1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA DORA CORDEIRO RESENHA CRÍTICA DO FILME MONSTROS S.A. André Luiz Pereira Vitória da Conquista 2004 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................................03 2. DESCRIÇÃO DO ASSUNTO...................................................................................................03 3. APRECIAÇÃO CRÍTICA..........................................................................................................04 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................................06 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................06 3 1. INTRODUÇÃO Monstros S.A. é uma usina geradora de energia, só que fora do tradicional: sua fonte energética são os sustos. Localizada em uma dimensão paralela, a fábrica constrói portais que levam os monstros para os quartos das crianças do nosso mundo, onde eles poderão lhes dar sustos e gerar a fonte de energia necessária para a sobrevivência da fábrica. Entre todos os monstros que lá trabalham o mais assustador de todos é James P. Sullivan , Um monstrão mais conhecido como Sully. Seu assistente é Mike Wzowski , Um ciclope em miniatura que é encarregado do armazenamento dos sustos em contêneres devendo ter cuidado com crianças, que são consideradas tóxicas pelos monstros e cujo contato com eles seria catastrófico para seu mundo. Porém, ao visitar o mundo dos humanos a trabalho, Mike e Sully conhecem a garota Boo (Mary Gibbs), que muda a vida de todas e de si mesma. 2. DESCRIÇÃO DO ASSUNTO A história gira em torno da megacorporação, que fornece energia para toda uma dimensão paralela, Monsteropolis. A energia provém dos gritos das crianças humanas, assustadas por um grupo de bichos-papões centrados em resultados. O presidente da empresa, um polvo-magnata de três olhos, sabe que está cada vez mais difícil assustar a molecada, pois as crianças estão cada vez mais maliciosas. Esse impasse tem um agravante: não podem ser tocados pelas crianças, sob o risco de se contaminarem e desaparecerem, ainda que não tenha ocorrido qualquer registro deste fato, é baseado somente no senso comum. Monsteropolis é um mundo como o nosso só que habitado exclusivamente por monstros. A matéria-prima da energia é conseguida através de alta tecnologia de processamento. Os funcionários recebem tratamento especial, com vistas a obter o máximo de gritos possíveis. 4 Sullivan é o maior assustador da Monstros S/A, seus recordes lhe mantém no topo do ranking sempre seguido de perto pelo invejoso Randall. Mike Wazowski é o melhor amigo de Sullivan e seu parceiro no trabalho, o funcionamento é simples: cada assustador deve abrir uma porta que dá entrada ao quarto de uma criança pelo armário, ele deve assustá-la enquanto seu parceiro utiliza cilindros para armazenar os gritos. Crianças são tóxicas e não podem ser tocadas em hipótese alguma, quaisquer objetos tocados por elas podem estar contaminados e deve ser monitorados e colocados em quarentena, muitas vezes parece que assistimos ao funcionamento de uma usina nuclear. Num acidente Sullivan traz consigo a pequena e graciosa Boo, a presença desta garota coloca Monsteropolis em alerta, um caso de segurança nacional. Sullivan tenta encontrar a porta do quarto dela, mas descobre que Randall tem planos perversos e Boo faz parte deles. Com muito humor e aventura Sullivan e Mike tentarão desmascarar Randall e proteger Boo deste monstro ganancioso. É interessante notar uma semelhança entre as portas de armário usadas nos filmes com os portais de internet, que são uma porta de comunicação entre o mundo real e o imaginário. 3. APRECIAÇÃO CRÍTICA A grande novidade lançada no filme é a talentosa transformação de significados do nosso cotidiano atual, o dito “Monstros S.A.” Faz uma aposta arriscada ao solucionar sua intriga pela lógica das corporações, não pela das crianças. A resolução do conflito empresarial chega pela descoberta de um novo produto, uma nova forma de exploração, mais simpática e “limpa”. Focou-se assim a responsabilidade ambiental, criatividade e quebra de paradigmas. A empresa utiliza primariamente o medo produzido em massa vem dos monstros que existem dentro do guarda-roupa, embaixo da cama, no escuro do quarto, ou seja, nossos medos infantis. 5 Podemos observar prioritariamente que o sistema administrativo adotado é o APO (administração por objetivos) focado em resultados. O ranking de gritos obtidos indica uma clara influência nos resultados obtidos e o quê deve ser perseguido pelos colaboradores. Eles são funcionários de uma empresa (provavelmente multinacional), a Monstros SA, que utiliza a energia gerada pelos gritos infantis como combustível para a Monsteropolis, cidade de monstros e criaturas poliformes de divertido design. Com a perda cada vez mais rápida da inocência infantil, nos últimos anos, os monstros já não são tão eficazes como catalisadores de grito e a cidade passa por uma crise energética. Pode-se notar aqui uma correlação com o petróleo, que cada vez mais escasseia em nossa sociedade tão dependente do líquido negro. Como funcionários de uma grande empresa, eles competem para atingir metas de produção e produzir cada vez mais combustível extraído dos medos infantis. O principal rival é Boggs. Sob aspectos psicológicos, o senso de coletivismo é desestimulado, focando apenas o resultado individual. Os personagens principais lutam entre si pela posição nº 1 do ranking. A gestão estratégica da Monstros S/A inicia de forma individual e orientada por resultados. A burocracia intrínseca da empresa a torna ineficiente e com vistas a descontinuidade. Aliada a um ambiente externo de crise, a empresa parece fadada ao fracasso. Neste momento surge Boo, uma criança humana que resolve invadir todo a sociedade de monstros. Boo aqui é um agente de transformação, de quebra de paradigmas. Vista como ameaça, ela dá origem a uma nova forma de captação de energia: a risada das crianças. Boo colabora com seu capital inventivo e salva a Monstros S/A de ir a falência. A gestão estratégica inicia orientada a existência (ou subsistência) da mesma. Vivendo no limite, não poderia obter sucesso. Com a advinda da nova forma de captação, a companhia consegue ser eficiente e obter um ambiente externo plenamente favorável. Sullivan merece alguns destaques. 6 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A competição, a ambientação e a ética é toda muito empresarial, e também do humor à ação que utiliza como grande "set piece" a linha de montagem dos sonhos, portas transportadas em quilômetros de trilhos especiais numa espécie de montanha russa psicológica(!). São as portas que se abrem para o quarto de cada criança e a utilização dessas portas representa um notável elemento de surrealismo no filme. Essa é a fórmula utilizada em Monstros S/A: combinar discussão filosófica com argumentos empresariais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CRUZ, Tadeu. Sistemas, organização & métodos: estudo integrado das novas tecnologias da informação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1998. DEMO, Pedro. Introdução à metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1987. HOPPEN, N.; LAPOINTE, L.; MOREAU, E. Um guia para a avaliação de artigos de pesquisa em sistemas de informação. Revista Eletrônica de Administração. PGA/UFRGS, n.3, vol. 2, nov/1996. LAKATOS, Eva Maria et MARCONI, Marina de A. Fundamentos de metodologia científica. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1991.