Derivadas Derivadas (24-03-2009 e 31-03-2009) Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Recta Tangente Seja C uma curva de equação y = f (x). Para determinar a recta tangente a C no ponto P de coordenadas (a, f (a)), i.e, P (a, f (a)), começamos por considerar um ponto Q(x, f (x)), com x 6= a e calculamos a inclinação da recta secante P Q: f (x) − f (a) mP Q = x−a Depois, ”aproximamos o ponto Q” do ponto P , fazendo x tender para a. Se mP Q tender para um número m, então definimos a recta tangente t como a recta que passa por P e tem inclinação m. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas A recta tangente a uma curva y = f (x) no ponto P (a, f (a)) é a recta que passa por P e tem inclinação m = lim x→a ( ou f (x) − f (a) x−a f (a + h) − f (a) ) h→0 h m = lim desde que esse limite exista. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Velocidade Suponha um objecto a mover-se sobre uma linha recta de acordo com a equação y = s(t), onde s é o deslocamento do objecto a partir da origem. A função s que descreve o movimento é chamada função posição do objecto. No intervalo de tempo entre t = a e t = a + h, a variação na posição será de s(a + h) − s(a) Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas A velocidade média nesse intervalo é velocidade média = deslocamento s(a + h) − s(a) = tempo h que é igual à inclinação da recta secante P Q. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Suponha que a velocidade média é calculada em intervalos cada vez menores [a, a + h], isto é, fazemos h tender para 0. Definimos velocidade (ou velocidade instantânea), v(a), no instante t = a como o limite dessas velocidades médias: s(a + h) − s(a) h→0 h v(a) = lim Assim, a velocidade no instante t = a é igual à inclinação da recta tangente a y = s(t) em P (a, s(a)). Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Taxa de variação (Recordemos...) Suponha que y é uma quantidade que depende de outra quantidade x. Assim, y é uma função de x e escrevemos y = f (x). Se x variar de a para a + h, então a variação de x é ∆x = (a + h) − a = h e a variação correspondente de y é ∆y = f (a + h) − f (a) O quociente ∆y f (a + h) − f (a) = ∆x h designa-se por taxa média de variação de y em relação a x no intervalo [a, a + h]. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Consideremos as taxas médias de variação em intervalos cada vez menores (fazendo h tender para 0, logo ∆x tende para 0). O limite das taxas médias de variação é designado por taxa (instantânea) de variação de y em relação a x em x = a. ∆y f (a + h) − f (a) = lim ∆x→0 ∆x h→0 h se este limite existir. lim Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Assim, a velocidade de uma partı́cula é a taxa de variação do deslocamento em relação ao tempo. Seja R = R(x) a função de receita total para um produto. Definimos receita marginal para um produto como a taxa de variação instantânea de R em relação a x. Assim, Se a função receita total para um produto for dada por y = R(x), onde x é o número de unidades vendidas, então, a receita marginal para a unidades é dada por R(a + h) − R(a) h→0 h lim desde que esse limite exista. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Derivadas O limite da forma f (a + h) − f (a) h→0 h surge sempre que calculamos uma taxa de variação em várias áreas de estudo. Uma vez que este tipo de limite surge amplamente, são dados a ele um nome e uma notação especiais. lim Definição A derivada de uma função f num ponto a, denotada por f ′ (a), é f (a + h) − f (a) h→0 h f ′ (a) = lim se o limite existir. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Algumas notações alternativas para a derivada da função y = f (x): ′ f ′ (x), y , dy df , dx dx Por exemplo, sendo y = f (x) = sin x então a derivada pode ser designada por f ′ (x) = cos x, y ′ = cos x, dy df = cos x, = cos x dx dx Iremos utilizar mais a notação f ′ (x). Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Assim, A recta tangente a uma curva y = f (x) no ponto P (a, f (a)) é a recta que passa por P e tem inclinação m = f ′ (a). (É a recta de equação: y − f (a) = f ′ (a)(x − a) ) Se y = s(t) for a função posição de um objecto, então a velocidade do objecto no instante t = a, v(a), é s′ (a). A taxa de variação (instantânea) de y = f (x) em relação a x quando x = a é f ′ (a). Se a função receita total para um produto for dada por y = R(x), onde x é o número de unidades vendidas, então, a receita marginal para a unidades é R′ (a). Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Em aulas anteriores já determinámos a derivada de algumas funções. Por exemplo, vimos que a derivada da função f (x) = ex é f ′ (x) = ex , a derivada de g(x) = ln x é g′ (x) = x1 , a derivada de h(x) = sin x é h′ (x) = cos x e a derivada de m(x) = cos x é m′ (x) = − sin x. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Fazendo uma análise ao gráfico da função constante f (x) = c observamos que o gráfico é a recta horizontal y = c, cuja inclinação é 0, logo devemos ter f ′ (x) = 0. Por definição podemos constatar que tal se verifica: f (x + h) − f (x) h→0 h c−c = lim h→0 h 0 = lim h→0 h =0 f ′ (x) = lim Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Derivada de uma função constante Se f (x) = c, para c uma constante, então f ′ (x) = 0. Exemplos Se f (x) = 5 então f ′ (x) = 0. Se f (x) = 13 então f ′ (x) = 0. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Iremos apresentar a derivada de várias funções sem fazer a respectiva demonstração. Regra da potência Se n for um número real qualquer, então para f (x) = xn vem f ′ (x) = nxn−1 . Exemplos Se Se Se Se Se f (x) = x então f ′ (x) = 1x0 = 1 f (x) = x2 então f ′ (x) = 2x1 = 2x f (x) = x3 então f ′ (x) = 3x2 1 1 2 f (x) = x 3 então f ′ (x) = 13 × x( 3 −1) = 13 × x− 3 f (x) = x12 então f (x) = x−2 logo f ′ (x) = −2x(−2−1) = −2x−3 Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Função exponencial f (x) = ex Se f (x) = ex então f ′ (x) = ex . Função exponencial f (x) = ax , com a > 0 e a 6= 1 Se f (x) = ax então f ′ (x) = ax ln a. Exemplos Se f (x) = 2x então f ′ (x) = 2x ln 2 Se f (x) = ( 23 )x então f ′ (x) = ( 23 )x ln 23 Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Função logaritmo neperiano f (x) = ln x Se f (x) = ln x então f ′ (x) = x1 . Função logaritmo de base a f (x) = loga x, com a > 0 e a 6= 1 Se f (x) = loga x então f ′ (x) = 1 x ln a . Exemplos 1 Se f (x) = log3 x então f ′ (x) = x ln 3 Se f (x) = log 1 x então f ′ (x) = x ln1 1 4 4 Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Função seno Se f (x) = sin x então f ′ (x) = cos x. Função cosseno Se f (x) = cos x então f ′ (x) = − sin x. Quando uma função é formada a partir de outras funções (das quais sabemos a sua derivada) por adição, multiplicação ou divisão, a sua derivada pode ser calculada em termos das derivadas dessas funções, pelas regras que se seguem. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Constante c a multiplicar por uma função g Se f (x) = cg(x) então f ′ (x) = cg′ (x). Exemplos Se f (x) = 3x então f ′ (x) = (3x)′ = 3(x)′ = 3 × 1 = 3 Se f (x) = 2 sin x então f ′ (x) = (2 sin x)′ = 2(sin x)′ = 2 cos x Se f (x) = 4x3 então f ′ (x) = (4x3 )′ = 4(x3 )′ = 4(3x2 ) = 12x2 Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Soma de funções Se f (x) = g(x) + h(x) então f ′ (x) = g′ (x) + h′ (x), i.e, [g(x) + h(x)]′ = g′ (x) + h′ (x) ”a derivada da soma é igual à soma das derivadas” Exemplos Se f (x) = x2 + ln x e g(x) = 2x4 + cos x − ex então f ′ (x) = (x2 + ln x)′ = (x2 )′ + (ln x)′ = 2x + x1 g′ (x) = (2x4 + cos x − ex )′ = (2x4 )′ + (cos x)′ + (−ex )′ = 2(x4 )′ − sin x + (−1)(ex )′ = 2(4x3 ) − sin x + (−1)ex = 8x3 − sin x − ex Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Multiplicação de funções Se f (x) = g(x)h(x) então f ′ (x) = g′ (x)h(x) + g(x)h′ (x), i.e, [g(x)h(x)]′ = g′ (x)h(x) + g(x)h′ (x) ”a derivada do produto é igual à derivada da primeira vezes a segunda mais a primeira vezes a derivada da segunda” Exemplo Se f (x) = x3 sin x então f ′ (x) = (x3 sin x)′ = (x3 )′ sin x + x3 (sin x)′ = 3x2 sin x + x3 cos x Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Quociente de funções Se f (x) = g(x) g′ (x)h(x) − g(x)h′ (x) então f ′ (x) = , i.e, h(x) [h2 (x)] h g(x) i′ g′ (x)h(x) − g(x)h′ (x) h(x) [h2 (x)] ”a derivada do quociente é igual à = derivada do numerador vezes o denominador menos o numerador vezes a derivada do denominador, tudo a dividir pelo quadrado do denominador” Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas h g(x) i′ h(x) = g′ (x)h(x) − g(x)h′ (x) [h2 (x)] Exemplo cos x então 2x i′ h cos x f ′ (x) = 2x (cos x)′ (2x) − (cos x)(2x)′ = [2x]2 (− sin x)(2x) − (cos x)(2) = 4x2 −2x sin x − 2 cos x = 4x2 −2(x sin x + cos x) = 4x2 −(x sin x + cos x) = 2x2 Se f (x) = Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Composição de funções Se f (x) = g(x) ◦ h(x) então f ′ (x) = g′ (h(x)).h′ (x), i.e, [g(x) ◦ h(x)]′ = g′ (h(x)).h′ (x) Exemplos h Se f (x) = sin(3x5 ) então (sin(u))′ = i u = 3x5 vem cos(3x5 ) d du sin(u) = cos u, fazendo f ′ (x) = [sin(3x5 )]′ = [cos(3x5 )].(3x5 )′ = [cos(3x5 )].[3(x5 )′ ] = [cos(3x5 )].[3(5x4 )] = [cos(3x5 )].(15x4 ) = 15x4 cos(3x5 ) Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Tabela de Derivadas f = f (x), g = g(x) funções, c =constante e α =uma constante não nula (c)′ = 0 (ef )′ = f ′ ef (x)′ = 1 (af )′ = f ′ af ln a, (cf )′ = cf ′ (ln f )′ = (f + g)′ = f ′ + g′ (loga f )′ = (f g)′ = f ′ .g + f.g′ (sin f )′ = f ′ cos f ( fg )′ = f ′ .g−f.g ′ g2 f′ f f′ f ln a , (cos f )′ = −f ′ sin f (f α )′ = αf ′ f α−1 Derivadas a > 0, a 6= 1 Matemática II 2008/2009 a > 0, a 6= 1 Derivadas Exercı́cios 1 Determine uma equação da recta tangente à parábola y = x2 + 1 nos pontos indicados. (a) (0, 1) (b) (−1, 2) (c) Faça um esboço da parábola y = x2 + 1 e das rectas obtidas nas alı́neas anteriores. 2 Um projéctil é lançado verticalmente do solo com uma velocidade inicial de 112 metros por segundo. Após t segundos, a sua distância ao solo é de 112t − 4, 9t2 metros. Determine: (a) a velocidade do projéctil para t = 2. (b) o instante em que o projéctil atinge o solo. (c) a velocidade em que o projéctil atinge o solo. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Monotonia de uma função Se uma função f ≡ f (x) tiver derivada num intervalo (a, b) e se cada recta tangente à curva nesse intervalo tiver declive positivo, então a curva está a subir no intervalo e a função é crescente. Mas, o declive da recta tangente a f em x é dado pela derivada de f em x, f ′ (x), logo, se f ′ (x) > 0 num intervalo, então f (x) é crescente nesse intervalo. Se uma função f ≡ f (x) tiver derivada num intervalo (a, b) e se cada recta tangente à curva nesse intervalo tiver declive negativo, então a curva está a descer no intervalo e a função é decrescente. Mas, o declive da recta tangente a f em x é dado pela derivada de f em x, f ′ (x), logo, se f ′ (x) < 0 num intervalo, então f (x) é decrescente nesse intervalo. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Extremos de uma função Máximo Uma função f ≡ f (x) tem um máximo local (ou máximo relativo) em c se f (c) ≥ f (x) quando x estiver nas proximidades de c. Exemplo A função f (x) = −x2 tem um máximo local em 0 pois f (0) ≥ f (x) para valores de x próximos de c. 2 1.5 1 0.5 0 −0.5 −1 −1.5 −2 −2.5 −3 −3 −2 −1 Derivadas 0 1 2 3 Matemática II 2008/2009 Derivadas Mı́nimo Uma função f ≡ f (x) tem um mı́nimo local (ou mı́nimo relativo) em c se f (c) ≤ f (x) quando x estiver nas proximidades de c. Exemplo A função f (x) = x2 tem um mı́nimo local em 0 pois f (0) ≤ f (x) para valores de x próximos de c. 3 2.5 2 1.5 1 0.5 0 −0.5 −1 −3 −2 −1 Derivadas 0 1 2 3 Matemática II 2008/2009 Derivadas Os valores máximos e mı́nimos locais de uma função f são chamados extremos locais. A derivada f ′ (x) pode mudar de sinal somente nos valores de x onde f ′ (x) = 0 ou f ′ (x) não está definida. Ponto crı́tico Um valor crı́tico de uma função f é um número c no domı́nio de f onde f ′ (c) = 0 ou f ′ (c) não existe. O ponto correspondente ao valor crı́tico c designa-se por ponto crı́tico. Se f tiver um máximo ou um mı́nimo local em c então f ′ (c) = 0 ou f ′ (c) não está definida, isto é, c é um valor crı́tico. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Exemplo Esta função tem dois máximos locais, um em x = a e outro em x = c. Em x = a a derivada é zero e em x = c a derivada não existe. Esta função tem um mı́nimo local em x = b e f ′ (b) = 0. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Como determinar máximos e mı́nimos locais de uma função f 1 Calcular f ′ (x). 2 Determinar os valores crı́ticos de f , isto é, determinar os x tais que f ′ (x) = 0 ou f ′ (x) não existe. 3 Calcular f ′ (x) em alguns valores de x à esquerda e à direita de cada valor crı́tico (fazendo um quadro de sinais). (a) se f ′ (x) > 0 à esquerda e f ′ (x) < 0 à direita do valor crı́tico, então f tem um máximo local nesse valor crı́tico. (b) se f ′ (x) < 0 à esquerda e f ′ (x) > 0 à direita do valor crı́tico, então f tem um mı́nimo local nesse valor crı́tico. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Exemplo Determinar os máximos e mı́nimos locais de f (x) = 13 x3 − x2 − 3x + 2. f ′ (x) = x2 − 2x − 3 1 Calculemos f ′ (x). 2 Determinemos os valores crı́ticos de f . Como f ′ (x) existe para todo o x em R, basta determinar os x tais que f ′ (x) = 0. 2±4 f ′ (x) = 0 x= 2 −2 6 2 x − 2x − 3 = 0 x= ∨x= 2 2 √ 2 ± 4 + 12 x = −1 ∨ x = 3 x= √2 2 ± 16 x= 2 Os valores crı́ticos de f são x = −1 e x = 3. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Exemplo (cont.) 3 Calculemos f ′ (x) em alguns valores de x à esquerda e à direita de cada valor crı́tico (fazendo um quadro de sinais). f ′ (−2) = 5 > 0 f′ f f ′ (0) = −3 < 0 f ′ (4) = 5 > 0 −1 3 + 0 − 0 + ր Máx ց min ր Como f ′ (x) > 0 à esquerda e f ′ (x) < 0 à direita do valor crı́tico x = −1, então f tem um máximo local em x = −1. Como f ′ (x) < 0 à esquerda e f ′ (x) > 0 à direita do valor crı́tico x = 3, então f tem um mı́nimo local em x = 3. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Exemplo (cont.) Pela análise gráfica podemos confirmar a localização do máximo e do mı́nimo. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Se a primeira derivada de f for zero no valor crı́tico c mas não mudar de positiva para negativa ou de negativa para positiva conforme x passa por c, então f não tem nem máximo nem mı́nimo local em c. Exemplo Os valores crı́ticos da função f (x) = 14 x4 − 23 x3 − 2x2 + 8x + 4 são x = −2 e x = 2. A função f tem mı́nimo local em x = −2 e não tem nem máximo nem mı́nimo em x = 2. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Aplicação: Rectângulo de área máxima Suponhamos o seguinte problema. Pretende-se determinar as medidas dos lados de um rectângulo, de perı́metro igual a 100 metros, de modo ao rectângulo ter área máxima. Designemos os comprimentos dos lados do rectângulo por x e y Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas A área é dada por A = xy e o perı́metro por P = 2x + 2y Observemos que podemos ter rectângulos distintos com o mesmo perı́metro e áreas distintas. Por exemplo: para x = 10 e y = 40 vem P = 100 e A = 400 para x = 20 e y = 30 vem P = 100 e A = 600 O que se pretende aqui, é determinar os valores de x e de y para se ter P = 100 e obter o valor máximo para A. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Vamos escrever a função área como uma função de uma só variável. Como o perı́metro é 100 metros, temos 2x + 2y = 100 x + y = 50 y = 50 − x Substituindo y por 50 − x em A = xy obtemos A = x(50 − x) que é uma função na (única) variável x. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Determinemos o(s) máximo(s) da função área A(x) = x(50 − x) = −x2 + 50x Comecemos por determinar a sua derivada. A′ (x) = −2x + 50 Determinemos os valores crı́ticos de A. Como A′ (x) existe para todo o x em R, basta determinar os x tais que A′ (x) = 0. A′ (x) = 0 ⇔ −2x + 50 = 0 ⇔ x = 25 O (único) valor crı́tico de A é x = 25. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Calculemos A′ (x) em valores de x à esquerda e à direita de x = 25 (fazendo um quadro de sinais). A′ (24) = 2 > 0 A′ A A′ (26) = −2 < 0 25 + 0 − ր Máx ց Como A′ (x) > 0 à esquerda e A′ (x) < 0 à direita do valor crı́tico x = 25, então A tem um máximo local em x = 25. Uma vez que y = 50 − x, vem y = 50 − 25 = 25. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Concluı́mos que os quatro lados têm o mesmo comprimento e a área máxima é atingida se o rectângulo for um quadrado. O valor máximo da área rectangular que é possı́vel conter dentro do perı́metro 100 metros será A = 25 × 25 = 625m2 Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Aplicação: Rectângulo de perı́metro mı́nimo Suponhamos agora o seguinte problema. Pretende-se determinar as medidas dos lados de um rectângulo, de área igual a 100 m2 , de modo ao rectângulo ter perı́metro mı́nimo. Designemos os comprimentos dos lados do rectângulo por x e y Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas A área é dada por A = xy e o perı́metro por P = 2x + 2y Observemos que podemos ter rectângulos distintos com a mesma área e perı́metros distintos. Por exemplo: para x = 2 e y = 50 vem A = 100 e P = 104 para x = 5 e y = 20 vem A = 100 e P = 50 O que se pretende aqui, é determinar os valores de x e de y para se ter A = 100 e obter o valor mı́nimo para P . Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Vamos escrever a função perı́metro como uma função de uma só variável. Como a área é 100 metros, temos xy = 100 y= 100 x (É claro que x 6= 0, caso contrário a área seria nula. É também óbvio que 0 < x ≤ 100 e 0 < y ≤ 100) Substituindo y por 100 x em P = 2x + 2y obtemos P = 2x + 2. 100 200 = 2x + x x que é uma função na (única) variável x. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Determinemos o(s) mı́nimo(s) da função perı́metro 200 x Comecemos por determinar a sua derivada. P (x) = 2x + P ′ (x) = (2x+200x−1 )′ = 2+200(−1)x(−1−1) = 2−200x−2 = 2− 200 x2 Determinemos os valores crı́ticos de P . Como P ′ (x) existe para todo o x em causa (0 < x ≤ 100), basta determinar os x tais que P ′ (x) = 0. P ′ (x) = 0 ⇔ 2 − 200 2x2 − 200 =0⇔ =0 2 x x2 Assim 2x2 − 200 = 0, logo x2 = 100, e portanto x = ∓10. Mas x = −10 não faz sentido (uma vez que x representa um comprimento). Assim, o único candidato a valor mı́nimo de P , que nos interessa, é x = 10. Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Calculemos P ′ (x) em valores de x à esquerda e à direita de x = 10 (fazendo um quadro de sinais). P ′ (9) = − 38 <0 81 P′ P P ′ (11) = 42 >0 121 10 − 0 + ց mı́n ր Como P ′ (x) < 0 à esquerda e P ′ (x) > 0 à direita do valor crı́tico x = 10, então P tem um mı́nimo local em x = 10. Uma vez que y = 100 x , vem y = Derivadas 100 10 = 10. Matemática II 2008/2009 Derivadas Concluı́mos que os quatro lados têm o mesmo comprimento e o perı́metro mı́nimo é atingido se o rectângulo for um quadrado. O valor mı́nimo do perı́metro rectangular que é possı́vel delimitar uma área de 100 metros quadrados será P = 2 × 10 + 2 × 10 = 40m Derivadas Matemática II 2008/2009 Derivadas Exercı́cio A receita semanal de um filme lançado recentemente é dada por R(t) = 50t , t2 + 36 t≥0 onde R está em milhões de euros e t em semanas. 1 Determine os extremos locais. 2 Durante quantas semanas a receita semanal aumentará? Derivadas Matemática II 2008/2009