Conheça o Mestre “Queres Mesmo Ser Curado?” (João 5:1–16) Em João 5 Jesus fez uma pergunta estranha. Ele caminhou até um doente e perguntou-lhe: “Queres ser curado?” (v. 6). O versículo 5 relata que o homem era doente há trinta e oito anos – e Jesus perguntou-lhe se ele realmente queria ficar bom! À primeira vista, essas palavras se comparam com certas perguntas feitas hoje. Por exemplo: um homem se aproxima de um acidente de automóvel. Ele caminha até o veículo que está completamente destruído. Dentro há um indivíduo em terrível estado, com cortes sangrando na cabeça, e os membros contorcidos em posição contrária à natureza. Então, o homem pergunta: “Tudo bem?” Ou: uma mulher vai a um quarto de hospital. Seu amigo está todo enfaixado da cabeça aos pés, o rosto transfigurado de dor. Inúmeros tubos e fios saem do seu corpo conectados a máquinas que enchem o quarto. A mulher, então, pergunta: “Está doendo?” Para tornar as ilustrações mais pessoais: suponha que esteja se sentindo mal e alguém chega e lhe diz: “Você gostaria de sentir-se melhor?” Ou suponha que alguém menciona uma pessoa com quem você teve uma desavença e pergunta: “Você gostaria de se dar bem com o Fulano?” Ou, que tal se o seu casamento ou lar não está como deveria estar e alguém lhe diz: “Você gostaria que o seu casamento estivesse melhor, e o seu lar, mais feliz?” Ou você está sendo corroído pela culpa, e alguém lhe chega dizendo: “Você gostaria de se sentir aliviado dessa culpa?” Sua reação inicial provavelmente seria: “Que pergunta estranha! É claro que eu quero me sentir melhor (ou me dar bem com alguém, ou ter um casamento e lar melhor, ou ficar livre da culpa). Estranho você perguntar isso! Todos nós queremos essas coisas!... Ou, será que queremos? Reserve essa pergunta no fundo da sua memória, enquanto estudamos João 5:1–16. Jesus havia começado seu ministério na Galiléia. Uma vertente desse ministério era a cura dos doentes. Quando Jesus ensinava e curava as pessoas, duas coisas aconteciam: 1) as multidões começavam a aumentar e 2) a oposição começava a aumentar. Nesta lição, estudaremos um caso de cura e a oposição que isso levantou. À medida que prosseguirmos na história, vamos explorar a estranha pergunta que Jesus fez: “Queres [mesmo] ser curado?” JESUS CUROU UM HOMEM NUM TANQUE Vejamos primeiro a cura do homem no tanque de Betesda. Gostaria de expor que esta, na verdade, foi uma cura tripla. A Cura do Corpo (João 5:1–6) O capítulo 5 começa assim: “Passadas estas coisas, havia uma festa dos judeus, e Jesus subiu para Jerusalém” (v. 1). Já que houve “uma festa”, 1 em vez de “a festa”,1 deve tratar-se de uma das festas judaicas menores, das quais os judeus não eram obrigados a participar. Diferentemente de algumas pessoas dos nossos dias, que só vão aos cultos “quando são obrigadas”, Jesus gostava de ir adorar!2 “Ora, existe ali, junto à Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, o qual tem cinco pavilhões” (v. 2). A palavra “porta” foi acrescentada pelos tradutores, pois o texto original traz “junto à coisa das ovelhas”3 Talvez “a coisa das ovelhas” seja a “Porta das Ovelhas” pela qual eram conduzidas as ovelhas para sacrifício. O tanque mencionado ainda existe hoje. “Betesda” possivelmente significa “casa de misericórdia”. “Os cinco pavilhões”4 eram áreas cobertas às margens do tanque. A cena que se segue é de partir o coração: “Nestes [pavilhões], jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos” (v. 3). O mau cheiro devia ser insuportável; as circunstâncias, deprimentes. Os olhares, sons, e cheiros deviam embrulhar os estômagos delicados. A esta altura, as seguintes palavras são acrescentadas entre colchetes: [esperando que se movesse a água. Porquanto um anjo descia em certo tempo, agitando-a; e o primeiro que entrava no tanque, uma vez agitada a água, sarava de qualquer doença que tivesse] (v. 4) Esta explicação não consta do manuscrito original, mas trata-se de um comentário feito por um antigo escriba que assim interpretou o texto.5 O trecho descreve uma superstição antiga que fazia as pessoas se dirigirem àquele ponto (veja v. 7). O tanque identificado como Betesda era alimentado por nascentes subterrâneas. Periodicamente a água borbulhava. Tudo indica que o povo atribuía esse movimento da água a um anjo. “Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos” (v. 5). Podemos presumir com certeza que este homem estivera doente durante a maior parte de sua vida, senão toda a sua vida. Como veremos no versículo 7, ele estava inválido; não conseguia entrar na água sozinho. Ele estava 2 fraco demais, deformado demais ou paralisado demais. É este o cenário do versículo 6: “Jesus, vendoo deitado, e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?” Jesus fora ao tanque onde os enfermos estavam reunidos com um propósito. Obviamente ele não estava no alto de um mirante da cidade. Sem sombra de dúvida, a compaixão O movera até lá. Quando se achegou ao tanque, viu o homem que estivera doente há trinta e oito anos deitado ali. Por que Jesus decidiu curar esse homem? De todos os que rodeavam o tanque, Jesus, aparentemente, curou somente esse. Será que foi porque esse era um caso do qual ninguém levantaria dúvidas? Será que foi porque não havia esperança para o caso desse homem, e Jesus era a esperança dos desesperados, a ajuda dos desamparados? Ou porque o homem não tinha amigos (v. 7) 6 e Jesus era o amigo dos que não têm amigos? (Talvez Jesus fosse como uma criança a quem se pediu que escolhesse um filhote de cachorro. A criança vê o menorzinho sendo empurrado para trás pelos outros filhotes, maiores e mais fortes, e acaba pegando esse menor.) Não importa o motivo de Jesus, Ele olhou para o homem, sabendo que “ele estava naquela situação há muito tempo” (trinta e oito anos para ser exato), e perguntou-lhe: “Você deseja se curar?” Vamos debater um pouco essa pergunta. Por que Jesus faria uma pergunta tão estranha? Pare e pense nisto: É lastimável estar doente por trinta e oito anos, mas sob um ponto-devista, o homem passava por isso com certa facilidade. Alguém o levava todos os dias até o tanque, ele ficava lá deitado sem qualquer responsabilidade. Possivelmente recebia alguma esmola. Alguém tomava as decisões por ele; alguém fazia todo o trabalho. Ele estava resignado a esse destino; e aceitara o inevitável. O resto da sua vida, tal como era, já estava traçado. Por outro lado, o que aconteceria se ele, de repente, fosse curado? Ele teria o fardo de fazer a vida. Teria que entrar no competitivo mercado de trabalho – sem as qualificações do mercado – depois de não ter feito nada por trinta e oito anos! Ele passaria a ter responsabilidades! Teria que trabalhar, ser competitivo, tomar decisões. Teria que encarar a possibilidade de cair na miséria. Jesus estava perguntando: “Tem certeza de que você realmente quer isso? Você está pronto para isso?” Certas pessoas ficam acomodadas com a doença. É possível o doente tirar proveito da falta de saúde. Há quem goste de ser servido, de receber atenção, de desculpar-se por não fazer o que não queria mesmo fazer. Há quem use a doença para manipular e controlar os outros. A pergunta de Jesus não é tão estranha quanto parece num primeiro momento. A CURA DA MENTE (JOÃO 5:7–13) Vamos nos aprofundar na pergunta. Jesus conhecia todos os homens; Ele sabia em que estavam pensando (cf. João 2:25). Mas Ele não fez a pergunta em busca de uma reposta. Em vez disso, Ele a fez para provocar o homem a olhar para dentro si mesmo.7 Jesus não estava meramente interessado na cura do corpo; Ele também estava interessado na cura da mente. Ele queria que o homem desenvolvesse atitudes mais saudáveis. O homem tomou a pergunta de Jesus como uma reprovação. Parece que ele entendeu a pergunta assim: “Se você quer ser curado, por que ainda não foi? Quando a água se mexeu, por que não pulou nela para ser o primeiro?” “Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada: pois, quando vou, desce outro antes de mim” (v. 7).8 O tanque é fundo e não tem nenhuma parte rasa, não dá pé. Um homem impossibilitado de andar precisava de ajuda para entrar no tanque. Quando a água borbulhava, era “cada um por si”, e este homem não tinha chance. Em vez de responder “sim” ou “não” à pergunta de Jesus, o homem estava dizendo: “Não tenho culpa por ainda estar doente! Não tenho quem me ponha na água!” Quando temos problemas, nunca a culpa é nossa, não é? Freqüentemente pensamos que alguém nos lesou. Talvez, como esse homem, precisemos também de uma cirurgia psicológica. Jesus não livrou o homem daquilo facilmente. Ele queria operar uma cura múltipla: uma cura da mente, além da cura do corpo. “Então, lhe disse Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda” (v. 8). Durante trinta e oito anos ele havia sido carregado por sua cama; agora Jesus mandou que ele carregasse a cama. Espere um momento. Foi exatamente isso que o homem disse não poder fazer! Se ele pudesse andar, poderia ter entrado na água primeiro. De fato, se o homem pudesse andar, ele nem estaria ali junto ao tanque. Jesus estava mandando o homem fazer o impossível. Ele estava lhe perguntando: “Você quer ser curado o bastante para tentar andar?” Uma coisa em Jesus chamou a atenção do homem. Não é que ele soubesse quem era Jesus e tivesse fé que Ele podia curá-lo. Como vemos no versículo 13, o homem não tinha idéia de quem era Jesus. Tudo indica que o homem decidiu tentar: “Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar” (v. 9 a). Como todas as curas de Jesus, esta foi imediata, completa e (como veremos) convincente. Já sofri diversos ferimentos na minha vida, que imobilizaram partes do meu corpo por meses, e sei o efeito de não usar essas partes: perda muscular, perda da mobilidade, etc. Imagine o que trinta e oito anos de inutilização fizeram ao corpo desse homem. Quando Jesus o curou, os observadores puderam ver seu corpo ser refeito e tornar-se firme novamente! Não importa o seu problema, Jesus pode ajudá-lo, se – se você permitir, se você quiser pagar o preço. João, então, lança uma pequena nota: “E aquele dia era sábado” (v. 9b). Teria Jesus curado o homem num sábado para provocar um confronto com Seus inimigos? Talvez. Em certa 3 ocasião, Ele fez isso (Mateus 12:1–14). Seria mera coincidência Jesus ter curado no sábado? Novamente, talvez. Indiferente a essas possibilidades, João queria que soubéssemos que era sábado, porque isto explica o que veio a seguir. Pense no alvoroço que se formou ao redor do tanque, quando o homem se levantou e andou! Alguns presentes, porém, não se alegraram: os fariseus e outros líderes religiosos, os guardiões das tradições. Não questionaram o fato de ter ocorrido um milagre, mas estavam mais preocupados com uma de suas regras humanas: “Por isso, disseram os judeus ao que fora curado: Hoje é sábado, e não te é lícito carregar o leito” (v.10). Isto não é triste? Nada disseram a respeito da cura. Estavam infelizes porque um homem fora curado. Disseram: “Você quebrou uma de nossas tradições!” A palavra “sábado” significa basicamente “descanso”. Quando Deus criou o mundo, Ele descansou no sétimo dia (Gênesis 2:1–3). Mais tarde, o descanso do sétimo dia, chamado Sábado, tornou-se parte dos Dez Mandamentos (Êxodo 20:8–11). O sábado era um dia especial para os judeus. Era um dia de descanso, um dia de adoração, um tempo para refletir em Deus, um tempo para se alegrarem. Para garantir que o sábado fosse observado, Deus impôs severas punições para a violação dele. Em Números 15 um homem foi apedrejado até a morte por pegar lenha no sábado. No Livro de Neemias, severo castigo foi infligido por comercialização no sábado. As leis de Deus eram suficientemente estritas, mas os homens não quiseram preservá-las assim. Os fariseus ampliaram a lei do sábado, acrescentando vinte e três capítulos de regras! Muitas delas eram ridículas. Por exemplo, um homem não podia morder as unhas da mão, pois isso era considerado como trabalhar no sábado. Várias leis feitas por homens tinham a ver com carregar peso. Os rabis discutiam se alguém poderia usar um dente ou uma perna artificial no sábado, uma vez que se tratavam de pesos. Se uma mulher, ao consertar uma túnica do marido, acidentalmente deixasse uma agulha cravada na roupa, e o marido a vestisse, ele estaria pecando por carregar a agulha. (Entenda que 4 essas restrições não eram de Deus, mas foram impostas por homens.9) Uma dessas regras aplicava-se diretamente à situação de João 5. Podia-se carregar um homem numa cama, pois, conforme os rabinos, “a cama era incidental” – mas não se podia carregar uma cama sem um homem. Foi isto exatamente o que Jesus mandou o homem fazer: “Levanta-te, toma o teu leito [i.e., cama] e anda”. Quando os fariseus disseram: “Hoje é sábado, e não te é lícito carregar o leito” (v. 10), o homem de fato replicou dizendo: “Não é minha culpa”. (Como já dissera a Jesus: “Não tenho culpa por não poder andar”. Agora, ele disse aos fariseus: “Não tenho culpa por estar andando”.) “Ao que lhes respondeu: O mesmo que me curou me disse: Toma o teu leito e anda” (v. 11). Em outras palavras: “Se este homem teve autoridade para me curar, certamente Ele teve autoridade para me mandar carregar minha cama!” “Perguntaram-lhe eles: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito e anda? Mas o que fora curado não sabia quem era; porque Jesus se havia retirado por haver muita gente naquele lugar” (v. 12, 13). Observe o fato já mencionado antes: o homem não tinha idéia de quem era Jesus. Jesus o havia curado, e depois sumiu na multidão. Cura da Alma (João 5:14–16) Jesus não terminou a conversa com o homem: “Mais tarde, Jesus o encontrou no templo [certamente estava lá para adorar a Deus pela cura] e lhe disse: Olha, que já estás curado10; não peques mais, para que não te suceda coisa pior” (v. 14). A “pior” coisa de que Jesus falou poderia ser uma doença pior, mas provavelmente referiase ao inferno. Por pior que a vida possa se tornar, nada se compara ao fogo do inferno eterno. Muitos comentaristas pensam que as palavras de Jesus indicam que a doença do homem fora resultado de pecado na vida dele. É possível. Em João 9 Jesus esclarece que nem todas as doenças são resultado de algum pecado pessoal – como evidenciado pelo disseminado vírus HIV e a atual epidemia de AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Nem todos que se contaminaram pelo vírus pecaram, mas muitos se contaminaram por causa de pecado sexual. Também é possível que não tenha havido nenhuma ligação entre pecado na vida do homem e sua condição física. Talvez Jesus quisesse simplesmente tratar do maior problema do homem. O primeiro compromisso na agenda de Jesus sempre foi a cura da alma, não do corpo.11 (Um amigo meu12 sugere que Jesus tenha dito: “Não peques mais” porque, durante trinta e oito anos ele não pôde praticar atos censuráveis, e agora estava planejando fazer tudo o que não pôde enquanto estivera doente – incluindo o que não devia!) Qualquer que seja a intenção de Jesus ao usar essas palavras: “Não peques mais”, uma verdade é óbvia: Jesus estava mais preocupado com a situação espiritual do homem. Se o corpo do homem tinha sido curado, mas o relacionamento com Deus permanecido errado, a cura física seria de pouco valor. Jesus se preocupou com o corpo, a mente e, acima de tudo, com a alma do homem. O versículo 15 começa a finalizar a história: “O homem retirou-se e disse aos judeus que fora Jesus quem o havia curado”. Pode ser que ele estivesse fofocando a respeito de Jesus, em resposta à pergunta anteriormente feita pelos judeus: “Quem... te disse: Toma o teu leito e anda?” (v.12) Mas não acredito que ele estivesse. Observe como foi seu testemunho. Ele não disse que Jesus lhe dissera para pegar a cama e andar. Em vez disso, disse-lhes que foi Jesus "quem o havia curado” (v. 15). Agora ele cria em Jesus; de modo que testemunhou o poder e a Pessoa do seu Senhor! A alma desse homem havia sido curada, juntamente com seu corpo e mente. João encerrou a história com uma nota editorial: “E os judeus perseguiam Jesus, porque fazia estas coisas no sábado” (v. 16). JESUS PODE CURAR TODOS NÓS Esse é o fim da história da cura do paralítico no tanque, mas ainda não terminamos nosso estudo do texto. Quero que pensemos num segundo grupo presente na ocasião. A seguir, faremos uma aplicação às nossas vidas. A Pergunta para os Fariseus Você já parou para pensar que Jesus também poderia ter perguntado aos líderes judeus: “Vocês querem mesmo ser curados?” Considere o seguinte: Depois dos apóstolos de Jesus, quem provavelmente viu mais de Seus milagres e ouviu mais de Sua pregação do que os escribas e fariseus? Eles eram os críticos de Jesus e O seguiam por toda parte tentando surpreendê-lo em algum erro, tentando encontrar algo com que acusá-lO. Pouco antes do episódio que estivemos estudando, eles estavam escondidos num campo de trigo! Acusaram os discípulos de Jesus de quebrarem o sábado, porque tinham colhido espigas para comer (Mateus 12:1, 2). Estes judeus tiveram todo tipo de oportunidade para serem curados espiritualmente por Jesus. Há anos a nação judaica estava esperando pelo Messias. Eles tinham consciência das profecias a respeito do Messias: como seria Ele e o que Ele faria. Jesus cumpriu todas as profecias. Clamavam: “Queremos que o Messias venha! Queremos que Ele cure nossa nação!” Jesus poderia ter perguntado: “Vocês têm certeza de que querem ser curados?” Na última parte de João 5, temos um dos maiores discursos de Jesus, dirigido a esses líderes judeus (vv. 19–47). Neste sermão, Jesus reivindicou três coisas: 1) Ele era igual a Deus; 2) Ele fazia as obras de Deus, e 3) Ele tinha o poder de Deus. Ele deu vida espiritual (v. 21), Ele ressuscitaria dentre os mortos (vv. 28, 29), e Ele julgaria todos os homens (vv. 22, 23). Havia verdade e provas suficientes no discurso para salvar milhares. Jesus poderia ter lhes perguntado: “Vocês não querem ser curados de todas as suas doenças espirituais?” Se Ele tivesse feito isso, a provável resposta teria sido: “Sim... desde que não implique abandonar nossas tradições e preconceitos”. Em outras palavras: “Queremos – desde que não precisemos pagar o preço!” A Pergunta para Nós Estamos prontos para ouvir a pergunta dirigida a nós mesmos? Um aviso: pode doer! Pode arder como uma picada! Pode ser desconfortável! (Como meu pai costumava dizer, garanto que vai doer mais em mim do que em você!) Você está acima do peso? Quer realmente perder peso? Em outras palavras: está querendo pagar o preço de fazer dieta e exercícios? (Como 5 dói ficar sem comer aquilo que queremos, quando todos ao nosso redor estão, aparentemente, comendo o que querem!) Você se enquadra na categoria de tantos outros hoje: não tem nenhum problema físico grave, mas, ainda assim, sente-se mal? Quer se sentir melhor? Além de alimentar-se apropriadamente e praticar exercícios físicos, está querendo repensar sua vida e refazer suas prioridades, de maneira que possa descansar o corpo, a mente e a alma? Em outras palavras, está querendo pagar o preço para se sentir melhor? Existe alguém com quem você não se dá bem? Quer mesmo melhorar seu relacionamento com esse indivíduo? Está querendo pagar o preço? Está querendo diminuir seu orgulho e dizer: “Desculpe!”? Você consegue ser uma pessoa tão grande a ponto de fazer o que é certo, independentemente da outra pessoa fazer o que é certo? Você consegue aprender a ser um servo? Gostaria de ter um casamento melhor, um lar mais feliz? Nós dizemos “sim”, mas ter tudo isso geralmente envolve mudança da nossa parte... e mudança envolve dor... e não queremos suportar a dor. Está cheio de culpa? Quer realmente se livrar dessa culpa interior? Está querendo humilhar-se à vista de Deus e submeter-se total e completamente à Sua vontade? Está com o coração abatido por causa dos seus pecados e querendo mudar seu estilo de vida (a Bíblia chama isso de “arrependimento”)? Se ainda não foi batizado (imerso em água) para a remissão dos pecados (Atos 2:38), está querendo fazê-lo agora? Se você é um filho de Deus que pecou, está querendo atirar-se à misericórdia de Deus (1 João 1:9)? Se suas ações têm denegrido sua influência, quer confessá-las publicamente e começar de novo (Tiago 5:16)? Você está querendo pagar o preço? Não importa o seu problema, Jesus pode ajudálo, se – se você permitir, se você quiser pagar o preço. Observe Jesus. Tente fazer o que é certo. Quando o homem no tanque tentou, Jesus deulhe poder para levantar-se e andar. Confie em Jesus para suprir aquilo que você não pode suprir. 6 Jesus pode curar nossos corpos, mentes e almas. CONCLUSÃO Jesus sempre se preocupa mais com a alma. Ele disse ao homem: “Não peques mais, para que não te suceda coisa pior” (v. 14). Neste exato momento, Jesus quer curar as nossas almas. Ele nos chama para nos levantarmos e andarmos com Ele. Entretanto, nós podemos permanecer onde estamos. Quando Jesus disse ao homem: “Levanta-te, toma o teu leito e anda”, o homem não tinha de fazê-lo. Ele tinha uma escolha. Ele podia ter permanecido deitado ali. Ele poderia ter finalmente morrido naquele terrível estado. Igualmente, quando Jesus nos chama, temos uma escolha. Será mais confortável ficarmos em nossos leitos sem fazer nada – mas se fizermos isso, jamais seremos curados! A decisão é nossa. Que Deus nos ajude a não sermos como os fariseus. Que Ele nos ajude a deixarmos para trás nossas tradições e preconceitos. Vamos nos entregar ao Senhor. Ele vai nos curar! Você quer mesmo ser curado? Sua reação é que vai mostrar a sua resposta. ❖ NOTAS 11 Alguns manuscritos registram “a festa”. Se esta for a versão correta, “a festa” provavelmente se refere à Páscoa. 12 Alguns diriam: “Jesus gostava de ‘ir à igreja’”. 13 A ERC traz “porta das ovelhas”. 14 São chamados de “alpendres” na ERC. 15 Estas palavras – todas ou parte delas – são encontradas em muitos manuscritos antigos, mas não nos mais antigos e melhores. 16 Pelo menos, ele não tinha amigos que ficassem com ele durante o dia (v. 7). É provável que alguém o ajudasse a chegar até o tanque todos os dias. 17 Jesus também podia ter em mente a multidão – talvez até os Seus críticos – ao falar. 18 A resposta do homem indica que havia alguma superstição sobre os poderes curativos da água “agitada”. As palavras do versículo 4 são uma explicação tão boa quanto qualquer outra. 19 O Antigo Testamento diz para não carregarem carga (Jeremias 17:19–27; Neemias 13:15–19), mas Neemias 13:15 esclarece que o comércio no sábado é que estava primeiramente em questão. 10 O tempo verbal usado indica que era um estado permanente. 11 Veja o artigo “Jesus É a Resposta”, na série “Conheça o Mestre”. 12 David Denman. A VIDA COM O MESTRE “Quando conheci a Cristo, me senti como se tivesse engolido o brilho do sol.” E. Stanley Jones “Uma das especialidades de Jesus é fazer alguém surgir a partir de ninguém.” Henrietta Mears “Perguntou-se a um menino do interior que diferença Cristo fizera em sua vida. Ele respondeu: ‘Eu me sinto melhor agora quando eu estou mal, do que costumava me sentir quando estava bem’.” J. K. Gressett “Alegria não é a ausência de problemas, mas a presença de Cristo.” William Vander Hoven “A presença de Cristo coloca a dor em perspectiva.” David L.Thompson Autor: David Roper Série: Conheça o Mestre Copyright 2001, 2003 by A Verdade para Hoje TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 7