Tendências – Cerâmicas “Todos os ceramistas desejam produtos cada vez mais fiáveis e resistentes” O uso e avanço dos materiais cerâmicos passam pela aposta em sistemas user friendly, cada vez mais fiáveis e resistentes, na opinião de António Castel-Branco. risco de ter uma fractura nos seus trabalhos e que lhe permita fazer quantas queimas quiser sem o risco de perda propriedades da cerâmica, alterações de resistência, forma ou cor. As cerâmicas protéticas estão habitualmente sujeitas a requisitos como normas de qualidade? Sim é verdade. Hoje em dia, todos os produtos que usamos nos laboratórios e clínicas são regulados por normas apertadas do Infarmed e em conformidade com todas as normas Europeias CE. A s cerâmicas ocupam um papel preponderante na medicina dentária actual. O que as torna tão importantes? Sim, é verdade. As cerâmicas têm tido um papel bastante importante na medicina dentária actual. As suas propriedades são, até ao momento, incontestáveis: biocompatibilidade, as suas excelentes propriedades ópticas, o seu baixo peso e, sobretudo, os altos valores de dureza e inércia química que lhe dá características tribológicas (desgaste e abrasão) incomparáveis. Tudo isto faz com que a cerâmica seja um produto de excelência na nossa área. Acha que a procura pela cerâmica no meio dentário vai continuar a crescer? Sim, vai continuar a crescer durante mais uns anos. É como o petróleo! Há um investimento muito grande feito por parte das grandes marcas neste tipo de produto e, por isso, não acredito que se consiga de repente abandonar e mudar “a agulha” de um dia para o outro. Além disso, não nos podemos esquecer que a estratificação das cerâmicas é uma arte, e os técnicos em geral gostam de expor os seus produtos como sendo obras de arte, porque no fundo temos um pouco da mentalidade do povo oriental e do seu trabalho minucioso. É como construir um barco dentro de uma garrafa. Que desenvolvimentos serão necessários no campo das cerâmicas nos próximos anos? Penso que todos os ceramistas desejam produtos cada vez mais fiáveis e resistentes. Ninguém quer pensar em voltar a ver aquele paciente que saiu há uns anos do consultório com aquelas coroas lindas, e volta à clínica passados uns anos com um central com a cerâmica fracturada. Existe um investimento grande no desenvolvimento destes materiais e sabe-se que as cerâmicas são mais resistentes à compressão do que à tracção e que quanto mais próximos forem os CET dos dois materiais (cerâmica e subestrutura), menor vai ser o stress entre esses dois materiais. No que toca a estes produtos cerâmicos, penso que se deve apostar em sistemas cada vez mais user friendly, que não leve o técnico a correr o Qual seria, na sua opinião, o maior avanço que as cerâmicas dentárias poderiam usufruir? Como já referi, o uso da cerâmica tem de ser simples e fiável. Não podemos nos trabalhos extensos estar sempre preocupados que no final apareça uma bolha, uma fractura ou simplesmente com medo de fazer uma última queima de correcção e que se desvaneçam todas as propriedades ópticas que colocámos na estratificação inicial. Tenho observado que as cerâmicas têm evoluído bastante todos os anos, de que são exemplo as cerâmicas para bases de zircónia. Há um par de anos usávamos zircónia com cerâmica de recobrimento para o sector posterior e no bloco anterior optávamos por outros materiais. Hoje em dia, já usamos zircónia recoberta com cerâmica em zonas estéticas sem problema algum. Isto só quer dizer que o avanço das cerâmicas é uma realidade e uma realidade que avança muito rapidamente. Gosto de pensar no presente mas dar sempre uma olhadela no futuro”, tenho pensado bastante no plástico, quando tivermos alguns problemas deste material resolvido como a infiltração e adesão de placa, teremos um material com boa integração em boca, boas propriedades ópticas, fácil de manipular e reparar…… mas é um tema para outra conversa. António Castel-Branco. Formado pela FMDUL 1996. Formação no CIRO (Suíça). Director Geral do Laboratório HI-TEC / Grupo Montellano. Speaker internacional. Formação em sistemas avançados de CAD/CAM. 4 |55