Em Terras de Trás-os-Montes Nesta proposta em terras de Trás-os-Montes pode conhecer o Solar das Arcas em Macedo de Cavaleiros, a Casa de Vilarinho de S. Romão em Sabrosa, a Casa Agrícola da Levada em Vila Real e a Quinta da Mata em Chaves. Resumo: Locais a visitar: Vila Real Sabrosa Chaves Macedo de Cavaleiro Onde dormir: Solar das Arcas – Macedo de Cavaleiro Quinta da Mata – Chaves Casa de Vilarinho de S. Romão – Sabrosa Casa Agrícola da Levada – Vila Real Vila Real Vila Real é a capital da província de Trás-os-Montes e uma cidade com vários séculos de história. Segundo se julga, terá sido habitada no Paleolítico. Depois, por ela passaram os celtiberos, os romanos, os bárbaros e os muçulmanos, sendo da época dos romanos o Santuário rupestre de Panóias. A região, pouco povoada, foi alvo de uma política de povoamento no século XII. No século XIII, D. Dinis fundou a "Pobra" de Vila Real de Panóias, que deu origem à cidade de hoje. Uma cidade onde se cruzam igrejas e conventos de várias épocas e estilos. Por ali passou o famoso arquitecto Nicolau Nasoni, deixando a sua obra visível na fachada da Igreja dos Clérigos e no solar que é um dos mais belos exemplos de arquitectura barroca em Portugal - a Casa de Mateus. Além deste solar, podem-se encontrar muitos outros nesta cidade que já chegou a ser conhecida como "A Corte de Trás-os-Montes". Depois de descobrir as potencialidades de uma cidade que é capital de uma das mais importantes províncias vinícolas do país, não é preciso andar muito em torno de Vila Real para descobrir a simplicidade de uma pequena aldeia chamada Vilarinho da Samardã, onde Camilo Castelo Branco passou os primeiros e únicos felizes anos da sua vida. Depois, uma visita a Bisalhães e Vilar de Nantes remete-nos para a simplicidade do barro preto e das mãos que lhe sabem dar diferentes formas. São já as mulheres de Agarez que aplicam as suas capacidades no trabalho manual do linho. Monumentos Casa de Mateus Está situada a cerca de 5 km de Vila Real. Não se sabe ao certo quando começou a ser construída, mas sabe-se que em 1760 estavam concluídos os alicerces e as paredes. Esta casa, pertença dos Condes de Vila Real, é considerada um dos mais belos solares de Trás-os-Montes e até mesmo do país, e, segundo alguns, o seu projecto arquitectónico deve-se ao famoso Nicolau Nasoni. Foi mandada erigir por António José Botelho Mourão, avô do Morgado de Mateus D. José Maria de Sousa Botelho e Vasconcelos (embaixador em Paris). Recheada de belo mobiliário, com os tectos e as sanefas feitos em castanho trabalhado, a Casa de Mateus é, desde 1971, uma fundação privada dirigida pela família, que ali organiza cursos de música, o prémio literário D. Dinis, exposições de artes plásticas, concertos, congressos e seminários. Integrado no solar surge uma biblioteca e museu notáveis e a capela, cuja construção foi concluída em 1750 e, na face frontal sobressai um bonito espelho de água com uma escultura no meio, provavelmente a perspectiva mais conhecida da Casa de Mateus. Aqui é produzido o "Mateus Rosé". Igreja da Misericórdia Foi fundada em 1532 por D. Pedro de Castro, tendo sofrido várias transformações. Foi um centro de fé aristocrático e, segundo alguns, uma sinagoga judaica. Nela está sepultado José Custódio, considerado pelo povo como o "santo soldado". Foi inocentemente fuzilado em 1813. Desde então, o povo passou a venerá-lo como santo, valendo-se das suas graças. Esta igreja é espaçosa e robusta. Tem nas suas paredes sete quadros a óleo. Igreja de São Dinis Foi fundada em 1532 por D. Pedro de Castro, tendo sofrido várias transformações. Foi um centro de fé aristocrático e, segundo alguns, uma sinagoga judaica. Nela está sepultado José Custódio, considerado pelo povo como o "santo soldado". Foi inocentemente fuzilado em 1813. Desde então, o povo passou a venerá-lo como santo, valendo-se das suas graças. Esta igreja é espaçosa e robusta. Tem nas suas paredes sete quadros a óleo. Igreja dos Clérigos ou Capela Nova Sé É vulgarmente conhecida como a obra de Nicolau Nasoni. Começou a ser construída em 1639 e depressa se tornou um grande centro de oração. A riqueza em alfaias e o dinamismo religioso que possuía valeram-lhe a designação de "Sé de Vila Real" e "Monte de Ouro". Possui uma bonita fachada barroca, com três figuras a encimá-la (São Pedro ao centro e um anjo de cada lado), e um belo retábulo Renascença. Sé ou Igreja de São Domingos Foi construída no século XV, como elemento do Convento de São Domingos. Porém, a sua construção primitiva foi alterada no século XVII. É uma igreja gótica de três naves que terminam numa capela absidal. Nas paredes laterais existem túmulos com inscrições já muito desgastadas e no adro, existe um cruzeiro de granito datado de 1594. Só em 1922 esta igreja foi instituída Sé Catedral. Hoje, é considerada Monumento Nacional. Paisagens Naturais Parque Arqueológico do Vale do Côa O Vale do rio Côa constitui um local único no mundo por apresentar manifestações artísticas de ar livre inseríveis em diversos momentos da Pré-História e da História, nomeadamente o maior conjunto de figurações paleolíticas de ar livre até hoje conhecidas. Em consequência do reconhecimento do interesse patrimonial e cultural de todo este conjunto de achados, foi decidido, em Novembro de 1995, criar na região o Parque Arqueológico do Vale do Côa. A classificação dos núcleos de gravuras rupestres como Património Mundial, pela Unesco, em Dezembro de 1998, foi o culminar de um processo que marcaria indelevelmente em Portugal o estatuto da Arte Rupestre, da arqueologia e do património cultural. Parque Natural do Alvão Situado entre Vila Real e Mondim de Basto, o Parque Natural do Alvão exibe a espectacularidade de uma paisagem onde a água escorre por entre verdadeiros santuários de granito, formando impressionantes quedas de água e piscinas naturais, ou por entre aldeias que o tempo ainda pouco alterou. É o caso da pequena aldeia de Arnal, erigida sobre uma "catedral" de granito onde as casas típicas ainda se mantêm íntegras; é o caso de Lamas de Olo, onde o xisto dialoga com o granito e o rio Olo se espraia num vale verde; é o caso de Dornelas que, apesar de algumas violações arquitectónicas, ainda mantém casas de pedra com telhados de colmo, e é o caso de Ermelo, onde as casas de xisto ainda são cobertas com lousa. Área: 7 220 ha Concelhos abrangidos: Vila Real e Mondim de Basto Criação: 8 de Junho de 1983 Sede: Rua Alves Torgo, 22, 3¼ Dto., Vila Real. Tel. (259) 73869/24138 Acessos: Mondim de Basto (EN 304), Lamas de Olo (por Vila Real) Percursos aconselhados: Ermelo, Fisgas de Ermelo, Lamas de Olo Especificidades: Fisgas de Ermelo - uma das mais, senão a mais imponente das quedas de água portuguesas Fauna: Águia-de-asa-redonda, Falcão, Chapins, Estrelinha-de-cabeça-listada, Rato-docampo, Coelho, Raposa, Lobo, Lontra, Truta, Barbo e répteis Flora: Vidoeiro, Carvalho-roble, Carvalho-negral, Azevinho, Loureiro e Castanheiro Sabrosa A Região onde se implanta o Concelho de Sabrosa mostra sinais evidentes de ter sido habitada desde tempos remotos. Há vestígios que datam do Neolítico, como sejam os numerosos monumentos funerários, antas ou dólmenes, de tipo mamoa. A cultura Castreja (Idade do Ferro) está representada por alguns Castros, povoações fortificadas no cume dos montes, defendidas por fossos e linhas de muralha. Destes Castros, é justo salientar o da Sancha, próximo da sede do Concelho, que posteriormente sofreu um processo de romanização, documentado pela descoberta de moedas e outro espólio inegavelmente romano. Da época da Romanização, subsistem ainda alguns restos de estradas em vários pontos do Concelho. Finalmente, da Idade Média, restam muitas sepulturas paleocristãs escavadas na Rocha, em diversos lugares. A maioria das povoações hoje integradas no Concelho remonta também à Idade Média, sendo mesmo algumas delas anteriores à fundação da nacionalidade, como por exemplo Provesende. Os primeiros séculos de existência dessas povoações, contudo, estão praticamente indocumentados, para além de algum foral dado pelos reis povoadores do início da dinastia Afonsina. Mas no século XV é já possível rastrear na região uma classe nobre, de apreciáveis privilégios e valimento. Foi no seio duma destas famílias que nasceu naquele século o grande navegador Fernão de Magalhães, a quem se devem os planos e execução parcial da primeira viagem de circum - navegação do planeta. A existência e poderio dessa classe nobre são ainda hoje recordados por inúmeros solares e casas brasonadas, espalhadas um pouco por todo o Concelho. Esta nobreza reforçou o seu poder e a sua influência no século XVIII ( de que datam a maioria dos solares referidos), em virtude da prosperidade económica dessa época, baseada na produção do vinho e estimulada pela criação da Companhia da Agricultura dos Vinhos do Alto Douro, e a primeira região demarcada do Mundo, em 1756, pelo Marquês de Pombal. Pois nas terras de Sabrosa nasceu um dos mais conceituados vinhos mundiais, o vinho do Porto. Em 2001 as paisagens do Alto Douro Vinhateiro, que inclui a parte sul do concelho de Sabrosa, foram elevadas pela UNESCO a património mundial da humanidade. Sabrosa foi elevada a freguesia em 1826.O Concelho foi criado por Decreto de 06 de Novembro de 1836, tendo sido concedido em 12 de Maio de 1837 o Brasão d' Armas. Monumentos Igreja Matriz de Sabrosa Uma igreja primitiva, pequena e muito antiga. Foi demolida no século XVII, tendo sido retomada a sua construção em duas fases. Uma por um bom templo, a Capela-mor, século XVIII que pertencia ao vínculo do famoso navegador Fernão de Magalhães, e outra de uma só nave com arquitectura característica do século XVIII. Igreja Matriz de Provesende Templo de uma só nave que demorou 40 anos para estar concluída, com inicio em 1720 ou 1721. Foi mandada fazer pelo Arcebispo, o Cardeal D'Alpendrinha, cujos emblemas, com as armas reais, rematam o cimo do arco da tribuna. Foi edificada no local da velha matriz, que era mais pequena, e tinha a cada um dos lados do arco grande, sua capela em vez do simples altar, agora, possui 4 altares, mais o altar-mor, toda de um feito tipicamente barroco, decorada em talha, e um antigo órgão de tubos. Igreja Matriz de Gouvinhas Construída em 1447, séc. XV Igreja Matriz de S. Lourenço de Riba Pinhão datada de 1723, com os seus altares em talha Capela de N. Sra. da Azinheira Na Freguesia de S. Martinho de Anta, a capela de N. Srª. da Azinheira possui um precioso retábulo, pintado, com tecto do séc. XVIII. Templo de Provesende Diz-se que em remotos tempos esta humilde ermida, fora a igreja matriz, de vários povos situados a grandes distâncias desta. Castro do Criveiro Vulgarmente conhecido por CASTELO DOS MOUROS, está situado na extremidade oriental da Serra do Criveiro, a 2 km da Vila. É um povoado fortificado, adoçado a vertente oriental da Serra do Criveiro e sobranceiro ao rio Pinhão, cuja sequência de ocupação se inicia na Idade do Ferro terminando na Época Medieval. A sua defesa é proporcionada por três ordens de muralhas, construídas com pedras faceadas. Um duplo fosso exterior às muralhas, reforça, a oeste e a norte, a defesa das zonas mais vulneráveis da estação. O reduto cimeiro evidencia várias estruturas: um torreão, 5 casas, rampas de acesso e portas. Castro de São Domingos Provesende Dizem que outrora, houve um mouro de nome Zaide, o rei Zaide, irmão de Jahia rei de Toledo, ao qual pertencera o castelo de São Domingos, governando uma área não demarcada. No cume do picoto de S. Domingos ainda restam ruínas do castelo, do qual se diz que os mouros saiam por galerias subterrâneas, uma das quais ia sair à fonte de Santa Marinha, outra ao sitio do Corvo. O facto de na fortaleza ou castelo não se encontrarem vestígios de habitações, nem de haver água, faz supor que servia apenas de refúgio em caso de aperto, e não de residência permanente, habitando então no Vale Verde. Chaves São numerosos os vestígios aqui presentes, legados por civilizações pré-históricas que levam a admitir mesmo a existência de povoamentos no longínquo período Paleolítico. É considerado deste período um instrumento de pedra encontrado na encosta da serra do Brunheiro. Porém, são abundantes os achados procedentes do Neolítico, do Calcolítico de Mairos, Pastoria, S.Lourenço,etc e das civilizações protohistóricas, nomeadamente nos múltiplos Castros situados no alto dos montes que envolvem toda a região do Alto Tâmega. Foram as legiões romanas, que há dois milénios, dominaram esses homens, que até aí tinham vivido, como deuses, alcandorados no cimo das montanhas e se instalaram de mopdo especial no vale, fertilíssimo do Tâmega. Fixaram-se onde hoje é a cidade e distribuíram pequenas fortificações pelas alturas circundantes, aproveitando, para tais guardas-avançadas, alguns dos castros conquistados. Edificaram, presumivelmente, a primeira muralha que envolveu o aglomerado populacional; construíram a imponente ponte de Trajano, sobre a via Bracara-Asturica; tiraram proveito das águas quentes mínero-medicinais, implantando balneários termais; exploraram filões auríferos e outros recursos do solo e subsolo. Tanta importância adquiriu este núcleo urbano, nessa época, que foi elevado à categoria de Município, quando no ano 79 dominava Vespasiano, primeiro César da Família Flavia. Será esta a origem de Aquae Flaviae, designação antiga da actual cidade de Chaves. Situar-se-ia o imponente núcleo monumental e centro cívico da cidade no cerro envolvente da área hoje ocupada pela Igreja Matriz. O seu actual recorte lembra ainda o traçado de um acampamento romano, com o Forum, o Capitólio e a Decumana que seria a rua Direita. De facto, neste perímetro foram encontrados os mais relevantes vestígios arqueológicos a testemunhá-lo, expostos no Museu da Região Flaviense, sendo mesmo de evidenciar uma lápide alusiva a um combate de gladiadores. A florescência da dominação romana verificou-se até ao início do século III, apagando-se gradualmente com a invasão dos povos denominados vulgarmente por Bárbaros. As invasões dos Suevos, Visigodos e Alanos, provenientes do leste europeu, puseram termo à colonização romana. As guerras entre Remismundo e Frumário que disputavam o direito ao trono, tiveram como consequência uma quase total destruição da cidade, a vitória de Frumário e a prisão do Idácio, notável Bispo de Chaves O período de dominação bárbara durou até que os mouros, povos do Norte de África, invadiram a região e venceram Rodrigo, o último monarca visigodo, no início do século VIII. Com a invasão dos árabes, também o islamismo invadiu o espaço ocupado pelo cristianismo o que determinou uma azeda querela religiosa e provocou a fuga das populações residentes para as montanhas noroestinas com as inevitáveis destruições. As escaramuças entre mouros e cristãos duraram até ao século XI. A cidade começou por ser reconquistada aos mouros no século IX, por D. Afonso, rei de Leão que a reconstruiu parcialmente. Porém, logo depois, no primeiro quartel do século X, voltou a cair no poder dos mouros, até que no século XI, D. Afonso III, rei de Leão, a resgatou, mandou reconstruir, povoar e cercar de muralhas. Foi, provavelmente, por volta de 1160 que Chaves foi integrada no país que já era então Portugal, com a relevante intervenção dos lendários Ruy e Garcia Lopes tão intimamente ligados à história desta terra. Pela sua situação fronteiriça, Chaves era vulnerável ao ataque dos invasores. D. Dinis, como medida de protecção, mandou levantar o Castelo e a fortificação muralhada que ainda hoje dominam o burgo citadino e a sua periferia, num grande raio A Cidade foi cenário de diversos episódios bélicos no século XIX, nela se tendo celebrado, a 20 de Setembro de 1837, a designada Convenção de Chaves, após o combate de Ruivães, pondo termo à revolta cartista de 1837, conhecida pela revolta dos marechais. Em Chaves travou-se a 8 de Julho de 1912, o combate entre as forças realistas de Paiva Couceiro e as do governo republicano, chefiadas pelo coronel Ribeiro de Carvalho, de que resultou o fim da 1ª incursão monárquica. A 12 de Março de 1929 Chaves foi elevada à categoria de cidade. Monumentos Castelo de Chaves A história deste Castelo funde-se e confunde-se com a história de Chaves. No local que agora ocupa, deve ter havido um castro. Comprovadamente houve uma edificação romana, como o demonstram as pedras almofadadas encontradas nos seus alicerces. O que quer que fosse, foi arrasado, como o resto da povoação, nas invasões bárbaras. Da Idade Média, época do Castelo de Chaves, as populações da região, se deslocaram para os locais mais povoados, num outeiro sobranceiro ao vale do rio Tâmega, concentrando-se nele para assim, poderem muralhar-se e proteger-se. Era esta a situação aquando da Reconquista. Nos anos de guerra, que aqui foram muitos, as muralhas da vila de Chaves foram sendo construídas e destruídas, e de novo reconstruídas. São referidas em particular as obras de construção promovidas por Afonso III, o Magno, rei de Leão, bem como mais tarde, já as do nosso rei D. Sancho I. Neste contexto, é provável que por vários períodos a vila entrasse em declínio e ficasse mesmo abandonada de todo. Talvez por isso, ao vir à região, em l 253, D. Afonso III foi a Santo Estêvão de Chaves e não a Chaves. E daí que tenha impulsionado a reconstrução desta última, a qual se processava em 1258 e 1259, como referem as Inquirições. Em 1258 foi outorgado o primeiro foral a Chaves, elevando-a à categoria de vila e consagrando-a como um núcleo populacional e económico importante no norte do país. Este foral foi determinante na decisão de reconstruir o castelo e a torre de menagem, que assim ficaram marcados claramente pelo estilo dionisíaco. De referir ainda o papel da fortaleza nas guerras da Restauração e nas Invasões Francesas, ocasião em que foi reconstruída boa parte da muralha. Para além dos danos provocados pelas vicissitudes históricas e militares, as muralhas de Chaves sucumbiram também perante o crescimento da cidade, sendo absorvidas pela construção de casas de habitação e outras, como é ainda hoje visível nas zonas das Portas do Anjo ou da Rua do Sol. Talvez por isso, quando os flavienses se referem ao castelo, estão a falar somente na torre de menagem e no seu recinto, que subsiste em razoável estado de conservação. Todavia, esta zona é monumento nacional, desde 22 de Março de 1938. É uma torre airosa e bonita, da altura de um edifício moderno de oito a nove andares. Nas paredes, lisas e quase sem decoração, há algumas seteiras, em geral bastante estreitas. Há também, na fachada voltada para leste, varandas, em madeira. O topo da torre está rodeado por merlões e ameias. Nos cantos, tem pequenos balcões, semicirculares, suportados por matacães. Desde 1978, que no seu interior está instalado, um Museu Militar. Nos seus quatro pisos estão expostas armas uniformes, plantas militares, bandeiras e outros troféus, recolhidos desde a Idade Média até à actualidade. Vale a pena visitar a Torre de Menagem pela vista panorâmica que se pode ver de toda a cidade de Chaves, sua Veiga e arredores, quando chegados ao cimo da Torre. Forte São Francisco Nos confrontos da guerra da independência, os estrategas militares facilmente compreenderam que a importante posição fronteiriça de Chaves exigia o reforço das suas defesas. Compreenderam que tinham que fortificar e guarnecer as colinas próximas da vila, de modo a evitar que nas mesmas se baseassem peças de artilharia inimiga. A primeira a ser visada foi a colina da Pedisqueira, onde existia um convento franciscano. Foi então decidido construir em volta deste um forte, de acordo com as modernas concepções de engenharia militar. A respectiva construção começou em 1640 e veio a concluir-se em 1662. Além do forte, foram ainda construídas muralhas de ligação entre este e as antigas muralhas medievais, sendo estas reforçadas e, nalguns casos, reconstruídas. Nalgumas zonas foram reconstruídos baluartes. Assim se incluíram no interior da cintura de muralhas vários bairros já construídos fora da cintura medieval. Foi ainda feita a ligação à ponte romana sobre o rio Tâmega, fortificando-se a respectiva entrada, na margem contrária. Museus Museu de Chaves A região de Chaves é o resultado da continuidade de um percurso milenar de ocupação humana. Como palco da história, inúmeros vestígios nos foram legados. Para perpetuar essa memória, imperioso se torna a existência de um Museu. Foi sentida essa necessidade há muitas décadas por homens que nutriram pelas questões culturais uma verdadeira paixão. É que num manancial de vestígios históricos, o Museu assume o seu natural papel de foco irradiador de várias actividades relativas à conservação e exposição do património da região, afirma e atesta a identidade cultural local e recria os valores da memória colectiva da comunidade flaviense. O imóvel onde está instalado o Museu da Região Flaviense insere-se num complexo monumental dos mais emblemáticos que compõem o centro histórico da cidade de Chaves. Denominado Paços do Duque de Bragança, honrando a memória de D. Afonso, filho legítimo de D. João I, que casou com Dª Brites, filha do Condestável D. Nuno Alvares Pereira, escolheu, após o matrimónio, a então Vila de Chaves para fixar residência. O conde mandou construir bem perto do castelo o seu palácio, cuja construção terá começado em 1410 e concluída em 1446. Não terá sido uma residência digna de um nobre, mas antes um pequeno albergue, embora dessa primitiva construção não se conheça planta ou desenho, sabendo-se que os condes aí se sentiam bem pois nesta terra nasceram os seus três filhos. Mais certezas temos relativamente à história mais recente do edifício. Sabe-se que em 1739 o Governador das Armas da Província de Trás-osMontes, General Francisco da Veiga Cabral, mandou construir o edifício cuja fachada se volta para a actual Praça de Camões. O objectivo da sua construção parece Ter sido o de aí instalar o quartel da Guarda Principal e a Prisão Militar. É nestas funções militares que o edifício, resultado da conjugação de diferentes edificações de diferentes datas, com acrescentos e transformações, suplantando possivelmente os restos do antigo paço ducal, vai atingir o porte monumental, com um largo portão encimado por trabalhosas e artísticas armas reais em pedra. Já possuiu mais um piso quando aí funcionaram as casernas de um regimento de infantaria, considerado depois inútil e inestético. É o seguinte o Roteiro da Exposição do Museu da Região Flaviense: Metalurgia pré-romana Estátuas-Estela da Idade do Bronze Pré-história recente Da Pré-história recente à Proto-história Padrão dos Povos Aquae Flaviae, Cidade e Território Epigrafia Votiva, Honorífica e Funerária Marcos Milirios e de Divisão Territorial O fim do domínio Romano segundo Idácio Macedo de Cavaleiros No nordeste transmontano, Macedo de Cavaleiros é terra de solares situada num vale fértil, junto à Serra de Bornes, muito procurada para a prática de desportos radicais, como por exemplo o parapente. • No séc. XVIII, uma das principais actividades da região era a criação de bicho-da-seda, de que são testemunhos as ruínas do Real Filatório de Chacim, que se prevê serem reaproveitadas no âmbito da "Rota Europeia da Seda", da qual Macedo de Monumentos Igreja de Vinhas Templo antiquíssimo, da invocação de S. Vicente, reedificado no século XVIII. Bela e harmoniosa fachada, a culminar no campanário, de rara elegância, com duas janelas, tudo em granito, ricamente ornamentado. A capela-mor, única na região, é hexagonal. Referindo-se a este templo, escreveu o Abade de Miragaia: "é elegante, de custosa e não vulgar arquitectura, com capela-mor em forma de rotunda e o corpo da Igreja em estilo gótico, reconstrução dos fins do último século". Interiormente, na parte superior do lado direito da nave, tem um sumptuoso oratório de talha doirada, com imagens de madeira policromada de boa escola e bem conservadas. Igreja de Vale Benfeito Da invocação de Santa Maria. Construída no século XVII, no local onde se encontrava uma antiquíssima capela, provavelmente românica. Tem uma só nave. O tecto da capela-mor, em caixotões doirados, contém painéis, a óleo, alusivos à vida de Cristo. O arco triunfal é também revestido de caixotões, com painéis representando Doutores da Igreja. Os altares, tanto o altar-mor, como os laterais, são em boa talha doirada. A pia baptismal, vinda da capela demolida, é de granito escuro, de feição românica, com inscrições ilegíveis. Sobre o pórtico em granito, a data da reconstrução. Lamalonga e Vilarinho de Agrochão Templo do século XVIII, consagrado a Santo Antão. Fachada em granito, com a torre sineira ao lado, de construção posterior à da igreja. Capela-mor de notável riqueza, com trono opulento e dois altares laterais de boa talha doirada. Tecto da nave apainelada, com cinquenta e quatro quadros pintados a óleo. Pelourinho de Pinhovelo Todo de granito aparelhado. Consta de pedestal assente sobre escadório de dois degraus; fuste oitavado, ornado por besantes em série, alternando com ornatos em ponta de diamante, capitel quadrangular, tendo inscrita na frente a data 1776, época provável em que foi reconstruído, paralelepípedo assente sobre o capitel, tendo na frente o escudo nacional com a orla dos castelos, encimando tudo uma pirâmide cónica coroada por uma esfera, tudo de granito, como fica dito, alcançando quatro metros a sua altura. Igreja de Malta Consagrada ao Santo Cristo. Edificada no lugar onde se encontrava uma velhíssima construção românica dos séculos XI - XII, da qual restam vestígios, entre os quais uma porta ornamentada por estrelas de quatro raios do tipo da matriz românica de Espinhosela e uma carranca. Ao lado do alpendre que cobre a entrada principal da Igreja vê-se um "caixão de pedra", que, segundo o Tombo dos bens da Comenda de Algoso, de 1684. "servia de depósito dos cadáveres dos comendadores que ali faleciam" e tem gravadas, no granito, de um lado a Cruz de Malta e do outro uma serpente. Junto do pórtico encontrava-se a lápida votiva romana ao Deus Aerno, hoje guardada no museu de Bragança. No altar do Divino Senhor, em talha e azulejos, a imagem ali venerada há séculos Real Filatório de Chacim O Real Filatório de Chacim, é um edifício construído no século XVIII para o fabrico de seda, a que está associado o respectivo aproveitamento hidráulico, a casa dos casulos e o Bairro Operário. Museus Museu Rural de Salselas O Museu de Salselas é etnográfico na sua essência. A aldeia é um núcleo básico de ruralismo, o contexto natural duma cultura etnográfica local e a célula essencial da civilização rural. Os traços principais da exposição permanente deste museu apresentam, sumariamente, os dois, maiores aspectos do núcleo humano de qualquer aldeia transmontana; o Universo do Homem e a Sociedade. O primeiro é representado pelos objectos que este homem camponês foi criado, para melhor se integrar no seu universo envolvente, num determinado tempo e espaço e outros mostram práticas do pedido de protecção ao sobrenatural. O outro aspecto desta comunidade rural é também outro universo, representando neste museu por outro conjunto de objectos que traduzem os seus hábitos de relações sociais: familiares e comunitários; e a arte que tem nascido duma intuição popular. Finalmente, aqui se representam também objectos que nos indicam a transição do Mundo Rural para a Civilização Industrial, onde se enquadra o modelo aldeão salsense. Para mais Informações contacte: CENTER - Central Nacional de Turismo no Espaço Rural Praça da República - 4990 Ponte de Lima - PORTUGAL PHONE: (+351) 258 931750 / (+351) 258 741672 FAX: (+351) 258 931320 / (+351) 258 741444 EMAIL: [email protected] URL: www.center.pt