i UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR IV – BIGUAÇU CURSO DE ADMINISTRAÇÃO COORDENAÇÃO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO GUILHERME GOULART ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIO PARA UMA EMPRESA DISTRIBUIDORA DE ÁGUA MINERAL BIGUAÇU 2012 ii GUILHERME GOULART ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIO PARA UMA EMPRESA DISTRIBUIDORA DE ÁGUA MINERAL Trabalho de Conclusão Estágio apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração, da Universidade do Vale do Itajaí. Profo Orientador de Conteúdo, Dr. Cláudio Reis Gonçalo. BIGUAÇU 2012 iii GUILHERME GOULART ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIO PARA UMA EMPRESA DISTRIBUIDORA DE ÁGUA MINERAL Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final pela Coordenação do Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí, em 30 de novembro de 2012. ______________________________________________ Prof. Dr. Valério Cristofolini UNIVALI – Campus Biguaçu Coordenador do Curso Banca Examinadora: ________________________________________________ Prof. Dr. Claudio Reis Gonçalo UNIVALI – Campus Biguaçu Professor Orientador _________________________________________________ Prof. Dr. Rosalbo Ferreira UNIVALI – Campus Biguaçu Membro __________________________________________________ Prof. (a). Esp. Josiane da Luz UNIVALI – Campus Biguaçu Membro iv RESUMO O tema deste trabalho é o desenvolvimento de um Plano de Negócio para uma empresa distribuidora de água mineral utilizando os conceitos da administração. O objetivo é elaborar um plano de negócio para a abertura de uma empresa distribuidora de água mineral na cidade de São José, pretende-se com a utilização desta ferramenta, minimizar o risco e estabelecer uma estratégia para o sucesso do empreendimento. A metodologia utilizada para a pesquisa é qualitativa exploratória, reunindo e analisando os dados fornecidos por um case de uma empresa e informações prestadas por empreendedores do segmento, informações sobre o mercado, entre outros, auxiliaram na elaboração do Plano de Negócio, possibilitando ao acadêmico a possibilidade de traçar estratégias, estimativas e projeção de faturamento e vendas para uma análise financeira da viabilidade do negócio proposto. Após a análise de todos os dados foi comprovada a viabilidade da implantação do empreendimento através dos resultados positivos obtidos pelas confrontações dos dados dos indicadores econômicofinanceiros. Palavras-chave: Plano de Negócio, Estratégia, Viabilidade. v LISTA DE ILUSTRAÇÕES Ilustração 1: Relação entre a escolha das metas versus utilização dos recursos . .......................5 Ilustração 2: O processo administrativo . ....................................................................................6 Ilustração 3: Processo administrativo e suas principais características.................................... .. 8 Ilustração 4: Caracteristicas do empreendedor .........................................................................12 Ilustração 5: Classificação das empresas ..................................................................................14 Ilustração 6: Motivos que contribuem para o fracasso das organizações.................................15 Ilustração 7: Estratégia Competitiva.........................................................................................19 Ilustração 8: Critérios de avaliação de qualidade de serviços...................................................20 Ilustração 9: Metodologia de Bernardi......................................................................................23 Ilustração 10: Esquema para elaboração de um plano de Baron e Shane .................................24 Ilustração 11: Etapas de um plano de negócios segundo Longenecker, Moore e Petty............26 Ilustração 12: Estrutura do plano de negócio............................................................................27 Ilustração 13: Localização da Goulart Distribuidora................................................................38 Ilustração 14: Estrutura organizacional.....................................................................................39 Ilustração 15: Principais estados produtores.............................................................................44 Ilustração 16: Evolução do consumo da água envasada no mundo..........................................45 Ilustração 17: Projeção de vendas /mês....................................................................................50 Ilustração 18: Layout Goulart Distribuidora.............................................................................51 Ilustração 19: Foto fachada do galpão......................................................................................52 Ilustração 20: Foto interior do galpão.......................................................................................52 Ilustração 21: Investimentos Goulart Distribuidora..................................................................54 Ilustração 22: Projeção de receitas e despesas..........................................................................56 Ilustração 23: D.R.E..................................................................................................................57 Ilustração 24: Indicadores econômico-financeiros...................................................................58 vi SUMÁRIO Resumo....................................................................................................................................................................iv Lista de ilustrações..................................................................................................................................................v 1 INTRODUÇÃO . ....................................................................................................................1 1.1 Tema e Problema de Pesquisa ............... ............................................................................2 1.2 Objetivos ...... ......................................................................................................................2 1.2.1 Objetivo Geral ...........................................................................................................2 1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................3 1.3 Justificativa ....... ................................................................................................................3 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................................4 2.1 Adminstração ............. .......................................................................................................4 2.1.2 A administração e suas funções ...... ...........................................................................6 2.1.3 Habilidades do Administrador ..... ..............................................................................8 2.2 Empreendedorismo................ ..........................................................................................10 2.3 Micro e pequenas empresas .................... ........................................................................13 2.4 Varejo .............................................................................................................................16 2.5 Estratégia competitiva....................................................................................................17 2.6 Plano de negócios ................. .........................................................................................21 2.6.1 Metodologias de Plano de Negócios.......... ...........................................................23 2.6.2 O modelo de plano de negócios proposto..............................................................28 2.6.2.1 Plano Estratégico .... ..............................................................................................28 2.6.2.2 Plano de Marketing ... ............................................................................................31 2.6.2.3 Plano financeiro ... .................................................................................................32 2.7 Ação empreendedora no ramo de água mineral.............................................................33 2.8 Metodologia de pesquisa................................................................................................35 3. PLANO DE NEGÓCIOS PROPOSTO PARA A DISTRIBUIDORA......................35 3.1 Capa..................................................................................................................................35 3.2 Sumário Executivo ...........................................................................................................36 3.2.1 Descrição do Projeto ..............................................................................................36 vii 3.2.2 Histórico da idéia/empreendimento........................................................................36 3.2.3 Produtos e Serviços.................................................................................................36 3.2.4 Localização.............................................................................................................37 3.2.5 Estrutura Organizacional e Estrutura Funcional.....................................................39 3.3 Plano Estratégico.............................................................................................................41 3.3.1 O Negócio.............................................................................................................41 3.3.2 Missão, Visão, Valores.........................................................................................41 3.3.3 Objetivos e metas..................................................................................................41 3.3.4 Análise Swot.........................................................................................................41 3.3.4.1 Ambiente interno................................................................................................42 3.3.4.2 Ambiente externo...............................................................................................42 3.4 Plano de marketing..........................................................................................................43 3.4.1 Análise mercadológica........................................................................................43 3.4.1.1 Análise do setor..................................................................................................43 3.4.1.2 Posicionamento..................................................................................................45 3.4.2 Análise do Ambiente.........................................................................................45 3.4.2.1 Análise da Clientela ( Segmentação).................................................................45 3.4.2.2 Análise dos Concorrentes..................................................................................46 3.4.2.3 Análise dos Fornecedores..................................................................................46 3.4.2.4 Estratégia Competitiva.......................................................................................47 3.5 Estratégia de Marketing...................................................................................................48 4 PLANO OPERACIONAL............................................................................................49 4.1 Infraestrutura...................................................................................................................51 5 PLANO FINANCEIRO................................................................................................53 5.1 Investimentos...............................................................................................................53 5.2 Despesas e Receitas.....................................................................................................55 5.3 D.R.E – Demonstrativo do Resultado do Exercício....................................................57 5.4 Indicadores Econômico-Financeiros............................................................................58 5.5 Análise dos resultados coletados.................................................................................58 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................59 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................60 1 1. INTRODUÇÃO A independência financeira é o sonho de qualquer pessoa. Com a grande competitividade e a instabilidade dos postos de trabalho é cada vez maior o número de pessoas abrindo seu próprio negócio. Certamente a maioria das tentativas ocorre pela necessidade dos empreendedores em criar uma fonte de renda. O empreendedorismo não se trata apenas de necessidade ou mesmo sobrevivência, mas em muitos casos o idealizador busca satisfação pessoal. De acordo com Dornelas (2005) o empreendedorismo é o envolvimento de pessoas em processos que transformam ideias em oportunidades. Está baseado em indivíduos que, misturam a inovação com as melhores práticas de comercialização de novos produtos e serviços. De acordo com o Anuário Mineral Brasileiro (AMB) o consumo de água mineral vem crescendo a cada ano. O consumo brasileiro que era de 10 756 970 litros em 2003 passou para 14 288 375 em 2008, segundo a Agência Beverage Marketing Corporation (2008). O estado de Santa Catarina ainda está em expansão tanto em sua produção quanto o consumo. Com o desejo de empreender vislumbrado e uma oportunidade identificada é necessário planejar a execução do negócio. No planejamento da abertura de um negócio é necessário observar o cenário ao qual será inserida, levando em consideração fatores como conjuntura econômica, desenvolvimento do local, atuação estratégica dos concorrentes, entre outros. É a “forma de pensar no futuro, integrada no processo decisório, com base em procedimentos formalizados e articulados de resultados e em uma programação”. (OLIVEIRA, 2001). Para que o planejamento de fato aconteça existem diversas ferramentas disponíveis para o empreendedor. Uma dessas ferramentas utilizadas é o plano de negócios, que de acordo com Salim et al (2005, p. 3) “é um documento que contém a caracterização do negócio, sua forma de operar, suas estratégias, seu plano para conquistar uma fatiado mercado e as projeções de despesas, receitas e resultados financeiros.” O plano de negócios é uma ferramenta que auxilia os empreendedores a especificar detalhadamente seu empreendimento já iniciado ou que ainda iniciará. Com isto ele poderá verificar a viabilidade ou não do seu negócio, fazendo que sua empresa não faça parte das estatísticas de mortalidade das micro e pequenas empresas antes do primeiro ano de vida. 2 1.1 Tema e Problema de Pesquisa O plano de negócios é uma ferramenta que permite ao empreendedor visualizar de forma sistêmica o empreendimento, verificando dessa forma a viabilidade ou não do negócio. Têm como objetivo orientar o empreendedor a analisar os riscos e de uma forma correta corrigir os erros. Visualizar seu negócio de forma ampla possibilita que o empreendedor possa identificar seus pontos fortes e melhorar seus pontos fracos. Outra grande dificuldade encontrada pelos empreendedores é a disponibilidade de recursos financeiros. Um plano de negócios bem elaborado trás consigo informações imprescindíveis para que um investidor em potencial tenha conhecimento do empreendimento proposto. Independente de qual seja a fonte de recursos financeiros para a viabilização do projeto a análise de um plano de faz necessário. Atualmente tornou-se um documento indispensável para a concessão de crédito nas instituições financeiras. Vale ressaltar que a forma mais comum de iniciar um empreendimento é através de recursos dos próprios fundadores. Entretanto, mesmo dessa forma é indispensável o estudo e análise de uma ideia de negócio a ser implantada, pois através dessa ferramenta consegue-se elaborar taxas de retorno através de diversas simulações com cenários diferenciados. Diante desse contexto, a pergunta norteadora desse estudo é: Existe viabilidade de implantação de uma distribuidora de água mineral no município de São José/SC? 1.2 Objetivos Baseado no problema de pesquisa apresentado segue o objetivo geral e os objetivos específicos deste estudo. 1.2.1 Objetivo Geral Elaborar um plano de negócio para a abertura de uma empresa distribuidora de água mineral na cidade de São José. 1.2.2 Objetivos Específicos 3 Visando atender ao objetivo geral, os objetivos específicos são: a) Elaborar uma revisão de literatura dos temas pertinentes com base nos autores b) Identificar as diferentes etapas de um plano de negócios; c) Analisar a viabilidade de abertura de uma empresa distribuidora de água da área; mineral. 1.3 Justificativa Este trabalho de conclusão de curso proposto pelo acadêmico visa a discussão do empreendedorismo e as melhores metodologias para o planejamento de um negócio. Através das pesquisas realizadas durante o estudo foi possível analisar os dados referentes ao contexto econômico do setor de comércio de água mineral e ao final disponibiliza-lo para o empresariado do segmento Para o acadêmico, a elaboração desse trabalho primeiramente justifica-se pelo cumprimento de uma exigência para a conclusão de graduação. Entretanto, ao elaborar um plano de negócios será permitido a revisão e aplicação dos conceitos e técnicas adquiridos em sala. Para a academia, o principal beneficio é a disponibilização desse material em seu acervo como fonte de pesquisas para novos estudos que possam surgir e assim gerar conhecimento cientifico. O conhecimento é fonte de inovação e vantagem competitiva. Para o empreendedor, além de visualizar o seu negócio de forma ampla e detalhada, permite verificar a viabilidade do seu empreendimento e dessa forma optar ou não pelo investimento no negócio. Além disso, poderá analisar as oportunidades e os riscos que seu negócio enfrentará por determinado período. Para a sociedade o presente estudo se justifica pela possibilidade de que um novo empreendimento seja concebido, de forma planejada, gerando oportunidade e renda para as pessoas participantes do processo ou que ainda façam parte do contexto ao qual a organização será inserida. 4 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este capítulo tem como objetivo apresentar uma síntese da história da administração, suas funções, bem como os conceitos referentes à área. Em seguida, abordam-se os conceitos de empreendedorismo, plano de negócios e suas metodologias. Por último, ressalta-se que a fundamentação teórica será realizada com base em autores renomados da área e justifica-se pela necessidade de elaboração de arcabouço teórico que dê embasamento para o estudo a ser realizado. 2.1 Administração O conceito de administração é salutar para a compreensão das atividades da sociedade moderna e os impactos que são gerados na vida das pessoas. Qualquer organização que desejar ser competitiva no mercado atendendo as demandas de sua atividade fim necessariamente deverá estar preparada para enfrentar e sobreviver as adversidades do mercado. Para que isso seja possível, o conhecimento da ciência da administração faz uma diferença significativa. Para Maximiano (2010, p. 6) “administração é o processo de tomar decisão sobre objetivos e a utilização de recursos.” Stoner e Freeman (1994, p.4) definem organização como “duas ou mais pessoas trabalhando juntas e de modo estruturado para alcançar um objetivo específico ou um conjunto de objetivos”. Enfatizam ainda que: A administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização para alcançar objetivos estabelecidos. Segundo Amboni e Andrade (2007) administrar é a arte de liderar pessoas e utilizar os recursos escassos e valiosos da organização (tecnológicos, econômicos, financeiros, dentre outros), de maneira eficiente e eficaz visando atingir os objetivos através de metas préestabelecidas. Os mesmo autores definem administração como “uma ciência, pois lida com fenômenos complexos, sobre os quais o administrador tem pouco conhecimento”. Do ponto de vista de Silva (2001, p. 37) existem inúmeros conceitos sobre administração e obras literárias sobre o assunto. Todavia, a grande maioria defende a ideia 5 básica de que “administrar está relacionada com a mobilização de outras pessoas para o alcance de objetivos organizacionais”. Na história da administração, algumas pessoas foram responsáveis por torna-la uma ciência. Segundo Maximiano (2010, p. 31), “os dois nomes que exerceram maior impacto dentre os pioneiros estudiosos da Administração foram, sem dúvida, Frederick Winslow Taylor e Henri Fayol”. Para assegurar o melhor desempenho de uma organização, é necessário que suas ações estejam pautadas nos conceitos de eficácia e eficiência. A relação entre o uso dos recursos e o alcance das metas determina os níveis de eficiência e eficácia, como mostrado na figura a seguir. BA I E F I C Á C I A ALTA Ilustração 1: Relação entre a escolha das metas versus utilização dos recursos Baixa Eficiência/Alta Eficácia O administrador escolhe metas certas para alcançar, mas faz mau uso dos recursos para alcançar as metas. Resultado: um produto que o consumidor quer, mas muito caro para que ele compre. Alta Eficiência/ Alta Eficácia O administrador escolhe metas certas para alcançar e faz bom uso dos recursos para alcançar as metas. Resultado: um produto que o consumidor quer, a uma qualidade e preço que ele pode pagar. Baixa Eficiência/Baixa Eficácia O administrador escolhe metas erradas para alcançar e faz mau uso dos recursos. Resultado: baixa qualidade de produtos, que o consumidor não quer. Alta Eficiência/Baixa Eficácia O administrador escolhe metas inadequadas, mas faz bom uso dos recursos no alcance das metas. Resultado: um produto de alta qualidade que o consumidor não quer. BAIXA ALTA EFICIÊNCIA Fonte: Adaptado de Silva (2005, p. 57) A primeira caracteriza-se pela capacidade que a organização e seu corpo diretivo têm em explorar seus recursos visando a correção dos meios para atingir o alcance dos seus objetivos. A segunda relaciona-se com a racionalidade econômica, ou seja, a razão custo/beneficio que a organização pode atingir para prestar ou produzir determinados bens e serviços (MAXIMIANO, 2010). 6 2.1.2 A administração e suas funções Para que a organização consiga atingir seus objetivos, é necessário que seu gestor decida qual a forma mais adequada de utilização dos recursos disponíveis. Esse processo de tomada de decisão corresponde ao processo administrativo. De acordo com Chiavenato (2001, p. 193), “dá-se o nome de processo a uma sequência de atividades que formam um todo integrado ou um conjunto de operações contínuas e recorrentes necessárias para realizar uma ação integrada”. Na teoria clássica desenvolvida por Fayol, o processo administrativo era composto por cinco funções a saber: planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. Entretanto, tal processo sofreu uma readequação e as funções de comandar e coordenar foram substituídas pela função dirigir. Sendo assim, o processo administrativo é composto atualmente por: planejar, organizar, dirigir e controlar, conforme demonstrado na ilustração a seguir. Ilustração 2: O processo administrativo O Processo Administrativo RECURSOS n Humanos n Financeiros n Materiais n Informação n Tecnologia Planejamento Controle Organização RESULTADOS n Alcance de metas; n Melhoria de desempenho n Aumento de capacidades e recursos para metas futuras Direção CEUT Fonte: Adaptado de Silva (2005, p. 10) Para Stoner e Freeman (1994, p.5), “planejar significa que os administradores pensam antecipadamente em seus objetivos e ações, e que seus atos são baseados em algum método, plano ou lógica, e não em palpites”. 7 As organizações não podem atuar de forma improvisada, mas determinar antecipadamente quais os seus objetivos e como fazer para alcançá-los. Planejar não é adivinhação, e sim o reconhecimento de que as ações presentes refletem antecipações e presunções sobre o futuro. O planejamento requer a habilidade de trabalhar com incertezas e com as mudanças, determinando em uma situação extrema a possibilidade de adiar ou abortar uma decisão a ser tomada. (CHIAVENATO, 2001). A função de organizar, de acordo com Amboni e Andrade (2007), compreende a distribuição do poder, das tarefas, das responsabilidades e da prestação de contas. A organização também expressa a distribuição otimizada dos recursos em uma empresa, a divisão do trabalho racionalmente, a departamentalização das atividades, designar coordenar os esforços. Na mesma linha, para Stoner e Freeman (1994, p.6), organizar “é o processo de arrumar e alocar o trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os objetivos da mesma”. Para Chiavenato (2001), a direção é a função administrativa que se refere as relações interpessoais dos administradores em todos os níveis. Dirigir significa interpretar os planos e orientar as pessoas na execução para atingir os objetivos organizacionais. De acordo com Silva (2005, p. 10), direção é “a influência para que outras pessoas realizem suas tarefas de modo a alcançar os objetivos estabelecidos, envolvendo energização, ativação e persuasão daquelas pessoas”. Maximiano (2010) e Silva (2005) concordam que direção está intimamente ligada à liderança das pessoas. Liderar é conduzir um grupo alcançar os objetivos e metas de interesse comum do grupo e também da organização, influenciando seu comportamento de acordo com uma visão do futuro baseada num conjunto coerente de idéias e princípios (LACOMBE; HEILBORN, 2003, p. 49). E por último a função de controle, de acordo com Stoner e Freeman (1994, p.7) “ é quando o administrador deve se certificar de que os atos dos membros da organização levamna de fato em direção aos objetivos estabelecidos”. O controle é a compatibilidade entre os objetivos organizacionais esperados com os resultados alcançados. A função controle institui mecanismos para controlar todos os aspectos da organização com o objetivo de monitorar a execução das tarefas anteriormente planejadas, organizadas e distribuídas entre as pessoas para que não destoem dos resultados esperados (MAXIMIANO, 2010). 8 Na ilustração a seguir podemos perceber as funções administrativas e suas principais características. Ilustração 3: Processo administrativo e suas principais características 1. PLANEJAMENTO 2. - Estabelecer objetivos e missão - Examinar as alternativas - Conduzir e motivar os empregados na realização das metas organizacionais - Determinar as necessidades de recursos - Criar estratégias para o alcance dos DIREÇÃO - Estabelecer comunicação com os trabalhadores objetivos Apresentar solução dos conflitos - Gerenciar mutações 3. ORGANIZAÇÃO 4. CONTROLE - Desenhar cargos e tarefas específicas - Medir desempenho - Criar estrutura organizacional - Estabelecer comparação do desempenho - Definir posições de staff com os padrões - Coordenar as atividades de trabalho - Estabelecer políticas e procedimentos - Tomar as ações necessárias para melhoria do desempenho - Definir a alocação de recursos Fonte: Adaptado de Chiavenato (2001) Ao exercer essas funções o administrador deve possuir características em comum com a atividade que está sendo realizada pela organização. Essas características podem ser definidas como habilidades e que dependendo da função são inevitáveis. 2.1.3 Habilidades do Administrador Os administradores diferem-se pelo perfil de cada um e pela postura com realizam seu trabalho. Alguns com comportamento mais sereno em sua forma de negociar e outros um pouco mais agressivos nesse processo. Entretanto, para que exerça suas atividades gerenciais é necessário que possuam habilidades técnica, humana e conceitual. De acordo com Lacombe e Heilborn (2003, p.10), a habilidade técnica “é a compreensão e domínio de determinado tipo de atividade. Envolve conhecimento especializado, habilidade analítica dentro da especialidade e facilidade no uso das técnicas e do instrumental da disciplina específica”. Amboni e Andrade (2007, p.11), definem a habilidade técnica da seguinte forma: Pode-se dizer que uma pessoa possui habilidade técnica quando compreende e tem domínio da atividade que realiza. Exige conhecimento especializado, habilidade 9 analítica dentro da especialidade e facilidade no uso das técnicas e do instrumental voltados especificamente para as atividades que desenvolve. Na habilidade conceitual, podemos entender como a visão sistêmica de visualizar a empresa como um conjunto integrado, mas é necessário posicionar-se a partir do ponto de vista da organização, dessa forma pode-se perceber como as várias funções são independentes e como a falta de uma delas afeta as demais (ANDRADE; AMBONI, 2007). Já para Lacombe e Heilborn (2003, p.10), “é a habilidade para visualizar a organização (instituição, empresa ou grupo de empresas) como um conjunto integrado”. De acordo com Stoner e Freeman (1994), a habilidade humana é a aptidão de trabalhar com outras pessoas, indivíduos membros do grupo, entendendo e motivando-as. Lacombe e Heilborn (2003) vão além e definem a habilidade humana como sendo a capacidade de trabalhar com eficácia como membro de um grupo e de conseguir esforços cooperativos nesse grupo na direção dos objetivos estabelecidos. Corroborando com estes autores, Andrade e Ambone (2007) conceituam tal habilidade como sendo a capacidade que os membros de uma equipe têm de trabalharem com eficácia no sentido de conseguirem esforços cooperativos em prol do alcance dos objetivos comuns pré estabelecidos, de certa forma é a habilidade de trabalhar com pessoas, com boa comunicação, com o intuito de compreender as necessidades e aque motivam os membros da equipe. Um empreendedor para obter sucesso necessariamente deve possuir esse conjunto de habilidades bem desenvolvidas, pois precisa possuir habilidade técnica, devido à natureza do seu empreendimento, habilidade humana, devido à necessidade de um trabalho em equipe em prol do objetivo, e a habilidade conceitual para visualizar seu empreendimento de forma sistêmica. O próximo capitulo trata da conceituação do empreendedorismo e como ocorre esse processo. 2.2 Empreendedorismo A palavra empreendedorismo está presente na história da humanidade e é utilizada para caracterizar a idealização e concretização de um projeto, seja em qual area ela for concebido. 10 Diversos fatos podem ser elencados no decorrer da história para exemplificar o processo de empreendedorismo. De acordo com Dornelas (2008), o primeiro exemplo de empreendedorismo foi quando Marco Polo estabeleceu rotas para o Oriente, assumindo riscos físicos e emocionais. Já Idade Média, o termo empreendedor foi utilizado para quem gerenciava grandes projetos de produção, sem muitos riscos. No século XVII, os primeiros indícios da relação entre assumir riscos e empreendedorismo foram quando o governo estabelecia um acordo contratual com o empreendedor para realizar algum serviço ou fornecer produtos, podendo gerar lucro ou prejuízo. Já no século XVIII, o empreendedor e capitalista foram diferenciados, provavelmente devido à industrialização. No final do século XIX e início do século XX, os empreendedores foram frequentemente confundidos com administradores devido às similaridades das atividades, mas cabe ressaltar que todo o empreendedor deve ser um bom administrador, mas nem todo administrador é um empreendedor (DORNELAS, 2008, p.1415). De acordo com Dolabela (2008, p.59), “empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship e utilizado para designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação” Por outro lado, Dornelas (2008, p.22) define empreendedorismo como “o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam a transformação de ideias em oportunidades”. Chiavenato (2008, p.7) caracteriza o empreendedor como: [...] o empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades. Com esse arsenal, transforma ideias em realidade, para benefício próprio e para benefício da comunidade. Por ter criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor demonstra imaginação e perseverança, aspecto que, combinados adequadamente, o habilitam a transformar uma ideia simples e mal estruturada em algo concreto e bem-sucedido no mercado. O significado da palavra empreendedor mudou de acordo com o país e a época. Hoje, é a atividade de toda pessoa que está na base da empresa, desde um dono de uma oficina até aquele que criou e desenvolveu uma multinacional (DOLABELA, 2008, p.59). Dolabela (2008, p.61) reforça que o empreendedor “é alguém capaz de desenvolver uma visão, mas não só. Deve saber persuadir terceiros, sócios, colaboradores, investidores, convencê-los de que sua visão poderá levar todos a uma situação confortável no futuro”. 11 O Empreendedor é a pessoa que, para realizar um sonho pautado numa idéia ou projeto pessoal, assume todos os riscos e responsabilidades que poderão ser enfrentados quando esse projeto for extraído do papel e transformado em realidade, com consciência das dificuldades advindas dessa ação: “[...] aproveitando as oportunidades fortuitas, antes que outros aventureiros o façam”. (CHIAVENATO, 2008, p.3). “Da mesma forma que o ser humano precisa dormir para produzir sonhos, o empresário precisa saber criar seu espaço de relaxamento e reflexão para deixar fluírem os sonhos profissionais. Um empresário que não sonha morre”. (KUAZAQUI, 2006, p.107). Administrar esse novo empreendimento e transformá-la numa empresa que gere lucros e cresça de maneira sustentável é o principal desafio desse empreendedor. No entanto: [...] nenhuma empresa pode crescer sem funcionários talentosos e motivados, [...] então se tornam cruciais as questões sobre como atrair tais pessoas, motivá-las e evitar que deixem a empresa”. (BARON, 2007, p.14). Além disso, o empreendedor pode promover barreiras contra imitações, racionalização e controle de matéria-prima utilizados na exploração de determinados ramos, estabelecendo uma reputação ilibada da organização perante seus clientes e buscar a inovação de seus produtos constantemente. Todas essas medidas podem e devem ser adotadas de maneira racional para garantir a competitividade de maneira justa e coerente com resultados que propicie um desenvolvimento sustentável da organização e do mercado como um todo. (BARON, 2007) O empreendedorismo busca diminuir a distância que ainda separa os principais fundamentos econômicos: de um lado as unidades geradoras de conhecimento com seus valores e cultura e de outro lado a comunidade com suas empresas, governos, terceiro setor, que teriam a responsabilidade de transformar o conhecimento em ativos para melhorar as condições de vida da sociedade. Tanto as unidades de geração de conhecimento como a comunidade empresarial devem ter o mesmo objetivo comum: gerar desenvolvimento econômico tendo beneficiário o ser humano, a vida e a natureza (DOLABELA, 2008, p.60). Dornelas (2008, p.6), ao relatar a revolução do empreendedorismo enfatiza que: [...] o momento atual pode ser chamado de era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que são os empreendedores que estão eliminando barreiras comercias e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riquezas para a sociedade. Os empreendedores são indivíduos que diferem demais e possuem algumas características que Dornelas (2008, p.17) destaca a seguir: 12 Ilustração 4: Características do empreendedor Eles têm a capacidade de visualizar o futuro do seu negócio e têm a São Visionários habilidade de implantar as suas ideias. Sabem tomar decisões Não são inseguros, sabem tomar as decisões na hora certa, principalmente em momentos em dificuldade. São indivíduos que oportunidade de negócio, transformando o abstrato em realidade. fazem a diferença Sabem exploram ao São aqueles que conseguem ver as ideias que todos veem mas não conseguem transformar aquilo em uma oportunidade. máximo as oportunidades São Possuem a habilidade de transformar algo novo em uma boa determinados e São inconformados com a rotina, programam todas as ações com total comprometimento, ultrapassando todas as adversidades. dinâmicos Dedicam-se 24horas por dia ao seu negócio. Comprometem o São dedicados relacionamento com amigos e familiares. São trabalhadores exemplares, incansáveis e loucos pelo trabalho. São otimistas e O principal combustível que os matem animados e autodeterminados é o amor por aquilo que fazem. Devido a esse otimismo apaixonados pelo que fazem sempre enxergam o sucesso. São independentes e empregados, querem determinar os seus próprios passos. constroem o próprio destino Eles acreditam que o dinheiro é a consequência do sucesso. Ficam ricos São Querem ser donos do próprio destino, serem patrões e não liderem e Destacam-se por seu perfil de liderança incomum, sendo respeitados e agraciados por seus empregados. Querem a melhor equipe, os formadores de equipes funcionários mais competentes. São bem relacionados Sabem construir uma rede de relacionamento forte que auxiliam o desenvolvimento da empresa. São organizados Sabem alocar os recursos disponíveis no empreendimento. Planejam Estão sempre planejando cada passo do seu negócio. Possuem conhecimento Querem saber e aprender frequentemente, pois quanto mais sabem do seu ramo de negócio, maior será a possibilidade de sucesso do empreendimento. Assumem riscos calculados Criam valor para a sociedade A característica mais conhecida e a mais forte. Quanto maior o desafio mais estimulante será a jornada empreendedora. Geram empregos, geram dinamismo para a economia e inovem, sempre usando sua criatividade em busca de soluções para melhorar a vida das pessoas. Fonte: Adaptado de Dornelas (2008, p.17-18). 13 É um tema complexo, mas o espírito empreendedor é composto por três características básicas: necessidade de realização, disposição para assumir riscos e a autoconfiança (CHIAVENATO, 2008, p.8-9). Percebe-se algumas semelhanças entre o papel e as funções do administrador e as características do empreendedor, mas as diferenças se acentuam em relação ao processo visionário, onde o empreendedor possui mais evidente este quesito. O empreendedor é muito mais preocupado com aspectos estratégicos do seu negócio e principalmente, são muito mais comprometidos. Há exceções a toda regra e não é preciso possuir todas as características para possuir sucesso como empreendedor. 2.3 Micro e pequenas empresas As micro e pequenas empresas, mesmo possuindo algumas características diferenciadas perante as grandes corporações, são de grande importância para a economia, gerando empregos, exportando e participando cada vez mais do crescimento do Produto Interno Bruto. As micro e pequenas empresas contribuem com inovações tecnológicas, pois normalmente preenchem espaços não ocupados pelas grandes corporações. Para Longenecker, Moore e Petty (1997, p. 34), “como parte da comunidade empresarial, as pequenas empresas contribuem inquestionavelmente para o bem estar econômico da nação. Elas produzem uma parte substancial do total de bens e serviços”. O Serviço brasileiro de apoio as micro e pequenas empresas (2011) ao analisar seus dados estatísticos para o Brasil, mostra que: [...] Em conjunto, as micro e pequenas empresas responderam, em 2002, por 99,2% do número total de empresas formais, por 57,2% dos empregos totais e por 26,0% da massa salarial. Em função do aumento expressivo do número de empregos gerados entre os dois anos nos dois segmentos, a massa salarial apresentou incremento real de 57,3% nas microempresas e 37,9% nas pequenas. Quanto ao conceito de micro e pequenas empresas, definir qualquer padrão para determinar tamanho de empresas é algo completamente arbitrário, pois as pessoas podem adotar qualquer padrão de acordo com sua necessidade (LONGENECKER; MOORE; PETTY, 1997, p. 34). Corroborando, Bernardi (2010, p.88) reforça que, “não há um conceito 14 universalmente aceito sobre o que seja uma pequena e média empresa, e sim uma profusão e variedade de critérios, que conforme o enfoque apresenta valores relativos”. Já Serviço brasileiro de apoio as micro e pequenas empresas (2011), classifica as empresas de acordo com o setor econômico que ela está inserida e o número de pessoas ocupadas, conforme ilustração abaixo: Ilustração 5: Classificação das empresas na indústria, até 19 pessoas ocupadas; no comércio Microempresa e serviços, até 09 pessoas ocupadas na indústria, de 20 a 99 pessoas ocupadas; no Pequena empresa comércio e serviços, de 10 a 49 pessoas ocupadas na indústria, de 100 a 499 pessoas ocupadas; no Média empresa comércio e serviços, de 50 a 99 pessoas ocupadas na indústria, acima de 500 pessoas ocupadas; no Grande empresa comércio e serviços, acima de 100 pessoas ocupadas Fonte: Sebrae Nacional (2010) Alguns critérios usados para medir o tamanho são: número de empregados, volume de vendas, valor dos ativos, seguro da força de trabalho, volume de depósitos. Embora, o número de empregados seja o parâmetro mais usado, o melhor critério depende do propósito do usuário (LONGENECKER; MOORE; PETTY, 1997, p.28). Deve-se considerar também o lado negativo das micro e pequenas empresas, o registro de fracasso nos negócios, ou seja, a sua taxa de mortalidade. Segundo Longenecker, Moore e Petty, (1997, p. 41), “os custos do fracasso nos negócios envolvem mais do que os custos financeiros ao dono do negócio e aos credores. Os custos incluem os de natureza psicológica, social e econômica também”. Com base em informações de uma pesquisa recente feita pelo Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (2007), a taxa de mortalidade das micro e pequenas empresas em Santa Catarina é de 24,1%. Essa alta taxa de mortalidade está atrelada as micro e pequenas empresas emergentes. Conforme Machado (2005), alguns motivos contribuem para o fracasso das empresas, e na ilustração a seguir destaca-se os principais: 15 Ilustração 6: Motivos que contribuem para o fracasso das organizações os impostos que incidem sobre as empresas vem aumentando e ressalta que quanto maiores as aliquotas, maior é a Carga fiscal sonegação fiscal fazendo com que muitas empresas atuem na informalidade Falta de a maior dificuldade que os empresários encontram é no que experiência administrativa diz respeito aos controles financeiros a não diferenciação do caixa pessoal e da empresa Caixa da empresa versus caixa do prorietário com as taxas de juros elevadas, os empresários não tem Altas taxas de juros e dificuldade de financiamento acesso aos financiamentos, muitas vezes por não possuir garantias exigidas pelas instituições financeiras Fonte: Adaptado de Machado (2005) Independente de levar em consideração fatores externos que influenciam no processo, que de certa forma o empreendedor deve estar preparado, os fatos que tem um impacto mais acentuados nos anos iniciais são internos, o que leva a crer a alta taxa de mortalidade nos primeiros anos de existência da organização (BERNARDI, 2010, p. 90). Conforme Longenecker, Moore e Petty (1997, p. 689) “outro tipo de peso governamental é o dos impostos. Os impostos tem um impacto direto sobre o fluxo de capital das pequenas empresas e, portanto, representam uma custosa drenagem de sua renda financeira”. Em relação à legislação da microempresa, está a criação da lei 7.256, de 27 de novembro de 1984, que institui o Estatuto da Microempresa. Em virtude de seu pequeno porte, tem a vantagem de precisar de poucos papéis e documentos relativos aos negócios realizados (CHIAVENATO, 2008, p.48). De acordo com o sistema brasileiro de apoio as micro e pequenas empresas, o Brasil se prepara para a elaboração da Lei Geral da Pequena Empresa, desta forma os empreendedores de pequenos negócios estarão fortalecendo suas atividades e contribuindo para ajudar a resolver diversos aspectos cruciais no Brasil. O município de Palhoça dá a sua contribuição com as leis n. 2174/92 e 2274/92, onde concede isenção do pagamento da taxa do alvará de licença para a construção em lotes na área industrial do município de palhoça e do pagamento de alvará aos proprietários de empreendimentos turísticos. 16 Segundo Dolabela (2008, p.49) “é importante constatar o papel decisivo de algmas instituições no apoio a programas de empreendedorismo, como SEBRAE, IEL, CNPq, BNDES, Finep, algumas fundações estaduais de amparo à pesquisa, institutos estaduais de amparo à pesquisa, institutos estaduais de tecnologia, prefeituras”. Neste trabalho será abordado o setor de varejo que cresce e favorece consideravelmente a economia em função da sua facilidade de implantação. Ele é o elo de ligação entre o consumidor final e o produtor. 2.4 Varejo Ao fabricar um produto deve-se levar em consideração diversos fatores, como qualidade, preço, inovação, mas caso a empresa não tenha um contato positivo com o cosumidor, seus benefícios deixam de ser valorizados. Podemos perceber a importância do varejo quando Urdan (2006, p.148) explana que: Mesmo a empresa com bom produto, promoção adequada, preço certo e distribuição correta depende muito do que acontece quando o consumidor está diante de algum varejista para resolver suas necessidades [...] Como o gerente que realizou uma pesquisa exploratória procurando necessidades do mercado mal atendidas e agora, depois do trabalho de desenvolvimento de um novo produto, chega ao consumidor por meio do varejo. O varejo é a intermediação entre o produtor e o consumidor final, com o propósito de lucro. Devido a esta aproximação deve estar atendo aos princípios básicos de atendimento e as técnicas mercadológicas apropriadas (BERNARDI, 2010, p.194). Para Kotler (2009, p.493), “o varejo inclui todas as atividades envolvidas na venda de bens e serviços diretamente aos consumidores finais para uso pessoal. Um varejo ou loja de varejo é qualquer empresa cujo volume de vendas decorre, principalmente, do fornecimento por unidade ou pequenos lotes”. Segundo Chiavenato, (2008, p.45) as empresas varejistas “são aquelas que vendem mercadorias ou produtos acabados diretamente ao consumidor”. As organizações varejistas são variadas e novas formas continuam surgindo, mas três tipos destacam-se: as lojas de varejo, onde os consumidores podem encontrar os bens e serviços disponíveis em ampla variedade de lojas como supermercado, loja de conveniênia, varejos de liquidação, entre outros; varejo sem loja, encontramos os produtos na televisão, por computador, via internet e correio; e organizações de varejo, essas organizações obtêm 17 economia de escala em função do maior poder de compra, onde detacam-se rede corporativa, cooperativas de varejistas, franquias,entre outras (KOTLER, 2009, p.497). Hoje os varejistas procuram novas estratégias para manter e atrair novos consumidores. Não basta apenas oferecer boa localização ou até cartões de crédito da loja, hoje o varejista deve-se preocupar constantemente com o cliente. De acordo com Bernardi (2010, p.96-97), “dentre as várias condições de sucesso do comércio varejista destacam-se: imagem positiva, atendimento excelente, serviços na venda e na pós-venda, entrega, orientação, atenção ao consumidor, aspectos objetivos e subjetivos de imagem, controle de estoques e compras, preços competitivos”. 2.5 Estratégia competitiva Para um bom desempenho da empresa, se faz necessário o planejamento com uso de estratégias competitivas com o intuito de focar na qualidade do serviço prestado ao connsumidor, e otimizar os lucros. De acorco com Porter (1980), no livro “Estratégia Competitiva”, ele descreve a estratégia competitiva como ações ofensivas e defencivas de uma empresa para criar uma posição sustentável dentro da indústria, ações que são uma resposta às cinco forças competitivas ( Poder de Barganha dos Fornecedores, Ameaça de Novos Entrantes, Rivalidade entre Concorrentes, Ameaça de Produtos Substitutos e Poder de Barganha dos Clientes) que o autor indica como determinantes da natureza e grau de competição que cerca uma empresa. Porter identificou três estratégias genéricas que podem ser usadas individualmente ou em conjunto para criar uma posição sustentável a longo prazo. A primeira é a estratégia competitiva de custo, na qual a empresa centra seus esforços na busca de eficiência produtiva, na ampliação do volume de produção e minimização de gastos com propaganda, assitência tecnica, distribuição, pesquisa e desenvolvimento, e tem no preço um dos principais atrativos para o consumidor. A opção da estratégia competitiva da diferênciação faz com que a empresa invista mais pesado em imagem, tecnologia, assistência tecnica, distribuição, pesquisa e desenvolvimento, recursos humanos, pesquisa de mercado e qualidade, com a finalidade de criar diferênciais para o consumidor. A estratégia competitiva de foco significa escolher um alvo restrito, em que a firma atende necessidades específicas de um determinado grupo, dessa forma, a empresa pode oferecer algo considerado único pelos seus clientes. 18 A adoção de qualquer estratégia competitiva tem seus riscos e suas armadilhas. Na estratégia de custos, as principais são: a excessiva importância que se dá à fabricação; a possibilidade de acabar com qualquer chance de diferenciação; a dificuldade de se estabelecer um critério de controle de custos; e que apareça um novo concorrente com nova tecnologia, novo processo e abocanhe parcela significativa de mercado ou o mercado passe a valorizar o produto por critérios diferentes. Na estratégia de diferenciação, as principais armadilhas são representadas pela diferenciação excessiva, pelo preço muito elevado, por um enfoque exagerado no produto e pela possibilidade de ignorar os critérios de sinalização. Na estratégia de foco o risco é de o segmento escolhido não propiciar massa crítica que permita à empresa operar. Embora não seja impossível, a adoção simultânea das estratégias de menor custo e de diferenciação é difícil, pois obter um desempenho, qualidade ou serviço excelentes são mais onerosos, na maioria dos casos, do que pretender ser apenas comparável aos concorrentes, em tais atributos (PORTER, 1990). Uma empresa que fica no meio termo estará em uma situação estratégica extremamente pobre, sendo quase garantido que obterá uma baixa rentabilidade. Por um lado perderá os clientes de grandes volumes que exigem baixos preços, ou renunciará a seus lucros para competir com as empresas de baixo custo. Por outro lado, perderá negócios com altas margens para empresas que atingiram um padrão de diferenciação global. Além disso a empresa no meio-termo sofre de uma cultura organizacional indefinida e de um conjunto conflitante de arranjos organizacionais e sistemas de motivação. Dadas as inconsistências potenciais envolvidas na busca simultânea das estratégias genéricas de menor custo e diferenciação, essa abordagem é quase sempre fadada ao fracasso (PORTER, 1989). 19 Ilustração 7: Estratégia Competitiva Fonte: Adaptado Porter (1980) Já em estratégias competitivas relacionadas ao serviço, de acordo com Gianesi e Corrêa ( 1994, p.42), “ a parcela que realiza operações de alto contato com o cliente é normamlemnte chamada de front office ou linha de frente, enquanto que aquela que realiza operações de baixo contato denomina-se back room ou retaguarda”. As atividades de linha de frente são as de contato, são as que mais fornecem uma percepção de qualidade do serviço ao cliente, assim os funcionários devem ter uma maior flexibilidade ao atender as necessidades dos clientes. As atividades de retaguarda servem para apoiar o processo de prestação do serviço. As operações de serviços devem ter recursos e gestão diferentes, as atividades de linha de frente são difíceis de controlar, padronizar, enquanto as de retaguarda ou suporte, que dão apoio a prestação do serviço são mais fáceis de padronizar e controlar, sendo facilmente flexibilzadas de acordo com a demanda. De acordo com Gianesi e Corrêa (2008, p. 17), “alguns fatores propiciam o aumento por demanda de serviços”, são eles: · Desejo de melhor qualidade de vida; · Mais tempo de lazer; · A urbanização, tornando necessári alguns serviços (como segurança, por exemplo); · Mudanças demográficas que aumentam a quantidade de crianças e/ou idosos, os quais consomem maior variedade de serviços; 20 · Mudanças socioeconômicas como o aumento da participação da mulher no trabalho remunerado e pressões sobre o tempo pessoal; · Aumento da sofisticação dos consumidores, levando as necessidades mais amplas de serviços; · Mudanças tecnológicas (como o avanço dos computadores e das telecomunicações) que têm aumentado a qualidade dos serviços, ou ainda criadas serviços completamente novos. Também segundo GIANESI e CORREA (1994), se tem os seguintes critérios para avaliação da qualidade de serviços, que podem ser considerados como fatores de competitividade veja na ilustração a seguir: Ilustração 8: Critérios de avaliação de qualidade de serviços Fonte: GIANESI E CORREA, 1994 • Elementos tangíveis – Evidência física do serviço (instalações físicas, equipamentos, ferramentas, pessoal e materiais de comunicação). • Confiabilidade – Consistência de desempenho. O serviço é realizado de forma confiável, precisa e cuidadosa. Quando um cliente é atendido por um fornecedor de serviço e a experiência é satisfatória, isto levará o cliente a repetir a compra do serviço. 21 • Capacidade de Resposta – Disposição ou rapidez em prestar o serviço (velocidade de atendimento). Deve ser considerado o tempo que o cliente é colocado a esperar nas diversas fases da prestação do serviço. • Competência – Posse das habilidades e conhecimentos necessários para prestar o serviço. Acompetência é normalmente um critério importante para os serviços profissionais, onde o cliente procura uma capacitação da qual não dispõe. O critério competência sempre estará presente quando o cliente necessitar de um diagnóstico para identificar suas reais necessidades. • Atendimento atmosfera – Educação, respeito, consideração pela propriedade, aparência limpa e asseada. Este é o critério que avalia o nível de prazer que o cliente tem em participar ou estar presente no processo de prestação de serviço. • Custo – Este critério leva em conta quanto o cliente irá pagar por determinado serviço. Inclui também o tempo gasto e os esforços. • Acesso – Facilidade que o cliente tem em entrar em contato com o prestador do serviço. • Flexibilidade – Capacidade de se adaptar rapidamente a operação, devido a mudanças nas necessidades dos clientes, no processo ou no suprimento de recursos. • Credibilidade/Segurança – Este critério se refere à formação de uma baixa percepção de risco no cliente e a habilidade de se transmitir confiança. Logo após será abordado temas referentes ao principal objetivo desse trabalho, o plano de negócios de um empreendimento. 2.6 Plano de negócios Um novo empreendimento, mesmo possuindo um empreendedor a sua frente que possua todas as características ideais de sucesso, está vulnerável a muitas dificuldades e por esse fato toda a cautela é indispensável. Para ser bem sucedido, o empreendedor precisa planejar o seu negócio. A falta de preparo, de estrutura, de análise, pode impactar no fracasso do novo empreendimento. Um plano de negócios não garante, mas aumenta as chances de sucesso do empreendimento. Bernardi (2010, p.109) define plano de negócios como “um projeto específico, desenvolvido para produzir um determinado resultado”. Para Baron e Shane (2007 p.184), o plano de negócios é constituído por: 22 [...] tal plano constitui-se de uma expressão escrita e formal da visão do empreendedor para a conversão de ideias em negócio próspero e rentável e, na maioria dos casos, é a porta de entrada para que capitalistas de risco, bancos e outras fontes de fundos considerem seriamente uma proposta. Um plano de negócios é um documento que contempla as ideias básicas de um novo negócio, além de todas as considerações operacionais, financeiras, gerenciais e mercadológicas. O plano deve orientar onde você está, para onde quer ir e como propõe chegar lá. O plano de negócios é a primeira criação, algo mental que depois se concretizará. Mas também pode ser feito para empresas em funcionamento, que necessitam expandir seu negócio. (LONGENECKER; MOORE; PETTY, 1997, p.162). Corroborando com os autores acima, Chiavenato (2008 p.132) comenta que um “plano de negócios – business plan – descreve a ideia de um novo empreendimento e projeta os aspectos mercadológicos, operacionais e financeiros dos negócios próprios, geralmente, para os próximos três ou cinco anos”. A condição do mercado atual não permite amadorismos na gestão, nas ideias e na avaliação da consistência, isto é suprido por um plano de negócios bem fundamentado, elaborado, estruturado, factível e viável. Desta forma, seja um negócio novo, de crescimento, de expansão, de abertura do seu capital, de fusões ou aquisições, pode avaliar seus conceitos e divulgar aos potencias investidores (BERNARDI, 2010, p.110). Para Longenecker, Moore, Petty, (1997, p.162), “o plano escrito é essencial para assegurar o tratamento sistêmico de todos os aspectos importantes da nova empresa. O plano se torna o “modelo” daquilo que queremos que aconteça”. Corroborando, Baron e Shane (2007, p.186), “[...] um plano de negócios bem preparado explicará o que o novo empreendimento está tentando realizar e como alcançará as metas propostas”. De acordo com Dornelas (2008, p.84), um plano de negócios busca atender a alguns objetivos básicos relacionados ao mercado: - Testar a viabilidade de um conceito de negócio; - Orientar o desenvolvimento das operações e estratégia; - Atrair recursos financeiros; - Transmitir credibilidade; - Desenvolver a equipe; Bernardi (2010, p.110) comenta que, para “desenvolver um plano de negócios são envolvidas cinco etapas distintas: ideia e concepção do negócio; coleta, preparação de dados; análise dos dados; montagem do plano; avaliação do plano”. 23 Não existe um tipo de plano de negócios específico, pois depende da situação. Em algumas situações é necessário um plano longo e detalhado, por exemplo, para alavancar recursos financeiros. Talvez um plano de negócios menor e menos detalhado será suficiente, desde que forneça orientações que possibilite que o negócio comece e logo seja alterado durante o funcionamento (BARON; SHANE, 2007, p.187). Muitos empreendedores de sucesso fazem seu plano com as informações que tem e não com suposições, então iniciam o negócio com essas informações e logo após incrementam que outros dados conforme a necessidade. Cabe ressaltar que o plano de negócios é um documento flexível e está aberto a mudanças. 2.6.1 Metodologias de Plano de Negócios Os modelos apresentados darão suporte à criação de um plano de negócios de acordo com o tema proposto pelo trabalho. A seguir serão apresentados os procedimentos metodológicos fundamentais para a elaboração desse trabalho. De acordo com Bernardi (2010), a estrutura de um plano de negócios deverá conter as seguintes partes: Ilustração 9: Metodologia de Bernardi Capa é a parte mais visível, a embalagem, devendo conter o logo, o nome, o endereço, telefone, entre outras informações Termo de Confiabilidade trata-se de um documento usual e de praxe no mercado, visando assegurar os dados confidencias do empreendimento Conceito do negócio essa parte do plano é a síntese introdutória do projeto, com o objetivo de fornecer aos interessados uma visão geral e preliminar da natureza do negócio, sem maior detalhamento Organização e estrutura nessa parte, serão descritas a estrutura legal prevista para o negócio e as razões, o organograma e os fatores críticos da organização Marketing uma das mais importantes e críticas, será analisado o ramo de atividade no qual o projeto estará inserido, tanto aspectos estratégicos como táticos 24 nessa Produtos e serviços parte, definem-se os requisitos técnicos dos produtos ou serviços propostos delineiam-se Operações os fatores de operação necessários à produção de determinado bem ou serviço nessa parte, estão identificadas todas as Recursos necessários necessidades de investimento, como capital de giro, custos, despesas, entre outras são demonstradas as avaliações financeiras Planejamento econômico-financeiro do plano de negócio que se pretende implantar nessa parte, o foco dirige-se ao modo como Proposta de implantação o negócio será controlado e gerido, bem como a um cronograma de implantação São definidos os indicadores vitais do plano Sistemas de controle e monitoramento de negócios que serão monitorados no futuro, como qualidade dos produtos e serviços, clientes e mercado, entre outras medidas críticas de desempenho definidas descrevem-se e reafirmam-se as razões Sumário pelas quais o negócio é viável e tem chances de sucesso nos anexos, incluem-se os currículos dos Anexo executivos, contrato social, estatutos, entre outros documentos Fonte: Adaptado de Bernardi (2010) Para Baron e Shane (2007), apesar de as seções de um plano de negócios não obedecer a uma regra preestabelecida e sim pela natureza da ideia. Dessa forma descrevem um esquema de elaboração de um plano semelhante ao de Bernardi, porém com algumas diferenças demonstradas na ilustração a seguir: Ilustração 10: Esquema para elaboração de um plano de Baron e Shane é a parte do plano de negócios que tem de Resumo executivo ser breve e ir direto ao ponto, contendo uma visão geral concisa, clara e persuasiva sobre o novo empreendimento descreve sua ideia e a situação atual de seu Histórico e finalidade negócio Concorrência informações sobre a concorrência e sobre 25 como pode ser vencida, preços que são praticados e questões que são relacionadas informações sobre o ponto em que seu Desenvolvimento, produção e localização produto ou serviço está em termos de desenvolvimento como você pretende chegar à produção real e informações sobre a localização do seu negócio seção que descreve o mercado de seu Marketing produto ou serviço seção que descreve a experiência, as Administração habilidades e o conhecimento da equipe de administração do novo empreendimento avisa sobre o atual estado financeiro da Seção financeira empresa e oferece projeções para necessidades futuras, receitas e outras medidas financeiras descreve Fatores de risco os futuros riscos do novo empreendimento e com proteger deles os Colheita ou saída investidores querem saber como colherão o investimento se a empresa for bem sucedida Programação das etapas e marcos deve-se fornecer a programação de cada fase do novo empreendimento Sistemas de controle e monitoramento São definidos os indicadores vitais do plano de negócios que serão monitorados no futuro, como qualidade dos produtos e serviços, clientes e mercado, entre outras medidas críticas de desempenho definidas Anexo é a parte em que devem ser apresentados informações financeiras e resumos detalhados dos membros da cúpula administrativa Fonte: Adaptado de Baron e Shane (2007) Longenecker, Moore e Petty (1997), apresentam uma metodologia semelhante as anteriores, entretanto com algumas inovações em seu processo a serem consideradas, conforme demonstrado na ilustração a seguir: Ilustração 11: Etapas de um plano de negócios segundo Longenecker, Moore e Petty Resumo executivo uma visão geral do plano total de negócios 26 descreve o tipo de empresa e fornece sua Descrição geral da empresa história, se ela já existir descreve o produto e/ou serviço e aponta Plano de Serviços e Produtos quaisquer aspectos singulares mostra quem serão os seus clientes e que Plano de Marketing tipo de competição você enfrentará identifica os principais participantes, os Plano Gerencial investidores ativos, a equipe gerencial e os diretores explica o tipo de manufatura ou sistema Plano Operacional operacional que você enfrentará mostra o tipo proposto de constituição Plano Jurídico jurídica da empresa Apêndice fornece materiais suplementares ao plano Fonte: Adaptado de Longenecker, Moore e Petty (1997) Percebe-se que os autores acima trazem diversos elementos do plano de negócios comuns uns com outros, e alguns com formatação diferenciada. Independente da formatação que tenha o plano de negócios, verifica-se que o objetivo é realizar um levantamento de dados que permita ao empreendedor tomar decisões de forma mais sustentavel. A formulação de estratégias eficazes para um negócio depende da fidelidade dos dados e de que forma ocorre sua interpretação. No momento em que empreendedor decide elaborar seu plano de negócios não deve se prender a um modelo de plano pronto e sim considerar as caracteristicas de seu empreendimento. Dessa forma, ressalta-se que cada negócio demanda uma sequencia diferente de etapas a serem realizadas em seu plano de negócios. Após análise dos modelos apresentados e levando em consideração as características do negócio proposto por este estudo, defini-se a seguinte estrutura de plano de negócios: Ilustração 12: Estrutura do plano de negócios Capa 1. Sumário Executivo 2. Descrição do Projeto 2.1 História da ideia/empreendimento 2.1.1 Produtos e Serviços 2.1.2 Localização 27 3. Plano Estratégico 3.1 O Negócio 3.2 Missão, Visão, Valores 3.3 Objetivos, Metas 3.4 Analise de SWOT: Pontos Fortes, Pontos Fracos, Oportunidades, Ameaças, 4. Plano de Marketing 4.1 – Análise Mercadológica 4.1.1 – Análise do Setor 4.1.2 – Posicionamento 4.2 – Analise do Ambiente 4.2.1 – Analise da Clientela (Segmentação) 4.1.2 – Analise dos Concorrentes 4.1.3 – Analise dos Fornecedores 4.2 – Estratégia de Marketing 4.2.1 - Produto 4.2.2 – Preço 4.2.3 – Praça (Canais de Distribuição) 4.2.4 – Propaganda e Promoção 5. Plano Operacional 5.1 – Infraestrutura 5.2 – Fluxograma de Funcionamento 6. Plano Financeiro 6.1.1 - Investimentos 6.1.2 – Despesas e receitas 6.1.3 – D.R.E – Demonstrativo do Resultado do Exercício 6.1.4- Indicadores Econômico-Financeiros Fonte: Dados desta pesquisa O modelo de plano de negócios proposto para este estudo foi construido visando o objetivo de satisfazer as necessidades do empreendedor. Através desse modelo acredita-se que será possivel visualizar todas as areas e etapas essenciais para a realização do empreendimento. 28 2.6.2 O modelo de plano de negócios proposto A capa é a apresentação do plano e deve receber um cuidado especial em sua elaboração pois é o cartão de visitas do negócio. Através da capa o investidor pode ou não criar-se uma boa impressão. “É a parte mais visível, a embalagem, devendo conter o logo e o nome da empresa, endereço, telefone, nome do principal executivo e chamativo aos interessados” (BERNARDI, 2007, p. 172). 2.6.2.1 Plano Estratégico De acordo com Oliveira (2001, p. 33), “o planejamento estratégico (...) corresponde ao estabelecimento de um conjunto de providências a serem tomadas pelo executivo para a situação em que o futuro tende a ser diferente do passado”. Para Maximiano (2010) O processo de planejamento estratégico compreende a tomada de decisões sobre qual o padrão de comportamento que a organização pretende seguir, produtos e serviços que pretende oferecer, e mercados e clientes que pretende atingir. Para Oliveira (2007, p. 5), “toda atividade de planejamento nas empresas, por sua natureza, deverá resultar de decisões presentes, tomadas a partir do exame do impacto das mesmas no futuro, que lhe proporciona uma dimensão temporal de alto significado”. Para ele, planejamento é o desenvolvimento de técnicas e processos que propiciam a criação de “[...] uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais, que facilitaram a tomada de decisão no futuro”. Para Bethlem (2004, p.116) Planejamento envolve tomar decisões tomadas essencialmente pelo reconhecimento de que existe um problema identificando formas de resolvê-lo analisando as consequências de cada alternativa e comparando essas consequências para decidir qual é a melhor. Os benefícios do planejamento às organizações, segundo Kotler e Armstrong (1993), são: a) melhor definição de seus objetivos e políticas; b) obter e aplicar recursos necessários ao alcance de seus objetivos; 29 c) realização de atividades congruentes aos objetivos e procedimentos escolhidos, por seus membros; d) padrões de desempenho mais fáceis de controlar; e) ações corretivas caso o resultado de sua ação não seja satisfatório. Segundo Westwood (1996), Objetivo é “aquilo que queremos conseguir [...]”.Segundo Kotler (2009), os objetivos devem ser organizados hierarquicamente estabelecendo uma ordem de acordo com as prioridades da organização.. Na opinião de Fischmann e Almeida (1991, p. 23), “a meta é a quantificação do objetivo que é aquilo que a empresa deseja alcançar”. Diante do que foi exposto, percebe-se que a função planejamento é muito útil e oferece vantagens às organizações. Dessa forma, essa ferramenta é utilizada para atingir os objetivos organizacionais e para tanto deve ser disseminada desde os níveis mais altos da organização. Os objetivos são os resultados esperados pela organização aplicando-se determinados recursos disponíveis ou possíveis e deve ser uma palavra importante no vocabulário do administrador, pois sem estes não há administração. Caracterizam a maneira de pensar da organização e orientam o desempenho organizacional e as partes envolvidas (MAXIMIANO, 2010). De acordo com Certo e Peter (2005, p. 53) “um objetivo organizacional é uma meta para qual a organização direciona seus esforços”. Ao estabelecer os objetivos a organização está fundamentando e orientando suas funções administrativas. Entretanto, alerta para a distinção feita por alguns teóricos entre os objetivos e as metas. Quanto ao objetivo, Oliveira (2001) coloca que é o alvo a ser atingido e as metas correspondem às ações e às etapas quantificadas e com prazos para alcançar esses objetivos. Segundo Chiavenato (2001), as metas são a quantificação dos objetivos, sua associação aos indicadores de desempenho específicos a serem atingidas em curto prazo. Uma organização que deseja manter-se competitiva no mercado necessita ter seus objetivos e metas alinhados e ainda deixá-los claros e fazer com que todos que a compõem tenham conhecimento desses indicadores (SOUZA, 2004). A importância de se estabelecer os objetivos organizacionais segundo Certo e Peter (2005) está relacionada a sua utilização para a tomada de decisão, ou ainda como um guia para aumentar a eficiência organizacional e avaliar seu desempenho. Tais objetivos podem ser 30 de curto prazo, os quais se tentam atingir em até dois anos, e os de longo prazo quando se busca realizá-los em um período de três a cinco anos. De acordo com Andrade e Amboni (2007), existem quatro fatores que afetam os objetivos da organização: a situação de concorrência seja por clientes, recursos financeiros, parceiros, entre outros; a negociação dos recursos entre duas ou mais organizações; a cooptação, ou seja, a absorção de novos elementos ameaçadores à existência da organização; a coalizão, ou interdependência de outras organizações que visam objetivos comuns. O processo consiste em analisar o ambiente externo (ameaças e oportunidades) e também o ambiente interno (pontos fortes e pontos fracos) através de um diagnóstico estratégico. Com estas análises feitas, o planejador poderá definir o negócio, a missão, os valores, os objetivos estratégicos, as estratégias e os planos de ações (AMBONI, 2002). A análise do ambiente externo é a identificação das ameaças e oportunidades. As ameaças são situações presentes ou futuras que afetam a organização negativamente. As oportunidades são fatores que influenciam a empresa positivamente e podem melhor aproveitadas através de indicadores (AMBONI, 2002). De acordo com Giglio e Ryngelblum (2010, p. 88), “os vários atores do ambiente externo as empresas que dão origem às influências sobre elas, são chamadas de stakeholders”. Na análise do ambiente interno, verificam-se os pontos fortes e fracos da organização. Os “pontos fortes são as características da organização, tangíveis ou não, que podem ser potencializadas para otimizar seu desempenho”. Já os pontos fracos são características que devem ser minimizadas para evitar influências negativas na organização (AMBONI, 2002). 2.5.2.2 Plano de Marketing Segundo Kotler (2006, p.30) o plano de marketing é um documento que reuni informações referentes ao mercado onde a organização está inserida. Comenta ainda que “marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com os outros”. Através do plano de marketing a organização estabelece quais estratégias serão adotadas para fazer a comunicação com o cliente. Para que a elaboração seja possível é necessário realizar uma análise completa do mercado, avaliando o setor, a concorrência e os 31 clientes, além da estratégia de marketing que envolve os 4 “pês “do mix de marketing, quais sejam: Produto, Preço, Praça e Promoção. O primeiro P refere-se ao produto que a organização oferece ao cliente, e segundo Kotler (2006, p. 366), “um produto é tudo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou um desejo”. Os produtos podem ser classificados de acordo com sua natureza em três categorias, definidas por Kotler (2006). a) bens não duráveis: são tangíveis, consumidos rapidamente e comprados com frequência, como por exemplo, cervejas e chocolates; b) bens duráveis: são tangíveis e usados durante um determinado período, como ferramentas, geladeiras e vestuário; c) serviços: são produtos intangíveis, variáveis e perecíveis. Normalmente exigem mais controle de qualidade, credibilidade do fornecedor e adaptabilidade. São exemplos de serviços as refeições em restaurantes e fast-foods. Todo produto possui um ciclo de vida, ou seja, um período para ser introduzido no mercado, outro momento para seu crescimento até atingir a maturidade e em seguida o declínio. Uma ferramenta muito utilizada para mensurar o ciclo de vida de um produto denomina-se Análise de Ciclo de Vida e de acordo com Las Casas (2009) é a analise do faturamento de um produto em determinado período. O segundo P está relacionado ao preço que o único entre eles que produz receita. Para a formulação do preço as empresas seguem um roteiro de seis etapas. Primeiro estabelece seu objetivo de preço levando em consideração a sobrevivência, crescimento, receita, lucro da organização. Em seguida estabelece a curva da demanda, ou seja, a quantidade de produtos vendidos para cada preço estabelecido. A terceira etapa é a verificar a variação dos custos para cada experiência de preço. Após esse momento é necessário observar o comportamento do concorrente. A quinta etapa é estabelecer um método de preço ( preço de mark-up, retorno-alvo, preço percebido, preço de valor, preço de mercado e preço de licitação. Por último, determina-se o preço final (KOTLER, 2006). De acordo com Kotler (2006) o terceiro P refere-se a promoção de venda e trata-se de uma forma de incentivar o consumo do produto de forma mais rápida e em maior quantidade. O veiculo escolhido para a comunicação depende do público a ser atingindo e pode levar em consideração horários, dias da semana ou mesmo épocas do ano. 32 A propaganda de acordo com Kotler (2006, p. 566), “é qualquer forma de apresentação não pessoal e promocional de idéias, bens e serviços por um patrocinador identificado”. A praça segundo Dornelas (2005, p.191), “envolve todas as atividades relacionadas à transferência do produto do fabricante para o consumidor”. Ao estabelecer a praça para a troca do produtos é importante observar o transporte, armazenamento, localização, etc. De acordo com Tuleski (2009) a forma de distribuição pode ser direta, que é a entrega do produto diretamente ao consumidor final ou indireta, que utiliza a participação de um intermediário no processo. 2.5.2.3 Plano Financeiro O planejamento financeiro é um documento que reuni informações financeiras do projeto. Através desse plano pode-se mensurar os investimentos necessários, despesas e custos prováveis e análise de rentabilidade do negócio. Um dos grandes desafios dos empreendedores é a obtenção de recursos para a viabilidade do empreendimento, principalmente quando trata-se de um negócio em que seu investimento seja maior que o capital do empreendedor e nesse momento é possível captar recursos com amigos, angels, incubadoras de empresas e linhas de crédito do governo (DORNELAS, 2006) Para Dornelas (2006), ao iniciar o negócio é necessário dispor de dinheiro para as despesas pré-operacionais, custos fixos e capital de giro. Através do balanço patrimonial pode-se conhecer esses valores existentes no negócio. O balanço está organizado em duas colunas distintas. Uma delas reúne informações do passivo da empresa, ou seja, suas obrigações e a outra estão os valores do ativo, ou seus direitos e bens Outro documento importante é a Demonstração de resultado no exercício (DRE) que permite conhecer a receita liquida, lucro bruto e liquido a partir da subtração de valores pertinentes as operações do negócio. No plano financeiro, uma ferramenta muito utilizada é o ponto de equilíbrio, onde se calcula a quantidade de produtos vendidos necessária para que a organização atinja um lucro operacional igual a zero. 33 O payback é outra técnica utilizada no plano e calcula o tempo necessário para que o empreendedor recupere o capital investido determinando sua atratividade. Essa informação é de suma importância para um investidor na hora de decidir onde investir seu capital. O Valor presente líquido (VPL) de um projeto é a soma dos valores presentes de cada um dos fluxos de caixa, tanto negativos quanto positivos, que ocorrem nos anos de vida do projeto Damodaran (2002). Um projeto ou investimento será rentável e deverá ser aceito se o VPL for positivo, e rejeitado se for negativo. Para o desconto dos fluxos de caixas, deve-se utilizar uma taxa denominada taxa de corte. Esta taxa indica o custo de oportunidade do capital investido no empreendimento, que deve refletir o valor do dinheiro no tempo e o risco do projeto. Normalmente é usada uma taxa que indique a rentabilidade que se estaria ganhando se o montante do investimento inicial tivesse sido aplicado em outro tipo de investimento acrescida do risco envolvido no projeto. A taxa interna de retorno (TIR) e baseada nos fluxos de caixa descontados. A TIR é a taxa de desconto que torna o VPL igual a zero. Uma das vantagens da TIR é que ela pode ser utilizada quando a taxa de desconto é de desconhecida. Se a TIR do projeto for maior que a taxa de corte o projeto deve ser aceito, caso contrário não (Damodaran, 2002). 2.7 Ação Empreendedora no Ramo de Água Mineral A Água Mineral Imperatriz tem sede na cidade de Santo Amaro da Imperatriz, no bairro Caldas da Imperatriz, próximo às fontes Caldas I e Caldas II, de onde extrai sua matéria-prima. Tem uma área de aproximadamente 802m². Conta com uma infraestrutura de 2 linhas de produção de 20 e 10 litros com capacidade de 2.800 garrafões litros/hora, uma linha de produção de garrafas descartáveis de 350ml, 500ml e 1.500ml com capacidade de produção de até 12.000 garrafas/hora. Além dessas, possui ainda uma outra linha de produção para descartáveis de 05 litros com capacidade de até 4.000 garrafas/hora, apresentando uma capacidade produtiva de 10 milhões de litros/mês Apresentada a empresa e seus produtos, mostrarei a ação empreendedora dos irmãos Baracuhy, proprietários da JAN DISTRIBUIDORA, que começaram as suas atividades em 1992, trabalhando com a distribuição de bebidas em geral. Em 1997 passaram a distribuir exclusivamente a água mineral imperatriz, depois de verificarem a possibilidade de obter a concesão do envase da água mineral imperatriz, devido a Imperatriz Empreendimentos e 34 Participações ter sido vendida para o grupo VOMPAR, que por sua vez parou as atividades da fábrica por 6 meses, até prejudicando a marca Imperatriz no mercado na época. A partir daí, os irmãos Baracuhy passaram a investir na marca, na fábrica, para que a água mineral imperatriz voltasse ao mercado com força. Mesmo com a forte crise enfrentada nesses anos de reinício de atividades, os empreendedores continuaram investindo no produto conseguindo assim em 2005 o certificado do instituto Falcão Bauer de Qualidade, um orgão certificado pelo INMETRO, sendo assim a única água mineral do país a possuir este certificado. Em 2008, a empresa conquistou um certificado internacional do American National Standart Institute (ANSI), uma espécie de INMETRO americano, abrindo as portas para uma futura exportação dos produtos, e ainda nesse ano recebeu o selo ISO 22000/2006 que é o Sistema de Gestão de Segurança Alimentar, sendo a primeira água brasileira a conquistar tal título. Já no ano de 2010, a empresa recebeu o prêmio Top One da ADVB/SC, prêmio que foi conferido às empresas Água Mineral Imperatriz e Mercado Propaganda e Marketing pelo case: “Mate a sede bonito: estratégias para tornar a água Mineral Imperatriz a mais lembrada e consumida de Santa Catarina”. De acordo com o empreendedor, o prêmio foi um reflexo do trabalho de marketing elaborado pela agência, que propôs a reformulação da marca e a criação de novas embalagens, além da ampliação de produtos, fazendo com que superassem duas grandes crises nos anos de 2005 e 2008. O resultado das ações foi super positivo, no período de outubro de 2005 a março de 2006 a água mineral imperatriz obteve um incremento de 45% nas vendas, além de um aumento de 100% na margem de fidelização dos clientes, mantendo nos dias de hoje um crescimento nas vendas na ordem de 25% ao ano, o que já fez o empreendedor prever a necessidade de aumento na produção, adquirindo então, em 2009, uma nova área para a implantação de outra unidade de produção, o processo que está em trâmite nos órgãos competentes, mas o estudo dá água encontrada no local já indica a viabilidade. No que se refere à distribuição, o empreendedor comenta dificuldade pela falta de capacidade logística dos distribuidores, pela falta de uma gestão de qualidade a fim de otimizar o sistema de entregas, organizar rotas, e ter um controle total dos processos até a entrega do pedido para o cliente. A empresa vem investindo constantemente em treinamento e capacitação dos seus funcionários, novas formas de contato com os cliente, através da internet, por exemplo, mas ainda há muito a ser explorado e melhorado neste quesito. 35 2.8 Metodologia de pesquisa Este trabalho tem como objetivo a elaboração de um plano de negócio para uma empresa distribuidora de água mineral, sendo importante para a tomada de decisão do empreendedor. Para acalçar os objetivos deste, foram utilizados procedimentos metodológicos que são fundamentais para uma pesquisa científica seja desenvolvida coerentemente. A presente pesquisa é classificada como qualitativa exploratória, onde o autor obteve maiores informações sobre o negócio a partir de dados obtidos através de informaçoes sobre o setor e qualitativa no sentido de produzir dados a partir de observações extraídas diretamente dos empreendedores do ramo, estabelecendo uma interação direta para a conclusão do plano de negócio. Para Gil (1999), a pesquisa exploratória tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias para que sejam formulados problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para posteriores estudos. Para Richardson (1999) os estudos que empregam metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sejam de indivíduos ou de organizações, ressaltando também que pode contribuir no processo de mudança de determinados grupos, possibilitando o maior nível de profundidade e entendimento das particularidades do comportamento. 3. PLANO DE NEGÓCIOS PROPOSTO PARA A DISTRIBUIDORA 3.1 Capa Goulart Distribuidora Rua Joaquim Manoel Sarmento, Ld 215, Kobrasol 88102-400 – São José – SC Tel: (48) 3337-4488 36 Cel: (48) 8411-4488 Guilherme Goulart Sócio Proprietário Rua Das palmeiras, 352 ap 102 – Kobrasol 88102-445 – São José – SC Este Plano de Negócios foi elaborado em Setembro de 2012 por Guilherme Goulart 3.2 Sumário Executivo A Goulart Distribuidora será uma micro empresa, distribuidora de água mineral exclusiva da marca Imperatriz, que será instalada na cidade de São José, no bairro Kobrasol, na grande Florianópolis, que tem como meta a distribução de água mineral em galões de 20 litros em toda região da grande Florianópolis, tendo como clientes pessoas físicas e jurídicas que utilizam esse produto no seu dia a dia. A venda do produto será feita por varejo, sendo que a empresa terá serviço de tele entrega, ou por atacado, onde outros pequenos distribuidores possam buscar o produto diretamente na sede da empresa, ou recebe-lo depois de fazer o pedido pelo telefone da empresa ou pelo pedido feito online pelo site na internet.. 3.2.1 Descrição do Projeto 37 Esse capítulo abordará a descrição do projeto, apresentando a história do empreendimento, os produtos e serviços, a localização, a equipe empreendedora, a estrutura organizacional, estrutura funcional, estrutura legal, a manutenção de registros e a legislação específica para a empresa. 3.2.2 História da Ideia/Empreendimento A ideia nasceu a partir da vontade do acadêmico em abrir seu próprio negócio após ter observado a possibilidade de entrar no mercado de distribuição de água mineral devido a demanda existente e a falta de um distribuidor na região postulada, que seria no bairro kobrasol. O acadêmico sugere a elaboração de um plano de negócios para verificar a viabilidade do negócio e assim prevenir erros ocorridos em negócios anteriores. A idéia veio, por que a família do acadêmico já possuir um imóvel (Galpão) localizado na Rua Joaquim Manoel Sarmento, bem próximo da região central do bairro kobrasol e da BR 101, que está desocupado, então tendo uma posição estratégica para implementação de uma distribuidora, então o acadêmico se propôs a fazer o plano de negócio. 3.2.3 Produtos e Serviços A empresa atuará no setor de serviços comercializando e distribuindo água mineral em garrafões de 20 litros, na modalidade de atacado e varejo, atendendo organizações, residências e pequenos distribuidores. 3.2.4 Localização A distribuidora será localizada próximo ao centro do bairro Kobrasol, na cidade de São José, na Rua Joaquim Manoel Sarmento. 38 Ilustração13: Localização da Goulart Distribuidora. Fonte: Google Earth, 2012. O município de São José, localizado na Grande Florianópolis, é o quarto mais antigo de Santa Catarina e foi colonizado em 26 de outubro de 1750 por 182 casais açorianos, foi o primeiro núcleo de colonização alemã do Estado. São José possui uma extensão territorial de 113,6km² e segundo dados da prefeitura possui uma população de 209.804 habitantes, o que destaca como o quarto mais populoso de Santa Catarina. A base de sustentação da economia josefense está fundamentada no comércio, indústria e atividade de prestação de serviços, mantendo ainda a pesca artesanal, maricultura, produção de cerâmica utilitária e agropecuária como atividades geradoras de renda. Possui mais de 1.200 indústrias, cerca de 6.300 estabelecimentos comerciais, 4.800 empresas prestadoras de serviços e 5.300 autônomos. São José apresenta ainda um enorme potencial turístico, histórico, cultural e arquitetônico, tendo como destaque o complexo históricoarquitetônico do Centro Histórico com casarios de origem luso-brasileira dos séculos XVIII, XIX e XX e de construções isoladas associadas a inúmeras belezas naturais-paisagísticas e aos centros gastronômicos. O bairro do Kobrasol embora de ocupação recente, tornou-se um dos mais importantes da região da Grande Florianópolis, sendo considerado, por muitos, como o coração do município de São José. Possui um comércio muito ativo e uma área residencial em grande expansão devida, principalmente, à proximidade ao centro da Capital catarinense, 39 Florianópolis, o que fez com que não só o bairro, como também todo o município de São José fosse considerado por muito tempo como "dormitório" da Capital, apesar de, atualmente, o município ser muito mais independente, fruto do crescimento acelerado dos últimos anos. A Avenida Lédio João Martins, conhecida popularmente como Avenida Central do Kobrasol é a principal via do bairro e também a de maior movimento. Concentra uma centena de lojas, bares e restaurantes e recentemente começou a ser explorada recentemente também por empreendimentos ligados a vida noturna. A proximidade da empresa desses principais pólos e gargalos (BR 101) faz com que facilite a logística da distribuição do produto. 3.2.5 Estrutura Organizacional e Estrutura Funcional O gerenciamento da distribuidora será realizado da seguinte forma: Ilustração 14: Estrutura organizacional Direção Assessoria Contábil Gerência Marketing Gerência Financeira Gerência Operacional Entregadores Gerência de RH Atendimento Fonte: o autor Por ser uma micro empresa, a distribuidora, terá uma administração enxuta, com poucos profissionais, mas que possibilitará a divisão de tarefas, visando a qualidade nos processos. O empreendedor ficará responsável pela direção e por todas as gerências e será auxiliado por mais cinco pessoas, uma responsável pelo atendimento e duas pessoas para realizar as entregas, dois vendedores externos que eventualmente poderão fazer entregas, além de contar com os serviços terceirizados de uma assessoria contábil. 40 Sendo assim, segue as atribuições da direção, de cada gerencia, das pessoas responsáveis pelo atendimento e pela entrega. a. direção geral: será responsável pelas decisões estratégicas da empresa. Terá contato com todas as gerências e irá planejar, desenvolver e liderar as principais ações visando o alcance dos objetivos e a manutenção e integração das gerências. b. gerência de marketing: será responsável em promover a divulgação da empresa, atrair os consumidores para esse tipo de mercado, estabelecer parcerias para a empresa, identificar novas oportunidades de mercado, gerenciar as vendas e estabelecer as metas. c. gerência financeira: será responsável pelo caixa da empresa, fazendo o fechamento deste todos os dias, realizar fluxo de caixa, acompanhar contas a pagar e receber, fazer os serviços bancários, negociar melhores preços de produtos com os fornecedores, realizar relatórios financeiros mensais. Dará o suporte à contabilidade. d. gerência de recursos humanos: promoverá cursos de aperfeiçoamento profissional, principalmente nas áreas ligadas diretamente ao atendimento aos clientes. Promoverá pesquisa de clima, visando deixar sempre seus colaboradores motivados. Prestará atenção nos colaboradores para identificar as necessidades de promover cursos. Além disso, quando necessário, será responsável em promover recrutamento e seleção e administração de pessoal. e. gerência operacional: Será responsável direto pelo atendimento aos clientes, supervisionando a forma que estes estão sendo tratados, buscando fornecedores de qualidade, cuidando para manter sempre o estoque de produtos, realizando possíveis trocas de mercadorias, e cobrando o pagamento no caixa. f. atendente: Será responsável pelo atendimento aos clientes, passando as informações sobre os produtos de forma clara, com competência e responsabilidade. Deverá receber os telefonemas e anotar pedidos, encaminhando-os para o setor de distribuição. g. distribuidores: Serão responsáveis por toda a logística da organização. Deverão indicar quais os locais adequados para armazenagem dos produtos e estabelecer o sistema para a entrada e saída dos produtos, cuidando do prazo de validade. h. assessoria contábil: é feita por profissionais terceirizados, que darão suporte a empresa, nas questões de departamento pessoal, como registro de funcionários, folhas de pagamento e férias e questões legais e tributárias. 41 3.3 - Plano Estratégico O plano estratégico é uma ferramenta fundamental para o projeto, pois através dele é possível formular estratégias que orientem as ações da organização a fim de atingir seus objetivos. Neste capítulo serão definidos, o negócio, a missão, visão, valores, fatores chaves de sucesso, os objetivos, as metas, ainda será feito a análise Swot. 3.3.1 O Negócio A distribuidora está inserida no setor privado, no segmento de comércio de atacado e varejo. Será uma microempresa, especializada na distribuição de água mineral na cidade de São José. Através de sua estrutura poderá oferecer um serviço de qualidade e com agilidade na entrega dos produtos. 3.3.2 Missão, Visão, Valores. Como missão, a Goulart Distribuidora pretende: “Fornecer produtos com qualidade, com foco no atendimento e satisfação dos clientes”. Como visão, a empresa tem: “Ser reconhecida como a melhor opção em distribuição de água mineral na região de São José”. Como Valores a empresa vai presar pela pontualidade, agilidade, honestidade e próatividade. 3.3.3 Objetivos e Metas Como objetivos a Goulart Distribuidora pretende ser referência na venda, entrega e distribuição de água mineral na região através da especialização e foco no produto, no caso a água em galões de 20 litros, visando sempre o aumento gradativo do faturamento e dos lucros. Como metas a Goulart Distribuidora pretende: · Aumentar em 25 % ao ano o volume de vendas nos próximos 2 · Reduzir o tempo de entrega para 4 horas no primeiro ano; · Aumentar a participação da marca na região em 15% nos próximos 2 anos. anos; 42 3.3.4 Analise de SWOT A análise do ambiente para a empresa é de suma importância, pois a partir dela será elencado as informações relevantes sobre a empresa e o seu mercado de atuação, auxiliando o alcance do sucesso empresarial. No ambiente interno a análise é relacionada aos os pontos fortes e fracos da empresa, no ambiente externo as oportunidades e ameaças do mercado. 3.3.4.1 Ambiente Interno Pontos fortes: · Estrutura funcional enxuta: em razão de ser uma micro e pequena empresa a estrutura funcional será pequena, o que garante uma folha de pagamentos reduzida, facilita a comunicação e permite um controle maior no processo garantindo a qualidade. · Local estratégico: a distribuidora ficará localizada no bairro Kobrasol, que é considerado o coração do município e está concentrado um número expressivo de estabelecimentos comerciais, grandes empresas, e diversos outros pequenos distribuidores, e da BR 101, gargalo de saída pra todos os bairros e municípios vizinhos. · Parcerias para a viabilidade do negócio o empreendedor possui contato com a maior envasadora de água mineral da Grande Florianópolis. Pontos fracos: · Falta de experiência: os empreendedores nunca trabalharam no ramo de distribuição de bebidas. · Investimento para divulgação: por tratar-se de uma organização nascente será necessário realizar investimentos para divulgar a empresa e seus serviços para o público alvo; · Concorrência forte na região. 3.3.4.2 Ambiente Externo Oportunidades: · A falta de qualidade da água distribuída pela rede pública está cada vez mais prejudicada apesar do intenso investimento das estatais; 43 · A constante preocupação da população com o bem estar e a saúde; · O crescimento gradual do poder aquisitivo da população, que a faz utilizar mais produtos como esse; · Comodidade de receber o produto em casa. Ameaças: · O crescente surgimento de novos distribuidores; · A sazonalidade, que faz com que os clientes consumam menos o produto em certos períodos do ano; · A crescente criação de novos produtos relacionados com o setor. 3.4 - Plano de Marketing Neste momento, torna-se fundamental o conhecimento do mercado em que a distribuidora irá atuar e a elaboração das estratégias dos 4 Ps (produto, preço, praça, promoção e propaganda) , com a intenção de dimensionar e conhecer as características do mercado. 3.4.1 Análise Mercadológica A análise de mercadológica permite desenvolver e aumentar o conhecimento sobre o mercado em que a empresa irá atuar sendo este um fator importante para que a empresa se desenvolva de maneira correta, diminuindo as chances de erros e minimizando os riscos do empreendimento. 3.4.1.1 – Análise do Setor O mercado de água envasada no Brasil vem se mantendo estável e com leve crescimento na produção e consumo e segundo relatório do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) acompanha a tendência mundial. 44 Segundo Anuário Mineral Brasileiro (AMB 2001-2008), a produção brasileira de água mineral e potável de mesa envasada passou de 3,73 bilhões de litros em 2001 para 4,37 bilhões de litros em 2008. Os principais estados produtores de água mineral no Brasil no período 2004 a 2008 foram São Paulo, com 22% da produção nacional, seguido de Minas Gerais e Pernambuco com 8%, Bahia e Rio de Janeiro com 7%, Rio Grande do Sul com 6%, Paraná com 5% e Santa Catarina com apenas 3% conforme demonstrado na ilustração a seguir. Ilustração15:Principaisestadosprodutores. Principais estados produtores 2004-2008 AL ES MT 3% CE 3% 3% 4% SC RN 3% 3% SP 22% MG 8% Outros 14% PR 5% PE 8% RS 6% RJ 7% BA 7% PA 4% Fonte: Adaptado de Anuário Mineral Brasileiro (2008) Os valores ilustrados dessa produção são relativos a quantidade de lavras concedidas nos estados. O estado de São Paulo possui atualmente 258 concessões de lavras enquanto que no estado de Santa Catarina são apenas 45 concessões. De acordo com o relatório da Beverage Marketing Corporation, o Brasil aumentou seu consumo de 10.756.970 para 14.288.375 de litros o que representa um aumento de 5,8% de crescimento, conforme ilustração a seguir. 45 Ilustração 16: Evolução do consumo da água envasada no mundo Evolução do consumo de água envasada no mundo (em litros) Países/Produção 2003 2008 Estados Unidos 23.728.165 32.979.025 México 16.491.245 24.606.285 China 9.549.555 19.708.495 Brasil 10.756.970 14.288.375 Itália 10.348.190 11.884.900 Indonésia 6.941.690 10.972.715 Alemanha 9.946.980 10.836.455 França 8.902.320 8.395.130 Tailândia 4.931.855 6.453.425 Espanha 5.094.610 4.886.435 Fonte: Beverage Marketing Corporation (2008) O consumo per capita ainda é muito baixo quando comparado a outros países, cerca de 24 litros (considerando-se uma população estimada em 2008 de 189 milhões de habitantes, segundo o IBGE), enquanto que nos Estados Unidos, por exemplo, é de cerca de 110 litros (Beverage Marketing Corporation, 2008). Outro fator que impulsiona o consumo de água mineral no Brasil e no mundo, segundo Zenith International, empresa de consultoria especializada no ramo, é a maior consciência em questões relativas à saúde, especialmente entre as classes de maior renda. A produção de água mineral de Santa Catarina é consumida cerca de 95% pelo próprio estado. Assim como em outras regiões do país, o consumo de água engarrafada em Santa Catarina torna-se artigo de primeira necessidade, impulsionado pela qualidade não satisfatória da água de abastecimento público. 3.4.1.2 – Posicionamento A Goulart Distribuidora pretende atender com qualidade de serviços, cumprindo prazos de entrega, tendo produtos e serviços de qualidade com preços competitivos para que se torne referência na distribuição do produto na região. A empresa tem como clientes outros pequenos distribuidores e consumidores finais, e o diferencial será a entrega personalizada através da gestão da qualidade dos serviços prestados. 46 3.4.2 - Analise do Ambiente A análise do ambiente visa proporcionar maior conhecimento da empresa e do perfil dos seus sócios, para que as decisões da empresa possam ser tomadas com segurança, levando em consideração o perfil dos clientes, a análise da concorrência e a análise dos fornecedores. 3.4.2.1 - Análise do Cliente (Segmentação) A distribuidora atuará no mercado de atacado e varejo de garrafões de 20 litros, dessa forma, atenderá clientes empresariais e residenciais. Em razão da falta de qualidade da água oferecida pelas empresas de água encanada é cada vez maior o número de residências que se utilizam de água mineral, especialmente no bairro do Kobrasol, onde o padrão de vida das pessoas é mais elevado. O local escolhido para a instalação da organização possui grande número de empresas e estabelecimentos comerciais. O cliente que visita esses estabelecimentos comerciais além de procurar um produto ou serviço de qualidade também exige conforto e comodidade e não aceitaria a ideia de consumir uma água de má qualidade. Da mesma forma os empresários se preocupam com é a satisfação de seus colaboradores e a oferta de água mineral para beber é um zelo que merece destaque. Entretanto, para que seja possível conhecer as reais necessidades dos potenciais clientes é necessário realizar uma pesquisa de mercado para o setor. 3.4.2.2 - Análise dos Concorrentes Analisando o mercado de água mineral na região da grande Florianópolis, verifica-se a presença de dezenas de distribuidores de diversos portes, desde pequenos “Disk água e gás”, até empresas com boas infraestruturas, com sistemas de tele entregas, entregas programadas, porém tendo contato com a fábrica, segundo informações coletadas, ainda existe uma grande lacuna a ser preenchida na distribuição do produto na grande Florianópolis. A JAN bebidas e a Distribuidora Água Pura, hoje, são as principais concorrentes nesse segmento, por que também são distribuidoras exclusivas da Água Mineral Imperatriz, porém cada uma tem uma rota específica, que segundo a fábrica, não tem dado conta de suprir as necessidades dos clientes em algumas regiões, principalmente em épocas da sazonalidade, 47 onde a deficiência de atendimento acaba deixando outras marcas entrarem no mercado devido a impossibilidade de atendimento, então a Goulart distribuidora entraria no mercado para auxiliar a suprir essa deficiência. Pontos Fortes dos concorrentes: · Grande experiência no mercado de água mineral conquistada com anos no mercado; · A lista grande de clientes e rotas já conquistadas nesses anos de mercado; Pontos Fracos dos concorrentes; · Por venderem a água mineral não só em garrafões de 20 litros, mas em embalagens descartáveis e outras embalagens, as empresas não podem se especializar na venda de um único produto. · Posição desprivilegiada em relação a Goulart Distribuidora no que diz respeito a localização; · O custo operacional é maior devido a efetuar a venda de diversos tipos de embalagens. 3.4.2.3 - Analise dos Fornecedores A Goulart Distribuidora terá apenas um fornecedor. · Água mineral, que será fornecida pela empresa Água Mineral Imperatriz Ltda., fornecerá a água pelo preço de R$ 2,50 20 litros, isso só o líquido, o preço é um dos melhores praticados no mercado, e só é possível sendo distribuidor exclusivo da marca. · Os Galões também serão fornecidos pela própria envasadora pelo custo de R$ 8,50 o galão, a empresa terá que investir um capital maior inicialmente, para possuir um estoque mínimo de galões, e posteriormente poderá aumentar esse estoque de acordo com a evolução das vendas. 3.4.2.4 – Estratégia Competitiva 48 A Goulart Distribuidora terá como estratégia competitiva a diferenciação de serviços, que serão oferecidos de forma eficiente fazendo com que o cliente lembre-se da empresa na hora que tiver necessidade da compra do produto. Isso será feito através de entregas personalizadas e programadas que serão realizadas de forma diferenciada, com qualidade, focando nos clientes e sempre inovando e buscando novas ideias para superar as expectativas dos clientes de modo a fidelizá-los. As entregas também serão agilizadas por conta da localização da empresa, local estratégico, que auxiliará na qualidade e na rapidez do serviço de entrega. Como a empresa será uma distribuidora exclusiva da marca, ela terá sempre estoque para atender seus clientes, o que pode não ocorrer com outros distribuidores que não tem exclusividade. A empresa sempre terá estoques à pronta entrega. Também como estratégia, a empresa oferecerá vários canais de comunicação com o cliente, através da Web, com o site que pode ser utilizado para realizar pedidos, através do telefone, pelos vendedores ou ainda diretamente na empresa. Os fatores competitivos da Goulart Distribuidora serão: · Serviços de qualidade; · Entregas personalizadas; · Localização privilegiada; · Estoques a pronta entrega; · Canais de comunicação cliente/empresa. 3.5 - Estratégias de Marketing Produto O produto que será comercializado pela Goulart Distribuidora será a água mineral Imperatriz em garrafões de 20 litros, que já é um produto reconhecido no mercado e será distribuída por um serviço rápido e eficiente, agregando valor ao produto. Preço 49 O preço que vai ser praticado pela Goulart Distribuidora, vai ser de acordo com o praticado no mercado, o que, de acordo com o pesquisado é cobrado uma média de R$ 6,50 (Seis reais e cinquenta centavos) pela água, e R$ 13,00 (Treze reais) pelo galão no varejo, já no atacado, em quantidades maiores que 20 (vinte) unidades terão o preço de R$ 4,60 (Quatro reais e sessenta centavos) pela água, e R$ 11,00 (onze reais) pelo galão. Praça O público alvo da Goulart distribuidora serão empresas e pessoas físicas, no caso de empresas elas poderão retirar o produto diretamente no depósito da empresa, o que é facilitado pela localização, fazer o pedido pelo televendas, que terá um serviço eficiente e seguro com um prazo estipulado para entrega ou para um dos vendedores externos, os quais vão agendar visitas periódicas e agendadas para agilizar e otimizar o serviço das entregas. Propaganda e Promoção Como ações para promover a Goulart Distribuidora, serão feitos folders que serão distribuídos em condomínios, nos sinais, propagandas nas rádios locais, além da visita frequente e regular dos vendedores aos pequenos distribuidores para fazer os pedidos, fazendo com que a marca seja fixada. Também será criado um web site, com o objetivo de se fazer pedidos on-line, e também será possível ter informações sobre a empresa e o produto. Como propaganda e promoção a empresa distribuirá junto as entregas imã de geladeira com o telefone da tele entrega e também cartão de fidelidade, com o intuito de fidelizar os clientes. Projeção de vendas Levando em conta a capacidade de vendas, e também a meta estipulada de aumento de 25% ao ano nas vendas, nos dois anos seguintes a fundação da empresa, a ilustração abaixo mostra a projeção desejada, onde A/A= Vendas de água (somente líquido) no Atacado, A/V= vendas de água (somente o líquido) no Varejo, G/V venda de Galões (Líquido + Galão) no Varejo, e G/A venda de Galões (Líquido + Galão) no Atacado. 50 Ilustração 17: Projeção de vendas/mês Vendas/Mês 2013 Vendas/Mês 2014 A/A 4.000 x 4,60 R$ 18.400,00 A/A 5.000 x 4,76 R$ 23.800,00 Vendas /Mês 2015 A/A 6.250 x 4,93R$ x 6,97R$ x 20,18R$ 30.791,25 A/V 1.000 x 6,50 R$ 6.500,00 A/V 1.250 x 6,73 R$ 8.409,38 A/V 1.562 10.880,19 G/V 600 x 19,50 R$ 11.700,00 G/V 750 x 20,18R$ 15.135,00 G/V 937 18.908,25 G/A 400 x 15,60 R$ 6.240,00 G/A 500 x 16.15 R$ 8.075,00 G/A 625x 16.72 R$ 10.447,03 Total R$ Total R$ 55.419,38 Total R$ 71.026,73 42.840,00 Fonte: Dados da Pesquisa 4 Plano Operacional As operações básicas da empresa se darão através de ligações telefônicas feitas por clientes para empresa, por pedidos solicitados por vendedores externos, pelas vendas feitas na própria empresa quando os próprios clientes forem retirar a mercadoria, ou ainda pelos pedidos feitos através do site na web. Em todos os casos, no momento da venda é feito um pedido, o qual irá gerar a nota fiscal, para ser carregado no caminhão, nas motos, ou no veículo do cliente. No caso de entregas feitas pela empresa, irá se fazer um relatório a parte para a contagem dos garrafões vazios que voltaram das entregas. A empresa irá utilizar-se de um programa que auxiliará na gestão de todo o processo gerencial tais como; · Caixa; · Contas a Pagar; · Contas a Receber; · Informações de compra e venda; · Relatórios de clientes · Pedidos; · Notas Fiscais. 51 Através da análise de todos os itens acima, será feito o controle através de indicadores de produtividade (tempo de entrega, numero de entregas por dia, número de garrafões por entrega) e controle da qualidade ( reclamações, trocas) e dados financeiros, auxiliando na gestão da qualidade dos serviços. 4.1 Infraestrutura A Goulart Distribuidora contará na sua infraestrutura com um galpão de 450 m² onde será utilizada uma parte para a recepção, escritório, sala de reuniões, depósito e garagem dos veículos. Nas ilustrações a seguir será apresentado o Layout da empresa e fotos do galpão que será utilizado para a instalação da mesma. Ilustração18: LAYOUT Goulart Distribuidora Fonte: O autor, 2012. 52 Ilustração19: Foto fachada do galpão. Fonte: O autor, 2012. Ilustração 20: Interior galpão Fonte: O autor, 2012. 53 A empresa contará também com uma frota de um caminhão para transporte de até 3000 kg, duas caminhonetes de pequeno porte para transporte de até 1800 kg, e ainda duas motos de 125cc para entregas rápidas. 5 PLANO FINANCEIRO 5.1 – Investimentos Os investimentos que serão feitos na Goulart Distribuidora serão advindos de recursos levantados com familiares do empreendedor que farão o investimento inicial, e vão ser utilizados no sentido de adquirir todos os equipamentos, móveis, utensílios, caixa, o primeiro estoque e os veículos que farão parte da frota da empresa. Na ilustração abaixo, está relacionado o que será adquirido e também o custo das despesas pré-operacionais. 54 Ilustração 21: Investimentos Goulart Distribuidora INVESTIMENTOS INICIAIS GOULART DISTRIBUIDORA DESPESAS PRÉ- OPERACIONAIS Máquinas e Equipamentos Item Quant. R$ Unit. R$ Total Computadores 2 R$ 1500,00 R$ 3.000,00 Impressora/Scanner 2 R$ R$ 500,00 Telefone sem Fio / Fax 1 R$ 250,00 450,00 R$ 450,00 R$ 3.950,00 Móveis e Utensílios Item Quant. R$ Unit. R$ Total Balcão de atendimento 1 R$ 1.350,00 R$ 1.350,00 Mesas de escritório 3 R$ 300,00 R$ 900,00 Cadeira Executiva 2 R$ 80,00 R$ 160,00 Armário 2 R$ 300,00 R$ 600,00 Mesas/ cadeiras 1 R$ 820,00 R$ 820,00 Divisórias 1 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 Refrigerador 1 R$ 700,00 R$ 700,00 Cafeteira 1 R$ 50,00 R$ 50,00 R$ 5.580,00 CAPITAL DE GIRO Item Quant. R$ Unit. R$ Total Caixa R$ 11.000,00 Estoque ( 7.000 Galões) R$ 77.000,00 Água, Luz e Telefone R$ 500,00 Marketing & Publicidade R$ 1000,00 Material de Escritório R$ 150,00 Contador R$ 250,00 Salário de Colaboradores 4 R$ 1.100 R$ 4.400,00 Pró-labore 1 R$ 2.500 R$ 2.500,00 Frota (Caminhão, Caminhonetes e Motos) Outras Despesas ( Combustíveis e outros) R$ 156.100,00 R$ 1.666,67 R$ 254.466,67 Total dos Investimentos Iniciais Fonte: Dados da Pesquisa R$ 263.996,67 55 5.2 Despesas e Receitas Nesse item, serão inumeradas as projeções de faturamento dos 3 primeiros anos de atividade da empresa, levando em conta o aumento anual das vendas em 25%, o custo com compras de galões ( com um reajuste anual de 3,5% que acontece no setor), os custos fixos e as devidas variações estimadas levando em conta os índices atuais de IGP-M (ano de 2011 5,1%), os reajustes salariais de 4% a.a., os encargos sociais que ficam com uma estimativa de 30% do total dos salários pagos, e os impostos calculados através da forma tributação da empresa (Simples) o qual tributa 5,25% das receitas até o valor de R$ 600.000,00 por ano, e 6,75% das receitas acima desse valor. Marketing e Publicidade também estão sendo estimados, e seus custos levarão em conta o aumento de investimentos nessa área de 25% a.a. Despesas como água, luz, telefone, combustíveis entre outras despesas também tem uma estimativa de reajuste anual que constam na ilustração a seguir: 56 Ilustração 22: Projeção de receitas e despesas. 2013 2014 2015 RECEBIMENTOS R$ 665.032,56 R$ 852.320,76 R$ 665.032,56 R$ 852.320.76 6.000 G/M R$ (282.000,00) 7.500 G/M R$(333.787,56) 9.374 G/M R$(399.614,04) R$ (26.989,20) R$ (44.889,70) R$ (57.531,65) R$ (52.800,00) R$ (54.912,00) R$ (57.108,48) R$ (15.840,00) R$ (16.473,60) R$ (17.132,54) R$ (6.000,00) R$ (6.180,00) R$ (6.396,30) R$ (3.000,00) R$ (3.120,00) R$ (3.244,80) R$ (12.000,00) R$ (15.000,00) R$ (18.750,00) R$ (30.000,00) R$ (32.100,00) R$ (34.347,00) Combustíveis e R$ (20.000,00) R$ (20.500,00) R$ (21.012,50) R$(510.495,26) R$ (558.029,44) Receitas (Vendas 6.000 GALÕES/MÊS, R$ 514.080,00 aumento 25% a.a.) Faturamento R$ 514.080,00 PAGAMENTOS Compras à vista (GALÕES/MÊS, reajuste 3,5% a.a.) Impostos ( 5,25% faturamento até R$ 600.000,00 e 6,75% acima de R$ 600.000,00) CUSTOS FIXOS Salários (Reajuste 4% a.a.) Encargos sociais (30% dos salários) Água/Luz/Telefone (Reajuste 3,5% a.a.) Contador ( Reajuste 4% a.a) Marketing e Publicidade ( Aumento de investimento em 25% a.a.) Pró Labore ( Reajuste 7% a.a.) Outras Despesas( outros) Reajuste 2,5% a.a. Custo Total Fonte: Dados da Pesquisa R$ (448.629,20) 57 5.3 - D.R.E – Demonstrativo do Resultado do Exercício O Demonstrativo do Resultado de Exercício da Goulart Distribuidora levando em conta o ano da abertura e os 2 anos subsequentes está relatado na ilustração a seguir: Ilustração 23: D.R.E DEMONSTRATIVO RESULTADO DO EXERCÍCIO Discriminação Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 TOTAL RECEITA BRUTA R$ 514.080,00 R$ 665.032,56 R$ 852.320,76 Impostos (Simples) R$ (26.989,20) R$ (44.889,70) R$ (57.531,65) Produtos (Galões) R$ (282.000,00) R$(333.787,56) R$(399.614,04) Salários R$ (52.800,00) R$ (54.912,00) R$ (57.108,48) Encargos Sociais R$ (15.840,00) R$ (16.473,60) R$ (17.132,54) Água/Luz/Telefone R$ (6.000,00) R$ (6.180,00) R$ (6.396,30) Contador R$ (3.000,00) R$ (3.120,00) R$ (3.244,80) Marketing e Publicidade R$ (12.000,00) R$ (15.000,00) R$ (18.750,00) Pró-Labore R$ (30.000,00) R$ (32.100,00) R$ (34.347,00) Outras Despesas ( Combustíveis e R$ (20.000,00) R$ (20.500,00) R$ (21.012,50) R$(510.495,26) R$(558.029,44) outros) TOTAL DOS CUSTOS FIXOS E R$ (448.629,20) VARIÁVEIS RESULTADO OPERACIONAL R$ 65.450,80 R$ 154.537,30 R$ 294.291,32 RESULTADO LÍQUIDO R$ 65.450,80 R$ 154.537,30 R$ 294.291,32 Fonte: Dados da Pesquisa 58 5.4 Indicadores Econômico-Financeiros Utilizando os dados conseguidos através das projeções realizadas, irá se fazer o cálculo dos indicadores econômicos que revelarão a viabilidade da implantação do plano de negócios proposto, mostrado na ilustração a seguir: Ilustração 24: Indicadores econômico-financeiros INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS PARA O PERÍODO DE 3 ANOS 2013 2014 2015 65.450,80 154.537,30 294.291,32 (198.545,87) (44.008,57) 250.282,75 232.346,09 260.424,30 294.595,60 LUCRO LÍQUIDO 12,73% 23,23% 34,53% RENT. S/INVESTIMENTO 24,79% 58,54% 111,47% INVESTIMENTO CAPITAL DE GIRO (252.996,67) (11.000,00) LUCRO LÍQUIDO FC. DESC. ACUMULADO (263.996,67) PAYBACK DESCONTADO PONTO DE EQUILÍBRIO VPL* 2,7 ANOS R$ 242,820,12 TIR 17% *Para calculo do VPL a taxa de poupança de 0,6% a.m. Fonte: Dados da Pesquisa 5.5 Análise dos Resultados Coletados Analisando os resultados coletados, através das projeções realizadas, se nota que o referido plano é viável uma vez que o Payback se dá no prazo de 2,7 anos, o que é um prazo relativamente curto, tendo em vista o valor do investimento inicial de aproximadamente R$ 264.000,00. A TIR (Taxa Interna de Retorno) também reforça a viabilidade mostrando um resultado bem maior que o custo do capital, e finalmente o VPL indica um valor positivo, o que indica que o valor presente dos fluxos é maior que o investimento inicial. 59 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a execução deste trabalho, mostrou a grande utilidade da ferramenta plano de negócio para os futuros empresários, fazer o estudo dos dados do setor, realizar projeções e analisar possíveis resultados ajudará o empreendedor na tomada de suas decisões em relação à implementação do negócio pretendido. A revisão da literatura permitiu ao autor a absorção da teoria de vários autores considerados essenciais para a elaboração de um plano de negócio, teorias sobre administração, empreendedorismo, sobre micro e pequenas empresas, varejo, estratégia competitiva, o próprio caso de uma ação empreendedora no ramo de água mineral auxiliaram na elaboração do plano de negócio. O mercado e água mineral têm muito a crescer, o que vai obrigar novos empreendedores a procurar sempre soluções inovadoras para oferecer o produto e os serviços, com qualidade e preços competitivos. A elaboração deste Plano de Negócio foi muito importante para o autor se situar no mercado onde pretende atuar, com visitas a empresa que irá fornecer o produto, contato com empreendedor do ramo e pesquisas sobre o mercado forneceram ao autor informações para a implantação do plano. Todas as projeções financeiras, os estudos sobre qualidade, fatores competitivos, deram ao autor indispensáveis informações, diminuindo os riscos para a viabilização do projeto, confirmando que existe a possibilidade de implantação de uma distribuidora de água mineral na cidade de São José, que poderá ser implantado já no ano de 2013. A realização desse trabalho contribuiu muito para a formação acadêmica do autor, fazendo com que fizesse a aplicação na prática dos conhecimentos e técnicas desenvolvidas ao longo do curso de Administração de Empresas e servindo como um instrumento para conclusão do curso. 60 REFERÊNCIAS AMBONI, Nério . Base estratégica corporativa. Revista Brasileira de Administração, Brasília, ano XII, nº 37, junho de 2002. ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de; AMBONI, Nério. Teoria Geral da Administração: Das Origens às perspectivas contemporâneas. São Paulo. M. Books do Brasil, 2007. BARON, Robert A; SHANE, Scott A. Tradução de All Tasks. Empreendedorismo: Uma visão do processo. São Paulo: Thomson Learnig, 2007. BEVARAGE MARKETING CORPORATION. <http://www.beveragemarketing.com> Acesso em: 3 ago. 2012 BETHLEM, A. de S. Estratégica empresarial: conceitos, processo e administração estratégica. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2004. BERNARDI, Luiz Antonio. 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