Plano de Desenvolvimento Social Plano de Desenvolvimento Social Do Concelho de Vila Viçosa Programa – “Rede Social” Vila Viçosa Março de 2004 1 Plano de Desenvolvimento Social Rede Social Plano de Desenvolvimento Social Projecto – “Rede Social” Co-Financiado pelo Fundo Social Europeu, no âmbito do III Quadro Comunitário de Apoio Coordenação do Estudo Prof. Dr. Marcos Olímpio dos Santos Dra. Maria Conceição V. Aurélio Pombeiro Dra. Cremilde de Lurdes do Polme Lopes Equipa de Apoio Técnico Dra. Elvira da Conceição Enf. Filipina Rosmaninho Sr. José Manuel Caia Prof. Licínio Lampreia Dra. Maria João Espiguinha Sra. Fátima Dias Dra. Sandra Inácio 2 Plano de Desenvolvimento Social Câmara Municipal de Vila Viçosa Março de 2004 Índice Págs. ● Resumo 6 • Agradecimentos 7 • Introdução 8 1- Metodologia ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 11 2- Diagnóstico Social ----------------------------------------------------------------------------------------------- 12 2-1- Saúde --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 12 2-1-1- Fragilidades nos Recursos Humanos e nos Acessos aos Serviços -------------------- 12 2-2- Educação ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 14 2-2-1- Insucesso e Abandono Escolar ----------------------------------------------------------------- 16 2-2-2- Oferta Educativa e Formativa ------------------------------------------------------------------ 16 2-2-3- Apoios Educativos -------------------------------------------------------------------------------- 17 2-3- Emprego ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 19 2-3-1- Qualificação dos Recursos Humanos -------------------------------------------------------- 19 2-3-2- Alternativas à Indústria do Mármore -------------------------------------------------------- 21 2-3-3- Desemprego Feminino e Jovens com Habilitações Literárias -------------------------- 21 2-4- Deficiência -------------------------------------------------------------------------------------------------- 23 2-4-1- Integração Sócio-Laboral dos Deficientes ---------------------------------------------------- 23 3 Plano de Desenvolvimento Social 26 2-4-2- A Problemática das Pessoas com Deficiência como uma Questão de Direitos Humanos ----------------------------------------------------------------------------- 2-5- Intervenção Social ---------------------------------------------------------------------------------------- 27 2-5-1-Cobertura Deficiente ao Nível de Lar e Centro de Dia ----------------------------------- 27 2-5-2- Alcoolismo/Violência Doméstica-------------------------------------------------------------- 28 2-5-3- Inexistência de Centro de Acompanhamento a Toxicodependentes------------------ 29 2-5-4- Insuficiente Cobertura de Creche -------------------------------------------------------------- 31 2-6- Ambiente --------------------------------------------------------------------------------------------------- 32 32 2-6-1- A Indústria de Extracção e Transformação do Mármore, como Principal Causadora do Efeito Negativo no Impacte Visual ----------------------------------------- 3- Plano de Desenvolvimento Social --------------------------------------------------------------------------- 33 3-1- Eixos de Intervenção ------------------------------------------------------------------------------------- 35 4- Disposições de Execução --------------------------------------------------------------------------------------- 55 5- Sistema de Informação ----------------------------------------------------------------------------------------- 56 6- Sistema de Implementação, Monitorização e Avaliação do Plano ---------------------------------- 57 7- Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 59 8- Bibliografia --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 60 9- Anexos -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 63 I – Folhas de Presenças das Reuniões Realizadas por Áreas Temáticas ----------------------------- 63 II – Potencialidades e Debilidades do Concelho por Freguesia --------------------------------------- 64 III – Quadros Síntese dos Eixos, Objectivos Gerais, Objectivos Estratégicos e Acções ---------- 70 4 Plano de Desenvolvimento Social Índice de Siglas A.P.C.C. – Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral C.A.T. – Centro de Atendimento a Toxicodependentes C.L.A.S – Conselho Local de Acção Social C.M.V.V. – Câmara Municipal de Vila Viçosa D.A.P.P. – Departamento de Avaliação Prospectiva e Planeamento EPRAL – Escola Profissional da Região Alentejo I.N.E. – Instituto Nacional de Estatística I.P.S.S. – Instituições Particulares de Solidariedade Social I.S.S.S. – Instituto de Solidariedade e Segurança Social M.U.R.P.I. – Movimento Unitário de Reformados, Pensionistas e Idosos P.D.S. – Plano de Desenvolvimento Social P.Q.P. II – Programa Quadro Prevenir II S.A.P. – Serviço de Atendimento Permanente S.C.M.V.V. – Santa Casa da Misericórdia de Vila Viçosa 5 Plano de Desenvolvimento Social S.N.R.I.P.D. – Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência. D.G.S.S.S. – Direcção-Geral de Solidariedade e Segurança Social Resumo Este trabalho surge na sequência das necessidades sentidas no decurso da implementação do Programa da Rede Social e tem como objectivos fundamentais: garantir uma maior racionalização dos recursos, potenciando a articulação entre as entidades e a promoção de planeamento estratégico. Após a elaboração do Diagnóstico Social, definiram-se prioridades, objectivos gerais e estratégicos capazes de responder às necessidades e aos problemas individuais e colectivos detectados. Numa primeira fase, elaborou-se um resumo do Diagnóstico Social assente nas problemáticas de base para a construção do plano: - Na área da saúde, fragilidades nos recursos humanos e nos acessos aos serviços; - Na área da educação, insucesso e abandono escolar, oferta educativa/ formativa e Apoios Educativos; - Na área do Emprego e Formação, Qualificação dos Recursos Humanos, Alternativas à Indústria do Mármore e o Desemprego Feminino e Jovens com Habilitações Literárias; - Na área da deficiência, integração sócio-laboral dos deficientes, e a problemática das pessoas com deficiência como uma questão de direitos humanos; - Na área da Acção Social, Cobertura deficiente ao nível de Lares e Centros de Dia, Alcoolismo e Violência Doméstica, Inexistência de um Centro de Acompanhamento para Toxicodependentes e insuficiente Cobertura de creche; - Na área do Ambiente, a Indústria de Extracção e Transformação do mármore, como principal causadora do efeito negativo no impacte visual. Numa segunda fase, procedeu-se à análise pormenorizada das debilidades/necessidades que envolviam as várias áreas. Numa terceira fase, e como metodologia de trabalho, foram realizadas várias reuniões temáticas: saúde, educação, emprego e formação, acção social e toxicodependência com o objectivo de melhorar as propostas feitas pelo grupo 6 Plano de Desenvolvimento Social de trabalho da coordenação do estudo (eixos, objectivos gerais e estratégicos, acções, indicadores, etc). Numa quarta fase, procedeu-se a uma breve apresentação das disposições de execução do plano, do sistema de informação e do sistema de implementação, monitorização e avaliação do plano. Agradecimentos A equipa de coordenação agradece a todos quantos colaboraram para a realização deste estudo, nomeadamente ao Prof. Marcos Olímpio do Departamento de Sociologia da Universidade de Évora, aos elementos da Equipa Técnica do Núcleo Executivo e a todos os responsáveis por instituições públicas, privadas e de solidariedade social, locais e regionais, que, nos diferentes momentos em que foi necessário recolher informação, se disponibilizaram. Os agradecimentos são igualmente extensíveis a todos aqueles que participaram activamente nas reuniões temáticas da Saúde, Educação, Emprego e Formação, Deficiência, Intervenção Social e Ambiente. Vila Viçosa, 30 de Março de 2004. 7 Plano de Desenvolvimento Social Introdução O Plano de Desenvolvimento Social, concebido para dirigentes e técnicos das entidades que intervém nas várias áreas, pretende proporcionar instrumentos básicos orientadores de processos de planeamento estratégico. No ponto 1, é descrita a metodologia utilizada para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Social. Foram realizadas várias reuniões temáticas com técnicos e dirigentes, onde se discutiram as propostas apresentadas pela equipa de coordenação. No ponto 2, tentou-se elaborar um resumo do Diagnóstico Social, com base nas debilidades e problemas levantados pela população, técnicos entre outros. Este resumo foi dividido pelas várias áreas (saúde, educação, emprego, deficientes, acção social e ambiente) e cada sector apresenta os problemas/necessidades. Na área da Saúde, as fragilidades dos recursos humanos e dos acessos aos serviços. Na área da Educação, insucesso e abandono escolar, a oferta formativa / educativa, os apoios educativos. No concelho de Vila Viçosa, encontra-se uma taxa de insucesso escolar de alunos do 1º ciclo de 0,8% contra 1,3% para os restantes níveis de ensino. Estes jovens que abandonam precocemente a escola encontram-se inseridos em famílias desestruturadas, cujos progenitores não valorizam o percurso escolar como um factor importante na vida dos filhos. Com a extinção do Pólo da Epral na sede do concelho, os alunos ficarão aquém de conseguir frequentar outras escolas de formação. Quanto aos apoios educativos, sente-se a necessidade de colmatar a falta de professores do ensino especializado e a falta de um gabinete permanente constituído por uma equipa multidisciplinar para acompanhamento de situações problemáticas. No Emprego e Formação Profissional, identificou-se como principal debilidade a fraca qualificação dos recursos humanos. Os baixos níveis de escolaridade traduzem-se em baixos níveis de qualificação profissional, uma vez que os indivíduos não dispõem de competências técnicas e teóricas para um caminho profissionalizante especializado. 8 Plano de Desenvolvimento Social A escassez de alternativas à indústria do mármore faz com que as pessoas não tenham outras opções profissionais. O desemprego feminino e de jovens com habilitações superiores é significativo; o contexto económico em que vivem no concelho não favorece a sua entrada no mercado de trabalho. Na Deficiência, definiram-se como problemáticas a difícil integração sócio-laboral das pessoas portadoras de deficiência como uma questão de direitos humanos. Muitas das pessoas com deficiência não têm, porque não lhes é dada, a oportunidade de integração nos quadros de pessoal das empresas/instituições. É uma questão de sensibilização, tanto da comunidade e dos agentes locais como das pessoas com deficiência. O seio da família constitui uma prioridade na tentativa de fazer com que estas pessoas portadoras de deficiência não sejam discriminadas. Na Acção Social, detectamos uma deficiente cobertura ao nível dos lares e centros de dia no concelho, casos de alcoolismo/violência doméstica, inexistência de um centro de acompanhamento para toxicodependentes e uma insuficiente cobertura de creche. Existe apenas um lar da S.C.M.V.V. para todo o concelho, cuja lista de espera é significativa. Detectados alguns casos de alcoolismo no concelho, estes carecem de programas de apoio específicos aos jovens e adultos dependentes, como forma de se minimizarem os factores de risco. Quanto ao apoio concedido aos toxicodependentes, não existe no concelho qualquer equipamento ou centro de acompanhamento; é apenas o Centro de Saúde quem administra a prescrição médica (métadona) indicada pelo CAT – Évora. No que se refere à creche, a taxa de cobertura é insuficiente face às necessidades concelhias de abranger todas as crianças que pretendem usufruir desta valência. No Ambiente, a indústria de extracção e transformação do mármore contribui para a contaminação das águas e a produção de poeiras e sólidos finos, com efeitos ao nível da fauna e flora. Num terceiro ponto, será desenvolvido o Plano de Desenvolvimento Social, onde se encontram delineados os eixos de intervenção, objectivos gerais e estratégicos, indicadores, acções, fontes de financiamento e os impactes previstos a médio e longo prazo, divididos por áreas temáticas. No quarto ponto, serão apresentadas as disposições de execução do Plano de Desenvolvimento que não contempla somente a actual estrutura existente ao nível da parceria da Rede Social, mas contempla também o alargamento a outros actores. As propostas cingem-se a uma reorganização 9 Plano de Desenvolvimento Social interna que possibilite a implementação e monitorização das diferentes acções propostas. Considera-se de extrema importância a estrutura participada da decisão e monitorização, o que permitirá posteriormente o aumento da valorização e eficiência do processo de execução. O quinto ponto destina-se ao sistema de informação, para uma possível e constante actualização do diagnóstico do concelho. Neste âmbito, foi proposta na reunião do Conselho Local de Acção Social de Vila Viçosa a realização de um sistema de informação de base concelhia que permita à equipa da Rede Social a sua actualização. Pensa-se, então, que poderá ser elaborada uma página na Internet para consulta. No sexto ponto, elaborou-se o possível sistema de implementação, monitorização e avaliação do plano. Ao nível da implementação do Plano, considera-se importante a capacidade de organização dos grupos de projecto e a disponibilização dos recursos financeiros, técnicos e humanos indispensáveis na execução das acções. Os grupos do projecto serão os responsáveis pela execução de cada projecto e devem definir os planos de acção. A monitorização do Plano refere-se ao acompanhamento de todo o processo de execução do PDS; as Avaliações (qualitativas e quantitativas) serão feitas até 2007 de forma que sejam melhorados os próximos desafios e exercícios de planeamento. Haverá, depois, um ponto de debilidades e fragilidades por freguesia que constam no final do documento (em anexo), com o propósito de fornecer informação para ser actualizada e considerada nos próximos planos de desenvolvimento social e planos de actividades. Este documento permitiu, assim, situar a relação necessidades/recursos, ou seja, determinar as fraquezas, constrangedoras, que no concelho têm vindo a manifestar-se, confrontando-as com as mais-valias que devem ser potenciadas em ordem à promoção do seu desenvolvimento social. 10 Plano de Desenvolvimento Social 1. Metodologia A equipa coordenadora do estudo procurou elaborar o Plano de Desenvolvimento Social na área de intervenção do concelho de Vila Viçosa, após os problemas levantados aquando da elaboração do Diagnóstico Social. Ao longo da elaboração do PDS, tentámos que fossem focados os problemas mais relevantes levantados pela população, instituições e associações entre outras, e que fossem propostas algumas soluções exequíveis tanto quanto possível. Em termos de organização metodológica, o PDS foi dividido nalgumas fases: a) Síntese do Diagnóstico Social, tendo como base de partida os problemas focados; b) Realização de reuniões por áreas temáticas com os representantes de instituições, associações, gerentes, etc, com vista a debater as propostas de solução apresentadas pela equipa coordenadora, actualizar a informação e estudar as possíveis estratégias de intervenção; c) Elaboração do Plano de Desenvolvimento Social concelhio, dividido em eixos de intervenção, em cada um dos quais são propostos objectivos e acções. Em suma, a equipa de estudo espera que os resultados do PDS realizado possam proporcionar uma rápida intervenção por parte das instituições, dos dirigentes e dos parceiros, através das propostas de resolução apresentadas. 11 Plano de Desenvolvimento Social 2.Diagnóstico Social 2.1. Saúde 2.1.1. Fragilidades nos Recursos Humanos e nos Acessos aos Serviços Em termos de equipamentos de saúde, Vila Viçosa dispõe de um Centro de Saúde, cuja unidade central se localiza na sede do concelho, com três extensões (Pardais, Bencatel e S. Romão). Os serviços prestados no Centro de Saúde, são o Serviço Ambulatório, Serviço de Atendimento Permanente (S.A.P.) e Internamento. Actualmente, encontram-se inscritos cerca de 8920 utentes, atendendo o Centro de Saúde em média cerca de 25000 consultas por ano. Quadro 1: Nº de Consultas/Especialidades por Extensão do Centro de Saúde (2002) Especialidades Saúde de Adultos Saúde Materna Saúde Infantil Planeamento Familiar Consultas/Extensões do Centro de Saúde Vila Viçosa Bencatel S. Romão Pardais 11662 5852 4874 1484 153 153 43 808 360 266 808 312 5 44 - Fonte: Inquérito/Centro de Saúde – 2002 Em relação ao S.A.P., o número médio de atendimentos é de 12000 utentes por ano, sendo os acidentes de trabalho em média (19/mês) um dos principais problemas, pois a carência de pessoal limita muitas vezes o atendimento a estes utentes e os acidentes não coincidem com o tempo real de atendimento do S.A.P., já que muitos deles ocorrem de manhã e no período nocturno. O Centro de Saúde desenvolve actividades de Saúde Pública e Saúde Familiar. São dadas consultas de Adultos, Saúde Infantil, Saúde Materna, Planeamento Familiar e, quinzenalmente, de psiquiatria. 12 Plano de Desenvolvimento Social Presentemente, o Internamento, situado no 1º andar, detém uma lotação de 10 camas e, com frequência, são utilizadas mais duas. A sua taxa de ocupação é de 100% e a demora média de internamento é de 243,3 dias. Os utentes são essencialmente pessoas idosas, isoladas e totalmente dependentes. Contudo, este serviço, embora com poucas camas, é o único no concelho que dá resposta a situações de grande necessidade de cuidados de saúde, sobretudo a pessoas em fase terminal e acamados que, por motivo de patologias graves, provocam índices elevados de dependência. O Serviço Ambulatório (pensos, tratamentos...) do concelho, cuja estrutura física coincide com a do S.A.P., funciona de 2ª a 6ª feira na sede, durante três períodos (das 8:00h às 13:00h, das 14:00h às 16:00h e das 19:00h às 20:00h), ao sábado (das 8:00h às 13:00h) e ao domingo (das 14:00h às 15:00h). O S.A.P. possui uma sala de observações com duas camas e funciona de 2ª a 6ª feira das 12:00h às 24:00h, sendo o período da manhã (até às 12:00h) assegurado pelos “médicos de família” ou, em alternativa, pelos médicos de serviço às consultas. Os períodos nocturnos e fins de semana ficam a descoberto, recorrendo-se ao Centro de Saúde de Estremoz ou aos hospitais Espírito Santo de Évora e Sta Luzia de Elvas. Constata-se que o número de consultas no S.A.P. tem vindo a aumentar, uma vez que os utentes não encontram resposta no serviço de consultas do Centro de Saúde. Em relação aos toxicodependentes, o Centro de Saúde de Vila Viçosa tem um protocolo de Acordo com o CAT de Évora, no qual é administrada no Centro de Saúde, pelo pessoal de enfermagem, a métadona prescrita aos toxicodependentes e enviada pelo CAT. À presente data, encontra-se um jovem em tratamento, fazendo consultas periódicas no CAT de Évora para acompanhamento e vigilância do seu estado de saúde (consultas, análises periódicas...). 13 Plano de Desenvolvimento Social 2.2. Educação 2.2.1. Insucesso e abandono Escolar As escolas do concelho de Vila Viçosa interessam-se por aqueles alunos que abandonam precocemente os estudos dentro da escolaridade obrigatória, apesar de continuarem a existir casos de abandono que, muitas vezes, constituem uma solução única para algumas situações de “desencanto” aluno/escola. Neste sentido, acentuam-se, sobretudo, as vantagens do cumprimento de escolaridade e os custos que esta situação acarreta a médio e a longo prazo, em detrimento dos meios coercivos que não resolvem o problema, visto que significam uma intervenção sobre o efeito e não sobre a causa. Os números que traduzem a existência deste fenómeno mostram que ele se verifica em todos os níveis, apresentando uma menor incidência no 1º ciclo do ensino básico, situando-se a taxa global de abandono, segundo o Agrupamento de Estabelecimentos de Educação e Ensino do Concelho de Vila Viçosa, no ano lectivo de 2002/2003, em 0,8 %. Se bem que ele se verifique em todos os níveis de escolaridade, como vimos, as suas consequências serão necessariamente tanto mais graves quanto mais precoce for o abandono, pelo que os primeiros níveis de escolaridade devem merecer uma atenção redobrada. Para os restantes níveis de escolaridade a taxa de alunos que abandonaram a escola no nosso concelho situa-se em 1,3%, número que se situa muito abaixo da média nacional, de acordo com os valores para 2000 obtidos a partir da amostra fornecida pelo DAPP (Departamento de Avaliação Prospectiva e Planeamento), pelo que podemos considerar que este fenómeno no nosso concelho não alcança uma dimensão considerável. Ainda assim, o problema do abandono é um fenómeno complexo que assume uma dimensão multicasual. Na verdade, se muitos dos casos não podem ser resolvidos apenas pela escola, é quase certo que não podem ser solucionados sem ela. Por isso, as iniciativas de intervenção merecem cada vez mais uma maior atenção, nomeadamente sobre os grupos de risco. Ao falarmos de insucesso e abandono no nosso concelho, não pode inferir-se que o segundo fenómeno tem o primeiro como causa exclusiva, uma vez que não é o único factor que faz, por vezes, que o jovem abandone precocemente a escola. 14 Plano de Desenvolvimento Social Os dados relativos ao insucesso no concelho de Vila Viçosa, relativos ao ano escolar 2002/2003, mostram o efeito da repetência, ao nível dos vários ciclos do ensino básico e do ensino secundário. Assim, a taxa de insucesso no Agrupamento de Estabelecimentos de Educação e Ensino do Concelho de Vila Viçosa alcançou os 10,86 %, sendo a sua incidência maior na população de étnia cigana e de baixos rendimentos. Tendo como referência os valores nacionais para 2000 já mencionados, podemos considerar a taxa de insucesso no nosso concelho inferior à média nacional. No entanto, estes valores provaram atrasos escolares (correlação entre a idade do aluno e o ano que frequenta) significativos logo nos primeiros anos de escolaridade, comprometendo, nalguns casos, o seu futuro escolar. Verifica-se um aumento da taxa de insucesso escolar à medida que avançamos no nível de escolaridade, alcançando o seu máximo valor no Ensino Secundário com 26%, contra 13,5% no Ensino Básico. Deve existir alguma preocupação perante estes resultados, no sentido de reduzir a taxa de alunos com insucesso, o que conduz, com frequência, ao abandono escolar. Neste sentido, importa considerar a distribuição de alunos por várias vias, e por vários cursos, com especial ênfase por uma via profissionalizante, assim como por um maior ajustamento da preparação proporcionada pela escola às exigências do mundo do trabalho. O Ensino Básico Mediatizado de S. Romão será extinto no próximo ano lectivo (2004/2005), cujas consequências ainda não se podem inferir. No entanto, existem outras consequências relacionadas com os alunos que frequentaram este ensino, que se têm vindo a observar ao longo dos anos e que são mencionadas pelos próprios professores. Uma delas é o facto de estes alunos terem alguma dificuldade de integração aquando da transição para o ensino secundário, o qual só podem leccionar na sede do Concelho. Acresce, ainda, que grande parte destes alunos não prosseguem estudos e têm uma taxa de insucesso superior à média. As taxas de abandono e insucesso escolar, cujos valores se apresentam inferiores à média nacional (ano lectivo 2002/2003), não deixam de ser motivo de preocupação do nosso concelho. Os números identificam casos de abandono em todos os níveis de ensino, como já foi citado anteriormente, e os técnicos descrevem este fenómeno como complexo e multicausal. Uma das causas principais que está na origem deste fenómeno é o insucesso escolar, o qual atinge o seu valor máximo no ensino secundário. Normalmente, os jovens que abandonam precocemente o seu percurso escolar encontram-se inseridos em famílias desestruturadas, cujos progenitores não valorizam o aspecto escolar como um factor importante na vida dos filhos, 15 Plano de Desenvolvimento Social para além de não conseguirem ter qualquer papel de autoridade perante o absentismo dos menores. Dos casos que temos conhecimento, os jovens que têm abandonado a escola são normalmente os que frequentam o 5º e 6º ano de escolaridade; situam-se na faixa etária dos 13/14 anos de idade, já passaram por várias reprovações, e para eles a instituição escola já não funciona com qualquer interesse para o seu percurso de vida. Assim, é na infância e juventude que se marcam, muitas vezes de forma inadiável, os traços de vulnerabilidade que determinarão os percursos profissionais de exclusão. Ou seja, da dificuldade na frequência escolar com consequente abandono resultam dificuldades de emprego e falta de formação profissional, o que atira indivíduos para a marginalidade e delinquência. O concelho de Vila Viçosa tem vindo a deparar-se com algumas situações de absentismo e abandono escolar, vendo-se alguns jovens permanentemente entregues a si próprios, frequentando espaços nocturnos, e originando por vezes situações de conflito e violência. Estes jovens que concretizam o abandono escolar são jovens que deveriam continuar a frequentar uma escolaridade obrigatória, mas com uma componente profissional, e uma aprendizagem mais prática. Contudo, a idade ainda não lhes permite a frequentar um curso profissional. O fraco apoio por parte das famílias, especialmente ao nível emocional, o desinteresse pela escola que se reflecte na grande percentagem de insucesso e abandono escolar, a falta de alternativas e de perspectivas para um futuro promissor, estável e seguro, levam a que muitas vezes os jovens enveredem por caminhos menos dignos (consumo de álcool e droga) para compensar essas faltas. Quanto à análise dos problemas e tendências de evolução, perspectiva-se que, se os índices de abandono e insucesso escolar se continuarem a registar, se agravarão as situações ao nível da baixa escolaridade e, consequentemente, da dificuldade de integração no mercado de trabalho. 2.2.2. Oferta Educativa e Formativa A oferta educativa e formativa do Concelho sofreu uma alteração relativamente ao ano lectivo transacto, dada a situação do posto de Ensino Básico Mediatizado de S. Romão, cuja extinção se processará da seguinte forma: no ano escolar de 2003/2004 já não funciona o 5º ano; a partir do ano lectivo 2004/2005, será a extinção total. Após a extinção total, os alunos frequentarão a Escola Básica 2 D. João IV, sede do Agrupamento de Escolas de V. Viçosa, tal como já acontece actualmente com o 5º ano. 16 Plano de Desenvolvimento Social Neste contexto, há que sublinhar também que a Formação Tecnológica e Profissional tem actualmente no nosso Concelho uma representação menos forte relativamente a anos anteriores, particularmente no que se refere à formação ministrada por Escolas Profissionais – pólo da EPRAL (Escola Profissional da Região Alentejo) de V. Viçosa. Assim, o pólo da Epral encontra-se a funcionar este ano já abaixo das suas capacidades, isto é, apenas está a ser ministrado um curso, quando em plena actividade chegaram a ser ministrados 3 cursos. Cada curso integrava em média 20 alunos, proporcionando-lhes estágios profissionalizantes com o objectivo de os integrar no mundo do trabalho. A redução do número de cursos fez com que pelo menos 20 jovens se tivessem deslocado para o pólo mais próximo que dista da sede do concelho 17 Km. No entanto, esta alternativa não compensará todos os jovens deste concelho. Esta medida fará com que muitos deles, principalmente das freguesias rurais, e essencialmente por razões económicas, percam a oportunidade de obterem uma formação específica que os defende, em termos futuros, no mundo do trabalho. A educação recorrente tem vindo a contribuir para o aumento de habilitações e para a diminuição da taxa de analfabetismo neste concelho, através da oferta de cursos de educação recorrente e extra-escolar. Porém o concurso tardio para a colocação de professores em regime de acumulação, o limite imposto para a constituição de turmas e o número reduzido de formandos, têm dificultado por vezes a sua viabilização. 2.2.3. Apoios Educativos Quanto aos apoios educativos, constata-se que o número de crianças a necessitarem deste tipo de acompanhamento é sempre bastante elevado, com tendência a aumentar, uma vez que esta questão está muitas vezes associada a problemas próprios de famílias disfuncionais/desestruturadas. As questões inerentes às crianças deste concelho situam-se essencialmente a nível cognitivo, perturbações da linguagem, fala e comportamento. Os técnicos que têm vindo a desenvolver o trabalho de campo nesta área apontam como principal debilidade a inexistência de uma equipa técnica 17 Plano de Desenvolvimento Social multidisciplinar, estável e permanente. A falta de professores de apoio especializados e a falta de formação profissional no ensino oficial, onde muitas destas crianças poderiam ser integradas, são outras das falhas apresentadas. Dado que há um número significativo de crianças com necessidade de apoio e acompanhamento, inseridas em famílias disfuncionais, é necessário a criação de um Gabinete permanente constituído por uma equipa interdisciplinar para o acompanhamento de todas as situações. 18 Plano de Desenvolvimento Social 2.3. Emprego e Formação 2.3.1. Qualificação dos Recursos Humanos A fragilidade da educação/formação da população do concelho de Vila Viçosa é significativa; os candidatos sem grau de ensino representam 13,45 %, como se pode observar no quadro abaixo. Quadro 2: Distribuição dos Candidatos por Habilitações Escolares N/sabem Ler 6,23% Sabem Ler 7,22% 4ª Classe 25,13% 6ª Classe 20,87% 9º Ano 14,18% 11º Ano 4,48% 12º Ano 16,17% Superior 5,72% Fonte: Centro de Emprego de Estremoz A maioria dos candidatos (59,45%) possui até cerca de seis anos de escolaridade, seguida dos que possuem 4 anos de escolaridade que representam 25,13% do total dos inscritos. Os baixos níveis de escolaridade traduzem-se, normalmente, em baixos níveis de qualificação profissional, dado que os indivíduos não dispõem de competências teóricas, técnicas e sociais básicas para um caminho profissionalizante especializado. A maioria dos desempregados deste concelho têm baixas habilitações literárias e idades superiores a 30 anos. Estes dois factores são muitas vezes inibidores para aqueles que querem fazer formação profissional. Os mais jovens, que têm a escolaridade obrigatória, oferecem grande resistência em frequentar os cursos que são fora da sua área de residência. Por outro lado, os cursos que são ministrados na área de residência não correspondem, por vezes, às suas expectativas. Durante alguns anos, foi possível efectuar cursos de nível II e III, 9º e 12º anos; mas, nos últimos anos, esta realidade alterou-se devido à falta de formandos. Contudo, se o Centro de Emprego considera que existe falta de iniciativa empresarial, não deixa de reconhecer que os nossos trabalhadores têm falta de qualificações profissionais. O peso diminuto do pessoal com ensino superior está em muito relacionado com o perfil da estrutura do emprego regional. O facto de não existir uma oferta de emprego significativa leva a que muitos jovens do concelho não estejam interessados em regressar à terra de origem após a finalização do curso superior. 19 Plano de Desenvolvimento Social Ao nível empresarial, o cariz familiar que caracteriza grande parte das empresas do concelho impede que haja colocação deste pessoal. Devido ao facto de os gestores destas empresas acumularem diversas funções sem necessitarem de recorrer ao ensino formal, isso leva à desvalorização por outra via. Não será de descurar uma intervenção, necessária e urgente, como já foi assinalado em Educação, na formação de adultos, já que a maioria dos trabalhadores do concelho possuem somente a 4ª classe. É necessário assumir-se a qualificação, nomeadamente a profissional, como um processo que permite ao indivíduo autonomizar-se e aperfeiçoar competências profissionais que virão a ser necessárias para a futura inserção no mercado de trabalho. A oferta formativa é significativa para o concelho e poderá ser desenvolvida de uma forma tridimensional: o saber, a formação e a inovação. Esta oferta terá como objectivos fundamentais: a capacidade de organização dos formandos; capacitação de decisores e técnicos das autarquias; ruptura com os currículos tradicionais; articulação com outras entidades (ex: IPSS) capazes de respostas inovadoras em termos de intervenção social. A população desempregada do concelho caracteriza-se, maioritariamente, pela procura de novo emprego, como podemos observar no seguinte quadro: Quadro 3: População à Procura de Emprego em Maio de 2003 Vila Viçosa Novo Emprego H M 100 186 1º Emprego H M 6 10 Total H 106 M 196 Fonte: Centro de Emprego e Formação Profissional de Estremoz A fraca formação e escolarização dão também ao subsídio de desemprego uma característica positiva, pois pode ser assumido como uma forma de obtenção de rendimentos mais estáveis do que as ocupações temporárias. Tendo em vista que para as mulheres esta situação pode compensar devido à sua dificuldade de inserção no mercado de trabalho, o mesmo não se passa com os homens que facilmente obtêm rendimentos muito superiores aos auferidos durante o tempo de concessão do subsídio de desemprego. Segundo directivas do Centro de Emprego de Estremoz, urge criar cursos de formação interna ou externa, de modo que as empresas possam combater a tendência de baixas qualificações dos nossos operários. 20 Plano de Desenvolvimento Social 2.3.2. Alternativas à Indústria do Mármore A indústria do mármore continua a ser uma saída profissional para a grande maioria dos homens do concelho de Vila Viçosa. Já as mulheres continuam a ter mais dificuldade, verificando-se que o maior número de desempregados é do sexo feminino. Algumas mulheres que residem nas freguesias rurais conseguem ocupar-se na actividade agrícola, embora em regime sazonal. A capacidade de a região Alentejo conseguir fixar a população e novas actividades, tal como o concelho de Vila Viçosa, está condicionada pelas características da própria população, do tecido empresarial e da região em si mesma. Tudo isto significa que, quando o sector do mármore atravessa uma fase crítica, todo o concelho e os respectivos agregados familiares se vão ressentir. No decorrer do ano transacto (2003), podemos verificar que o número de desempregados do sexo masculino aumentou em virtude da crise que afectou a indústria dos mármores. Sendo assim, há necessidade de valorizar as dinâmicas empresariais, investir nas micro-empresas, criar incentivos locais para a dinâmica empresarial, investir noutras áreas. 2.3.3. Desemprego Feminino e Jovens Com Habilitações Literárias No que se refere ao desemprego, a taxa global no concelho registou nos últimos dez anos valores mais baixos que a média regional, podendo o mesmo verificar-se no quadro nº4 relativamente ao ano 2001. Pode, então, observar-se que em Vila Viçosa a taxa de desemprego feminina é cinco vezes superior à taxa de desemprego masculina. Os valores do Instituto de Emprego e Formação Profissional vêm contrariando esta realidade, observando-se uma alteração significativa principalmente no rácio masculino, que passou de 70 desempregados em Maio de 2002 para 106 em Maio de 2003, não havendo alteração a registar no rácio feminino. 21 Plano de Desenvolvimento Social Quadro 4: Taxas de Desemprego, 2001. Alentejo Vila Viçosa Taxa de Desemprego Homens Taxa de desemprego mulheres 5,3% 1,8% 12,5% 9,8% Fonte: Recenseamento geral da População de 2001 Através da análise da condição da população inactiva, constata-se que as mulheres domésticas constituem grande parte da população sem actividade, o que leva a concluir que o contexto económico em que vivem não favorece o seu ingresso no mercado de trabalho. Constata-se também no concelho que os jovens com habilitações literárias ao nível do 12º ano e licenciatura se encontram na sua maioria desempregados devido à dificuldade de inserção no mercado de trabalho. Desta forma, é necessária uma intervenção rápida e eficaz para a inserção das mulheres e dos jovens com habilitações literárias no mercado de trabalho. 22 Plano de Desenvolvimento Social 2.4. Deficiência 2.4.1. Integração Sócio-Laboral dos Deficientes Segundo os dados recolhidos junto do INE, existiam 497 indivíduos com deficiência em 2001, número que se encontra dividido segundo o grau de incapacidade: De acordo com esta informação, o maior número de pessoas com deficiência têm incapacidade entre os 30% e os 59% – cerca de 76 e entre os 60% e os 80% – cerca de 77. Quadro 5 – Distribuição dos Deficientes por Tipo de Deficiência Grupo Etário - 16 anos 16-24 anos 25-54 anos 55-64 anos + de 64 anos Total Auditiva 30 38 68 Visual 48 54 102 Tipo de Deficiência Motora Mental 10 23 24 25 47 95 34 Paralisia 2 2 2 1 3 10 Outra 43 20 35 98 Fonte: Censos 2001 As pessoas com deficiência devem ter igualdade de oportunidades e de acesso a todos os recursos da nossa sociedade, como o acesso ao trabalho, educação, novas tecnologias, saúde e serviços sociais, desporto e actividades de lazer e a produtos, bens e serviços de consumo. Neste sentido, o Decreto-Lei nº 18/89 refere que o desenvolvimento das políticas de reabilitação e integração social das pessoas com deficiência exige, cada vez mais, dada a diversidade das situações, a definição de princípios orientadores das diferentes formas de intervenção social a garantir. Nem sempre a profundidade ou extensão das limitações físicas ou mentais das pessoas com deficiência grave permitem a sua integração sócioprofissional nos quadros normais de trabalho ou em centros de emprego, protegido após o período adequado de educação especial ou de reabilitação profissional. Contudo, muitas dessas pessoas com deficiência grave são susceptíveis de uma certa integração social activa, consoante o desenvolvimento de actividades ocupacionais, sobretudo para assegurar condições de equilíbrio físico e psicológico, sem vinculação às exigências de rendimento profissional ou de enquadramento normativo de natureza jurídico-laboral. 23 Plano de Desenvolvimento Social Neste contexto, o concelho de Vila Viçosa carece de instituições na área da deficiência. Os deficientes existentes no nosso concelho, sobretudo os que possuem um grau superior de incapacidade entre os 60% e 80%, são, segundo o I.N.E., cerca de 77 indivíduos. A maioria destes casos, e de acordo com a idade e tipo de incapacidade, são apoiados e acompanhados nas seguintes instituições: • Cerci Estremoz – Cooperativa para Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas. • Pólo de Formação Profissional da CERCI em Vila Viçosa • A.P.P.C. Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral – Évora • Associação Sócio-Cultural Terapêutica da Azaruja A CERCI de Estremoz trabalha para pessoas com deficiência mental, grave e ligeira, pessoas com um comportamento social desajustado e problemas sociais graves, em regime de externato. As actividades desenvolvidas são no campo da aprendizagem, Reabilitação, Formação Profissional, Ocupação socialmente útil e Actividades Lúdicas, para além de outros serviços que são disponibilizados como o transporte do local de residência até às instalações da instituição, cuja sede funciona em Estremoz. Existe apenas um pólo de formação profissional no nosso concelho, o qual pertence à Cerci Estremoz. Este pólo foi constituído em Maio de 1998. As instalações foram cedidas, gratuitamente, pela Câmara Municipal de Vila Viçosa. Nesta delegação, funciona uma Acção de Formação Profissional, no âmbito do programa Constelação – Medida 3 - Artesanato em pele e couro. O objectivo desta formação é facultar aos formandos que apresentam dificuldades de aprendizagem, a aquisição de técnicos na área da confecção de peças em pele e couro. A reter é a integração sócio-profissional desses formandos. O curso tem a duração de 4 anos, pelo facto de se direccionar/abranger uma população com necessidades especiais. Este tipo de formação abrange, entre o ano de 1998 e 2002, cerca de 8 formandos, todos oriundos do nosso concelho, com idades compreendidas entre os 23 e os 41 anos, dos quais 2 foram vítimas de acidentes de trabalho; os restantes possuem deficiência mental motora, orgânica e ananismo. A Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral (A.P.P.C.) trabalha com pessoas com paralisia cerebral ou com outras disfunções neurológicas. Presentemente estão a ser acompanhados 4 adolescentes (3 rapazes e 1 rapariga) do nosso concelho. Nos casos acompanhados pelas referidas instituições de apoio aos deficientes, saliente-se a revelação de um certo “ desgaste “ emocional suportado pelas famílias, factor este que se deve à distância que as crianças e jovens têm de percorrer diariamente. 24 Plano de Desenvolvimento Social Por exemplo, as crianças e jovens que frequentem a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral têm de efectuar cerca de 120 km por dia; levantando-se cedo e chegando tarde, carregam, para além da sua deficiência, o agravamento do cansaço físico. Neste contexto, podemos referir que as zonas rurais ainda possuem grandes dificuldades de acessibilidade ao ensino especial. Não dispomos de elementos concretos quanto ao número exacto de deficientes físicos e mentais existentes no nosso concelho; os elementos que possuímos reflectem apenas a globalidade das incapacidades, já atrás mencionadas. Os serviços de intervenção social do nosso concelho têm a noção da existência de vários casos de pessoas deficientes motoras, oriundos de famílias carenciadas que recorrem à segurança social, instituições particulares de solidariedade social e serviço de acção social da Câmara, solicitando apoio e encaminhamento para aquisição de cadeiras de rodas, apoio económico para deslocações, integração sócio-profissional e arranjos habitacionais, etc. É de salientar que a autarquia tem procurado apoiar alguns deficientes, nomeadamente no apoio às deslocações de jovens deficientes que frequentam o Ensino Especial, arranjo habitacional de casas que necessitam de alterações, arranjo de barreiras arquitectónicas nalguns locais e serviços públicos e apoio na integração sócio-profissional; contudo, ainda há um vasto trabalho a desenvolver nesta área. Estas formas de apoio visam a valorização pessoal das pessoas com deficiência e a sua integração na comunidade, o que se traduz também em ajuda às respectivas famílias. Através da diversidade de tarefas com carácter terapêutico, a Associação Sócio-Cultural Terapêutica de Évora tem como objectivo conquistar a valorização pessoal/auto-estima e o desenvolvimento do intelecto da pessoa com deficiência. Nesta associação, encontram-se 5 utentes do nosso concelho em regime de internato (2 da freguesia de N.ª Sr.ª da Conceição e S. Bartolomeu, 2 de Pardais e 1 de Bencatel). 25 Plano de Desenvolvimento Social 2.4.2. “A problemática das pessoas com Deficiência como uma questão de Direitos Humanos Hoje em dia, constata-se que é necessário dar início a uma revolução de mentalidades e comportamentos relativamente à diferença. Apesar dos progressos que se têm verificado ao longo das últimas décadas, ainda há um longo caminho a percorrer. A vida das pessoas com deficiência é constantemente barrada por obstáculos de toda a espécie, que seria de todo importante que no séc. XXI não persistissem. “Neste sentido, a construção de um sistema mais humanizado, mais próximo e atento às necessidades dos cidadãos, mais equilibrado e livre de preconceitos e discriminações, capaz de apoiar as pessoas com deficiência na preparação da sua “auto-determinação” e na condução do processo de mudança, traduzem, simultaneamente, o contributo, o compromisso e o desafio da reforma da segurança social da área da deficiência.”1 Verifica-se que cada vez mais os organismos públicos são chamados a cooperar trabalhando na implementação de soluções integradas, para tentar assegurar que o processo de habilitação se concretize numa intervenção global. Actualmente, na tentativa de melhorar o atendimento e acompanhamento dos deficientes, o ISSS (Instituto de Solidariedade e Segurança Social), o SNRIPD (Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração de Pessoas com Deficiência) e a DGSSS (Direcção-Geral de Solidariedade e Segurança Social) reuniram um grupo de trabalho com o objectivo da criação do modelo de Centro de Apoio às Pessoas com Deficiência. Em suma, será de todo importante para o concelho a construção de um sistema mais próximo e atento às necessidades dos cidadãos, mais livre de preconceitos e discriminações, capaz de apoiar os deficientes na elevação da sua “auto-determinação” e na condução do processo de mudança, que traduza o contributo da acção dos parceiros da rede social em articulação com as instituições locais que interagem com os deficientes. In: Revista Pretextos – Sistemas de Protecção Social, A Segurança Social Perante o Desafio do Ano Europeu das Pessoas com Deficiência, nº 12, Maio de 2003 1 26 Plano de Desenvolvimento Social 2.5. Acção Social 2.5.1. Cobertura Deficiente ao Nível de Lares e Centros de Dia No concelho de Vila Viçosa, existe um número apreciável de idosos, (1714) embora não se considere, comparativamente a outros concelhos do distrito de Évora, uma população envelhecida. O grupo etário com mais de 65 anos tem manifestado carências ao nível da assistência médica, necessidades económicas e, sobretudo na freguesia mais rural – S. Romão, algumas situações de isolamento. Mas, dado o facto de viverem integrados na sua família, a sua pensão representa um rendimento que lhes proporciona alguma independência económica, e auto-estima, porque podem deste modo contribuir para as despesas do lar. É na freguesia de S. Romão que se destaca a dependência dos idosos em meio rural, onde cada um depende de um filho ou do rendimento, isto é, da pensão ou reforma. Deste modo, para tentar suprimir as necessidades sentidas na área dos idosos, a Sta Casa da Misericórdia e a Cáritas Paroquial de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa implementaram no concelho de Vila Viçosa um Lar, Centros de dia, Centro de noite, Centros de convívio e Serviço de Apoio Domiciliário. Ao nível dos centros de dia, existentes nas freguesias de S. Romão e Bencatel, e na sede do concelho, os idosos tem acesso a esta valência, não havendo lista de espera. Existe na freguesia de Pardais um terreno da Sta Casa da Misericórdia destinado à construção de um centro de noite; no entanto, os idosos beneficiam de serviço de apoio domiciliário prestado por duas instituições (S.C.M.V.V. e Cáritas) e Centro de Convívio da Cáritas. Na valência Centro de Dia, existem na freguesia de Bencatel 1 Centro de Dia da S.C.M.V.V., frequentada por cerca de 34 utentes (16 homens e 18 mulheres); funciona ainda nesta localidade um Centro de Convívio para reformados – MURPI, maioritariamente frequentado por homens. As actividades aqui desenvolvidas para passar o tempo são, sobretudo, o jogo de cartas, dominó e o jogo da malha. Em S. Romão, a freguesia dispõe de um Centro de Dia da S.C.M.V.V. – o qual possui cerca de 20 utentes (6 homens e 14 mulheres) e de um Centro de Convívio (ocupação de tempos livres) da Cáritas, com uma frequência média diária de 25 a 30 idosos. 27 Plano de Desenvolvimento Social Na sede do concelho, existe um Centro de Dia da S.C.M.V.V., com apenas 16 utentes (8 homens e 8 mulheres). Existe ainda um Centro de Convívio – MURPI – o qual também é sobretudo frequentado por cerca de 20 homens. Quadro 6: Equipamentos e Serviços de Apoio aos Idosos Vila Viçosa Bencatel Pardais S. Romão Lar centro de dia 1 1 centro de noite centro de convÍvio Apoio domiciliário Cáritas Apoio domiciliário S.C.M.V.V. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Fonte: Inquéritos/ Instituições 2003 Contudo, a grande lacuna existente neste concelho é ao nível de lar, ou seja, existe apenas um lar da S.C.M.V.V. para todo o concelho, cuja lista de espera é bastante significativa (43 homens, 25 mulheres e 22 casais). Sabe-se que, dada esta falta, existem idosos internados em lares dos concelhos limítrofes (Borba, Elvas e Évora). Ainda no que diz respeito ao Centro de Noite, existe apenas um na freguesia de S. Romão, carecendo as restantes freguesias desta valência. Os principais problemas manifestados pelos idosos do nosso concelho situam-se sobretudo nas questões de saúde, pois quando necessitam de alguma consulta de especialidade têm de se deslocar aos hospitais distritais; não dispõem de lares quando necessitam de internamento, registando-se assim algum endividamento por parte dos mesmos nas farmácias e dificuldade em assumir despesas de sobrevivência, sobretudo porque as pensões e reformas são muito baixas. 2.5.2. Alcoolismo/Violência Doméstica O alcoolismo é um dos problemas que afecta algumas famílias residentes no nosso concelho, embora, na maioria das vezes, as situações surjam de uma forma “camuflada”. Esta problemática tem maior incidência ao nível da freguesia de S. Romão, talvez pelo seu isolamento e/ou pelo facto de ser uma freguesia rural onde as actividades culturais e recreativas são pouco diversificadas. A ocupação dos tempos livres dos jovens e adultos faz-se sobretudo no café ou na “tasca”. Estes hábitos de convivência, fomentam, por um lado, as relações de vizinhança, mas originam, por outro lado, o início do consumo de bebidas alcoólicas em grupos etários bastante baixos. 28 Plano de Desenvolvimento Social Tal facto provoca com frequência grandes conflitos no seio conjugal, registando-se alguns casos de maus tratos e violência doméstica, sobretudo ao nível da figura materna, cujos filhos assistem e presenciam a situação de violência, acabando por se reflectir posteriormente no seu quotidiano escolar. Nas freguesias urbanas do nosso concelho, as principais causas de maus tratos a mulheres, (espancamento/ameaças), estão relacionadas com o consumo de álcool do companheiro. Os indivíduos, sempre que confrontados com os factos reais, não assumem os seus comportamentos anti-sociais, tornando-se difícil a sua recuperação, embora existam alguns casos encaminhados para o Centro de Saúde e Tribunal. É de salientar que existem no concelho de Vila Viçosa não só problemas de alcoolismo em famílias disfuncionais como em indivíduos isolados; mas, ultimamente, tem-se notado, ao nível das camadas mais jovens que frequentam os bares nocturnos, com idades a partir dos 13/14 anos, uma certa apetência para o consumo de álcool, o que ocorre com particular incidência nos fins de semana. Dado a existência de alguns casos de alcoolismo detectados no concelho, estes carecem de programas e projectos específicos para apoio aos jovens e adultos dependentes, como forma de se minimizarem os factores de risco. 2.5.3. Inexistência de um centro de Acompanhamento para Toxicodependentes O acto de fumar aliado ao consumo alcoólico, geralmente a partir dos catorze/quinze anos, é também usual no concelho, e é bastante significativa a percentagem de adolescentes que o faz, o que se torna preocupante, pois se pensarmos na adolescência como a idade em que se quer experimentar novas sensações e situações, em que é difícil distinguir o limite entre o que é saudável e o que não é, em que se pensa que o “mal” só acontece aos outros e não a nós próprios e em que se tende a “pisar o risco” para se mostrar que se é forte, não se torna difícil de antever que, do consumo de tabaco e álcool à experimentação e gosto por novas substâncias, a distância é curta. É significativo o número de adolescentes que já experimentou ou fuma de vez em quando um cigarro de haxixe, algo a que devemos estar bem atentos. Tal como já foi referido atrás, esta problemática é mais significativa ao nível dos estratos sociais mais baixos, mas não devem ser descuradas as outras famílias de maior poder económico, pois nestas também se verificam consumos/abusos alcoólicos ou mesmo de outras substâncias psicoactivas como, por exemplo, cannabis/haxixe, que é a substância mais usada entre todas as classes sociais. 29 Plano de Desenvolvimento Social Como estratégias no âmbito da prevenção primária, no que toca aos objectivos e intenções, é importante reter que deve ser dada ênfase à coordenação das iniciativas que até agora têm sido levadas a cabo, com as forças existentes na comunidade em que estão inseridas essas iniciativas, como os Projectos de Prevenção Primária (Planos Municipais de Prevenção ou Quadros Prevenir). Mas não nos podemos limitar apenas a estas duas portas de entrada. É preciso trabalhar com os recursos existentes na comunidade e dar atenção a grupos-alvo muito específicos e a zonas em que o trabalho no campo da prevenção primária está muito em aberto. É imprescindível começar a ver o que pode ser feito, mesmo com poucos recursos, e torna-se pertinente encontrar respostas prioritárias para as necessidades de cada zona e encontrar na prática as aplicações para os pressupostos teóricos. É importante desenvolver num trabalho em conjunto, para que se possa enriquecer os estilos de vida, as oportunidades e hipóteses de escolha, para que haja um incremento de competências pessoais e sociais e um envolvimento dos beneficiários dessas iniciativas no seu próprio projecto de mudança, de modo que se consiga algum resultado junto das populações com que se trabalha. No que respeita ao nível escolar, os programas também devem ser baseados na transmissão de valores, no desenvolvimento dos alunos como pessoas, na aprendizagem do confronto com a dor e a frustração, na formação de jovens/pares mediadores, no deixar ser os jovens a colocar alternativas para os seus caminhos, e a ser responsáveis e conscientes nessas escolhas. Neste âmbito, a Cáritas Paroquial de Nossa Senhora da Conceição – Vila Viçosa está a desenvolver um projecto inserido no PQP II “Aprender Mais Para Viver Melhor”, o qual se integra ao nível da prevenção das toxicodependências em meio escolar e familiar. O Projecto dispõe de uma Psicóloga Clínica e de uma Animadora SócioCultural, as quais desenvolvem com jovens em idade escolar várias actividades, tais como: - Acompanhamento e encaminhamento de situações de risco; - Acompanhamento familiar; - Formação para docentes; - Formação para auxiliares de acção educativa; - Treino das competências pessoais e sociais, etc. Ainda integrada na área da toxicodependência, foi efectuada por esta autarquia uma proposta de adesão ao Plano Municipal de Prevenção Primária 30 Plano de Desenvolvimento Social das Toxicodependências, Toxicodependências. promovida pelo Instituto da Droga e Quanto ao apoio concedido aos toxicodependentes, não existe no concelho qualquer equipamento ou Centro de Acompanhamento. O Centro de Saúde apenas administra a prescrição médica indicada pelo CAT – Évora, estando actualmente um utente do concelho inserido no programa de substituição – métadona; relativamente ao acompanhamento psico-social, este depende exclusivamente daquele centro. O factor distância, 56 km até Évora, origina por vezes aos jovens alguma desmotivação no seu processo de reabilitação. Em suma, o apoio a toxicodependentes revela-se como uma fragilidade do concelho que não dispõe de um equipamento de apoio, se bem que os utentes sejam encaminhados para o CAT de Évora. O Centro de Saúde de Vila Viçosa dá apoio pontual no programa da métadona. 2.5.4. Insuficiente Cobertura de Creche Embora no concelho existam todas as valências na área da educação, contudo, na 1ª infância, a taxa de cobertura é insuficiente face às crianças em idade de creche (4 meses aos 3 anos). O concelho apenas dispõe de uma creche da S.C.M.V.V., ficando muitas crianças a descoberto, provocando por vezes situações de alguma instabilidade económica e familiar, considerando que, aquando da (re) integração profissional da figura materna, não existem respostas para colocação diurna dos filhos, durante o seu período laboral. No que se refere às crianças, os pais não têm disponibilidade para os filhos (naqueles casos em que, por questões profissionais, existem discrepâncias entre horários profissionais e horários das instituições); acresce ainda a existência de famílias disfuncionais, e a demissão dos pais enquanto intervenientes nas instituições. 2.6. Ambiente 31 Plano de Desenvolvimento Social 2.6.1. A indústria de extracção e transformação do mármore, como principal causadora do efeito negativo no impacte visual. A indústria extractiva contribui para a contaminação das águas superficiais e subterrâneas, passando não só pela modificação da rede de drenagem natural mas também pela produção de poeiras e sólidos finos. O desenvolvimento das pedreiras, executado em profundidade, atinge rapidamente os níveis freáticos, deixando expostos os aquíferos. As lamas carbonatadas, que resultam do corte da pedra, são normalmente redireccionadas para a rede de drenagem. Porém, ultimamente, por imposição da lei, já são muitas as unidades industriais que adoptaram o sistema de tanques de decantação de forma que sejam removidas as lamas, sendo a água reconduzida ao processo de corte. Importa salientar aqui o impacte ambiental resultante da indústria extractiva na atmosfera, estando associada a esta actividade a produção de poeiras com efeitos ao nível da fauna e flora e nas populações vizinhas. Estes efeitos poderão estender-se até centenas de metros do local de produção. Porém, há medidas de redução destas emissões que deverão ser adoptadas nos pontos de origem, as quais passam pela adopção das “tecnologias limpas”. A deposição ilegal e indiscriminada de entulhos e monos junto de estradas constitui uma agressão à paisagem, contribuindo para a diminuição do índice de qualidade de vida da população, uma vez que, não abordando aqui os aspectos negativos associados a outras formas de poluição (solo, água, etc.), apresenta um impacte visual imediato. 32 Plano de Desenvolvimento Social 3. Plano de Desenvolvimento Social Sabendo que o Diagnóstico e o Plano de Desenvolvimento são componentes do mesmo processo, o plano virá complementar o diagnóstico. Tal como o diagnóstico, a abordagem do plano deve ser sistémica e integrada, e não baseada em respostas abstractas aos problemas sociais e às pessoas. O Plano tem como principal prioridade “inventar soluções”, o que significa a criação de novas modalidades de resposta, passando pelo aproveitamento dos recursos já existentes. Tendo presente as finalidades de planos nacionais e regionais, este Plano de Desenvolvimento Social do concelho de Vila Viçosa tem como principal finalidade criar novas dinâmicas de cooperação/parceria para um território de qualidade social. O Plano de Desenvolvimento Social pretende colmatar algumas lacunas existentes nalgumas áreas (Saúde, Educação, Acção Social, etc), e apresentar apenas soluções exequíveis, sob pena de cair no descrédito junto da população e dos parceiros. Em concreto, a execução do PDS (Plano de Desenvolvimento Social) teve como base: - Explorar sinergias; - Dar especial importância à actuação em rede, sob a rentabilização dos recursos existentes; - Apostar em acções com capacidade de produzir efeitos multiplicadores; - Descentralizar competências e responsabilidades; - Trabalhar com grupos interdisciplinares; - Desenvolver acções através do trabalho em parceria; - Promover a articulação entre as várias entidades e instituições do concelho. 33 Plano de Desenvolvimento Social O Plano de Desenvolvimento Social foi estruturado de acordo com os seguintes itens: - Articulação intersectorial e interinstitucional; - Promover a dinâmica e multifuncionalidade dos equipamentos e serviços; - Promover o desenvolvimento social do concelho; - Promover a diversificação do mercado de trabalho; - Fomentar a relação entre objectivos, sub-objectivos e acções; - Valorizar a inovação organizacional. Com o principal objectivo de notar Vila Viçosa como um concelho de qualidade social, inovação e participação, construíram-se, consoante as áreas, 5 eixos prioritários: Eixo 1 – Melhorar os níveis de eficiência da saúde e assegurar a todos os habitantes do concelho o acesso a cuidados de saúde de qualidade; Eixo 2 – Melhorar o nível de qualificação dos jovens e adultos do concelho, promovendo a educação e a formação; Eixo 3 – Melhorar a qualificação profissional das pessoas e aumentar a sua empregabilidade; Eixo 4 – Criar condições de suporte à prestação de cuidados e potenciação de respostas programadas para a população mais vulnerável do concelho (idosos, deficientes, alcoólicos, toxicodependentes e famílias disfuncionais); Eixo 5 – Prestar uma maior atenção à Politica de desenvolvimento sustentável e sustentado, permitindo uma articulação concertada entre o desenvolvimento e a protecção ambiental. 34 Plano de Desenvolvimento Social 3.1. Eixos de Intervenção Eixo nº 1 – Melhorar os níveis de eficiência da saúde e assegurar a todos os Habitantes do concelho o acesso a cuidados de saúde de qualidade. Objectivos Globais 1 – Contribuir para a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde; 2 – Continuação da prevenção das doenças mais críticas, promoção de estilos de vida mais saudáveis e protecção dos grupos particularmente vulneráveis (criação de mecanismos especiais para populações em situações de exclusão social); 3 – Promover novas parcerias com sectores privado e social, em áreas ou sectores que estejam vocacionados para prestar cuidados de saúde de qualidade; Objectivos Estratégicos 1 – Promover a articulação entre os organismos do Sistema Local de Saúde e a rede de equipamentos e serviços sociais do concelho; 2 – Estimular a prestação de cuidados de saúde no ensino: pré-escolar, escolar e secundário; 3 – Incentivar a prevenção no âmbito da toxicodependência, alcoolismo, doenças infecciosas, gravidez precoce, educação para a sexualidade, entre outros; 4 – Alargar a prestação e vigilância de cuidados de saúde no domicílio a todos os idosos do concelho, através de serviços conjugados com serviços sociais; 5 – Sensibilizar a redução do défice ao nível dos recursos humanos e ao nível dos equipamentos de saúde; 6 – Estudo da cobertura do “Apoio Domiciliário Integrado” aos fins de semana; 7 – Sensibilizar superiormente as autoridades (Ministério da Saúde) para a cobertura do serviço de urgência no período nocturno e fins de semana; 35 Plano de Desenvolvimento Social 8 – Implementação de uma Unidade de Acamados no concelho de Vila Viçosa; 9 – Continuação do protocolo entre o Centro de Saúde e o CAT, no apoio ao programa de substituição dos toxicodependentes do concelho; 10 – Sensibilização dos organismos estatais (Ministério da Saúde) para a necessidade urgente da criação do novo Centro de Saúde. Acções • Arranjo de salas de espera e barreiras arquitectónicas de alguns edifícios das freguesias de Bencatel e Pardais; • Articulação com o CAT de Évora, para encaminhamento e informação dos toxicodependentes através dos médicos de família; • Implementação de um posto de medicamentos em Pardais; • Alargamento do horário de atendimento do S.A.P. (Serviço de Atendimento Permanente); • Aumento do número de camas (10 para 12) na valência de internamento do Centro de Saúde existente, até à construção do novo edifício; • Construção de um novo edifício do Centro de Saúde, projectado e planeado pela Administração Regional de Saúde do Alentejo até 2006 (entrar no PIDAC); • Criação de programas de apoio para os indivíduos com problemas de alcoolismo em articulação com a Acção Social. Entidades Promotoras • • • • • • Administração Regional de Saúde do Alentejo CAT (Centro de Apoio a Toxicodependentes) Centro de Saúde de Vila Viçosa Clínicas Privadas Centro de Emprego Câmara Municipal 36 Plano de Desenvolvimento Social Público-alvo • • • • Utentes do concelho Toxicodependentes Adolescentes grávidas Alcoólicos Beneficiários • Toda a população do concelho Possíveis Fontes de Financiamento • • • • Administração Regional de Saúde do Alentejo Centro de Saúde CMVV Projectos Indicadores de Monitorização • • • • • • • • • • • • Nº de Utentes do concelho Nº de habitantes por médico Nº de médicos Nº de enfermeiros Nº de Auxiliares de Acção Médica Nº de extensões do Centro de Saúde Nº de Camas do Centro de Saúde Nº de Toxicodependentes Nº de adolescentes grávidas Nº de alcoólicos Nº de programas Nº de arranjos efectuados nos edifícios 37 Plano de Desenvolvimento Social Impactes Previstos a médio-longo Prazo • Melhoria da qualidade e eficiência dos cuidados de saúde; • Prevenção do aparecimento de novos casos de toxicodependência, gravidezes precoces e alcoolismo; • Previsão de funcionamento do “Apoio Domiciliário Integrado ” para 24:00 horas diárias; • Melhoria das instalações e equipamentos de prestação de cuidados de saúde; • Alargamento do horário de atendimento do S.A.P., que passará a funcionar 24:00 horas diárias. Eixo nº 2 – Melhorar o nível de qualificação dos jovens e adultos do concelho, promovendo a educação e a formação. 38 Plano de Desenvolvimento Social Objectivos Globais 1– Promover uma intervenção integrada ao nível do desenvolvimento educativo e social das crianças e jovens do concelho; 2– Integração de crianças/jovens com particulares dificuldades de aprendizagem, promovendo as suas competências cognitivas e sociais; 3– Prolongar a escolaridade e formação profissional dos jovens e adultos em idade activa. Objectivos Estratégicos 1– Sensibilização das famílias disfuncionais para a importância do percurso escolar na vida dos filhos; 2– Qualificação da rede de ensino básico, articulando recursos e meios; 3– Redução da taxa de insucesso escolar/abandono; 4– Criação de incentivos para os jovens prosseguir os estudos (programas escolares mais motivadores); 5– Aumento /reforço de formação profissional nas escolas oficiais; 6– Criação de “Espaços Internet” com horário alargado nas freguesias de Pardais, Bencatel e S. Romão; 7– Promoção de percursos educativos diferenciados (ensino básico ao secundário; do regime normal ao ensino recorrente, ao ensino tecnológico e/ou profissional); 8– Desenvolvimento de projectos transdisciplinares em parceria a partir do ano 2005; 9– Proporcionar uma oferta integrada de educação/formação destinada a públicos adultos pouco qualificados. Acções 39 Plano de Desenvolvimento Social • Realizar cursos de formação com a presença de agentes económicos e outros que actuem neste domínio, com vista a pensar a formação de forma estratégica para o concelho; • Desenvolver um espaço de discussão entre entidades na área da educação e formação e da escola, de forma que seja possível a oferta de formação adequada às necessidades do concelho, evitando a duplicação de intervenções formativas; • Construção no espaço de 2 anos de uma Biblioteca Municipal; • Promover a ligação entre os equipamentos e serviços existentes. Criar uma rede de equipamentos e serviços com vista a proporcionar actividades de lazer e de ocupação de tempos de livres a crianças e jovens durante os períodos não lectivos (Ex: animação de rua, actividades de porta aberta, teatro etc); • Dinamizar, no espaço de seis meses, 1 Centro de Explicações que proporcione aos estudantes apoio nos trabalhos escolares; • Realização de reuniões, no espaço de 4 meses, com as famílias desestruturadas sobre: “A importância do percurso escolar na vida dos jovens ”; • Criar mais currículos alternativos para crianças que se encontram desmotivadas, através do Programa Aprendizagem do Centro de Emprego, a partir dos 14 anos; • Criação de dois cursos de formação para pessoas em idade activa, para a obtenção da escolaridade obrigatória no ano lectivo 2004/2005; • Constituição de uma equipa multidisciplinar de apoio permanente às escolas do concelho para acompanhamento de casos individuais; • Arranjos e conservação de espaços escolares (interiores e exteriores), sobretudo das escolas do primeiro ciclo; • Manter a oferta de cursos; • Criação de um espaço coberto para a realização de eventos culturais. Entidades Promotoras 40 Plano de Desenvolvimento Social • • • • • Entidades Formadoras (Inovinter, Univa, I.E.F.P. etc) Escolas Centro de Emprego de Estremoz Câmara Municipal de Vila Viçosa Parceiros da rede social (IPSS, Associações etc.) Público-Alvo • • • • • Jovens e crianças estudantes Todas as entidades que exerçam intervenção sobre o público jovem Encarregados de educação Associação de pais Adultos Possíveis Fontes de Financiamento • • • • Câmara Municipal Juntas de freguesia Candidaturas a projectos Instituto de Emprego e Formação Profissional Indicadores de Monitorização • • • • • Nº de Jovens Nº de novos cursos criados /a criar Jovens estudantes que tenham como ambição a prossecução dos estudos Nº de formandos alvo de intervenções formativas Nº de crianças Impactes previstos a médio-longo prazo: 41 Plano de Desenvolvimento Social • Prevenir-se-á o abandono escolar e a desocupação dos jovens pela via da ocupação dos tempos livres e orientação escolar e profissional no decorrer do seu percurso de vida. • Poder-se-á intervir precocemente sobre os problemas dos jovens, evitando o abandono escolar e percursos desviantes que poderiam vir a ser tomados como percursos alternativos de vida. • Será possível obter um efeito complementar na diminuição do abandono escolar e de outros problemas relacionados com a inexistência de motivação para frequentar a escola. Eixo nº 3 – Melhorar a qualificação profissional das pessoas e aumentar a sua empregabilidade. 42 Plano de Desenvolvimento Social Objectivos Globais 1- Conduzir a população mais jovem ao prolongamento da escolaridade e à formação profissional propiciadora da sua inserção profissional; 2- Elevar o nível de qualificação profissional da população activa adulta com baixos níveis de escolaridade, visando melhorar o seu desempenho profissional; 3- Incentivar os empresários a investirem noutras áreas alternativas à indústria do mármore; 4- Investir nas micro-empresas para colmatar a taxa de desemprego feminino. Objectivos Estratégicos 2004-2007 1- Promover a aprendizagem ao longo da vida e melhorar a empregabilidade da população activa (abrir a escola a novos públicosalvo para obtenção de formações de curta duração e certificação de conhecimentos adquiridos fora do sistema de ensino); 2- Expandir e diversificar a formação inicial dos jovens, apostando na qualificação (reforçar o ensino secundário de carácter profissionalizante); 3- Melhorar a qualificação da mão-de-obra local para elevar a empregabilidade da população activa, sobretudo ao nível da população feminina; 4- Gestão e acompanhamento de processos de reestruturação sectorial, através da formação contínua dos trabalhadores, para que as empresas possam fazer face a eventuais processos de mutações; 5- Promover a integração sócio-profissional de grupos com particulares dificuldades no acesso ao mercado de trabalho, potenciando a empregabilidade destes grupos e promovendo a sua inserção social e profissional; 6- Promover a criação de empresas de serviços de proximidade; 7- Promover e qualificar o património histórico e cultural, reforçando o turismo como factor de desenvolvimento e emprego. Acções 43 Plano de Desenvolvimento Social • Encaminhamento de situações para os Centros de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências existentes – por ex. Fundação Alentejo e Centro de Formação Profissional de Portalegre; • Estabelecer prioridades de formação de acordo com os resultados advindos do fórum do emprego e formação e delimitar ofertas entre as diferentes entidades formadoras; • Criação de acções pré-profissionalizantes para aquisição de competências dos jovens a frequentar os últimos anos da escolaridade obrigatória; • Desenvolver um plano integrado de formação por um período anual, procurando proporcionar ofertas adequadas às necessidades do mercado de trabalho; • Realizar fóruns de emprego e educação com a presença de gerentes de empresas e outros agentes económicos que actuem neste domínio, com vista a pensar a formação e a inserção de forma estratégica para o concelho; • Promover a oferta específica de formação/ensino profissional de acordo com as necessidades; • Criar circuitos de comunicação que visem a ida das empresas às escolas e a deslocação dos alunos às empresas (as empresas devem ser seleccionadas de acordo com a sua capacidade de renovação de mão-deobra e de emprego local); • Promover visitas de estudo a empresas do concelho; • Promoção de micro-iniciativas de emprego em várias áreas de actividade que permitam resolver as necessidades sentidas da população. Entidades Promotoras • • Centro de Emprego Univa 44 Plano de Desenvolvimento Social • • • • • Inovinter Assimagra Escolas Autarquia Empresas do concelho Público-Alvo • • • • • • População activa do concelho Jovens à procura do 1º emprego Desempregados Jovens e estudantes do concelho Mulheres População mais vulnerável Possíveis Fontes de Financiamento • • • • Câmara Municipal Centro de Emprego Empresas Entidades Formadoras Indicadores de monitorização • • • • • • • • • • Nº de jovens desempregados Nº de fóruns Nº de formandos Jovens estudantes que tenham como ambição um percurso profissional Nº de mulheres desempregadas Nº de novos cursos criados/a criar Nº de alunos inseridos no mercado de trabalho Nº de visitas de estudo realizadas Nº de apresentações de empresas realizadas nas escolas Nº de estágios criados Impactes Previstos a Médio-Longo Prazo: 45 Plano de Desenvolvimento Social • A existência de um circuito de comunicação entre entidades empregadoras, formadoras e de inserção poderá permitir a inserção das pessoas nos postos de trabalho criados; • Prevê-se que a qualificação dos recursos do concelho vá possibilitar a inserção profissional de jovens e desempregados, assim como melhorar a performance profissional dos activos e o nível de produtividade das empresas do concelho; • Possibilitar-se-á a inserção dos jovens nas empresas do concelho, assim como a valorização dos potenciais económicos que a longo prazo poderão vir a incentivá-los a criar as suas próprias empresas; • Prevê-se uma contribuição para uma maior valorização do concelho por parte dos jovens. Eixo nº 4 – Criar condições de suporte à prestação de cuidados e potenciação de respostas programadas para a população mais vulnerável do concelho (idosos, 46 Plano de Desenvolvimento Social deficientes, alcoólicos, toxicodependentes e famílias disfuncionais). Objectivos Globais 1 – Criação de respostas integradas para cobertura de crianças em idade de creche; 2 – Apoio e Acompanhamento das famílias disfuncionais, prevenindo situações de risco na infância e juventude; 3 - Articulação das instituições particulares de solidariedade social com a G.N.R. na sinalização de situações de alcoolismo e violência doméstica; 4 – Colmatar o isolamento físico e social agregado às condições de insegurança, a problemas ao nível de cuidados de saúde e às más condições de vida que atingem os idosos; 5 - Maior articulação entre o CAT e o Centro de Saúde para apoio aos toxicodependentes; 6- Integração sócio-profissional dos deficientes visando, por um lado, a melhoria das condições de vida de populações com maior vulnerabilidade através da revitalização do tecido social e da promoção do desenvolvimento local integrado, e por outro, potenciando a empregabilidade destes grupos e promovendo a sua inserção social e profissional. Objectivos Estratégicos 1 – Melhorar o número de serviços de creche e amas, aproveitando estruturas existentes no concelho; 2 – Criar condições e um ambiente de segurança à população idosa e/ou dependente do concelho; 3 – Qualificar pessoal que presta cuidados à população idosa ou dependente; 4 – Melhorar a articulação do serviço de apoio domiciliário com os serviços de saúde; 5 – Sensibilização do encaminhamento de situações de alcoolismo sinalizadas pela GNR, para médicos de família e centros de desintoxicação; 47 Plano de Desenvolvimento Social 6 – Pretende-se dotar de maior capacidade de articulação, um actual quadro de meios e recursos que directa ou indirectamente trabalham com vítimas de violência; 7 – Sensibilização junto da família e da escola/da comunidade e articulação com o serviço de saúde na promoção de actividades de prevenção primária no âmbito da toxicodependência, alcoolismo e doenças sexualmente transmissíveis (ex: SIDA), entre outras; 8 – Reforçar os mecanismos de sensibilização, motivação e acompanhamento dirigidos à população alcoólica. Acções • Apoio Domiciliário Integrado a funcionar 24 horas diárias; • Implementação do Cartão Municipal de Apoio Social para o Idoso em 2004, para apoio nos medicamentos e descontos em eventos culturais; • Implementar um programa “telefone de segurança” – 2004/2005; • Promover formação a dirigentes, técnicos, auxiliares de instituições e prestadores informais com intervenção na área dos idosos e/ou dependentes; • Implementação de 1 creche e jardim de infância com capacidade para 20 (até 25) entre 2005 e 2007; • Implementação de um projecto de voluntariado no âmbito de apoio à população idosa; • Elaboração de um projecto para construção de um lar para grandes dependentes (10/12 pessoas) com uma valência de alojamento temporário; • Articulação entre as instituições do concelho, entidades locais e segurança social, a nível distrital, na elaboração de um projecto para criação de um centro de noite no concelho, que permita minimizar os problemas de insegurança e do isolamento físico e social, em articulação com as valências existentes (reabilitação de espaços existentes); • Aumento do nº de vagas do Centro de Noite de S. Romão, de 10 para 20; • Implementação de um projecto no âmbito do Plano Municipal de Prevenção das Toxicodependências, em 2005; 48 Plano de Desenvolvimento Social • Acções de coordenação e intervenção integrada entre serviços de forma que seja reduzida a violência doméstica existente no concelho; • Estratégias de inserção profissional da população ex-toxicodependente e alcoólica em tratamento (articulação com o Projecto Vida e Emprego do I.E.F.P.); • Estruturas de acompanhamento pré e pós-desintoxicação, fazendo a descentralização de um técnico do CAT no concelho, para motivar o indivíduo; • Abolição das barreiras arquitectónicas entre 2004 e 2005, sobretudo no acesso aos serviços públicos; • Aquisição de uma viatura para transporte de pessoas dependentes no concelho. Entidades Promotoras • • • • • • • • • • • • • Câmara Municipal Centro de Emprego CDSSS GNR PSP As IPSS: Sta Casa da Misericórdia e Cáritas Paroquial Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social Programa “Empresas de Inserção” Outras Instituições particulares de solidariedade social Juntas de Freguesia Centro de Atendimento a Toxicodependentes Candidaturas a programas e projectos Associações Público-alvo • • As IPSS e seus técnicos População Idosa 49 Plano de Desenvolvimento Social • • • • • • • Dirigentes, técnicos e auxiliares que prestam cuidados aos idosos Toxicodependentes e alcoólicos Crianças dos 4 meses aos 3 anos Deficientes Famílias Escolas e Comunidade Vitimas de violência doméstica Beneficiários • • • • • • População idosa Toxicodependentes Crianças dos 4 meses aos 3 anos Mulheres vítimas de violência doméstica Alcoólicos Deficientes Possíveis Fontes de Financiamento • • • • • • • As ISSS Câmara Municipal Juntas de freguesia Entidades promotoras de projectos As IPSSS Centro de Emprego Candidaturas a projectos Indicadores de Monitorização • • • • • • • • • • Taxas de cobertura dos serviços de apoio à população idosa actuais/ após a intervenção Nº de voluntários abrangidos Nº de técnicos e auxiliares previstos formados/a formar Taxa de cobertura dos serviços de creche Taxa de violência doméstica no concelho Nº de alcoólicos Nº de toxicodependentes Nº de cartões de Apoio Social atribuídos aos idosos Nº de linhas de telefone de segurança implementados Nº de Deficientes 50 Plano de Desenvolvimento Social Impactes Previstos a médio-longo Prazo • Melhoria da qualidade de vida dos idosos ou dependentes, traduzida na sua sinalização e acompanhamento constantes; • Maior articulação entre o CAT, a GNR e o Centro de Saúde numa melhor sinalização e acompanhamento de casos de toxicodependência; • Colmatar as lacunas existentes ao nível da cobertura de serviços de apoio a crianças em idade de creche; • Prevê-se que o aumento da cobertura dos serviços à população idosa crie condições para a melhoria da sua qualidade de vida, traduzida numa prestação de cuidados de apoio social; • Prevenir-se-á o aumento de casos de violência doméstica associada ao consumo de álcool e drogas; • Melhoria da qualidade de vida dos deficientes. Eixo nº 5 – Prestar uma maior atenção à política de desenvolvimento sustentável e sustentado, permitindo uma articulação concertada entre o desenvolvimento e a protecção ambiental. 51 Plano de Desenvolvimento Social Objectivos Globais 1 – Implementação de medidas que visem melhorar a paisagem do concelho; 2 – Criar alternativas ao local de depósito das lamas carbonatadas; 3 – Aumento da taxa de reciclagem no concelho. Objectivos Estratégicos 1 – Continuação do tratamento das lamas carbonatadas a fim de promover um adequado encaminhamento das águas residuais; 2 – Redução da contaminação das águas superficiais e subterrâneas, passando pela adopção de novas práticas agrícolas, numa gestão adequada de resíduos; 3 – Redução das lixeiras clandestinas; 4 – Sensibilização para a aplicação da política dos 3 R (na capitação dos resíduos), principalmente no que se refere à redução; 5 – Aumento da taxa de reciclagem através do reforço de ecopontos; 6 – Criar alternativas ao escoamento de águas para evitar cheias e inundações; 7 – Tomar medidas para a redução de poeiras advindas da indústria do mármore, que passam pela adopção das “tecnologias limpas”; 8 – Redução da quantidade de entulhos e monos junto de estradas; 9 – Sensibilização dos industriais de mármores para a necessidade de tanques de decantação para a remoção de lamas; 10- Aumentar a taxa de atendimento ao nível do tratamento de águas residuais; 11- Melhoramentos no tratamento das águas para abastecimento público; 12- Reforço de pontos de captação de água (aumento de furos). Acções 52 Plano de Desenvolvimento Social • Reforço de mais 10 ecopontos (passando de 27 para 37), no prazo de um ano; • Recuperação da rede de abastecimento de água; • Sensibilização da população para as questões ambientais (através de panfletos, exposições, etc.); • Limpeza de valetas; • Implementação de um ecocentro; • Implementação de um Centro de Triagem. Entidades Promotoras • • • • • Câmara Municipal Juntas de Freguesia Candidaturas a programas e projectos Assimagra Cevalor Público-alvo • Toda a população do concelho Beneficiários • Toda a população do concelho Possíveis Fontes de Financiamento • • • • Câmara Municipal Juntas de freguesia Entidades promotoras de projectos Candidaturas a projectos Indicadores de Monitorização • • Nº de ecopontos Nº de ecocentros 53 Plano de Desenvolvimento Social • • • • • • • Nº de estações de transferência Nº de lixeiras Quantidade de lamas carbonatadas tratadas Nº de tanques de decantação Nº de lixeiras clandestinas Quantidade de entulhos Volume de resíduos reciclados Impactes Previstos a médio-longo Prazo • Melhoria da qualidade de vida de toda a população do concelho; • Redução das lixeiras clandestinas; • Redução de entulhos e monos junto de estradas; • Prevenção da existência de uma escombreira por pedreira, através do aproveitamento dos subprodutos em várias aplicações e da deposição destes em locais apropriados; • Prevê-se a colocação de tanques de decantação para remoção das lamas em todas as unidades industriais; • Prevenir-se-á o aumento da capitação dos resíduos; • Aumento da taxa de reciclagem; • Optimização da qualidade da água para consumo. 4. Modelo Organizacional e de Execução O Plano de Desenvolvimento Social de Vila Viçosa não contempla somente a actual estrutura existente ao nível da parceria da Rede Social, mas contempla também o alargamento a outros actores que não os da Rede Social. 54 Plano de Desenvolvimento Social As propostas cingem-se a uma reorganização interna que possibilite a implementação e monitorização das diferentes acções propostas. Com o Plano de Desenvolvimento Social pretende-se disponibilizar uma orientação estratégica para as intervenções a realizar no concelho. O Plano de Desenvolvimento Social poderá ser executado de diversas formas: ♦ Concretização de acções previstas no PDS com a inclusão das entidades públicas e privadas; ♦ Pelo Conselho Local de Acção Social de Vila Viçosa, que irá executar algumas acções; Considera-se de extrema importância a estrutura participada da decisão e monitorização da acção, o que permitirá posteriormente o aumento da eficácia e eficiência do processo de execução das acções previstas. Assim, propõe-se uma estrutura constituída por: ♦ Comissão de Gestão do Plano – onde estão representadas as entidades promotoras e a quem compete a decisão sob a orientação da Rede Social. Esta comissão é coadjuvada pelo Núcleo Executivo, pelos grupos de projecto. ♦ Núcleo Executivo – possui competências técnicas e, compete-lhe a orientação e gestão do processo de execução. Trata-se de situar a estrutura existente no processo de gestão do PDS. ♦ Promotores de Projectos – têm como função assegurar a execução dos projectos (acções) definidos no PDS e concretizar os planos de acção por projecto. ♦ Comissão Técnica de Apoio, Monitorização e Avaliação – Possui funções técnicas de organização da formação e da avaliação do percurso da rede e dos seus Planos de Acção. Esta comissão pode, ainda, incluir elementos de outros órgãos da rede social e peritos externos. 5. Sistema de Informação Para a possível actualização constante do diagnóstico do concelho, foi proposta na reunião do Conselho Local de Acção Social de Vila Viçosa a 55 Plano de Desenvolvimento Social realização de um sistema de informação de base concelhia que permita à equipa da Rede Social a sua actualização. Contudo, não se pretende que a actualização da informação venha a ocupar tempo em excesso às instituições. O que se procura é aproveitar a capacidade que as instituições têm para a organização da informação disponível, de forma que seja possível a caracterização das dinâmicas concelhias, e que a posterior análise dos dados permita accionar medidas sempre que os problemas o justifiquem. Esta informação poderá ser centralizada na Câmara Municipal de Vila Viçosa, possibilitando, assim, o acesso a todos os habitantes do concelho, bem como de outras pessoas interessadas, através da disponibilização do PDS na WEB SITE a criar. Desta forma, será também possível que outras instituições do concelho disponibilizem as informações relevantes para a Rede Social. Poderá também existir uma actualização da Rede Social em Vila Viçosa, também disponível na Internet, desde os seus estatutos, à sua constituição, à apresentação do Plano e ponto da situação relativamente ao desenvolvimento das acções. Em suma, o Plano de Desenvolvimento manter-se-á um documento aberto à relação, dinâmica e imaginação das diversas organizações públicas e privadas, centrais e locais. Quanto ao Sistema de Implementação, Monitorização e Avaliação do Plano irá ser descrito no próximo ponto do trabalho. 6. Sistema de Implementação, Monitorização e Avaliação do Plano A questão central que se coloca no Plano de Desenvolvimento Social: Como se vão Implementar as suas Acções? 56 Plano de Desenvolvimento Social Sabendo que a resposta a esta questão é difícil de se dar, pode-se referir que a Implementação das acções do PDS dependem das vontades daqueles que o delimitam, dos recursos existentes, da capacidade organizacional, dos financiamentos possíveis, etc. Este será um passo importante no desenvolvimento deste processo, coadjuvado por outros passos que serão dados pelos parceiros da Rede Social. Ao nível da implementação do Plano, considera-se importante a capacidade de organização dos grupos de projecto e a disponibilização dos recursos financeiros, técnicos e humanos indispensáveis na execução das acções. Os grupos do projecto serão os responsáveis pela execução de cada projecto e devem definir os planos de acção. Os conteúdos dos Planos de Acção devem ser: • • • • • • • Delimitação das acções a desenvolver por projecto; Referência das tarefas imputadas a cada acção e as entidades locais responsáveis pela concretização de cada acção; Recursos necessários para a execução de cada acção; Elaboração de orçamentos; Delimitação das metas a atingir com a indicação dos prazos para a prossecução das mesmas; Indicação das fontes de financiamento; Elaboração de cronogramas. A Monitorização do Plano refere-se ao acompanhamento de todo o processo de execução do PDS; as Avaliações (qualitativas e quantitativas) serão feitas até 2007 de forma que sejam melhorados os próximos desafios e exercícios de planeamento. É através da Avaliação que o C.L.A.S. poderá obter informações para construir novos planos de acção anuais, intensificando vários projectos e actividades, corrigindo outros, afectando recursos até aí desconhecidos. É também através da avaliação que se pode dar resposta aos problemas identificados, como indicações sobre novos problemas que a intervenção tornou visível. A avaliação pode assumir-se sob várias modalidades, das quais se destacam: - Constituição de equipas (internas, externas ou mistas); - Temporalidade da sua realização (antes da execução do plano, durante e após a sua execução); - Pode variar, segundo os seus destinatários (população, decisores, CLAS etc.). Tanto a monitorização como a avaliação dependem das seguintes condições: 57 Plano de Desenvolvimento Social • • Relação entre grupos de projecto que permita a criação de gestão do plano, com a comissão técnica de acompanhamento e com o núcleo executivo; Realização de um acompanhamento por parte dos grupos do projecto. “A Comissão Técnica de Acompanhamento, Monitorização e Avaliação do PDS deverá: • Realizar relatórios anuais de acompanhamento dos projectos, pelo que se exige dos grupos de projecto a realização de relatórios de execução de cada um dos projectos; • Providenciar a actualização dos dados que permitirão alimentar o Sistema de Informação e fazer actualizações do diagnóstico de Vila Viçosa; • Desenvolver o Relatório Final do PDS, no final de 2007, dando orientações para o futuro e dando conta das possíveis estratégias para a mudança a imprimir no concelho face ao período que se prossegue; • Avaliar o impacte do PDS ao longo do tempo: desde o decurso das acções à sua continuidade, finalização e num período de médio-longo prazo após o término da execução dos projectos previstos (tempo aconselhável - 3 a 5 anos).”2 7. Conclusão O presente trabalho é fruto de um estudo desenvolvido durante dois meses, no âmbito de um projecto de carácter inovador “Rede Social”; procurouse encontrar soluções para os problemas levantados no Diagnóstico Social, tentando envolver os representantes das instituições locais, bem como os seus técnicos. 2 In: Plano de Desenvolvimento Social – Grândola: Concelho de Oportunidades 58 Plano de Desenvolvimento Social Após efectuado o levantamento dos problemas, aquando da elaboração do Diagnóstico do concelho, o grupo de trabalho, sob proposta do Instituto de Solidariedade e Segurança Social, elaborou o Plano de Desenvolvimento Social. Através das reuniões realizadas ao longo do estudo, recolheram-se algumas informações-chave, não só para a actualização do diagnóstico, como também para a concretização do plano. Nessas reuniões, foram propostos eixos, objectivos gerais, objectivos estratégicos e acções; com o contributo, tanto dos membros do Núcleo Executivo, como dos dirigentes e técnicos de algumas instituições e associações, foram criadas as condições necessárias para a elaboração do plano. Foram descritas estratégias de intervenção que, pensa-se, se conseguirão alcançar a longo prazo. Estamos conscientes que a concretização de um Plano de Desenvolvimento Social, único para o concelho de Vila Viçosa, só será efectuado com sucesso com a participação e articulação de todos os parceiros sociais, tendo como principal objectivo a melhoria das condições de vida da população mais vulnerável. Para a realização de um Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social, torna-se imprescindível a avaliação, a qual deverá funcionar como um instrumento fundamental de impacto em decisões futuras. Cada vez mais se caminha numa perspectiva de que o Desenvolvimento Económico está directamente relacionado com o desenvolvimento social, pelo que é urgente que estas duas grandes áreas “se abracem” para a construção de uma sociedade mais inclusiva. 8. Bibliografia • FANGUEIRO, Cristina, (2002), Revista Pretextos – Desenvolvimento Social, nº 12, “O Plano de Desenvolvimento Social”, pp12-17. 59 Plano de Desenvolvimento Social • PEREIRA, Susana, (2003), Revista Pretextos – Sistemas de Protecção Social, nº 12“A Segurança Social Perante o Desafio do Ano Europeu das Pessoas com Deficiência”, pp. 8-9. • Plano de Desenvolvimento Social – Grândola: Concelho de Oportunidades. • Plano de Desenvolvimento Social 2001-2006, (2001) - Vila Nova de Famalicão. • Núcleo da Rede Social, DIC – Departamento de Investigação e Conhecimento (2002), Plano de Desenvolvimento Social: Programa Rede Social, IDS (Edição). Índice de Quadros 60 Plano de Desenvolvimento Social Paginas Quadro 1 – Nº de Consultas/Especialidades por Extensão do Centro de Saúde (2002) 11 Quadro 2 – Distribuição dos Candidatos por Habilitações Escolares 18 Quadro 3 – População à Procura de Emprego em Maio de 2003 19 Quadro 4 – Taxas de Desemprego (2001) 21 Quadro 5 – Distribuição dos Deficientes por Tipo de Deficiência 22 Quadro 6 – Equipamentos e Serviços de Apoio aos Idosos 27 61 Plano de Desenvolvimento Social Anexos I – Folhas de presenças das reuniões realizadas por Áreas Temáticas II – Fragilidades e Potencialidades do concelho, divididas por freguesia III – Quadros Síntese dos Eixos, Objectivos Gerais, Objectivos Estratégicos e Acções 62 Plano de Desenvolvimento Social Anexo I – Folhas de presenças das reuniões realizadas por Áreas Temáticas 63 Plano de Desenvolvimento Social 64 Plano de Desenvolvimento Social 65 Plano de Desenvolvimento Social 66 Plano de Desenvolvimento Social 67 Plano de Desenvolvimento Social 68 Plano de Desenvolvimento Social Anexo II – Fragilidades e Potencialidades do concelho, divididas por freguesia 69 Plano de Desenvolvimento Social Fragilidades Potencialidades Sede de Concelho Sede de Concelho ♦ Necessidade de construção de um Centro de Saúde que dê resposta às carências da população. ♦ Insuficiência do nº de camas na valência de internamento do Centro de Saúde. ♦ Ausência de assistência médica 24 horas por dia. ♦ Situações de violência doméstica. ♦ Insuficiência de equipamentos ao nível dos idosos (Lares e Centros de Noite). ♦ Elevado nº de pessoas isoladas ♦ Insuficiência de equipamentos ao nível da primeira infância. ♦ Necessidade de cursos de língua portuguesa e sessões de esclarecimento sobre a lei dos imigrantes. ♦ Necessidade de cursos de formação para pessoas com baixo nível de escolaridade. ♦ Insuficiência de cobertura das barreiras arquitectónicas para acesso aos deficientes. ♦ Existência de algumas situações de toxicodependência e alcoolismo. ♦ Falta de espaços adequados para a prática desportiva em algumas escolas do 1º ciclo. ♦ Instalações eléctricas inadequadas aos novos equipamentos, com excepção da Escola Básica nº 2 – D. João IV. ♦ Falta de salas de professores e atendimento a pais na E.B. 1 nº 1 e E.B. 1 nº 2. ♦ Falta de materiais pedagógicos actuais em todas as escolas do agrupamento. ♦ Falta de um sala polivalente sobretudo no 1º ciclo. ♦ Inexistência de uma equipa técnica multidisciplinar, estável, para acompanhamento de crianças que necessitam de apoios educativos. ♦ Falta de professores de apoio especializados. ♦ Ausência de uma Biblioteca Municipal ♦ Ausência de cantinas escolares em todo o concelho. ♦ Indústria do Mármore ♦ Turismo ♦ Proximidade relativa a centros urbanos importantes ♦ Boas vias de acesso/comunicação ♦ Riqueza arquitectónica ♦ Património cultural ♦ Recursos humanos com formação (bombeiros) ao nível do INEM ♦ Existência de Instituições de Solidariedade Social, com Intervenção nas áreas da infância, Juventude e Idosos ♦ Existência do Núcleo Escola Segura do Destacamento Territorial de Estremoz ♦ MURPI – Existência de uma sala de convívio aberta até ao fim do dia ♦ Existência de um pólo da CERCI ♦ Grupo de Teatro Amadores de Vila Viçosa – actuações gratuitas junto das instituições de Solidariedade Social; disponibilidade de um espaço para acolhimento provisório de casos sociais ♦ Existência de bibliotecas da Rede Nacional de Bibliotecas Escolares ♦ Existência de uma sala de informática de apoio às escolas do agrupamento ♦ Existência de Internet nos estabelecimentos de 1º e 2º ciclo ♦ Disponibilidade do corpo docente, para se realizarem cursos no âmbito do ensino recorrente (adultos), em todas as freguesias ♦ Existência de um Gabinete de Apoio a Crianças em Idade Escolar, embora temporariamente ♦ Espaço Internet ♦ Apoios educativos – trabalho em parceria com outras entidades ♦ Existência de cursos de alfabetização e de educação extra-escolar, a nível do concelho ♦ Diversidade de serviços por parte do Centro de Saúde ♦ Existência de um Delegado de Saúde e de 70 Plano de Desenvolvimento Social ♦ Ausência de uma viatura adequada ao um enfermeiro especialista com formação transporte de deficientes. em saúde no trabalho ♦ Falta de apoios a algumas associações do ♦ Zona Industrial concelho por parte da autarquia. ♦ Existência de associações culturais e ♦ Algumas situações de insucesso e desportivas abandono escolar. Fragilidades Potencialidades 71 Plano de Desenvolvimento Social Bencatel Bencatel ♦ Condições precárias das instalações do Centro de Saúde ♦ Falta de equipamento médico ♦ Maior número de casos de violência doméstica em relação às restantes freguesias ♦ Elevado número de pessoas com falta de apoio no período nocturno ♦ Elevado número de idosos com reformas e pensões muito baixas ♦ Inexistência de espaço para convívio de idosos e realização de festas ♦ Falta de instalações adequadas para o funcionamento do “Espaço Internet” ♦ Mau funcionamento do pólo da biblioteca escolar ♦ MURPI – telhado das instalações a necessitar de arranjos ♦ Rancho Folclórico – dificuldade no transporte dos elementos, aquando da realização de intercâmbios ♦ Número significativo de casos com poucas condições de habitabilidade ♦ Falta de uma Zona Industrial para desenvolver a pequena indústria ♦ Sistemas de esgotos “a céu aberto” ♦ Ausência de equipamentos sócio-culturais ♦ Existências de dois bares, considerados “casas de alterne”, a funcionarem até às quatro da manhã em zonas de habitação ♦ Bom trabalho desenvolvido entre os elementos da GNR e a Cáritas quanto à sinalização de casos de violência doméstica ♦ Não existem casos preocupantes relacionados com o consumo de drogas ♦ Apoio por parte da autarquia à população ♦ Projecto para a constituição de uma casa da cultura ♦ MURPI – Apoio financeiro prestado pela Câmara Municipal e pela Junta de Freguesia ♦ Existência do Núcleo Escola Segura do Destacamento Territorial de Estremoz ♦ Existência de 30 fogos de Habitação Social ♦ Centro de Dia, gerido pela Santa Casa da Misericórdia ♦ Espaço Internet Fragilidades Potencialidades 72 Plano de Desenvolvimento Social Ciladas ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ Necessidade de um médico diariamente Má acessibilidade aos montes Elevado número de casos de alcoolismo Número significativo de idosos que vivem isolados em montes Elevado número de casos de violência doméstica e maus-tratos a crianças (a maior parte estão encobertos) Falta de um animador na área do desporto Número significativo de crianças que, após o horário escolar, ficam entregues a elas próprias Sport Clube de S. Romão cuja sede está em condições precárias Necessidade de um pavilhão multi-usos Falta de equipamentos sócio-culturais Necessidade de um parque industrial Isolamento geográfico Ausência de turismo rural Grupo Recreativo Amigos de S. Romão – falta de recursos financeiros para criação de um espaço próprio Ausência de um pavilhão multi-usos Fragilidades Ciladas ♦ Criminalidade reduzida ♦ Número reduzido de consumidores de droga ♦ Centro de Noite, gerido pela Cáritas ♦ Centro de Dia, serviço prestado pela Santa Casa da Misericórdia ♦ Centro de Convívio do MURPI com apoio logístico da Junta de Freguesia ♦ Rede de transportes com boa abertura, quanto aos horários escolares ♦ Espírito de interajuda por parte da população desta freguesia ♦ Espaço cedido pela C.M.V.V. para construção da sede do Sport Clube de S. Romão ♦ Existência da “Escola Escolinha” para iniciação e formação de jovens em várias modalidades ♦ Existência do Núcleo Escola Segura do Destacamento Territorial de Estremoz ♦ Existência de um terreno para construção de um pavilhão multi-usos ♦ População muito dinâmica que adere facilmente a qualquer iniciativa ♦ Trabalho Agrícola Potencialidades 73 Plano de Desenvolvimento Social Pardais Pardais ♦ Ausência de extensão do Centro de Saúde; instalações precárias a funcionarem na Casa do Povo com algumas barreiras arquitectónicas ♦ Serviço médico e de enfermagem deficiente ♦ Inexistência de farmácia e/ou posto de medicamentos ♦ Inexistência de Centro de dia e de Centro de Noite ♦ Ausência de biblioteca ♦ Ausência de posto de correio ♦ Ausência de caixa Multibanco ♦ Falta de espaços verdes ♦ Falta de um parque infantil ♦ Problemas ao nível das acessibilidades (caminhos rurais) ♦ Arruamentos ♦ Número de crimes praticamente nulo ♦ Existência de um terreno da Santa Casa da Misericórdia destinado à construção de um Centro de Noite ♦ Existência do Núcleo Escola Segura do Destacamento Territorial de Estremoz ♦ Espaço Internet 74 Plano de Desenvolvimento Social Anexo - Plano de Acção III – Quadros Síntese dos Eixos, Objectivos Gerais, Objectivos Estratégicos e Acções 75 Plano de Desenvolvimento Social 76 Plano de Desenvolvimento Social Área Temática Educação Eixos Melhorar o nível de qualificação dos jovens e adultos do concelho, promovendo a educação e a formação Objectivos Globais 1 – Promover uma intervenção integrada ao nível do desenvolvimento educativo e social das crianças e jovens do concelho; Objectivos Estratégicos 1-1- Sensibilização das famílias disfuncionais para a importância do percurso escolar na vida dos filhos; 1-2- Qualificar a rede de ensino básico, articulando recursos e meios; Acções • Realização de reuniões no espaço de 4 meses com as famílias desestruturadas sobre: “A importância do percurso escolar na vida dos jovens; • Promover a ligação entre os equipamentos e serviços com vista a proporcionar actividades de lazer e de ocupação de tempos livres a crianças e jovens durante os períodos não lectivos, • Desenvolver um espaço de discussão entre entidades na área da educação e formação e da escola de forma a possibilitar a oferta de formação adequada às necessidades do concelho, evitando a duplicação de 1-3- Reduzir a taxa de insucesso escolar/abandono. 2- Integração de crianças/jovens com particulares dificuldades de aprendizagem, promovendo as suas competências cognitivas e sociais 2-1- Criar incentivos para os jovens prosseguirem os estudos (criar programas escolares mais motivadores para os jovens); 2-2- Aumentar/reforçar a formação profissional nas escolas oficiais; intervenções formativas; • 2-3- Criação de “espaços Internet” com horário alargado nas freguesias de Pardais, Bencatel e S. Romão; Realizar cursos de formação com a presença de actores económicos e outros que actuem neste domínio com vista a pensar a formação de forma estratégica para o concelho; 77 Plano de Desenvolvimento Social 3- Prolongar a escolaridade e formação profissional dos jovens e adultos em idades activa 3-1- Promoção de percursos educativos diferenciados (ensino básico ao secundário; do regime normal ao ensino recorrente, ao ensino tecnológico e/ou profissional; • Manter a oferta de cursos. • Criação de dois cursos de formação para pessoas em idade activa, para a obtenção da escolaridade obrigatória no ano lectivo 2004/2005; • Constituição de uma equipa multidisciplinar de apoio permanente às escolas do concelho para acompanhamento de casos individuais; • Realizar cursos de formação com a presença de actores económicos e outros que actuem neste domínio com vista a pensar a formação de forma estratégica para o concelho; 3-2- Desenvolver projectos transdisciplinares em parceria a partir do ano 2005; 3-3- Proporcionar uma oferta integrada de educação/formação destinada a públicos adultos pouco qualificados 78 Plano de Desenvolvimento Social Área Temática Eixos Emprego e Formação Profissional Melhoria da qualificação profissional das pessoas e aumento da sua empregabilidade. Objectivos Globais Objectivos Estratégicos 1- Conduzir a população mais jovem ao prolongamento da escolaridade e à formação profissional propiciadora da sua inserção profissional; 1-1- Expandir e diversificar a formação inicial dos jovens, apostando na qualificação (reforçar o ensino secundário de carácter profissionalizante); 2- Elevar o nível de qualificação profissional da população activa adulta com baixos níveis de escolaridade, visando melhorar o seu desempenho profissional; 2-1- Promover a aprendizagem ao longo da vida e melhorar a empregabilidade da população activa (abrir a escola a novos públicos-alvo para obterem formações de curta duração e serem certificados de conhecimentos adquiridos fora do sistema de ensino); 2-2- Gestão e acompanhamento de processos de reestruturação sectorial através da formação contínua dos trabalhadores para que as empresas possam fazer face a eventuais processos de mutações; Acções • Encaminhamento de situações para os Centros de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências existentes – por ex. Fundação Alentejo e Centro de Formação Profissional de Portalegre; • Estabelecer prioridades de formação de acordo com os resultados advindos do fórum do emprego e formação e delimitar ofertas entre as diferentes entidades formadoras. • Criação de acções préprofissionalizantes para aquisição de competências dos jovens, a frequentar os últimos anos da escolaridade obrigatória; • Desenvolver um plano integrado de formação por um período anual, procurando proporcionar ofertas adequadas às necessidades do mercado de trabalho. • Realizar fóruns de emprego e educação com a presença de gerentes de empresas e outros actores económicos 79 Plano de Desenvolvimento Social 2-3- Promover a integração sócioprofissional de grupos com particulares dificuldades no acesso ao mercado de trabalho potenciando a empregabilidade destes grupos e promovendo a sua inserção social e profissional; 3- Incentivar os empresários a investirem noutras áreas alternativas à indústria do mármore; 4- Investir nas micro-empresas para colmatar a taxa de desemprego feminino. 3-1- Promover a criação de empresas de serviços de proximidade; 3-2- Promover e qualificar o património histórico e cultural, reforçando o turismo como factor de desenvolvimento e emprego. que actuem neste domínio com vista a pensar a formação e a inserção de forma estratégica para o concelho. • Promover oferta especifica de formação/ensino profissional de acordo com as necessidades. • Criar circuitos de comunicação que visem a ida das empresas às escolas e a deslocação dos alunos às empresas (as empresas devem ser seleccionadas de acordo com a sua capacidade de renovação de mão-de-obra e de emprego local). • Promoção de micro-iniciativas de emprego em várias áreas de actividade que permitam resolver as necessidades sentidas da população. 4-1- Melhorar a qualificação da mão-de-obra local para elevar a empregabilidade da população activa, sobretudo ao nível da população feminina; 80 Plano de Desenvolvimento Social Área Temática Eixos Objectivos Globais Objectivos Estratégicos Acções • Acção Social Criar condições de suporte à prestação de cuidados e potenciação de respostas programadas para a população mais vulnerável do concelho (idosos, deficientes, alcoólicos, toxicodependentes e famílias disfuncionais). 1 – Criação de respostas integradas para cobertura de crianças em idade de creche; 1-1- Melhorar o nº de serviços de creche e amas, aproveitando estruturas existentes no concelho; • 2 – Apoio e Acompanhamento das famílias disfuncionais, prevenindo situações de risco na infância e juventude; 3- Articulação das instituições particulares de solidariedade social com a G.N.R. na sinalização de situações de alcoolismo e violência doméstica; 2-1-Sensibilização junto da família e da escola/da comunidade e articulação com o serviço de saúde na promoção de actividades de prevenção primária no âmbito da toxicodependência, alcoolismo e doenças sexualmente transmissíveis (ex: SIDA), entre outras; 3-1- Sensibilização do encaminhamento de situações de alcoolismo sinalizadas pela GNR, para médicos de família e centros de desintoxicação; 3-2- Pretende-se dotar de maior capacidade de articulação um actual quadro de meios e recursos que, directa ou indirectamente, trabalham com vítimas de violência; 3-3- Reforçar os mecanismos de sensibilização, motivação e acompanhamento dirigidos à população alcoólica; • • • Implementação de 1 creche e jardim-deinfância com capacidade para 20 (até 25) entre 2005 e 2007; Implementação do Cartão Municipal de Apoio Social para o Idoso em 2004, para apoio nos medicamentos e descontos em eventos culturais; Implementar um programa “telefone de segurança” – 2004/2005 Elaboração de um projecto para construção de um lar para grandes dependentes (10/12 pessoas) com uma valência de alojamento temporário; Articulação entre as instituições do concelho, entidades locais e segurança social, a nível distrital, na elaboração de um projecto para criação de um centro de noite no concelho, que permita minimizar os problemas de insegurança e do isolamento físico e social, em articulação com as valências 81 Plano de Desenvolvimento Social 4 - Colmatar o isolamento físico e social agregado às condições de insegurança, a problemas ao nível de cuidados de saúde e às más condições de vida que atingem os idosos; 4-1- Criar condições e um ambiente de segurança à população idosa e/ou dependente do concelho; • • 4-2- Qualificar pessoal que presta cuidados à população idosa ou dependente; 4-3- Melhorar a articulação do serviço de apoio domiciliário com os serviços de saúde; 5- Maior articulação entre o CAT e o Centro de Saúde para apoio aos toxicodependentes; • • • 6 - Integração sócio-profissional dos deficientes visando, por um lado, a melhoria das condições de vida de populações com maior vulnerabilidade através da revitalização do tecido social e da promoção do desenvolvimento local integrado, e por outro, potenciando a empregabilidade destes grupos e promovendo a sua inserção social e profissional. 6-1- Promover a integração sócioprofissional dos deficientes no mercado de trabalho, potenciando a empregabilidade destes grupos e promovendo a sua inserção social e profissional • • • existentes (reabilitação de espaços existentes); Aumento do nº de vagas do Centro de Noite de S. Romão de 10 para 20; Promover formação a dirigentes, técnicos, auxiliares de instituições e prestadores informais com intervenção na área dos idosos e/ou dependentes; Implementação de um projecto de voluntariado no âmbito de apoio à população idosa; Apoio Domiciliário Integrado a funcionar 24 horas diárias; Estruturas de acompanhamento pré e pós desintoxicação, fazendo a descentralização de um técnico do CAT para motivar o individuo; Estratégias de inserção profissional da população ex-toxicodependente e alcoólica em tratamento; Acções de coordenação e intervenção integrada entre serviços de forma a reduzir a violência doméstica existente no concelho; Aquisição de uma viatura no concelho para transporte de pessoas dependentes.; 82 Plano de Desenvolvimento Social Área Temática Saúde Eixos Objectivos Globais Melhorar os níveis de eficiência da 1saúde e assegurar a todos os habitantes do concelho o acesso a cuidados de saúde de qualidade Melhoria da qualidade dos cuidados de saúde (rede de referência hospitalar); Objectivos Estratégicos 1-1- Estimular a prestação de cuidados de saúde no préescolar, nas escolas; Acções • Arranjo de salas de espera e barreiras arquitectónicas de alguns edifícios; • Alargamento do horário de atendimento do S.A.P. (Serviço de Atendimento Permanente); • Aumento do nº de camas (10 para 15) na valência de internamento do Centro de Saúde existente até à construção do novo edifício; 1-2- Redução do défice ao nível dos recursos humanos e ao nível dos equipamentos de saúde; 1-3- 2- Prevenção das doenças mais críticas, promoção de estilos de vida mais saudáveis e protecção dos grupos particularmente vulneráveis (criação de mecanismos especiais para populações em situações de exclusão social); Cobertura do serviço de urgência no período nocturno e fins de semana; 2-1- Fomento de actividades de prevenção no âmbito da toxicodependência, alcoolismo, doenças infecciosas, gravidez precoce, educação para a sexualidade, entre outras; 2-2- Alargar a prestação e vigilância de cuidados de saúde a todos os idosos do concelho, no domicilio através de serviços conjugados com serviços sociais ao domicílio; 2-3- Continuação do acompanhamento dos toxicodependentes feita pelo Centro de Saúde, para vigilância do seu estado de saúde; . 83 Plano de Desenvolvimento Social Área Temática Eixos Objectivos Globais Objectivos Estratégicos 3 - Promover novas parcerias com sectores privado e social, em áreas ou sectores que estejam vocacionadas para prestar cuidados de saúde de qualidade 3-1- Incentivar projectos entre organismos do Sistema Local de Saúde e a rede de equipamentos e serviços sociais do concelho; 3-2- Acções • Construção de um novo edifício do Centro de Saúde, projectado e planeado pela Administração Regional de Saúde do Alentejo até 2006 entrar no PIDAC); • Criação de programas de apoio para os indivíduos com problemas de alcoolismo em articulação com a acção social. Cobertura do “Apoio Domiciliário Integrado” aos fins de semana; 3-3- Sensibilização dos organismos estatais (Ministério da Saúde) para a necessidade urgente da criação do novo Centro de Saúde; 84 Plano de Desenvolvimento Social Área Temática Eixos Objectivos Globais Ambiente 5 - Política de desenvolvimento sustentável e sustentado, permitindo uma articulação concertada entre o desenvolvimento e a protecção ambiental. 1 – Implementação de medidas que visem melhorar a paisagem do concelho; Objectivos Estratégicos 1-1- Redução clandestinas; das lixeiras Acções • Implementação de Centro de Triagem um • Implementação de Centro de Triagem; um • Reforço de mais dez ecopontos (passando de 27 para 37) • Sensibilização da população para as questões ambientais, através de panfletos, exposições, etc. • Implementação ecocentro; 1-2- Tomar medidas na redução de poeiras advindas da indústria do mármore, que passam pela adopção das “tecnologias limpas”; 1-3- Redução da quantidade de entulhos e monos junto de estradas; 2 – Criar alternativas ao local de depósito das lamas carbonatadas; 3 – Aumento da taxa de reciclagem do concelho. 2-1- Continuação do tratamento das lamas carbonatadas a fim de promover um adequado encaminhamento das águas residuais; 2-2- Sensibilização dos industriais de mármores para a necessidade de tanques de decantação para a remoção de lamas; 3-1- Aumento da taxa de reciclagem através do reforço de ecopontos; 3-2- Sensibilização para a aplicação da politica dos 3R (na capitação dos resíduos), principalmente no que concerne à redução; de um 85 Plano de Desenvolvimento Social Área Temática Eixos Objectivos Globais 4- Melhoria da qualidade da água Objectivos Estratégicos 4-1- Redução da contaminação das águas superficiais e subterrâneas passando pela adopção de novas práticas agrícolas, numa gestão adequada de resíduos; 4-2- Reforço de pontos de captação de água (aumento de furos); 4-3- Aumentar atendimento tratamento residuais; 4-4- Melhoramentos no tratamento das águas para abastecimento público. Acções • Recuperação da rede de abastecimento de água; a taxa de ao nível do de águas 86