Era uma vez um chargista... Pois é, meu caro Jair Temos vários amigos em comum e aqueles que o conhecem há mais tempo e dividiam com você os bancos escolares, nunca se negaram a Contar histórias de suas irreverências juvenis. Outras histórias, de irreverências mais maduras, quem as contava eram o ex-ministro das M i ftas e Energia e também ex-presidente da Petrobrás, Shigeaki U e k i . Shigeaki pagou seus primeiros estudos de segundo grau, no Liceu Braz Cubas, graças ao emprego que tinha no Banco Moreira Salles, agência de Mogi das Cruzes então gerenciada pelo sr. Antônio Argentino. Depois, fazia dupla com Monsores na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Pois você, que antes de dirigir uma bem-sucedida banca de advocacia em Mogi, assumir uma secretaria da Prefeitura local e cuidar dos interesses jurídicos da Universidade de Mogi das Cruzes, teve algumas incursões pela imprensa. Enfim, em 1975, decidiu retornar ao Diário de Mogi. Desta vez não como secretário de redação, cargo que assumira em 1957 quando da fundação do jornal. Mas como chargista. Lembro-me bem, meu caro. Você fez algumas experiências, descobriu que os traços ensaiados na juventude estavam ainda melhores e saiu-se a desenhar. Um de seus personagens preferidos era o prefeito da época, Sebastião Cascardo. Você acompanhava como poucos os acontecimentos da cidade e, se houvesse enchente, lá vinha com o timoneiro Cascardo alguém aos órgãos de segurança, na popa de um barco naufragando; novamente surgiam seus traços com ^Cascardo ameaçasse denunciar o personagem de longo dedo em ris- O advogado Jair Monsores foi o primeiro editorchefe do Diário de Mogi te... e engessado. Tudo com um humor crítico apurado. Para auxiliá-lo nas idéias, havia um repórter novato do Diário, Washington Luiz Vita. Aluno do curso de Jornalismo na Universidade de Mogi das Cruzes, Vita hospedava-se em um quarto do seu escritório de advocacia na Rua Isabel de Bragança, vizinho de parede da residência do prefeito. Formado, Vita deixou o jornal local e teve algumas passagens por grandes agências de notícias e revistas. No início de 1976, quando começou a esquentar a campanha para uma outra eleição municipal, surgiu na cidade um boletim anônimo mostrando uma charge com dois personagens: um ventríloquo e seu boneco ao colo. O ventríloquo tinha os traços de Waldemar Costa Filho; o boneco, de Sebastião Cascardo. Tudo com cara, traços e complementos das linhas de Jair Monsores. Você garante que não fez a charge. Por via das dúvidas, nunca mais meteu-se a chargista. Sabe de uma coisa? Até hoje o jornal lamenta a perda de seu traço. Um grande abraço do Chico Escreve Nabor Arouche Alves "Caro Chico Tenho lido seus artigos aos domingos e as histórias contadas por você reavivam em nossa memória pessoas que, se não conhecemos pessoalmente, j á ouvimos falar delas por histórias contadas por nossos pais ou avós. As "Carta a um Amigo" são muito boas e adquirem um sabor diferente da maneira que você as conta. A deste domingo último está ótima e revela o filho e pai que você é. Não é qualquer um que pode se vangloriar de ter um amigo de 93 anos, mormente se ele for o pai. Tenho o Jorge também como um grande amigo, sempre pronto a nos procurar e a nos servir nas horas que nos são difíceis. E m todas as vezes que fui hospitalizado sempre fui por ele visitado e batemos longos papos. Se tiver oportunidade dê-lhe um grande abraço por mim. Anexo estou lhe enviando uma foto interessante do ano de 1910. Trata-se de um grupo pesopesado de Mogi de antigamente. Talvez lhe seja interessante para ilustrar suas crônicas. Segue também um arquivo com o nome dos personagens tal como foi escrito por meu pai no verso do original. Abrs Nabor" A Liga da Temperança As confrarias de amigos sempre fizeram história na Cidade. Recentemente a mais conhecida era a Confraria de Santa Fé, da qual faço parte e sobre a qual muito j á se comentou. Sem nunca ter tido a pretensão de ser única e exclusiva. N a verdade, ela é a sucessora de outros agrupamentos de conterrâneos e, com muita alegria, divide seus objetivos com várias outras. De orgulho mesmo, tem a bandeira de suceder à L i g a da Temperança, que durante muitos anos existiu em Mogi das Cruzes no início do século. A Liga da Temperança reunia alguns dos mais conhecidos moradores da Cidade ao seu tempo. Na qualidade de sucessora e fiel guardiã de seus objetivos, a Confraria de Santa Fé recebeu anos atrás, de Maria Arouche de Toledo, esposa de Aécio Arouche de Toledo, uma correspondência que seu sogro, Álvaro, recebeu da Liga da Temperança no dia 10 de outubro de 1913 - há 91 anos. A correspondência era assinada de próprio punho por 18 integrantes da liga. Os autógrafos valem por si e vão reunidos no final do texto, que dizia, abaixo da identificação de procedência "Sociedade Anti-Alcoólica" - Liga da Temperança: "Mogy das Cruzes, 10 de Outubro de 1913 Exmo. Sr. Álvaro Arouche de Toledo A Liga da Temperança toma a liberdade de apresentar-vos os seus mais sinceros cumprimentos pela faustosa data que hoje comemoraes, almejando que esta mesma data se reproduza por dilatados annos, para alegria de Vossa E x m a . F a m í l i a e de vossos innumeros Amigos, assim como dos estômagos insaciáveis dos re-; presentantes desta Liga. Terminando, participamos a V. Exa. o comparecimento de diversos membros da Sociedade A n t i Alcoolica, em vossa residência, hoje, as 9 horas da noite, ou antes si for possível, dispostos a fazer honra as deliciosas bebidas e a alguns doces, com que seremos certamente mimozeados. Vossos Amigos e Creados Attos... Francisco de Sousa Franco (o Presidente de Honra) Aprigio de Oliveira (pelo Presidente effectivo) Joaquim de Mello Freire (o Vice-presidente) Rodolpho Primo (o I Secretário) Deodato Wertheimer (o Orador) Brasilio Marques ( o 2 Orador) Adelino Borges Vieira (o Fiscal) Contínuos: João Julião A Liga da Temperança faz pose para a posteridade em foto de 1910. Da esquerda para a direita, nas janelas: Marcondes, Aprigio, (menino?), Dr. Carvalho, Manoel Alves dos Anjos e José Veríssimo. Em pé: Álvaro Arouche de Toledo, Rodolpho Pereira, Galdino Leôncio Arouche de Toledo José de Souza Franco Pinheiro, Francisco de Sousa Mello, Dr. Adamastor, Adelino Borges Vieira. Dr. Deodato Wertheimer, Cel. Vitorino, Antônio Bertoldo, Dr. Jorge Costa. Sentados: Romeu Motta, Joaquim de Melo Freire, Alexandre T. da Costa, Brasilio Marques, Vicente de Almeida, Bernardino de Pinho Bandeira Leôncio Arouche de Toledo, José Arouche de Toledo (menino) e Maestro Julião. (Foto acervo Benedicto Alves dos Anjos). Galdino Pinheiro Franco João Batista dos Santos Cardoso José Affonso de Mello OPIO _HOR DE MOGI Benedicto Corrêa Neto 0 Largo dos Remédios. A praça está um 0 que estarão dizendo marqueteiro e advogado Francisco de Souza Mello tanto abandonada, sem qualquer cuidado. Mas é, do candidato Junji Abe, depois do atestado de ineficiênciaManoel de Mello ainda hoje, uma lembrança viva do passado da Avelino Faria de Souza Franco que lhes passou a Justiça, esta semana,ao cassar o o o Cidade. Guarda as características do início do século e poderia se transformar num ponto de referência da Cidade. registro da candidatura de quem eles deveriam promover? Com aliados como esses, Junji não tem porque temer os inimigos