que se encontram em situações de
vulnerabilidade social e financeira, como perda
de renda e bens, aquisição de medicamentos e
tratamentos em geral.
Revista
PA
15
Internet
chega através de
balões
No Projeto Loon, do Google,
os balões viajam na estratosfera
Revista
16
PA
Foto Google Brasil
TECNOLOGIA
MARTA CARDOSO
D
ar uma ‘googlada’ é uma das soluções mais simples para qualquer tipo de necessidade. Bastam
alguns cliques, ou uns toques na tela do
celular, para achar o que se precisa. Mas
esse neologismo que surgiu da familiaridade que temos com o principal motor
de busca no mundo virtual não faz sentido em várias localidades da Amazônia,
onde a Internet ainda não chegou ou é
bem precária, principalmente pelas características da região, em meio a florestas e rios. Para conectar áreas remotas ou
mesmo cidades onde a oferta do serviço
é fraca, a alternativa pode vir da tecnologia dos balões. Já estão em andamento
projetos para que eles se desloquem pela
estratosfera levando o sinal com velocidade superior à do 3G.
Audaciosa, a ideia ganhou visibilidade após o lançamento do Projeto
Loon, do Google. Desde 2013 a empresa
desenvolve pesquisas que tem como alvo
os dois terços da população mundial que
ainda não tem acesso à Internet. E também temos tecnologia nacional sendo
testada, através do projeto Conectar.
O objetivo dos projetos, basicamente, é criar uma rede de balões para conectar pessoas em áreas rurais e remotas,
ajudar a preencher falhas de cobertura e
a recuperar a conexão com a Internet em
áreas que passaram por desastres.
O teste-piloto do projeto do Google
foi na Ilha Sul da Nova Zelândia, quando
trinta balões levaram sinal de Internet a
um pequeno grupo de pessoas designadas
para o teste. Cada balão tem capacidade
para fornecer conexão a uma área de cerca
de 40 km de diâmetro no solo, através de
comunicação sem fio. A tecnologia usada é
a LTE (Long Term Evolution ou Evolução
a Longo Prazo), também conhecida como
4G, que permite banda larga móvel com
velocidade de conexão de até 100 Mbps.
Os balões retransmitem o tráfego sem fio
dos telefones celulares e outros dispositivos de volta para a Internet Global usando
links de alta velocidade.
No Brasil, o primeiro estado a receber o teste do Loon foi o Piauí. À época o
Google tomou como base para a escolha
o relatório TIC Domicílios 2012 do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.
br), que apontou que a região Nordeste
tem o segundo pior nível de acesso do
País. Naquele ano a pesquisa mostrou
que só 27% dos domicílios tinham acesso à Internet, à frente da região Norte,
com apenas 21%. No relatório mais recente, de 2013, o comitê ainda considerou enorme a diferença na proporção
de domicílios com acesso entre as diferentes regiões geográficas. Em contraste com o Sudeste (51%) permanecem o
Nordeste (30%) e Norte (26%).
CLIMA
Outro fator relevante para as experiências do Google no Brasil é a possibilidade de lançar os balões em áreas próximas à linha do Equador. Isso porque
o clima é mais quente do que na Nova
Zelândia e Norte da Califórnia, por onde
o Loon já havia passado. Essa diferença
é relevante já que o calor aquece o gás
dentro do envelope do balão, aumentando a pressão no seu interior. Fator esse
que pode tornar mais difícil de navega-lo. Talvez seja em função disso que, segundo o escritório do Google no Brasil,
por enquanto ainda não há previsão de
teste do Loon na Amazônia.
COMO FUNCIONA O LOON
Os balões do projeto viajam na estratosfera, cerca de 20 km acima da
superfície da Terra - altura duas vezes
maior que a de aeronaves e fenômenos
meteorológicos. O controle do destino
de cada balão é feito por um software,
formando uma grande rede de comunicação. Assim, eles podem subir ou descer por uma camada de vento que sopre
na direção desejada.
Para que as pessoas possam se conectar usando smartphones e outros dispositivos com suporte à LTE o Google
tem firmado parceria com operadoras
móveis. Assim, através de uma antena
especial será possível levar a internet
para casas, escolas e empresas.
É justamente a altitude que torna
a experiência com balões desafiadora.
Através dos testes os engenheiros precisam encontrar as melhores formas de
manter os balões na estratosfera, onde a
pressão do ar é apenas 1% da que temos
no nível do mar. Além disso, essa fina atmosfera oferece menos proteção contra
radiação UV e variações de temperatura
drásticas, que podem chegar a -80⁰C.
Por isso, os envelopes dos balões são
feitos de folhas de plástico de polietileno,
que devem resistir a essas condições por
cerca de cem dias. Os balões aproveitam
ainda os ventos constantes da estratosfera para permanecer bem acima de fenômenos climáticos, animais e aeronaves.
Como medida de segurança, caso um
balão caia rápido demais, foi bolado um
paraquedas ligado à parte superior do envelope para ser aberto durante a queda.
Revista
PA
17
Fotos INPE/MCTI
O Conectar iça o balão
a partir de um ponto
fixo , através de rádio
TECNOLOGIA NACIONAL VEM SENDO TESTADA COM SUCESSO
Os testes do Projeto Loon no Brasil foram acompanhados de perto pelo
Ministério das Comunicações já que a
iniciativa vai ao encontro dos objetivos
do Programa Nacional de Banda Larga
(PNBL). Ao mesmo tempo, pesquisadores nacionais vêm desenvolvendo o
próprio projeto brasileiro com balões,
denominado Conectar.
O teste inicial foi realizado em novembro de 2013, ano que começou a
pesquisa, com o balão lançado a partir
da base do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),
em Cachoeira Paulista (SP), levando a
bordo o aparelho Aeróstato Brasileiro
de Banda Larga (ABBL). Equipado com
transceptores, o balão foi içado a 240
metros de altura, conectando-se por rádio a um ponto fixo no município e a um
veículo. A conexão gerada pelo balão
permitiu a realização de duas teleconferências via Skype, uma a 2,5km e outra a
aproximadamente 30km do Inpe.
O projeto foi proposto pelo Inpe e
conta com apoio da Telebrás. Também
fazem parte o Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento em Telecomunicações do MCTI. Em nota, o Ministério
das Comunicações informou que tem
acompanhado testes realizados por entidades do Brasil e do exterior. Afirma
ainda que, entre 2010 e 2014, a banda
larga móvel cresceu 784% na região
Norte, onde o serviço passou de 1,3
milhões de acessos em dezembro de
2010 para 11,2 milhões em dezembro
de 2014. “É um crescimento em banda larga móvel que”, segundo o ministério, “está acima da média nacional
por regiões”. Os dados fazem parte do
levantamento da Agência Nacional de
Telecomunicações. À época do primei-
ro teste o então ministro das comunicações Paulo Bernardo disse se tratar de
uma tecnologia totalmente limpa. “Certamente esta opção é muito mais barata
e versátil para atender regiões afastadas
e até mesmo inóspitas”, comentou.
Recentemente o gerente de projetos
do ministério, Pedro Lucas Araújo, destacou que o crescimento da banda larga móvel em todas as regiões do Brasil
comprova que o serviço é um importante instrumento de inclusão digital. “Com
um crescimento tão expressivo, fica evidente que o serviço está chegando a todas as camadas sociais e não apenas às
classes A e B”, afirmou.
Os estudos em torno do Conectar
focam no prolongamento do período de
suspensão do balão, que na época dos
testes de apresentação só conseguia armazenar um volume de gases suficiente
para aproximadamente uma semana.
Revista
18
PA
@Premac
Foto Embrapa Amazônia Oriental
ECONOMIA
Dendê:
a salvação da
lavoura?
O cultivo de palma na Amazônia tem produzido
ganho econômico a agricultores locais e se mostra
como possibilidade de produção de energia
ELIELTON AMADOR
Revista
PA
19
Fotos Embrapa Amazônia Oriental
C
onsiderado uma das grandes
fontes com potencial para a
produção de biodiesel, além de
abastecer as indústrias de alimentos e
de cosméticos, o dendê, em tão pouco
tempo, colocou o Pará em posição de
destaque no cenário nacional como
o maior produtor da palma no Brasil.
De acordo com a Embrapa Amazônia
Oriental, enquanto um hectare
plantado de soja gera em torno de 500
quilos de óleo, o mesmo terreno com
dendê pode gerar até dez vezes mais, ou
seja, 5 mil quilos de óleo.
O dendê tem transformado paisagens na Amazônia, principalmente no
Pará. Por aqui existem cerca de 170 mil
hectares de plantações, sobretudo entre
os municípios de Moju, Tailândia, Mocajuba e Tomé-Açú, onde o clima é perfeito para o plantio e a produção.
A mudança da paisagem é tanto
natural quanto cultural. Parte das áreas degradadas na Amazônia (são mais
de 76 milhões de hectares) hoje são
ocupadas pelas copas das palmeiras
que podem chegar, em seu ambiente
natural na África a até 30 metros de
altura. No meio cultural, os agricultores que antes viviam exclusivamente
da roça tradicional, da caça e da pesca,
agora vivem como microempresários
do setor agrícola, com uma renda média mensal de R$ 2.600,00 por cada 10
hectares de dendê plantado.
Porém, geógrafos, antropólogos e
outros pesquisadores sociais alertam sobre o impacto da mudança dos costumes
entre os agricultores, visto que a maioria
Revista
20
PA
já se adaptou ao processo de integração
às empresas que compram a sua produção, e celebram os ganhos econômicos
da atividade. Atualmente, com a dificuldade de fixar o homem no campo –
uma dificuldade em todo o País e até no
mundo, graças aos atrativos sociais das
cidades –, uma atividade agroindustrial
como a cultura de dendê parece se tornar uma tendência bem-sucedida.
Na dissertação de mestrado do
geógrafo Cleison dos Santos, defendida recentemente na Universidade
Federal do Pará (UFPA), não faltam
camponeses que se alegram com a atividade do dendê. O trabalho, “Dendeicultura e Comunidades Camponesas
na Amazônia Paraense: Uma Análise
do Município de Moju”, alerta para as
mudanças culturais e recomenda ainda
maior proteção da atividade produtiva
e trabalhista dos pequenos produtores
de dendê consorciados. Rigor com direitos trabalhistas e normas ambientais
não faltam à cadeia produtiva do dendê. Para alguns, até demais.
Na Malásia e na Indonésia, onde
existe a maior produção de óleo de dendê do mundo, a monocultura cresceu
indiscriminadamente, afetando o meio
ambiente e quase dizimando espécies.
No Brasil, onde a visibilidade mundial
é grande, as leis são rígidas. Não se
pode plantar dendê sem manter a floresta nativa ao redor, e o trabalho dos
produtores e empregados é fiscalizado
por uma ONG internacional, a Roundtableon Sustainable Palm Oil (RSPO),
criada pela própria cadeia produtiva da
palmeira. No Pará, a Agropalma, uma
das nove empresas que explora a produção e beneficiamento do produto, foi
a primeira a conseguir a certificação.
Atualmente, mesmo com toda a
força do dendê, a retração dos mercados internacionais e a crise política no
Brasil podem adiar o que os defensores
da cultura mais querem: que ela aumente. Afinal, o País ainda importa mais da
metade do óleo de dendê que consome.
E o dendê, utilizado principalmente na
indústria de alimentos é matéria-prima
também na fabricação de cosméticos,
tintas e entra na composição do diesel,
cujo percentual de biodiesel é obrigatório na proporção de 5%.
Alfredo Homma, economista e
pesquisador da Embrapa, é um dos
defensores da cultura do dendê. Com
toda a complexidade que a cultura envolve e as críticas, seja da destruição
das culturas tradicionais nas regiões
onde ele pode ser plantado, seja do
impacto ambiental, ele acredita que
há muito que crescer com a produção.
“Hoje nós temos 0,5% da produção de
óleo do mundo. O Equador, que é nosso vizinho, produz o dobro que nós, e
a Colômbia três vezes mais. A legislação ambiental ainda é muito dura. Enquanto no resto do Brasil precisamos
preservar 20% da área original, na
Amazônia esse percentual chega até
a 80%. Mas é bom saber que o dendê
trabalha em área antropizada e preserva o carbono”, explica.
Mas a questão ambiental não está
sozinha. A Petrobras celebrou sob o
governo do então presidente Lula, a
criação de uma parceria com a Galp
Energia, empresa portuguesa que pretende comprar óleo de palma do Brasil para produzir biodiesel na Europa.
Entretanto a produção ainda não foi
à frente. Um dos problemas ainda é a
adaptação de novos agricultores à cultura do dendê. O cultivo exige normas
rigorosas. Mas, a crise política e a estagnação da economia financeira também ameaçam o projeto, que inclui a
implantação de uma usina de processamento do dendê em Tailândia.
Segundo o diretor presidente da
Belém Bioenergia Brasil, empresa criada pela Petrobras para implantar o
projeto de produção energética a partir do dendê no Pará, Danúbio Saraiva
de Souza, a previsão de instalação da
usina é entre o final de 2017 e início de
2018. E outra deve ser implantada em
Tomé-Açu até 2019.
Os planos para o dendê são maiores. A Petrobras já fechou acordo que
garantiu o plantio de 60 mil hectares
da palma em terras de agricultores familiares, pequenos empresários e solos arrendados. Mas, diante das atuais
circunstâncias, a empresa está revendo
todos os seus projetos. “A ideia é que ela
priorize os projetos que são economicamente viáveis. Nós acreditamos que o
projeto do dendê é viável”, diz Danúbio,
com inquestionável otimismo.
O pesquisador Alfredo Homma,
por sua vez, não é tão otimista. “Com
a situação atual, não acredito que a Petrobras vá construir processadoras de
dendê no Pará tão cedo. Pelo menos
não agora. Até a Galp deve estar revendo seus projetos”, analisa.
Pesquisas pretendem resolver
dificuldades na produção do biodiesel
Um dos desafios é que o dendê
enfrenta, apesar da grande produção e aproveitamento na indústria
de cosméticos e de alimentos, é o
pouco aproveitamento na composição do biodiesel, que hoje é formado
em sua maior parte por óleo de soja
e por sebo bovino. O problema está
na acidez do óleo da palma, que exigi uma etapa a mais no processo de
produção. Para tentar encontrar uma
solução, a Embrapa Agroenergia, de
Brasília, vem desenvolvendo uma
grande e complexa pesquisa em rede
chamada DendePalm, para mapear o
genoma do dendê e de espécie semelhante, que ajuda a controlar pragas
na lavoura da palmeia, o caiaué.
Entre tantas outras atividades, a
pesquisa quer desenvolver um catalisador que produza óleo próprio ao
uso energético na primeira “prensa”,
uma vez que hoje o óleo precisa ser
refinado após a produção para poder
compor o biodiesel.
Pesquisas científicas e dinâmicas
econômicas, portanto, ainda estão
longe de viabilizar a produção do dendê como óleo combustível, mas é possível que cheguemos lá. Em quanto
tempo, ainda não se sabe. Enquanto
isso, a cadeia produtiva vai agregando
valor, com o aproveitamento da produção e de seus resíduos.
A Biopalma, empresa da Vale, tem
investido pesado no dendê, e ao contrário da Petrobras, não se deixa afetar
pela crise política. A empresa aposta na
produtividade do fruto para superar a
soja na geração de biodiesel e prevê
que vai aumentar sua produção nos
próximos anos atingindo 340 mil toneladas de óleo a partir de 2019 quando
sua plantação atingir a maturidade. “A
usina instalada de Moju tem dois grandes diferenciais: é a primeira planta de
extração de óleo concebida com nível
inédito de automação em seus processos e, também, o maior complexo de
geração de energia limpa já instalado
em uma usina deste tipo no Brasil.
Além disso, quase todos os resíduos
formados ao longo da cadeira produtiva serão reaproveitados pela indústria
na geração de energia renovável”, garante o release da empresa.
O que os dilemas da cadeia produtiva do dendê têm mostrado é que
a saída para a crise de sustentabilidade
da economia mundial não é simples.
E que juntar conhecimentos sociais
com informação científica da natureza é o caminho para superar a complexidade dos fatores envolvidos.
Revista
PA
21
400 ANOS
Fotos Laís Teixeira
Água
esgoto
e
Belém fica a
desejar nos
serviços
SUELY NASCIMENTO
Revista
22
PA
B
elém, conhecida como a
Metrópole
da
Amazônia,
com mais de 1 milhão e 400
mil moradores, que necessitam
de serviços de água e de esgoto de
qualidade, para usufruir uma vida
mais saudável. Seu território, de
1.059,46 km², é repleto de rios e seus
afluentes, onde se capta água e, em
situações diversas, deságua esgoto.
A empregada doméstica Francisca de Deus do Espírito Santo, 60 anos,
nasceu em Jubim, na ilha do Marajó, e
veio morar há cerca de 15 anos, no bairro Pratinha. Com uma casa, atualmente
em alvenaria, na passagem Santo Afonso, que inicia na rodovia Artur Bernardes e termina às margens da Baía do
Guajará, ela consegue água apenas na
torneira do pátio, a mais próxima ao
chão, quando falta água, o que acontece
quase todos os dias. “Chega bem fina e
amarelada, por isso tomamos banho de
cuia. E, para beber, só mineral, e temos
comprado um garrafão a R$ 5, a cada
quatro dias”, conta.
Sua moradia tem uma fossa no
quintal, construída há cerca de três
anos. E em mais dois vizinhos da passagem, também. O restante das casas
dessa via tem apenas um cano para
escoar os dejetos humanos direto na
vala. “Por isso, em alguns dias da semana, os moradores pegam enxadas,
retiram as fezes das valas, colocam em
grandes sacos plásticos, e vão jogá-las
na baía. Isso acontece, geralmente, à
noite, quando o fedor está insuportável”, acrescenta Francisca. Segundo
ela, essa situação existe mesmo antes
de mudar-se para o bairro.
A amazonense Temis Amoedo
Barbosa, 56 anos, mora, aproximadamente, há 13 anos na vila Lima, com
acesso pela Av. José Bonifácio, no bairro Guamá. Segundo a cuidadora de
idosos, de suas torneiras sai água limpa
e forte. Todo mês, paga um valor em
torno de R$ 18 e, normalmente, não
falta. Mas, para beber, costuma comprar água mineral, só que ao preço de
R$ 6 o garrafão, utilizando dois por semana. “Faço esse gasto a mais, pois não
confio na água que chega em casa”, afirma a moradora.
Na casa de D. Temis a água é limpa, mas
ela compra água mineral para beber
Na Pratinha, D. Francisca enfrenta o
abastecimento precário e água amarelada
Com relação ao esgoto, Temis conta que, há cerca de cinco anos, os moradores da vila reivindicaram, junto à
administração pública municipal, o esgoto; e foram atendidos. “Os canos das
casas da vila, a partir de então, não entopem mais. Mas tenho conhecidas que
moram há alguns quarteirões daqui,
ainda no Guamá, que não têm água e
nem esgoto”, acrescenta.
No bairro Cremação há cinco décadas, a cuidadora de idosos Fátima
Silva, 53 anos, tem água e esgoto em
sua casa. “A água está limpa, às vezes.
E, em outras, amarelada. Uso para lavar
roupas e limpar a casa. E para beber,
tenho que coar a água, colocando um
pano amarrado à torneira”, explica a
moradora da rua dos Pariquis.
Revista
PA
23
RANKING DE
SANEAMENTO
Belém ocupa a posição 93, no novo
ranking do saneamento nas cem maiores
cidades brasileiras, elaborado pelo Instituto Trata Brasil. A pesquisa teve como
base os números do Sistema Nacional
de Informações sobre Saneamento, de
2013, e apresenta a situação do acesso da
população aos serviços de água tratada,
coleta e tratamento de esgotos, realizados pela Companhia de Saneamento do
Pará (Cosanpa) e Serviço Autônomo de
Água e Esgoto de Belém (Saaeb). Conforme o documento, disponível na página eletrônica www.tratabrasil.org.br/, os
avanços continuam tímidos para atingir
a universalização dos serviços em 20
anos, prazo do Plano Nacional de Saneamento Básico – 2014 a 2033.
O geólogo e professor Milton Matta,
coordenador do Laboratório de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, da Universidade Federal do Pará, mostra que
nessa pesquisa, o indicador de atendi-
mento total de esgoto tratado em Belém
é de 7,1%. “O que significa que 92,9% do
esgoto não tratado da capital paraense
vão para os rios. Então, se tem todas as
praias, os igarapés e os recursos hídricos
superficiais contaminados”, afirma.
Para Milton Matta, isso acontece
porque saneamento não dá prestígio ao
político. “Se a obra for feita, o povo não
vai ver, pois será subterrânea. Então, o político não faz”, acrescenta. Mas o professor
observa que se houver um bom saneamento, evita-se a poluição dos rios, das
praias e de todos os cursos d’água; assim
como doenças de veiculação hídrica.
Matta explica, ainda, que Belém é
abastecida com a água de recursos superficiais, como lagos Água Preta e Bolonha, e rio Guamá. “No entanto, deveria
ser dos recursos hídricos subterrâneos,
pois é de melhor qualidade, mais protegidos, mais duradouros e com valor
menor para repassar à população”, acrescenta. Segundo ele, há várias pesquisas
de poços profundos, feitas por alunos da
UFPA, para bairros como Nazaré, Val-de-Cans, Umarizal e Pedreira-Marco,
que podem ser utilizadas.
ENCANAÇÃO SECULAR
À época de 1800, no século XIX,
havia chafariz nas ruas da cidade. Com
água cristalina, supria a necessidade da
população de então. A informação é da
obra “Macrodrenagem e água potável
em Belém do Pará”, de autoria de Dantas
de Feitosa, publicada em 1994. Segundo
diretores da Companhia de Saneamento
do Pará (Cosanpa), boa parte da tubulação de água da capital paraense tem origem naquele século, como as que estão
localizadas no centro da cidade.
Segundo o engenheiro eletrônico
Fernando José da Costa Martins, diretor
de expansão e tecnologia; e o engenheiro mecânico Antônio Carlos Crisóstomo Fernandes, diretor de operações da
Companhia de Saneamento, ainda há
um percentual significativo dessa tubulação construída em ferro na cidade que,
ao longo do tempo, foi se deteriorando.
Eles explicam que, atualmente, quase
50% da água tratada originada dos lagos
Água Preta e Bolonha, e do rio Guamá,
são desperdiçados até chegar à casa dos
moradores. Um dos motivos é que há
muitos furos nos antigos canos de ferro.
Uma das grandes dificuldades em
substituir essas tubulações, segundo os
diretores, é que raramente há fontes de
renda quePA podem ser utilizadas para
24
Revista
manutenções, incluindo a substituição
dessa antiga rede; e seria por esse motivo
que tais obras vão sendo feitas ao longo
do tempo, sem um grande investimento. “Normalmente, há verba para novas
obras, como é o caso do Plano Diretor do
Sistema de Abastecimento de Água para
Belém, que prevê a necessidade de investimento em R$ 1 bilhão, em 20 anos, para
melhorias significativas nos serviços prestados”, ressalta Fernando José.
Atualmente, conforme informações do engenheiro Antônio Carlos, há
1.640km de rede de distribuição de água
em Belém. “Quase a extensão da rodovia
federal Belém-Brasília. Ela abastece cerca
de 80% da população da capital paraense”,
exemplifica. E acrescenta, que os quase
20% restantes usufruem da água por meio
de poços, perfurados às proximidades de
suas residências.
Antônio Carlos diz ainda que a água
distribuída sai da Estação de Tratamento do Utinga com força. No percurso
pela rede de distribuição, ela pode chegar às residências de maneira abundante e até ir perdendo força ao longo do
caminho. Por esse motivo que, segundo
ele, a força da água varia de casa para
casa, em um mesmo bairro. Para suprir
essa questão a Cosanpa vem construin-
do poços profundos, com 270 metros,
em bairros mais afastados do centro da
cidade, como Entroncamento.
Com relação ao esgoto, hoje, Belém
atende 8% da população, conforme os engenheiros. De acordo com Antônio Carlos, o que há de rede de esgoto, na grande
maioria, é o que os ingleses fizeram, no
passado. E explica que a ampliação vem
sendo feita. “No entanto, são obras muito caras”, justifica. A Lei de Saneamento
Básico do Brasil, nº 11.445, foi aprovada
há apenas cerca de oito anos, em janeiro
2007, o que ordena toda uma caminhada
nesse importante setor da população e
obriga a realização dessas obras.
Os diretores confirmam que nos
próximos meses, o Saaeb, hoje sob responsabilidade da Prefeitura Municipal
de Belém, passará a ser parte do setor
operacional da Cosanpa que, possivelmente, realizará ampliações no que se
refere ao tratamento de esgoto. Conforme Antônio Carlos, hoje, 80% do saneamento da capital paraense tem como
responsável a Cosanpa; 10% é do Saaeb
(Icoaraci, Outeiro, Mosqueiro e Cutijuba); e 10% está descoberto, onde a comunidade cava poços e onde o saneamento
não existe. “Em breve, a única operadora
desse sistema será a Cosanpa”, ressalta.
Foto Vale
MERCADO DE TRABALHO
Crise já afeta setor mineral
SUELY NASCIMENTO
O
poderoso ramo de atividade dos
bens minerais está em um momento crítico, em âmbito mundial. O início desta década veio apresentando graves situações econômicas nessa
área, lideradas pela continental China.
E a previsão é de que esta conjuntura se
mantenha por mais algum tempo. A avaliação é do experiente geólogo José Waterloo Lopes Leal, 70 anos, com quase 50
anos de atividade profissional.
Como presidente da Associação Profissional dos Geólogos da Amazônia,
entidade de classe que ajudou a fundar,
explica que este setor mineral é respon-
Crescimento à vista
Considerada a maior produtora de
minério de ferro do mundo e instalada no Pará há cerca de três décadas, a
Vale, nos últimos seis meses, foi uma
das empresas que sugeriram cortes na
produção existente, redução das vendas e/ou retomada menos acelerada do
crescimento, conforme informações de
analistas da área. Em abril passado, essa
empresa estava considerando reduzir a
meta de produção de minério de ferro,
em até 30 milhões de toneladas, nos
próximos dois anos.
E, neste agosto, a Vale confirmou
previsões de que deve fechar o ano
com investimentos aproximados em
US$ 8 bilhões. No mercado, há, no entanto, novas estimativas de que o número deve ser ainda menor, na faixa
de US$ 7 bilhões. Números diferenciados da previsão inicial, que era cerca
de US$ 10 bilhões. Em meio à crise do
setor, no entanto, a Vale recebeu autorização do Ministério dos Transportes
para o projeto de expansão da Estrada
de Ferro de Carajás, no Pará.
sável por mais de 70% das exportações
paraenses. E, em decorrência dessa questão globalizada, o número de postos de
trabalho vem diminuindo ao longo dessa crise. Principalmente, em municípios
onde esses bens minerais são explorados.
Parauapebas, Canaã dos Carajás, Marabá e Curionópolis são algumas localidades do Pará que sentem essa conjuntura
internacional. Devido à queda nas exportações, têm explorado menos minérios e,
consequentemente, têm utilizado menos
mão-de-obra. Na região do rio Tapajós,
oeste paraense, conhecida por reservas
de ouro, mais de 20 empresas Júnior, de
pesquisa mineral, foram prejudicadas e,
consequentemente, seus envolvidos.
Segundo José Leal, com essa situa-
ção mundial, não é só o geólogo o maior
prejudicado, mas profissionais de áreas
diversas, pois um projeto mineral emprega trabalhadores de inúmeros setores
do conhecimento humano. Sentindo as
consequências do desemprego estão os
engenheiros civil, de fundação, elétrico e
segurança do trabalho, por exemplo.
“O Pará é um estado que vive em cima
da mineração. Seus bens minerais são diversos como alumínio, calcário, cobre, ferro
e ouro, exportados em seu estado primário.
E, para se ter uma ideia da crise; há cerca de
três anos, a tonelada do ferro tinha o custo
de US$ 190. Atualmente, o valor está em
torno de US$ 45”, contextualiza José Leal. E
acrescenta, que estão sendo estudadas possibilidades de contornar esse momento.
Demissões constantes
Regidos pela Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), os trabalhadores
demitidos de empresas mineradoras
paraenses, da área da engenharia, têm
se dirigido ao Sindicato dos Engenheiros no Estado do Pará (Senge-Pa), com
sede em Belém. Eugenia Von Paumgartten, formada há 37 anos e presidente da entidade, conta que do último mês
de junho, até o momento, realizou cerca
de 25 homologações. E, entre estes tra-
balhadores, havia, aproximadamente,
oito executivos da mineração paraense.
Na opinião de Eugenia Von Paumgartten, engenheira de transmissão da
Celpa, há 30 anos, a elevação do número de demissões no Pará vem ocorrendo desde setembro de 2014.
O Senge-Pa ajuda a divulgar vagas
disponíveis nesse mercado de trabalho, em sites da internet, na home page
http://www.sengepa.com.br/.
Vagas disponíveis publicadas pelo Senge:
- administrador Comos – PDMS
- analista de desenvolvimento
de produto;veículos
- analista de qualidade e meio ambiente
- coordenador de projetos de
construção civil
- engenheiro civil
- engenheiro civil de obras
- engenheiro de alimentos
- engenheiro de automação
- engenheiro de infraestrutura
- engenheiro de vendas
- engenheiro eletricista
- engenheiro mecânico eletricista
- engenheiro pleno
- gerente de qualidade
- orçamentista
- professor de geotécnica
- professor de sistemas de
potência
- supervisor de
manutenção mecânica
Revista
PA
25
POR DENTRO DO CREA
INSPETORIA: competências e atribuições
Uma extensão técnico-administrativa da sede, a unidade regional auxilia engenheiros,
agrônomos e a comunidade local nos assuntos relacionados às profissões tecnológicas
Ó
rgão executivo que representa o
CREA-PA no município ou na
região onde está instalado, a Inspetoria tem por finalidade principal fiscalizar o exercício das profissões abrangidas pelo Sistema Confea/Crea e ofertar
serviços de apoio aos profissionais.
Atualmente, o CREA-PA conta com
21 Inspetorias no interior paraense.
Cada unidade é composta por dois inspetores, sendo um deles o inspetor-chefe. Por ser uma função honorífica, cada
inspetor deve estar legalmente habilitado em uma profissão do Sistema, em dia
com suas obrigações e ser indicado pelo
presidente do Conselho Regional.
Sendo assim, a Inspetoria é a representante do CREA-PA na sua localida-
de: fiscaliza, divulga a legislação, instrui
documentos protocolados a serem encaminhados ao CREA para análise; recebe
anuidades, taxas de serviços e multas;
cumpre e faz cumprir a legislação federal,
as resoluções, as decisões normativas, as
decisões plenárias baixadas pelo Confea,
os atos normativos e os atos administrativos baixados pelo CREA-PA.
CONHEÇA AS INSPETORIAS PARAENSES
ALTAMIRA
Av Brigadeiro Eduardo Gomes, nº 2610. Sala
105 - 2º Cartório Civil. Esplanada do Xingu. Fone:
Atendimento (93) 3515-9677 / Fiscalização
3515-9679. E-mail [email protected].
BARCARENA
Av. Dom Romualdo Coelho, nº 13, Quadra 375 Vila dos Cabanos. Fone: (91) 3754-3282 / 3185.
E-mail: [email protected].
BRAGANÇA
Av. Polidório Coelho, S/N – Sala 03 – Alegre.
Fone: (91) 3425-4490 / 4491. E-mail: insp.
[email protected].
CAMETÁ
Trav. Monsenhor Miguel Inácio, nº 229 – Centro.
Fone: (91) 3781-1421 / 2912. E-mail: [email protected].
CASTANHAL
Rua Romão Martins, nº16 – Caiçara. Fone:
Atendimento (91) 3721-5836 / Fiscalização 37215860. E-mail: [email protected].
CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA
Rua Diogo Mourão, nº 679, Sala 02 – Centro.
Fone: (94) 3421-0283 / 0160. E-mail: insp.
[email protected].
ITAITUBA
Av. Dr. Hugo de Mendonça, S/N. Itaituba. Fone:
(93) 3518-3861 / 3860 (fone/fax). E-mail: insp.
[email protected].
JURUTI
Rua Joaquim Gomes do Amaral, nº 15, Box
02. Fone: (93) 3536-1621. E-mail: insp.juruti@
creapa.com.br.
MARABÁ
Folha 32, Quadra 19, Lote 30 - Nova Marabá.
Fone:(94) 3322-2678 / 2825 / 2009. E-mail:
[email protected].
MONTE ALEGRE
Rua Dr. João Coelho, nº 440. Cidade Alta. Fone:
(93) 3533-2277 / 2282. E-mail: [email protected].
CANAÃ DOS CARAJÁS
Av. Weyner Cavalcante, nº 606, Sala 3 – Centro. Fone: (94) 3358-1230 / 1267. E-mail: insp.
[email protected].
Revista
26
PA
PARAGOMINAS
Rua Rio Finex, nº 189. Centro. Fone: (91) 37296093 / 6103. E-mail: insp.paragominas@creapa.
com.br.
Fotos Ascom CREA-PA
ANANINDEUA
Cidade Nova II, WE 21, nº 52 – Coqueiro. Fone:
Registro Profissional (91) 3263-1457 / Atendimento 3263-1472 / 3295-4361. E-mail: insp.
[email protected].
CAPANEMA
Rua João Pessoa, nº 126 – Centro. Fone: (91) (91)
3462-4801. E-mail: [email protected].
PARAUAPEBAS
Rua 9, nº 254, esquina da Rua J. União. Fone/
Fax: (94) 3346-3413 / 3532 / 7023. E-mail: insp.
[email protected].
REDENÇÃO
Rua José Júlio da Silva, nº 12. Centro. Fone: (94)
3424-4250 / 4251. E-mail: insp.redencao@
creapa.com.br.
SANTARÉM
Tv. Moraes Sarmento, nº 659. Santa Clara. Fone:
Atendimento (93) 3523-2859 / Fiscalização
3522-1691 / Inspetor 3522-1716. E-mail: insp.
[email protected].
NOVO PROGRESSO
Rua Monte Castelo, nº 593. Jardim Planalto.
Fone: (93) 3528-1413. E-mail: [email protected].
TUCURUÍ
Bloco “O”, Sala 04. Centro Comercial da Vila
Permanente (próximo à Receita Federal). Fone:
(94) 3778-4052 / 3778-4325 (Fax). E-mail: insp.
[email protected];
ORIXIMINÁ
Tv. Antônio Bentes, nº 471 - Box 02. Fátima.
Fone: (93) 3544-1191 / 1647. E-mail: [email protected].
XINGUARA
Rua Cecília Meirelles, nº 459. Centro. Fone/Fax:
(94) 3426-1404 / 1409. E-mail: insp.xinguara@
creapa.com.br.
LIVROS
s recursos e as novidades do AUTODESK INVENTOR 2015
O
PROFESSIONAL são apresentados nesta obra. Aborda tecnologia adaptativa, simulação de movimentos mecânicos e gravação
de vídeos, análises de interferência e dinâmica, animações, criação
de catálogos de peças, biblioteca de componentes normalizados
e criação de peças com lógica de programação básica. Contém
exemplos, imagens e exercícios resolvidos dentro dos nichos de
modelagem, montagem, desenhos 2D e 3D, vista explodida, entre
outros. Editora Érica.
R-12: SEGURANÇA EM
N
ATIVIDADES COM
MÁQUINA INJETORA DE MATERIAIS
PLÁSTICOS é direcionado aos profissionais que trabalham
com esse tipo de
equipamento, apresentando em
detalhes os riscos envolvidos,
os procedimentos adequados
de utilização da máquina e a
legislação sobre segurança nessa área específica. Publicação
do Senai/SP.
livro CURSO
BÁSICO DE ENO
GENHARIA LEGAL
E DE AVALIAÇÕES
preenche a lacuna
existente na literatura
específica. Em um
único livro abrange
matéria pericial e
avaliatória, na teoria e
na prática. É o livro texto do
consagrado Curso de Extensão em Engenharia Legal e de
Avaliações da Universidade
Federal Fluminense.
m MANUTENÇÃO MECÂNICA INDUSTRIAL – CONESamuel
CEITOS BÁSICOS E TECNOLOGIA APLICADA, Paulo
de Almeida define os conceitos e as aplicações dos tipos de
manutenção mais utilizados atualmente e sua importância. Trata
da Manutenção Produtiva Total, também conhecida por TPM. Demonstra as características químicas e físicas dos metais ferrosos e
não ferrosos, e as propriedades de cada metal para a fabricação de
peças para construção ou reposição de máquinas e equipamentos.
Apresenta informações sobre redutores e variadores de velocidade, cálculo industrial, soldagem, automação hidráulica, circuitos
pneumáticos e lubrificação industrial.
TERRENOS DE MARINHA
TERRENOS MARGINAIS
DOS RIOS NAVEGÁVEIS
- LPM
- LMEO
- ACRESCIDOS
- DEMARCAÇÃO DA
LPM-1831 E LMEO
- INDEMARCABILIDADE
DA LPM-1831
- INEXISTÊNCIA DE
TERRENO DE
MARINHA
- MARÉ
- ZERO HIDROGRÁFICO
- PRAIA
- ILHA
- VÁRZEA
- MANGUEZAL
- TERRAS CAÍDAS
- LINHA DE JUNDU
- MAR TERRITORIAL
- LEGISLAÇÃO
- INSTRUÇÕES
NORMATIVAS
T
ERRENO
DE
MARINHA
E TERRENO
MARGINAL
PARAGUASSÚ ÉLERES
DOS RIOS
NAVEGÁVEIS
LPM, LMEO,
ACRESCIDOS,
INDEMARCABILIDADE DA LPM,
INEXISTÊNCIA DO TERRENO
DE MARINHA, MARÉ, ZERO
HIDROGRÁFICO, PRAIA, ILHA,
VÁRZEA, MANGUEZAL, TERRAS
CAÍDAS, LINHA DE JUNDU, MAR
TERRITORIAL, LEGISLAÇÃO
A Lei do Terreno de Marinha fixou
como marco topográfico para medição
da faixa de 33 metros o ponto onde
a Linha do PREAMAR MÉDIO de
1831 tocou o solo, marca improvável
de identificar, tanto pelas alterações
no litoral (erosões, aterros) como pela
elevação do nível dos oceanos que,
segundo a ONU, é de 30 cm por século,
gerado pelo efeito estufa.
184 anos depois está 54 cm mais
elevado. Ou seja: a LPM não existe
onde tocou o solo em 1831, ou está
submersa pelo atual nível oceânico e
por isso é indemarcável. Esta complexa
matéria é tratada do ponto de vista
técnico e jurídico no livro do professor
Paraguassú Éleres. Adquira-o. Deposite
R$70,00 na CC 97700-4 da Ag. 1396
do Bradesco e envie comprovante, com
nome, endereço e CEP para o e-mail
[email protected].
Edição do autor
2014
LIVRARIA
ACADÊMICA
Revista
PA
27
Revista
28
PA
Download

do Lourenço - CREA-PA