11
Desenvolvimento Econômico
Economia & Sociedade
Coisas simples
para uma grande causa
Número de empresas no Brasil cresce 6% em 2009
Em 2009, foram abertas 629.857 mil empresas no Brasil, crescimento de
5,96% em relação a 2008, quando haviam sido registradas 594.440 mil novas
empresas, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (3/2) pelo
Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), órgão do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Nós temos que aproveitar o momento, já que
estamos atrasados, para fazer a mudança extraindo a experiência dos que já estão promovendo-a.
Consumo de energia no país bate novo recorde com 70,4 GW
O país registrou no dia 4 de fevereiro mais um recorde no consumo de energia
elétrica, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). De
acordo com o ONS, o consumo do país, por volta das 15h do dia 4/2, atingiu o
pico de 70,4 gigawatts (GW).
Em 2009, o recorde havia sido de 67,4 GW, registrado em 26 de novembro,
segundo o ONS.
A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, já
havia chamado a atenção para o recorde ontem, ao informar que o ONS
determinou a entrada em operação de usinas termelétricas para atender ao
excesso de demanda por energia no país.
“A geração de energia elétrica está crescendo por duas razões. Primeiro
é o calor. Está muito quente e, portanto, o consumo de energia é maior. As
classes média e baixa subiram um degrau e, por isso, há um consumo muito
maior da linha branca [de eletrodomésticos]. E também do consumo industrial”,
disse.
Banco Mundial aprova rmpréstimo de U$ 485 milhões para o estado do Rio
O Banco Mundial (BM) anunciou a aprovação de um empréstimo de US$ 485
milhões ao estado do Rio de Janeiro, que servirá, segundo o Banco, para
financiar o Projeto de Políticas de Sustentabilidade Fiscal, Desenvolvimento
Humano e Competitividade.
A iniciativa prevê esforços destinados a melhorias em áreas como educação,
saúde e economia estadual, afetados com diminuição de recursos devido à
recente crise financeira mundial.
O comunicado divulgado pelo BM destaca que o empréstimo também apoiará
medidas para o fortalecimento da consolidação fiscal mediante uma redução
de risco em longo prazo, melhorias na eficiência tributária e fortalecimento de
procedimentos orçamentários e gestão financeira.
Gás natural será destinado prioritariamente para produção de
energia, diz Lula
Rio de Janeiro - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu que a energia
gerada por gás natural será utilizada prioritariamente para a produção de
energia elétrica. A advertência foi feita durante inauguração do gasoduto
Cabiúnas-Reduc (Gasduc III), um dia depois de o país ter batido o recorde
de consumo de energia.
“Quem tem fábrica a gás, piscina a gás, carro a gás, tem que saber que se
tiver uma crise energética a primeira coisa que vamos utilizar o gás é para
levar energia até a casa das pessoas”, afirmou.
“Queremos ter autossuficiência em gás, mas sempre estaremos de olho em
garantir a energia da casa das pessoas. Não tem sentido um motorista de
táxi andando com carro à gás e a mulher em casa, no escuro”, acrescentou.
Além de ser utilizado por indústrias, nos carros e nas residências, o gás
natural abastece usinas termelétricas, que precisaram ser ligadas neste
verão para suprir o crescente aumento do consumo de energia elétrica.
Av . Alberto Braune 111 - Sobrado
Tels: 2522-1145 / 2522-8452
Claudio Santos
Verbicário
Quando a questão ambiental está em
jogo, abrem-se várias possibilidades de preservar o meio ambiente existindo várias
ações, mas principalmente, as voltadas para
a conservação de energia. Economizar energia não renovável, como o petróleo. Tudo o
que fizermos nessa linha, além de contribuir para a economia de energia economicamente viável, estará pensando no próximo. Essas atitudes ajudam a unir as pessoas.
Nós vivemos numa sociedade de consumo. Ela nos levou a esse consumismo
desenfreado, tudo descartável, a roupa, o
automóvel. Esse é o capitalismo
consumista que virou a nossa sociedade.
O consumo exacerbado virou o principal do
capitalismo. A História mostra o capitalismo como um avanço, mas o principal do
capitalismo, hoje, virou o consumo.
Vamos pegar como exemplo a Europa. Lá eles estão reformulando o capitalismo e nós aqui, na América do Sul, estamos
querendo chegar ao capitalismo. Não podemos fazer a mesma coisa, claro. Temos que
mudar nossa estratégia, porque, daqui a 20
anos, estaremos chegando lá, no capitalismo, porém, ao chegarmos temos que mudar tudo. Nós temos que aproveitar o momento, já que estamos atrasados, para fazer a mudança, extraindo a experiência dos
que já estão promovendo-a.
Hoje o capitalismo está funcionando
na base do consumo. Prova disso foram as
medidas adotadas em todo o mundo, de
aumento do consumo, variando em alguns
locais. Ora, isso é contraditório, é absurdo.
Pensando numa economia familiar, como
você pode consumir mais se está cheio de
dívidas? Mas na lógica do mundo capitalista a saída foi aumentar o consumo.
Temos que partir agora para um consumo mais lógico, mais responsável e o
reaproveitamento dos materiais é o consumo com mais responsabilidade. Precisamos
de uma economia, capitalista, em que o consumo ainda seja o principal, porém com responsabilidade, sem degradar o homem.
Temos que trabalhar isso e a melhor
maneira é reutilizar. A maioria das pessoas
faz o descarte de produtos industrializados
de forma irracional, porque, simplesmente,
não conhecem como fazer corrretamente.
Uma “instrução de desuso” – uma idéia nossa apresentada ao ministro Carlos Minc, na
época deputado estadual, que gostou da
idéia. Trata-se de uma simples orientação,
feita pelo produtor, informando o que fazer
com o descarte daquele produto. Existem
regras para se jogar coisas fora.
A coleta seletiva de lixo também é
irracional, pois não separamos o lixo antes
de descartá-lo e reciclá-lo. Existem alguns
processos operacionais que custam mais
caro para reciclar o material do que colocar
o lixo num aterro sanitário. Existem cidades que se unem para juntar o lixo através
de consórcios, para depois separá-los. Se
numa residência doméstica já é difícil separar o lixo, que dirá o de cidades.
Outro grande problema de conservação de energia é o chamado “pico” de energia. Recentemente batemos o nosso próprio recorde de consumo de energia no país,
de 68 mil megawatts, em pleno verão, registrado pelo Operador Nacional do Sistema. Pequenas medidas podem ser
adotadas em uso doméstico. As bombas
de caixas d´água dos edifícios residenciais,
por exemplo, podem ser reguladas para o
pico de energia, com o controle automático. Basta programar um dispositivo para que
estas sejam ligadas mais cedo, não consumindo energia no pico do dia. O período de
maior consumo não seria agravado nos prédios e residências.
A outra medida é o aproveitamento
da água da chuva. Numa cidade com grande precipitação pluviométrica isso deveria
fazer parte das obrigações do cidadão, guardando-a devidamente numa caixa e, mesmo que não aproveite imediatamente, a água
você não descarta. Em chuvas intensas as
águas deveriam ser captadas. São medidas não muito difíceis de serem utilizadas.
Não adianta dar habitação e depois remediar no combate às enchentes. Isso tudo são
atitudes que levam ao meio ambiente.
Fala-se tanto em acessibilidade de
deficientes e aprovam projetos habitacionais
de 4 andares sem elevador. Para que as
leis? Um deficiente não pode morar em apartamentos e nem sair de casa.
Outra que considero um absurdo é
construir casas populares sem banheiro privativos, a conhecida suíte, principalmente
para os mais carentes. Um doente não tem
como se isolar em sua casa. Ele então fica
no hospital, em enfermaria, porque não pode
ficar em casa, convivendo com todos e com
privacidade. Essa é uma medida que diz
respeito ao meio ambiente. Aquilo que for
transmitido será um mal terrível e quem está
doente não tem como ficar isolado em sua
casa.
Tudo são ideias, como existem muitas outras. As mais simples não são as mais
difíceis de serem implantadas, dependem
da vontade política e não de grandes verbas, sem falar no apoio da sociedade.
Mas sem mecanismos de fiscalização é impossível exercer a cidadania. Não
existem locais onde o cidadão possa exercer o seu direito de reclamar contra as agressões ao meio ambiente. Motivado muitas
vezes pela educação ambiental recomendada aos seus filhos nas escolas, o cidadão não encontra facilmente onde exigir o
cumprimento da lei. Na delegacia de polícia? Talvez seja o único lugar onde faça uma
ocorrência. Ou procurar os órgãos
ambientais, que estão longe do acesso popular.
Todos esses problemas batem no
exercício da cidadania. Como podemos fazer isso? É exatamente no bairro onde moramos. Na primeira Conferência Nacional das
Cidades, em Brasília, no início do primeiro
governo Lula, entregamos projeto da
institucionalização das associações de moradores de bairros ou distritos. É um espaço
procurado pelas pessoas no qual o cidadão
pode exercer a sua cidadania frente aos problemas encontrados. Pode ser no local onde
vive ou trabalha. Neste local haveria um livro
de ocorrências, no qual todas as autoridades estariam obrigadas a tomar conhecimento. Assim, finalmente, conseguiríamos exercer a nossa cidadania, não só quanto ao meio
ambiente, mas em toda a sua plenitude.
(*) Engenheiro, presidente do Conselho
Deliberativo da Associação Comercial de
Nova Friburgo
Download

Coisas simples para uma grande causa