☺ ACTIVIDADE: PAPEL DA ÁGUA DAS CHUVAS NA MODELAÇÃO DA PAISAGEM CALCÁRIA OBJECTIVO: Reconhecer a importância da água das chuvas na erosão química (dissolução) das rochas carbonatadas e, por conseguinte, na modelação da paisagem calcária. MATERIAL 6 gobelés Ácido clorídrico a 5% 1 fragmento de granito Água destilada 1 fragmento de corneana Marcador 4 fragmentos de calcário Luvas Ácido clorídrico a 1% Nota: Os fragmentos devem ser todos de dimensões idênticas. PROCEDIMENTO Parte I 1. Identificar três gobelés (A, B, C) e colocar 20 ml de ácido clorídrico a 5% em cada um deles (ver figura 1). 2. De seguida, colocar um fragmento de granito no gobelé A, um fragmento de corneana no gobelé B e um fragmento de calcário no gobelé C (ver figura 1). 3. Observar e registar os resultados obtidos. ESQUEMA DE MONTAGEM Parte I Fig.1 – Esquema representativo da parte I da actividade experimental. 1 REGISTO DE OBSERVAÇÕES Parte I Tabela 1 – Registo das observações efectuadas na parte I da actividade experimental. Gobelé Reacção Intensa Reacção moderada Não reage A B C Nota: Marca com uma cruz (X) o tipo de reacção observada. Outras observações: QUESTÕES Parte I 1. Em que gobelés foi visível a reacção entre a rocha e o ácido?; 2. Sabendo que a água das chuvas é acidificada, prevê qual será a rocha que, na natureza, sofre maior erosão química por acção da água das chuvas?. PROCEDIMENTO Parte II 1. Identificar três gobelés (A, B, C) e colocar 20 ml de ácido clorídrico a 5% no gobelé A, 20 ml de ácido clorídrico a 1% no gobelé B e 20 ml de água destilada no gobelé C (ver figura 2). 2. Colocar, com muito cuidado e ao mesmo tempo, um fragmento de calcário em cada um dos gobelés (ver figura 2). 3. Observar e registar os resultados obtidos. 2 ESQUEMA DE MONTAGEM Parte II Fig.2 – Esquema representativo da parte II da actividade experimental. REGISTO DE OBSERVAÇÕES Parte II Tabela 2 – Registo das observações efectuadas na parte II da actividade experimental. Gobelé Reacção Intensa Reacção moderada Não reage A B C Nota: Marca com uma cruz (X) o tipo de reacção observada. Outras observações: QUESTÕES Parte II 1. Refere o que aconteceu ao calcário quando colocado nos gobelés A, B e C. 2. Em que gobelé achas que se dissolve mais rapidamente o calcário? 3. Qual a relação entre a acidez da água e o seu poder de dissolução dos calcários? 3 RESULTADOS Nos gobelés com o granito e a corneana não se observa reacção com a solução de ácido clorídrico, enquanto que, no gobelé onde se encontra o calcário, ocorre uma reacção, observável pela ocorrência de efervescência. A reacção ocorrida entre o calcário e o ácido clorídrico é tanto maior, quanto maior for a concentração do ácido. EXPLICAÇÃO Nesta actividade experimental, as soluções aciduladas utilizadas correspondem à água das chuvas, que possuem um comportamento ácido, pois contêm ácido carbónico resultante da dissolução na água do CO2 contido na atmosfera e no solo. Assim, a partir da parte I da actividade é possível verificar que das rochas utilizadas apenas o calcário (rocha carbonatada) está mais sujeito à erosão química da água pelo processo de dissolução, dado que é constituído em grande parte por carbonato de cálcio, substância química que reage com o ácido carbónico. Deste modo, o carbonato de cálcio, que compõe as rochas calcárias, dissolve-se na água – este fenómeno que é observado, na parte I da actividade, no gobelé C, provoca a corrosão da rocha. Na parte II da actividade pode-se verificar que quanto maior for o grau de acidez da água maior será a sua capacidade de dissolver as rochas carbonatadas. Assim, na natureza, quanto maior a quantidade de CO2 dissolvido na água maior é o seu grau de acidez, pelo que a erosão química das rochas carbonatadas será maior. A água destilada, isto é, sem substâncias químicas dissolvidas, não tem capacidade para dissolver o carbonato de cálcio. Na paisagem calcária existe uma densa rede de fissuras, quer à superfície quer em profundidade, aumentando a permeabilidade dos maciços calcários para a água das chuvas, que se infiltra por essas fissuras, circulando no interior do maciço. Deste modo, a água das chuvas rica em CO2 “ataca” as rochas calcárias, dissolvendo-as e erodindo-as, alargando as fissuras, esculpindo, assim, as rochas. Esta dissolução dá origem a uma paisagem muito característica, designada por Modelado Cársico. Como formas típicas desta paisagem temos, por exemplo, os lapiás, as dolinas, as uvalas, os poljes, os algares e as grutas. BIBLIOGRAFIA 3 Henriques, J.; Rebelo, P. (2002), Eureka! - Ciências Naturais – 3º Ciclo - Terra em Transformação II, 1ª edição, Lisboa: Texto Editora, LDA., pp. 48 – 52. 3 Silva, A; Santos, M.; Mesquita, A; Baldaia, L.; Felix, J. (2002), Planeta Vivo – Ciências Naturais – 3º Ciclo - Terra no Espaço, Terra em Transformação, 1ª edição, Porto: Porto Editora, pp. 205 - 210. 3 Vancleave, J. (2000). Ciências da Terra para Jovens, 2ª edição, Lisboa: Publicações Dom Quixote, pp. 106 - 107. 4