23/08/2011 Energia solar passa a ter incentivo e deve seguir o rastro da eólica Argentino paga caro por aeroporto no RN Deputado dá R$ 560 mil a firma-fantasma PMDB e PR perdem diretorias em Furnas Após assembleia, trabalhadores retomam reforma do Maracanã TRANSNORDESTINA Eletrobras vê benefício para Belo Monte com Venezuela Fiscais da Copa 2014 Caixa tem perdas em aplicação do FGTS Governo estuda royalty flexível para mineradoras no Brasil Consórcio prevê retorno acima de 6% em aeroporto do RN Pedágio passa a ser cobrado no Trecho Sul do Rodoanel Empresas brasileiras aguardam desfecho de crise na Líbia Lambança nos projetos Promotores querem rigor contra cartéis Titular das Cidades deu verba a prefeitura que sua mulher governa Mais 3 ministros de Dilma vão explicar irregularidades Grupo espanhol Isolux planeja IPO de unidade no Brasil Indígenas bolivianos endurecem protesto contra rodovia Negociação salarial muda com a crise Nova regra ambiental sai em setembro Quanto vale o grupo Odebrecht? Para investir em portos, empresas exigem relação contratual estável Com pré-sal, Baixada precisará de 60 mil novos profissionais até 2014 Nova obra do Bulevar Arrudas deve começar em setembro Com rombo de R$ 1,8 bi, governo decreta intervenção no fundo de pensão Portus CSA assina acordo para investir R$ 4,6 mi em projetos de pesca no Rio Grandes se preparam para disputar aeroportos de SP e Brasília Pátria conclui captação de fundo de US$ 1,15 bi para infraestrutura Relatório final da CPI aponta falha de planejamento na Região Serrana Folha de S. Paulo 23/08/2011 Energia solar passa a ter incentivo e deve seguir o rastro da eólica Com o objetivo de baixar o custo, governo do Ceará vai garantir a compra e criar demanda Governo cearense estuda ainda conceder incentivos fiscais a quem adquirir a energia alternativa Mais cara entre as principais fontes alternativas, a energia solar começa a receber incentivos no país para que seu potencial finalmente possa ser tirado do papel. A ideia é que o custo de geração a partir da luz do Sol siga o mesmo caminho da energia eólica. A geração com a força dos ventos parecia, a exemplo da energia solar, a velha promessa que nunca vingava. O governo passou, então, a fazer leilões, criando demanda e baixando o custo. O primeiro movimento para tentar baixar o custo da energia solar vem do Ceará, que detém o maior parque de geração eólica do país. O governo local criou um fundo de incentivo à energia solar. Ele consiste em garantir a compra da energia e criar demanda para que produtores de equipamentos se instalem na região. O governo garantirá, por meio do mercado livre, a compra da energia solar pelo período de um a dois anos. A energia comprada será direcionada para prédios públicos. As indústrias serão incentivadas, com entrega de selos de sustentabilidade a quem adquirir energia gerada a partir da luz do Sol. O governo cearense estuda ainda conceder incentivos fiscais a quem adquirir essa energia alternativa. Atualmente, o custo de 1 MWh (megawatt-hora) de energia solar é estimado entre R$ 400 e R$ 600. Gerar a partir dos ventos tinha custo parecido, mas, atualmente, só perde para as usinas hidrelétricas. O custo médio do MWh no leilão realizado na semana passada ficou em torno dos R$ 99. "A energia eólica parecia inconcebível. Hoje é realidade", diz Zuza de Oliveira, diretor da Adece (Agência de Desenvolvimento do Ceará). Apenas neste mês, o Brasil passou a ter sua primeira usina a produzir em escala comercial. Com 1 MW de capacidade instalada, a usina solar de Tauá, instalada na cidade cearense homônima, foi construída pela MPX, do grupo EBX, de Eike Batista. A companhia já tem autorização para quintuplicar a produção da usina. "Acreditamos no potencial da energia solar e achamos que ela pode ter grande aproveitamento, à medida que os custos caírem", diz Eduardo Karrer, presidente da MPX. <inicio> Folha de S. Paulo 23/08/2011 Argentino paga caro por aeroporto no RN Em uma disputa acirrada, sociedade com brasileiro vence leilão de São Gonçalo do Amarante, na grande Natal Proposta vencedora sai com ágio de 228%; valor da outorga, a ser pago em 25 anos, sobe para R$ 170 milhões Com um lance de R$ 170 milhões, o consórcio Inframérica venceu o leilão de privatização do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na grande Natal (RN). O valor equivale a mais de três vezes o lance mínimo previsto no edital -ágio de 228%. Esse montante corresponde à outorga de concessão e deverá ser pago em 25 prestações anuais depois de uma carência de três anos. O Inframérica terá de investir mais R$ 650 milhões ao longo de 28 anos, sendo mais da metade até 2014. O aeroporto já tem uma pista, obra de R$ 250 milhões bancada pela União. O consórcio é formado pela brasileira Engevix e pela argentina Corporación América, com 50%-50%, e ficará responsável pela construção, pela manutenção e pela operação do aeroporto por 28 anos. O grupo argentino encabeça o consórcio vencedor do controverso processo de privatização do país vizinho. Quatro grupos apresentaram propostas ontem na sede da BM&FBovespa. O preço mínimo era R$ 51,7 milhões. O Inframérica apresentou o maior lance inicial: R$ 132 milhões. Houve uma disputa acirrada com a Aeroportos Brasil (grupo MPE), com 87 lances no total. O processo, a primeira concessão federal no setor, está sendo considerado como um teste para a privatização dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, prevista para dezembro. A exemplo do que deve ocorrer com os demais aeroportos, a privatização será bancada pelo BNDES. "QUERIDO BNDES" "Esperamos rapidamente ir bater na porta do nosso querido BNDES", disse o sócio da Engevix, José Antunes Sobrinho, dirigindo-se ao ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, durante entrevista após o leilão. O empresário disse esperar que o banco estatal financie "até 70% do investimento". Para ele, com esse apoio, o retorno do investimento ficará "acima de 6%". Concorrente da Inframérica, o grupo ATP, que fez uma oferta inicial de R$ 62 milhões, considerou o resultado "uma loucura". "Não há condição de esse investimento se pagar", disse Lincoln Delboni, diretor de novos negócios da ATP. "Que raio de privatização é essa que é bancada pelo BNDES?", diz o professor de transporte aéreo da UFRJ Respício do Espírito Santo. Eduardo Padilha, professor do Insper e consultor de aeroportos, calcula que a taxa de retorno para a Inframérica poderá chegar a 8% se a demanda se comportar dentro de um cenário otimista. "Não é um retorno impossível, mas 8% é apertado", diz Padilha. "O risco é quererem renegociar o contrato." Marcelo Guaranys, diretor-presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), comemorou. Mas reconheceu os riscos do ágio elevado. "Ao longo dos anos, estamos diminuindo as brechas que permitem a negociação de aditivos aos contratos nas privatizações no país", disse. Antunes, do Inframérica, não se comprometeu a entregar o aeroporto antes da Copa, mas disse que fará todos os esforços para isso. "É de nosso total interesse." <inicio> Folha de S. Paulo 23/08/2011 Deputado dá R$ 560 mil a firma-fantasma José Vieira repassou parte de verba parlamentar a empresa de taxi aéreo sem sede, funcionários ou registro na Anac Endereço informado é de conjunto habitacional simples; pagamentos continuaram mesmo após morte de piloto O deputado federal José Vieira (PR-MA) repassou R$ 560 mil da verba de custeio de atividade parlamentar a uma empresa-fantasma. Durante dois anos, Vieira, que tem avião próprio, simulou despesas com afretamento de aeronaves para seus deslocamentos no Maranhão. Os pagamentos foram feitos à Discovery Transporte e Logística, uma suposta empresa de táxi aéreo, que só existe no papel. A Discovery não possui avião, nem sede, nem funcionários. O endereço que consta como sede da empresa na Receita Federal é uma residência em um conjunto habitacional simples, em São José do Ribamar, na região metropolitana de São Luís. A empresa foi registrada em nome de um piloto que prestava serviços ao deputado em Bacabal, cidade maranhense da qual Vieira já foi prefeito. O piloto, José Joaquim Nina, morreu no início do ano, mas já não pilotava havia muito tempo. Mesmo depois da morte dele, os pagamentos à empresa continuaram. SEM REGISTRO A Discovery é conhecida das empresas de táxi aéreo regulares do Maranhão como empresa de fachada que vende notas fiscais. No aeroporto de São Luís, a Infraero informou que a Discovery não faz voos. Ela também não tem registro na Anac (Agência Nacional de Avião Civil) como empresa de táxi aéreo. Já o deputado possui um avião Sêneca modelo 34-220T, no valor de R$ 607 mil, conforme consta na declaração de bens que ele apresentou à Justiça Eleitoral no ano passado. O principal item de despesa do deputado pago com a cota parlamentar é a contratação do suposto serviço da Discovery. Os gastos começaram a ser lançados em julho de 2009. Em alguns meses, foram mais de R$ 60 mil. Neste ano, a Câmara pagou R$ 83 mil de notas da Discovery. A cota parlamentar para os deputados federais do Maranhão é de R$ 31.637 por mês. A verba é para cobrir gastos com alimentação, hospedagem, passagens aéreas, combustível, afretamento de avião e outras despesas. O único item da cota que tem limite de gasto é o combustível (R$ 4.500 por mês). Se o congressista gastar abaixo da cota em um mês, a diferença é acumulada para os meses seguintes. A norma da Câmara é de que o deputado não pode usar a cota parlamentar para despesas com campanha eleitoral. Porém, em 2010, ano eleitoral, Vieira apresentou R$ 333 mil em notas da Discovery. <inicio> Folha de S. Paulo 23/08/2011 PMDB e PR perdem diretorias em Furnas Governo só preservou os nomes indicados pelo PT; troca amplia a insatisfação dos peemedebistas com o Planalto Mudança desagradou o presidente interino do PMDB, Valdir Raupp, e os líderes Romero Jucá e Henrique Eduardo Alves O governo federal desalojou dois dos três partidos aliados que comandavam diretorias em Furnas: PMDB e PR. Na estatal, restaram apenas dois indicados pelo PT. A empresa, de economia mista e capital fechado, é controlada pela Eletrobras e atua na geração e transmissão de energia em 11 Estados. Ontem, o conselho de administração da companhia fez uma reforma em sua cúpula, com a saída de Luiz Henrique Hamann, da área financeira; Mario Márcio Rogar, diretor de Engenharia; e Márcio Antônio Arantes Porto, de Construção. Hamann e Porto são indicações do PMDB. Rogar é ligado ao PR. Foram mantidos na cota petista Fernando Paroli Santos, diretor de Gestão Corporativa, e o diretor de Operação do Sistema e Comercialização de Energia, Cesar Ribeiro Zani. A troca reforça a lista de insatisfações do PMDB e ocorre no momento em que o Planalto tenta convencer o PR a voltar ao bloco governista. O presidente de Furnas, Flavio Decat, diz que escolheu os novos diretores. São pessoas ligadas a ele ao longo de sua carreira no setor. Integrantes do Planalto dizem que a definição teve a bênção do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e da presidente Dilma Rousseff, que deu carta branca a Decat. "Eu discordo do tom [desalojar]. Prefiro crer que fui colocado aqui para fazer uma gestão técnica e profissional. Não tenho nada contra os que saíram", disse Decat à Folha. As diretorias de Engenharia e Construção foram reunidas em uma, a de Expansão. Ela será comandada por Márcio Abreu, ex-diretor técnico executivo de Itaipu. "Havia uma redundância e acabava que ninguém se responsabilizava pelas obras." Uma nova diretoria foi criada, a de Planejamento, Gestão de Negócios e Participações. Ficará com Olga Simbalista, atual assessora da presidência da Eletrobras. A diretoria de Finanças ficará com Nilmar Foletto, funcionário de carreira, que já trabalhou na Eletronuclear e estava na Light. No início do ano, Dilma pretendia levar Decat para a Eletrobras, mas a crise em Furnas, com a circulação de dossiês e acusações entre petistas e peemedebistas, a fez rever a escolha. INSATISFEITOS As mudanças na estatal irritam o PMDB. Os mais insatisfeitos são o próprio presidente interino da sigla, Valdir Raupp (RO); o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR); o líder da bancada, deputado federal Henrique Eduardo Alves (RN), e o deputado Eduardo Cunha (RJ). Na diretoria de Construção, Marcio Porto era indicação de Raupp, enquanto o Luiz Hamann tinha o aval de Jucá. Alves e, principalmente, Cunha, eram donos da indicação de Carlos Nadalutti Filho, presidente de Furnas até a nomeação de Decat. A avaliação de peemedebistas ouvidos pela Folha é que, se Dilma quer fazer uma "faxina" no setor, toda a diretoria tem que ser trocada. <inicio> Folha de S. Paulo 23/08/2011 Após assembleia, trabalhadores retomam reforma do Maracanã DO RIO - Após cinco dias de paralisação, os cerca de 2.000 operários que trabalham na reforma do Maracanã, sede da final da Copa do Mundo de 2014, voltaram ontem ao trabalho. Em assembleia, aceitaram a proposta do consórcio responsável pela obra, que deu plano de saúde e aumentou o valor da cesta básica de R$ 100 para R$ 160 por mês. A paralisação teve início após o ajudante de produção Carlos Felipe da Silva Pereira ter fraturado o joelho na explosão de um galão. Segundo o sindicato da categoria, o consórcio formado pelas empresas Delta, Odebrecht e Andrade Gutierrez prometeu estudar a inclusão das famílias dos operários no plano de saúde, além de pagar salários quinzenalmente. Na sexta, o consórcio pediu para o Tribunal Regional do Trabalho mediar a negociação, o que não ocorreu. O acordo foi informado ao TRT. Orçadas em quase R$ 1 bilhão, as obras de reforma do Maracanã têm que estar concluídas em dezembro de 2012. <inicio> Folha de S. Paulo 23/08/2011 TRANSNORDESTINA PASSOS VISITOU OBRA COM AVIÃO DE EMPRESA O atual ministro dos Transportes, Paulo Passos, inspecionou a Transnordestina com um avião da empresa que constrói a ferrovia. A viagem ocorreu em 2010, quando ele era secretário-executivo da pasta. A pasta diz que a viagem, citada pela revista "Época", ocorreu porque aviões da FAB não operam em Salgueiro (PE). <inicio> O Estado de S. Paulo 22/08/2011 Eletrobras vê benefício para Belo Monte com Venezuela SÃO PAULO - A partir da integração do Brasil com a Venezuela, por meio da concessão de uma linha de transmissão até Boa Vista, o diretor de Geração da Eletrobras, Valter Cardeal, afirmou que a usina de Belo Monte, no Pará, terá ganhos energéticos. De acordo com o executivo, será possível com essa interligação integrar as operações da hidrelétrica com a usina Guri, na Venezuela, melhorando o aproveitamento energético do projeto brasileiro. A usina de Belo Monte tem uma capacidade instalada de 11 mil megawatts (MW), porém o seu aproveitamento energético gira em torno de 4,5 mil MW médios por se tratar de uma usina sem reservatório. A baixa geração de energia tem sido alvo de críticas de ambientalistas contrários ao empreendimento. Cardeal, contudo, lembrou que o ciclo de geração da usina é complementar ao de outras grandes usinas hidrelétricas brasileiras. "O regime de geração de Belo Monte é complementar ao de Tucuruí e Itaipu", afirmou o executivo, que participou de evento promovido pela revista CartaCapital, em São Paulo. No mesmo evento, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que a autarquia já está trabalhando no projeto de interligação da usina de Belo Monte ao sistema de transmissão brasileiro. De acordo com o executivo, o projeto atual prevê uma linha de transmissão de corrente contínua para o Sudeste e uma de corrente alternada para o Nordeste. <inicio> O Estado de S. Paulo 23/08/2011 Fiscais da Copa 2014 ONGs e órgãos oficiais tomam conta das obras para o Mundial SÃO PAULO - Não será por falta de fiscalização que o dinheiro destinado aos investimentos na Copa de 2014 vai ser mal gasto ou se “perder’’ pelo caminho. As obras de construção e reforma de arenas ainda engatinham, grande parte das intervenções relacionadas à infraestrutura nem sequer foi iniciada, mas já há várias iniciativas que têm como objetivo controlar o andamento dos projetos e, principalmente, como os bilhões de reais serão gastos. Órgãos de controle e fiscalização, como Tribunais de Contas da União, de Estados e municípios, Ministério Público, a Controladoria Geral da União (CGU) e mesmo setores do Poder Legislativo, como Câmara e Senado, estabeleceram mecanismos de vigilância. Há, também, iniciativas como a do exjogador Romário, deputado federal pelo PSB-RJ, e ações de ONGs e sindicatos. O próprio Ministério do Esporte criou, na quinta-feira, a Câmara de Transparência da Copa de 2014, que terá, além de representantes da pasta, membros da CGU, da Advocacia Geral da União e da sociedade civil. Em comum, todos têm o uso da internet como instrumento para receber e divulgar informações sobre construção e reforma de estádios, obras de mobilidade urbana, ampliação de aeroportos e rede hoteleira, entre outros investimentos. A primeira iniciativa foi tomada em 2009, dois anos após a escolha do Brasil para sede do Mundial, por meio dos Tribunais de Contas. O trabalho consiste em acompanhar financiamento, planejamento e execução de obras e projetos, elaborar relatórios sobre os trabalhos e fazer recomendações sobre a liberação de verbas públicas. “O TCU fiscaliza a aplicação dos recursos federais executados pela União (no caso de obras em portos e aeroportos), a regularidade dos empréstimos em ações nas quais os recursos se limitam ao financiamento do BNDES e CEF (estádios e obras de mobilidade urbana) e dá orientações no casos das Parcerias Público Privadas para construção de estádios’’, explicou o ministro do TCU Valmir Campelo, relator das obras da Copa. Foi a partir das análises do Tribunal de Contas que o BNDES foi instruído a não liberar mais do que 20% do dinheiro da linha de crédito para os estádios (até R$ 400 milhões por arena), enquanto existirem dúvidas sobre contratos firmados para as obras, deficiências e incorreções em projetos executivos e risco de mau uso do dinheiro público, entre outros problemas. Há também ações como a do Instituto Ethos, que lançou em março o projeto "Jogos Limpos Dentro e Fora dos Estádios". A meta é costurar acordos com o poder público e empresas envolvidas com a Copa – e também com a Olimpíada de 2016, no Rio –, para que exista transparência em todo o processo e permita o monitoramento e controle social sobre os investimentos. “Queremos mobilizar as principais empresas e setores para conseguir detectar gargalos nos processos e estabelecer com eles um compromisso público’’, diz Felipe Saboya, coordenador nacional de mobilização do Jogos Limpos. A União Geral dos Trabalhadores (UGT), que reúne cerca de mil sindicatos, também se diz disposta a fiscalizar as obras da Copa, principalmente as de estádios, pois quase todos têm dinheiro público, usado de diversas maneiras. “Se não houver a transparência necessária, vai ser complicado’’, entende o presidente da UGT, Ricardo Fatah, que conta com a ajuda de seus filiados para essa vigilância. No entanto, há problemas no controle. Os fiscalizadores são municiados com informações passadas pelos órgãos responsáveis pela execução das obras – comitês das cidades, ministérios do Esporte, Cidade, Turismo, por exemplo – e ainda há defasagem. Também há demora no esclarecimento de dúvidas apontadas por órgãos como os Tribunais de Contas e até mesmo orçamentos ainda não fechados para obras diversas, como em alguns estádios. Ainda assim, prometem os vigilantes, fiscalização não irá faltar. <inicio> O Estado de S. Paulo 23/08/2011 Caixa tem perdas em aplicação do FGTS Houve prejuízo em quase 70% dos investimentos na participação de empresas no ano passado, o que reduziu a rentabilidade esperada A Caixa Econômica Federal perdeu dinheiro em quase 70% dos investimentos feitos com recursos do fundo de investimento do FGTS na compra de participação de empresas. Das 15 companhias em que o fundo adquiriu ações, dez tiveram prejuízo no ano passado. A perda foi de R$ 150,72 milhões, de acordo com relatório de gestão. Esse resultado influenciou diretamente na redução da rentabilidade esperada para esses investimentos. A Caixa prometeu um retorno de pelo menos 6% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR), o que daria no ano passado algo em torno de 6,66%. O resultado final, entretanto, ficou em 6,17%. Para o superintendente nacional de Fundos de Investimentos Especiais da Caixa, Flávio Arakaki, esse desempenho "é natural e esperado" e o prejuízo deve ser revertido no longo prazo. "Essas companhias ainda não estão gerando receitas. Como não têm receitas, toda despesa impacta o valor patrimonial. Mas não quer dizer que isso é uma tendência." Os investimentos do FI-FGTS em compra de participação de empresas estão concentrados no setor de energia elétrica e as obras escolhidas sofrem com atrasos no cronograma. Segundo Arakaki, assim que as companhias estiverem atuando comercialmente e tiverem suas ações cotadas em bolsa de valores, haverá um impacto favorável no patrimônio, revertendo a "perda" verificada no ano passado. Rentabilidade. O presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de São Paulo (Apimec-SP), Reginaldo Alexandre, ressaltou que o retorno apurado pelo fundo no ano passado ficou bem abaixo das melhores oportunidades de investimento em operações de infraestrutura. Erivelto Rodrigues, da Austin Rating, concorda. Na avaliação dele, os fundos voltados para o setor tiveram taxa média líquida de rentabilidade de 8% em 2010. "O retorno deveria ser maior para compensar o risco", disse Rodrigues. A rentabilidade do FI-FGTS no ano passado foi garantida graças ao investimento de R$ 6,7 bilhões em debêntures do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), segundo avaliaram analistas de mercado ouvidos pelo Estado. A Caixa, no entanto, não informou qual foi o retorno recebido pelo dinheiro aplicado nos papéis do banco de fomento. Obras atrasadas. O professor do Ibmec Gilberto Braga disse que o prejuízo do FI-FGTS é uma "fotografia" dos negócios em 31 de dezembro de 2010. "Se fosse liquidar em condições de mercado, o fundo receberia um valor menor que o investimento realizado. Isso ainda não quer dizer uma perda porque não houve liquidação e o investimento pode se valorizar com o tempo." Segundo ele, o desempenho de 2010 está diretamente relacionado a atrasos nas obras das empresas nas quais o fundo detém participações. "Se o calendário tivesse sido cumprido, a meta de rentabilidade teria sido atingida com facilidade." De acordo com a demonstração financeira de 2010 do fundo, várias obras estão descumprindo o cronograma de entrega, causando elevação de custos e consequente piora dos resultados. É o caso das hidrelétricas de Lavrinhas e Queluz, em São Paulo. Em Lavrinhas, a previsão, em 2009, era de que o empreendimento estivesse funcionando em agosto de 2010. No ano passado, essa estimativa passou para março de 2011. Levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostra que a nova data prevista é setembro. No caso de Queluz, em 2009 a previsão era de que a usina entraria em operação em abril de 2010. A data foi prorrogada para março deste ano. Dados da Aneel já apontam que o empreendimento deve operar comercialmente apenas em setembro. <inicio> O Estado de S. Paulo 22/08/2011 Governo estuda royalty flexível para mineradoras no Brasil O governo estuda a criação de um royalty flexível sobre a mineração por meio do qual as companhias poderão ter alíquotas reduzidas em momentos de crise na demanda e taxas maiores em época de bonança e elevada lucratividade, conforme apurou a Reuters. A ideia de adotar royalties que variem de acordo com os momentos da economia é uma das que estão em discussão para o novo marco regulatório da mineração. Quando o preço de determinada matériaprima estiver elevado, com o mercado muito aquecido, a taxa poderia subir. Em uma crise como a de 2008, quando a demanda por metais despencou, levando mineradoras e cortar investimentos e pessoal, o governo reduziria alíquotas. "Pode-se estabelecer, num primeiro momento, que o royalty do minério de ferro passe de 2 por cento da receita líquida para 4 por cento do faturamento bruto, mas, depois de um ano, podemos chegar à conclusão que os 4 por cento serão 6 por cento, ou 3 por cento, dependendo da conjuntura econômica", disse à Reuters uma fonte do governo que participa ativamente das discussões sobre o novo marco regulatório. "Agora, por exemplo, a demanda está fortíssima pelo ouro, então valeria à pena mudar a alíquota do ouro?", citou. Outras fontes consultadas pela Reuters no governo afirmaram que alguns minerais poderão, assim, ficar sujeitos a bandas de royalties. Cada mineral pode ter uma banda diferente e a variação dependerá do preço no mercado internacional e doméstico. As alíquotas que serão apresentadas na nova regulamentação do setor poderão variar de 0,5 por cento a um teto que poderá ficar entre 8 e 10 por cento --percentual ainda em discussão. A proposta é definir e redefinir as alíquotas em reuniões do Conselho Nacional de Política Mineral, uma nova entidade que seria criada no novo marco. Ela funcionaria nos moldes do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), onde são discutidas periodicamente regras e planejamento para os setores elétrico e de petróleo e gás. "Pensamos ter procedimentos modernos e ágeis mas que não acarretem problemas para a competitividade das nossas empresas", afirmou outra fonte consultada pela Reuters. Em meio ao estabelecimento das bandas de royalties, porém, a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), como é chamado o royalty da mineração, deverá passar por uma calibragem. O minério de ferro, por exemplo, poderá passar dos atuais 2 por cento pagos sobre a receita líquida para 4 por cento do faturamento bruto, conforme já indicou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Metais como ouro, níquel, cobre, que nos últimos anos se valorizaram bastante no mercado internacional, também deverão ter um royalty maior. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Por outro lado, o governo tende a reduzir a CFEM sobre matérias-primas usadas na construção civil, como a areia, hoje paga alíquota de 2 por cento. "Vamos corrigir algumas distorções. Hoje a CFEM da areia, que custa cerca de 40 reais a tonelada, é igual à do cobre, que vale uns 8,7 mil dólares a tonelada", disse uma técnica que participou da elaboração do projeto de lei que trata da CFEM, pedindo anonimato. Três projetos de lei serão encaminhados ao Congresso pela presidente Dilma Rousseff para definir o marco regulatório da mineração. Um deles, que cria o Conselho Nacional de Política Mineral e atualiza normas sobre concessões de áreas, está praticamente pronto e pode vir a público em breve. O texto está na Casa Civil pela segunda vez (depois de ter voltado para o Ministério de Minas e Energia para retoques sugeridos por outros ministérios). Um outro projeto de lei cria uma agência reguladora para o setor e o terceiro --mais polêmico --trata da CFEM. As mudanças na cobrança de CFEM devem começar na sua base de incidência. Hoje as empresas pagam o royalty sobre a receita líquida. Com o novo código, a base deverá ser o faturamento bruto das empresas. "Com essa mudança evitamos discussões e brechas sobre o que deve ser descontado ou não no cálculo da CFEM", acrescentou a técnica. O critério atual, considerado mal definido por especialistas, levou o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) a travar disputas judiciais com mineradoras que descontavam, por exemplo, despesas com transporte da base de cálculo da CFEM. DESCONTO PARA VALOR AGREGADO Outra medida em estudo é a possiblidade de desconto da CFEM para minerais que passarem por algum beneficiamento, agregando valor antes da exportação. No caso da cadeia de minério de ferro, a pelota poderia ter uma CFEM menor que o minério de ferro, por exemplo. "A empresa que hoje resolve agregar mais valor a seu produto acaba sendo penalizada porque paga mais CFEM. Na cadeia do ferro é assim; a pelota atualmente não tem distinção do ferro, pagando a mesma CFEM. E, como vale mais, obriga a empresa a pagar mais CFEM", explica a técnica. "A estrutura tributária atual realmente não estimula a agregação de valor aos minerais", concorda o diretor de Assuntos Minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Marcelo Tunes. Se por um lado apoia a diferenciação da CFEM para estimular produtos de maior valor agregado, por outro o setor privado demonstra cautela com relação à ideia do royalty flexível, que poderá mudar conforme o preço da commodity. "Transformar royalty em instrumento de política econômica pode ser perigoso. Pode ser bom para as empresas em momentos de crise, mas ruim quando ocorrer o contrário. Esta é uma indústria cíclica", avaliou um executivo do setor que pede para não ser identificado. O novo marco também deverá adotar leilões para áreas exploratórias, como já ocorre com o petróleo. Ele estabeleceria prazos exploratórios, para evitar que empresas mantenham concessões sem investir nas áreas que possuem. A aplicação de penalidades deverá ser mais rigorosa, com multas maiores e mais chances de as empresas perderem a outorga. "Procuramos colocar regras bem definidas para as sanções aplicadas pela agência de maneira a viabilizar a pemanência, no setor, das empresas que estejam investindo em pesquisa, desenvolvimento e lavra", acrescentou a primeira fonte. O Ministério de Minas e Energia informou que não comentaria as informações desta reportagem. <inicio> O Estado de S. Paulo 23/08/2011 Consórcio prevê retorno acima de 6% em aeroporto do RN SÃO PAULO - O consórcio Inframérica, vencedor do leilão para construção e operação do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, acredita que o investimento oferecerá um retorno real acima de 6% ao ano. "Tem de ser um retorno que permita fazer uma alavancagem em banco. É acima de 6% de ganho real, com certeza", afirmou o diretor executivo do grupo Engevix, José Antunes Sobrinho. A Engevix, em sociedade com o grupo argentino Corporación America, forma o consórcio Inframérica, que deu lance de R$ 170 milhões, 228,82% acima do valor da outorga estipulada no edital, de R$ 51,7 milhões. Segundo ele, a assinatura do contrato de concessão está prevista para 22 de novembro, mas deve ser antecipada. "Se anteciparmos em um mês o contrato de concessão, é um mês que nós ganhamos para a construção das obras. Já existe uma perspectiva de antecipar essa assinatura. Estamos conversando sobre isso com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)", afirmou Sobrinho. Questionado se o Engevix participará dos próximos leilões, Sobrinho disse que "sim", sem dar maiores detalhes. <inicio> O Estado de S. Paulo 23/08/2011 Pedágio passa a ser cobrado no Trecho Sul do Rodoanel Com a conclusão das obras de melhorias, a Concessionária SPMar passa a cobrar pedágio no Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas à 0 hora de amanhã. O valor da tarifa será de R$ 2,50 para carros de passeio e veículos comerciais pagam esse preço por eixo. Motocicletas vão ter que desembolsar R$ 1,25. Independente da quantidade de praças (seis) e do trecho percorrido, o usuário só pagará uma única vez, na saída do Trecho Sul do Rodoanel. A cobrança de tarifa viabilizará a construção do Trecho Leste do Rodoanel pela SPMar sob fiscalização e gerenciamento da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). A obra foi iniciada no dia 17 deste mês, e representa um investimento de R$ 2,8 bilhões. O Trecho Leste será entregue em março de 2014. Para mais informações sobre as obras do Trecho Leste acesse: http://bit.ly/p1Itls. O Trecho Sul começou a operar em março de 2010. Seu traçado tem início na Rodovia Régis Bittencourt (entroncamento com o Trecho Oeste), interliga as rodovias Anchieta e Imigrantes, e segue até o prolongamento da Avenida Papa João XXIII. Recebe em média 70 mil veículos por dia e sua operação está a cargo da concessionária SPMar. Até março de 2012 serão instalados telefones de emergência ao longo do Trecho Sul (um a cada quilômetro). <inicio> O Estado de S. Paulo 23/08/2011 Empresas brasileiras aguardam desfecho de crise na Líbia Projetos estão suspensos; rebeldes insinuam que hesitação de Brasília pode prejudicar interesses brasileiros na Líbia. Empresas brasileiras com operações na Líbia aguardam o desfecho da crise política na Líbia e a perpespectiva de normalização para decidir quando e como voltar a atuar no país. Odebrecht, Queiroz Galvão e Petrobras informaram por meio de suas assessorias de imprensa que acompanham a situação no país para definir ações futuras. A Odebrecht, que é responsável pela construção de um aeroporto internacional e do anel viário na capital líbia, Trípoli, disse que as operações estão suspensas desde que a crise eclodiu, em fevereiro. Os contratos da Odebrecht são avaliados em mais de R$ 5 bilhões e as obras, estavam cerca de 30% concluídas quando tiveram de ser paralizadas. Também em fevereiro a Queiroz Galvão retirou seus funcionários do país, incluindo 130 que viviam na cidade de Benghazi, a segunda maior do país, no leste da Líbia. Interesses brasileiros O governo brasileiro ainda não reconheceu oficialmente o movimento rebelde como o novo governo da Líbia. Mas segundo a sua assessoria de imprensa, o Ministério das Relações Exteriores já mantém contatos informais com representantes dos rebeldes. Boa parte dos países europeus e os Estados Unidos já reconheceram o Conselho Nacional de Transição dos rebeldes como governo interino líbio. Na segunda-feira, um porta-voz da estatal petroleira líbia, Agoco - que está do lado dos rebeldes -, insinuou que a demora brasileira em reconhecer oficialmente a queda do regime de Muamar Khadafi pode prejudicar os interesses brasileiros na Líbia. "Não temos problemas com os países ocidentais, como as companhias italianas, francesas e britânicas. Mas podemos ter algumas questões políticas com a Rússia, a China e o Brasil", disse à agência Reuters o porta-voz da empresa, Abdeljalil Mayouf. Antes do início da crise política, a Líbia produzia 1,6 milhão de barris diários de petróleo leve, dos quais 1,3 milhão de barris eram exportados - a maior parte para países europeus. A perspectiva de retomada do fornecimento de petróleo por parte da Líbia tem tido impacto limitado no mercado, porque os analistas estimam que serão necessários pelo menos dois anos para que o produto volte a estar disponível. Na manhã desta terça-feira, o petróleo tipo leve (WTI) subia 1,8% e era cotado a quase US$ 86, enquanto o óleo tipo Brent era negociado com alta de 0,75% a US$ 109. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. <inicio> O Estado de S. Paulo 23/08/2011 Lambança nos projetos O Brasil desperdiça bilhões de reais todo ano com projetos malfeitos, investimentos com preços inflados e atrasos na execução de obras importantes para a economia nacional. Não dá para verificar se o maior ralo do orçamento federal é a incompetência, o desleixo ou a corrupção, mas não há dúvida de que qualquer dos três fatores causa perdas enormes ao País. Reportagem publicada ontem no Estado mostra que, entre 2008 e 2010, foram formalizados 3 mil aditivos a 2,2 mil contratos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), um dos principais focos das irregularidades encontradas na faxina recentemente iniciada pela presidente Dilma Rousseff. Aditivos são frequentes em contratos governamentais com empreiteiras e empresas prestadoras de serviços. O resultado é quase sempre ruim, porque a alteração geralmente envolve alongamento de prazo e elevação de custo. A reportagem citada, de Renée Pereira, mostrou exemplos de obras do setor de transportes com vários aditivos e grandes aumentos de custos. Levantamentos semelhantes em outros setores provavelmente mostrariam condições muito parecidas de execução de contratos, como indicam as advertências divulgadas com frequência pelos órgãos de controle do setor público. Mesmo sem corrupção e sem grave negligência na gestão de recursos públicos - hipóteses muito otimistas e audaciosas -, restaria certamente a incompetência na elaboração de projetos e na estimativa de custos. Seis aditivos ao contrato de obras de recuperação da BR-282, em Santa Catarina, acrescentaram um ano ao prazo e 72% ao custo dos serviços. Este é apenas um dos vários exemplos mencionados na reportagem. Mesmo em obras de tipo rotineiro, como as de manutenção ou de construção de uma passarela, pode haver grande número de mudanças contratuais - 11 aditivos, num dos projetos citados. O governo tem feito licitações sem dispor de projetos suficientemente detalhados para permitir uma avaliação segura de prazos e custos. Como alterações de contratos são rotineiras - e a lei admite aumento de preços de até 25% -, empresários entram nas concorrências dispostos a dar lances audaciosos. Isso é confirmado por gente do ramo. Segundo o presidente da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas, Luciano Amadio Filho, citado na reportagem, os empreiteiros jogam com a segurança de conseguir aumentar os preços durante a execução da obra. Podem, por exemplo, apontar mudanças necessárias porque o tipo de solo exige uma fundação mais cara que a prevista no projeto inicial. Seja por incompetência, corrupção ou desleixo, ou por uma combinação de todos esses fatores, a elaboração de projetos é deficiente e o compromisso com prazos e custos é quase nulo em boa parte da administração. O que explica as ações cada vez mais frequentes do Tribunal de Contas da União (TCU), apontando falhas formais nos projetos levados à licitação. Durante anos, no entanto, a reação mais comum no Palácio do Planalto foi contestar os órgãos de controle e acusá-los de prejudicar a execução de obras públicas importantes. A reação mais comum do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi de crítica ao TCU. Se levasse a sério o planejamento e a gestão do investimento público, teria cobrado de seus ministros maior cuidado na elaboração de projetos. Mas suas atitudes sempre indicaram maior atenção ao jogo partidário e eleitoral do que à qualidade técnica e à respeitabilidade da administração. Aparelhar e lotear a máquina sempre foi mais importante, em seu governo, do que elevar o padrão dos serviços. Exemplos conhecidos de contratos do Ministério do Turismo indicam outra mina de irregularidades e de incompetência gerencial para quem quiser iniciar uma investigação. Há sinais de problemas semelhantes em vários Ministérios envolvidos nas obras para a Copa de 2014. Relatórios do TCU apontam indícios de sobrepreço, irregularidades contratuais, atrasos e outros problemas em obras de estádios, aeroportos e outros investimentos necessários aos jogos. A lambança já é parte de um dia a dia cada vez mais custoso para os brasileiros. <inicio> O Estado de S. Paulo 23/08/2011 Promotores querem rigor contra cartéis Cartilha lançada após encontro recomenda aos governantes coibir jogo de planilha em licitação Promotores de Justiça especialistas no combate à improbidade e à corrupção querem mais rigor da administração no cumprimento dos processos de licitações para obras. Após três dias reunidos em São Paulo, eles aprovaram, na sexta-feira, documento com 18 recomendações a governantes e gestores de recursos públicos para que coíbam a formação de cartéis e o jogo de planilhas - expediente usual de empreiteiras para alterações no contrato, forçando pagamentos adicionais. O texto é dividido em quatro capítulos - planejamento, licitação, execução e fiscalização das obras. Reuniram-se 150 promotores e procuradores de defesa do patrimônio público e social, braço do Ministério Público que investiga violações à Lei de Improbidade. Participaram peritos criminais da Polícia Federal. A recomendação é um alerta para que o gestor adote conduta severa no cumprimento à Lei de Licitações. Se a missão falhar, a promotoria pode ingressar na Justiça com ação civil e enquadrar o agente por improbidade. No item licitações, os promotores assinalam que "a fim de dificultar a formação de cartéis, deve-se expedir recomendação para que o inteiro teor do edital de licitação esteja acessível no sítio da administração na internet". Recomendam providências para a "devida capacitação dos integrantes da comissão de licitações, e, sempre que possível, viabilizarlhes o exercício exclusivo das funções da comissão, afastando-se a cumulação de outras no serviço público". Os prefeitos deverão fazer levantamento de obras inacabadas no âmbito territorial de atuação, "propondo medidas para evitar desperdício de recursos públicos e fixar responsabilidades". Os promotores querem intensificação do compartilhamento de informações com os órgãos de controle, como o Tribunal de Contas (TCU), "visando impedir a celebração de contratos com empresas declaradas inidôneas por já terem fraudado licitação ou contrato", além de "verificação criteriosa das prorrogações dos contratos de concessão, de modo a evitar manifesta burla à necessidade de nova licitação". <inicio> O Estado de S. Paulo 23/08/2011 Titular das Cidades deu verba a prefeitura que sua mulher governa Dados do governo federal comprovam liberação de R$ 1 mi para Glória (BA), cuja prefeita é Ena Wilma, casada com Negromonte Levantamento feito no Sistema de Convênios do governo federal comprova a liberação pelo Ministério das Cidades de R$ 1,035 milhão, nos últimos dois meses, para o município de Glória (BA). A prefeita de Glória é Ena Wilma, mulher do ministro Mário Negromonte. O caso foi revelado na sexta-feira pela revista Época. Do total, R$ 975 mil foram liberados no dia 5 de agosto e destinados à construção de ciclovia e pista de cooper. Os demais R$ 160 mil saíram no dia 6 de julho, para a elaboração do plano diretor participativo da cidade. Glória tem 15 mil habitantes. A assessoria de imprensa do Ministério das Cidades informou que os contratos referentes a essas emendas datam de 2009, quando Negromonte exercia o mandato de deputado federal. A assessoria não considerou que o dinheiro só foi liberado depois da posse do ministro. "Para o município de Glória, foram liberados recursos, da mesma forma como os que foram liberados para mais de mil municípios do Brasil, durante a gestão do ministro Mário Negromonte", explicou a assessoria do ministro. "Assim também, o município de Glória foi atingido com o cancelamento de R$ 3 milhões de reais, cumprindo decreto presidencial, que cancelou os recursos de todos os municípios, com obras não iniciadas, com emendas de 2007 e 2008, o que também ocorreu durante a gestão do ministro Mário Negromonte." Em nota, Negromonte rebateu também reportagem da revista Veja, que o acusa de ter oferecido propina de R$ 30 mil a deputados do PP para tentar manter o controle do partido. Na nota, ele negou ter usado as dependências do ministério para o pagamento de "mesada" aos parlamentares. Segundo Veja, o ministro estaria tentando ganhar força dentro do PP com o pagamento de mensalão a deputados da legenda. A disputa interna de Negromonte é com a ala do PP aliada ao ex-ministro Márcio Fortes. O próprio Negromonte admitiu isso ontem, em entrevista à rádio Rede Tudo FM, de Salvador. "Fica um falando da vida do outro. Isso ainda vai terminar em sangue e é muito ruim", afirmou. Segundo ele, não há provas das acusações de que é alvo, apenas "ilações e brigas entre grupos". E queixou-se: "Parece que existe uma campanha para a retirada de ministros. É melhor atingir um ministro que um deputado, ainda mais nordestino". Insinuou ainda que está sob ataque por "contrariar muitos interesses". Mas não especificou quais. <inicio> O Estado de S. Paulo 23/08/2011 Mais 3 ministros de Dilma vão explicar irregularidades Depois de perder quatro ministros num prazo de dois meses e dez dias - três deles por suspeita de envolvimento em irregularidades e outro por falar mal dos colegas -, a presidente Dilma Rousseff verá hoje mais três auxiliares diretos darem explicações no Congresso. Todos, por suspeita de desvio de conduta. São eles: Pedro Novais (Turismo), Paulo Bernardo (Comunicações)e Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário). Hoje, Bernardo e a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, foram obrigados a divulgar nota sobre o uso de jatinhos privados na campanha eleitoral, em mais um dia de tensão na Esplanada. Para aumentar a crise, as cobranças por uma faxina para valer, que seja igual para todos os partidos, começaram a aparecer na base aliada. A vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES), exigiu ontem o afastamento do ministro do Turismo, Pedro Novais, cuja indicação foi bancada pelo líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) e pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDBAP). "O Pedro Novais precisa sair. Ele tem uma história política e de vida e para reafirmá-la não pode ficar nessa de não sabia. Pra mim, ele participa, ele tem responsabilidade no que aconteceu no Ministério do Turismo. Se eu vou montar uma equipe e tem pessoas assim, eu não aceito", disse Rose de Freitas. A oposição promete ser dura com os ministros. O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), cobrou uma faxina séria por parte da presidente. Para ele, levando-se em conta as notícias divulgadas no final de semana, Dilma está fazendo uma "limpeza de fachada", porque dá tratamento diferente aos ministros que cometeram deslizes. Nogueira verbaliza as queixas do PR, que teve a cúpula dos Transportes degolada assim que foi publicada a primeira notícia com suspeitas de irregularidades cometidas por dirigentes do setor, todos vinculados ao partido. Ao contrário do que ocorreu com o PR, quando as denúncias atingiram o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que é do PMDB, a presidente Dilma deu todo apoio a ele. Rossi saiu somente quando não havia mais como sustentá-lo. <inicio> O Estado de S. Paulo 23/08/2011 Grupo espanhol Isolux planeja IPO de unidade no Brasil O grupo espanhol Isolux Corsan contratou os bancos Santander e Credit Suisse como coordenadores de uma possível oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês) da sua unidade de infraestrutura no Brasil, segundo informações divulgadas pela companhia nesta terça-feira. A Isolux Infrastructure, sediada em São Paulo, opera concessões de rodovias e ativos de energia, além de estar envolvida em projetos com investimentos superiores a 7,5 bilhões de euros, afirmou a empresa. O presidente do conselho de administração da Isolux, Luís Delso, se reuniu com a presidente Dilma Rousseff na última semana para apresentar os planos do grupo espanhol. <inicio> O Estado de S. Paulo 23/08/2011 Indígenas bolivianos endurecem protesto contra rodovia Indígenas bolivianos que participam de uma marcha contra uma rodovia a ser financiada principalmente pelo Brasil endureceram seu protesto na segunda-feira, quando fizeram novas exigências, como a suspensão de importantes projetos petrolíferos e um diálogo direto com o presidente Evo Morales. A rodovia causa polêmica porque atravessará uma reserva natural e área indígena na Amazônia boliviana. Na nova lista de exigências - 16 no total - os manifestantes exigem também a suspensão de projetos hidrocarboníferos no departamento de Tarija (sul), sob a alegação de que eles afetam o meio ambiente e terão impacto direto sobre comunidades rurais próximas. Os campos de Tarija geram cerca de 90 por cento do gás boliviano. O governo diz que os protestos têm motivação política, num ano em que o presidente esquerdista Evo Morales já enfrentou campanhas da oposição contra uma inédita eleição direta de juízes e um reajuste nos preços dos combustíveis, que acabou sendo cancelado. A marcha de 600 quilômetros, entre o departamento de Beni (nordeste, fronteira com Rondônia) e La Paz, começou há uma semana, com a participação de centenas de indígenas que são contra a construção de uma estrada de 310 quilômetros ligando Beni a Cochabamba. A obra, de 420 milhões de dólares, foi encomendada à construtora brasileira OAS. "A marcha está saindo porque um ministro disse que as portas do palácio do governo estão abertas e pediu que vá só uma comissão, mas os participantes da marcha disseram: 'Se as portas estão abertas iremos todos, e não só uma comissão'", disse o dirigente indígena Lázaro Tacó, falando de San Ignacio, aldeia a 90 quilômetros de Trinidad, capital de Beni. No domingo, Morales se queixou da ampliação da pauta de reivindicações do grupo. "Inicialmente, se opunham só à construção do trecho 2 da estrada entre Villa Tunari e San Ignacio de Moxos, na sexta-feira passada disseram que são 13 as suas exigências, e um dia depois as ampliaram para 16", afirmou. O governo disse, no entanto, que mantinha a disposição em negociar. Morales defende a construção da estrada por considerar que ela propiciará desenvolvimento e integração ao país, um dos mais pobres da América Latina. A economia boliviana se baseia principalmente na exportação de gás natural para Brasil e Argentina, o que no primeiro semestre totalizou 1,65 bilhão de dólares. <inicio> O Estado de S. Paulo 23/08/2011 Negociação salarial muda com a crise Dissídio dos bancários deve ser o principal impactado pela turbulência internacional; industriais podem sentir efeito mais adiante As negociações do dissídio salarial neste ano devem ser mais longas e complexas do que as do ano passado. O porcentual de categorias que terá aumento acima da inflação também pode recuar. Para os bancários, a grande questão em pauta será a crise financeira mundial. Aos industriais pesará sobretudo a conjuntura econômica nacional dos últimos 12 meses. O segundo semestre é marcado pelas principais negociações sindicais. Metalúrgicos, bancários, petroleiros e químicos são algumas das maiores categorias que sentarão à mesa para debater o dissídio salarial. Até então, a maré estava boa para os trabalhadores. Para se ter uma ideia, nos últimos reajustes negociados, a grande maioria das categorias teve aumento salarial acima da inflação, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No primeiro semestre de 2011, por exemplo, 84% das negociações terminaram em aumento real de salário (ou seja, inflação mais um porcentual). De janeiro a junho de 2010, esse montante foi ainda mais alto: 87% das categorias conseguiram alta dos ganhos acima da inflação. Os bancários, por exemplo, têm acumulado sete dissídios salariais acima da inflação consecutivos, segundo o diretor de relações do trabalho da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Magnus Apostólico. Neste ano, porém, o aumento poderá ser igual à inflação, comentou. "É importante dizer que toda vez que temos um ambiente econômico turbulento, a turbulência vai para a mesa de negociação", explicou Magnus Apostólico. O setor industrial também crê que só será possível reajustar o salário dos trabalhadores ao mesmo nível da inflação. Para André Rebelo, gerente do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no entanto, a atual crise, por enquanto, não vai reverberar na negociação do dissídio com os trabalhadores. "Essa é uma crise diferente da de 2008, quando as exportações caíram 30% e, portanto, a produção industrial foi afetada. Até agora, a atual turbulência só afetou a Bolsa de Valores no Brasil." A reportagem do Estado também procurou a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) para falar sobre o assunto. Os porta-vozes, no entanto, não tinham agenda para atender às solicitações. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) também foi procurada e, por meio da assessoria de imprensa, informou que "ainda está aguardando o desenrolar da crise para saber se haverá ou não impacto na negociação com os trabalhadores". Acadêmicos e especialistas em relações de trabalho também consideram que este será um semestre mais delicado na negociação entre empresas e empregados. "É difícil prever o que pode acontecer. Se a crise se aprofundar, ela terá reflexos e algum contágio na economia brasileira, mas não nas mesmas dimensões da última", avaliou José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese. Apesar disso, Oliveira acredita que os reajustes reais serão mantidos, principalmente porque as grandes categorias negociam o aumento nos próximos meses e, se conseguirem o reajuste real, servirão de parâmetro para as outras classes. Disputa. Para aquecer as discussões da negociação, os bancários fizeram uma manifestação na Avenida Paulista na sexta-feira com o slogan "Bancário não é máquina". A presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira Leite, afirmou que a categoria quer reajuste de 12,8%. "Estamos negociando com o setor que mais ganha dinheiro no País e com a maior taxa de juros do mundo." Ela disse ainda que a economia nacional deve continuar aquecida por causa do mercado interno grande e do fortalecimento da classe média. "O governo está atento à crise e tem tomado as medidas necessárias", insistiu. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que representa 40 mil trabalhadores de 926 empresas, quer aumento total de 17,45%. A negociação começou na quinta-feira. "Numa primeira explanação dos patronais, já percebemos que eles vão usar a crise como mote para reduzir o porcentual de aumento", comentou Vivaldo Moreira, presidente do sindicato. E é justamente para não correlacionarem o cenário externo com o dissídio salarial que os metalúrgicos estão debatendo sob slogan "O Brasil cresceu, quero o que é meu". <inicio> Valor Online 23/08/2011 Nova regra ambiental sai em setembro O governo federal anunciará em setembro medidas para aperfeiçoar os processos de licenciamento ambiental de projetos de infraestrutura no país. Conduzidas pelo Ministério do Planejamento e do Meio Ambiente, as mudanças não implicam a revisão do atual princípio de análise dos impactos ambientais e de mitigação de riscos de empreendimentos como uma hidrelétrica ou uma rodovia, mas visam tornar as exigências mais claras e objetivas para facilitar a formulação dos estudos de viabilidade e acelerar aprovações. Em alusão à área de energia elétrica, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, reiterou ontem que as regras atuais para "o jogo dos leilões" do setor não serão alteradas e que as medidas serão detalhadas em portarias, que começam a ser publicadas a partir do mês que vem. "Estamos trabalhando no foco ambiental para deixar mais claro quais são os termos de referência de cada tipo de empreendimento e, assim, deixar claro para o empreendedor aquilo que ele precisa cumprir e ao mesmo tempo dar maior objetividade, reduzir discricionariedades [no licenciamento] para que o processo corra da maneira mais tranquila, objetiva e adequada ambientalmente", explicou Miriam, em seminário sobre o setor elétrico promovido pela revista "Carta Capital". Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), há diversos casos de exigências ambientais para empreendimentos do setor elétrico que não estão relacionadas com a finalidade do projeto, o que gera dificuldade na formulação dos estudos de viabilidade e, logo, demora na emissão da licença pelo Ibama. "Foram muitos atrasos nas licenças das linhas de transmissão do Madeira. Por exemplo: botaram [como critério para o licenciamento ambiental] o levantamento de dados de biodiversidades, o PPBio. Mas é uma coisa que tem que fazer quatro vezes por ano, na cheia, na seca, na vazante, não tem nada a ver com o impacto ambiental da linha de transmissão, embora seja um estudo relevante. Estamos falando de um banco de dados que levou um ano para ser feito e receber a licença, porque foi preciso medir aquela informação. Ora, se for para o setor elétrico fazer, apesar de não ter nada a ver com ele, bota como obrigação para depois que a linha estiver pronta, não precisa botar com pré-requisito para dar licença", ilustrou Tolmasquim. Walter Cardeal, diretor de geração da Eletrobras, criticou a demora na liberação de licenças ambientais para as linhas de transmissão e grandes barragens. "Esperamos mais racionalidade [com as novas medidas]." Para o especialista em energia Luiz Pinguelli Rosa, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), "o lado burocrático" do licenciamento pode ser agilizado. "Mas no lado técnico tem que ser feito com muito critério. Não há como relegar os impactos ambientais e os interesses daqueles que são atingidos e devem ser compensados." <inicio> Valor Online 23/08/2011 Quanto vale o grupo Odebrecht? A discussão jurídica travada entre os Odebrecht e os Gradin por uma fatia de 20,6% de um dos maiores conglomerados empresariais do Brasil é apenas o primeiro passo de uma disputa que, em breve, fará emergir um debate de cunho essencialmente econômico. Desde o fim do ano passado, as duas famílias se enfrentam na Justiça da Bahia por divergirem sobre o meio adequado para resolver o impasse em torno da validade do exercício de opção de compra das ações da Graal, holding dos Gradin, feito em meados do ano passado pela Kieppe, dos Odebrecht. A Justiça precisa decidir se é a arbitragem, como querem os Gradin, ou a via judicial, como preferem os Odebrecht, que definirá a controvérsia. Feito isso, inicia-se uma nova etapa da disputa, muito mais complexa do que a atual. Já que não há mais condições de perpetuar os 30 anos de convivência pacífica entre as duas famílias - conforme elas mesmas admitem - o que estará em jogo será o valor da Odebrecht Investimentos (Odbinv), holding do grupo que reúne oito companhias principais e faturou R$ 53,8 bilhões em 2010. O debate em torno do preço das ações da Odbinv já foi colocado à mesa. Além de contestar a validade do exercício de opção de compra de suas ações feito pela Kieppe, a Graal questiona também os critérios utilizados pelo banco de investimentos Credit Suisse First Boston para avaliar o valor da companhia. Nos processos em curso na Justiça há mais de oito meses, a holding dos Gradin alega que o banco descumpriu as regras para a avaliação estabelecidas no acordo de acionistas assinado em 2001. Marcelo Odebrecht, presidente do grupo: avaliação foi aceita por minoritários Nas contas da família Gradin, seus 20,6% de ações do grupo valem pelo menos o dobro do US$ 1,5 bilhão proposto Ao manifestar o desejo de exercer a opção de compra das ações em poder da Graal, no ano passado, a Kieppe atribuiu a elas o valor de US$ 1,5 bilhão. O preço das ações foi calculado com base na avaliação realizada pelo Credit Suisse, que considerou as demonstrações financeiras da Odbinv de 31 de dezembro de 2009 e os eventos e projeções da companhia até 24 de maio de 2010. Os critérios utilizados para a avaliação do valor da Odbinv estão previstos no acordo de acionistas da companhia, assinado em 2001 entre a controladora Kieppe e os minoritários. O anexo do acordo estabelece que o preço de cada ação será fixado a partir do cálculo do valor da Odbinv, feito anualmente através de uma avaliação independente, a ser realizada pelo Credit Suisse ou outro banco de investimentos de primeira linha aprovado pelo presidente do Conselho de Administração. O documento ainda prevê que a avaliação deve ser concluída até 31 de maio de cada ano e que valerá até maio do ano seguinte, quando uma nova avaliação é concluída. Ainda segundo o anexo do acordo de acionistas da Odbinv, a avaliação da companhia será feita pelo critério de soma das partes - soma do valor atribuído às empresas que compõem o grupo - e utilizará metodologias adequadas a cada empresa. O documento não lista todos os critérios, mas exemplifica que, no caso das empresas do setor químico e petroquímico, será feita "pela análise de empresas comparáveis negociadas em mercados de ações" e que, no caso das empresas de engenharia e construção, será feita "pelo método de projeção e desconto de fluxos de caixa". Bernardo Gradin, minoritário do grupo: ações são avaliadas pela metade De um lado, a Graal alega, no processo, que a avaliação, ao prever o uso de metodologias adequadas a cada situação, deve ser feita considerando combinações de métodos usualmente empregados, como o do fluxo de caixa descontado, o de empresas comparáveis e o de aquisições comparáveis, além de negócios recentes envolvendo suas próprias ações - como aumentos de capital, fusões e aquisições e incorporações -, que seriam a referência ideal. E que houve uma "escandalosa subavaliação dos negócios e ativos da Odbinv". De outro lado, a Kieppe argumenta que o Credit Suisse utilizou o método de fluxo de caixa descontado, de empresas comparáveis e do valor patrimonial líquido, e que levou em consideração os eventos recentes ocorridos até o dia 24 de maio de 2010. E ainda afirma que "o preço de exercício da opção definido pelo Credit Suisse é sério, ou seja, não é irrisório ou fictício". A avaliação da Odbinv é feita pelo Credit Suisse desde 2001 - à exceção do exercício de 2010, que, segundo a Kieppe, dispensa novo cálculo, já que todas as opções de compra de ações foram exercidas e finalizadas, menos a que se refere às ações da Graal. Durante os últimos dez anos, os Gradin fizeram questionamentos sobre os laudos em 2003 e 2004. "Achamos que eles perderam a oportunidade de suscitar todas as dúvidas que tinham", afirma o advogado Francisco José Bastos, que representa a Kieppe nos processos. Segundo ele, a avaliação de 2009 foi apresentada a todos os acionistas, os pedidos de esclarecimentos foram respondidos e o laudo aprovado em votação unânime. "Os questionamentos foram explicados e aceitos e o critério utilizado continua sendo o mesmo", diz. O advogado Modesto Carvalhosa, do escritório Carvalhosa & Eizirik Advogados, que representa a Graal nos processos, contesta a afirmação. "As avaliações foram contestadas, e vale lembrar que o acordo de acionistas não prevê aprovação desses laudos", diz. O Valor apurou que, em uma reunião realizada em maio do ano passado, Vitor Gradin apresentou uma carta manifestando "preocupação quanto à permanência do Credit Suisse como responsável pela avaliação". Mas, por maioria de votos - estavam presentes apenas os conselheiros Newton de Souza, Álvaro Novis e Pedro Novis, este último representando outros nove conselheiros -, a proposta foi recusada. Segundo Carvalhosa, a avaliação feita pelo Credit Suisse conferiu à Odbinv um valor cerca de US$ 16 bilhões menor do que a companhia realmente valeria. "O laudo do Credit Suisse é constituído de números, dados e critérios fraudados", diz. O advogado sustenta que, enquanto o Credit Suisse calcula o valor do grupo na ordem de US$ 9,8 bilhões, seu valor real seria de ao menos US$ 25,4 bilhões, número encontrado a partir da análise de operações fechadas no período e com base em laudos públicos. Assim, nas contas da família Odebrecht, a participação dos Gradin valeria US$ 1,5 bilhão - ou seja, US$ 2 bilhões referentes à parcela de 20,6% sobre os US$ 9,8 bilhões resultantes da avaliação do Credit Suisse, subtraídos de 25%, desconto previsto no acordo de acionistas para a negociação de participações minoritárias ilíquidas. Mas, nas contas da família Gradin, suas ações valeriam pelo menos o dobro - além de basearem-se em uma avaliação diversa, os Gradin discordam do desconto de 25%, que, segundo eles, valeria apenas se eles tivessem exercido a opção de venda de suas ações, e não o contrário. A enorme diferença entre o valor atribuído à Odebrecht pelo Credit Suisse e pelos Gradin deve-se principalmente aos valores das ações negociadas pelas empresas do grupo entre 2009 e 2010. A venda de uma participação de 14,3% da Odebrecht Óleo e Gás (OOG) ao fundo de investimentos Temasek, de Cingapura, em outubro do ano passado, é um dos exemplos. Segundo o advogado Luís André de Moura Azevedo, sócio da banca Carvalhosa & Eizirik, o próprio Credit Suisse, como assessor financeiro da Odebrecht, atribuiu à OOG um valor quase três vezes maior durante a negociação do que o valor apresentado no laudo de avaliação. Diferenças como essa também existem nas avaliações das empresas Foz do Brasil, que atua na área de engenharia ambiental e em outubro de 2009 vendeu uma parcela das ações ao Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS); e da Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR), que em maio de 2010 vendeu 14,5% de suas ações à Gávea (veja quadro acima). Em e-mail que estaria circulando no mercado, a administração da Odebrecht teria reconhecido que houve subavaliação de ativos do grupo pelo Credit Suisse, em função do plano de incentivo de longo prazo para os novos executivos, iniciado em 2009. O e-mail, segundo apurou a reportagem, será utilizado pela Graal para defender a tese da subavaliação. Em outro e-mail, ao qual a reportagem teve acesso, a direção da empresa demonstra preocupação com a reputação do banco ao afirmar que a avaliação feita por ele foi aceita por todos os minoritários, com exceção dos Gradin. Procurado pelo Valor para se manifestar sobre as alegações feitas pela Graal, o Credit Suisse informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não se pronunciaria sobre o assunto. O banco, segundo apurou a reportagem, já foi notificado pela Graal em Nova York e no Brasil. <inicio> Valor Online 23/08/2011 Para investir em portos, empresas exigem relação contratual estável SANTOS – A única exigência do setor privado para continuar investindo em portos brasileiros é a existência de marcos regulatórios estáveis a respeito de contratos, disse nesta segunda-feira Antônio Carlos Sepúlveda, diretor-presidente da Santos Brasil, maior operadora de contêineres do país. A afirmação foi feita em Santos, durante seminário promovido pelo Valor Econômico sobre os desafios impostos à região com a exploração do pré-sal. O arcabouço legal do setor prevê a concessão de porto público à iniciativa privada, por meio de licitação, por até 50 anos, e autorização de terminal privativo, sem limite de tempo, desde que o empreendedor tenha carga própria. Em entrevista ao Valor, o Ministro da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, negou que o governo estude a privatização do sistema portuário e reafirmou a manutenção do atual modelo. Segundo Cristino, o governo não prepara alteração no marco regulatório. Parte da iniciativa privada reivindica flexibilização da legislação portuária, com eliminação de licitações para construção de portos, para acelerar os investimentos em infraestrutura. Atualmente, somente é possível abrir mão da licitação quando o empreendedor tem carga própria em quantidade superior à de terceiros e usa o porto como forma de verticalizar seu negócio principal, como, por exemplo, Petrobras e Vale. Se a finalidade do negócio é prestar serviço de movimentação a terceiros, a regra é a licitação. Segundo Sepúlveda, outra necessidade é que as empresas transportadoras tenham logística integrada ao porto. “Precisamos de terminais de grande porte e integrados à logística da região. Precisamos construir antecipadamente os acessos, que levam ao menos cinco anos para ficar prontos, e o prejuízo que a cadeia logística tem com acessos congestionados é monstruoso. A sociedade paga através de menor exportação e produtos mais caros”, disse. O executivo destacou que o porto de Santos é privilegiado do ponto de vista rodoviário, já que oito estradas ligam São Paulo ao restante do Brasil e o rodoanel está em fase de construção, mas em sua visão há “problemas seriíssimos” no entorno. “O sistema viário que cerca o porto não tem capacidade para superar o crescimento. Projetos precisam ser feitos o mais rápido possível.” O empresário também chamou atenção para o fato de que apenas 1% da carga que chega ao porto é transportada pelo anel ferroviário. “Será impossível aumentar os embarques se o trem não tiver um papel significativo”, sustentou. “O porto de Santos não é um ativo da cidade, é um ativo brasileiro que tem que ser olhado com todo cuidado”, defendeu Sepúlveda. <inicio> Valor Online 23/08/2011 Com pré-sal, Baixada precisará de 60 mil novos profissionais até 2014 SANTOS - Cerca de 59 mil novos profissionais serão exigidos na Baixada Santista até 2014 com a exploração do pré-sal na Bacia de Santos, informou hoje o secretário de Assuntos Metropolitanos do Estado de São Paulo, Edson Aparecido. Segundo ele, o governo priorizará mão de obra local e regional, evitando grandes índices migratórios. Para isso, o governo paulista investirá em formação básica e técnica e na promoção da Educação de Jovens e Adultos, o EJA, disse o secretário durante seminário promovido pelo Valor Econômico em Santos para discutir desafios e oportunidades do pré-sal na região da Baixada. Também está no radar um novo campus da USP em Santos, que terá o curso de engenharia do petróleo. Aparecido também mencionou a construção da sede da Petrobras na cidade, cujas obras tiveram início em julho no bairro Valongo, próximo ao porto. Serão três torres de 17 andares com capacidade para 2,2 mil funcionários cada uma, com investimentos de R$ 380 milhões. Hoje, a estatal está espalhada em seis endereços em Santos, totalizando mil funcionários. <inicio> Jornal do Estado de Minas 23/08/2011 Nova obra do Bulevar Arrudas deve começar em setembro Projeto prevê viaduto com três faixas em cada sentido Viaduto com três faixas em cada sentido será construído sobre a Avenida Tereza Cristina, no Bairro Prado A construção do Bulevar Arrudas entra em sua terceira fase com o início das obras de extensão até o Bairro Coração Eucarístico, na Região Noroeste de BH. A ordem de serviço será assinada no próximo mês pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB) e os trabalhos serão imediatos. São mais 2,98 quilômetros do Ribeirão Arrudas que serão cobertos com laje para construção de novas faixas de trânsito na Avenida Tereza Cristina. De acordo com a PBH, para melhorar o fluxo de trânsito da Avenida Tereza Cristina, um viaduto com três faixas por sentido será construído antes da Rua Paraguaçu, no Prado, até o cruzamento da Rua Prados, sentido Padre Eustáquio. A primeira fase do bulevar está concluída, executada pelo governo de Minas, e faz parte da Linha Verde. Ela tem 1,4 quilômetro e vai da Rua Rio de Janeiro, no Centro, à Alameda Ezequiel Dias, na Região Hospitalar. A segunda fase, em conclusão pela prefeitura, que tem 1,1 quilômetro, vai da Rua dos Carijós, no Centro, à Avenida Barbacena, no Barro Preto. A partir desse ponto, começam em setembro as obras até a Via Expressa, incluindo o entroncamento para o Bairro Coração Eucarístico. A quarta fase, ainda sem previsão de início, atenderá a Região Leste, dando continuidade do bulevar de onde ele parou na Alameda Ezequiel Dias, até a Rua Levi Coelho, no Bairro Santa Efigênia. A previsão é de que o bulevar cubra 7,34 quilômetros dos 23 quilômetros de extensão do Ribeirão Arrudas em BH, a curto e a longo prazo. Além de criar novas faixas de trânsito para veículos, o bulevar conta ainda com ciclovias, calçadas mais largas para os pedestres e jardins com áreas verdes e iluminação pública. As obras incluem a reparação do fundo do canal. No trecho que segue até o Bairro Coração Eucarístico foi feito rebaixamento do fundo do canal para evitar transbordamentos em períodos chuvosos. <inicio> O Globo 23/08/2011 Com rombo de R$ 1,8 bi, governo decreta intervenção no fundo de pensão Portus BRASÍLIA - O governo decreta nesta terça-feira intervenção no fundo de pensão Portus (dos funcionários das Companhias Docas), que tem 11 mil participantes entre ativos e inativos, concentrados no Rio e em Santos. Com um rombo de R$ 1,8 bilhão, a entidade tem fôlego para continuar honrando seus compromissos por no máximo dois anos, segundo fontes. Em 2008, a União aprovou uma ajuda de R$ 400 milhões, sendo que R$ 250 milhões já foram liberados. Mas a gestão atual, que será afastada com o ato, não conseguiu melhorar as contas do fundo. No prazo definido para a duração da intervenção, o interventor José Crespo terá que apresentar um plano de recuperação do Portus. Os motivos da intervenção serão explicados pelo ministro da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino. Em fevereiro deste ano, a diretoria da Superintendência de Previdência Complementar (Previc) - que regula os fundos de pensão - já tinha recomendado a medida. Mas o processo atrasou devido às mudanças na Casa Civil, com a saída do ex-ministro Antonio Palocci. Ao assumir o posto e tratar do assunto, a ministra Gleisi Hoffmann bateu o martelo de que o Portus somente terá suas contas saneadas com a intervenção do governo federal, pois a entidade há dez anos apresenta déficits. Os R$ 150 milhões restantes a serem repassados pela União foram bloqueados até que o ato fosse posto em prática. Crespo é do mercado e tem experiência em sanear entidades com dificuldades financeiras. Já atuou no Aerus (dos funcionários da Varig e que está em processo de liquidação); no Cibrius (da Conab) e no Previ-Banerj. O presidente da Federação Nacional dos Portuários, Eduardo Guterra, disse que ficou surpreso com a decisão do governo. Segundo ele, trata-se de uma medida extrema e que poderia ser evitada com um acordo entre as partes (participantes, patrocinadoras e o próprio governo) para sanear o fundo no prazo de 15, 16 anos. - Isso vai trazer insatisfação no Brasil todo - afirmou Guterra. Segundo ele, o déficit histórico da entidade se deve ao não pagamento dos compromissos por parte das patrocinadoras Companhias Docas. O sindicalista destacou que mesmo com a extinção da Portobrás, o Portus vem honrando o pagamento dos benefícios dos trabalhadores sem receber por isso - um gasto que chegou a R$ 800 milhões. - O nosso temor é que o interventor obrigue os participantes a arcar com esse buraco - disse Guterra. Ele admite, no entanto, que os resultados do fundo ficam comprometidos devido ao tamanho do déficit. A entidade, disse, não tem condições de melhorar seus investimentos. A diretoria da Portus foi procurada, mas não retornou às ligações do GLOBO. <inicio> O Globo 23/08/2011 CSA assina acordo para investir R$ 4,6 mi em projetos de pesca no Rio RIO - A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) assinou nesta segunda-feira um acordo com a Secretaria Estadual de Ambiente do Rio de Janeiro para o investimento de R$ 4,6 milhões em projetos socioambientais de pescadores na Baía de Sepetiba. A companhia está substituindo algumas medidas compensatórias acordadas para a liberação da licença de instalação da usina. Entre os projetos, estão previstos o transporte e beneficiamento de pescado, e até mesmo a criação de uma escola itinerante sobre uma balsa. Até agora, a companhia investiu apenas cerca de R$ 140 mil nos condicionantes relativos à pesca. Agora, todos os projetos estão sendo coordenados pela Secretaria, pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e pela União das Entidades de Pesca e Aquicultura do Estado do Rio (Uepa). O secretário Carlos Minc afirmou que o acordo não resolve apenas o problema dos pescadores, mas também o da população. "A gente olha a autossuficiência alimentar da população do Estado do Rio. A gente não pode esquecer desse pequeno grande detalhe", disse. Até o início do ano que vem, a Secretaria vai fazer um Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável para a região de Sepetiba, com R$ 800 mil do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). "Esses recursos serão apenas para a elaboração do plano, mas sua implementação vai contar com diversos recursos, de empresas privadas que atuem na região, e do Fundo Estadual do Meio Ambiente (Fema)", disse Minc. O desembolso já acordado com a CSA será realizado de acordo com as fases do licenciamento ambiental da companhia. Até o fim de setembro de 2012, será investido R$ 1,7 milhão. Os R$ 2,4 milhões restantes serão aplicados após o recebimento da Licença de Operação. <inicio> O Globo 22/08/2011 Grandes se preparam para disputar aeroportos de SP e Brasília BRASÍLIA - Ausentes do leilão, os principais administradores aeroportuários internacionais e as grandes empreiteiras nacionais se mobilizam para disputar as concessões de Guarulhos, Brasília e Viracopos prometidas para o fim deste ano. Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez já discutem as oportunidades de negócio com sete das maiores empresas que administram aeroportos no mundo. São as alemãs Fraport - que opera 13 aeroportos pelo mundo (entre eles, Frankfurt e Lima) -, Hochtief e Munich Airport. A francesa Aéroports de Paris (ADP); a espanhola FCC; a americana Houston Airport; e a suíça Zurich. As conversas estão sendo centralizadas na Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). A entidade criou há um ano um comitê de olho nas oportunidades de Copa e Olimpíadas. Mas as discussões sobre o setor se aceleraram depois que o governo decidiu conceder os três aeroportos. Segundo o vice-presidente da entidade, Ralph Terra, o comitê está fazendo um levantamento dos números (movimento de passageiros, volume de cargas, receitas e projeção de demanda) e da situação de cada terminal. Além disso, há conversas dos representantes das construtoras e de administradores aeroportuários com as autoridades. Fontes da Anac e o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, confirmam que têm sido procurados. <inicio> O Globo 22/08/2011 Pátria conclui captação de fundo de US$ 1,15 bi para infraestrutura SÃO PAULO - A P2 Brasil, gestora formada por uma associação entre o Pátria Investimentos e Grupo Promon, anunciou a conclusão da captação de um fundo de US$ 1,15 bilhão destinado a investimentos no setor de infraestrutura. O fundo - com foco nos setores de logística e transporte, oléo e gás e água e saneamento já realizou dois investimentos: na NovaAgri, de armazenagem e escoamento agrícola, e na Hidrovias do Brasil, uma empresa criada pelo fundo. Do total captado, 94% são de investidores estrangeiros, sendo a maior parte (53%) da América do Norte, seguido pela Ásia e Oriente Médio, com 24%. Outros 15% vieram de investidores europeus e 2% da Oceania. <inicio> O Globo 22/08/2011 Relatório final da CPI aponta falha de planejamento na Região Serrana RIO - Após seis meses de reuniões, depoimentos e visitas a cidades da Região Serrana, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que investiga os responsáveis pela tragédia causada pelas chuvas no local, presidida pelo deputado Luiz Paulo (PSDB), aprovou o relatório final, nesta segunda-feira. A última reunião da comissão, que durou cerca de oito horas, apontou a falta de um sistema de alerta e de um plano de contingenciamento como algumas das principais causas da tragédia que provocou a morte de mais de mil pessoas em Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Areal, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Sumidouro. Para o relatório final, a CPI analisou os últimos seis anos de investimentos nas sete cidades. Os membros da comissão chegaram à conclusão de que erros estruturais e de planejamento ocorreram para que "a tragédia chegasse a proporções grandiosas". A comissão acredita que faltou fiscalização na aplicabilidade dos investimentos públicos e apontou o valor de R$ 4 bilhões para a reconstrução das cidades. A CPI também irá encaminhar recomendações aos órgãos competentes para que os responsáveis pela tragédia continuem sendo investigados. Ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), o relatório recomenda auditoria nos contratos das empresas RW Engenharia, Terrapleno e Vital e em todos os contratos assinados em Teresópolis, logo após a tragédia, por dispensa de licitação, reconhecimento de dívida e Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Nas cidades de Petrópolis, Nova Friburgo e Teresópolis, as recomendações são para auditar também contratos assinados com o Governo do estado em consequência das enchentes. A CPI ainda sugeriu ao TCE a verificação de responsabilidade da Prefeitura de Petrópolis pelo não funcionamento do radar para a emissão de alerta. À Controladoria Geral da União (CGU), a comissão indicou auditoria para verificação do emprego dos recursos destinados pelo Governo federal aos municípios afetados. Já para o Tribunal de Contas da União (TCU), os parlamentares sugerem que sejam auditados todos os contratos das cidades envolvidas com recursos da União por dispensa de licitação, reconhecimento de divida e TAC. Em julho, o GLOBO revelou que relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria-Geral da União (CGU) já mostravam indícios de irregularidades em dispensas de licitação de prefeituras da região. <inicio>