“O Rio é uma grande marca” Por: Daniel Frazaoi O Estado do Rio de Janeiro recuperou o papel de protagonista no cenário de novos investimentos do país. Com uma política de gestão pública estruturada em redução de gastos, aumento de arrecadação fiscal e metas de desempenho para funcionários da administração pública, o Rio tem conseguido atrair a atenção dos investidores e retomar o crescimento de sua economia, requisitos indispensáveis para quem pretende alcançar profundas transformações sociais. Em recente palestra concedida a alunos e professores do Ibmec, no teatro Maison de France, o governador Sérgio Cabral fez um balanço de seus quase sete anos de mandato, a partir de um comparativo com modelos adotados em governos estaduais anteriores. (Foto: Lucas Gabriel) Nesse evento, promovido em 20 de março, o chefe do Executivo estadual afirmou que o Rio de Janeiro passou por profundas transformações desde a sua fusão com o antigo Estado da Guanabara, em 1975. Até então, não havia sido capaz de acompanhar o cenário de abertura econômica e redistribuição social do país, principalmente durante os governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula. Além da perda de receitas, o desequilíbrio das contas públicas durante esse período foi apontado como principal impedimento para que o Rio obtivesse acesso a linhas de crédito e financiamento do Governo Federal, o que resultou também no afastamento da iniciativa privada e na redução dos investimentos em serviços e infraestrutura no Estado. “O Rio de Janeiro não acompanhava a evolução e patinava durante esse período, com governos que valorizavam conceitos populistas, sem se preocuparem com gestão, qualidade da gestão e com a qualificação daqueles que prestavam o serviço público”, afirmou Sérgio Cabral. A mudança começou quando o Estado passou a entender o papel fundamental do investidor e de uma economia atrativa como motores de grandes transformações sociais e de melhoria nos serviços públicos oferecidos à população. Nessa linha, o papel da iniciativa privada no governo de Sérgio Cabral está em oferecer modelos eficientes de serviços que o Estado não tem condições de prestar por falta de capacidade operacional ou, simplesmente, por falta de recursos. “A sociedade não está interessada em saber se aquele serviço é prestado por um funcionário público estatutário ou particular. Quer mesmo é que o serviço seja prestado.”, ressaltou. Como exemplos bem sucedidos de gestão de contas públicas, o governador apontou um salto de R$ 32 bilhões em arrecadação em 2006 para R$ 76 bilhões em orçamento para 2013. Ele enfatizou também a conquista, em março de 2010, do status de Investment Grade, da agência americana Standard & Poors, de Nova Iorque. Com isso, o Rio de Janeiro passa a ser recomendado internacionalmente como opção confiável de investimento. Em seu horizonte de crescimento, o Estado do Rio pretende ainda se tornar o segundo centro automotivo do país. Isso se deve ao recente aumento no volume de produção da montadora Peugeot e a futura inauguração da primeira planta industrial da montadora Nissan, prevista para o primeiro trimestre de 2014. Além desses investimentos, o governador defendeu a relação harmoniosa entre o Estado e a Prefeitura do Rio de Janeiro como fundamental para colocar o Rio como maior calendário de eventos do mundo, citando ainda os avanços obtidos na segurança pública com a instalação de UPP’s, os preparativos para a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. O chefe do Executivo Estadual destacou também as obras do Porto Maravilha e parcerias com a iniciativa privada, tais como o Porto do Açu, do empresário Eike Batista, e com a Rede D’OR, na área da saúde. “Isso é gestão. Há dez anos, o Rio não podia pegar um empréstimo. Abrimos o espaço fiscal de R$ 21 bilhões em empréstimos. Hoje, as grandes fontes de financiamento estão aqui no Rio, tais como: O Banco Mundial, o BIRD; a Agência Francesa de Financiamento; o Banco do Brasil, que é o nosso principal parceiro; a Caixa Econômica Federal e o BNDES. Todos financiando água, trens, metrô, barcas etc.”, ressaltou o governador. (Foto: Daniel Frazao) Entretanto, a adoção de metas de desempenho para servidores públicos e parcerias com a iniciativa privada em regime de concessão nem sempre é tarefa fácil. A resistência vem daqueles que defendem um modelo puramente estatal na prestação dos serviços públicos mais importantes, com utilização exclusiva de funcionários estatutários e de planos de carreira para o funcionalismo público. De acordo com o governador, a mudança dessa cultura é o maior desafio da gestão atual e representa um avanço em termos de governança pública, desde que mantidos o papel do Estado como regulador e a preservação do interesse público em primeiro lugar. i Daniel Frazao é advogado e aluno do primeiro período do curso de Jornalismo do Ibmec/RJ.