Exame Nacional de 2010 (1.a Fase) I II III IV 1. D 1. B 1. A 1. C 2. B 2. D 2. C 2. D 3. C 3. C 3. D 3. B 4. C 4. B 4. A 4. C 5. A 5. A 5. B 5. D V 1. Portugal Continental encontrava-se sob a influência de um anticiclone, um centro barométrico em que o movimento vertical do ar é descendente, provocando uma diminuição da humidade relativa do ar, à medida que desce. Assim, não há formação de nuvens e, como tal, a nebulosidade é baixa. 2. No arquipélago dos Açores, no dia 16 de Fevereiro de 2009, o estado do tempo apresentava características geralmente associadas à passagem de uma frente fria, que nesse dia influenciava aquela região: o céu estava coberto de nuvens de desenvolvimento vertical (devido à rápida subida do ar), que originam aguaceiros; a temperatura do ar diminuiu por influência da massa de ar frio. 3. A formação de geada ocorre pela conjugação de temperaturas muito baixas, sobretudo quando se verifica um acentuado e rápido arrefecimento, provocando a condensação do vapor de água presente no ar, que passa, de imediato, ao estado sólido (sublimação). A ausência de vento ou ocorrência de vento fraco também potencia a formação de geadas, uma vez que diminui a possibilidade de evaporação do vapor de água. 4. Devido à localização de Portugal Continental na faixa de latitude de oscilação das perturbações da frente polar, a precipitação diminui de Norte para Sul, o que se reflecte no contraste entre os valores da precipitação total anual do Norte litoral e do Alentejo litoral. Tal facto deve-se à diferença de latitude, mais elevada no Norte litoral, o que coloca essa região mais frequentemente exposta à influência das perturbações da frente polar e, por isso, mais sujeita a precipitações frontais, o que permite um maior número de dias com precipitação e com valores mais elevados. Assim se explica que os valores de precipitação total anual sejam mais elevados no Norte litoral e mais baixos no Alentejo litoral, região muito menos influenciada por essas situações meteorológicas e, por isso, mais seca. As características do relevo também contribuem para este contraste. No Norte litoral, o relevo tem altitudes superiores e apresenta-se com uma disposição quase paralela à linha de costa, criando condições propícias à formação de chuvas orográficas, uma vez que se constitui uma barreira de condensação – o ar húmido, ao encontrar as vertentes, é obrigado a subir, dando-se o arrefecimento adiabático e, consequentemente, o aumento da humidade relativa do ar, o que provoca a ocorrência de precipitação No Alentejo litoral, o relevo é pouco acidentado e de fraca altitude (destacando-se a serra de Grândola), pelo que não constitui uma barreira à penetração do ar marítimo, não favorecendo, por isso, a ocorrência de precipitações orográficas. Assim, tanto a influência da latitude como do relevo são mais favoráveis à ocorrência de precipitação no Norte Litoral do que no Alentejo, o que explica as diferenças entre os valores da precipitação total anual destas duas regiões. VI 1. A área representada na Figura 7 caracteriza-se pelo relevo de formas aplanadas características de áreas de planalto. A fraca cobertura vegetal, com ausência de floresta, permite concluir que se trata de uma região relativamente seca. 2. Nas regiões do interior próximas do rio Douro existem culturas permanentes que contribuem de forma importante para a economia dessas regiões, podendo constituir exemplos significativos a vinha e a oliveira. 3. Nas regiões fronteiriças, como a representada nas Figuras 7A e 7B, podem considerar-se como factores que dificultam o progresso económico e sociodemográfico, ou seja, como bloqueios ao desenvolvimento, a fraca densidade populacional, que se traduz na falta de recursos humanos em idade activa, e a pequena dimensão populacional/funcional das povoações portuguesas, que gera uma baixa competitividade das actividades económicas locais em relação às de outras regiões portuguesas e às da raia espanhola. 4. A emergência de uma procura turística mais voltada para o contacto com a Natureza, a calma do espaço rural e a valorização do património natural e cultural aumentam o potencial turístico do interior do país. A área da secção portuguesa da bacia do rio Douro reúne todos estes aspectos: uma actividade agrícola produtiva e com significado económico que aposta cada vez mais na sua componente turística; com oferta de alojamento de qualidade e actividades de lazer ligadas à agricultura, ao apreciar dos seus produtos e à valorização de certas épocas em que a paisagem ganha maior beleza – como acontece quando as amendoeiras ganham flor, a que se associa a «Rota das Amendoeiras em Flor». Destaca-se, naturalmente, a oferta turística ligada ao Douro Vinhateiro, região de valor elevado paisagístico e cultural reconhecida internacionalmente pela sua classificação pela UNESCO como património da humanidade. A «Rota do Vinho do Porto» e as inúmeras actividades turístico-culturais a ela associadas, como são a divulgação da arte de produzir e apreciar o vinho, os produtos e receitas da gastronomia regional, etc. São alguns dos pontos fortes. © Texto Editores, Lda. As obras que tornaram o Douro navegável até à fronteira com Espanha, em Barca d’Alva, permitiram o desenvolvimento de uma oferta turística nova: os cruzeiros no Douro, com uma grande diversidade de opções, em termos de duração, percursos, paragens e actividades culturais, nomeadamente a observação de espécies como a águia-real, a cegonhanegra e abutre-do-Egipto, no Parque Natural do Douro Internacional. Como património histórico-cultural, sobressaem o Parque Arqueológico do Vale do Côa e as aldeias incluídas no programa «Aldeias Históricas», como é o caso de Almeida, que foram alvo de intervenções de valorização arquitectónica das habitações e edificações de valor histórico e cultural. O potencial turístico desta região é ainda enriquecido pela recuperação e promoção de festividades e eventos tradicionalmente celebrados, como festas religiosas ou romarias, e feiras de artesanato e de gastronomia, como por exemplo, as feiras de «fumeiros», de queijos e da castanha. O turismo rural e cultural é, assim, um factor de desenvolvimento do interior do país, devendo ser promovido no respeito pelos valores naturais, históricos e culturais. © Texto Editores, Lda.