PTR-5003 Fundamentos de Informações Espaciais © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 1/26 CONCEITO DE GEODÉSIA Geodésia: ciência que estuda a forma e as dimensões da Terra, a posição de pontos sobre sua superfície e a modelagem do campo de gravidade. Divisão: Geodésia Geométrica, Geodésia Física e Geodésia Espacial. © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 2/26 FORMA DA TERRA A Terra Esférica • • • Pitágoras de Samos (571-497 a.C) e Tales de Mileto (630 -545 a.C.) defendiam a esfericidade da Terra e que a mesma girava em torno do Sol (heliocentrismo). Aristóteles (384-322 a.C.) apresentou três argumentos para a esfericidade da Terra: variação no aspecto do céu estrelado com a latitude; sombra circular da Terra nos eclípses da Lua; tendência das partículas a se dirigirem para um ponto central do universo, quando competem entre si adquirindo a forma esférica. © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 3/26 FORMA DA TERRA A Terra Esférica Erastótenes (276-197 a.C) realizou a primeira determinação do raio da Terra igual a 39.556,96 estádias = 6.210 km, com erro inferior a 2%. R © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 4/26 FORMA DA TERRA A Terra como Elipsóide Sir Isaac Newton (1642-1727) considerou a forma da Terra como uma figura geométrica gerada pela rotação de uma elipse em torno do eixo menor, chamada elipsóide de revolução. Definido por: b a •semi-eixo maior a •semi-eixo menor b •achatamento: α = (a − b ) •excentricidade: e = © Copyright LTG 2004 a b a LTG/PTR/EPUSP 5/26 FORMA DA TERRA A Terra como Geóide G Gauss (1777 - 1855) caracterizou a superfície geoidal como uma superfície equipotencial do campo de gravidade que coincide com o nível médio não perturbado dos mares. • Geóide: materializado através dos marégrafos. • Superficie levemente irregular devido à nãohomogeneidade de distribuição de massa. • Em todos os pontos da superfície geoidal, o potencial de gravidade é o mesmo. Figura do GFZ © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 6/26 CAMPO GRAVITACIONAL Um objeto em repouso sobre a superfície da Terra está sujeito a duas forças: atração (ou gravitacional) e centrífuga. A resultante é a força de gravidade. Campo gravitacional é o conjunto . de pontos do espaço sujeito a essas forças. G Como a Terra não tem distribuição de massa homogênea, as superfícies equipotenciais não são paralelas. O Geóide de Gauss é apenas uma das infinitas superfícies de nível (conjunto de pontos com mesmo potencial) do campo de gravidade da Terra. © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 7/26 ELIPSÓIDE Sendo a superfície geoidal irregular, não é possível criar um modelo matemático de coordenadas georreferenciadas. ELIPSÓIDE 1 ELIPSÓIDE 3 G No entanto, é possível adotar o modelo de Newton para descrever a superfície da Terra. Ou seja, uma superfície elipsoidal que melhor se adapte ao geóide. O elipsóide é uma superfície de fácil modelagem matemática, adequada para estabelecer um sistema de coordenadas. A esfera é uma aproximação válida do elipsóide para levantamentos topográficos. Cada região do globo definia o elipsóide que melhor se adaptasse ao geóide local. ELIPSÓIDE 2 No momento, procura-se o elipsóide que melhor se ajuste ao geóide globalmente. © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 8/26 SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA SUPERFÍCIES DE REFERÊNCA Superfície física: limitante do relevo topográfico. Superfície geoidal: limitante do geóide. Superfície elipsoidal: limitante do elipsóide de referência. IRP Superfície Física Geóide IRM Elipsóide O © Copyright LTG 2004 IRM – Meridiano Internacional de Referência IRP – Polo Internacional de Referência LTG/PTR/EPUSP 9/26 IRM e IRP O Sistema de Referência Terrestre do IERS (International Earth Rotation Service) é conhecido pela sigla ITRS (IERS Terrestrial Reference System) e definido conforme critérios estabelecidos pelo IERS. Trata-se de um sistema geocêntrico. A partir de técnicas mais modernas de observação, o BIH ajustou a posição do polo em 1984 e a partir daí manteve estável sobre a sigla IRP (IERS Reference Pole). Ainda em consistência com o Sistema BIH 1984 o eixo OX¹ do ITRS é orientado segundo o IRM (IERS Reference Meridian). O eixo OX² a 90º de OX¹ completa o sistema dextrógiro. © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 10/26 VERTICAL e NORMAL VERTICAL reta que passa por um ponto do espaço e é perpendicular ao geóide. É a direção fornecida pelo fio de prumo. NORMAL reta que passa por um ponto do espaço e é perpendicular ao elipsóide. © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 11/26 VERTICAL, NORMAL e SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA Vertical, normal e superfícies de referência normal Superfície Física vertical Superfície Geoidal h H © Copyright LTG 2004 Superfície Elipsoidal N LTG/PTR/EPUSP 12/26 VERTICAL, NORMAL e SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA i: desvio angular entre a normal e a vertical. i normal Superfície Física vertical Superfície Geoidal P Superfície Elipsoidal Q © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 13/26 LATITUDE e LONGITUDE GEODÉSICA e ASTRONÔMICA LATITUDE GEODÉSICA OU ELIPSÓIDICA LONGITUDE GEODÉSICA OU ELIPSÓIDICA ângulo diedro formado pelo plano IRM e pelo plano do meridiano geodésico local - λG. LATITUDE ASTRONÔMICA ângulo que a normal forma com sua projeção sobre o plano do equador - φG. ângulo que a vertical forma com sua projeção sobre o plano do equador. LONGITUDE ASTRONÔMICA ângulo diedro formado pelo plano do meridiano astronômico de Greenwich e pelo plano do meridiano astronômico local. © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 14/26 ALTITUDE ORTOMÉTRICA e ALTURA GEOIDAL ALTITUDE ORTOMÉTRICA (H) ALTURA GEOIDAL (N) distância entre a superfície geoidal e a superfície física medida sobre a vertical. distância entre a superfície elipsoidal e a geoidal medida sobre a normal. ALTURA GEOMÉTRICA (h) distância entre a superfície elipsoidal e o ponto espacial P, considerado, sobre a normal. © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 15/26 COORDENADAS GEODÉSICAS P: Ponto referenciado na superfície da Terra P’: Projeção vertical de P no elipsóide P H P’ h λG © Copyright LTG 2004 φG LTG/PTR/EPUSP 16/26 SISTEMA DE REFERÊNCIA TERRESTRE Sistema de referência terrestre cartesiano Origem: centro de massa da Terra O eixo X é orientado na direção do IRM O eixo Z é orientado na direção do IRP O eixo Y a 90o de OX completando um sistema dextrógiro (orientado pela “regra da mão direita” ) 3 x3 Z IRP IRM 1 O CG x1 SISTEMA DEXTRÓGIRO Y X © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 2 x2 17/26 Datum Geodésico Horizontal – DGH SISTEMA GEODÉSICO Ao adotar um elipsóide que se ajuste ao geóide de uma região, define-se um Datum Geodésico. Datum Geodésico Horizontal (DGH) adota: Elipsóide de referência: fixação e orientação no espaço. Ponto origem: atribui coordenadas geodésicas, altura geoidal e um azimute de partida. Sistema Geodésico definido: define-se o sistema geodésico através da escolha do DGH. Sistema Geodésico materializado: sua materialização são os marcos de referência e suas coordenadas. © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 18/26 SISTEMA GEODÉSICO BRASILEIRO No Brasil, o Datum utilizado para levantamentos topográficos até 1979 era o de Córrego Alegre, cujo elipsóide de referência era o de Hayford. A partir daquele ano foi usado o Datum Chuá, cujo elipsóide é o de referência 67. Até 1979 Origem: Córrego Alegre Elipsóide: Hayford (internacional) a(semi-eixo maior) = 6.378.388 m 2 e = 0,00672267 Após 1979 Origem: Chuá Elipsóide: UGGI 1967. a = 6 378 160 m 2 e = 0,0066946053 © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 19/26 SISTEMA GEODÉSICO DE REFERÊNCIA Nova conceituação de Sistema Geodésico de Referência Atualmente os sistemas geodésicos de referência são constituídos por redes de referência. São pontos materializados no terreno cujas coordenadas são determinadas através de técnicas espaciais. A redes podem ser: • globais (IGS); • continentais (SIRGAS); • nacionais (RBMC); • regionais (Rede GPS do estado de São Paulo). © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 20/26 Rede IGS © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 21/26 © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 22/26 Rede RBMC © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 23/26 Rede SP © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 24/26 © Copyright LTG 2004 LTG/PTR/EPUSP 25/26 Pontos de Referência Pontos materializados no terreno para referência Marco Estável de centragem forçada, típico de uma rede nacional (exemplo: pontos alinhados junto à Raia Olímpica da USP) © Copyright LTG 2004 Marco típico de uma rede local (exemplo: pontos espalhados pelo campus da capital da USP, pelo PTR-LTG para trabalho prático de topografia) LTG/PTR/EPUSP 26/26