PROJETO DE UM SENSOR DE PRESSÃO PIEZORESISTIVO EM SUBSTRATO SOI Mariana A. Fraga, Leandro L. Koberstein, Luiz A. Rasia, Carla Andrade, Humber Furlan, Edgar Charry Universidade de São Paulo – USP Grupo de Microssistemas Híbridos e Monolíticos de Pressão E-mail: [email protected] RESUMO Este trabalho descreve a metodologia empregada para projeto e simulação de um sensor de pressão piezoresistivo em substrato SOI. O dispositivo projetado apresenta um diafragma de silício com quatro piezoresistores, tipo P, arranjados na forma de ponte de Wheatstone. O diafragma atua como um amplificador de stress mecânico, pois quando uma pressão é aplicada sobre o dispositivo o diafragma se curva para cima ou para baixo indicando tração ou compressão nos piezoresistores. A mudança na resistividade causada por este stress mecânico caracteriza o efeito piezoresistivo. Neste projeto o diafragma comporta-se como uma placa quadrada sujeita a pequenas deflexões. As expressões analíticas definidas pela teoria de placa são utilizadas para dimensionamento do diafragma. ANSYS, um software de elementos finitos, foi usado para analisar o sensor. Os resultados obtidos na análise por elementos finitos foram comparados aos analíticos.A opção pelo substrato SOI (Silicon On Insulator) justifica-se pela presença da camada de óxido enterrado que atua no freamento da corrosão anisotrópica Entre os tipos de substrato SOI o SIMOX (Separation Implanted Oxygen) foi escolhido para construção do sensor. apresenta baixa precisão, pois utiliza as expressões definidas pela Lei de Ahrneius para calcular o tempo de corrosão. O processo eletroquímico é complexo e dispendioso. Uma alternativa a estes problemas é a utilização do substrato SOI (Silicon-On-Insulator). A lâmina SOI apresenta uma camada de óxido enterrado (BOX) que atua como uma camada de freamento da corrosão anisotrópica (Figura 1). Isto ocorre pelo fato do SiO2 apresentar baixa taxa de corrosão em soluções alcalinas [1]. As corrosões anisotrópicas com padrões retangulares, em lâminas tipo <100>, resultam em poços com paredes laterais {111} com ângulos de 54.73º da superfície. BOX Figura 1. Desenho esquemático de um sensor de pressão piezoresistivo em SOI. 1. INTRODUÇÃO A corrosão anisotrópica do silício é a técnica mais utilizada para a formação do diafragma de um sensor de pressão piezoresistivo. A principal dificuldade encontrada neste processo é determinar o tempo exato para sua interrupção, ou seja, garantir que após um determinado tempo a espessura de silício corroída é suficiente para formar o diafragma. Em lâminas de silício convencionais o controle do processo, geralmente, é feito por dois métodos: pelo método eletroquímico ou pelo analítico. Estes métodos apresentam problemas. O método analítico 2. COMPARAÇÃO ENTRE AS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO SILÍCIO E DO ÓXIDO DE SILÍCIO As lâminas SIMOX disponíveis, comercialmente, apresentam uma camada de óxido enterrado com uma espessura de 0.4µm e uma camada superficial de silício monocristalino com 0.2µm [2]. Para construção de sensores de pressão é necessário que se faça um crescimento epitaxial de silício monocristalino uma vez que a espessura é uma das grandezas que determinam o máximo stress, e conseqüentemente, a máxima sensibilidade do sensor. Os fabricantes de lâmina SIMOX fornecem lâminas com camadas epitaxiais menores que 50 µm. Em sensores de pressão, geralmente, a espessura mínima da camada epitaxial é em torno de 4µm. Por isso, após o crescimento epitaxial a espessura do óxido será no mínimo 10 vezes menor que a do silício. O diafragma retangular de um sensor de pressão em SOI comporta-se como uma placa composta. No projeto de uma placa composta é necessário comparar a Rigidez à Flexão dos materiais que a constitui [3]. A rigidez a flexão de uma placa depende da espessura e Tabela 2 – Razão entre a rigidez do Silício e a do Óxido tSilício ( ) (1) Onde E é o módulo de Young do material, υ é o coeficiente de Poisson do material e t é a espessura da placa. A Tabela 1 mostra as propriedades do silício e do óxido de silício. Tabela 1. Propriedades mecânicas do silício e do óxido de Silício Óxido de silício Dsilício Dóxido 1 41.16 30 1.111X106 5 5145 35 1.764 X106 10 41160 40 2.634 X106 15 138915 45 3.75 X106 20 329280 50 5.145 X106 25 643125 55 6.85 X106 A análise da Tabela 2 mostra que no projeto do diafragma do sensor SOI pode-se desconsiderar a camada de óxido. Esta camada apresenta espessura e módulo de Young´s menores que a da camada de silício, por isso, torna-se irrelevante para a rigidez da estrutura. Isto significa que o óxido é simplesmente “arrastado” pelo silício. Por isso, as propriedades do silício determinam as tensões e as deformações no diafragma quando este é submetido a uma pressão uniforme. As análises realizadas no software ANSYS, que serão discutidas posteriormente, comprovam que o óxido não interfere no comportamento mecânico do diafragma. silício. Material tSilício D óxido das propriedades do material e é definida por: Et 3 D= 12 1 − υ 2 D silício 3. PROJETO DO DIAFRAGMA Módulo de Young´s (GPa) 180 72 Coeficiente de Poisson 0.28 0.17 Logo, a rigidez a flexão da camada de óxido da lâmina SOI é:Dóxido= 3.9542786X10-10 N.m. y= A rigidez da camada de silício é dada por: (2) Dsilício= 1.6276 X1010(tsilício)3 N.m Logo, a razão entre a rigidez do silício e do óxido é: ( Dsilício = 4.116 X 1019 t silício Dóxido ) O uso da Teoria de placas é apropriado para o projeto de diafragmas delgados. A teoria da placa delgada ou da pequena deflexão é freqüentemente utilizada para deflexões menores que 1/5 da espessura do diafragma [4]. A deflexão máxima, y, de uma placa retangular submetida a uma pressão uniforme, p, é dada por [5]: 3 αpb 4 Et 3 (3) Onde b e t são, respectivamente, largura e espessura da placa e E é o Módulo de Young do material. O parâmetro adimensional α é uma função das condições de contorno aplicada nas bordas da placa e da razão entre comprimento e largura (a/b). Como o objetivo é projetar um diafragma quadrado α=0.0138[5]. A teoria da pequena deflexão determina que: (3) y< t 5 (4) Substituindo a equação (3) na (4): Substituindo as equações (6) e (7) em (8): 2 ∆R π 44 = (1 − υ ) β1 pb R 2 t2 4 E b < 5αp t (5) (9) Logo, ∆R b R = t 8.9533 x10 −6 (10) Para um diafragma submetido a uma pressão p= 1.01 X 105 N/m2 (1atm), tem-se que: b < 71 t Substituindo a equação (10) na equação (5) tem-se que: ∆R < 0.045 R (5) (11) A Figura 2 mostra que a variação da resistência elétrica é proporcional as dimensões do diafragma. 0,05 Em uma placa o máximo stress longitudinal (direção x) 0,045 pode ser expresso como: 0,04 0,035 σl = DR/R 0,03 β1 pb 2 t2 (6) 0,025 0,02 0,015 0,01 0,005 0 Onde β1=0.3078. 0 σ t = υσ l (7) A equação que caracteriza o efeito piezoresistivo em um piezoresitor, tipo P, é definida por: (8) • Onde π44 é o coeficiente piezoresistivo dominante em piezoresistores tipo P. Para uma concentração da ordem de 10 cm , π44=8x10 m /N. -3 -10 2 30 40 50 60 70 Figura 2 – Variação da resistência elétrica em função da razão entre largura e espessura. ∆R Como a sensibilidade do sensor é proporcional a este R valor deve ser o maior possível. Contudo, deve-se considerar os seguintes aspectos: • Onde υ é o coeficiente de Poisson. 18 20 b/t O máximo stress transversal (direção y) é: ∆R π 44 = (σ l − σ t ) R 2 10 • Como mostra a Figura 2 quanto maior as dimensões do diafragma maior será a sensibilidade. Há uma tendência para construção de dispositivos cada vez b menores, por isso, ao escolher a relação o ideal t é que o dispositivo apresente tamanho reduzido com boa sensibilidade; ∆R Sendo um valor fixo quanto maior R maior será R ∆R . Entretanto, o valor dos resistores não pode ser tão grande que faça aumentar a voltagem na saída; ∆R A literatura mostra que um sensor com em torno R de 1% (0.01) é considerado sensível [16]. 80 • Analisando a Figura 2, tendo em vista os aspectos acima b mencionados, foi escolhido o ponto = 40 que t • ∆R = 0.0143. Em um sensor que será R construído em lâmina SOI a espessura da camada epitaxial de silício monocristalino determina a espessura do diafragma. A lâmina que foi adquirida para a construção do sensor apresenta uma camada epitaxial de 10µm. Portanto, as dimensões do diafragma são 400µm x 400µm x 10µm. A Figura 3 mostra as dimensões do sensor projetado. O processo de corrosão anisotrópica, utilizado para construção de diafragmas, determina o ângulo de 54.73°. corresponde a Provar que a simulação do diafragma apresenta resultados satisfatórios, não é necessário simular o diafragma com a estrutura suporte; Posicionar os piezoresistores na região de máximo stress. 4.1 -Descrição da metodologia utilizada para simulação do sensor 490µm 1. Uma placa (400x400x10µm), com as propriedades do silício, foi feita para representar o diafragma (figura 4). O elemento utilizado foi o Shell63, elemento linear elástico 2D, indicado para simular estruturas com espessura muito menor que as outras dimensões. Uma outra placa foi feita para representar o diafragma SOI. O elemento Shell99, que difere do elemento Shell63 por permitir a formação de estrutura compostas com até 250 camadas de materiais diferentes, representou a estrutura SOI. O diafragma SOI apresenta duas camadas: uma camada superficial de silício (400x400x10µm) e a outra de óxido de silício (400x400x0. 4µm). A área do diafragma, nas duas estruturas, foi dividida em quarenta quadrados (10x10µm). Geralmente, quanto maior o refinamento da estrutura maior a precisão dos resultados; ° µm 1200µm Figura 3. As dimensões do sensor projetado. 4. ANÁLISE POR MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (FEA) Neste trabalho a análise por elementos finitos foi realizada com o software ANSYS. As análises foram realizadas com os seguintes objetivos: • • • Mostrar que a camada de óxido enterrado da lâmina SOI não provoca uma variação significativa no stress e nas deformações do diafragma; Provar que as expressões analíticas são adequadas para otimizar o diafragma, ou seja, os resultados fornecidos pelo ANSYS devem apresentar um pequeno desvio quando comparados com a solução analítica; Como o sensor é simétrico simular apenas ¼ da sua estrutura para reduzir o tempo de processamento. Analisar se a redução no tempo é significativa quando comparado com o tempo de processamento da estrutura inteira; Figura 4. Diafragma de silício (2D) Tabela 2. Comparação entre os resultados analíticos e os obtidos por simulação. Em um diafragma 2D. Solução Diafragma de silício Diafragma SOI σl, (MPa) 48.9 48.1 49.74 ymax, (µm) 0.201 0.194 0.1982 Estrutura 2. analítica placa silício Uma outra simulação de diafragma foi realizada utilizando o elemento SOLID95, elemento 3D, para o diafragma de silício (Figura 5) e o SOLID191 para o diafragma SOI. Estas simulações foram realizadas por permitirem a formação de malhas com elementos tetraédricos o que não é possível com o Shell que é um elemento de casca. Tabela 4. . Comparação entre os resultados analíticos e os obtidos por simulação. Em ¼ do sensor. Estrutura σl, (MPa) ymax, (µm) ¼ Sensor de Silício 50 0.22 49.74 0.1982 Solução analítica para Placa de silício Figura 5. Diafragma de Silício (3D). Tabela 3 . Comparação entre os resultados analíticos e os obtidos por simulação. Em um diafragma 3D. Os valores colocados na tabela para a simulação de ¼ do Sensor de Silício não são os resultados fornecidos pelo ANSYS. Os valores fornecidos pelo ANSYS para o stress, deflexão e deformação foram multiplicados, respectivamente, por 4, 16 e 4, pois as expressões analíticas mostram que: • placa silício • O stress, σl, é proporcional a b2, logo, quando b for reduzido a metade o stress será quatro vezes menor que na estrutura inteira; A deflexão, y, é proporcional a b4; A deformação, ε, é proporcional b2. 48.2 49.74 4. A partir do 1/4 do sensor utilizou-se o comando 0.189 0.1982 Solução Diafragma de silício Diafragma SOI σl, (MPa) 51 ymax, (µm) 0.202 Estrutura 3. analítica • “reflect” para construir a estrutura inteira como mostra a Figura 7. Para simular ¼ da estrutura do sensor foi utilizado um quarto do diafragma (Shell63) sobre uma estrutura suporte (Figura 6). A estrutura suporte é formada pelo SOLID45. Como as simulações anteriores não mostraram diferenças significativas entre as estruturas de silício e a SOI foi simulada apenas a de silício. Figura 7. Sensor de Silício Figura 6. ¼ do sensor de silício Tabela 5. Comparação entre os resultados analíticos e os obtidos por simulação em um sensor de silício. Estrutura σl, (MPa) ymax, (µm) ¼ Sensor de Silício 48.15 0.219 49.74 0.1982 Solução analítica para Placa de silício 4.2- Posicionamento dos piezoresistores Todas as simulações realizadas mostraram que o stress é máximo nas bordas e mínimo no centro como mostram as figuras 8, 9 e 10. Isto significa que o ideal seria que cada piezoresistor fosse considerado um ponto no meio das bordas do diafragma. Figura 10 . Distribuição do Stress de Von Misses no sensor. 5. PROJETO DOS PIEZORESISTORES A equação que determina o valor da resistência elétrica é: R = Rs Figura 8. Distribuição do Stress de Von Misses no diafragma 3D. l w (12) Onde l e w são, respectivamente, o comprimento e a largura do piezoresistor. Rs é a resistência de folha que é dada por: Rs = ρ d (13) Onde ρ é a resistividade do material e d é profundidade do piezoresistor especificada pelo projetista. A resistividade, ρ, de um semicondutor com concentração entre 1016 a 1020 átomos/cm3 é dada por[6]: ρ= Figura 9. Distribuição do Stress de Von Misses no diafragma 2D. 1 eNµ (14) Onde e = carga do elétron, µ= mobilidade e N= número de cargas que depende da concentração de impurezas; Entretanto, este cálculo é desnecessário uma vez que a literatura fornece gráficos etabelas que mostram a resistividade em função da concentração de impurezas no silício. No projeto do diafragma definiu-se que o piezoresistor é tipo P com um coeficiente de piezoresistividade (π44) igual a 8x10-10m2/N. Este coeficiente corresponde a uma concentração de boro da ordem de 1018cm-3[6]. Logo, a resistividade é de 0.01 Ωcm. Para otimização do resistor o ideal é que a sua profundidade seja consideravelmente menor que a espessura do diafragma. Como a espessura do diafragma é de 10µm e a do resistor foi especificada em 1 µm. Portanto, a resistividade de folha é de 100 Ω/quadrado. Para escolher a melhor relação entre o comprimento e l largura do piezoresistor deve-se garantir que: w • • • Os piezoresistores estejam posicionados na região de máximo stress, ou seja, próximo ao centro das bordas do diafragma; Quando quatro piezoresistores estão conectados na configuração da ponte de Wheatstone o ideal é que dois estejam orientados na direção dos eixos da corrente e dois perpendiculares ao fluxo da corrente. Portanto, colocam-se dois piezoresistores paralelos às bordas opostas do diafragma e os outros dois perpendiculares as outras duas bordas. Isto mostra que o valor de l não pode ser grande para que os piezoresistores perpendiculares às bordas não fiquem próximos ao centro do diafragma que é a região de mínimo stress; Um posicionamento adequado dos piezoresistores com relação ao campo de stress faz com que a mudança no valor absoluto das resistências dos quatro piezoresistores seja igual; Figura 12- Distribuição do stress longitudinal no diafragma do sensor Nota-se que o ideal é que o resistor fosse pontual, ou seja, estivesse sobre a borda do diafragma. Entretanto, os processos para fabricação do piezoresistor não permitem. A Figura 13 mostra ¼ do diafragma e as variáveis de projeto: o comprimento do resistor (l) e a distância entre a borda e o piezoresistor (d). Analisando o gráfico percebese que o stress é mínimo no centro do diafragma e que à distância de 60µm é crítica, pois a partir deste ponto o stress é muito menor que na borda. Portanto, l+d=60µm. Em resposta a pressão aplicada o ideal é que os dois piezoresistores paralelos as bordas aumentem a resistência e os dois perpendiculares diminuam como mostra a Figura 11. µ • Para posicionar os piezoresistores, na região de máximo stress, foi utilizado a simulação do diafragma realizada no software ANSYS. A Figura 12 mostra a distribuição do stress longitudinal no diafragma. Figura 13. ¼ do diafragma e as variáveis de projeto. A Figura 14 mostra o arranjo final do sensor onde os piezoresistores apresentam as seguintes dimensões: l= 48 µm, w=4.8µm e d=1µm. Figura 11. Configuração ideal dos piezoresistores µ Variação da resistência elétrica µ 0,0120 0,0100 0,0080 0,0060 0,0040 0,0020 0,0000 0,00 40,00 60,00 Stress longitudinal no piezoresistor µ µ Figura 16 – Variação da resistência elétrica em função da variação do stress longitudinal no comprimento do resistor. µm µ µm µm 20,00 Figura 14. Arranjo final dos piezoresistores no diafragma 5.1- Variação da resistência elétrica ao longo do comprimento do piezoresistor (variação efetiva) Após o posicionamento dos piezoresistores foi feita uma simulação em ANSYS para determinar a variação do stress longitudinal ao longo do comprimento do piezoresistor como mostra a Figura 15. Com isso, pode-se concluir que a variação da resistência elétrica efetiva é 50% menor que a variação determinada no projeto do diafragma. 5.2 – Sensibilidade do Sensor A ponte Wheatstone converte a mudança de resistência diretamente em uma voltagem de saída. A diferença na (∆V ) voltagem de saída de uma ponte idealmente balanceada , com idêntica (mas oposto em sinal ) mudança na resistência, ∆R, em resposta a uma mudança de pressão ∆P no sensor, é dada por: ∆V = ∆R Va lim entação R (15) Logo, a sensibilidade à pressão (S) como uma função da mudança na voltagem de saída é dada por: S= Figura 15. Distribuição do stress ao longo do comprimento do piezoresistor paralelo a borda. Como stress varia ao longo do comprimento do piezoresistor a variação efetiva da resistência elétrica é calculada em função do stress médio, ou seja, é o ponto ∆Ref médio da reta da Figura 16, portanto, = 0.007 . Ref ∆V Va lim entação 1 ∆R 1 = ∆P R ∆P (16) Portanto, π 44 2 b ∆V = β 1 (1 − υ ) pVs 2 t (17) Para Vs=5V: • ∆V = 7.1x10 −7 p A figura 17 mostra o ∆V em função da mudança da pressão. • 80 ANSYS mostra que uma placa 2D é suficiente para simular o comportamento mecânico do sensor; Para simular o comportamento mecânico de um diafragma SOI em ANSYS não é necessário utilizar elementos compostos, pois a camada de óxido é tão fina que não provoca uma mudança significativa no stress da estrutura; Após o posicionamento e dimensionamento dos piezoresistores percebe-se que a variação da resistência elétrica (sensibilidade) é muito menor que a determinada no projeto do diafragma; 70 DV (mV) 60 7. REFERÊNCIAS 50 1. 40 30 20 10 0 0 20 40 60 80 100 120 Pressão (KPa) Figura 17- Variação na voltagem de saída em função da pressão aplicada. 6. CONCLUSÕES O sensor projetado atendeu aos objetivos do trabalho. As principais conclusões são: • As expressões analíticas da teoria de placas são uma ferramenta adequada para analisar o comportamento do diafragma do sensor. Geralmente, a análise por elementos finitos, apresenta resultados mais precisos que soluções analíticas. Contudo, na análise de estruturas com geometria simples, como o sensor de pressão, não há uma diferença significativa entre os resultados analíticos e os obtidos por FEA; • A análise dos modelos (diafragma 2D, diafragma 3D, ¼ do sensor e o sensor inteiro) construídos em Elwenspoek, M.; Jansen, H.; “Silicon Micromachining”. Cambridge University Press,(1998); 2. Colinge, J. P. “Silicon-on-Insulator Technology: Materials to VLSI”. Kluwer Academic Publishers. Segunda Edição. 1997. EUA. 3. Blevins, R.D. “Formulas for Natural Frequency and Mode Shape”. Krieger Publishing Company, (1979); 4. Timoschenko, S.; Woinoswky-Krieger, S.; “Theory of plates and Shells”. McGraw- Hill, (2001); 5. Fraga, M.A; Koberstein, L.L.; Rasia, L.A.; Charry, E.; “Método analítico para dimensionamento do diafragma de um sensor de pressão piezoresistivo”. X IBERCHIP, Cartagena de Índias, Colômbia, (2004); 6. Rasia, L.A.; “Elementos Piezoresistivos para Sensores de Pressão com Tecnologia CMOS”. Dissertação apresentada a Escola Politécnica da USP (1997);