LIGAÇÃO À REDE NACIONAL DE TRANSPORTE DE ELETRICIDADE, A 400 kV, DO APROVEITAMENTO HIDROELÉTRICO DE FOZ TUA ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL ADITAMENTO ELEMENTO 4 CAPÍTULO 11 – CONCLUSÕES, DO VOLUME II - RELATÓRIO DO EIA, REVISTO Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Aditamento (Elemento 4). Março 2014 11. CONCLUSÕES O Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua, que integra o Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico e que foi concessionado à EDP - Gestão da Produção de Energia, S.A. após ter obtido uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada, requer uma ligação, através de uma linha aérea de alta tensão a 400 kV, à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade – RNT(E). As linhas aéreas de transporte de eletricidade de tensão a 400 kV, estão sujeitas a procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), de acordo com o Decreto-Lei n.º 151-B/2013, de 31 de outubro, que aprova o regime jurídico da AIA (RJAIA). Assim, o proponente deve submeter à Autoridade de AIA um Estudo de Impacte Ambiental, que será analisado por uma Comissão de Avaliação, nomeada para o efeito pela Autoridade de AIA, e submetido a uma consulta pública. Posteriormente, a Autoridade de AIA ou o membro do Governo da área do ambiente emite uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) que, sendo favorável ou favorável condicionada, permite o licenciamento ambiental do projeto. O ponto de receção na RNT(E) definido pela entidade legalmente competente, a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), é na subestação (SE) de Armamar, na margem esquerda do rio Douro. Estando a central do AHFT situada na margem direita do Douro, qualquer linha entre estes dois pontos atravessa o rio Douro, num traçado em que é difícil evitar a área do Alto Douro Vinhateiro (ADV), bem que foi inscrito em 2001 na lista do Património Mundial da UNESCO, na categoria de Paisagem Cultural, e da correspondente zona especial de proteção (ZEP). O EIA deste projeto foca-se, assim, em duas questões principais que se interligam: - A necessidade de consideração de alternativas, incluindo alternativas de ponto de ligação à RNT(E); - A avaliação de impactes no Alto Douro Vinhateiro, ou seja, nos atributos que conferem a este bem Valor Universal Excecional. Antecedendo a elaboração do EIA foi submetida uma Proposta de Definição do Âmbito do EIA (PDA), com o objetivo de definir o quadro de alternativas, os impactes significativos a considerar e as metodologias a adotar na elaboração do EIA. A PDA foi submetida a uma consulta pública e objeto de uma deliberação favorável por parte da Comissão de Avaliação nomeada pela Autoridade de AIA, contendo diversas recomendações. O presente EIA analisou as alternativas decorrentes da deliberação da PDA e consideradas tecnicamente viáveis pela DGEG, para ligação à RNT(E), a 400 kV, por linha aérea, que consideram dois pontos de ligação distintos: a SE de Armamar e um novo Posto de Corte, com abertura da linha Armamar-Lagoaça de 400 kV existente. Partiu-se de quatro soluções, três das quais (Soluções 1, 2 e 4) tendo a SE Armamar como ponto de ligação, e a outra (Solução 3) o referido Posto de Corte, que teria de ser construído na zona de Torre de Moncorvo, o que configura uma ligação indireta à SE de Armamar. De relevar que nas três soluções que ligam diretamente a central do AHFT à SE de Armamar, são propostas travessias no rio Douro (e ADV) que se inscrevem em corredores já utilizados por linhas aéreas de alta tensão, seja na Solução 1, mais curta (pelo corredor de 60 kV), seja nas alternativas que procuram o corredor existente sobre a barragem da Régua ou o da barragem da Valeira. Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Aditamento (Elemento 4). Março 2014 1 Contabilizando duas alternativas para a travessia do Tua por parte das Soluções 2 e 3 e a opção da Solução 2 poder conjugar-se com linhas existentes a 220 kV na zona da Valeira (com a sua posterior desmontagem), resultou um quadro de oito soluções alternativas: Soluções 1, 2SI, 2SM, 2NI, 2NM, 3S, 3N e 4. O projeto e o EIA desenvolveram-se em fase de Estudo Prévio, o que possibilita a consideração de alternativas e facilita posteriores otimizações, na fase de Projeto de Execução para a alternativa selecionada, já para a definição do traçado. A PDA propôs a análise de um conjunto limitado de impactes, que veio a ser alargado em consequência dos resultados da fase de definição do âmbito. Por um lado, verificou-se no âmbito da elaboração do EIA que parte desses impactes não é relevante ou que não é diferenciador das alternativas em análise. Por outro, os impactes analisados não devem ter um peso equivalente na seleção das alternativas. Apesar da subjetividade que este tipo de exercício sempre encerra, atribuíram-se coeficientes de ponderação aos vários impactes, baseados no seu significado (ou importância). Com base no exposto no capítulo 6, indicam-se no Quadro 11.1 os impactes considerados nesta análise, agrupados por ordem de importância. Quadro 11.1 – Impactes considerados na análise de alternativas Importância dos impactes Coeficiente de ponderação de cada impacte Impactes Colisão de aves e morcegos Afetação de figuras legais de ordenamento do território e condicionamento futuro do ordenamento do território Afetação de usos do solo Impactes significativos 7,41 % Afetação de atividades económicas Afetação da qualidade de vida das populações Afetação da estrutura biofísica e Intrusão visual Destruição ou afetação de elementos patrimoniais Afetação de atributos que conferem VUE ao ADV Afetação de valores geológicos Alteração da topografia local Riscos geológicos Destruição do solo Aumento dos níveis de ruído Impactes pouco significativos 3,70 % Destruição ou afetação da vegetação Destruição ou afetação de habitats Destruição ou afetação da fauna Efeito de exclusão na fauna Afetação da conectividade ecológica Criação de emprego 2 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Aditamento (Elemento 4). Março 2014 Numa escala de 1 a 10, em que 10 representa a solução mais favorável e 1 a menos favorável, as soluções foram pontuadas por comparação obtendo-se os resultados ilustrados na Figura 11.1. Relembre-se que as pontuações apresentadas para cada solução resultam por sua vez da avaliação de cada impacte individualmente que foram posteriormente ponderados de acordo com o quadro acima. Figura 11.1 – Classificação ambiental ponderada das soluções estudadas (Escala de 1 a 10: 10 – mais favorável, 1 – menos favorável) Pode concluir-se que há um conjunto de soluções mais favoráveis (1, 3S e 2SM), verificando-se, de forma clara, que as alternativas com travessia do Tua mais a montante (2NI, 2NM e 3N) são piores do que as alternativas com travessia mais próximo da barragem (2SI, 2SM e 3S). É também claro que, nas alternativas da Solução 2 (2SI, 2SM, 2NI e 2SM), a opção de linha mista 400/220 kV (2SM, 2NM), desmontando a linha existente a 220 kV, é preferível à solução de linha independente a 400 kV (2SI, 2NI). Complementarmente, o proponente considerou pertinente complementar a avaliação ambiental de comparação de alternativas com uma análise, baseada no custo de execução de cada alternativa (capítulo 3, Quadro 3.8.1) e nos resultados apresentados anteriormente (capítulo 8, Quadro 8.13.1), conforme descrito no capítulo 8.13.2, concluindo que a Solução 1 é a mais favorável, seguida das Soluções 3S, 2SM e 2SI. O EIA definiu um conjunto de medidas destinadas a prevenir, minimizar e compensar os impactes negativos, potenciar os impactes positivos e, ainda, medidas de valorização que podem ser consideradas como um legado duradouro do projeto para as comunidades em que se localiza. A análise efetuada no EIA também permite retirar as seguintes conclusões: - Nenhuma das soluções alternativas analisadas tem impactes ambientais que a inviabilizem; - Nenhuma das soluções alternativas tem efeitos negativos muito significativos nos atributos que conferem Valor Excecional Universal ao Alto Douro Vinhateiro; - Nenhuma das soluções alternativas afeta a integridade ou a autenticidade do Alto Douro Vinhateiro. Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Aditamento (Elemento 4). Março 2014 3 Decorrendo a AIA em fase de Estudo Prévio, a fase subsequente de elaboração do Projeto de Execução obrigará à verificação da conformidade ambiental do Projeto de Execução com a DIA e será acompanhada por um documento, designado como RECAPE – Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução, que será submetido a aprovação da Autoridade de AIA e a consulta pública. O RECAPE procederá à análise de um conjunto de impactes que, pela necessidade de pormenorização que só o Projeto de Execução proporcionará, não poderia ser aprofundada na fase do EIA. Do mesmo modo, alguns dos impactes agora estudados serão aprofundados no RECAPE. O RECAPE pormenorizará ainda as medidas preventivas, de minimização e compensatórias, as medidas de valorização e os programas de monitorização identificados no EIA, ou que se venham a revelar justificados em fase de RECAPE. 4 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Aditamento (Elemento 4). Março 2014