Resumo: Este trabalho pretende analisar o romance O último voo do flamingo, de Mia Couto, por meio da teoria pós-colonial, demonstrando como a narrativa constrói uma crítica política à administração de uma pequena vila chamada Tizangara, lida como possível metonímia de Moçambique. Nesse sentido, os objetivos são demonstrar como alguns recursos estéticos que o romance utiliza, como a sátira, o insólito, a tradição e a construção discursiva da diferença, funcionam como mecanismos de expurgação de uma corrupção política e contribuem para a ficção ser um modo de promover a catarse de um locus pós-colonial. Palavras-chave: Teoria Pós-colonial; Literatura Moçambicana; Mia Couto. Abstract: This work intends to analyse the novel O último voo do flamingo, by Mia Couto, through the postcolonial theory, showing how the narrative constructs a political criticism to the administration of a small village called Tizangara, possible metonymy of Mozambique. In this way, the goals are to demonstrate how some aesthetic resources that the novel uses, such as the satire, the uncommon, the oral tradition and the discursive construction of the difference, work as mechanisms of expurgation of a political corruption and contribute to the fiction to be a way of promoting the catharsis of a postcolonial locus. Keywords: Postcolonial Theory; Mozambican Literature; Mia Couto.