27 de Abril 2010
Índice Sintético de Desenvolvimento Regional
2007
De acordo com os resultados do Índice Sintético de Desenvolvimento Regional (ISDR), quatro sub-regiões
portuguesas situavam-se com valores acima do índice de desenvolvimento médio nacional em 2007: por ordem
decrescente, a Grande Lisboa, o Pinhal Litoral, a Beira Interior Sul e o Baixo Vouga.
Na competitividade, evidenciava-se o Litoral continental por oposição ao Interior; na coesão, os resultados
reflectiam maior equilíbrio sub-regional do que o observado para a competitividade e para o índice global de
desenvolvimento, verificando-se um melhor desempenho no território continental central em detrimento das
sub-regiões continentais do Norte e do Sul e das regiões autónomas; na qualidade ambiental, à semelhança do
observado para a coesão, denota-se um padrão territorial relativamente equilibrado e tendencialmente invertido
face ao revelado para a competitividade com as sub-regiões do Litoral a apresentarem, em geral, menor
qualidade ambiental.
Com a divulgação da série de dados referentes ao período 2004-2007, o Instituto Nacional de Estatística inicia a
divulgação regular anual dos resultados do Índice Sintético de Desenvolvimento Regional (ISDR).
Em Maio de 2009, foi divulgado um primeiro estudo com resultados para os anos de 2004 e 2006. As
manifestações de interesse ocorridas salientaram a importância de que este instrumento estatístico fosse
produzido numa base anual, de forma a apoiar a elaboração de relatórios de acompanhamento das políticas
públicas com incidência territorial. A discussão e a reflexão desenvolvidas subsequentemente, tendo em vista a
divulgação anual de resultados, conduziram à redefinição de algumas variáveis de base e a ajustamentos
metodológicos, pelo que os dados agora divulgados não são directamente comparáveis com os dados
publicados no estudo editado em 2009.
Os resultados para 2004, 2005, 2006 e 2007 e as opções metodológicas subjacentes à concepção e
operacionalização do ISDR estão disponíveis em www.ine.pt.
O desempenho das subsub-regiões NUTS III em 2007
Os resultados do ISDR relativos ao ano de 2007 revelam que, embora o padrão territorial seja distinto consoante
a vertente do desenvolvimento em perspectiva, as sub-regiões com um índice global de desenvolvimento
regional mais elevado tendem a concentrar-se no Litoral do Continente português.
Índice Sintético de Desenvolvimento Regional – 2007
de Novembro 2009 a Maio 2010,
1/7
O INE realiza o Recenseamento Agrícola junto de todos os agricultores portugueses, com o
objectivo de caracterizar as explorações agrícolas, a mão-de-obra e os sistemas de produção agrícola, bem como as medidas de protecção e melhoria
do ambiente e da biodiversidade. A discussão da nova PAC em 2010 beneficiará dos resultados do RA 09.
No índice global de desenvolvimento regional, em resultado do comportamento conjunto nas vertentes
competitividade, coesão e qualidade ambiental, apenas quatro sub-regiões superavam a média nacional: Grande
Lisboa (de forma destacada), Pinhal Litoral, Beira Interior Sul e Baixo Vouga. Embora não de forma tão vincada
como na competitividade, constatava-se algum domínio das sub-regiões do Litoral.
Índice global de desenvolvimento
desenvolvimento regional (Portugal = 100), NUTS III, 2007
Grande Lisboa
Pinhal Litoral
Beira Interior Sul
Baixo Vouga
Alto Alentejo
Minho-Lima
Baixo Mondego
Ave
Grande Porto
Serra da Estrela
Entre Douro e Vouga
Península de Setúbal
Alentejo Central
Cova da Beira
Cávado
Oeste
Baixo Alentejo
Dão-Lafões
Frequências
Beira Interior Norte
Médio Tejo
100,9
PT=100
97,6
Algarve
Lezíria do Tejo
Alentejo Litoral
> Mediana
< Mediana
> Mediana
< Mediana
2 2 13 13
Douro
Pinhal Interior Sul
R. A. Madeira
Pinhal Interior Norte
Alto Trás-os-Montes
Tâmega
0
R. A. Açores
90
95
100
PT
105
110
50 Km
115
O índice de competitividade pretende captar o potencial de cada sub-região para um bom desempenho (seja em
termos de recursos humanos, seja no que respeita a infra-estruturas físicas), o grau de eficiência na trajectória
seguida (medido pelos perfis educacional, profissional, empresarial e produtivo) e, finalmente, a eficácia na
criação de riqueza e na capacidade demonstrada pelo tecido empresarial para competir no contexto
internacional. Nesta componente, evidenciava-se o Litoral continental por oposição ao Interior e às regiões
autónomas. Das 30 sub-regiões NUTS III portuguesas, as cinco com um índice de competitividade superior à
média nacional, em 2007, localizavam-se no Litoral continental: a Sul, a Grande Lisboa e o Alentejo Litoral, no
Centro, o Baixo Vouga e, a Norte, o Grande Porto e o Ave. Considerando os desempenhos marginalmente abaixo
da média nacional – Península de Setúbal e Entre Douro e Vouga, emerge uma imagem territorial marcada por
Índice Sintético de Desenvolvimento Regional – 2007
2/7
dois espaços contínuos, ambos no Litoral, com maior índice de competitividade do que o restante território
nacional.
Competitividade (Portugal = 100), NUTS III, 2007
Grande Lisboa
Baixo Vouga
Grande Porto
Alentejo Litoral
Ave
Península de Setúbal
Entre Douro e Vouga
Pinhal Litoral
Algarve
Cávado
R. A. Madeira
Oeste
Dão-Lafões
Minho-Lima
Lezíria do Tejo
Baixo Mondego
R. A. Açores
Alentejo Central
Frequências
Médio Tejo
Tâmega
103,7
PT=100
91,1
Baixo Alentejo
Cova da Beira
Douro
>= Mediana
< Mediana
>= Mediana
< Mediana
3
2 13 12
Beira Interior Norte
Alto Alentejo
Beira Interior Sul
Pinhal Interior Norte
Pinhal Interior Sul
Alto Trás-os-Montes
0
Serra da Estrela
70
80
90
100
PT
110
50 Km
120
A coesão está associada ao grau de acesso da população a equipamentos e serviços colectivos básicos de
qualidade, aos perfis conducentes a uma maior inclusão social e à eficácia das políticas públicas traduzida no
aumento da qualidade de vida e na redução das respectivas disparidades. Na coesão, os dados reflectiam maior
equilíbrio regional do que o observado para a competitividade e para o índice global de desenvolvimento, com
melhor desempenho no território continental central em detrimento das sub-regiões continentais do Norte e do
Sul e das regiões autónomas. Destacavam-se, em particular, os desempenhos mais favoráveis verificados no
Baixo Mondego, na Grande Lisboa e na Beira Interior Sul. A quatro sub-regiões do Norte – Tâmega, Alto Trás-osMontes, Douro e Ave – e às duas regiões autónomas correspondiam os índices de coesão mais reduzidos.
Índice Sintético de Desenvolvimento Regional – 2007
3/7
Coesão (Portugal = 100), NUTS III, 2007
Baixo Mondego
Grande Lisboa
Beira Interior Sul
Pinhal Litoral
Serra da Estrela
Médio Tejo
Alto Alentejo
Península de Setúbal
Alentejo Central
Cova da Beira
Oeste
Lezíria do Tejo
Baixo Vouga
Grande Porto
Beira Interior Norte
Minho-Lima
Cávado
Algarve
Frequências
Entre Douro e Vouga
Baixo Alentejo
103,4
PT=100
95,9
Pinhal Interior Norte
Dão-Lafões
Alentejo Litoral
> Mediana
< Mediana
> Mediana
< Mediana
7 7 8 8
Pinhal Interior Sul
Ave
Douro
Alto Trás-os-Montes
R. A. Madeira
R. A. Açores
0
Tâmega
70
80
90
100
PT
110
50 Km
120
Na qualidade ambiental, captam-se as pressões exercidas pelas actividades económicas e pelas práticas sociais
sobre o meio ambiente (numa perspectiva vasta que se estende à qualificação e ao ordenamento do território),
os respectivos efeitos sobre o estado ambiental e as consequentes respostas económicas e sociais (seja em
termos de comportamentos individuais, seja ao nível da definição de políticas públicas). À semelhança do
observado para a coesão, denota-se um padrão territorial relativamente equilibrado e tendencialmente invertido
face ao revelado para a competitividade, com as sub-regiões do Litoral a apresentarem, em geral, menor
qualidade ambiental. Das 13 sub-regiões que apresentavam uma qualidade ambiental aquém da média nacional,
destacavam-se, o Alentejo Litoral, a Península de Setúbal e o Grande Porto; note-se que estas regiões
encontravam-se entre as mais competitivas, em 2007.
Índice Sintético de Desenvolvimento Regional – 2007
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Qualidade ambiental (Portugal = 100), NUTS III, 2007
Serra da Estrela
Beira Interior Sul
Pinhal Interior Sul
Alto Trás-os-Montes
Alto Alentejo
Beira Interior Norte
Baixo Alentejo
Douro
Grande Lisboa
Minho-Lima
Pinhal Interior Norte
Cova da Beira
Tâmega
Dão-Lafões
Ave
R. A. Madeira
Alentejo Central
R. A. Açores
Frequências
Pinhal Litoral
Cávado
106,0
PT=100
96,4
Entre Douro e Vouga
Médio Tejo
Baixo Vouga
>= Mediana
< Mediana
>= Mediana
< Mediana
9 8
7 6
Baixo Mondego
Oeste
Lezíria do Tejo
Algarve
Grande Porto
Península de Setúbal
0
Alentejo Litoral
70
80
90
100
PT
110
50 Km
120
A análise integrada
integrada do desenvolvimento regional em 2007
Em 2007, as componentes competitividade e coesão apresentavam uma correlação positiva com o
desenvolvimento global (de 0,6 e de 0,7, respectivamente) enquanto, no caso da qualidade ambiental, essa
correlação era pouco expressiva (0,1), reflectindo a inexistência de relação entre o desempenho das sub-regiões
portuguesas na qualidade ambiental e o respectivo desempenho no índice global de desenvolvimento regional.
Ao mesmo tempo, registe-se a correlação negativa verificada entre a competitividade e a qualidade ambiental.
Matriz de correlações, 2007
Índice global
Competitividade
Coesão
Índice global
-
C ompetitividade
0,6
-
Coesão
0,7
0,1
-
Qualidade ambiental
0,1
-0,6
0,0
Índice Sintético de Desenvolvimento Regional – 2007
Qualidade
ambiental
-
5/7
A complexidade do fenómeno do desenvolvimento regional, evidenciado pela perspectiva multidimensional que
o ISDR pretende captar, faz prever perfis sub-regionais heterogéneos, consoante o desempenho de cada subregião nas três vertentes do desenvolvimento em análise e o reflexo dessa conjugação no índice global de
desenvolvimento regional.
A Grande Lisboa constituía a única sub-região com um desempenho, em 2007, acima da média nacional nos
quatro índices compósitos produzidos no âmbito do ISDR; na situação oposta, encontravam-se o Algarve, o
Cávado, o Entre Douro e Vouga e a Região Autónoma dos Açores, com desempenhos abaixo da média nacional
nos quatro indicadores compósitos. O Baixo Vouga e a Beira Interior Sul partilhavam o facto de superarem o
índice global de desenvolvimento médio nacional mas de ficarem aquém da média nacional numa das
componentes: o Baixo Vouga na qualidade ambiental e a Beira Interior Sul na competitividade.
Em 2007, a norma dos desempenhos das sub-regiões portuguesas, observada em 10 NUTS III (um terço do
total), caracterizava-se por territórios menos competitivos e coesos do que o conjunto do país mas com uma
qualidade ambiental superior à verificada ao nível nacional, reflectindo um desenvolvimento global abaixo da
média nacional.
Índice global de desenvolvimento regional (IG), competitividade, coesão e qualidade ambiental: situação face à
média nacional (Portugal = 100), NUTS III, 2007
IG > 100
COMP > 100
COES > 100
AMB > 100
Grande Lisboa
COMP > 100
COES > 100
AMB < 100
Baixo Vouga
IG < 100
Grande Porto
COMP > 100
COES < 100
AMB > 100
COMP < 100
COES > 100
AMB > 100
Ave
Beira Interior Sul
COMP > 100
COES < 100
AMB < 100
COMP < 100
COES > 100
AMB < 100
Alentejo Central
Alto Alentejo
Cova da Beira
Serra da Estrela
Alentejo Litoral
Pinhal Litoral
Baixo Mondego
Médio Tejo
Oeste
Lezíria do Tejo
Península de Setúbal
COMP < 100
COES < 100
AMB > 100
Alto Trás-os-Montes
Minho-Lima
Baixo Alentejo
Pinhal Interior Norte
Beira Interior Norte Pinhal Interior Sul
Dão-Lafões
R. A. Madeira
Douro
Tâmega
COMP < 100
COES < 100
AMB < 100
Algarve
Cávado
Entre Douro e Vouga
R. A. Açores
Índice Sintético de Desenvolvimento Regional – 2007
Frequências
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 5
Grupo 6
1 2 1
0
6 16 4
50 Km
6/7
Nota técnica
O Índice Sintético de Desenvolvimento Regional (ISDR) é um estudo estatístico, de periodicidade anual e cujo
âmbito geográfico é o país. A unidade estatística observada é a sub-região NUTS III, a recolha dos dados é
indirecta e as variáveis que suportam a construção do ISDR provêm de procedimentos administrativos e de
operações estatísticas desenvolvidas no contexto do Sistema Estatístico Nacional.
Com base numa matriz de 65 indicadores estatísticos, para as 30 sub-regiões NUTS III portuguesas,
devidamente normalizados (estandardização estatística e reescalonamento minmax com valores máximo e
mínimo de referência extraídos do conjunto dos 65 indicadores estandardizados para o período temporal
disponível), distribuídos por três componentes – competitividade, coesão e qualidade ambiental – e,
posteriormente agregados por média não ponderada, quer para o nível intermédio das componentes, quer
do nível das componentes para o nível do índice global, obtêm-se quadro indicadores compósitos –
competitividade, coesão, qualidade ambiental e índice global de desenvolvimento regional. Os quatro
indicadores compósitos são apresentados por referência ao contexto nacional (Portugal = 100), sendo o valor
nacional estimado pela média ponderada pela população dos índices das respectivas NUTS III e não obtido
directamente a partir do modelo de análise que é aplicado exclusivamente às NUTS III. Tal como o valor
nacional, os índices relativos às NUTS II são estimados pela média ponderada pela população dos índices das
respectivas NUTS III, como forma de assegurar a compatibilidade entre médias nacionais apuradas em cada
um dos tipos de desagregação regional.
A discussão e a reflexão desenvolvidas na sequência do estudo editado em 2009, tendo em vista a divulgação
anual de resultados, conduziram à redefinição de algumas variáveis de base e a ajustamentos metodológicos,
pelo que os dados agora divulgados não são directamente comparáveis com os dados então publicados.
Os resultados para 2004, 2005, 2006 e 2007 estão disponíveis em www.ine.pt, na opção Informação
Estatística, Dados Estatísticos, Base de dados.
As opções metodológicas subjacentes à concepção e operacionalização do ISDR encontram-se descritas no
documento metodológico Índice Sintético de Desenvolvimento Regional, código 127 / versão 1.0, INE
(disponível em www.ine.pt, na opção Metainformação, Documentos Metodológicos).
Índice Sintético de Desenvolvimento Regional – 2007
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