UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO PROGRAMA DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO ROSINELE DA SILVA DE OLIVEIRA DINÂMICA RECENTE DO DESENVOLVIMENTO NO MUNICÍPIO DE PARAGOMINAS: análise dos indicadores de sustentabilidade referentes ao período de 2000 a 2010 BELÉM-PA 2012 ROSINELE DA SILVA DE OLIVEIRA DINÂMICA RECENTE DO DESENVOLVIMENTO NO MUNICÍPIO DE PARAGOMINAS: análise dos indicadores de sustentabilidade referentes ao período de 2000 a 2010 Dissertação submetida ao Programa de Mestrado em Administração da Universidade da Amazônia como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Administração. Orientador: Prof. Dr. Sérgio Castro Gomes BELÉM-PA 2012 ROSINELE DA SILVA DE OLIVEIRA DINÂMICA RECENTE DO DESENVOLVIMENTO NO MUNICÍPIO DE PARAGOMINAS: análise dos indicadores de sustentabilidade referentes ao período de 2000 a 2010 Dissertação submetida ao Programa de Mestrado em Administração da Universidade da Amazônia como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Administração. Orientador: Prof. Dr. Sérgio Castro Gomes Banca Examinadora: _______________________________________________________________ Prof. Dr. Sérgio Castro Gomes (Orientador - UNAMA) _______________________________________________________________ Profª. Drª. Eugênia Rosa Cabral (Examinador Interno) _______________________________________________________________ Profª. Ph. Drª. Norma Ely Santos Beltrão (Avaliador Externo) _________________________________________________________________ Prof. Dr. Gonzalo Enrique Vásquez Enríquez (Avaliador Externo) Aprovada em: _____/_____/_____. Ao Senhor da minha vida, Jesus Cristo. AGRADECIMENTOS A Deus, em primeiro lugar, por um dia ter me prometido que o sonho aparentemente impossível de se realizar seria sim cumprido. Por ter sempre me feito sentir a sua presença, ter me permitido ultrapassar os mais diversos obstáculos que se impuseram diante de mim e ter vencido. A minha eterna rainha, minha mãe, que sempre sonhou junto comigo. Meu maior exemplo de vida, mulher guerreira e determinada. Algumas vezes, quando o fardo estava pesado demais, eu prosseguia mesmo assim, não mais por mim, mas por ela. Agradeço eternamente a esta mulher por tudo e neste momento em especial por ter me permitido lhe deixar, ainda menina, em busca de um sonho mesmo todos dizendo que não era o momento. Era o momento sim. A Jamile Lobato, por sua compreensão e flexibilidade na minha atividade profissional. Ao professor Alessandro de Castro Correa por me fazer conhecer melhor minhas potencialidades. Ao professor Hélio Raymundo Ferreira Filho, ao qual serei grata eternamente. Ao professor Sérgio de Castro Gomes, meu orientador, por ter aceitado o enorme desafio de conduzir um trabalho desde a sua concepção em um curto período. Sinto-me honrada em ter como orientador este brilhante profissional que durante o período de orientação se mostrou mais que um professor, pois se revelou um amigo. Foi muitas vezes, talvez até sem saber, o porta-voz de Deus para mim. A professora Eugênia Rosa Cabral por suas orientações acadêmicas e, sobretudo orientações para a vida. A professora Norma Ely Santos Beltrão e ao professor Gonzalo Enrique Vásquez Enríquez por aceitarem participar da avaliação desta Dissertação e por suas valiosas contribuições. Aos colegas de Mestrado, em especial a Juciana Nunes Cardoso, Ana Sabrina Favacho e Alessandra Lívia. Essas pessoas me deram força para prosseguir e estiveram presentes nos momentos de alegria e de tristeza. Amizades verdadeiras. EPÍGRAFE Assim diz o Senhor Deus: não será retardada nenhuma das minhas palavras; e a palavra que falei se cumprirá, diz o Senhor Deus. Ezequiel cap. 12, v.28 RESUMO O estudo tem o objetivo de analisar avaliar a dinâmica de desenvolvimento recente no município de Paragominas à luz do Índice de Sustentabilidade municipal para os anos de 2000 e 2010. Foram construídos dois indicadores: um para situar o índice de sustentabilidade de Paragominas em relação aos demais municípios do Estado, o qual foi desenvolvido usando técnica de análise estatística multivariada – Análise Fatorial; o outro índice avaliou algumas variáveis chaves para cada uma das dimensões do desenvolvimento sustentável e gerou indicadores representativos apenas para o município a partir de uma proposta simples de padronização das variáveis no intervalo 0 a 1. A obtenção dos resultados permitiu concluir que os índices de sustentabilidade do município não são satisfatórios, no global. Em relação a dimensão do índice de sustentabilidade ambiental, o município permanece, em 2010, na mesma situação Crítica que foi classificado, em 2000. Em 2000, o município ocupava a posição 35 no ranking dos melhores posicionados nesse indicador. No ano de 2010 consegui subir 14 posições alcançando a 21ª, o que situa o município entre os 25 com os melhores índices de sustentabilidade ambiental. Na dimensão econômica o município recebeu classificação de alerta para sustentabilidade nos anos de 2000 e 2010, no entanto, elevou seu índice e a sua posição em relação aos demais municípios do Estado. O avanço econômico do município e entrada de novas atividades produtivas fez com que o município deixasse de ocupar a 16ª, em 2000, para se posicionar na 8ª posição. Foi possível constatar que o município necessita de ações que promovam o crescimento econômico com o objetivo de promover maiores níveis de emprego e renda, para com isso melhorar os índices referentes à dimensão econômica. Deve observar os problemas referentes à população, como a taxa de mortalidade infantil e geral, de modo a priorizar políticas de atendimento público, postos de saúde, hospitais e acompanhamento familiar. Observar uma possível municipalização de políticas sociais sob o modelo que articula as três esferas do poder público e que instituem fundos e conselhos setoriais com participação social. Palavras-chave: Desenvolvimento sustentável. Desenvolvimento local. Paragominas. ABSTRACT The study aims to evaluate the dynamic analysis of recent development in the city of Paragominas in the light of the Municipal Sustainability Index for the years 2000 and 2010. Two indicators were constructed: one to place sustainability index Paragominas in relation to other municipalities in the state, which was developed using multivariate statistical techniques - factor analysis, the other index evaluated some key variables for each of the dimensions of sustainable and representative indicators generated only for the city from a simple proposal for standardization of variables in the range 0-1. The obtained results showed that the indices of sustainability of the municipality are not satisfactory, overall. Regarding the size of the index of environmental sustainability, the city remains in 2010, in the same situation that was rated Critical, in 2000. In 2000, the city held the position 35 in the ranking of the best positioned in this indicator. In the year 2010 could reach up 14 positions to 21 th, which places the city among the 25 with the best levels of environmental sustainability. In economic terms, the city received an alert for sustainability rating in 2000 and 2010, however, raised its rate and its position in relation to other municipalities. The economic advancement of the municipality and entry of new productive activities meant that the council failed to engage the 16th in 2000 to stand at the 8th position. It was found that the council needs to take steps to promote economic growth with the objective of promoting higher levels of employment and income, to thereby improve the indices referring to the economic dimension. Must observe the problems relating to population, the rate of infant mortality and general in order to prioritize public health care policies, health centers, hospitals and family monitoring. Observe a possible decentralization of social policies under the model that integrates the three spheres of government and establishing funds and sectoral councils with social participation. Keywords: Sustainable development. Local development. Paragominas. LISTA DE QUADROS Quadro 01. Variáveis Representativas da Sustentabilidade Ambiental....................................33 Quadro 02. Variáveis Representativas da Sustentabilidade Econômica...................................33 Quadro 03 Variáveis Representativas da Sustentabilidade Social-demográfica.......................34 Quadro 04. Variáveis Representativas da Sustentabilidade Institucional.................................35 Quadro 05. Classificação e Representação dos Índices de Sustentabilidade........................... 40 Quadro 06. Índices Econômicos de Paragominas e a média do Estado do Pará para a Década de 2000......................................................................................................................................42 Quadro 07. Indicadores Demográficos de Paragominas e a média do Estado do Pará para a Década de 2000.........................................................................................................................45 Quadro 08. Indicadores de Saúde de Paragominas e a média do Estado do Pará para a Década de 2000......................................................................................................................................45 Quadro 09. Indicadores de Infraestrutura de Paragominas e a média do Estado do Pará para a Década de 2000.........................................................................................................................46 Quadro 10. Variância Explicada e Escores Fatoriais após Rotação-2000................................49 Quadro 11. Variância Explicada e Escores Fatoriais após Rotação-2010................................51 Quadro 12. Resultados do IDSM por Dimensão e para o Município de Paragominas, 2000...53 Quadro 13. Resultados do IDSM por Dimensão e para o Município de Paragominas, 2010...53 Quadro 14. Índice e Performance da Dimensão Social do Município de Paragominas, 2000.55 Quadro 15. Índice e Performance da Dimensão Social do Município de Paragominas, 2010.56 Quadro 16. Índice e Performance da Dimensão Econômica do Município de Paragominas, 2000...........................................................................................................................................57 Quadro 17. Índice e Performance da Dimensão Econômica do Município de Paragominas, 2010...........................................................................................................................................58 Quadro 18. Índice e Performance da Dimensão Institucional do Município de Paragominas, 2000...........................................................................................................................................60 Quadro 19. Índice e Performance da Dimensão Institucional do Município de Paragominas, 2010...........................................................................................................................................60 Quadro 20. Índice e Performance da Dimensão Ambiental do Município de Paragominas, 2000...........................................................................................................................................62 Quadro 21. Índice e Performance da Dimensão Ambiental do Município de Paragominas, 2010...........................................................................................................................................63 LISTA DE FIGURAS Figura 01. Localização do Município de Paragominas – Pará..................................................44 Figura 02. Desmatamento, áreas degradadas e floresta em 2008, Paragominas-PA................47 Figura 03. Município de Paragominas-PA................................................................................48 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS APP – Área de Preservação Permanente ARL – Área de Reserva Legal CAR – Cadastro Ambiental Rural CCIR – Certificado de Cadastro do Imóvel Rural COEMA – Conselho Estadual de Meio Ambiente CNUMAD – Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento DATASUS – Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil DLIS – Desenvolvimento Local, Integrado e Sustentável FPT – Fator de Produtividade Total FPST – Fator de Produtividade Social Total GEE – Gases do Efeito Estufa IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDESP – Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará IDSM – Indicador de Desenvolvimento Sustentável Municipal IICA – Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura IMAZON – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais IPEADATA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada LAR – Licenciamento Ambiental Rural MEC – Ministério da Educação ONU – Organização das Nações Unidas PIB – Produto Interno Bruto PRAD – Plano de Recuperação de Área Degradada SEFA – Secretaria da Fazenda SEMA-PA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará STN – Secretaria do Tesouro Nacional SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 12 1. REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................................16 1.1 DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO ECONÔMICO ........................... ...........16 1.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL................................................................... 19 1.2.1Indicadores de Desenvolvimento Sustentável ....................................................... 25 1.2.1.1 Sustentabilidade Ambiental ........................................................................... 26 1.2.2.2 Sustentabilidade Social....................................................... ..................................26 1.2.2.3Sustentabilidade Institucional..........................................................................27 1.2.2.4 Sustentabilidade Econômica.............................................. ..................... ......28 2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................... 29 2.1 ABORDAGEM E TIPO DA PESQUISA ..................................................................... 29 2.2 UNIDADE DE ANÁLISE ............................................................................................. 30 2.3 INSTRUMENTOS DA PESQUISA..............................................................................30 2.3.1 Documentos.............................................................................................................30 2.3.2 Construção de Indicadores.....................................................................................30 2.3.2.1 Definição de Indicadores...................................................................................31 2.3.2.2 Parâmetros para Elaboração dos Indicadores.................................. .................31 2.3.3 Dados Coletados......................................................................................................31 2.3.4 Disposição dos Indicadores....................................................................................32 2.3.4.1 Dimensão Ambiental........................................................................................32 2.3.4.2 Dimensão Econômica........................................................................................33 2.3.4.3 Dimensão Social-demográfica..........................................................................34 2.3.4.4 Dimensão Institucional......................................................................................35 2.3.5 Análise Fatorial.......................................................................................................36 2.3.6 Índice de Sustentabilidade para Paragominas.....................................................40 3. CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ................................................................... 42 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................................................49 4.1 ANÁLISE FATORIAL 2000 ...................................... ......................... ....................49 4.2 ANÁLISE FATORIAL 2010.......................................................................................51 4.3 ANÁLISE DOS ÍNDICES DE SUSTENTABILIDADE MUNICIPAL SEGUNDO A DIMENSÃO......................................................................................................................53 4.4 ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE EM PARAGOMINAS................................54 4.4.1 Dimensão Social..................................................................................................54 4.4.2 Dimensão Ecomômica........................................................................................56 4.4.3 Dimensão Institucional......................................................................................58 4.4.4 Dimensão Ambiental..........................................................................................61 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................64 6. REFERÊNCIAS..................................................................................................................66 12 INTRODUÇÃO A Amazônia Clássica é uma região que ocupa uma área de mais de 370 milhões de hectares, o equivalente a 45% do território brasileiro, abrangendo os sete Estados que compõem a Região Norte, ou seja, o Amazonas, Pará, Amapá, Acre, Rondônia, Roraima e Tocantins. A Amazônia Legal, instituída pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) tem, aproximadamente, 4.978.247 km², incluindo além dos Estados da Região Norte do Brasil o noroeste do Maranhão e o norte do Mato Grosso. Além da grande extensão territorial, essa região concentra uma fantástica biodiversidade (fauna e flora) e um volume de água doce que corresponde, aproximadamente, a 20% de todas as águas continentais da superfície terrestre (LEAL, 2000). Nesse contexto amazônico situa-se o município de Paragominas, no estado do Pará, com seus 19,3 Km², localizado às margens da Rodovia Belém-Brasília, que tem desde sua criação, em 1965, a extração madeireira como base da economia local (LEAL, 2000). O processo de ocupação do município de Paragominas se confunde com a construção da Belém-Brasília, inaugurada em 1965. Esse cenário de abertura da Rodovia Belém-Brasília (BR 010), ligando a nova capital federal (Brasília) à capital do Pará, na década de 1960, faz parte do Plano de Integração Nacional (PIN), do Governo Federal, o qual tinha, entre outras, a intenção de promover a integração da Amazônia com o restante do território brasileiro, através da abertura de grandes rodovias. Nesse contexto intensificou-se a migração para a região Sudeste do Pará, quando contingentes expressivos de brasileiros, principalmente da região Nordeste, vieram para o Pará em busca de terra e melhores condições de vida no futuro. Por conseguinte, estabeleceram-se nesse território, ocupando suas terras, posseiros (os denominados amansadores de terras), fazendeiros e industriais oriundos do Centro-Sul do Brasil, que aqui investiram na pecuária e na extração e beneficiamento de madeira (LEAL, 2000). Tratava-se, em linhas gerais, de um plano nacional de ocupação da Amazônia, com vistas à exploração dos recursos naturais disponíveis que viabilizasse a integração da região à política de desenvolvimento nacional (COSTA, 1992). E, nessa lógica de intervenção planejada, destacam-se alguns instrumentos importantes adotados e aprimorados pelo Governo Central, principalmente após o golpe militar de 1964, como a expansão dos incentivos fiscais, a reestruturação de diversos órgãos (Banco da Amazônia e Transformação da Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia - SPEVEA em 13 Sudam), a execução do Projeto Radam e alteração nas normas do Código Mineral e Florestal, cujos impactos foram sentidos na região, ao longo das últimas quatro décadas. Nesse contexto foi criado o Programa de Pólos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia (Polamazônia), em 1974, sob pressão da Associação dos Empresários da Amazônia (AEA), com o objetivo de estabelecer áreas na região destinadas à exploração pecuária, florestal e mineral. Tratava-se, portanto, de um programa com vistas à assegurar a exploração dos recursos naturais disponíveis e, consequentemente, a realização dos interesses de grandes grupos latifundiários e econômicos que migraram para a região e tinham como foco a ocupação de grandes áreas territoriais e a criação de grandes fazendas na região. A pecuária foi a atividade responsável pela estruturação do novo modelo de desenvolvimento de parte da Amazônia brasileira (Amazônia Oriental), ocorridas nas décadas de 60 e 70. Contudo, a expansão econômica e a consolidação das novas bases produtivas deram-se a partir da década de 80 com a instalação da indústria madeireira. Foi nesse período que Paragominas teve sua economia fortemente aquecida pelo desenvolvimento do extrativismo de produtos florestais madeireiros, chegando a concentrar em seu território centenas de empresas do setor madeireiro. Aos poucos essa indústria foi crescendo, desenvolvendo e tornando-se um dos setores mais importantes na economia municipal e estadual, chegando a ocupar o terceiro lugar na pauta dos produtos exportados. Se por um lado a atividade produtiva ancorada no uso intensivo dos recursos naturais alcançou o ápice na década de 1970 até meados de 1980, com elevações contínuas do PIB per capita; por outro lado, a redução da principal matéria-prima do setor madeireiro decorrente, em parte, pelos elevados custos de transporte e a ação dos órgãos de fiscalização ambiental, em períodos mais recentes, fez com que o sistema produtivo instalado no município sofresse o impacto dessas medidas e passasse a conviver com a crise do setor. Esse ciclo é conhecido como o do “boom-colapso” econômico. Ou seja, nos primeiros anos ocorre um rápido crescimento (boom) seguido de um severo declínio em renda e emprego (colapso). As implicações para o emprego são dramáticas tanto com o modelo predatório quanto com o modelo que utiliza o manejo florestal sustentável. Ambos os modelos empregam aproximadamente o mesmo número de pessoas durante os primeiros oito anos segundo o IMAZON (2007). No entanto, o retorno do investimento feito em um modelo de exploração predatória como a produção de gado bovino para corte trás maior retorno no curto prazo, enquanto, o 14 modelo sustentável apresenta-se viável no longo prazo, porém, com transbordamentos positivos na formação do capital humano e social e no uso racional do capital natural. O atual modelo de exploração madeireira causa um forte impacto sobre a economia dos municípios da Amazônia. Após o período de expansão da atividade, a conseqüente exaustão dos recursos pode ocasionar uma severa recessão na economia local. A gravidade desse colapso depende do potencial agrícola local. Isto é, se é possível ou não substituir a economia madeireira por uma economia agrícola capaz de gerar renda e empregos nos níveis anteriores. Por exemplo, Paragominas, a fronteira madeireira mais antiga da Amazônia, estabelecida no final dos anos 70, enfrentou no final dos anos 90 uma grave crise de matériaprima por causa da exaustão das florestas (IMAZON, 2007). Nessa trajetória há de se questionar: Em que medida o município de Paragominas guardou os princípios do Desenvolvimento Sustentável em seu processo de reestruturação econômica, social, ambiental e institucional na primeira década do século XXI? O termo desenvolvimento sustentável define as práticas de desenvolvimento que atendem às necessidades presentes sem comprometer as condições de sustentabilidade das gerações futuras e seus princípios são baseados nas necessidades essenciais, e principalmente, aquelas das populações mais pobres e as limitações que a tecnologia e a organização social impõem ao meio ambiente, restringindo a capacidade de atender às necessidades presentes e futuras. Em um sentido mais amplo, a estratégia de desenvolvimento sustentável visa promover a harmonia entre os seres humanos e entre estes e a natureza, sendo para isso necessário um sistema político com efetiva participação dos cidadãos no processo de decisão; um sistema econômico competente para gerar excedentes e conhecimentos técnicos em bases confiáveis e constantes; um sistema social capaz de resolver as diferenças causadas por um desenvolvimento desigual; um sistema de produção que preserve a base ecológica do desenvolvimento; um sistema tecnológico que busque novas soluções; um sistema internacional com padrões sustentáveis de comércio e financiamento; e um sistema administrativo flexível e capaz de autocorrgir-se. O desenvolvimento sustentável não trata somente da redução do impacto da atividade econômica no meio ambiente, mas principalmente das conseqüências dessa relação na qualidade de vida e no bem-estar da sociedade, tanto presente quanto futura. 15 O presente estudo tem como hipótese que o crescimento econômico observado no município de Paragominas se processou de forma sustentável na década de 2000. O objetivo geral da pesquisa foi gerar e analisar indicadores econômicos, sociais, ambientais e institucionais representativos das dimensões que compõem o desenvolvimento sustentável no município de Paragominas no período de 2000 a 2010. Em termos específicos pretende-se: Calcular o Índice de Desenvolvimento Sustentável Municipal (IDSM) para os municípios do Estado do Pará; Analisar o Índice de Desenvolvimento Sustentável Municipal (IDSM) do município de Paragominas em um contexto Estadual. Essa dissertação está estruturada em quatro capítulos além dessa introdução. No primeiro capítulo apresenta-se o referencial teórico; em seguida os procedimentos metodológicos são apresentados; no terceiro capítulo é feita uma breve contextualização sobre o município; no quarto capítulo faz-se a discussão dos resultados indicadores para os municípios do Estado situando o município de Paragominas em um ranking de município segundo indicador; por fim apresentam-se as conclusões da pesquisa. 16 1. REFERENCIAL TEÓRICO 1.1 DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO ECONÔMICO Antes de conceituar desenvolvimento sustentável, é importante, discorrer brevemente sobre desenvolvimento e crescimento econômico. A história demonstra que passada a fase de produção para subsistência e, principalmente, com a eclosão da revolução industrial e, com o advento do capitalismo, os economistas passaram a acreditar que era necessário haver crescimento econômico para que o padrão de vida da população também pudesse subir. Sobre isso, Troster e Mochón (2002), comentam que “[...] o crescimento econômico é um processo sustentado ao longo do tempo, no qual os níveis de atividade econômica aumentam constantemente”. Vasconcellos e Garcia (1998) descrevem que “[...] o crescimento econômico é o crescimento contínuo da renda per capita ao longo do tempo, ou seja, é um processo pelo qual a quantidade de bens e serviços, produzidos por uma coletividade, tende a crescer mais rapidamente que ela”. É possível compreender, diante disso, que para haver o crescimento econômico o nível de produção precisa crescer a um nível superior ao crescimento populacional. De acordo com Sachs (2000), nas Nações onde ocorreu a revolução industrial, o surgimento do crescimento econômico moderno, como é chamado por este autor, coincide com o surgimento do capitalismo como um sistema econômico dominante. Segundo Souza (2003), nas Nações onde o crescimento econômico iniciou com a revolução industrial, a taxa de crescimento da renda total acelerou tendo como uma das molas propulsoras as inovações tecnológicas, que permitiram uma mudança significativa na produção agrícola, apesar do êxodo rural em direção às cidades que é observado, sendo este fator o responsável pela intensificação da urbanização, característica intrínseca do crescimento econômico. Sachs (2000) aponta que o surgimento dessa fase foi um acontecimento impactante, com muitas e significativas consequências sociais e políticas: Essa fase inicial de transição para a economia industrial moderna é caracterizada por grandes tensões e conflitos internos, em consequência dos deslocamentos da posição econômica e de poder de vários grupos diretamente influenciados pelos aumentos dos números e pelas oportunidades da nova tecnologia. Esses (fenômenos) aparecem, quando analisados estatisticamente, como movimentos bastante plácidos de linhas em crescimento constante. No entanto, sob a superfície, há mudanças 17 importantes de grupos sociais [...] que podem envolver sérias tensões no esquema social [...]. (KUZNETS apud SACHS, 2000, p.270). Para Penteado (2003), é importante refletir sobre alguns aspectos de análise do sistema capitalista e essa análise deve abranger as relações econômicas e sociais. Marx ao analisar o capitalismo refletiu acerca dos fenômenos sociais totais com destaque para as relações econômicas e políticas de forma agregada, ou seja, a combinação dessas relações entre as pessoas, grupos e classes sociais. E por envolverem essas variáveis, as relações tendem a apresentar alguns antagonismos. A grande depressão, como é conhecida a crise econômica que ocorreu nos anos 1930, levou a uma retração na economia americana bem como na economia mundial que teve sua maior crise recessiva do século XX. Neste cenário, o economista John Maynard Keynes, em 1936, afirmou que para que a economia voltasse a crescer para o pleno emprego ainda que de forma lenta e gradual, seria necessário um impulso, principalmente a partir da política fiscal, para evitar recessões. A ideologia desenvolvimentista foi a base da revolução keynesiana, se constituindo em um programa de ação governamental para suprimir o desemprego e promover a reestruturação da economia de mercado (PENTEADO, 2003). Segundo Penteado (2003), durante o período da revolução keynesiano (1930 a 1975) as discussões se deram em torno das políticas monetárias e fiscais, como forma de viabilizar o crescimento a longo prazo. Nesse período o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) passa a ser considerado o indicador macroeconômico mais importante para as economias desenvolvidas. Para Vasconcellos e Troster (1998), a teoria de Keynes foi baseada na maior intervenção do Estado na condução da economia, no intuito de ajudar na melhoria da condição de vida da sociedade, mas não considerou a limitação dos recursos naturais. Em função dos altos custos sociais a obsessão pelo crescimento econômico começou a ser repensada a partir das décadas de 1960 e 1970, levando a ideia de desenvolvimento a contrapor-se a idéia de crescimento econômico. Para Vasconcellos e Garcia (1998), o desenvolvimento econômico possui um conceito mais qualitativo e é um fenômeno mais global que o crescimento.“[...] às alterações da composição do produto e à alocação dos recursos pelos diferentes setores da economia, de forma a melhorar os indicadores de bemestar econômico e social”. Os autores citam, entre os indicadores, a pobreza, o desemprego, a desigualdade, as condições de saúde, a alimentação ou nutrição, a educação e a moradia. 18 De acordo com Souza (2003), o desenvolvimento é determinado pela existência de crescimento contínuo em um ritmo superior ao crescimento demográfico, melhorias de indicadores econômicos e sociais que por sua vez provocam mudanças de estrutura. Sen (2000) define desenvolvimento como o processo que amplia o montante de opções que os indivíduos possuem e suas capacidades para fazerem escolhas. Ainda segundo o autor o crescimento econômico é parte integrante do processo de desenvolvimento, mas não pode ser associado automaticamente ao desenvolvimento social e cultural. Para ele, formular políticas que permitam, além do crescimento da economia, a distribuição mais equitativa da renda e o pleno funcionamento da democracia é o desafio de nossa sociedade. Quanto maior o capital social, ou seja, a rede de relações sociais e o grau de confiança recíproca, menor a corrupção e a sonegação de impostos e tributos. Assim, são fundamentais as iniciativas de criação de programas e projetos que favoreçam a equidade e estimulem melhores serviços públicos de educação e saúde. Eles possibilitam a governabilidade democrática e impulsionam o crescimento econômico. Na década de 1990 a concepção de um modelo de desenvolvimento baseado em um planejamento centralizado e, em um Estado intervencionista, entrou em declínio, dando início a modelos de planejamento descentralizados e participativos, focando o território e as regiões, visando à equidade entre estes. Segundo Haddad (1999), a capacidade de organização social bem como o aumento da autonomia regional para tomada de decisão, o aumento da capacidade para reter e reinvestir o excedente econômico gerado pelo processo de crescimento local, o processo de inclusão social e um processo permanente de conservação e preservação do ecossistema regional levam ao desenvolvimento. Surgiram várias metodologias nos anos 1990, como programas de desenvolvimento local e entre elas, destaca-se o Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável, que em sua metodologia propõe que o processo de planejamento do desenvolvimento seja realizado de forma participativa pela comunidade local. Essa metodologia ainda continua sendo bastante utilizada por instituições governamentais e não governamentais. 19 1.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A despeito da grande variedade de conceituações, o novo paradigma que hoje se apresenta nas sociedades pode ser visto de maneira bastante simplificada. De acordo com Franco (2000): “o desenvolvimento deve melhorar a vida das pessoas (desenvolvimento humano), de todas as pessoas (desenvolvimento social), das que estão vivas hoje e das que viverão no futuro (desenvolvimento sustentável)”. Segundo Lima et al (2011), foi a partir do Clube de Roma que teve origem o conceito de desenvolvimento sustentável, formado por intelectuais e empresários que não eram militantes ecologistas. Por intermédio deles os primeiros estudos científicos a respeito da preservação ambiental foram produzidos, apresentados entre 1972 e 1974. Esses estudos relacionavam quatro grandes questões que deveriam ser solucionadas para que se alcançasse a sustentabilidade, quais sejam: o controle do crescimento populacional; o controle do crescimento industrial; a insuficiência da produção de alimentos e o esgotamento dos recursos naturais. Essas discussões se ampliaram e com isso o movimento ambientalista foi se formando e ganhando importância no plano internacional, sendo que, em 1972, em Estocolmo (Suécia) foi realizada a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, na qual foram destacados 27 princípios norteadores da relação homem-natureza. Esse conjunto de princípios atribuía ao subdesenvolvimento a responsabilidade pela degradação ambiental e estabelecia a base teórica para a expressão desenvolvimento sustentável. Em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, presidida pela primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, elaborou um documento denominado “Nosso Futuro Comum”, segundo o qual os governos signatários se comprometiam a promover o desenvolvimento econômico e social em conformidade com a preservação ambiental. Nesse documento, que também ficou conhecido como Relatório Brundtland, foram apresentadas a definição oficial do conceito de desenvolvimento sustentável e os métodos para enfrentar a crise pela qual o mundo passava. O referido documento busca um mundo 20 mais humano e enfatiza que a precondição para um desenvolvimento ambientalmente justo é a redução da pobreza. De acordo com Brundtland (apud VIOLA; LEIS 1995), o ideal de harmonizar o desenvolvimento econômico com proteção ambiental e justiça social, em uma perspectiva de longo prazo, representa as bases do desenvolvimento sustentável, ou seja, para que ocorra o desenvolvimento sustentável as necessidades do presente precisam ser atendidas sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem as suas, sendo, portanto, imprescindível o reconhecimento de que os recursos naturais são esgotáveis. Para viabilizar esse desenvolvimento requer-se um sistema político de fato democrático, que assegure a efetiva participação dos cidadãos em processos decisórios; a geração de know-how técnico em bases confiáveis através de um sistema econômico mais articulado; um sistema social que consiga resolver as tensões geradas por um desenvolvimento não equilibrado; um sistema tecnológico que apresente e esteja em constante busca por “soluções limpas” para exploração e uso dos recursos naturais; um sistema internacional que consiga estimular padrões sustentáveis de comércio e financiamento e também um sistema administrativo flexível e capaz de se autocorrigir. A inviabilidade dos atuais modelos de desenvolvimento que seguem padrões econômicos não sustentáveis, na perspectiva de longo prazo, foi denunciada pela proposta de desenvolvimento sustentável, que, além disso, prevê que sem a eliminação da pobreza e o respeito aos limites ecológicos não pode ocorrer crescimento econômico. A idéia de alcançar um desenvolvimento contínuo sem exaurir os recursos naturais, que são esgotáveis, ou seja, o raciocínio sobre o uso racional do capital ecológico, evitando causar prejuízos para a sociedade como um todo, está, portanto, implícita no conceito de desenvolvimento sustentável. De acordo com estudiosos do tema e discussões políticas efetivadas por organismos nacionais e internacionais, existem quatro parâmetros, que concebidos em conjunto, conferem a possibilidade de se alcançar uma sustentabilidade global, quais sejam: preservação da natureza; eliminação da pobreza; crescimento econômico e garantia de existência das gerações futuras. Para Costanza, Daly e Bartholomew (1991) sustentabilidade é um relacionamento entre sistemas econômicos dinâmicos, humanos e sistemas dinâmicos num sentido mais 21 amplo, mas, normalmente, com mudanças menores nos sistemas ecológicos, onde a) a vida humana pode continuar indefinidamente, b) os indivíduos humanos podem florescer, e c) culturas humanas podem desenvolver-se, mas, no qual os efeitos das atividades humanas permanecem nos limites, de maneira que não destruam a diversidade, a complexidade e a função de sistemas ecológicos de apoio à vida. De acordo com Franco (2000) a necessidade de formação de identidades e, consequentemente, de diferenciação de setores e de localidade vem sendo criada pela globalização. Para o autor, uma visão de desenvolvimento local que posicione espaços socioterritoriais delimitados em face do mercado globalizado é requerida por essa nova ordem sócio-econômica. O desenvolvimento local permite o surgimento de comunidades mais sustentáveis, capazes de suprir suas necessidades imediatas, descobrir vocações locais e despertar suas potencialidades específicas tendo como balizadores os seguintes itens: capacitação para a gestão, fomento ao empreendedorismo, articulação da oferta pública de programas com a demanda social da localidade e criação de uma nova institucionalidade participativa. Ainda segundo Franco (2000) o Desenvolvimento Local, Integrado e Sustentável (DLIS) é apoiado por um tripé: o meio ambiente, a equidade social e a eficiência econômica, sendo também colocada a importância da participação da comunidade em questões políticas, econômicas, sociais e ambientais e das dinâmicas locais. Egri e Pinfield (1995) reconhecem três paradigmas para a sustentabilidade em sua revisão sobre as abordagens organizacionais, quais sejam: o paradigma social dominante, o ambientalismo radical e a reforma ambientalista. Eles sugerem que a sustentabilidade também requer sistemas organizacionais interligados com sistemas sociais e ecológicos, de maior amplitude, contribuindo, dessa maneira, com a sustentabilidade. São essenciais a cooperação e a harmonia com a natureza, considerando os recursos naturais muito limitados, praticamente intocáveis, para o ambientalismo radical. O paradigma da reforma ambientalista procura “administrar a natureza”, considerando que os recursos naturais são limitados, mas que podem ser substituídos, e trabalha com a idéia de desenvolvimento sustentável do ambiente natural. Essa discussão está profundamente ligada ao ambiente da produção rural. Nessa perspectiva é fundamental a discussão sobre os sistemas de produção e a evolução da agricultura orgânica como uma forma de diminuir os prejuízos 22 sobre o ambiente, pois outros sistemas de produção mais tradicionais, tanto de origem animal como vegetal, têm intensificado os efeitos nocivos sobre o ambiente. No processo de institucionalização do desenvolvimento sustentável a aceitação ou legitimação dos conceitos e práticas é um aspecto crítico. A aceitação das práticas depende da construção de campos societais e organizacionais e da difusão desses conceitos, regras ou práticas. Esses campos constituem um conjunto de elementos em sistemas mais amplo e auxiliam na promoção da sustentabilidade (JENNINGS; DEVEREAUX; ZANDBERGEN, 1995). De acordo com Jennings, Devereaux e Zandbergen (1995), um dos fatores mais importantes no processo institucional é como os elementos tornam-se fatos sociais. As regras institucionais estão mais fortemente relacionadas com as regras de representação, de constituição e normativas. Tiezzi, Marchetinni e Ulgiati (1991) propõem, para iniciativas que envolvem a produção rural e agroindustrial, sistemas integrados de produção, nos quais o ecossistema natural deve ser incluído no sistema integrado de produção. De acordo com Jara (1996), a perspectiva de sustentabilidade diz respeito a um significado dinâmico e flexível, centrado no respeito à vida. A redução da pobreza, a satisfação das necessidades básicas, a melhoria da qualidade de vida da população, o resgate da equidade e o estabelecimento de uma forma de governo que garanta a participação social efetiva nas decisões são condições essenciais para que o processo de desenvolvimento seja entendido como sustentável. Embora exaustivamente discutido e conceituado, nas três últimas décadas, a definição mais consagrada e simplificada de desenvolvimento sustentável é apresentada no relatório Nosso Futuro Comum, da Comissão Brundtland, em 1987, onde considera ser aquele modelo de desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades, ou como um processo de mudança na qual a exploração dos recursos, a orientação dos investimentos, os rumos do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão de acordo com as necessidades atuais e futuras. 23 Segundo Lima et al. (2011), os conceitos de desenvolvimento sustentável pressupõem continuidade e permanência da qualidade de vida e da continuidade da sociedade em uma perspectiva de longo prazo, caracterizados pela interação de quatro componentes: econômico, social, cultural e ambiental. O econômico relaciona-se com a eficiência econômica e com o crescimento econômico, que são pré-requisitos fundamentais para a elevação da qualidade de vida com equidade. Ela é a condição necessária, mas não suficiente, do desenvolvimento sustentável. O segundo, social, tem como propósito a elevação da qualidade de vida e a equidade social, que são os objetivos centrais do modelo de desenvolvimento sustentável. No terceiro componente, associado à questão cultural, pode ser inserida a variável capital social na perspectiva do empowerment, uma abordagem que coloca as pessoas e o poder no centro dos processos de desenvolvimento. É um processo pelo qual as pessoas, as organizações e a comunidade tomam o controle de seus próprios assuntos, de sua própria vida e tomam consciência da sua habilidade e competência para produzir, criar e gerir (ROMANO apud LIMA et al, 2011, p. 136). Já o quarto, ambiental, é o componente decisivo da sustentabilidade do desenvolvimento, pois a conservação ambiental permite a segurança da qualidade de vida das gerações futuras e equidade social sustentável e contínua ao longo do tempo. O conceito apresentado pela Comissão Brundtland, porém, não esclarece como as necessidades serão satisfeitas e nem sequer quais são essas necessidades ou de quais comunidades ou grupos sociais. No entanto, as reflexões presentes no Relatório Brundtland e, em especial, o conceito de “desenvolvimento sustentável”, serviram de fundamentação teórica para as principais propostas levadas à Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada em 1992, no Rio de Janeiro. Entre os diversos documentos internacionais assinados na conferência, destaca-se a “Agenda 21”, que foi elaborada como um plano de ação estratégica para o desenvolvimento sustentável global, tendo 174 chefes de governo como signatários. A Agenda 21 apresenta-se como instrumento que tem como propósito “identificar atores, parceiros e metodologias para a obtenção de consensos e os mecanismos institucionais necessários para sua implementação e monitoramento”. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2000, p.11): 24 A agenda não enfoca apenas situações voltadas à preservação e conservação da natureza. Considera questões estratégicas ligadas à geração de emprego e de renda; à diminuição das disparidades regionais e interpessoais de renda; às mudanças nos padrões de produção e consumo; à construção de cidades sustentáveis; à adoção de novos modelos e instrumentos de gestão. A Agenda 21 Global foi dividida em quatro seções, quais sejam: dimensões sociais e econômicas, conservação e gestão dos recursos naturais para o desenvolvimento, fortalecimento do papel dos principais grupos sociais e meios de implementação. Dentro desse espírito de que a comunidade global é um reflexo das comunidades locais, logo após o lançamento da Agenda 21 Global os países que participaram do encontro no Rio de Janeiro (Eco-92) iniciaram o processo de formulação de suas próprias agendas. Após 10 anos de longos debates e definições políticas a Agenda 21 Brasileira foi lançada em julho de 2002. Nesse documento estavam definidos os compromissos com o desenvolvimento sustentável no país e para isso trazia no seu corpo uma plataforma com 21 ações prioritárias, dentre elas destacam-se: a) Produção e consumo sustentáveis contra a cultura do desperdício; b) Ecoeficiência e responsabilidade social das empresas; c) Retomada do planejamento estratégico, infraestrutura e integração regional; d) Energia renovável e biomassa; e) Informações e conhecimento para o desenvolvimento sustentável. Ainda dentro da idéia de que a comunidade global é um reflexo das comunidades locais, surge a Agenda 21 Local. Essa Agenda Local pode ser considerada como um processo no qual são identificadas as oportunidades e obstáculos para que o município alcance o desenvolvimento sustentável, similar a um levantamento de suas forças e fraquezas, ameaças e oportunidades, ou análise SWOT, ferramenta utilizada para fazer análise de cenário (análise do ambiente) sendo usado como base para gestão e planejamento estratégico. Segundo Nascimento (2003), durante o processo de construção da Agenda 21 Local, a comunidade consegue identificar as suas deficiências, inovações, forças e recursos próprios, fazendo as escolhas que a levarão a se tornar uma cidade sustentável. Esse processo de construção da Agenda 21 Local é incentivado pelo Estado quando o mesmo solicita como 25 requisito, ainda que condicionante, um plano ambiental para que licencie o município a exercer a gestão ambiental descentralizada. O exercício de elaboração do plano ambiental permite aos gestores locais conhecerem melhor a realidade do município e uma vez que passam a conhecer melhor, têm possibilidades reais de propor à sociedade políticas que sejam eficientes e eficazes, levando em consideração que esse plano deve ser elaborado em conjunto com a comunidade, que por sua vez pode propor políticas e deve participar do processo decisório das mesmas. Par ao Ministério do Meio Ambiente (2000, p.11), o objetivo principal da Agenda 21 Local deve ser: a formulação de políticas públicas, por meio de uma metodologia participativa, que produza um plano de ação para o alcance de um cenário de futuro desejável pela comunidade local e que leve em consideração a análise das vulnerabilidades e potencialidades de sua base econômica, social, cultural e ambiental. 1.2.1 Indicadores de Desenvolvimento Sustentável A evolução da sociedade brasileira e a dramática mudança climática exigem que o acompanhamento público das ações do governo em direção às “cidades sustentáveis” seja efetivamente entendido e valorizado. Estudiosos do tema argumentam que, a evolução das cidades rumo ao desenvolvimento equilibrado, saudável e sólido exige da gestão municipal resultados positivos e constantes em algumas dimensões, entre elas a ambiental. Preservar a amplitude e a qualidade dos recursos ambientais para as próximas gerações e conservar a biodiversidade e os sistemas de suporte à vida humana são preocupações que não podem faltar em nenhum programa de governo. É preciso que a gestão pública passe a encarar o ecossistema de forma radicalmente diferente daquela que dominou no último século. Para isso, as ferramentas de mensuração do desempenho ambiental da gestão pública são de fundamental importância (AUGUSTO; BRANCO, 2003 Apud SOUZA et al, 2009). De acordo com o documento “Indicators of sustainable development: Framework and methodologies” publicado pela ONU (2001), a construção de indicadores de desenvolvimento sustentável da CSD é estruturada em quatro dimensões: ambiental, social, institucional e econômica. De acordo com Becker (1994), essa abordagem da operacionalização da sustentabilidade coaduna-se com a visão holística da sustentabilidade. 26 De acordo com Spangenberg (2000), a dimensão ambiental é definida como a soma de todos os processos biológicos e os elementos envolvidos neles (referido como “capital ambiental” pelos economistas). A dimensão social (“capital humano”) consiste nas qualidades pessoais dos seres humanos, suas habilidades, dedicações e experiências. A dimensão institucional é o resultado de processos interpessoais como comunicação e cooperação, resultando em um sistema de regras que governa a interação dos membros de uma sociedade. A dimensão econômica (“capital feito pelo homem”) inclui não somente a economia formal, mas também a informal, que fornece serviços aos indivíduos e grupos e, assim, aumenta o padrão de vida além da renda monetária. 1.2.1.1 Sustentabilidade Ambiental A Comissão Brundtland (1987), afirma que para haver sustentabilidade ambiental é preciso não pôr em risco os elementos naturais que sustentam a integridade global do ecossistema: a qualidade do ar, dos solos, das águas e dos seres vivos. Além disso, recomenda a criação de tecnologias para reduzir a pressão sobre o meio ambiente, antes que se esgotem os limites dos recursos naturais. Segundo Daly (1991), o fluxo de matéria e energia são importantes propriedades de ecossistemas e tem sido reconhecida a relevância da abordagem para avaliar a sustentabilidade e o desenvolvimento político. Hensenling e Schwanhold (1995), propuseramo gerenciamento do fluxo de material como estratégia para avaliar o desenvolvimento sustentável. No Brasil, um experimento realizado por Machado (1999), estudou o fluxo de matéria e energia, comparando-o com o de outros países e tirando algumas mensurações que permitiram avaliar aspectos econômicos da sustentabilidade. 1.2.1.2 Sustentabilidade Social De acordo com a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987) padrões de vida que estejam além do domínio básico não são sustentáveis. A Comissão Brundtland aborda a questão da sustentabilidade social, afirmando ser preciso haver uma idéia global das necessidades humanas, que agregam outras variáveis não econômicas, como saúde e educação. Nessa perspectiva de desenvolvimento econômico, saúde e educação devem 27 caminhar juntas. A solidez dos sistemas de saúde e de educação em uma sociedade pode tornar os indivíduos mais produtivos e, dessa forma, o crescimento econômico pode aumentar o desenvolvimento social. Nessa visão, para haver desenvolvimento sustentável é preciso que o sistema da sociedade atenda às necessidades essenciais de todos. Isso significa aumentar o potencial da produção em níveis sustentáveis para o ambiente assegurar a todas as pessoas as mesmas oportunidades de realizar suas aspirações de uma melhor qualidade de vida. Segundo Nelson (1995), o foco da economia neoclássica é na eficiência econômica separando-a do bem-estar social. Para Hailu e Runge-Metzger (1993), o conceito de eficiência econômica tem sido proposto como indicador social. Para abordar isso se usam indicadores de renda familiar e custos sociais. Prosperidade e pobreza, por exemplo, são indicadores sociais tratados por muitas agências com um enfoque econômico. Do ponto de vista da ciência social a participação figura como um elemento central da sustentabilidade. Para Meissner (1993), a participação aumenta a transparência no processo de tomada de decisão. 1.2.1.3 Sustentabilidade Institucional O outro pilar do desenvolvimento sustentável estabelecido pela Agenda 21 é o institucional. A avaliação da sustentabilidade pela ótica institucional é uma proposição explícita na proposta do conjunto de indicadores da Commission of Sustainable Development – CSD. No pilar institucional, foi possível acomodar na Agenda 21 elementos culturais e pertinentes à comunidade e suas associações. Desde o relatório da Comissão de Brundtland, instituições políticas e da sociedade já eram relacionadas ao contexto do desenvolvimento. Desenvolvimento sustentável é um conceito novo, amplo e em construção. Examinando a Agenda 21, pode-se observar a amplitude e complexidade inerente ao ideário da sustentabilidade. 1.2.1.4 Sustentabilidade Econômica 28 A sustentabilidade econômica caracteriza-se pela realização de atividades econômicas que consumam o mínimo de matérias-primas e energia, procurando realizar uma distribuição mais equitativa da renda, para que todos se beneficiem do crescimento econômico. De acordo com Lima (2007), existem duas abordagens para o estudo da sustentabilidade no contexto econômico. A primeira se estrutura no conceito de taxa de desconto e a segunda no Fator de Produtividade Total. Para Meadows et al. (1972) as taxas de desconto são derivadas do conceito de equidade intergerações ou, mais precisamente, de seu conceito predecessor de recursos naturais não-renováveis. Segundo Ribeiro (2002), a sustentabilidade é classificada em “fraca” e “forte”. Para Lima (2007), a sustentabilidade “fraca” significa que o capital natural pode ser usado de acordo com sua conversão em capital manufaturado de igual valor. A sustentabilidade forte parte do princípio de que determinadas funções realizadas pelo ambiente não podem ser realizadas por seres humanos. Segundo Pearce (1990), Spendjian (1991) e Steger (1995), a determinação precisa da taxa de desconto tem sido uma questão presente no debate da sustentabilidade nos últimos anos. Esses debates têm claramente mostrado os diferentes valores éticos, como nas questões relacionadas ao peso assinalado para as demandas das futuras geraçõese para a transferência intergerações do potencial de prosperidade. Ainda a distinção entre sustentabilidade “fraca” e sustentabilidade “forte”, baseada na avaliação da substituição do capital humano por recursos naturais, reflete diferentes conceitos acerca do valor da natureza. Para Ribeiro (2002), a questão de visualizar o sistema econômico como um subsistema do ecossistema global levanta a questão da monetarização do capital natural. A avaliação econômica do desenvolvimento sustentável só poderá então ser feita, se o custo para o ambiente estiver internalizado nela. Diferentes abordagens têm sido sugeridas. Entre muitas, destaca-se a do Produto Interno Bruto (PIB) modificado à medida da estimação dos custos de conservação e reabilitação do ambiente. O mais clássico indicador da economia é PIB. Esse indicador, em sua construção, não contabiliza danos ambientais, porque eles aumentam a despesa total da economia nacional. Essa deficiência tem sido considerada na economia neoclássica, ajustando-se o PIB para criar um PIB modificado, subtraindo-se o esgotamento dos recursos e a poluição e considerando a distribuição de renda. Mas isso não resolve o problema de contabilizar recursos naturais não 29 monetarizados, como o ar por exemplo. Constanza (1997) critica as iniciativas de valoração de recursos ambientais não-monetarizados, questiona a qualidade de tais resultados, considerando que eles não incorporam metas de longo alcance. Além disso, na abordagem metodológica, as futuras gerações não podem reivindicar seus interesses. Engelhard (1993) compilou uma lista de diferentes abordagens para monetarização de recursos naturais. Nesta lista priorizaram-se as proposições que favoreciam a fixação de valores monetários para o ambiente inteiro, considerado como um instrumento para o planejamento político e a monitoração. O autor da lista defende que é mais vantajoso dizer que determinada espécie tem tal valor monetário do que não lhe atribuir nenhum valor. Mas, pela ótica da sustentabilidade “forte”, Hampike (1993) contra-argumentou que cada espécie do ambiente natural tem um valor incomensurável devido ao risco de extinção. Ademais, não é possível predizer um valor monetário que as futuras gerações possam aceitar caso elas desejem valorar as espécies. A avaliação de sustentabilidade econômica é fortemente calcada no conceito de valor. Nelson (1995), por um lado, assume a possibilidade de monetarizar todos os aspectos da vida e do ambiente. A conversão de aspectos da sustentabilidade em termos monetários tem a vantagem de permitir comparações, permitindo cálculos com diferentes quantidades em uma dimensão uniforme. Por outro lado, a monetarização de bens e serviços oriundos do ambiente fornece uma congruente base de cálculo, mas essa base na realidade varia consideravelmente, dependo do valor do julgamento subjacente. Além disso, os valores monetários não são suficientemente condizentes com a estrutura e as funções dos ecossistemas, logo suas agregações podem conduzir a políticas ambientais inadequadas. 2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 2.1 ABORDAGEM E TIPO DA PESQUISA Trata-se de um estudo que orienta-se em uma abordagem qualitativa para a análise do tema em questão. Os argumentos são estruturados com base em conceitos e hipóteses teóricas, assim como em dados secundários que possibilitam a construção dos indicadores de sustentabilidade. Trata-se, portanto, de um estudo qualitativo que faz uso da estatística como ferramenta metodológica para dar substância aos argumentos construídos e à análise do problema proposto. 30 Em relação à natureza e levantamento de dados, a pesquisa colocou-se como documental e bibliográfica, visto que foram realizadas abordagens teóricas acerca do tema em questão. Do ponto de vista das características do estudo, o mesmo é tido como uma pesquisa exploratória e descritiva, a qual busca a compreensão de fenômenos sociais a partir da localização, avaliação e síntese de dados e informações em determinado período de tempo. 2.2 UNIDADE DE ANÁLISE A unidadede análise dessa pesquisa é o município de Paragominas. 2.3 INSTRUMENTOS DA PESQUISA 2.3.1 Documentos Decretos, normas, leis, instruções normativas, código ambiental municipal, plano ambiental municipal e demais registros das ações desenvolvidas pelo município no processo de transição do desenvolvimento predatório para o desenvolvimento sustentável. Esses documentos foram analisados para melhor compreender o processo de desenvolvimento do município de Paragominas. 2.3.2 Construção dos Indicadores Foram construídos dois indicadores, um para situar o índice de sustentabilidade de Paragominas em relação aos demais municípios do Estado, o qual foi desenvolvido usando técnica de análise estatística multivariada – Análise Fatorial de acordo com a metodologia desenvolvida por Vasconcelos (2011). O outro índice avaliou algumas variáveis chaves para cada uma das dimensões do desenvolvimento sustentável e gerou indicadores representativos apenas para o município, conforme a proposta de Martins e Cândido (2008). 31 2.3.2.1 Definição dos Indicadores O desenvolvimento de indicadores está ligado ao planejamento e à gestão pública e ganhou corpo científico a partir dos anos 60 do século XX. Um indicador permite a obtenção de informações sobre uma dada realidade, podendo sintetizar um conjunto complexo de informações e servir como um instrumento de previsão. O estudo de indicadores de sustentabilidade é bastante recente. 2.3.2.2 Parâmetros para Elaboração dos Indicadores Considerando os critérios mundialmente utilizados para a escolha dos indicadores de sustentabilidade a serem utilizados em determinado contexto e escopo de pesquisa, procurouse em cada um dos indicadores selecionados, as seguintes características: a) Significativo para a realidade investigada e para o enfoque da pesquisa; b) Relevante para as decisões que orientam as políticas públicas; c) Reflete as mudanças temporais; d) Permite um enfoque integrado e sistêmico; e) Utiliza variáveis mensuráveis; f) Fácil interpretação e comunicação; g) Metodologia bem definida, transparente e objetiva aos propósitos da investigação e; h) Disponibilidade dos dados para o município de Paragominas no período de 2000 a 2010. Os indicadores foram selecionados com base nas propostas feitas por Ribeiro (2002); Van Bellen (2006); Martins; Cândido (2008); Vasconcelos (2011); Rodrigues (2009); Viana et al (2008); IBGE (2010). 2.3.3 Dados coletados A Coleta de dados secundários foi feita a partir do acesso a sistemas de banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (IDESP); Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEADATA); Departamento de 32 Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil; DATASUS; Ministério da Educação (MEC); Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP); Secretaria da Fazenda (SEFA); Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Os dados coletados se referem a todos os municípios do Estado do Pará para os quais foi construído o Índice Municipal de Sustentabilidade a partir da geração de um índice sintético de forma a possibilitar o ranking dos municípios e subsidiar a discussão sobre a trajetória temporal do desenvolvimento no município de Paragominas. Os dados foram coletados para os anos censitários de 2000 e 2010, de maneira que se mantivessem as mesmas variáveis nesses pontos temporais. Cabe ressaltar que um conjunto de variáveis representativas do grau da gestão pública municipal foi utilizado para gerar o indicador de sustentabilidade institucional para o ano de 2009, conforme a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) do IBGE. A pesquisa do IBGE não contemplou o ano de 2000. 2.3.4 Disposição dos Indicadores Os indicadores gerados foram agrupados em quatro dimensões: ambiental, econômica, social-demográfica e institucional. No entanto, essa disposição não significa que os indicadores devam ser considerados como exclusividade de uma determinada dimensão. Por exemplo, a pobreza tem significantes relações com as dimensões econômica, ambiental e institucional. 2.3.4.1 Dimensão Ambiental De acordo com Van Bellen (2006) a dimensão ambiental constitui elemento comum a qualquer ferramenta que procure medir o grau de sustentabilidade de um sistema. Em muitos casos a sua utilização de maneira isolada limita o alcance dessa ferramenta, mas é sem dúvida a dimensão que determina mais fortemente o grau de sustentabilidade de um sistema. Os dados representativos da dimensão ambiental estão apresentados no Quadro 1 a seguir: 33 Quadro 1 – Variáveis representativas da Sustentabilidade Ambiental Variável DESFL00 Descrição Fonte INPE Area Deflorestada (Km2). INPE Area Deflorestada (Km2). Número de Domicílios com Banheiro ou Sanitário com Acesso a Rede Geral IBGE/ NDBARG00 de Saneamento ou Rede Pluvial. CENSO Número de Domicílios com Banheiro ou Sanitário com Acesso a Rede Geral IBGE/ CENSO NDBARG10 de Saneamento ou Rede Pluvial. IBGE/ NDARGA00 Número de Domicílios com Acesso a Rede Geral de Distribuição de Água. CENSO IBGE/ NDARGA10 Número de Domicílios com Acesso a Rede Geral de Distribuição de Água. CENSO Número de Domicílios com Coleta de lixo, por Empresa Especializada ou IBGE/ NUCL00 Caçamba. CENSO Número de Domicílios com Coleta de lixo, por Empresa Especializada ou IBGE/ NUCL10 Caçamba. CENSO DESFL10 Ano 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 Fonte: IBGE/INPE Diante dessas informações, torna-se possível estabelecer políticas e mecanismos para a proteção, conservação e preservação do meio ambiente. Como esses aspectos refletem as condições básicas necessárias para que a população possa viver com mais qualidade de vida ambiental. Os indicadores que compõem a dimensão ambiental são fundamentalmente relevantes para o processo de desenvolvimento sustentável. 2.3.4.2 Dimensão Econômica A dimensão econômica dos indicadores de desenvolvimento sustentável gera um conjunto de informações relacionadas aos objetivos ligados ao desempenho econômico e financeiro e aos rendimentos da população, sendo de significativa relevância para a implementação do desenvolvimento sustentável, pois pode orientar as decisões e formulação de políticas públicas com capacidade de gerar projetos que propiciem melhorias na qualidade de vida da população através do acesso às condições econômicas adequadas. Essa dimensão é formada por taxas, coeficientes e variáveis coletadas diretamente de órgãos do governo do Estado do Pará, quais sejam (Quadro 2): Quadro 2 – Variáveis representativas da Sustentabilidade Econômica Variável Descrição PIBPB00 Produto Interno Bruto per capita. PIBPB09 Produto Interno Bruto per capita. Participação do Valor Adicionado da Agropecuária no Valor PVAP00 Fonte Ano IBGE/ IDESP IBGE/ IDESP IBGE/ 2000 2010 2000 34 PVAP10 PVAI00 PVAI10 PVAS00 PVAS00 RMD00 RMD10 Adicionado Total. Participação do Valor Adicionado da Agropecuária Adicionado Total. Participação do Valor Adicionado da Indústria no Valor Total. Participação do Valor Adicionado da Indústria no Valor Total. Participação do Valor Adicionado dos Serviços no Valor Total. Participação do Valor Adicionado dos Serviços no Valor Total. Rendimento Médio dos Domicílio (R$ 1,00) Rendimento Médio dos Domicílio (R$ 1,00) IDESP no Valor IBGE/ IDESP 2010 Adicionado IBGE/ IDESP 2000 Adicionado IBGE/ IDESP 2010 Adicionado IBGE/ IDESP 2000 Adicionado IBGE/ IDESP 2010 IBGE 2000 IBGE 2010 Fonte: IBGE/INPE 2.3.4.3 Dimensão Social-demográfica A dimensão social dos indicadores de desenvolvimento sustentável possibilita analisar um conjunto de informações sobre os aspectos sociais que influenciam na qualidade de vida da população e no acesso de forma igualitária aos serviços oferecidos à mesma. Trata-se de informações que servem como orientação para a formulação e implementação de políticas sociais que propiciem Melhor qualidade de vida para a população. Essa dimensão é formada por indicadores demográficos e variáveis coletadas diretamente de órgãos do governo do Estado do Pará, quais sejam (Quadro 3) Quadro 3 – Variáveis representativas da Sustentabilidade Social-demográfica Variável TMG00 TMG10 TMI00 TMI10 Descrição Taxa de Mortalidade Geral. Total de Óbitos por 1.000 habitantes segundo local de residência. Taxa de Mortalidade Geral. Total de Óbitos por 1.000 habitantes segundo local de residência. Taxa de Mortalidade Infantil. Total de Óbitos de Crianças com menos de um ano, por cada 1.000 crianças nascidas vivas, por local de residência. Taxa de Mortalidade Infantil. Total de Óbitos de Crianças com menos de um ano, por cada 1.000 crianças nascidas vivas, por local de residência. Fonte DATASUS/ IDESP DATASUS/ IDESP DATASUS/ IDESP DATASUS/ IDESP DATASUS DAV00 Doses aplicadas de Vacinas Habitantes. DAV10 DATASUS Doses aplicadas de Vacinas Habitantes. Procedimentos Hospitalares Pagos Pelo SUS por cada 1.000 Habitantes. 2000 - Financiamento a: Atenção Básica; Assistência Farmacêutica; DATASUS FAEC (Fundo de Ações Estratégicas e Compensação); Incentivo MAC (Media e Alta Complexidade); e Saúde em Vigilância Procedimentos Hospitalares Pagos Pelo SUS por cada 1.000 Habitantes. 2000 - Financiamento a: Atenção Básica; Assistência Farmacêutica; DATASUS FAEC (Fundo de Ações Estratégicas e Compensação); Incentivo MAC (Media e Alta Complexidade); e Saúde em Vigilância DATASUS Numero de Médicos por 1.000 Habitantes. PHP00 PHP00 NM00 Ano 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2000 2000 35 Numero de Médicos por 1.000 Habitantes. DATASUS 2010 NHAU00 NM10 Leitos Hospitalares, Ambulatoriais e de Urgência, por 1.000 habitantes. DATASUS 2006 NHAU10 Leitos Hospitalares, Ambulatoriais e de Urgência, por 1.000 habitantes. DATASUS 2010 NPCS00 Número de Postos e Centros de Saúde por 10.000 habitantes. DATASUS 2000 NPCS10 Número de Postos e Centros de Saúde por 10.000 habitantes. DATASUS IBGE/ CENSO IBGE/ CENSO INEP/ IDESP INEP/ IDESP 2010 NPALF00 NPALF10 NMEF00 NMEF10 NOCE00 NOCE10 TGP9100 TGP0010 RPUR00 RPUR10 DDEM00 DDEM10 RPMF00 RPMF10 Percentual de Pessoas alfabetizadas. Percentual de Pessoas alfabetizadas. Número de Matriculas no Ensino Fundamental. Número de Matriculas no Ensino Fundamental. Número de Óbitos por Causas Externas pelo total de óbitos - Acidentes DATASUS de Trabalho, Agressões, Acidentes de Transito…. Número de Óbitos por Causas Externas pelo total de óbitos - Acidentes DATASUS de Trabalho, Agressões, Acidentes de Transito…. IBGE/ Taxa de Crescimento Geométrico da População entre os Censos. IDESP IBGE/ Taxa de Crescimento Geométrico da População entre os Censos. IDESP IBGE/ Razão entre a População Urbana e Rural. IDESP IBGE/ Razão entre a População Urbana e Rural. IDESP IBGE/ Densidade demográfica. Área por habitantes. IDESP IBGE/ Densidade demográfica. Área por habitantes. IDESP IBGE/ Razão entre a População Masculina e Feminina. IDESP IBGE/ Razão entre a População Masculina e Feminina. IDESP 2000 2010 2000 2010 2000 2010 1991/ 2000 2000/ 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2000 Fonte: IBGE/INPE 2.3.4.4 Dimensão Institucional Essa dimensão permite uma avaliação dos níveis de sustentabilidade, tendo como contribuição um conjunto de informações que servirão de fio condutor para a busca de alternativas para o desenvolvimento sustentável no município. Essa dimensão é formada por indicadores e variáveis coletadas diretamente de órgãos do governo do estado do Pará, quais sejam (Quadro 4): Quadro 4 – Variáveis representativas da Sustentabilidade Institucional Variável PPDASP00 PPDASP10 PPDSS00 Descrição Participação Percentual das Despesas com Assistência Social E Previdência nas Despesas Totais. Participação Percentual das Despesas com Assistência Social E Previdência nas Despesas Totais. Participação Percentual das Despesas com Saúde e Saneamento nas Despesas Totais. Fonte Ano STN 2000 STN 2010 STN 2000 36 PPDSS10 PPDEC00 PPDEC10 PPDHUT00 PPDHUT10 PPRTRT00 PPRTRT00 PPRTRIRT00 PPRTRIRT10 DUAA Participação Percentual das Despesas com Saúde e Saneamento nas Despesas Totais. Participação Percentual das Despesas com Educação e Cultura nas Despesas Totais. 2000 Participação Percentual das Despesas com Educação e Cultura nas Despesas Totais. 2000 Participação Percentual das Despesas com Habitação, Urbanismo e Transporte nas Despesas Totais. 2000 Participação Percentual das Despesas com Habitação, Urbanismo e Transporte nas Despesas Totais. 2000 Participação Percentual das Receitas Transferidas nas Receitas Totais. Participação Percentual das Receitas Transferidas nas Receitas Totais. Participação Percentual das Receitas Tributarias nas Receitas Totais. Participação Percentual das Receitas Tributarias nas Receitas Totais. Conselho municipal de política urbana, desenvolvimento urbano, da cidade ou similar – existência. DUAB Conselho municipal de segurança pública - existência DUAC Município mantém serviço de assistência jurídica Caracterização do órgão gestor responsável pela política de direitos humanos no município. DUAD DUAE Conselho municipal de meio ambiente - existência. DUAF Caracterização do órgão gestor do meio ambiente no município STN 2010 STN 2000 STN 2010 STN 2000 STN 2010 STN 2000 STN 2000 STN 2000 STN 2010 IBGE/ MUNIC IBGE/ MUNIC IBGE/ MUNIC IBGE/ MUNIC IBGE/ MUNIC IBGE/ MUNIC 2009 2009 2009 2009 2009 2009 Fonte: IBGE/INPE 2.3.5 Análise Fatorial Para a construção do Índice Sintético de Sustentabilidade Municipal foi utilizada a Análise Fatorial nos componentes principais. A Análise de Componentes Principais (ACP) tem como objetivo explicar a estrutura de variância e covariância, ou seja, as correlações entre variáveis, por meio de umas poucas combinações lineares das variáveis originais. A Análise de Fator é uma técnica estatística multivariada, que tem como objetivo descrever o comportamento de um conjunto de variáveis por meio de um número menor de variáveis denominadas Fatores; cada fator apresentando um distinto padrão de movimento entre as variáveis, que será interpretado logicamente. 37 Algebricamente, componentes principais são combinações lineares formadas a partir de um conjunto de variáveis originais X 1 , X 2 ,K, X p Y1 , Y2 , K , Y p , representado por: Yi = l i1 X 1 + l i 2 X 2 + K + l ip X p n com i = 1,2,3, K , p em que ∑l j =1 2 ij =1 . A primeira componente principal é a combinação linear com a máxima variância (Var), assim, Var (Y1 ) ≥ Var (Y2 ) ≥ K ≥ Var (Y p ) . Outra característica da variável Yi é que as combinações lineares não são correlacionadas e a somatória da variância das componentes principais é igual à somatória da variância das variáveis originais. Os coeficientes l ij representam o nível de relação da variável original com a componente principal representando um efeito parcial sobre a componente gerada. A denominação ou categorização de cada componente é feita levando-se em consideração as maiores relações obtidas pelas combinações lineares para cada componente principal. O número de componentes a serem usados na análise é de quatro de forma a representar cada uma das dimensões da sustentabilidade, correspondendo a pelo menos 50% da porcentagem da variância dos dados. No entanto, Johnson; Wichern (2001); Zambrano;Lima (2004); Mingoti (2005) fazem referência a uma porcentagem mínima de 70%. Na análise fatorial, cada fator explica uma parcela da variância do conjunto de dados, com o fator1 explicando a maior parcela da variância e os fatores seguintes explicando parcelas cada vez menores, em uma seqüência decrescente. A técnica de Análise fatorial pode ser apresentada nas quatro etapas seguintes, segundo Zambrano; Lima (2004): a) Matriz de correlações e adequabilidade do modelo à técnica de análise fatorial. Define-se a matriz de correlações simples entre os indicadores, dada por R = XX ′ , em que: 38 x11 x12 x x X = 21 22 L L x n1 x n 2 L x1N X 1′ L x 2 N X 2′ = L L L L x nN X n′ Nesse procedimento se avalia a possibilidade da amostra de dados utilizada guarda alguma adequabilidade ao método utilizado. Para testar a adequabilidade utilizou-se os testes de KMO (Kaiser-Meyer_Olkin) e o de esfericidade de Bartlett. O KMO compara a magnitude dos coeficientes de correlação simples observados com as magnitudes dos coeficientes de correlação parcial, e varia entre zero e um. A estatística KMO é calculada pela expressão a seguir: ∑∑ r KMO = i≠ j ∑∑ r i≠ j em que rij 2 ij 2 ij + ∑∑ a ij2 i≠ j é o coeficiente de correlação simples entre as variáveis originais e aij é o coeficiente de correlação parcial entre elas. O valor mínimo de KMO admitido no estudo foi de 0,700. O teste de Bartlett, usado para testar a hipótese nula de que a matriz de correlação é uma matriz–identidade, se a hipótese for rejeitada a utilização da Análise de Fator é adequada. b) Determinação do número de fatores O número de fatores utilizados foi previamente definido em quatro, sem se importar se os autovalores estavam acima de um ou se a representatividade da variância ficou acima de 70,0% (PEREIRA, 2001). Sabbag (2000) recomenda utilizar dois ou três fatores como forma de simplificar as análises. A comunalidade é um indicador da eficiência dos fatores em explicar a variabilidade total do conjunto de dados, e quanto mais próximo de 1 estiver o seu valor, maior a parcela da variância da variável que é captada pelo conjunto de fatores considerados. c) Rotação dos fatores obtidos Na análise de fator as variações das medidas estão maximizadas e as relações entre as medições suavizadas. Segundo Zambrano; Lima (2004), as medidas que apresentam 39 correlações mais fortes entre si espera-se que estejam dentro de um mesmo fator e apresentem correlação mais fraca com os demais fatores. O método utilizado foi o varimax, que busca minimizar o número de variáveis com altas cargas num fator. Esse processo de rotação ortogonal da matriz de fatores não afeta a comunalidade e nem a percentagem de variações explicadas pelos fatores. d) Cálculo dos escores fatoriais É a medida assumida para cada observação do conjunto de dados observado e é obtida pela seguinte expressão: Fi = W j1 X 1 + W j 2 X 2 + K + W jp X p em que Wij são os coeficientes dos escores fatoriais, ou ponderações para cada uma das variáveis do índice; X i variável observada e p é o número de variáveis. Os escores fatoriais representativos de cada uma das dimensões da sustentabilidade permite identificar diferenças espaciais e desenvolver análises comparativas entre os municípios. Escores fatoriais elevados mostrarão que aquela observação tem alta influência daquele fator. De posse dos fatores representativos de cada uma das dimensão calculou-se o índice sintético da sustentabilidade municipal a partir da combinação linear calculou-se a média aritmética ponderada dos escores de cada dimensão, em que os pesos foram obtidos pela participação dos autovalores para cada uma das quatro raízes características utilizadas no modelo, daí resultando no Índice de Sustentabilidade Municipal (ISM) para 2000 e 2010. Após a geração do ISM para cada município realizou-se uma padronização desses valores para o intervalo 0 a 1, conforme formulação abaixo: I = (x-m)/(M-m) I = índice calculado para cada município; x = valor de cada variável em cada município; m = valor mínimo identificado nessas localidades; 40 M = valor máximo identificado nessas localidades. Para a classificação desses índices referentes a cada variável, ao ISM das dimensões e ao ISM final, foi utilizado um conjunto de cores que correspondem a uma escala definida, que caracteriza os níveis de sustentabilidade para cada município, conforme mostrado no Quadro 05: Quadro 5 - Classificação e representação dos índices em níveis de sustentabilidade ÍNDICE ( 0 - 1) COLORAÇÃO NÍVEL DE SUSTENTABILIDADE 0,0000 - 0,2500 CRÍTICO 0,2501 - 0,5000 ALERTA 0,5001 - 0,7500 ACEITÁVEL 0,7501 - 1,0000 IDEAL Fonte: Martins e Cândido (2008) Nessa representação, os índices de sustentabilidade com valores entre 0,0000 e 0,2500 foram representados pela cor vermelha e caracterizados com performance que revela um nível crítico de sustentabilidade; os índices com valores entre 0,2501 e 0,5000 foram representados pela cor laranja e caracterizados com performance que revela um nível de sustentabilidade em alerta; os índices com valores entre 0,5001 e 0,7500 foram representados pela cor verde claro e caracterizados com performance que revela um nível de sustentabilidade aceitável; e por último, os índices com valores entre 0,7500 e 1,000 foram representados pela cor verde brilhante e caracterizados com performance que revela nível de sustentabilidade ideal. 2.3.6 Índice de Sustentabilidade para Paragominas Como as unidades apresentam diferentes unidades de medida, as mesmas foram transformadas em índices, que possibilitaram a agregação nas respectivas dimensões para a estimação do Índice Sustentável Municipal (ISM). Para isso, tomou-se como base a proposta metodológica desenvolvida pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), para verificação do processo de desenvolvimento sustentável em alguns países da América Latina e utilizada por Waquill et al. (2006), onde utiliza um procedimento que ajusta os valores das variáveis numa escala com variação, cujo valor mínimo é 0 (zero) e o valor máximo é 1 (um). Assim, os índices apresentarão valores com variação entre 0 – 1. 41 Nessa perspectiva, foram definidos os tipos de relação (positiva ou negativa) que essas variáveis apresentam com o desenvolvimento sustentável, identificada através do comportamento da variável em que, se aumentar seu valor (indicador) favorece ou desfavorece o processo de desenvolvimento. A variável apresenta uma relação positiva quando verificado que, quanto maior o indicador melhor será o índice, e quanto menor o indicador, pior será o índice. A variável apresenta uma relação negativa quando verificado que, quanto maior o indicador pior será o índice, e quanto menor o indicador melhor será o índice. Após identificar a relação positiva ou negativa da variável com o processo de desenvolvimento sustentável, a operacionalização para o cálculo do índice é feita a partir de fórmulas que reconhecem essas relações e permitem a análise da sustentabilidade através da agregação de todos os índices. Quando a relação é positiva: I = (x-m)/(M-m) Quando a relação é negativa: I = (M-x)/(M-m) Onde: I = índice calculado para cada município; x = valor de cada variável em cada município; m = valor mínimo identificado nessas localidades; M = valor máximo identificado nessas localidades. O valor mínimo e o valor máximo foram definidos da seguinte forma: foi montada a base de dados de todos os municípios do Estado do Pará e a partir dessa base de dados, a transformação das variáveis em índices foi operacionalizada considerando os extremos, ou seja, os valores mínimos e máximos observados nesses municípios. A partir da identificação 42 desses extremos, foi aplicada a fórmula conforme o tipo de relação positiva ou negativa, cujo resultado consistiu numa comparação dos valores observado em cada município e sua relação com o valor mínimo e o valor máximo observado no contexto dos demais municípios. Após a transformação das variáveis em índices, foi realizada a agregação desses índices por dimensão através da média aritmética, chegando-se ao IDSM ambiental, social, econômico e institucional de cada município. O IDSM final foi calculado através da média aritmética dos IDSM’s das dimensões. 3. CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO O surgimento do município de Paragominas ocorreu às margens da rodovia BelémBrasília, a 310 km da capital do Estado. A criação da cidade foi realizada por empreendedores privados com incentivo do governo federal. Segundo Leal (2000, p. 22), “quando seus pioneiros pisaram pela primeira vez neste solo, já traziam assinalado, um mapa da região, o local exato onde a cidade seria construída e possuíam um projeto do que viria a ser Paragominas. Portanto, sabiam o que queriam e por onde começar”. O pioneiro colonizador, Célio Rezende Miranda, havia recebido do governo o título das terras no Pará e com os recursos advindos do fracionamento dessas terras e venda de fazendas deveria construir a cidade. A fundação oficial do município ocorreu em 1965 e sua denominação constitui a abreviação do nome de três Estados, origem de alguns dos pioneiros colonizadores do município: Pará, Goiás e Minas Gerais. Contudo, há registros da formação de pequenas colônias agrícolas na região desde a década de 1930. Quadro 6 – Índices econômicos de Paragominas e a média do Estado do Pará para a década de 2000 ÍNDICE Fonte / Ano PIB IBGEIdesp / 2002 IBGEIdesp / PIB per capita 2002 Total Pessoas Idade Ativa DIEESE (PIA) / 2001 Média PA Fonte / Paragominas Ano Média PA Paragominas 22.321.464 IBGEIdesp / 298.717 2009 58.401.830,00 878.875 3.918 IBGEIdesp / 5.596 2009 7.859 9.028 3.388.000 - DIEESE / 2009 5.924.000 - 43 Total Pessoas Idade Ativa (PIA) Total de Vínculos Empregatícios % Pessoas com carteira assinada Total de Vínculos Empregatícios % Pessoas com carteira assinada IBGE / 2000 - DIEESE / 2001 1.734.000 - DIEESE / 2009 3.216.000 - DIEESE / 2001 51,18% - DIEESE / 2009 54,29% - IBGE / 55.580 2010 - 76.405 Idesp / 2000 - Idesp / 9.468 2010 - 17.833 Idesp / 2000 - Idesp / 17,03% 2010 - 23,34% Fonte: Idesp O PIB possibilita a visualização da capacidade produtiva de valor no município considerando os insumos de capital físico, humano, natural e social, diante de um contexto tecnológico presente no período em estudo. De acordo com o IDESP (2012), no ano de 2002 Paragominas ocupava a 12ª posição no ranking dos municípios paraenses com os maiores valores do PIB e participou com 1,77% na composição do PIB do Estado. Em 2009, passou a ocupar a 9ª posição com participação de 1,50% (Quadro 6). O PIB per capita do município ocupou a 14ª posição no ranking dos municípios do Estado, em 2009, com o valor de R$9.028, a melhor posição ocupada pelo município durante desde 1999. Esse valor per capita ficou R$1.169,00 acima do estimado para o Estado, de R$7.859, em 2002, essa diferença foi de R$1.678,00 (IDESP, 2012). O número de empregos formais no município quase dobrou entre os anos de 2000 e 2010, aumentou 88,3%. A evolução observada mostra tendência crescente com média de crescimento absoluta da ordem 835 vínculos empregatícios ao ano, o percentual de pessoas com empregos formais em relação à população em idade ativa aumentou de 6,31 pontos percentuais (IDESP, 2012). 44 Figura 1: Localização do município de Paragominas, Pará Fonte: SEMMA-PA, 2011 A população residente município de Paragominas, de acordo com o IDESP (2012), cresceu, em média, 2,5% ao ano na década de 2000, acima da taxa verificada para o Estado do Pará, que foi 2,05%. No rank dos municípios em relação à população residente no Estado do Pará, o município saiu da 12ª, em 2000, para a 13ª, em 2010 (Quadro 7). Ainda segundo o IDESP (2012), a densidade demográfica em 2010 ficou em 5,06 pessoas por Km2, enquanto, em 2000, tinha-se 3,94 pessoas por Km2. Na área urbana da sede do município residiam, em 2010, 76.511 pessoas, com uma concentração de 78,2% da população na sede municipal. O incremento populacional de cerca de 21,3 mil habitantes na última década gerou, consequentemente, a elevação da demanda por serviços de saúde, educação, saneamento, segurança e serviços assistenciais, previdenciários e de ordenamento do trânsito, exigindo dos gestores locais a elaboração de plano diretor urbano, plano de coleta e tratamento de resíduos sólidos, e das demais instâncias institucionais envolvidas no processo de coordenação das ações com vistas ao desenvolvimento sustentável (IDESP, 2012). Cerca de 76,18% da população residia na área urbana, em 2000, enquanto, em 2010 a população urbana teve participação relativa de 78,21% da população total, o que representa uma variação de 2,03 pontos percentuais no período. A população residente na área rural, em 45 2000, foi de 18.210 pessoas representando 23,81%, enquanto em 2010 essa população foi de 21.308 habitantes, o que representa 21,78% da população total do município (IDESP, 2012). Quadro 7 – Indicadores demográficos de Paragominas e a média do Estado do Pará para a década de 2000 ÍNDICE Fonte / Ano População Total IBGE / 2000 Média PA Paragominas Fonte / Ano Média PA Paragominas 6.192.307 IBGE / 76.450 2010 7.581.051 97.819 População Urbana IBGE / 2000 4.120.693 IBGE / 58.240 2010 5.191.559 76.511 % População Urbana IBGE / 2000 66,55% IBGE / 76,18% 2010 68,48% 78,22% População Rural IBGE / 2000 2.071.614 IBGE / 18.210 2010 2.389.492 21.308 % População Rural IBGE / 2000 33,45% IBGE / 23,82% 2010 31,52% 21,78% Fonte: Idesp O desempenho educacional dos alunos congrega dois aspectos: o relativo ao resultado nas provas de proficiência em Português e Matemática para os alunos da 4ª série e da 8ª série e o desempenho do aluno medido pela taxa de aprovação. As notas do IDEB para o município de Paragominas apresentam tendência crescente para os dois níveis de ensino. O índice para 4ª série/5º ano ficou acima do obtido pelo Estado em todos os anos. Para 8ª série/9º ano o índice no ano de 2005 ficou abaixo do obtido pelo Estado e acima da nota registrada no ano de 2009 pelo Estado. Quadro 8 – Indicadores de saúde de Paragominas e a média do Estado do Pará para a década de 2000 ÍNDICE Taxa Natalidade Bruta Nascidos vivos por ano Taxa Mortalidade Infantil (-1A) Óbitos Infantis (1A) Fonte / Ano IBGEDATASUS / 2000 DATASUS / 2000 DATASUS / 2000 DATASUS / 2000 Média PA Paragominas 20,4 22,8 126.340 1.743 24,41 40,73 3.084 71 Fonte / Ano IBGEDATASUS / 2010 DATASUS / 2010 DATASUS / 2010 DATASUS / 2010 Média PA Paragominas 18,5 21,43 140.225 2.096 17,96 19,56 2.519 41 Fonte: Idesp A mortalidade Geral e Infantil vem reduzindo no município a uma taxa de 0,02 ao ano e 2,35 ao ano, respectivamente. A tendência de redução da mortalidade no município pode ser um indicador de que as políticas públicas efetivadas com esse fim estão atingindo os objetivos delineados. 46 A mortalidade infantil, nos dois anos analisados, os coeficientes registrados são superiores a 10 casos em cada mil nascidos vivos, que é o índice máximo indicado pela Organização mundial de Saúde (OMS), nos dois níveis analisados (estadual e municipal). Entre 2000 e 2010 houve redução significativa nas taxas de mortalidade infantil, especialmente no município de Paragominas, onde essa taxa caiu de 40,7 para 19,5 em cada mil nascidos vivos. Tendência semelhante foi observada no Estado, porém, em grau menos acentuado do que o observado no município. Quadro 9 – Indicadores de infraestrutura de Paragominas e a média do Estado do Pará para a década de 2000 ÍNDICE Água Encanada (% pessoas) Instalações sanitárias com acesso à rede geral. (% pessoas) Lixo Coletado (% pessoas) Iluminação Elétrica (% pessoas) Fonte / Ano IBGE / 2000 Média PA 41,87% Fonte / Ano IBGE / 36,63% 2010 Paragominas Média PA Paragominas 47,01% 56,31% IBGE / 2000 6,66% 1,26% IBGE / 2010 9,29% 2,04% IBGE / 2000 50,89% 72,57% IBGE / 2010 67,99% 87,39% IBGE / 2000 76,78% 92,64% IBGE / 2010 91,70% 98,85% Fonte: Idesp Os problemas de saúde da população em geral, refletem, em grande medida, a falta de saneamento básico (esgoto e coleta de lixo), a carência alimentar, a ausência de água tratada dentre outros, comuns nas áreas rurais e na sede do município. Embora tenham ocorridos melhorias no sistema de abastecimento de água em Paragominas, nos últimos anos, de acordo com os resultados preliminares do Censo Demográfico de 2010, apenas 54,7% dos domicílios particulares permanentes tinham acesso à rede geral de distribuição de água ou 56,31% da população, enquanto em 38,5% dos domicílios a forma de abastecimento de água é o uso de poço ou nascente, além de outras formas não especificadas pelo IBGE. Os dados do censo demográfico de 2010 mostram que 24.502 domicílios tinham banheiro ou sanitários em seus lares. No entanto, apenas 2,06% dos domicílios encontravamse atendidos por rede geral de esgoto pluvial; 11,14% tinham fossa séptica; 86,7% apresentavam outro tipo de esgotamento sanitário. Apenas 465 domicílios não tinham banheiro ou sanitário. 47 O lixo do município é coletado por empresa especializada em que 16.718 domicílios são atendidos diretamente por serviço de limpeza e 5.169 por caçamba de serviço de limpeza. Um conjunto de 3.080 domicílios não são atendidos por coleta. Com energia elétrica, em 2010, foram contabilizados 24.684 domicílios, representando, 98,71% das unidades domiciliares, em 2000, essa proporção foi de 93,5%. De acordo com Pinto et al. (2009, p. 27) originalmente, o município de Paragominas era inteiramente coberto por floresta tropical. Em 2008, 45% de sua área estava desmatada ou altamente degradada. O restante (55%) do território está coberto por florestas em diversos estágios de uso e conservação. Figura 2: Desmatamento, áreas degradadas e floresta em 2008, Paragominas, Pará Fonte: Imazon, 2009. Em 2008, a pecuária de grandes fazendas ocupava 80% da área desmatada do município, a agricultura familiar, 14,5% e o cultivo de grãos, 4,5%. 48 Figura 3: Município de Paragominas, Pará Fonte: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, 2008. 49 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 ANÁLISE FATORIAL - 2000 A matriz de correlação apresentou determinante diferente de zero. A estatística de Bartlett’s foi de 6.168,143 com significância de 0,00 indicando que a matriz de correlações não é uma matriz identidade. A estatística KMO avalia a adequação da amostra quanto ao grau de correlação e o seu valor foi superior a 0,700. Quadro 10 – Variância explicada e escores fatoriais após rotação - 2000 Variável Variância (%) NUCL00 NDARGA00 NDBARG00 NMEF00 NOCE00 DDEM00 RPUR00 NM00 PPRTRIRT00 PPDSS00 RMD00 TGP9100 NPALF00 PVAS00 TMG00 PPDASP00 PIBPC00 PVAI00 PPRTRT00 TMI00 DESFL00 NHAU00 PHP00 PPDEC00 PPDHUT00 DAV00 NPCS00 PVAP00 RPMF00 Fator1Ambiental 21,48 ,964 ,942 ,925 ,920 ,903 ,743 ,662 ,466 ,410 ,346 ,319 ,240 ,220 ,179 ,137 ,107 ,048 ,042 ,008 ,000 -,030 -,035 -,056 -,059 -,068 -,078 -,110 -,199 -,232 Fonte: elaboração da autora Fator2Econômico 12,77 ,132 ,122 ,115 ,132 ,192 ,006 ,007 ,570 ,597 ,059 ,666 -,059 ,458 -,645 ,156 ,129 ,817 ,669 ,012 -,026 ,295 ,536 ,366 -,175 ,157 ,319 -,054 ,059 -,137 Fator3SócioDemográfico 11,14 ,138 ,119 ,043 ,231 ,145 ,251 ,171 ,434 ,105 ,137 ,022 -,001 ,361 ,634 ,552 ,199 -,040 ,206 -,084 ,095 -,221 ,379 ,602 ,086 -,089 ,031 -,397 -,751 -,764 Fator4- Institucional 10,07 ,028 ,017 ,001 ,059 ,096 -,030 -,024 ,094 ,268 ,695 ,165 ,030 -,024 -,033 ,155 ,629 ,044 ,013 ,610 ,321 ,378 ,128 ,202 ,824 ,713 -,146 -,035 ,020 ,081 50 Após diagnóstico da adequação da aplicação da técnica de Análise de Fator conclui-se que os fatores apresentados no Quadro 10 com suas constituintes e a variância explicada por cada um deles alcançando um total de 55,46% do total da variância do conjunto de dados utilizados para o ano de 2000. O Fator denominado de Ambiental está positivamente correlacionado com intensidade acima de 0,90 com as variáveis: número de domicílios com coleta de lixo (NUCL00); número de domicílios com acesso a rede geral de água (NDARGA00); número de domicílios com banheiro ou sanitário com acesso a rede geral de saneamento ou rede pluvial (NDBARG00). Os sinais obtidos para correlação foram os esperados. Os resultados refletem a importância dessas variáveis no conceito de desenvolvimento sustentável. O Fator denominado de Econômico apresenta correlação positiva e variando de 0,60 a 0,88 com as variáveis PIB per capita (PIBPC): participação do valor adicionado da indústria no valor adicionado total no município (PVAI00); e a renda média domiciliar (RMD00). Essas variáveis sinalizam para a importância das atividades econômicas desenvolvidas no município e para renda gerada por elas. Num contexto de desenvolvimento sustentável o sistema produtivo tem papel primordial na geração da renda e no estímulo ao consumo dos produtos locais. No Fator definido como Sócio-Demográfico as maiores correlações positivas estão relacionadas com os seguintes variáveis: Procedimentos hospitalares pagos pelo SUS (PHP00); Taxa de mortalidade geral (TMG00); número de médicos (NM00). A correlação permanece positiva para com outras variáveis da área de saúde e demográfica o que mostra a importância desse setor para o desenvolvimento sustentável. O Fator definido como institucional apresenta forte correlação positiva, acima de 0,630 com as seguintes variáveis: Participação percentual das despesas com educação e cultura na despesa total dos municípios (PPDEC00); Participação percentual das despesas com habitação, urbanismo e transporte na despesa total (PPDHUT00); Participação percentual das despesas com saúde e saneamento na despesa total (PPDSS00) Participação percentual das despesas com assistência social e previdência na despesa total (PPDASP00). Essas variáveis sinalizam para a importância dos gastos públicos com a área de saúde, assistência e previdência que formam o tripé da seguridade social fundamental para amparar aos menos favorecidos e aos alijados da atividade produtiva por ser portador de deficiências físicas e mentais. Nesse contexto a sustentabilidade prega a solidariedade entre as gerações como forma das gerações atuais se preocuparem com as gerações passadas. 51 4.2 ANÁLISE FATORIAL - 2010 A matriz de correlação apresentou determinante diferente de zero. A estatística de Bartlett’s foi de 6.168,143 com significância de 0,00 indicando que a matriz de correlações não é uma matriz identidade. A estatística KMO avalia a adequação da amostra quanto ao grau de correlação e o seu valor foi de 0,757. Quadro 11 – Variância explicada e escores fatoriais após rotação - 2010 Variável Variância NUCL10 NOCE10 NMEF10 NDARGA10 NDBARG10 DDEM10 RPUR10 NM10 DUAB1 RMD10 NPALF10 PVAS10 PPRTRIRT10 DUAD1 TMG10 PPDSS10 NHAU10 PPDHUT10 PIBPC10 DUAC1 DUAA1 PVAI10 DUAE1 DUAF1 PPRTRT10 PHP10 TGP0010 PPDEC10 TMI10 DESFL10 DAV10 NPCS10 PVAP10 RPMF10 Fonte: elaboração da autora Fator1Ambiental Fator2Econômico Fator3Institucional Fator4Sócio-Demográfico 22,477 11,844 9,419 7,556 ,937 ,926 ,917 ,876 ,829 ,808 ,703 ,672 ,600 ,541 ,404 ,323 ,298 ,280 ,262 ,224 ,185 ,181 ,139 ,138 ,127 ,106 ,071 ,033 -,006 -,037 -,042 -,061 -,111 -,116 -,118 -,273 -,470 -,572 ,093 ,120 ,103 ,062 ,011 -,044 -,026 ,367 ,017 ,622 ,445 -,734 ,524 ,085 ,200 ,111 ,310 ,373 ,872 -,008 ,116 ,871 ,315 -,026 ,005 ,070 ,496 -,081 ,011 ,364 ,060 -,275 -,184 -,147 ,048 ,084 ,044 ,031 ,018 ,053 ,061 -,024 ,144 ,061 ,013 -,064 ,312 -,096 -,019 ,839 ,076 ,637 -,097 -,015 ,112 -,140 ,133 -,116 ,931 ,207 ,028 ,873 ,149 ,202 ,060 -,142 ,227 ,222 ,009 ,018 -,041 ,002 ,001 ,011 ,017 ,351 ,155 ,310 ,235 -,072 ,019 ,227 ,527 ,195 ,735 ,204 ,017 ,086 -,031 -,130 ,126 ,053 ,084 ,780 -,548 -,057 ,150 ,031 ,054 ,523 ,223 -,041 52 Após diagnóstico da adequação da aplicação da técnica de Análise de Fator conclui-se que os fatores apresentados no Quadro 10 com suas constituintes e a variância explicada por cada um deles alcançando um total de 51,29% do total da variância do conjunto de dados utilizados para o ano de 2000. O Fator denominado de Ambiental está positivamente correlacionado com intensidade acima de 0,90 com as variáveis: número de domicílios com coleta de lixo (NUCL10); número de óbitos por causas externas (NOCE10); com o número de domicílios com acesso a rede geral de água (NDARGA10) e o número de domicílios com banheiro ou sanitário com acesso a rede geral de saneamento ou rede pluvial (NDBARG10) com correlação de 0,876 e 829, respectivamente. Os sinais obtidos para correlação foram os esperados. Os resultados refletem a importância dessas variáveis no conceito de desenvolvimento sustentável. O Fator denominado de Econômico apresenta correlação positiva e variando de 0,60 a 0,88 com as mesmas variáveis observadas no ano de 2000, quais sejam: PIB per capita (PIBPC): participação do valor adicionado da indústria no valor adicionado total no município (PVAI00); e a renda média domiciliar (RMD00). Essas variáveis sinalizam para a importância das atividades econômicas desenvolvidas no município e para renda gerada por elas. Num contexto de desenvolvimento sustentável o sistema produtivo tem papel primordial na geração da renda e no estímulo ao consumo dos produtos locais. No Fator definido como Sócio-Demográfico as maiores correlações positivas estão relacionadas com os seguintes variáveis: Procedimentos hospitalares pagos pelo SUS (PHP10); número de leitos ambulatoriais e de urgência (NHAU10); Taxa de mortalidade geral (TMG00); número de médicos (NM00) e número de postos e centros de saúde (NPCS10). A correlação permanece positiva para com outras variáveis da área de saúde e demográfica o que mostra a importância desse setor para o desenvolvimento sustentável. O Fator definido como institucional apresenta forte correlação positiva, acima de 0,900 com a participação percentual das receitas transferidas nas receitas totais (PPRTRT10), o que mostra a importância desse instrumento de distribuição de recursos da esfera federal para os municípios poderem desenvolver suas ações de políticas públicas. A Participação percentual das despesas com educação e cultura na despesa total dos municípios (PPDEC00) apresentou correlação de 0,873. A Participação percentual das despesas com saúde e saneamento na despesa total (PPDSS00), 0,839. 53 4.3 ANÁLISE DOS ÍNDICES DE SUSTENTABILIDADE MUNICIPAL SEGUNDO A DIMENSÃO Os dados das Tabelas 11 e 12 mostram que o município de Paragominas saiu de uma situação classificada como crítica, em 2000, para a de Alerta, em 2010, quando observado no conjunto das dimensões e nos intervalos. No entanto, no ranking dos municípios com os melhores indicadores ele saiu da 14ª posição, em 2000, para 15ª, em 2010. Quadro 12 – Resultados do ISM por dimensão e para o município de Paragominas, 2000 Dimensão Índice Performance Situação Ambiental 0,0723 CRÍTICO Econômico 0,3862 ALERTA Sócio-Demográfico 0,5676 ACEITÁVEL Institucional 0,8957 IDEAL ISM - Município CRÍTICO 0,2300 Fonte: elaboração da autora Em relação às dimensões no índice de sustentabilidade ambiental o município permanece na mesma situação Crítica. Em 2000, o município ocupava a posição 35 no ranking dos melhores posicionados nesse indicador. No ano de 2010 consegui subir 14 posições alcançando a 21ª, o que situa o município entre os 25 com os melhores índices de sustentabilidade ambiental. Na dimensão econômica o município recebeu classificação de alerta para sustentabilidade nos anos de 2000 e 2010, no entanto, elevou seu índice e a sua posição em relação aos demais municípios do Estado. O avanço econômico do município e entrada de novas atividades produtivas fez com que o município deixasse de ocupar a 16ª, em 2000, para se posicionar na 8ª posição. Quadro 13 – Resultados do ISM por dimensão e para o município de Paragominas, 2010 Dimensão Índice Performance Situação Ambiental 0,1341 CRÍTICO Econômico 0,4497 ALERTA Sócio-Demográfico 0,2527 ACEITÁVEL Institucional 0,7535 IDEAL ISM 0,2653 ALERTA Fonte: elaboração da autora Na dimensão sócio-demográfica, em 2010, o município continua a ser classificado da mesma forma que foi em 2000, como aceitável, porém, o índice reduziu mais que a metade 54 daquele observado em 2000. Em termos de posicionamento no ranking ele saiu da posição 61ª para 95ª. Na dimensão institucional o município recebeu a classificação de Ideal nos anos de 2000 e 2010, respectivamente. Entretanto, perdeu posição no raking, saindo da 4ª, em 2000, para 60ª, em 2010, o que indica uma piora no conjunto de variáveis representativas da dimensão institucional. Em anexo apresenta-se os resultados para os municípios paraenses. 4.4 ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE EM PARAGOMINAS Com a análise das devidas explicitações metodológicas utilizadas para o presente estudo, serão abordados a seguir os resultados obtidos a partir da análise do desenvolvimento sustentável do município de Paragominas nos anos de 2000 e 2010. Os resultados mostram os pontos mais relevantes, entre críticos e ideais de apresentação das variáveis a serem pontuadas e trabalhadas dentro do contexto no qual Paragominas se insere. 4.4.1 Dimensão Social Esta dimensão está relacionada ao nível de qualidade de vida da população, à satisfação das necessidades humanas, à justiça social, ao nível de educação e às condições básicas de sobrevivência humana. Observou-se que, indicadores como média de alunos por docente no ensino fundamental apresentam índice aceitável em relação ao município, de 0,7124 no ano de 2000 e ideal no ano de 2010, com índice de 0,9433, o que mostra uma boa condição no que concerne à educação. A distribuição média de alunos por turma no Estado do Pará, segundo os resultados do Censo de 2010, foi de 24,7%. A relação entre média de aluno tem correlação positiva com o desempenho dos mesmos, conforme mostra a literatura sobre os determinantes do desempenho educacional e se justifica pelo fato de o número reduzido de alunos possibilitar ao professor uma maior atenção aos alunos. Os resultados das taxas de rendimento mostram que a reprovação alcançou uma taxa de 14% no ensino fundamental nas escolas gerenciadas pelo município. 55 Os indicadores de mortalidade Geral e Infantil apresentam índices em nível de alerta, de 0,3263 e 0,4618, respectivamente no ano de 2000 e 0,5358 e 0,7395, também respectivamente, no ano de 2010, apresentando neste último ano uma performance aceitável.A mortalidade Geral e Infantil vem reduzindo no município a uma taxa de 0,02 ao ano e 2,35 ao ano, respectivamente. A tendência de redução de mortalidade no município pode ser um indicador de que as políticas públicas efetivadas com este fim estão atingindo os objetivos delineados. Em relação à mortalidade infantil, em todo o período analisado, os coeficientes registrados são superiores a 10 casos a cada mil nascidos vivos, que é o índice máximo indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre 2000 e 2009 houve redução significativa nas taxas de mortalidade infantil, especialmente no município de Paragominas, onde essa taxa caiu de 44,2 para 15 em cada mil nascidos vivos. Tendência semelhante foi observada na microrregião. Quadro 14: Índice e Performance da Dimensão Social do Município de Paragominas em 2000. DIMENSÃO SOCIAL NO ANO DE 2000 VARIÁVEL ÍNDICE PERFORMANCE Média de Aluno por Docente_ 0,7124 Ensino Fundamental Mortalidade Infantil 0,3263 Mortalidade Geral 0,4618 Óbitos Causas Externas 0,9271 Urbanização 0,7455 Fonte: Elaboração da autora O indicador de urbanização apresentou índice aceitável, de 0,7455 no ano de 2000 e 0,7548 no ano de 2010, demonstrando que o município passou de uma performance aceitável para ideal. O adensamento da área urbana do município se processou de forma aguda nas duas últimas décadas (76% em 2000 e 78% em 2010), seguindo a tendência nacional de urbanização. A concentração fundiária no município, por um lado, e a dinâmica da atividade econômica do setor terciário (comércio e serviço), na última década, por outro, são fatores que, juntos explicam a mobilidade da população em direção às áreas urbanas do município. A variável óbitos por causas externas apresentou-se como ideal no ano de 2000, com índice de 0,9271 e de 0,9053 no ano de 2010. 56 Os índices e performance da Dimensão Social do município de Paragominas nos anos de 2000 e 2010 se comportaram da forma apresentada abaixo: Quadro 15: Índice e Performance da Dimensão Social do Município de Paragominas em 2010. DIMENSÃO SOCIAL NO ANO DE 2010 VARIÁVEL ÍNDICE PERFORMANCE Média de Aluno por Docente_ 0,9433 Ensino Fundamental Mortalidade Infantil 0,5358 Mortalidade Geral 0,7395 Óbitos Causas Externas 0,9053 Urbanização 0,7548 Fonte: Elaboração da autora 4.4.2. Dimensão Econômica A dimensão econômica evidencia o desempenho macroeconômico e financeiro do objeto em estudo e os impactos no consumo de recursos naturais. As variáveis transferências constitucionais totais, produto interno bruto per capitae consumo de energia elétrica, no ano de 2000, apresentaram-se em estado crítico, com índices de 0,0864, 0,1255 e 0,0429, respectivamente, o que mostra uma situação de baixa renda por parte dos munícipes. No ano de 2010, estas variáveis permaneceram em estado crítico, com valores de 0,1076, 0,2034 e 0,0463, respectivamente. Pode-se inferir a necessidade de fortalecimento de relações bilaterais em aspectos comerciais, formação de parcerias e atração de investimentos em áreas como produção, infraestrutura, transportes e estrutura de mercado para que mais indústrias, comércio e o desenvolvimento local como um todo se fortaleça no intuito da geração de maiores níveis de renda. A demanda por energia elétrica das famílias é atendida pela empresa Rede-Celpa, filiada ao grupo Rede Energia Distribuidora. O número de unidades consumidoras em geral apresenta tendência de crescimento no período de 2003 a 2010, com uma variação de 71,7%, acompanhando a tendência crescente observada para o Estado de 48,85%. De acordo com os resultados preliminares do Censo Demográfico de 2010, foram contabilizados 24.684 domicílios permanentes com existência de energia elétrica, sendo que 19.743 (80%) unidades domiciliares estavam situadas na área urbana e 4.941 (20%) na rural. 57 Em torno de 98,8% dos domicílios do município tinham acesso à energia elétrica e 1,2% não tinham. O PIB per capita do município ocupou a 14ª posição no ranking dos municípios do Estado, em 2009, com o valor de R$ 9.028,00, a melhor posição ocupada pelo município durante o período analisado. Esse valor per capita ficou R$ 1.169,00 acima do estimado para o Estado, de R$ 7.859,00. Em termos proporcionais o PIB per capita do município, em 2009, equivaleu a 84,96% do valor do PIB per capita estimado para a Região Norte de R$ 10,626, e 53,33% do PIB per capita do Brasil, de R$ 16.928,00. O PIB per capita do município mais que dobrou de valor, a partir de 2007, quando comparados ao ano base de 2000. A tendência linear calculada para o PIB per capita do município de Paragominas indica que, no período de 2000 a 2009, em média, o PIB per capita cresceu a uma taxa absoluta de R$ 571,29, em que a tendência de crescimento foi positiva, ou seja, a cada ano o PIB per capita aumentou R$ 571,29. A taxa de crescimento médio anual do PIB per capita do município foi de 9,95%, enquanto o Estado alcançou 11,36%. A diferença entre as taxas reflete em parte as transformações em curso por que passa a economia do município com a expansão da atividade extrativa mineral e da indústria de transformação com destaque para o setor madeireiro e alimentos e bebidas. Quadro 16: Índice e Performance da Dimensão Econômica do Município de Paragominas em 2000. VARIÁVEL DIMENSÃO ECONÔMICA NO ANO DE 2000 ÍNDICE PERFORMANCE Transferências Constitucionais Totais 0,0864 PIB per capita 0,1255 Consumo de energia elétrica 0,0429 Fonte: Elaboração da autora Apesar do crescimento do PIB per capita do município do ano de 2000 a 2010, conforme observado pelos índices essa variável evoluiu, mas não conseguiu ultrapassar o estado crítico de desenvolvimento sustentável. As Transferências Constitucionais são fundamentais ao município de Paragominas. As receitas transferidas refletem, em parte, a dinâmica socioeconômica municipal, pois as remessas são em função da população (FPM), das atividades de serviços (ICMS), do número 58 de alunos matriculados (FUNDEF/FUNDEB) e da variação ou modernização da frota veicular (IPVA). No conjunto das transferências constitucionais destacam-se o ICMS, o FPM e o FUNDEF/FUNDEB, que juntos representaram 94% em 2000, e 96% e 93% em 2005 e 2010, respectivamente. As transferências foram fundamentais para o município de Paragominas no período de 2000 a 2009. Esses valores decorrem, em grande medida, da dinâmica econômica vivenciada a partir de meados de 2000 quando o município passa a receber investimentos externos na área da mineração, do beneficiamento da madeira e da produção de grãos, principais indutores do processo de crescimento econômico do município e, por transbordamento a ampliação das atividades do setor de comércio e serviços ou de atividades correlatas. Ainda assim, essa variável permaneceu no ano de 2010 como crítica ao desenvolvimento sustentável. Quadro 17: Índice e Performance da Dimensão Econômica do Município de Paragominas em 2010. DIMENSÃO ECONÔMICA NO ANO DE 2010 VARIÁVEL ÍNDICE PERFORMANCE Transferências Constitucionais Totais 0,1076 PIB per capita 0,2034 Consumo de energia elétrica 0,0463 Fonte: Elaboração da autora 4.4.3 Dimensão Institucional A dimensão institucional do desenvolvimento sustentável faz referência ao processo de cidadania, à capacidade, aptidão e mobilização necessárias para a consolidação de um desenvolvimento que seja sustentável. Paragominas destaca-se com baixos índices nas variáveis analisadas tanto no ano de 2000 como no ano de 2010. O índice de estabelecimento de Ensino Fundamental no ano de 2000 foi 0,1479, evoluiu para 0,1771 no ano de 2010. Apesar da evolução a variável continua apresentando uma performance crítica. 59 A partir de 1996, com a criação do Fundo de Manutenção do Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF) e a nova Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDB), tem-se a expansão do Ensino Fundamental, a interiorização do ensino superior, a ampliação das vagas nos cursos supletivos, além do surgimento de programas de alfabetização e adultos, o que contribui para a elevação dos anos de estudo na região. Em 2010, existiam 100 estabelecimentos de ensino, em que 57% deles estavam situados na zona rural e o restante na área urbano do município. A quantidade de escolas por grau de ensino vem crescendo no município desde 2000. Com a municipalização do Ensino Fundamental os gestores municipais passaram a ampliar o número de vagas e de estabelecimentos de ensino da educação básica. A quantidade de estabelecimentos do Ensino Fundamental, de responsabilidade dos municípios, se elevou saindo de 70 unidades em 2000 para 89 em 2005 e 100 em 2010. Outro ponto que destacou essa dimensão como uma performancecrítica foi o índice da função docente do ensino fundamental de 0,0534 no ano de 2000 e de 0,0827 no ano de 2010. A maior parcela dos docentes encontra-se com funções no Ensino Fundamental que se ampliou no decorrer dos anos de 2000. A elevação do número de funções docentes se justifica pelo aumento de matrícula no Ensino Fundamental no município. Tal qual ocorre na maioria dos municípios paraenses, em Paragominas é frequente os professores atuares em mais de uma escola da mesma esfera ou de esfera administrativa diferente como forma de ampliar sua carga horária de sala de aula e aumentar seus rendimentos mensais, o que pode gerar uma distorção entre o número de docentes contratados e o número de docentes que atua em cada um dos níveis de ensino, baseado na variável função docente. Outra questão que merece referência e diz respeito à função docente, é o fato de nas escolas do meio rural do município os professores atuarem em turmas multisseriadas, forma comumente encontrada nos sistemas de ensino da Região Norte. Os índices dos postos e centros de saúde e de leitos hospitalares também não ultrapassaram a performance crítica, apresentado valores de 0,0512 e 0,1021, respectivamente e 0,0334 e 0,0334, respectivamente no ano de 2010. O órgão municipal responsável pela gestão da saúde no município de Paragominas é a Secretaria de Saúde, sendo que a operacionalização dos serviços é viabilizada com os recursos transferidos pelo Ministério da Saúde, via Sistema Único de Saúde (SUS). 60 Quadro 18: Índice e Performance da Dimensão Institucional do Município de Paragominas em 2000. DIMENSÃO INSTITUCIONAL NO ANO DE 2000 VARIÁVEL ÍNDICE PERFORMANCE Estabelecimento Fundamental Ensino 0,1479 Função Docente_Ensino Fundamental 0,0534 Postos e Centros de Saúde Leitos Hospitalares 0,0512 0,1021 Fonte: Elaboração da autora Entre 2007 e 2009, houve uma mudança na estruturação das unidades, visto que os doze Centros de Saúde foram convertidos em Postos de Saúde. Entre 2006 e 2010, o número total de unidades ambulatoriais cadastradas no SIASUS, passou de 33 para 47, o que mostra uma expansão das unidades de saúde no município, porém, ainda não suficiente para alterar sua performance. De acordo com as informações do Ministério da Saúde e Secretaria Executiva de Saúde do Estado, o município de Paragominas dispõe de 199 leitos, em 2009, mantidos com recursos do SUS. Embora no município a média de leitos por habitantes seja superior a da maioria dos municípios paraenses, a média municipal de 2,03 para cada mil habitantes é inferior à recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que é de 3 leitos para cada mil habitantes. Quadro 19: Índice e Performance da Dimensão Institucional do Município de Paragominas em 2010. DIMENSÃO INSTITUCIONAL NO ANO DE 2010 VARIÁVEL ÍNDICE PERFORMANCE Estabelecimento Ensino Fundamental 0,1771 Função Docente_Ensino Fundamental 0,0827 Postos e Centros de Saúde Leitos Hospitalares DIMENSÃO INSTITUCIONAL 0,0334 0,0334 0,0816 Fonte: Elaboração da autora Os leitos disponíveis para o atendimento da população são, majoritariamente, de hospitais da esfera privada, que mantém convênio com o SUS. Dos quatro hospitais 61 localizados no município, três são privados, onde são ofertados 129 leitos (65% do total). O município conta apenas com um hospital público que dispõe de 70 leitos (35% do total). O município estudado colocou-se com um índice da dimensão institucional de 0,0886 no ano de 2000 e de 0,0816 no ano de 2010, o que representa, novamente, uma situação crítica por parte do poder público e da sociedade em geral. Todas as variáveis apresentaram estado crítico no período analisado o que mostra que os fatores relacionados à dimensão institucional precisam ser considerados com urgência e atenção. É necessário assim, a correta relevância de aspectos concernentes à ações das entidades responsáveis pela correta administração dos recursos públicos e eficiente gestão municipal. 4.4.4 Dimensão Ambiental A dimensão ambiental do desenvolvimento sustentável a garantia dos recursos naturais, a correta utilização e aperfeiçoamento de seu uso, bem como a degradação do ambiente, considerando claramente que “sustentável” implica a consideração e garantia dos mesmos recursos às gerações futuras. Com base nos resultados observa-se que a variável morte por doenças respiratórias já apresentava no ano de 2000 uma performance ideal de 0,9784 e assim permaneceu no ano de 2010 quando apresentou índice de 0,9775. A variável desmatamento no ano de 2000 apresenta-se altamente crítica com índice 0,0000,e consegue chegar a um nível de alerta no ano de 2010 com índice de 0,4910. De acordo com os índices apresentados observa-se que o desmatamento não apresenta correlação positiva com morte por doenças respiratórias. O uso do recurso florestal enfrenta problemas de natureza normativa, fundiária e acesso a crédito, tecnologia e de gestão de florestas. Tais dificuldades atuam em intensidade diferente sobre os distintos atores que exploram os recursos florestais, desde os mais desprovidos financeiramente até aqueles com elevada acumulação de capital. Com efeito, o que se tem é a exploração desordenada e predatória de extensas áreas florestais. A extensão territorial do município de Paragominas é da ordem de 19.452,00 km², em que 1.023,44 km², são de áreas protegidas, cerca de 2,29% da área total. Segundo o PRODES – Projeto de Monitoramento do Desflorestamento da Amazônia Legal do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)o total da área desflorestada até ao no de 2000 foi de 7321,1 km², cerca de 37,07% da área do município, nesse ano Paragominas possuía a maior área 62 desflorestada entre os municípios paraenses. Após uma década o acumulado da área desflorestada no município até 2010 ficou em 8601,8 km², ou seja, mais de 44,22% da área do município encontra-se desmatada. Quadro 20: Índice e Performance da Dimensão Ambiental do Município de Paragominas em 2000. VARIÁVEL DIMENSÃO AMBIENTAL NO ANO DE 2000 ÍNDICE PERFORMANCE Mortalidade_Doenças Respiratórias 0,9784 Desmatamento Consumo de Água 0,000 0,0175 Fonte: Elaboração da autora No período de 2002 a 2010, o pico do desmatamento no município de Paragominas se deu em 2005 quando o incremento foi de 303,3 km². A partir de 2006 a média de incremento foi da ordem de 79,38 km². A redução é explicada, em grande medida, pela ação das autoridades responsáveis pela fiscalização ambiental que intensificaram as operações na região sudeste do Estado do Pará o que inibiu a pressão dos extratores sobre a floresta. Ademais, a substituição de madeira proveniente de floresta nativa por floresta plantada em áreas anteriormente degradadas corroborou para essa redução. O consumo de água tratado permanece crítico no período, com índices de 0,0175 em 2000 e 0,009 em 2010. Com a análise dos resultados infere-se que o consumo de água tratada indica uma situação crítica de sustentabilidade. Os problemas de saúde da população em geral, refletem, em grande medida, a ausência de água tratada, entre outros, comuns nas áreas rurais e na sede do município. O sistema de abastecimento de água potável em Paragominas ficou sob a gestão da Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA) até o ano de 2006, quando finalizou o contrato de prestação de serviços por 30 anos, da companhia com o município. Nos anos de 2002 e 2004 uma evolução no número de consumidores e uma redução no volume de água consumida pelas famílias e estabelecimentos governamentais. Essa diminuição do consumo decorre, em parte, do precário atendimento prestado pela COSANPA no que diz respeito a qualidade do produto, a regularidade do fornecimento e a capilaridade do serviço na área urbana do município. 63 No período de 2006 a 2008 o serviço de abastecimento do município foi terceirizado para a empresa T&M ou Águas de Paragominas. Em 2009 foi realizada audiência pública para definir o novo modelo de gestão do sistema de abastecimento de água da cidade, que acabou ficando a cargo do poder público municipal e da Agência de Saneamento de Paragominas (SANEPAR). Quadro 21: Índice e Performance da Dimensão Ambiental do Município de Paragominas em 2010. VARIÁVEL DIMENSÃO AMBIENTAL NO ANO DE 2010 ÍNDICE PERFORMANCE Mortalidade_Doenças Respiratórias 0,9775 Desmatamento Consumo de Água 0,4910 0,0009 Fonte: Elaboração da autora Embora tenham ocorrido melhorias no sistema de abastecimento de água em Paragominas, nos últimos anos, de acordo com os resultados preliminares do Censo Demográfico 2010, apenas 54,7% dos domicílios particulares permanentes tinham acesso à rede geral de distribuição de água, enquanto em 38,5% dos domicílios a forma de abastecimento de água é o uso de poço ou nascente, além de outras formas não especificadas pelo IBGE. 64 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O conceito de desenvolvimento sustentável necessita de constantes aprimoramentos por causa de sua característica intrínseca de versatilidade, em que várias dimensões compartilham o mesmo grau de importância. E a partir da análise das dimensões ambiental, social, econômica e institucional percebe-se uma tendência de que o Desenvolvimento Sustentável só será alcançado a partir da articulação da sociedade civil e das organizações, com o suporte de estratégias governamentais orientadas para esta perspectiva de crescimento. Os resultados dos cálculos mostram que o município de Paragominas apresentou um índice sustentável final no ano de 2000 de 0,2300 e no ano de 2010, de 0,2653, saindo de um estado de crítico para o de alerta. A partir dessas informações, é possível inferir a necessidade da relevância de políticas públicas adequadas ao melhoramento da realidade diagnosticada, de modo que seja possível estabelecer as bases para um processo de desenvolvimento sustentável. Foi possível constatar que o município necessita de ações que promovam o crescimento econômico com o objetivo de promover maiores níveis de emprego e renda, para com isso melhorar os índices referentes à dimensão econômica. Deve observar os problemas referentes à população, como a taxa de mortalidade infantil e geral, de modo a priorizar políticas de atendimento público, postos de saúde, hospitais e acompanhamento familiar. Observar uma possível municipalização de políticas sociais sob o modelo que articula as três esferas do poder público e que instituem fundos e conselhos setoriais com participação social. Os índices de sustentabilidade apresentados pelo município de Paragominas refletem a necessidade de maior adequação e fomento de práticas relacionadas às principais questões problemáticas locais no que concerne à sustentabilidade. Essa situação pode ser explicada numa perspectiva econômica, considerando que o município não dispõe de uma infraestrutura adequada a procedimentos voltados à sustentabilidade e muitos setores da economia e poderes público e privado não estão devidamente capacitados para adequar-se a uma economia sustentável. O maior obstáculo à fixação e desenvolvimento de ações e medidas voltadas à sustentabilidade se deve à falta de consciência da sociedade como um todo, de todos aqueles que fazem parte dessa localidade. Muitos não consideram como iniciativa importante e 65 realmente relevante o fato de participar de uma sociedade mais igualitária, na qual recursos sejam mais bem utilizados e garantidos às gerações futuras. Pode se ressaltar ainda a necessidade do trabalho coletivo entre os setores público e privado com o objetivo de melhor organizar e priorizar investimentos e ações sociais como também a necessidade de uma mudança na mentalidade e conscientização dos cidadãos em modificar seus hábitos e comportamentos para com o ambiente e a sociedade. Assim, considerando a realidade de determinada localidade, no caso, o município de Paragominas, é possível observar quais aspectos precisam ser priorizados, aqueles que necessitam de atitudes emergenciais em relação à sustentabilidade e quais se colocam em situação de aceitabilidade. Pode ser possível, com isso, o estabelecimento de políticas, ações e atitudes por parte dos mais afetados para a efetiva mudança e adequação sustentável quando necessário, ou a avaliação dos métodos considerados adequados pela análise dos índices de sustentabilidade de Paragominas, e consequentes discussões sobre o progresso, causas das ascensões e declínios econômicos e sociais de uma localidade e o crescimento sustentável. Com isso aumentam as considerações acerca de aspectos sociais, ambientais, econômicos e institucionais, fato esse que conserva e contribui para a consolidação de tarefas e ações voltadas ao abrangente aperfeiçoamento de uma dada realidade. 66 6. 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Arari 0,0000 0,0767 Cachoeira do Piriá 0,0800 0,0457 Cametá 0,0800 0,1182 Canaã dos Carajás 0,0700 0,3508 Capanema 0,2500 0,2908 Capitão Poço 0,1400 0,1684 Castanhal 0,2800 0,3571 Chaves 0,0400 0,0002 75 Colares Conceição do Araguaia Concórdia do Pará Cumaru do Norte Curionópolis Curralinho Curuá Curuçá Dom Eliseu Eldorado dos Carajás Faro Floresta do Araguaia Garrafão do Norte Goianésia do Pará Gurupá Igarapé-Açu Igarapé-Miri Inhangapi Ipixuna do Pará Irituia Itaituba Itupiranga Jacareacanga Jacundá Juruti Limoeiro do Ajuru Mãe do Rio Magalhães Barata Marabá Maracanã Marapanim Marituba Medicilândia Melgaço Mocajuba Moju Monte Alegre Muaná Nova Esperança do Piriá Nova Ipixuna Nova Timboteua Novo Progresso Novo Repartimento Óbidos 0,0400 0,1800 0,0300 0,1000 0,0700 0,0400 0,0600 0,1400 0,1700 0,1200 0,0800 0,1000 0,0900 0,1300 0,0900 0,1600 0,1500 0,1200 0,1100 0,0800 0,1500 0,1300 0,1300 0,2000 0,0700 0,1000 0,1800 0,1200 0,3200 0,1000 0,1000 0,2300 0,0800 0,1000 0,0600 0,1300 0,1200 0,1000 0,0700 0,0500 0,1100 0,1100 0,0900 0,1300 0,1491 0,2387 0,1404 0,1772 0,1287 0,0520 0,1000 0,1581 0,2426 0,2139 0,0435 0,1581 0,0965 0,1038 0,0308 0,1853 0,1770 0,0821 0,1615 0,0824 0,2639 0,1730 0,1297 0,1794 0,1784 0,1062 0,1424 0,0760 0,3876 0,1550 0,0836 0,2860 0,1638 0,0787 0,1481 0,1470 0,1545 0,0719 0,1176 0,1406 0,1370 0,2415 0,0920 0,1001 76 Oeiras do Pará Oriximiná Ourém Ourilândia do Norte Pacajá Palestina do Pará Paragominas Parauapebas Pau D'Arco Peixe-Boi Piçarra Placas Ponta de Pedras Portel Porto de Moz Prainha Primavera Quatipuru Redenção Rio Maria Rondon do Pará Rurópolis Salinópolis Salvaterra Santa Bárbara do Pará Santa Cruz do Arari Santa Isabel do Pará Santa Luzia do Pará Santa Maria das Barreiras Santa Maria do Pará Santana do Araguaia Santarém Santarém Novo Santo Antônio do Tauá São Caetano de Odivelas São Domingos do Araguaia São Domingos do Capim São Félix do Xingu São Francisco do Pará São Geraldo do Araguaia São João da Ponta São João de Pirabas São João do Araguaia São Miguel do Guamá 0,0900 0,2500 0,1200 0,1700 0,1200 0,1100 0,2300 0,3600 0,1100 0,1000 0,0900 0,0600 0,0400 0,1000 0,0600 0,0300 0,1000 0,0500 0,2500 0,2100 0,2200 0,0900 0,2000 0,0400 0,0600 0,0900 0,2000 0,0800 0,0800 0,1000 0,1500 0,2600 0,0900 0,1400 0,0500 0,1400 0,0300 0,1700 0,0400 0,1600 0,0800 0,0500 0,0900 0,1900 0,1030 0,2273 0,0736 0,3066 0,0608 0,1959 0,2653 0,3835 0,2064 0,1114 0,1490 0,1319 0,1202 0,0698 0,1396 0,1075 0,0719 0,0382 0,3395 0,2716 0,2639 0,1168 0,2322 0,1739 0,1810 0,1309 0,2217 0,0596 0,1314 0,2122 0,1736 0,3084 0,1337 0,1280 0,1538 0,1837 0,0925 0,1184 0,0837 0,2116 0,1116 0,1774 0,1226 0,1165 77 São Sebastião da Boa Vista Sapucaia Senador José Porfírio Soure Tailândia Terra Alta Terra Santa Tomé-Açu Tracuateua Trairão Tucumã Tucuruí Ulianópolis Uruará Vigia Viseu Vitória do Xingu Xinguara Fonte; Resultados da pesquisa 0,1100 0,1100 0,0800 0,1800 0,1800 0,1500 0,1300 0,1500 0,0900 0,0400 0,2200 0,3200 0,1800 0,1200 0,1600 0,1100 0,0900 0,2000 0,1365 0,1808 0,1153 0,1772 0,2039 0,0811 0,1591 0,1988 0,1098 0,1455 0,2578 0,2632 0,1989 0,2059 0,1876 0,1347 0,1449 0,2628 78 ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE MUNICIPALPOR DIMENSÃO - 2000 - 2010 MUNICÍPIO AMB00 AMB10 ECO00 ECO10 SOCDEM00 SOCDEM10 INST00 INST10 Abel Figueiredo 0,0642 0,0744 0,3024 0,2286 0,4050 0,5594 0,2463 0,6923 Acará 0,0768 0,0701 0,2375 0,1214 0,4113 0,2553 0,6597 0,8186 Afuá 0,0807 0,0979 0,1109 0,0503 0,4139 0,2056 0,0638 0,2830 Água Azul do Norte 0,0909 0,0645 0,2828 0,3668 0,1595 0,3315 0,7683 0,8560 Alenquer 0,0382 0,1004 0,2161 0,1322 0,7141 0,3309 0,5619 0,7406 Almeirim 0,0391 0,1149 0,8067 0,4333 0,4864 0,4524 0,1759 0,0626 Altamira 0,0597 0,1901 0,3167 0,2917 0,8035 0,5161 0,7891 0,8142 Anajás 0,0720 0,1052 0,0351 0,0506 0,4863 0,1304 0,7350 0,2606 Ananindeua 0,4591 0,6740 0,1437 0,0753 0,8449 0,3393 0,4505 0,8138 Anapu 0,0514 0,0701 0,3214 0,2530 0,4084 0,2034 0,6552 0,8998 Augusto Corrêa 0,0545 0,1013 0,0893 0,0661 0,6120 0,2689 0,7154 0,7516 Aurora do Pará 0,0658 0,0887 0,1573 0,1404 0,3478 0,2846 0,6542 0,2580 Aveiro 0,0696 0,1031 0,0655 0,0521 0,5270 0,1726 0,2708 0,2334 Bagre 0,0787 0,1180 0,1524 0,0751 0,3089 0,0000 0,2099 0,2725 Baião 0,0587 0,0786 0,3131 0,1749 0,4184 0,1764 0,0853 0,8285 Bannach 0,0589 0,0155 0,4664 0,1940 0,0975 1,0000 0,7040 0,7160 Barcarena 0,0433 0,1245 0,9592 0,7662 0,5880 0,2125 0,5384 0,0052 Belém 0,9999 1,0000 0,3821 0,1258 0,5873 0,3364 0,5560 0,6827 Belém 0,0754 0,2112 0,1092 0,0920 0,7949 0,3972 0,6655 0,7294 Belterra 0,0603 0,0734 0,0765 0,1601 0,5392 0,4587 0,6696 0,2431 Benevides 0,0358 0,1331 0,2529 0,4849 0,9045 0,3146 0,5804 0,6902 Bom Jesus do Tocantins 0,0496 0,0776 0,2367 0,1862 0,4948 0,4673 0,7083 0,8273 Bonito 0,0620 0,0935 0,0699 0,0922 0,6532 0,1486 0,5033 0,8350 Bragança 0,0335 0,1563 0,2145 0,1887 0,8607 0,4909 0,6924 0,7280 Brasil Novo 0,0533 0,0592 0,2984 0,1900 0,4444 0,6202 0,2756 0,8214 Brejo Grande do Araguaia 0,0311 0,0758 0,3030 0,0962 0,5134 0,5508 0,6375 0,7113 Breu Branco 0,0616 0,1010 0,3003 0,3334 0,4227 0,1292 0,7440 0,7154 Breves 0,0776 0,1287 0,0657 0,0328 0,6476 0,1798 0,6788 0,7969 Bujaru 0,0619 0,0996 0,0782 0,1146 0,6338 0,3253 0,6133 0,7116 Cachoeira do Arari 0,0721 0,0891 0,0766 0,0062 0,4085 0,1768 0,1092 0,7090 Cachoeira do Piriá 0,0664 0,0956 0,1519 0,1641 0,4271 0,0827 0,5543 0,2994 Cametá 0,0699 0,1493 0,2022 0,1314 0,6341 0,2665 0,1007 0,2489 Canaã dos Carajás 0,0478 0,0969 0,5091 0,9939 0,3831 0,2341 0,0005 0,5718 Capanema 0,0130 0,1620 0,4573 0,2960 1,0000 0,5512 0,5566 0,6156 Capitão Poço 0,0469 0,1087 0,1254 0,0529 0,6669 0,4182 0,7523 0,7735 Castanhal 0,0848 0,2645 0,3125 0,2505 0,9435 0,3932 0,7140 0,7191 Chaves 0,0815 0,0763 0,0720 0,0691 0,2208 0,0709 0,6438 0,3112 Colares 0,0701 0,1129 0,1603 0,0758 0,5527 0,3761 0,0116 0,6343 Conceição do Araguaia 0,0459 0,1187 0,3905 0,2752 0,6193 0,5059 0,5824 0,6431 Concórdia do Pará 0,0686 0,1081 0,1052 0,1016 0,5627 0,2104 0,0761 0,7904 Cumaru do Norte 0,0774 0,0000 0,2749 0,3400 0,0000 0,4054 1,0000 1,0000 79 Curionópolis 0,0336 0,0991 0,2836 0,1395 0,6058 0,5917 0,1405 0,1642 Curralinho 0,0695 0,1031 0,0820 0,0977 0,5070 0,1782 0,2267 0,2840 Curuá 0,0659 0,0766 0,1220 0,0830 0,3736 0,1989 0,5365 0,7699 Curuçá 0,0709 0,1355 0,1061 0,0908 0,6397 0,2258 0,6479 0,7344 Dom Eliseu 0,0619 0,1482 0,3059 0,2104 0,5063 0,3576 0,7795 0,8116 Eldorado dos Carajás 0,0607 0,0713 0,1407 0,2855 0,5278 0,4856 0,6827 0,7851 Faro 0,0425 0,1082 0,0851 0,0173 0,6608 0,2733 0,4634 0,2118 Floresta do Araguaia 0,0689 0,0401 0,2487 0,3636 0,3036 0,2976 0,6941 0,7276 Garrafão do Norte 0,0667 0,0966 0,0074 0,0000 0,5153 0,1926 0,6961 0,7835 Goianésia do Pará 0,0554 0,1007 0,2107 0,1855 0,5634 0,3853 0,5846 0,1919 Gurupá 0,0715 0,0964 0,0838 0,0113 0,3976 0,2836 0,7293 0,1984 Igarapé-Açu 0,0722 0,1330 0,1096 0,1116 0,6586 0,3267 0,7368 0,7517 Igarapé-Miri 0,0538 0,1204 0,1215 0,0524 0,7636 0,3916 0,6284 0,7949 Inhangapi 0,0714 0,0854 0,1167 0,1185 0,4489 0,4583 0,7858 0,1654 Ipixuna do Pará 0,0573 0,0647 0,2884 0,3672 0,2818 0,1147 0,7898 0,8441 Irituia 0,0613 0,1166 0,1385 0,0579 0,6042 0,3697 0,2907 0,2081 Itaituba 0,0459 0,1374 0,2934 0,2849 0,7763 0,4232 0,3036 0,7911 Itupiranga 0,0847 0,0833 0,0717 0,1619 0,4819 0,3291 0,8265 0,8852 Jacareacanga 0,0808 0,0823 0,0433 0,0219 0,4562 0,2975 0,9467 0,9078 Jacundá 0,0439 0,1309 0,2176 0,1902 0,8548 0,4242 0,7119 0,4426 Juruti 0,0562 0,0982 0,1987 0,3570 0,5293 0,1239 0,2673 0,7521 Limoeiro do Ajuru 0,0701 0,0747 0,0915 0,0504 0,4353 0,2518 0,7399 0,8095 Mãe do Rio 0,0000 0,1257 0,3302 0,1547 0,7835 0,5351 0,7480 0,1393 Magalhães Barata 0,0549 0,1084 0,1030 0,0550 0,6308 0,4289 0,6201 0,1392 Marabá 0,1370 0,2235 0,3835 0,5658 0,7302 0,2582 0,8650 0,7825 Maracanã 0,0688 0,1165 0,0852 0,0274 0,5171 0,3853 0,6577 0,7282 Marapanim 0,0703 0,1184 0,0598 0,0690 0,5791 0,3788 0,5774 0,1709 Marituba 0,0879 0,2535 0,2188 0,1698 0,9170 0,2599 0,5207 0,6505 Medicilândia 0,0501 0,0731 0,3376 0,1655 0,4971 0,3330 0,1579 0,8767 Melgaço 0,0714 0,0854 0,0000 0,0119 0,4849 0,1493 0,7953 0,7740 Mocajuba 0,0572 0,1185 0,2243 0,0921 0,6020 0,2225 0,0306 0,7769 Moju 0,0770 0,1045 0,1276 0,1397 0,5047 0,1771 0,7055 0,8330 Monte Alegre 0,0789 0,0955 0,1380 0,0795 0,4669 0,4300 0,6996 0,6974 Muaná 0,0643 0,1113 0,1002 0,1093 0,5389 0,2612 0,6054 0,2278 Nova Esperança do Piriá 0,0628 0,0705 0,0144 0,0364 0,5189 0,3023 0,5983 0,8676 Nova Ipixuna 0,0727 0,0988 0,1963 0,1128 0,4213 0,2186 0,1936 0,8179 Nova Timboteua 0,0672 0,1088 0,0634 0,0582 0,6131 0,2458 0,5786 0,7948 Novo Progresso 0,0981 0,0872 0,2475 0,2843 0,1292 0,5161 0,8431 0,8284 Novo Repartimento 0,0690 0,0985 0,1982 0,1984 0,4135 0,2161 0,5421 0,3399 Óbidos 0,0630 0,0985 0,1719 0,1505 0,5662 0,3683 0,6667 0,2697 Oeiras do Pará 0,0681 0,0839 0,0808 0,0580 0,4514 0,1715 0,6720 0,8291 Oriximiná 0,0377 0,1256 0,7058 0,4313 0,5693 0,2607 0,5999 0,5763 Ourém 0,0525 0,1195 0,1344 0,0609 0,6376 0,3375 0,6265 0,1703 Ourilândia do Norte 0,0486 0,0942 0,3526 0,6490 0,5265 0,3460 0,7205 0,7789 80 Pacajá 0,0526 0,0688 0,2311 0,1869 0,4365 0,2098 0,7459 0,3490 Palestina do Pará 0,0404 0,0941 0,1641 0,1320 0,5163 0,5670 0,7596 0,6926 Paragominas 0,0723 0,1341 0,3862 0,4497 0,5676 0,2527 0,8957 0,7535 Parauapebas 0,0458 0,1512 1,0000 1,0000 0,6181 0,1191 0,6815 0,5978 Pau D'Arco 0,0447 0,0675 0,2597 0,1240 0,4504 0,7396 0,6281 0,7037 Peixe-Boi 0,0677 0,1088 0,0365 0,0346 0,5496 0,2978 0,6578 0,5948 Piçarra 0,0621 0,0494 0,2755 0,1711 0,1993 0,4367 0,7371 0,7714 Placas 0,0684 0,0847 0,2428 0,1812 0,3843 0,1264 0,2724 0,8504 Ponta de Pedras 0,0727 0,1088 0,1682 0,1088 0,4458 0,0984 0,1690 0,7951 Portel 0,0761 0,1096 0,1025 0,1200 0,4238 0,1976 0,6844 0,2934 Porto de Moz 0,0735 0,0877 0,1859 0,1027 0,4914 0,2495 0,2198 0,8567 Prainha 0,0758 0,0688 0,1363 0,0659 0,3939 0,2341 0,2349 0,8516 Primavera 0,0456 0,1222 0,0335 0,0171 0,6792 0,3799 0,6151 0,1644 Quatipuru 0,0653 0,0917 0,1244 0,0699 0,5120 0,2089 0,2601 0,2728 Redenção 0,0834 0,2076 0,3053 0,3118 0,7810 0,4759 0,7910 0,7300 Rio Maria 0,0205 0,0838 0,4757 0,4009 0,6605 0,5503 0,7130 0,7863 Rondon do Pará 0,0461 0,1275 0,3271 0,2029 0,7014 0,5079 0,8450 0,8876 Rurópolis 0,0567 0,1063 0,1505 0,1169 0,5801 0,0999 0,4469 0,7711 Salinópolis 0,0715 0,1608 0,1676 0,1591 0,8069 0,3971 0,7016 0,7029 Salvaterra 0,0675 0,1089 0,1758 0,1288 0,5481 0,3667 0,0502 0,7397 Santa Bárbara do Pará 0,0564 0,1270 0,2560 0,2094 0,5861 0,2292 0,0000 0,7149 Santa Cruz do Arari 0,0420 0,1144 0,1825 0,1581 0,4679 0,1578 0,6347 0,6561 Santa Isabel do Pará 0,0465 0,1318 0,2062 0,2154 0,8248 0,3574 0,7446 0,7657 Santa Luzia do Pará 0,0570 0,1082 0,0179 0,0419 0,6465 0,3219 0,4733 0,2059 Santa Maria das Barreiras 0,0824 0,0363 0,2599 0,2302 0,1911 0,2428 0,5879 0,8984 Santa Maria do Pará 0,0450 0,1150 0,2092 0,1452 0,8173 0,4749 0,0658 0,7749 Santana do Araguaia 0,0812 0,0801 0,2468 0,3596 0,3650 0,1486 0,8208 0,7949 Santarém 0,1388 0,2327 0,2310 0,2241 0,7560 0,3242 0,6605 0,7401 Santarém Novo 0,0710 0,1029 0,1005 0,0427 0,4308 0,3489 0,6397 0,6944 Santo Antônio do Tauá 0,0151 0,1036 0,2292 0,1654 0,8132 0,5151 0,5122 0,1904 São Caetano de Odivelas 0,0531 0,1101 0,1934 0,1044 0,5747 0,3080 0,0992 0,7254 São Domingos do Araguaia 0,0480 0,1068 0,1647 0,1180 0,6348 0,3828 0,7324 0,8156 São Domingos do Capim 0,0617 0,0927 0,1199 0,0483 0,5700 0,2960 0,0727 0,5467 São Félix do Xingu 0,0905 0,0472 0,4552 0,4435 0,1356 0,1623 0,9070 0,4586 São Francisco do Pará 0,0832 0,1079 0,1653 0,0909 0,4540 0,4111 0,0552 0,1518 São Geraldo do Araguaia 0,0558 0,1047 0,3361 0,1397 0,4820 0,4855 0,7221 0,8305 São João da Ponta 0,0661 0,1141 0,1877 0,0628 0,4028 0,2296 0,5294 0,6055 São João de Pirabas 0,0579 0,0990 0,1590 0,0640 0,5955 0,5051 0,0691 0,7517 São João do Araguaia 0,0583 0,0638 0,0685 0,0457 0,4855 0,4106 0,7223 0,7746 São Miguel do Guamá 0,0102 0,1373 0,2107 0,1266 0,9081 0,4138 0,7404 0,1156 São Sebastião da Boa Vista 0,0519 0,1071 0,1063 0,0979 0,6216 0,2425 0,6227 0,7323 Sapucaia 0,0424 0,0617 0,5616 0,2054 0,3477 0,4912 0,2365 0,7657 Senador José Porfírio 0,0613 0,0862 0,1219 0,0224 0,4670 0,2996 0,5465 0,7833 Soure 0,0410 0,1287 0,2185 0,1214 0,7554 0,2919 0,7337 0,7555 81 Tailândia 0,0751 0,1236 0,3199 0,3457 0,5176 0,0951 0,7241 0,8240 Terra Alta 0,0672 0,1250 0,1419 0,1078 0,6625 0,2826 0,6391 0,1752 Terra Santa 0,0602 0,1148 0,1294 0,0987 0,6000 0,3253 0,6533 0,7173 Tomé-Açu 0,0721 0,1190 0,2456 0,2093 0,5187 0,2863 0,6732 0,8048 Tracuateua 0,0699 0,1012 0,0384 0,0050 0,5095 0,2548 0,6468 0,7475 Trairão 0,0840 0,0670 0,2125 0,1449 0,3047 0,2845 0,2499 0,8991 Tucumã 0,0384 0,1069 0,5005 0,3582 0,6013 0,5535 0,7175 0,6238 Tucuruí 0,0777 0,1346 0,7682 0,7737 0,6957 0,3478 0,5818 0,0000 Ulianópolis 0,0351 0,1035 0,4650 0,3647 0,4576 0,1873 0,7513 0,7524 Uruará 0,0793 0,0928 0,1575 0,1974 0,4886 0,3847 0,6528 0,9013 Vigia 0,0642 0,1402 0,1189 0,1209 0,6991 0,3199 0,7421 0,7138 Viseu 0,0627 0,0938 0,0315 0,0707 0,5254 0,2261 0,8261 0,8780 Vitória do Xingu 0,0744 0,0719 0,2353 0,1764 0,2548 0,2929 0,6888 0,7932 Xinguara 0,0381 0,1037 0,4059 0,3709 0,6124 0,4646 0,7398 0,7782 Fonte: Resultados da Pesquisa