1 UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Geovani Mees Gilson Luis Richter Virlei Goldbeck FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA TÊXTIL OESTE LTDA MONDAÍ 2009 2 Geovani Mees Gilson Luis Richter Virlei Goldbeck FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA TÊXTIL OESTE LTDA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração, Área das Ciências Sociais e Aplicadas, da Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc, Unidade de Mondaí, como requisito à obtenção do grau de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Adm. Claudio Anselmo Schuhmann MONDAÍ 2009 3 RESUMO O objetivo do presente estudo é apresentar as principais ferramentas da qualidade, suas características e finalidade de aplicação, e verificar quais as que melhor se adaptam nos processos existentes na Indústria Têxtil Oeste Ltda, de Mondai – SC. O estudo é caracterizado como exploratório descritivo do tipo estudo de caso, com abordagem qualitativa. Observou-se na revisão bibliográfica as várias opiniões dos especialistas quanto as ferramentas da qualidade e suas peculiaridades. As ferramentas da qualidade são aplicáveis a qualquer processo, e na Têxtil Oeste são utilizadas, tanto para processos produtivos como para processos administrativos. Caracterizou-se a empresa objeto de estudo, seus programas da qualidade e quais e onde é utilizado as ferramentas da qualidade. Foi aplicada a etapa de planejamento (plan) do método de análise e solução de problemas para estudar o layout do setor de acabamento, onde efetuou-se o levantamento de informações do processo produtivo, com o uso das ferramentas da qualidade auxiliares, com a finalidade de identificar as principais causas dos problemas e propor ações que visam sanar os entraves existentes no setor objeto de estudo. Palavras chave: Qualidade, ferramentas da qualidade, PDCA 4 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Estrutura do diagrama de causa e efeito.......................................................... 37 Figura 2: Exemplo de fluxograma................................................................................... 39 Figura 3: Diagrama de Dispersão.................................................................................... 41 Figura 4: Exemplo de gráfico de controle....................................................................... 42 Figura 5: Método PDCA................................................................................................. 46 Figura 6: O ciclo PDCA para manutenção e melhoria resultados................................... 48 Figura 7: Método de Solução de Problemas.................................................................... 51 Figura 08: Visualização aérea da Indústria Têxtil Oeste Ltda........................................ 64 Figura 09: Planta baixa pavilhão 03 da Indústria Têxtil Oeste....................................... 72 Figura 10: Macro fluxo do processo produtivo da Indústria Têxtil Oeste...................... 73 Figura 11: Fluxo do processo produtivo do setor de acabamento................................... 74 Figura 12: Circulação de produtos no processo de produção, setor de acabamento....... 78 Figura 13: Diagrama causa e efeito, problema falta de definição de espaço para corredores...................................................................................................... 79 5 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Divisão do Pavilhão 3 em m² por setor....................................................... 71 Tabela 02: Área ocupada por máquina setor de acabamento..................................... 78 Tabela 03: Plano de Ação........................................................................................... 80 6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 8 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA DE PESQUISA ................................ 8 1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 8 1.3 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 9 1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................................... 9 1.3.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 10 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 11 2.1 ADMINISTRAÇÃO........................................................................................................... 11 2.2 ORGANIZAÇÃO ............................................................................................................... 12 2.2.1 Organizações formais e informais ................................................................................ 13 2.2.2 Mudanças Organizacionais........................................................................................... 14 2.2.3 Trabalho em equipe ....................................................................................................... 16 2.2.4 Comunicação .................................................................................................................. 18 2.2 QUALIDADE..................................................................................................................... 19 2.2.1 Histórico da Qualidade ................................................................................................. 23 2.3 QUALIDADE TOTAL....................................................................................................... 25 2.3.1 Gestão da qualidade total.............................................................................................. 26 2.3.2 Controle da Qualidade .................................................................................................. 27 2.3.3 Itens de controle de um processo ................................................................................. 29 2.3.4 Metas da qualidade........................................................................................................ 30 2.3.5 Qualidade de vida .......................................................................................................... 31 2.3.6 Auditoria da qualidade ................................................................................................. 31 2.3.7 Custo da falta de qualidade .......................................................................................... 32 2.4 FERRAMENTAS DA QUALIDADE ............................................................................... 33 2.4.1 Folha de coleta de dados ............................................................................................... 35 2.4.2 Análise de Pareto ........................................................................................................... 35 2.4.3 Diagrama de causa e efeito ........................................................................................... 36 2.4.4 Fluxograma .................................................................................................................... 38 2.4.5 Histograma ..................................................................................................................... 39 2.4.6 Diagrama de dispersão .................................................................................................. 40 2.4.7 Gráfico de controle ........................................................................................................ 41 2.4.8 5W1H .............................................................................................................................. 42 2.4.9 Brainstorming ................................................................................................................ 43 2.4.10 Indicadores da qualidade ou Indicadores de desempenho ...................................... 44 2.5 PDCA ................................................................................................................................. 45 2.5.1 O ciclo PDCA para manutenção de resultados ........................................................... 48 2.5.2 O ciclo PDCA para melhorar resultados..................................................................... 51 2.5.2.1 Fase identificação do Problema .................................................................................... 52 2.5.2.2 Observação ................................................................................................................... 52 2.5.2.3 Análise .......................................................................................................................... 53 2.5.2.4 Plano de ação ................................................................................................................ 54 2.5.2.5 Fase de execução .......................................................................................................... 55 2.5.2.6 Fase de Verificação ...................................................................................................... 55 2.5.2.7 Fase de Padronização.................................................................................................... 56 2.5.2.8 Fase de conclusão ......................................................................................................... 56 7 2.6 LAYOUT ............................................................................................................................. 57 3 MÉTODO ............................................................................................................................. 61 3.1 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ..................................................................................... 61 3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA .................................................................................. 61 3.3 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS............................................................................... 62 3.4 TÉCNICA DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ..................................... 63 4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS............................ 64 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ............................................................................. 64 4.1.1 Planejamento estratégico .............................................................................................. 66 4.1.2 Produção ......................................................................................................................... 67 4.2 FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA TÊXTIL OESTE LTDA .......... 68 4.3 ETAPA PLAN DO PDCA DE MELHORIA NO ESTUDO DO LAYOUT DO SETOR DE ACABAMENTO.......................................................................................................... 70 4.3.1 Identificação do Problema atual .................................................................................. 71 4.3.2 Observação ..................................................................................................................... 71 4.3.3 Análise ............................................................................................................................ 76 4.3.4 Plano de ação .................................................................................................................. 79 5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 82 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 83 8 1 INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA DE PESQUISA Com a globalização do comércio mundial e necessidade, por parte dos clientes, de produtos de alto padrão de qualidade, preço e entrega, as empresas buscam adequar-se a estas necessidades utilizando ferramentas para auxiliar na forma de gerenciar a organização e atender as altas especificações dos clientes quanto a qualidade. O futuro das organizações depende de sua capacidade de atender os requisitos de qualidade que o mercado lhe solicita, precisa-se produzir e entregar bens e serviços que satisfaçam as demandas e expectativas dos clientes. Porém, para atender os requisitos citados torna-se necessário à participação de todos os colaboradores da organização, além de um controle rigoroso da qualidade (MOLLER, 1992). Cabe aos administradores buscarem as melhores ferramentas de gestão, nas áreas que se apresentam oportunas, para estruturar as organizações, criando ambiente propícios e utilizando métodos condizentes com as necessidades, encaminhando a empresa aos melhores propósitos existentes. As ferramentas da qualidade podem ser muito eficazes, quando devidamente utilizadas em atividades relacionadas ao atendimento à qualidade. Também o fato de que cada empresa tem suas peculiaridades, demonstra a importância de se estudar cada organismo particularmente. O grande objetivo de satisfazer as necessidades dos clientes, com qualidade, superando suas expectativas, é o objetivo máximo da organização. As ferramentas da qualidade são o grande meio para dar o devido encaminhamento para alcançar estes objetivos. Tendo em vista as palavras acima descritas, apresenta-se a problemática de estudo: Quais são as principais ferramentas da qualidade e indicar quais as que melhor se adaptam a realidade da Indústria Têxtil Oeste. Também fazer uso das ferramentas em um processo na empresa. 1.2 JUSTIFICATIVA A pesquisa por conceitos e ferramentas da qualidade, que se traduzam em resultados, aguça o desenvolvimento buscando obter novas oportunidades de melhoria dos processos e 9 modelos de gerenciamento visando uma maior competitividade. Pessoas, processos e materiais são os grandes meios para atingir a qualidade de um produto ou serviço. As pessoas são o termômetro para o alcance da qualidade. Existe um compromisso intenso no sentido de aprimoramento constante da competência profissional, já que na questão qualidade, as pessoas envolvidas, seu grande conhecimento, comprometimento, e qualidade pessoal são o grande diferencial para atingir os objetivos da empresa. Para isso, as ferramentas da qualidade controlam, clareiam e oportunizam solução de problemas e facilitam a implementação de novas técnicas, visto que auxiliam na tomada de decisão dos gestores. Desta forma, a qualidade tem sido a palavra mágica por trás de todas as grandes modificações que estão acontecendo no mundo” (artigo A importância da padronização nas empresas nov/2006). A constante busca de melhores resultados, também é devido à responsabilidade das empresas em seu ambiente, não sendo diferente da realidade da Indústria Têxtil Oeste Ltda. O ciclo que inclui clientes, fornecedores e colaboradores, possui uma grande relação com o desenvolvimento de instrumentos para planejamento, organização, e melhoria contínua nos processos e nos métodos, buscando a maximização dos esforços na busca de qualidade e excelência. Considerando ainda, a relação da Universidade do Oeste de Santa Catarina UNOESC com o desenvolvimento regional, contribuindo através de trabalhos acadêmicos e pesquisas, para com o crescimento empresarial, bem como de todas as pessoas envolvidas no ciclo organizacional. 1.2 OBJETIVOS Quando se parte de uma idéia inicial é necessário delimitar parâmetros que orientem o desenvolvimento do trabalho, demonstrando a proposta original e indicando as questões que devem ser clareadas ao final do trabalho. 1.3.1 Objetivo geral 10 Apresentar as principais ferramentas da qualidade, indicando quais são as que melhor se adaptam a realidade da Indústria Têxtil Oeste, e demonstrar o uso das ferramentas que se encaixam no estudo de um processo na empresa. 1.3.2 Objetivos específicos • Listar as principais ferramentas da qualidade; • Descrever as características e finalidade das ferramentas da qualidade; • Caracterizar a empresa em relação aos programas de qualidade, e demonstrar as ferramentas que se mostram mais indicadas; • Usar a etapa plan (planejamento) do método PDCA, no estudo do layout no setor de acabamento na Indústria Têxtil Oeste. 11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA No contexto da elaboração de um projeto de pesquisa busca-se, através da revisão bibliográfica, levantar idéias de diversas fontes para agrupar, de acordo com o objetivo final, em um processo em desenvolvimento para transmitir uma abordagem completa de um determinado tema. Para tanto, a aplicação correta das teorias existentes dá valorização e confiabilidade para que se possa usar este tipo de pesquisa como um verdadeiro meio de aprofundar o conhecimento de um processo. Na administração o estudo de teorias ou experiências se faz muito importante. A criação de novos métodos e necessidades faz com que o papel da administração dentro da empresa mostre-se de forma desafiadora, levando os gerentes/administradores a buscarem constantemente a inovação, com a informatização, capacitação, pesquisa, empenho e dedicação no exercício da função visando obter a cada dia melhorem resultados. 2.1 ADMINISTRAÇÃO A administração é o diferencial do século. Em tempos de alta competitividade, onde a informação está ao alcance de todos, e as empresas buscam produzir o máximo com o mínimo possível, o que pode e deve fazer a diferença são as estratégias utilizadas pelo administrador e sua forma de administrar seu negócio. Com isso, Montana (2003, p. 2) afirma que a administração “é o ato de trabalhar com e por intermédio de outras pessoas para realizar os objetivos da organização, bem como de seus membros”. “A tarefa básica da administração é fazer as coisas por meio das pessoas, com os melhores resultados. Em qualquer tipo de organização humana, busca-se o alcance de determinados objetivos com ênfase e eficácia. A administração dirige o esforço dos grupos organizados” (CHIAVENATO, 1993. p. 19). Toda idéia para ser colocada em prática precisa ser adequadamente estruturada para se evitar perda de tempo e de dinheiro, todavia a administração é o pilar mestre para colocar em processo um projeto para alcançar determinado objetivo em comum. E, são as pessoas envolvidas o termômetro para o sucesso do empreendimento, se todos tiverem os mesmos objetivos e agirem da mesma forma, os resultados serão positivos para a organização. 12 Conforme Chiavenato (2004) a administração tornou-se fundamental na condução da sociedade moderna, é um meio para realizar as coisas do melhor modo possível, evitando perdas, melhorando continuamente as atividades desenvolvidas, visando resultados eficazes. Uma das grandes questões que se atribui ao administrador da organização é saber traduzir as informações numa linguagem clara, dando insumos para as melhores práticas dentro da organização. 2.2 ORGANIZAÇÃO Também precisamos compreender o significado de organização, para Robins (2003, p. 30), “organização é um arranjo sistemático de duas ou mais pessoas que cumprem papéis formais e compartilham propósito comum”. São compostas por pessoas que compartilham a busca dos mesmos resultados, mediante a utilização de regras, normas, a escolha de líderes e divisão de tarefas e responsabilidades. Na opinião de Chiavenato (2001, p. 301) “uma organização é um conjunto de cargos funcionais e hierárquicos cujas prescrições e normas de comportamento todos os seus membros devem se sujeitar”. A organização é um meio de permitir a empresa atingir determinados objetivos. Cada individuo tem sua norma lógica de comportamento que visa determinar limites para o bom convívio e desenvolvimento das atividades. Conforme menciona Falconi (2004) uma empresa só pode sobreviver dentro de uma sociedade se for para contribuir para a satisfação das pessoas afetadas por sua existência. Sendo que a primeira prioridade da empresa são os consumidores. Um segundo tipo de pessoa afetada pela empresa é o empregado, a empresa deve se esforçar para pagar-lhe bem, respeitando-o como ser humano e dando-lhe a oportunidade de crescer como profissional e como pessoa. Pessoas e organizações são dependentes um do outro. Visto que, as organizações estão a nossa volta, nascemos nelas e, normalmente morremos nelas. É simplesmente impossível ignorá-las, pois incorporam praticamente todas as nossas atividades de nosso diaa-dia (HALL, 2006). 13 A relação do homem com a organização é tão explicita que Boog (2004, p. 43) diz “a visão de homem que a empresa tem vai influenciar o tipo de abordagem que dará para resolver seus problemas”. Nesta visão, é nítido o clima organizacional juntamente com os valores praticados pela empresa, formulando uma organização bem especifica e com traços totalmente próprios. O posicionamento da empresa perante clientes, fornecedores e colaboradores, naturalmente reflete na maneira como resolve seus problemas e compreende as novas tendências de gerenciamento, de processo e mercado. 2.2.1 Organizações formais e informais A questão da formalização da organização depende exatamente do nível na qual a mesma se encontra, ou seja, o nível das pessoas, a sua capacidade de exercer julgamentos e autocontrole que definem a necessidade de formalização da empresa. (HALL, 2006). A organização formal pode ser definida como um sistema planejado de esforços cooperativos no qual cada participante tem seu papel definido a desempenhar deveres e tarefas a executar (CURY, 2000). Na organização formal existe autoridade das pessoas que exercem o controle e estabelecem a forma de sua utilização, bem como a divisão do trabalho e as relações formais entre os seus membros. Já a organização informal caracteriza-se pelo comportamento das pessoas, podendo ser pela formação de grupos de pessoas com afinidades, ou interesses em comum. Sendo que faz parte da organização formal, no entanto os objetivos podem não estarem relacionados ao do todo da empresa. Podendo assim, implicar no bom relacionamento dos envolvidos. O ambiente empresarial é pautado por tecnologias e processos que devem ser cumpridos de maneira rápida e eficiente. A cada dia no mercado é exigido maiores níveis de qualidade, comunicação ampla com clientes e fornecedores, alto grau de informação e produtividade. Em meio a isso, estão as organizações e sua fonte de energia, as pessoas, e através delas que se estabelece metas e busca-se alcançar os objetivos organizacionais. Uma forma de maximizar a produtividade da empresa é o emporwerment ou energização. 14 Energizar uma organização significa aumentar a participação dos membros no dia-adia da empresa. Encontrando o melhor meio de realizar suas tarefas, tendo sua importância reconhecida dentro da empresa, envolvendo mais a fundo o colaborador (PARK, 2002). Quando se fala em qualidade podemos fazer uma ligação com a administração, pois é um dos grandes desafios dos gestores na atualidade. Desenvolver produtos e serviços dentro das exigências e padrões de qualidade exigidos pelos clientes é uma questão de sobrevivência. Envolver as pessoas, buscando o auxilio de ferramentas, é uma forma de atingir os níveis de qualidade, sempre como foco no cliente. Qualquer que seja o tipo de organização, um hospital, universidade ou banco a competição por clientes sempre está presente. Na maioria das organizações, restam muito poucas pessoas que ainda precisam ser convencidas de que a qualidade é a mais importante das armas competitivas. Organizações inglesas, americanas, francesas, alemãs etc. que tem usado a qualidade de modo estratégico para atrair clientes, obter vantagens em recursos ou fundos de negócios e ser competitivo (OAKLAND, 1994). No mercado globalizado, ainda protegido por barreiras comerciais, a qualidade se traduz em um grande diferencial para infiltração em grandes mercados fortemente competitivos. Clientes, regulamentações, processos e necessidades se renovam diariamente e para isso as organizações precisam estar preparadas e antever prováveis mudanças organizacionais. 2.2.2 Mudanças Organizacionais Para Robbins (2004 p.143), mudança é uma alteração no ambiente, na estrutura, tecnologia ou nas pessoas de uma organização e são estas mudanças que dificultam o trabalho dos gerentes, Segundo ele sem a mudança tudo seria fácil e simples, pois o amanhã seria igual a hoje e não haveria a necessidade de adaptação a novas realidades. E a tomada de decisão seria algo simples, pois não havendo surpresas, o planejamento seria fácil e a precisão de acertos seria quase que perfeita. No entanto, esta não é a realidade e as mudanças ocorrem em todas as organizações e afetam todas as gerencias. Mudança é a transição de uma situação atual para uma diferente, implicando em rupturas, transformações, perturbações e interrupções. Estas deferentes formas de fazer as coisas influenciada pelo dinamismo do atual ambiente no qual nos encontramos é o 15 responsável pelas constantes mudanças que presenciamos no dia-a-dia, e isto exige que as organizações acompanhem este dinamismo como uma condição básica de sobrevivência. Adaptar-se significa mudar (CHIAVENATO, 2002 p. 185). Segundo (Chiavenato, 2003) a mudança nada mais é do que o descongelamento do padrão normal de comportamento, o que significa que as idéias devem ser renovadas com o objetivo de melhorar e aperfeiçoar aquilo que já existe. A mudança surge quando ocorre a descoberta e a adoção de novas atitudes, valores e comportamentos melhores. A mudança é a fase em que as novas idéias e práticas são aprendidas de modo que as pessoas passam a pensar e a executar de uma nova maneira. (CHIAVENATO 2002 p. 185). Segundo Montana (2003 p.333), reconhecer e aceitar as forças em favor das mudanças externas e internas é um elemento chave para a previsão de mudanças. As forças externas podem ser entendidas como o mercado consumidor, que deve ser conhecido para poder ofertar produtos e serviços que realmente satisfaçam as necessidades e os desejos. O importante é admitir que este mercado altere constantemente e que é necessário acompanhar esta mudança para não ser expulso do mercado. As forças externas que criam as necessidades de mudança são originarias de vários fatores, como as leis e regulamentações governamentais que exigem que as empresas busquem se adequar as mudanças das novas leis, que podem ser trabalhistas, ambientais políticas entre outras. Da mesma forma, a tecnologia tem parcela significativa em relação as mudanças, pois as inovações tecnológicas, tanto em produtos e serviços obriga as empresas a acompanhar o ritmo e atualizar seus processos e deste modo podendo oferecer qualidade e preços iguais aos concorrentes, ou acabarão tendo que fechar suas portas. Não podendo esquecer, que um fator implicativo nas organizações são as mudanças políticas e econômicas que interferem diretamente nas organizações, pois com a globalização, a economia e a política são as armas que os governantes tem para influenciar os interesses de cada país. (ROBBINS, 2004 p.143). Estas mudanças podem ser de ordem tecnológica, ou seja, novas tecnologias proporcionam novos produtos e novas ofertas, como também de ordem legal, pois quando uma lei ou um regulamento é alterado ou criado, muitas coisas podem ser proibidas ou exigidas influenciando as necessidades dos consumidores. (Montana, 2003 p. 334) 16 As forças internas estão diretamente ligadas a empresa e podem ser controladas por ela, mas este controle pode trazer conseqüências danosas ou custos elevados a organização. Um exemplo de força interna pode ser o organograma da empresa. Ou ainda, as formas e políticas de pagamentos. As forças internas têm seu impacto mais acentuado, pois as mudanças mechem com os interesses das pessoas que a compõe. (MONTANA , PATRICK 2003 p. 334). A mudança ocorre em um campo dinâmico de forças que atuam em vários sentidos. De um lado, existem as forças positivas que atuam como apoio e suporte á mudança e, de outro lado, forças negativas que atuam como oposição e resistência a mudança. Na organização há uma balança dinâmica de forças positivas que apóiam e suportam a mudança e de forças negativas que restringem e impedem a mudança. O sistema funciona dentro de um estado de relativo equilíbrio que se denomina equilíbrio quase – estacionário. Esse equilíbrio é rompido toda vez que se faz alguma tentativa de mudança, a qual passa a sofrer pressões positivas (de apoio e suporte) e negativas (de oposição e resistência), criando um campo dinâmico de forças. (CHIAVENATO 2002 p. 185). As forças internas podem estimular a necessidade de mudanças. Essas força internas tendem a se originar das operações internas da organização ou do impacto das mudanças externas que acabam influenciando a realidade atual da empresa. É de fundamental importância reconhecer que estas mudanças fazem parte do ciclo normal de qualquer organização (ROBBINS, 2004 p.143). Para tanto necessita-se de grande sinergia para transpor estes acontecimentos e para isso o trabalho em equipe é fundamental. 2.2.3 Trabalho em equipe Frederick Taylor em seus estudos concluiu que os operários produziam muito menos que poderiam produzir. Deste pressuposto desenvolveu seu sistema de administração científica, baseado na simplificação e racionalização dos movimentos, reduzindo o tempo para execução dos mesmos. Além disso, o taylorismo juntava esforços para aumentar o lucro (GIL, 1994). Gaither, Norman (2007) comenta que organizar os trabalhadores em equipes não deve ser como reunir pessoas, mas estes devem ser selecionados e treinados de modo que a eles possa ser atribuídas responsabilidades pela administração da produção. Formas encontradas pelos administradores para aumentar a produtividade foi montar equipes de trabalho, distribuindo as atividades visando a melhor utilização dos mesmos. 17 O trabalho em equipe possibilita o crescimento humano por meio de uma troca de idéias e conhecimento entre seus componentes. As soluções, corretivas ou inovadoras, são conseqüência do esforço organizado de varias pessoas (CHAVES, 2005). Para Gaither, Frazier (2007, p.465) “criar equipes de trabalho eficientes significa mais que apenas reunir trabalhadores. Formar equipes exige treinamento em eficiência de equipe, resolução de conflitos, medição do desempenho da equipe e sistemas de motivação.” De acordo com Carvalho; Nascimento (1993) treinamento é um processo continuo da educação, que ocorre todos os dias, sendo que educação denomina-se instrução quando o individuo recebe formação escolar. E o treinamento dando continuidade à educação prepara o empregado para melhor exercer suas funções. O ser humano durante sua vida cria e repassa conhecimento, pois está sendo influenciado constantemente, ou seja, está em constante aprendizagem, resultado do esforço de cada indivíduo, assimilando influências de acordo com seus princípios e padrões, conseqüentemente procura adaptar-se da melhor forma à sociedade. A influência que recebemos no ambiente social, chamada de educação para a vida, é a que nos direciona para ter uma conduta aceitável perante aos demais membros da sociedade. Neste contexto Chiavenato (2004), comenta que educação profissional é aquela que prepara um homem para vida profissional, e a descreve em três etapas: • Formação profissional visa qualificar a pessoa para uma futura profissão, está relacionada à educação nos cursos de 1º, 2º e 3º graus ou nas empresas. • Desenvolvimento profissional é educação profissional que aperfeiçoa alguém em alguma profissão para seguir carreira na organização ou ainda para executar com maior eficácia suas tarefas em determinada carreira em médio prazo, sendo que esses cursos são ministrados dentro das organizações por empresas especializadas. • Treinamento é a educação profissional aplicável a todos os níveis e setores da empresa, prepara a pessoa para o cargo ou função. Os resultados são em curto prazo, e tem como objetivo principal dar o mínimo de condições para o colaborador ter um bom rendimento em sua função. A grande responsabilidade de quem recebe determinada carga de instrução é o dever de passar a diante e para isso necessita de habilidade para se comunicar adequadamente. 18 2.2.4 Comunicação A comunicação apresenta-se como fator de sucesso, no ambiente organizacional e pessoal, quando bem desenvolvida. A quantidade de meios para nos comunicarmos é cada vez maior, bem como a quantidade de informações que precisamos receber diariamente e repassar para diversas outras pessoas. Stoner e Freeman (1999) cita dois conceitos referente à comunicação, o primeiro é o processo através do qual os administradores realizam as funções de planejamento, organização, liderança e controle. O segundo, a comunicação é uma atividade a qual os administradores dedicam uma enorme proporção de seu tempo. Conforme Robbins (2004) o processo de comunicação se divide em sete partes: A fonte da comunicação, a codificação, a mensagem, o canal, a decodificação, o receptor e o feedback. A fonte da comunicação inicia a mensagem ao codificar um pensamento, podendo se afetada por quatro condições a habilidade, a atitude, o conhecimento e o sistema sociocultural. Está é a fase onde se captura e compreende a mensagem e se prepara para expor. Já que não podemos comunicar o que não sabemos. A mensagem é o produto, originado na fonte. Nossa mensagem é afetada pelo grupo de símbolos que usamos para transferir a mensagem, a fala, os gestos a escrita. O canal é o meio pelo qual a mensagem viaja. Pode ser formal no ambiente organizacional, seguindo uma rede de autoridade, ou informal. O receptor e a pessoa a quem se dirige a mensagem. Para que ele possa a interpretar é necessária a decodificação da mensagem, ou seja traduzir a informação de forma a clarear o significado principal. O feedback é a averiguação quanto ao êxito em transferir a mensagem em questão. Ele detecta se a compreensão foi alcançada. Ë muito importante devido à diversidade cultural e desigualdade quanto ao nível de instrução. Ao estudar os conceitos de administração e os pontos factíveis dentro das organizações, podemos iniciara o assunto qualidade e desdobrar todos os pontos condizentes com o propósito do projeto de estudo. 19 2.2 QUALIDADE As organizações estão inseridas em um ambiente de repentinas mudanças. Esses organismos não possuem o controle sobre o ambiente externo, para tanto a maneira mais promissora é cuidar do ambiente interno, procurando conhecer os fatores que alteram a sua existência de forma a se tornar forte para suportar as mudanças, e inteligente para aproveitar as oportunidades. Assim o uso da qualidade como um modelo de gestão propicia abrir novas portas e encaminhar os colaboradores a atuarem em direção a objetivos claros que representem o sucesso da instituição. Desta forma, qualidade, na visão de Oakland (1994) é o atendimento das exigências dos clientes. Ou seja, modo de organização e gestão de empresas que visa garantir aos produtos e serviços, características que os clientes percebam e estejam adequadas às suas necessidades e expectativas. Para Falconi (2004, p. 2) “...um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades do cliente”. Não se pode definir qualidade sem conhecer o custo (Ishikawa, 1993). Não importa o quanto à qualidade é alta, se o produto esta caro demais, ele não satisfará o consumidor. Em outras palavras, não se pode definir qualidade sem considerar o preço. Isto é importante ao planejar e projetar a qualidade. Segundo Deming (1990, p. 125) “... qualidade só pode ser definida em termos de quem a avalia. Quem é o juiz da qualidade? Na opinião do operário ele produz qualidade se puder se orgulhar do seu trabalho. Baixa qualidade, para ele significa perda de negócio e talvez de seu emprego. A alta qualidade, pensa ele, manterá a empresa no ramo. Isto é verdade tanto para as empresas de serviços quanto para as de produção de bens. Qualidade para o administrador de fábrica significa produzir a quantidade planejada e atender as especificações”. A palavra Qualidade é tanto aplicada como “atributo” de produtos que atendam a que se destinam quanto é definida como um modo de organização de empresas que objetiva fabricar produtos com o atributo qualidade. De acordo com Oakland (1994) a qualidade precisa ser administrada, ela não acontece sozinha. Efetivamente deve envolver cada pessoa que atua no processo e ser 20 aplicada através de toda a organização. A falha em atender as exigências em qualquer parte da cadeia da qualidade tem efeito multiplicador, problema em uma parte do sistema induz ao conseqüente aumento de falhas em processos seguintes. Na visão de Slack (2002, p. 45), a palavra “qualidade é mais do que uma questão de semântica, apesar de a maioria de nós empregarmos a palavra qualidade para dizer coisas diferentes na fala do dia-a-dia”. Deming (1990) relata que qualidade não é um luxo, mas sim, aquilo que o cliente deseja sempre, quer e de que necessita. Como os desejos dos clientes estão sempre mudando, a solução para conceituar qualidade é definir constantemente as especificações. Para Feigenbaum (1994), a qualidade “é um modo de vida corporativo, uma maneira de gerenciar que requer a participação de todos, pois o controle de qualidade total produz impacto por toda empresa”. A qualidade total deve ser guiada para excelência e não pelos defeitos. Oakland (1994) relaciona a visão de vários autores quanto à qualidade: • “Adequação a finalidade ao uso”-Juram. • “A totalidade dos aspectos e características de um produto ou serviço, importantes para que ele possa satisfazer as necessidades exigidas ou implícitas”- BS 4778, 1987 (ISO 8402, 1986) Vocabulário da Qualidade: parte1- Termos Internacionais. • “A qualidade deve ter como objetivo a necessidade do usuário, presentes e futuras”-Deming. • “O total das características de um produto e de um serviço referentes a marketing, engenharia, manufatura e manutenção, pelas quais os produtos ou serviços, quando em uso, atenderão as expectativas do cliente”-Feigenbaum. • “Conformidade com as exigências”-Crosby. Praticamente todos os autores, quando falam de qualidade descrevem como atendimento das necessidades dos clientes. Juran (2004) cita algumas das principais necessidades dos clientes, que estas: • Necessidades declaradas; • Necessidades reais; 21 • Necessidades percebidas; • Necessidades culturais; • Necessidades atribuíveis a usos inesperados. A palavra qualidade, hoje, é usada com um significado bastante amplo. Com isso Ballestero-Alvarez (2001) enfatiza cinco grandes preocupações que nortearam a forma como as empresas enfocavam a qualidade, e tentavam por meio de suas ações e ênfases, adaptar-se a esses novos mercados: • Foco no padrão – a qualidade buscava fazer que o produto final seguisse o padrão estabelecido no projeto. Com isso surge a padronização. Ênfase no controle do produto. • Foco no uso – a qualidade busca satisfazer ao uso que o consumidor deseja fazer do produto. Surgem as pesquisas de mercado, de opinião, que mapeiam o interesse do consumidor. • Foco no custo – a qualidade procurava associar a adequação do produto com o custo cada vez mais reduzido. A intenção era o reduzir custo de veda mediante o controle dos insumos e processos. Nesta etapa surge o controle do processo e não só do produto final. • Foco no desejo – buscava descobrir os desejos do mercado consumidor. Focalizase o consumidor como centro de atenção, aproxima-se dele, convivendo com ele, procurando assim conhecer seus anseios antes que a concorrência o faça. • Foco no investidor – a qualidade passa a ter uma visão do cliente mais abrangente e global. Investidores, acionistas, fornecedores, consumidores passam a ser vistos como parceiros e auxiliares importantes na conquista do mercado, por meio do reconhecimento do valor do produto oferecido. Para Stoner e Freeman (1999, pg 478) controle da qualidade é uma “estratégia para administrar cada estágio de produção de modo a minimizar ou eliminar erros”. Definir o que se quer dizer com qualidade é importante para qualquer organização, se você não sabe o que ela é, é duvidoso que você consiga melhorar! As empresas precisam chegar à definição de qualidade que realmente as ajude a medi-la, controlá-la e melhorá-la, e não como uma questão de luxuria. 22 Para Slack (2002), qualidade pode significar alta especificação, especificações apropriadas ou conformidade com as especificações. Não importa qual o significado de qualidade que você sustente, o importante é que ela contemple a necessidade do cliente. Satisfação do cliente depende exatamente do que o consumidor espera do produto ou serviço a ser consumido, e o custo interfere na opção da escolha, mesmo que isso inviabilize a aquisição do produto ou serviço de sua preferência (KOTLER 1998). Kotler (1998) diz que um produto ou serviço para ter qualidade deve atender em sua totalidade quesitos como: segurança, confiança, baixo custo e entrega no prazo. Podemos perceber que não basta entregar um produto perfeito na data certa, mas, além disso, deve ser bom e barato. Isso as organizações alcançam de fato quando focalizam a diminuição do custo de produção, gerados principalmente pela incapacidade de gerenciar. Nada flui naturalmente se não houver um gerenciamento participativo e não se levar em consideração à opinião de todos. A qualidade tem um impacto muito grande no desempenho do produto ou serviço, principalmente na satisfação do cliente. Desta forma pode-se dizer que qualidade de um produto ou serviço é a ausência total de defeitos. Para atingir padrões de qualidade é necessário grande planejamento. Juran (2004) descreve que planejamento da qualidade é a atividade de desenvolvimento de produtos e processos exigidos para a satisfação das necessidades dos clientes. Em resumo, os principais passos são: • Estabelecer metas da qualidade; • Identificar os clientes – aqueles que serão impactados pelos esforços para alcançar as metas; • Determinar as necessidades dos clientes; • Desenvolver características de produtos que atendam às necessidades dos clientes; • Desenvolver processos que sejam capazes de produzir aquelas características do produto; • Estabelecer controles de processos e transferir os planos resultantes para as forças operacionais. 23 Para ter um melhor conhecimento sobre qualidade, descreve-se a baixo um breve histórico da qualidade, seu surgimento, importância, seus idealizadores, e como foi introduzida na empresas. 2.2.1 Histórico da Qualidade Em 1972 o especialista Japonês Shirgeru Mizuno já mencionava a existência de uma nova era para a qualidade. Para as empresas se manterem no mercado precisariam incorporar inovações aos produtos e serviços, oferecendo valor adicional ao cliente. Também desenvolver a capacidade de realizar negócios respeitando restrições como controle de poluição, limitação de recursos naturais e da energia, responsabilidade sobre danos causados por produtos, a diminuição dos custos (MOURA, 1994). Conforme menciona Garvin (2002, apud Revista Fae, 2004) existem quatro diferentes eras da qualidade, a era da inspeção, do controle estatístico da qualidade, da garantia da qualidade, e da administração estratégica da qualidade. A era da inspeção teve inicio com a produção em massa, onde os produtos eram desenvolvidos através da regulagem das máquinas com base em uma peça padrão. Com o desenvolvimento do método, a inspeção consistia em selecionar as técnicas de medições mais adequadas, realizar verificações dimensionais com o uso de ferramentas específicas e decidir entre o uso de amostrar sem base estatística (aleatórias) e a inspeção de todas as peças. Por volta da década de 1930, foi estabelecido o controle estatístico de processo, onde a grande inovação foi a do reconhecimento da variabilidade como um atributo normal dos processos produtivos. Com o uso de amostragem eram definidos limites superiores e inferiores para o processo. Eram retiradas amostras de resultados do processo, e sempre que os resultados ficassem fora dos limites de controle, justificava que algo anormal estava acontecendo, podendo assim interromper a produção. Já na década de 1940 a 1950 foi desenvolvido o referencial teórico que originou a era da garantia da qualidade, isso nos Estados Unidos. As principais características pregadas por Phillip Crosby, Joseph Juran e Armand Feigenbaum eram a possibilidade de quantificar os custos de prevenção de defeitos, aliada à expansão da prevenção para as atividades de projeto e de produto e processo, escolha de fornecedores, treinamento e motivação dos funcionários. 24 Com a evolução e aumento da importância da questão qualidade, as empresas Japonesas se destacaram na utilização das idéias de Deming e de Juran. A qualidade para as empresas deste país passou a ser aplicada por todos os colaboradores envolvidos. Com isso a administração estratégica da qualidade foi mais alem do que a simples conformidade com o projeto para se ter um produto de qualidade, tendo grande ralação com consecução dos objetivos estratégicos da empresa. A evolução do pensamento da qualidade contou com a contribuição de uma quantidade incontável de pessoas que, em diversas épocas, se dedicaram ao encaminhamento de questões relativas ao tema (CORRÊA, 2006). Quando falamos de qualidade, primeiro precursor é W. D. Deming, a ele devemos a popularização do controle da qualidade no Japão no início da década de 50. Deming ficou conhecido ao desenvolver o sistema estatístico de controle da qualidade, onde dava grande importância ao envolvimento das gerências no processo e defendia a tese de que o controle de qualidade deveria ser adotado em todas as empresas e em todos os setores da organização. (BALLESTERO-ALVAREZ, 2001). Com isso, qualidade não exige apenas um bom desempenho da produção, e sim de todas as suas funções, como qualidade dos insumos, máquinas de alta eficiência, funcionários adequados e garantia de segurança e reparo no caso de quebra. O controle da qualidade tradicional preocupa-se mais em identificar erros do que em preveni-los, sendo as principais técnicas utilizadas a amostragem para aceitação e o controle do processo. Esse dois métodos também são chamados de controle estatístico da qualidade, pois envolvem a amostragem de uma parcela estatisticamente significativa de um lote de produção, em vez do teste de cada item (STONER; FREEMAN, 1999). A qualidade está estreitamente ligada ao critério da satisfação do cliente, sendo seu principal foco. Ela abrange operações e processos internos, bem como avaliações dos clientes. Com isso a importância de manter o piso limpo no ambiente de trabalho, eliminar passos desnecessários no processamento de contas a pagar, manter baixos os custos de estoque, são reflexos da busca da qualidade (ROBBINS, 2003). Com a alta competitividade, na opinião de Juran (2004) as empresas estão dando maior atenção à qualidade no momento da definição do planejamento estratégico, algumas empresas até usam a terminologia planejamento estratégico da qualidade, com isso os principais pontos mencionados são: 25 • Controle de qualidade por toda a empresa; • Gerência estratégica da qualidade; • Planejamento estratégico da qualidade; • Gerência de qualidade total; • Controle de qualidade total. 2.3 QUALIDADE TOTAL Segundo Chiavenato (2002) qualidade total é constituída e não inspecionada. Isto quer dizer que a qualidade total não se obtém simplesmente selecionando os produtos bons dos ruins, é necessário melhorar o processo a fim de eliminar ao máximo as falhas. Ao contrário disso torna-se inviável para as empresas. Para se ter qualidade total não basta somente agradar o cliente com produtos de qualidade, é imprescindível também a redução de custos de produção através da diminuição da ocorrência de falhas, de desperdícios de tempo e de matéria-prima. Desta forma a organização terá plenas condições de oferecer produtos com preços mais baixos, garantindo a sua sobrevivência no mercado. De acordo com falconi (1992, p.15): [...] numa era de economia global não é mais possível garantir a sobrevivência da empresa apenas exigindo que as pessoas façam o melhor que puderem ou cobrando apenas resultados. Hoje são necessários métodos que possam ser utilizados por todos em direção aos objetivos de sobrevivência da empresa; estes métodos devem ser aprendidos e praticados por todos. Este é o princípio da abordagem gerencial do TQC. Campos (2004) menciona que qualidade total são todas aquelas dimensões que afetam a satisfação das necessidades das pessoas e por seguinte a sobrevivência da empresa. Estas dimensões são a qualidade, o custo, entrega moral, e segurança. • Qualidade – diretamente ligada à satisfação do cliente interno e externo, sendo medida através das características da qualidade dos produtos e serviço finais ou intermediários da empresa. Ela inclui a ausência de defeitos e características que irão agradar o consumidor, a qualidade da rotina da empresa, a qualidade do treinamento, a qualidade da 26 informação, a qualidade das pessoas, a qualidade da empresa, a qualidade da administração, a qualidade dos objetivos, a qualidade do sistema, a qualidade dos engenheiros etc. • Custo – Caracteriza-se não só como o custo final do produto ou serviço, mas incluindo os custos intermediários. Qual o custo médio de compra? Qual é o custo de vendas? Qual o custo de recrutamento e seleção? O preço é importante, pois reflete qualidade. Cobrase pelo valor agregado. • Entrega – aqui são medidas as condições de entrega dos produtos e serviços finais e intermediários de uma empresa. Índice de atraso de entrega, índice de entrega em lugar errado e índice de entrega de quantidades erradas. • Moral – Esta dimensão mede o nível médio de satisfação de um grupo de pessoas. Este grupo pode ser de todos os empregados da empresa ou colaboradores de um departamento ou cessão. Este nível médio pode ser medido de várias maneiras, como pelo índice de turn-over, absenteísmo, índice de reclamações trabalhistas. • Segurança – neste item avalia-se a segurança dos empregados e a segurança dos usuários do produto. Mede-se a segurança dos empregados através de índices como número de acidentes, índice de gravidade etc. Então, se empresa quer atingir a qualidade total, devemos medir os resultados para se saber se foi alcançado ou não. Para isso deve-se mensurar a qualidade do produto ou serviço, o número de reclamações de clientes, o percentual de produtos ou serviços defeituosos, o custo do produto ou serviço, os atrasos na entrega, o número de entregas em locais errados, entregas com a quantidade errada, índice de turn - over (rotatividade de pessoal), o índice de absenteísmo e de acidentes, entre outros. 2.3.1 Gestão da qualidade total O controle da qualidade total é um sistema administrativo aperfeiçoado no Japão, a partir das idéias americanas. Este sistema é conhecido pela sigla TQC (Total quality Control), é baseado na participação de todos os setores da empresa e de todos os empregados no estudo e condução do controle da qualidade. O TQC é um modelo administrativo montado pelo grupo de pesquisa do controle de qualidade da JUSE (Union of Japonese Scientist and Engineers) (FALCONI, 2004). Conforme menciona Stoner e Freeman (1999, p. 478) gestão da qualidade total é o 27 “comprometimento estratégico com a melhoria da qualidade combinando métodos de controle estatístico da qualidade com um comprometimento cultural e com a procura de aperfeiçoamento incrementais que aumentem a produtividade e baixem os custos”. Neste entendimento o TQC vai muito além de garantir a qualidade de um produto ou serviço, o modelo administrativo unifica pessoas, métodos e processos, garantindo que todos os envolvidos satisfaçam, com grande eficácia, sua participação no produto final. Com isso o TQC abrange a administração total das organizações, propiciando qualidade a seus clientes. A gestão da qualidade total visa auxiliar aos gerentes a lidar com a competição global (MARTINS; LAUGENI, 2006). Para Martins e Laugeni (2006) esta forma de administração da qualidade requer contínuos treinamentos dos empregados, para que tenham a possibilidade de assumir responsabilidades, e havendo assim um envolvimento maior em todo o processo. A administração da qualidade total enfatiza também o cliente como ponto chave para o sucesso da organização, descobrindo o que realmente o cliente deseja, aperfeiçoando as técnicas produtivas para igualar-se ou superar a concorrência. 2.3.2 Controle da Qualidade “Controle quer dizer monitoramento das atividades dos funcionários, a verificação de que a empresa esteja na direção certa, buscando seus objetivos, e a efetuação de correção quando for necessário (RICHARD, 1999, p. 6)”. No momento que descrevemos controle dentro do ambiente organizacional precisamos definir processo, já que ambas tem forte relação. Na concepção de Juran (2004, p. 222) um processo “é uma série sistemática de ações dirigidas à realização de uma meta”. Um conjunto de pessoas, matérias e métodos que interagem para o alcance de uma meta. Para Ballestero-Alvarez (2001) para que as organizações funcionem de forma eficaz, elas têm de identificar e gerenciar processos inter-relacionados e interativos. Na maioria das vezes a saída de um processo constitui-se na entrada do processo seguinte. Para Brassad (2000, p. 84) “processo é a combinação de pessoal, máquina e equipamentos, matéria-prima, métodos e ambientes que geram produtos ou serviços. Todo 28 processo tem dependência de controle, visto que se busca monitorar que o produto ao final esteja dentro das especificações. Para Falconi (2004, p. 15) controle total “é o controle exercido por todas as pessoas da empresa, de forma harmônica (sistêmica) e metódica (baseado no ciclo PDCA). Segundo Campos. (1992, apud Dellaretti 1996, p. 2) a gestão da qualidade total é o controle exercido por todas as pessoas em prol da satisfação de todas as pessoas. Segundo Falconi (1992, p. 41), [...] o controle da qualidade total é um novo modelo gerencial centrado no controle do processo, tendo como meta à satisfação das necessidades das pessoas. O objetivo mais importante deste “controle” é garantir a qualidade do “seu produto” (seja ele qual for) para o seu cliente externo ou interno. Na visão de Juran (2004, p. 15) o controle da qualidade consiste em três passos “avaliar o desempenho real da qualidade, comparar o desempenho real com as metas de qualidade, agir a respeito da diferença”. O controle da qualidade total como um sistema efetivo para integrar os esforços dos vários grupos dentro de uma organização, no desenvolvimento da qualidade, na manutenção da qualidade e no melhoramento da qualidade, de maneira que habilite marketing, engenharia, produção e serviços com os melhores níveis econômicos que permitam a satisfação do cliente CORRÊIA (2006). Segundo a definição de Ishikawa (apud WERKEMA, 1995, p.09), “praticar um bom controle da qualidade é desenvolver, projetar, produzir e comercializar um produto de qualidade que seja mais econômico, mais útil e sempre satisfatório par o consumidor”. Vale ressaltar que para alcançar esse objetivo, faz-se necessário que todos dentro da organização busquem trilhar pelo mesmo caminho. Na atualidade são necessários métodos que possam ser utilizados por todos em busca dos objetivos da empresa. Não basta apenas exigir das pessoas que façam o melhor que puderem. Com isso Campos (2004) cita os princípios para o controle da qualidade total: • Produzir e fornecer produtos que atendam concretamente às necessidades do cliente; • Garantir a sobrevivência da empresa através do lucro contínuo adquirido pelo domínio da qualidade; 29 • Identificar o problema mais crítico e solucioná-lo pela mais alta prioridade, com o auxilio de ferramenta para solução de problemas; • Falar, raciocinar e decidir com dados e com base em fatos; • Gerenciar a empresa ao longo do processo e não por resultados; • Reduzir as dispersões através do isolamento de suas causas fundamentais; • O cliente é o rei. Não permitir a venda de produtos defeituosos; • Procurar prevenir a origem de problemas cada vez mais a montante; • Nunca permitir que o mesmo problema se repita pela mesma causa; • Respeitar os empregados como seres humanos independentes; • Definir e garantir a execução da visão e estratégia da alta direção da empresa. 2.3.3 Itens de controle de um processo Para cada atividade se tem preestabelecido um objetivo final. No entanto, cada processo pode ter vários resultados diferentes, e para que se possa monitor o processo em prol da garantia do resultado final esperado, se faz necessário medir e avaliar os meios utilizados. Com isso, Falconi (2004, p. 19) diz que “os itens de controle de um processo são índices numéricos estabelecidos sobre os efeitos de cada processo para medir a sua qualidade total”. O gerenciamento dos itens de controle mede a qualidade, custo, entrega moral e segurança. Os itens de controle atuam sobre os pontos de controle, que são onde efetivamente se exerce a ação, e são os responsáveis para desenvolver dados, através de itens de verificação, compilando-os em informações numéricas que auxiliem na mensuração da qualidade do processo e a um bom nível de resultados. Em uma empresa o que para um é um item de controle, para outro colaborador pode ser um item de verificação. Visto que item de controle age sobre os efeitos de cada processo (resultados), já os itens de verificação agem sobre as causas que afetam o item de controle (meios). Dentro de um processo só se pode agir perspicazmente quando se conhece o real problema, nesta visão Falconi (2004) define um problema como sendo o resultado indesejável 30 de um processo, portanto o problema está em um item de controle no qual não estamos satisfeitos. Somente entendemos que só existe um problema quando o item de controle aponta um resultado negativo ou não esperado. 2.3.4 Metas da qualidade As políticas da qualidade enfatizam fortemente, pela maioria das empresas, o atendimento às necessidade dos clientes, e são a grande bússola para orientar os gestores a focarem os reais fatores que satisfaçam as metas de qualidade. “... uma meta de qualidade é um alvo visado de qualidade. Uma meta é específica. Ela é usualmente quantificada e deve ser cumprida dentro de um período específico” (JURAN. 2004. p. 311). As principais necessidades dos clientes são as premissas básicas para o desenvolvimento das metas da qualidade. Conforme aponta Juran (2004), alguns dos objetivos das metas da qualidade, que para algumas empresas são detalhados já no planejamento estratégico, são: • Desempenho do produto – características de desempenho do produto que determinam a resposta às necessidades dos clientes: presteza do serviço, tempo médio entre falhas, cortesias, por exemplo; • Competitividade com qualidade – é uma tendência irreversível, caminha junto com a economia baseada no mercado; • Melhoramento da qualidade – Visa a redução da má qualidade juntamente com o aumento das vendas. É feito com o desdobramento da qualidade, elaborando uma lista formal de projetos de melhoramento da qualidade; • Redução do custo da má qualidade – Deve-se fazer um levantamento numericamente de quanto representa o custo da má qualidade para depois trabalhar a sua redução; • Desempenho de macro processos – Esta meta refere-se ao desempenho de processos importantes que são multifuncionais por natureza, por exemplo lançamento de um novo produto. 31 As metas da qualidade se orientam em desempenho do produto, competitividade em qualidade, melhoramento da qualidade, redução dos custos da má qualidade 2.3.5 Qualidade de vida O intuito de qualquer organização, quando é criada, é o resultado que esta trará para os investidores, ou seja, o lucro proveniente da atividade. Mas com certeza esta não é o único papel de uma organização, e deste modo, pode se destacar que a qualidade de vida, tanto dos colaboradores como também da sociedade na qual a empresa está inserida, deve fazer parte dos objetivos da organização. Kanaane (1999) afirma que a qualidade de vida está diretamente relacionada com as necessidades e expectativas humanas buscando sempre a sua satisfação. No ambiente de trabalho, isto corresponde ao bem estar dos colaboradores, podendo ser expresso através de uma relação saudável e harmônica com a organização da qual faz parte. Segundo Kanaane (1999) a expressão qualidade de vida no trabalho pode ter várias interpretações, que representam variáveis que não afirmam nem negam as condições em que vivem os empregados de uma empresa. A qualidade de vida está diretamente relacionada ao desenvolvimento da organização, considerando aspectos como a satisfação no cargo e valorização do trabalho. Condições como uma compensação adequada, um ambiente de trabalho sem riscos, saudável e com uma perspectiva de crescimento, são indícios de que a qualidade de vida faz parte das preocupações dos gestores da organização. A modernidade organizacional trouxe á tona uma série de indagações que vêm sendo assumidas pelos profissionais nos respectivos níveis hierárquicos. Tem-se associado temas como produtividade e qualidade, como patamares de sucesso organizacional assentado em ações coerentes e sinérgicas. A busca da qualidade total está em relação com o aflorar da qualidade de vida nos sentido mais amplo. (Kanaane, 1999 p. 93). Para comprovar a existência de ambientes propícios ao devido desenvolvimento das tarefas rotineiras dos colaboradores, bem como cumprimentos com normas e procedimentos, deve-se verificar com auditorias, para comparar e registrar as situações encontradas e agir corretivamente em caso de procedimentos não conforme. As auditorias são aplicáveis a todos os campos da qualidade, sempre que se quer ver a situação atual da empresa. 2.3.6 Auditoria da qualidade 32 No entendimento de Juran (2004, p. 320) “uma auditoria da qualidade é uma revisão independente do desempenho em qualidade”. Segundo Kaoru Ishikawa (apud, Falconi, 2004) as auditorias devem ser usadas para promover a qualidade e não para inspecionar. O auditor alem de métodos para realizar a auditoria, necessita ter conhecimento adquirido com experiências. A finalidade das auditorias é fornecer informações, independentes e imparciais, não apenas às cabeças operacionais, mas sim a todas as pessoas que tenham a necessidade de saber (JURAN, 2004). Para Falconi (2004) existem três tipos de auditorias: a auditoria de sistema, de processo e auditoria de produto, conforme descreve-se abaixo: Auditoria de sistema é utilizada para verificar se há uma política da qualidade e o sistema da qualidade está clara e compreensível. E se existe uma preocupação com a melhoria do gerenciamento da rotina. Está auditoria é conduzido pela alta administração, pelo gerente sênior e pelo escritório de controle da qualidade total (TQC). A auditoria de processo, também conduzido pela alta administração, pelo gerente sênior e pelo TQC, visa vistoriar: • Se os padrões estão sendo seguidos conforme estabelecidos; • Se as operadores estão seguindo o procedimento operacional padrão; • Se os padrões técnicos estão atualizados e disponíveis para os usuários; • Se os operadores possuem a qualificação necessária; • Se instrumentos de medição estão sendo calibrados, identificados e com boa manutenção; A auditoria de produto visa vistoriar se os produtos com suas especificações garantem a qualidade do produto. Este tipo de auditoria é conduzido pelo pessoal da organização da garantia da qualidade. Toda auditoria auxilia para não produzir itens fora das especificações, isso impede a geração de custos com produtos que não trarão retorno. 2.3.7 Custo da falta de qualidade 33 Obviamente nenhuma operação produtiva está isenta de falhas, mas em algumas destas operações é crucial que as falhas não aconteçam, como aviões em vôo ou sinto de segurança em carros. Já em situações menos criticas, produtos e serviços confiáveis é uma forma das empresas ganharem mercado e vantagem competitiva. Os administrados de produção que normalmente estão preocupados com a confiabilidade de seus processos, produtos e serviços, buscam estratégias para minimizarem as falhas e até mesmo aprender com as mesmas quando acontecem, apesar de todas as tentativas de prevenção (Slack; Chambers e Johnston, 2002). Neste caso, é importante ter políticas para visualizar onde ocorrem as falhas, bem como conhecer o tipo de falha. 2.4 FERRAMENTAS DA QUALIDADE Conforme menciona Dellaretti (1996) no Brasil, as perdas no faturamento podem chegar a 40 %, devido ao grande número de falhas e alto nível de desperdício, como por exemplo, na construção civil, agricultura, transportes, entre outros. Neste sentido, as organizações através da qualidade, buscam meios para melhor levantar e analisar fatos e dados visando evitar perdas, fazendo o uso dos recursos ao máximo, com o objetivo de desenvolver melhorias gradativas nos processos, bem como ser referência em qualidade custo e entrega. As ferramentas da qualidade têm como objetivo principal identificar os maiores problemas existentes, elaborar uma minuciosa análise e buscar a melhor solução (BALLESTERO-ALVAREZ, 2001). Segundo Paladini (1997, p.66) as ferramentas da qualidade: [...] são dispositivos, procedimentos gráficos, numéricos ou analíticos, formulações práticas, esquemas de funcionamento, mecanismos de operação, enfim métodos estruturados para viabilizar a implantação da Qualidade Total. Normalmente, cada ferramenta refere-se uma área específica do projeto ou do funcionamento do sistema de qualidade ou, ainda, da avaliação de seu desempenho. As ferramentas dispõem de ênfase específica, que pode referir-se a uma análise prática do processo produtivo para, por exemplo, determinar previsões acerca de seu desenvolvimento; ou a análise da ação de concorrentes em uma mesma faixa de mercado ou, ainda, a como melhor atender um grupo de consumidores. Conforme afirma Ishikawa, as ferramentas da qualidade não resolvem problemas nem melhoram situações, quem faz isso são as pessoas. As ferramentas apóiam e auxiliam pessoas na tomada de decisões que resolverão problemas ou melhorarão situações. Seu 34 propósito é municiar os participantes dos processos com ferramentas simples e ao mesmo tempo fortes, de forma a apoiá-los na resolução e no controle de problemas (CORRÊA, 2006). No inicio do uso do controle da qualidade, o principal método de controle era a amostragem final. Com o desenvolvimento, tornou-se necessário obter um conjunto de ferramentas que viabilizem o controle de processos, auxiliando o gerenciamento da qualidade total (DELLARETTI FILHO, 1996). Na visão de Ballestero-Alvarez (2001, p. 181), “as sete ferramentas da qualidade constituem um conjunto e instrumentos estatísticos de consagrado uso, para que as organizações possam melhoram a qualidade de seus produtos, serviços e processos”. As ferramentas da qualidade formam um conjunto de instrumentos que pode ser facilmente apreendidas e aplicadas amplamente por gerentes ou profissionais envolvidos no planejamento estratégico, planejamento em geral, definição de objetivos e solução de problemas. Neste contexto, Moura (1994) apresenta o uso das ferramentas como finalidade para: • Explicitar relações de causa-e-efeito em situações ou problemas complexos; • Organizar e sistematiza a informação; • Revelar oportunidades ou problemas latentes; • Processar dados verbais; • Estimular a criatividade, a geração de novas idéias; • Permitir a análise multidimensional (a consideração simultânea de vários fatores inter-relacionados) • Acompanhar a implementação das atividades. Para Ballestero Alvarez, as sete ferramentas da qualidade são: folha de coleta de dados, análise de Pareto, diagrama de causa e efeito (diagrama de Ishikaha ou espinha de peixe), fluxograma, histograma, diagrama de dispersão e o gráfico de controle. Já para Aguiar (2006) as ferramentas da qualidade mais usualmente trabalhadas são: estratificação, folha de verificação, gráfico de Pareto, diagrama de causa e efeito, histograma, diagrama de dispersão, e o gráfico de controle. 35 O uso das ferramentas da qualidade se traduz na expectativa para resolução de problemas e estudo de processos para melhoria continua. Com isso precisamos entender o conceito de problema. Problema é um resultado indesejado ou não planejado de um processo. Portanto, podemos entender que é a diferença entre o resultado que foi planejado e o resultado real alcançado. Um problema é também um resultado indesejado de um item de controle ou qualquer situação adversa que deve ser mudada (MACEDO e FILHO, 1994). Não há processo produtivo que não tenha algum tipo de problema, porém a diferença de uma empresa para outra é a capacidade de sua equipe em resolver os problemas. Certamente equipes mais eficientes terão maior êxito, fazendo com que a produção siga seu fluxo normal. 2.4.1 Folha de coleta de dados O objetivo desta ferramenta é o de levantar o máximo possível de dados, para um posterior tratamento, facilitando a análise da solução do problema. Conforme Ballestero Alvarez (2001) três pontos são importantes na coleta de dados, ter um objetivo claro, ter confiabilidade dos dados coletados, organização e registro dos mesmos. Não se tem um padrão para a folha de coleta de dados definido, cada empresa deve criar o seu formulário contemplando a descrição dos dados coletados, bem como os responsáveis pelas medições e registros. Também, é indispensável o treinamento das pessoas que farão o uso, para que o façam de forma correta (BALLESTERO-ALVAREZ, 2001). 2.4.2 Análise de Pareto A análise de Pareto teve suas origens com o economista italiano Vilfredo Pareto, onde constatou em suas pesquisas no século XVI, que cerca de 80% da riqueza mundial estava nas mãos de 20% da população. Pareto apresentou estes dados de uma forma peculiar, ficando conhecido pela proporção 80/20. Com base nesta constatação Juran, na década de 60, propôs a análise de Pareto como “forma de separa os poucos itens vitais” em uma análise (CORRÊA, 2006). O método de análise de Pareto consiste em pegar um problema grande e estratificar em problemas menores, para tanto facilitando seu entendimento quanto a sua origem, 36 possibilitando maiores possibilidades na sua efetiva resolução. Esta ferramenta utiliza-se de fatos e dados que permitem visualizar os pontos a serem priorizados (FALCONI, 2004). Segundo Werkema (1995, p.75), “o gráfico de Pareto é um gráfico de barras verticais que dispõe a informação de forma a tornar evidente e visual a priorização de temas”. Lembrando que as informações igualmente organizadas também tornam possível a colocação de metas numéricas viáveis de serem alcançadas. O digrama de Pareto sugere que se deve prestar bastante atenção nos elementos críticos. E para isso deve ser utilizado um modelo gráfico que os organiza em ordem decrescente de importância, sempre a partir da esquerda. Os princípios sob estudo são estabelecidos a uma escala de valor, formado de medidas em unidades financeiras, freqüências de ocorrência, percentuais, número de itens, etc. O diagrama de Pareto mostra categorias, classes e grupos e elementos (PALADINI, 1997). 2.4.3 Diagrama de causa e efeito Idealizado pelo professor Kauru Ishikauwa, tem por finalidade representar graficamente a seqüência de realização de uma atividade ou os diversos passos que a compõem. Também chamado de espinha de peixe devido à conformação gráfica, o diagrama de Ishikawa é uma forma seqüencial e ordenada de representar a evolução de uma atividade, colocando essas em ordem seqüencial, e a partir daí registrá-la no gráfico apropriado, cuja extrema direita é a cabeça do peixe representado o trabalho concluído (ABREU, 1991). Segundo Werkema (1995, p. 01), [...] o diagrama de Causa e Efeito é uma ferramenta utilizada para apresentar a relação existente entre um resultado de um processo (efeito) e os fatores (causas) do processo que por razões técnicas, possam afetar o resultado considerado. 37 Figura 1: Estrutura do diagrama de causa e efeito Fonte: Campos, 1992 Tem a finalidade de mostrar relação entre a causa e efeitos, ou uma característica de qualidade, e os fatores que o norteiam, podendo ainda ser ramificado em causas secundárias ou terciárias. Sua elaboração requer o envolvimento de todos os fatores que entram na elaboração de um efeito. No caso de uma indústria, esta ferramenta envolve seis fatores, conhecidos como “os seis M”, sendo eles o método, mão-de-obra, meio ambiente, matériaprima, máquinas e medidas (BALLESTERO-ALVAREZ, 2001). Já para operações de serviços, podem ser usados, lugares, procedimentos, pessoas e políticas. Com a indicação das áreas gerais é possível dar inicio ao processo de geração de idéias (CORRÊA, 2006). O objetivo desses diagramas é apoiar o processo de identificação de possíveis causas-raízes de um problema. Esta ferramenta é normalmente utilizada após uma análise de Pareto, visto que os problemas que produzem o maior efeito são objeto de análise pelo diagrama causa e efeito. A descrição do problema é colocada no lugar da cabeça do peixe, na espinha dorsal vão sendo acrescidas ramificações onde são colocadas as causas possíveis para o problema, partindo das mais gerais e ramificando para as causas das causas, até chegar às possíveis causas raízes (CORRÊA, 2006). 38 Normalmente, a construção desses diagramas é feita por um grupo de pessoas. Conforme Paladini (1997, p.68) para sugerir e listar causas faz-se necessário formar uma equipe, observando os seguintes critérios: • Todas as causas possíveis, prováveis e até remotas, que passarem na cabeça dos integrantes do grupo, são mencionadas e anotadas. • A prioridade é o número de idéias que conduzam a causas, e não se impõe que nenhum participante identifique apenas causas plenamente viáveis ou com altíssima probabilidade de conduzir o efeito. • São aceitas idéias decorrentes de idéias já citadas. • Não há restrição às ações dos participantes. Causas propostas não são criticadas, alteradas, eliminadas ou proibidas. • O objetivo não é apenas formular o efeito (problema), mas eliminar causas que o geram. Deseja-se, assim, identificar soluções para problemas e não apenas identificá-los (para isto a equipe se reuniu). 2.4.4 Fluxograma Os fluxogramas representam graficamente cada etapa pela qual passa um processo. Com isso, Paladini (1997, p.72), cita que: [...] os fluxogramas são ferramentas recomendadas em qualquer atividade de programação computacional. Sua utilização na área da qualidade refere-se à determinação de um fluxo de operações bem definido. O fluxo permite visão global do processo por onde passa o produto e, ao mesmo tempo, ressalta operações críticas ou situações em que haja cruzamento de vários fluxos (que pode, por exemplo, constituir-se em ponto de congestionamento). Os fluxogramas são ferramentas que têm como finalidade maior, a grande facilidade visual. Com ele poderá ser identificados os pontos críticos do processo que precisam ser revisados. 39 Figura 2: Exemplo de fluxograma Fonte: Paladini (1997, p. 73) O fluxograma sendo uma representação gráfica dos passos a serem seguidos em um determinado processo, auxiliar quando da comparação do desenvolvimento atual do mesmo processo, com isso pode-se elaborar sugestões que vislumbrem ganhos e melhorias. 2.4.5 Histograma Na opinião de Corrêa (2006) “um histograma é uma forma gráfica de apresentação dos dados obtidos em uma observação, de forma a simplificar a comparação de suas freqüências de ocorrências”. Segundo Paladini (1997), os histogramas são instrumentos muito conhecidos na estatística clássica. Eles descrevem as freqüências com que variam os processos e a forma que assume a distribuição dos dados da população como um todo. Em Werkema (1995, p.119), encontra-se que: 40 [...] o histograma é um gráfico de barras no qual o eixo horizontal, subdividido em vários pequenos intervalos, apresenta os valores assumidos por uma variável de interesse. Para cada um destes intervalos é construída uma barra vertical, cuja área deve ser proporcional ao número de observações na amostra cujos valores pertencem ao intervalo correspondente. O histograma tem como objetivo conhecer algumas características da distribuição associada a alguma população de interesse. Portanto, quanto maior for o tamanho da amostra, maior será a quantidade de informação obtida com essa distribuição. 2.4.6 Diagrama de dispersão Conforme Werkema (1995, p.175) “o diagrama de dispersão é um gráfico utilizado para visualização do tipo de relacionamento existente entre duas variáveis”. A compreensão dos tipos de ligações existentes entre as variáveis associadas a um processo contribui para acrescentar a eficiência dos métodos de controle do processo, facilitando a identificação de possíveis problemas e para o planejamento das ações de melhoria a serem optadas. Segundo Paladini (1997, p. 74), os diagramas de dispersão resultam de: [...] simplificações efetuadas em procedimentos estatísticos usuais e não usuais e são modelos que permitem rápido relacionamento entre causas e efeitos. O diagrama cruza informações de dois elementos para os quais se estuda a existência (ou não) de uma relação. 41 Figura 3: Diagrama de Dispersão Fonte: Silva, 2006 O diagrama de dispersão resulta na apresentação dos pares de valores num sistema cartesiano. A correlação entre as duas variáveis é indicada pelo coeficiente de correlação linear de Person.Está é uma ferramenta estatística utilizada para o estudo de algumas das ligações entre duas variáveis associadas a um processo. Pode ser entre duas causas, uma causa e um efeito, ou entre dois efeitos. 2.4.7 Gráfico de controle Os gráficos de controle (ou cartas de controle) foram desenvolvidos por Shewhart, na década de 20, são modelos que buscam especificar as limitações superiores e inferiores dentro dos quais medidas estatísticas associadas a uma dada população são localizadas (PALADINI, 1997). Em uma linha central coloca-se a tendência da população, já as curvas irão determinar a evolução histórica de seu comportamento e a tendência futura. 42 Segundo Werkema (1997, p.198), “os gráficos (cartas) de controle são ferramentas para o monitoramento da variabilidade e para a avaliação da estabilidade de um processo”. O objetivo do gráfico de controle é o de manter o controle de um processo através do acompanhamento do comportamento de uma ou várias medidas importantes resultantes deste processo (CORRÊA, 2006). Figura 4: Exemplo de gráfico de controle Fonte: Silva, 2006 Como demonstra o gráfico acima, o gráfico de controle especifica limites superiores e inferiores dentro dos quais devem ser encontradas as medidas estatísticas dos itens de controle. Ao meio do gráfico aparece uma linha obtida pela média das amostras relacionadas. 2.4.8 5W1H Na visão de Falconi (2004) o 5W1H é um check-list utilizado para garantir que a operação seja conduzida sem nenhuma dúvida por parte da chefia ou por parte dos subordinados. 43 É uma ferramenta utilizada para planejar a implementação de uma solução, responde as seis questões: O que será feito? Qual a operação? Qual é o assunto? Quem conduz está operação? Qual o departamento responsável? Onde a operação será conduzida? Em que lugar? Quando a operação será conduzida? A que hora? Com que freqüência? Por que a operação é necessária? Como conduzir está operação (método)? De que maneira? Usando estes questionamentos em um quadro, é possível visualizar a solução adequada de um problema, possibilitando acompanhar a execução das ações. 2.4.9 Brainstorming Segundo Park (2002, p. 211) “o brainstoming tem como principal objetivo estimular a criatividade dos participantes de uma reunião, de modo a facilitar os processos de solução de problemas”. Esta é a forma mais comum para a coleta de dados verbais. A eficácia do diagrama vai depender da qualidade na obtenção dos dados. A funcionalidade desta ferramenta é a coleta de idéias de todos os participantes sobre um tema delimitado, abrindo possibilidade para qualquer idéia criada, não avaliando e nem atribuindo valores em um primeiro momento. A reunião começa com a apresentação do problema a ser resolvido e termina quando todas as idéias citadas estiverem registradas. Para Moura (1994) os principais pontos relativos à boa condução do brainstoming são listados a seguir: • O objetivo é gerar o maior número possível de idéias. Em geral de 15 a 20 são suficientes; • O grupo deve escolher um coordenador; • O coordenado deve usar um flip-charp, retro projetor, quadro ou cartelas para anotar os dados de maneira que todos possam ler. O tema deve estar visível a todos durante toda a reunião. 44 • Há dois tipos de brainstorming, o estruturado, onde são feitas rodadas em que cada participante expõe suas idéias seqüencialmente. E o não estruturado onde as idéias são oferecidas livremente; • O coordenador deve anotar todas as idéias, com as próprias palavras do autor, sem interpretá-las; • Deve-se tentar obter grande quantidade de idéias, sem se preocupar em criticar nenhuma delas, por mais absurda que possa parecer; • Deve-se ter profundo respeito pelos indivíduos e seus esforços para contribuírem; • Após o brainstorming, iniciar uma cessão de análise e seleção das idéias. A tempestade de idéias é recomendada para geração de um grande número de idéias, exploração de alternativas melhores e identificação de oportunidades detectadas por aqueles que estão mais perto da atividade. Ainda Dellaretti Filho (1996) relata que as principais aplicações desta ferramenta são: a) Busca da identificação de problemas b) Busca dos fatos que levam a identificação do problema c) Criação de idéias para solução do problema d) Busca de critérios para a avaliação de solução de problemas e) Implementação das ações de melhoria envolvendo os participantes do processo. O grande valor desta ferramenta está na busca por alternativas para os problemas do dia-a-dia ouvindo as pessoas que mais conhecem o processo, ou seja, os envolvidos na atividade. Desta forma, valoriza-se as pessoas, ocorre um investimento financeiro muito baixo, e os resultados, normalmente são muito interessantes. 2.4.10 Indicadores da qualidade ou Indicadores de desempenho A tarefa básica de um indicador é expressar, de forma simples, uma determinada situação que se deseja avaliar. O resultado de um indicador é uma fotografia de dado 45 momento, demonstrando sob uma forma de medida, aquilo que está sendo feito, ou o que se projeta para ser feito (REVISTA DA FAE, 2004). O processo de gerenciar, na visão de Falconi (1994) é o ato de buscar as causas (meios) da impossibilidade de atingir uma meta (fim) e estabelecer contramedidas, montar um plano de ação, atuar e padronizar em caso de sucesso. Desta forma, se não existe medição, não existe gerenciamento. Deve-se estabelecer os itens de controle baseado nos pontos que se deseja manter ou melhorar. Para Takashina (1999) os indicadores da qualidade e de desempenho tornam-se o alicerce para a gestão por fatos. Assim, define-se o indicador como representações quantificáveis das características de produtos e processos, que visam melhoria na qualidade e desempenho de um produto, serviço ou processo. Campos (1994) sugere a utilização de um painel para realização da avaliação dos resultados dos processos. Este método tem como objetivo apresentar os processos e seus resultados, tendo como foco principal a representação dos resultados através das cores verde, amarelo e vermelho, proporcionando um modelo de gerenciamento visual, para controlar e garantir o atendimento das metas. Os indicadores surgem como auxiliadores nas tomadas de decisão, pois proporcionam as evidencias aos gestores. Takashina (1999) relaciona o uso do método PDCA como instrumento de decisão gerencial para planejamento e controle de processos. 2.5 PDCA A solução de problemas de uma empresa ou processo deve ser realizada por todas as pessoas que dela fazem parte através de procedimentos corretos e seqüências, com muito controle da situação. Referente a Campos (1999), a grande maioria das decisões gerenciais é baseada no bom senso, experiência, feeling, etc, onde o Brasil destaca-se como uma vitrine de decisões erradas. O controle da qualidade através do PDCA é o modelo gerencial para todas as pessoas e empresas, portanto deve ser dominado por todos. No entendimento de Werkema (1995) O ciclo PDCA é um método gerencial de tomada de decisões para garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma 46 organização. É um método de gestão que representa o caminho a ser seguido para que as metas estabelecidas possam ser atingidas. O PDCA é utilizado para resolver qualquer problema e realizar qualquer gerenciamento, e dependendo do foco o giro do PDCA toma formas diferentes. Isso demonstra a dificuldade de integrar as ferramentas da qualidade sem a utilização específica do PDCA (AGUIAR, 2006). Com a busca da qualidade superior, o aumento da competitividade é uma conseqüência, trazendo para dentro das empresas diversos desafios. Estes desafios precisam ser superados através do uso de ferramentas eficazes de apoio a gestão, e o ciclo PDCA pode ser considerado uma ferramenta importante de apoio a gestão, auxiliando os administradores no processo de tomada de decisão tendo em vista o alcance dos objetivos da organização. Figura 5: Método PDCA Fonte: Falconi, 2004 O PDCA é o método para atingir as metas. Ou seja, é um método de gerenciamento de processos ou de sistemas, sendo este o caminho para atingir as metas atribuídas aos produtos (FALCONI 2004). Conforme descreve Corrêa (2006) na atualidade, o PDCA é quase um ícone para os planos de melhoramento contínuo de operações. A partir de um problema ou de uma 47 oportunidade de melhoramento, as quatro fases do processo são desenvolvidas com o intuído de tornar mais claras e ágeis os processos envolvidos na gestão da qualidade. Conforme apresenta Aguiar (2006) as quatro fase do PDCA são Plan, Do, Check, Action (planejamento, execução, verificação e ação). Aguiar descreve as fases da seguinte forma: • Plan – No planejamento é definida a meta pretendida e os meios para alcançá-la; • Do – Nesta fase, as pessoas são treinadas para implementar planos de ação. Com sua implementação, objetivar a coleta dos dados que possam fornecer informações que colaborem para o alcance da meta proposta; • Check – Tendo em mãos as informações coletas é efetuada uma verificação quanto à eficiência do plano traçado; • Action – Neste tópico, a ação a ser realizada depende dos resultados obtidos na etapa anterior. Se a meta foi alcançada, são estabelecidos meios de manutenção dos resultados. Caso não foi alcançada a meta, inicia-se um novo giro do PDCA objetivando encontrar meios para obter resultados que superem a diferença entre o valor da meta e o resultado alcançado pelo plano de ação. Então é definida uma nova meta. Já para Falconi (2004), o termo PDCA tem o seguinte significado: a) Planejamento (P) – consiste em: • Estabelecer metas sobre os itens de controle; • Estabelecer a maneira (o caminho, o método) para se atingir as metas propostas. Está é a fase do estabelecimento da “diretriz de controle. b) Execução (D) – Execução das tarefas exatamente como prevista no plano e coleta de dados para certificação do processo. Ë muito importante o treinamento no trabalho, decorrente da fase de treinamento; c) Verificação (C) – A partir dos dados anteriormente coletados, compare-se o resultado alcançado com a meta planejada. 48 d) Atuação corretiva (A) – Neste ponto o usuário detectou desvio e atuará no sentido de fazer correções definitivas, de maneira que o problema nunca mais ocorra. O ciclo prevê uma continuidade para as quatro etapas, onde estas devem estar acontecendo continuamente a fim de que as mudanças efetivamente aconteçam e prol da melhoria dos processos organizacionais. O ciclo PDCA se divide em dois objetivos, é utilizado para manutenção do nível de controle, quando o processo é repetitivo e o planejamento envolve uma faixa aceitável de valores de um método que envolve os procedimentos padrões de operação, e para melhorias no nível de controle, quando o processo não é repetitivo e o plano consta de uma meta que é um valor definido. Figura 6: O ciclo PDCA para manutenção e melhoria resultados Fonte: Falconi, 2004 2.5.1 O ciclo PDCA para manutenção de resultados Todas as empresas buscam previsibilidade em seus processos, ou seja, garantir que produtos e serviços tenham características de qualidade acertadas com seus clientes. A previsibilidade destes processos será obtida se estes processos forem gerenciados pelo PDCA para manter resultados. 49 Para que o PDCA possa ser aplicado fortemente, existe a necessidade de a empresa possuir forte controle sobre seus processos. A padronização se encaixa como uma ferramenta gerencial que dá subsídios para o alcance destes objetivos, visto que é a base para a qualidade total. Com isso Falconi (2004) descreve padronização como um caminho seguro para produtividade e competitividade em níveis internacionais, sendo esta uma das bases onde se assenta o moderno gerenciamento. Ë um meio para se conseguir os melhores resultados, com melhorias em qualidade custo cumprimento de prazos e segurança. Na percepção de Aguiar (2006), gerenciar pelo PDCA de manutenção da qualidade é fazer produzir de acordo com o procedimento operacional padrão (POP) da empresa. Visto que, a meta pretendida é o cumprimento dos procedimentos operacionais padrão. O autor menciona que o PDCA de manutenção é também conhecido como SDCA, onde o S de standard substitui o P de planejamento, o D de DO é execução, e preocupa-se pelo cumprimento dos POP. C de check verifica a efetividade dos procedimentos operacionais padrão, e o A de action é onde são realizadas as ações corretivas. Para Falconi (2004) o uso das quatro partes do ciclo PDCA para manutenção ocorre da seguinte forma, dividido em oito passos dentro do ciclo: Na etapa Plan - 1) defini-se os itens de controle a serem acompanhados dentro de uma faixa padrão aceitável, 2) definir os procedimentos padrão necessários para manutenção dos resultados. Na execução, Do - 3) deve-se capacitar as pessoas para executarem, da melhor forma possível, o que está descrito no POP. 4) treinar as pessoas na obtenção dos dados, 5) realizar periodicamente auditorias, inspecionando as execuções das tarefas confrontando-as com o POP. Na verificação, Check – 6) são verificados os itens de controle. A fim de policiar o processo em desenvolvimento dos itens anteriores. Na ação, Action – 7) estando tudo normal, manter o uso e o cumprimento dos padrões atuais. 8) Caso ocorra anomalia (fato indesejado), levar ao conhecimento da chefia para que esta possa tomar ações corretivas necessárias. No ciclo PDCA para manutenção de resultados, Aguiar (2006) descreve as características para uso das ferramentas da qualidade dentro de cada etapa do processo: 50 a) Etapa Planejamento o autor esclarece que não há ferramentas a serem integradas, pois como as metas e os POP já são recebidos prontos para serem utilizados. b) Etapa execução • Folha de verificação: Registrar informações obtidas durante a produção para posterior diagnóstico do processo; • Gráfico de controle: Registrar informações do produto e do processo durante a produção. Esta ferramenta funciona como uma folha de verificação para coleta de dados durante a produção. Estes dados serão utilizados na elaboração de gráficos estatísticos de processo, identificando as causas em caso de anomalias; • Fluxograma: Serve para orientar a realização de operações padronizadas. Ou seja, demonstrar de forma seqüencial, as etapas de um processo permitindo sua visualização, apresentação, ordenação e de orientação de tarefas. c) Etapa verificação • Gráfico de controle: Avaliar a estabilidade do processo, quantificar a variação de processos estáveis, e identificar a ocorrência de causas assimiláveis, obter indicações que auxiliem na identificação das causas das anomalias. • Histograma: Mostrar a centralização e variação de um processo por meio de gráficos, visando verificar o alcance das metas; d) Etapa ação corretiva • Carta de controle: Utilizar as anotações coletadas para descobrir as causas do não atendimento das metas; • Brainstorming: Utilizado para levantar possíveis causas da anomalia. • Diagrama de causa e efeito: é utilizado para organizar e apresentar a relação entre o problema e as causas a serem tratadas. • Histograma: Obter informações sobre a variabilidade e a centralização do processo objetivando o conhecimento para ter como atuar nas causas da anomalia; • Diagrama de dispersão: descobrir a relação causa efeito, ou seja, a relação da anomalia com suas causas; 51 2.5.2 O ciclo PDCA para melhorar resultados Para melhor as diretrizes de controle, é necessário o comprometimento de todos na empresa, desde o presidente até os níveis de supervisão. Os operadores usam o PDCA para melhorias quando das atividades dos círculos de controle da qualidade. No entendimento de Aguiar (2006) as melhorias nos processos a serem alcançadas devem ter como referência as metas anuais das empresas, sendo estas as metas de sobrevivência. E as metas anuais são fixadas para solução de problemas prioritários, priorizados pelo grau de importância entendido pela gerência. O PDCA para melhorias se constitui no método conhecido no Japão como “QC STORY”. Este na visão de Falconi (2004) é um dos métodos mais importes dentro do TQC, e deveria ser dominado por todos dentro das empresas. Aguiar (2006) cita dois tipos de metas de melhorias: a) incremetal realizada dentro do gerenciamento da rotina do trabalho diário, e tem como objetivo manter a confiabilidade dos resultados obtidos e promovendo melhorias com o intuído de aperfeiçoar os processos para alcançar um patamar mais alto de eficiência. E meta de melhoria rompedora, que consiste em abandonar a situação atual, implementando um novo processo. Abaixo apresenta-se uma figura que descreve o PDCA, abrindo-o nos oito passos que constituem a o ciclo PDCA para melhoria e descreve-se seu principal objetivo. Figura 7: Método de Solução de Problemas Fonte: Falconi, 2004, pg 61 52 Quantas vezes tenta-se resolver problemas sem procedimento algum. Percebe-se na figura a cima as fases e a facilidade de entendimento, onde com o uso se obtêm controle total do próprio processo de resolução de problemas. Estas oito etapas, para seu melhor desenvolvimento, podem ser auxiliadas por ferramentas que se adéquam em cada etapa do processo. 2.5.2.1 Fase identificação do Problema Na primeira fase que é a de identificação do problema preocupa-se em conhecer claramente o problema existente, bem como verificar se é importante para a empresa buscar sua solução. Ë imprudente que uma organização concentre esforços e disponibilize pessoas em problemas que não trarão benefícios. Para Aguiar (2006, p. 69) “problema focado é aquele cujo formato não precisa, ou não pode ser, decomposto em problemas mais simples para tornar a solução mais fácil”. Neste entendimento, é necessário que o problema esteja na sua forma mais simples, estratificado de forma que esteja suficientemente específico para que se possa dar tratamento adequado. Para auxiliar no desenvolvimento da etapa identificação do problema, Aguiar (2006) sugere a utilização de algumas ferramentas da qualidade como: a) Folha de verificação – visa coletar informações e características relacionadas com a meta a ser avaliada, auxiliando na tomada de decisão, e leva a responder a questão “vale a pena investir na meta”? b) Histograma – o objetivo é conhecer e tabular a distribuição e a centralização de características da qualidade utilizando-se de gráficos e medidas, com o intuito de obter conhecimento e permitindo avaliar a conveniência para este investimento. 2.5.2.2 Observação Neste passo do uso da ferramenta PDCA para solução de problema, busca-se conhecer o problema de forma mais aprofunda, desdobrando o problema em itens mais prioritários. 53 Para Aguiar (2006) para aumentar o conhecimento do problema, a maneira de conhecê-lo melhor é observá-lo sob vários ângulos e estratificá-lo, levando-se em conta o conhecimento técnico relacionado a ele. Logo após a estratificação, deve-se definir os problemas específicos mais simples que precisam ser priorizados em relação ao seu tratamento, levando em conta os níveis de ocorrência das anomalias como também os custos gerados por ela. No entendimento deste mesmo autor, as algumas das ferramentas que melhor se engajam neste item são: a) Folha de verificação – que objetiva avaliar a estabilidade do processo, bem como identificar as ocorrências apontáveis e quantificar a variação destes processos; b) Gráfico de Pareto – auxiliar para segmentar situações de interesse e obter conhecimento específico. Possibilita estratificar o problema de forma a visualizar quais os itens que representam maior impacto sobre a anomalia. c) Histograma – propõem-se a obter conhecimento da distribuição e da centralização de características da qualidade relacionadas ao estudo, utilizando-se de gráficos e medidas com o intuito de facilitar a descoberta das causas fundamentais. 2.5.2.3 Análise Nesta fase são buscadas as causas que geram os problemas, obtendo-se também um maior conhecimento sobre o mesmo. Procura-se entender o funcionamento deste processo, entender como o problema ocorre identificando as suas possíveis causas. Conforme Aguiar (2006) é importante considerar a inter-relação de metas, podendo uma causa que gera um problema de uma meta especifica, possa ser a causa de outra causa de outra meta especifica. Analisando as causas que se relacionam, pode-se priorizar os causas principais do problema a partir do conhecimento técnico por meio de uma quantificação do processo. Este mesmo autor apresenta algumas ferramentas da qualidade para este item: a) Brainstorming – Está ferramenta é utilizada para instigar o raciocínio das pessoas com objetivo de descobrir causas de anomalias. É utilizado o diagrama de causa e 54 efeito para fornecer o relacionamento entre o problema a ser tratado e suas causas. b) Fluxograma – Ferramenta para dispor e documentar o processo relacionado com o problema a ser tratado, facilitando o entendimento do processo. Da mesma forma, identificar os sub-processos críticos em relação ao problema a ser tratado, descrevendo o que é e o que não é controlado nos sub-processos críticos, servindo de referência para identificar as causas dos problemas a ser solucionado. c) Folha de verificação – consiste em identificar as principais fontes de variação do processo e quantificar estas variações. 2.5.2.4 Plano de ação No plano de ação, após descobrir as causas, elaborar alternativas e descrever as soluções mais relevantes, é momento de implementá-las. Para cada uma das soluções priorizadas, são estabelecidas metas de melhoria para serem alcançadas e se faz necessário planejar o desenvolvimento da ação proposta, estabelecendo prazos e elaborando posteriormente um cronograma. Conforme aponta Aguiar (2006) os principais passos para execução desta etapa são: • Proposição de medidas para atacar o problema em estudo, e têm como escopo adequar as medidas que serão tomadas para a solução do problema, e deve levar em conta capacidade técnica, as experiências, o conhecimento bem como a ferramenta da qualidade a ser utilizada; • O segundo passo é priorizar as medidas, buscar métodos que venham otimizar a solução dos problemas; • Testar as medidas priorizadas, este teste consiste em verificar se não haverá interferência negativa em alguma das metas a serem atacadas; • Avaliar se as medidas que poderão ser implementadas, trarão resultado esperado em relação à meta, do contrario novas medidas devem ser propostas; • No último passo, as medidas são delegadas, de forma a cada um dos envolvidos receba uma nova meta, e este deve girar o PDCA para se orientar na execução da 55 tarefa. Já as medidas não delegáveis devem ser dispostas em um plano de ação facilitando e orientando a sua execução. Aguiar (2006) menciona algumas ferramentas da qualidade para uso nesta etapa: a) Brainstorming e diagrama de causa e efeito – o Brainstorming é utilizado para estabelecer as medidas em relação as causas do problema. E o diagrama de causa e efeito auxilia na disposição do relacionamento a ser tratado e as medidas a serem tomadas. b) 5W1H – Está ferramenta visa fornecer um cronograma de planejamento a ser seguido para execução das tarefas, planejando a implementação de medidas a serem executadas. 2.5.2.5 Fase de execução Nesta etapa do PDCA de melhoria, são executadas as ações propostas no plano de ação e são mensuradas quanto à melhoria do desempenho. As medições são o ponto de partida para as melhorias, visto que nos possibilitam entender onde nos encontramos e com isso fixar metas que nos ajudem a chegar onde desejamos. De acordo com Aguiar (2006) para concretizar os objetivos citados no plano de ação é necessário realizar reuniões para obter consenso das medidas propostas, promover treinamento sobre as medidas propostas para as pessoas encarregadas pela execução, acompanhar a execução das medidas para sanar as dúvidas e verificar se o plano proposto está sendo corretamente implementado. As ferramentas da qualidade nesta fase, são utilizadas para propor medidas de implementação do plano de ação, planejar coleta de dados durante a produção, checar o cumprimento de procedimentos operacionais, dispor metodologia para uso em treinamentos e execução dos planos de ação (AGUIAR, 2006). Para este ponto do método de solução de problemas, Aguiar (2006) enfatiza que as ferramentas empregadas são as mesmas já apresentadas no ciclo PDCA de manutenção de resultados. 2.5.2.6 Fase de Verificação 56 Na fase de verificação evidencia-se a verificar se o problema foi resolvido e se surgiram outros problemas colaterais. Deve-se utilizar os dados coletados antes e depois das ações de bloqueio das causas fundamentas para verificar a efetividade da ação e de quanto foi a redução dos resultados indesejáveis. Para Aguiar (2006) se a meta foi alcançada deve-se obter meios de manter os bons resultados e concluir o trabalho. Já no caso de não alcançar deve-se obter meios de manter os resultados obtidos até então e reiniciar o giro do PDCA, para atacar as causas que impediram o alcance das metas. As ferramentas que podem ser engajadas, nesta etapa, são utilizadas para fazer comparações, avaliar a variabilidade e confiabilidade dos processos, sendo que estas são mencionadas na etapa verificação do PDCA de manutenção (AGUIAR, 2006). 2.5.2.7 Fase de Padronização Na etapa de padronização, a idéia é prevenir que o problema jamais se repita novamente. Com isso, deve-se estabelecer um novo procedimento operacional padrão. Observa-se a necessidade de usar uma comunicação clara para estabelecer a data de início da nova sistemática, também educar e treinar para que os novos padrões sejam transmitidos a todos os envolvidos e evite que um problema resolvido reapareça devido ao não cumprimento dos padrões, para isso estabeleça um sistema de verificação do cumprimento dos padrões (AGUIAR, 2006). 2.5.2.8 Fase de conclusão Por fim, para concluir o ciclo do método de analise e solução de problemas, reflita sobre as atividades do grupo durante o desenvolvimento do trabalho, compartilhando o aprendizado e redefinir planos para o futuro. Analise os resultados, relacione o que e quando não foi realizado bem como se foi cumprido o cronograma previsto. Também, reavaliação dos itens pendentes, planejando para atacá-los usando o PDCA de melhoria. Analise cada etapa desenvolvida, verificando, por exemplo, se ouve atrasos ou prazos muito folgados? As reuniões decorreram sem problemas? Eram produtivas? O grupo incorporou conhecimento? 57 Na visão de Aguiar (2006) as ferramentas da qualidade nas fases padronização e conclusão colaboram para: a) Estabelecimento de procedimentos operacionais; b) Verificação da utilização correta do procedimento operacional durante a produção; c) Controle de processos; d) Coleta de dados; e) Treinamento em procedimentos operacionais O mesmo autor sugere algumas ferramentas para estas duas últimas etapas do PDCA de melhoria, sendo estas: • Fluxograma – Para mostrar e documentar o funcionamento de um processo ou etapas de uma tarefa com o objetivo de facilitar o entendimento do seu funcionamento. • Gráfico de controle – visa padronizar a forma de detecção da ocorrência da anomalia no processo, padronizar a forma de coleta de informações que podem levar a identificação das causas das anomalias. No caso de insucesso, o giro do PDCA deve ser reiniciado e as principais ferramentas da qualidade a serem utilizadas já foram indicadas no decorrer da exposição do método. O método PDCA de melhoria pode ser aplicado para qualquer problema que se queira resolver. Com isso apresentamos na seqüencia, uma breve fundamentação do tema layout, visto que será utilizado para auxilio no desenvolvimento do relatório. 2.6 LAYOUT Segundo Viana (2002, p.309) “O Layout influi desde a seleção ou adequação do local, bem como na distribuição e localização dos componentes e estações de trabalho. Iniciado com aplicabilidade da elaboração de um projeto, sendo finalizado por sua concretização”. Layout é definido como, 58 “... sendo o arranjo de homens, máquinas e materiais, o Layout é a interação do fluxo típico de materiais, da operação dos equipamentos de movimentação, combinado com as características que conferem maior produtividade ao elemento humano; isto para que a armazenagem de determinado produto se processo dentro do padrão máximo de economia e rendimento.” (DIAS, 1993, p.134 e 135). Para Slack (2002, p.219) o objetivo do arranjo físico ou Layout é “minimizar os custos para a operação, que são associadas com o fluxo de recursos transformados ao longo da operação”. Podemos dizer que Layout, é o arranjo de itens em certa área. Estes itens podem incluir entradas, departamentos, equipamentos, peças, corredores e outros objetos. Apresenta-se, assim, de uma forma mais aberta, apta a incorporar várias tendências, pois o estudo do Layout pode ser utilizado em qualquer atividade humana, em qualquer processo produtivo. O Layout nada mais é do que um estudo sistemático que procura uma combinação ótima das instalações, dentro de um espaço disponível, também é a maneira como os homens, máquinas e equipamentos estão dispostos em uma fábrica. Também conhecido por arranjo físico, o layout é projetado com o objetivo de produzir produto e serviços que atendam as especificações dos clientes. A meta é o resultado final, produzido em pouco tempo e com eficiência nas entregas. Os materiais devem percorrer distâncias curtas e atravessar a fábrica rapidamente melhorando o desempenho e flexibilizando a produção. “Planejar o layout significa planejar a localização de todas as máquinas, utilidades, estações de trabalho, áreas de atendimento ao cliente, áreas de armazenamento de materiais, corredores, banheiros, refeitórios, bebedouros, divisórias internas, escritórios e salas de computador, e ainda os padrões de luxo de materiais e de pessoas que circulam nos prédios” (GAITHER e FRANZIER, 2001, p.197). Baseando-se na citação acima, é fácil entender a grande importância dada ao layout e perceber por que muitas empresas não conseguem alto padrão de desempenho em suas linhas de produção. Seus fluxos de materiais não são seqüências, o que gera um grande custo de transporte entre uma operação e outra. Normalmente esta movimentação de matérias é realizada por pessoas, que também se movimentam muito, forçando um aumento de demanda dos recursos humanos alocados no setor. 59 Além disso, constitui um sistema composto de departamentos individuais em interação que determina em grande parte a eficiência da empresa no cumprimento de seus objetivos principais. Araujo (2001) apresenta alguns indicadores de um mau aproveitamento de espaço: a) Demora excessiva – quando existe ausência de falhas nos passos de um processo, e mesmo assim observa-se grande demora, é um indicador que algo naquele ambiente precisa ser alterado. b) Fluxo confuso do trabalho – em conjunto com a demora, decisões errôneas e consultas desnecessárias a pessoas que não possuem as informações em questão, trazem turbulência e podem afetar outras unidades de produção. c) Excessiva acumulação – a má distribuição de espaço pode gerar acumulo de pessoas e documentos. As empresas produzem cada vez mais no mesmo espaço inicial. d) Más projeções de locais de trabalho – decorre, na maioria das vezes, que a projeção do espaço foi feita por pessoas não capacitadas, ou por vontade de um determinado grupo de pessoas. e) Perda de tempo no deslocamento de uma unidade a outra – a demora, apresentada no item a, se alastra nos processos subseqüentes, ocasionando grandes perdas. Segundo Slack (2002, p.219) “O objetivo da maioria dos arranjos físicos por processo é minimizar o custo associado com movimentação, às vezes simplificando para minimizar a distância percorrida”. Os objetivos do Layout são inúmeros, Araujo (2001) cita os principais objetivos do estudo do layout como: • Obter um fluxo eficiente de comunicação administrativa dentro da organização; • Obter um fluxo de trabalho eficiente; • Facilitar a supervisão; • Reduz a fadiga do empregado no desempenho de uma tarefa; • Impressionar favoravelmente clientes e visitantes; e • Aumentar a flexibilidade para as variações necessárias. 60 Slack (2002) descreve cinco tipos básicos de arranjo físico o Layout posicional, por processo, celular, por produto e o layout misto, conforme descreve-se cada um abaixo: Layout posicional- também conhecido por arranjo físico de posição fixa ou então layout fixo, é aquele onde os recursos transformados não se movem entre os recursos transformadores. Quem sofre o processamento fica estacionado, enquanto equipamentos, maquinário, instalações e pessoas movem-se na medida do necessário. Isto ocorre por que o produto ou sujeito do serviço podem ser muito grandes ou delicados para serem movidos. Um exemplo real é a construção de uma rodovia. Layout por processo - neste layout, os processos similares (ou processos com necessidades similares) são ordenados juntos ou próximos. Há a conveniência de mantê-los juntos para beneficiar a utilização dos recursos transformadores, ou seja, máquinas, equipamentos e pessoas. Quando produtos e informações fluem pela operação, eles percorrem um caminho de processo a processo, de acordo com suas necessidades. Diferentes produtos terão diferentes necessidades, e, portanto, percorrerão diferentes caminhos de operação, fazendo com que o padrão de fluxo na operação seja bastante complexo. Layout celular - ao entrarem na operação, os recursos transformados são préselecionados para movimentar-se para uma parte especifica da operação (célula), na qual todos os recursos transformadores necessários que atendam as necessidades imediatas de processamento se encontrem. A célula pode ser organizada segundo um arranjo físico por processo ou por produto (que veremos a seguir). Após este processamento, os produtos transformados seguem para outra célula. Layout por produto - os recursos transformadores são localizados de acordo com a melhor conveniência dos recursos transformados. Cada produto segue um roteiro bem definido no quais as atividades requeridas no processo coincide com a seqüência dos processos arranjados fisicamente. Este tipo de arranjo é muito conhecido como em “fluxo” ou em” linha” (ou então layout em linha), porque o fluxo de informações, produtos ou clientes é claro e previsível, sendo fácil de controlá-lo. Em algumas operações de processamento, este é adotado em parte para ajudar a controlar o fluxo de clientes ou produtos ao longo da operação. Layout Misto - é o tipo de layout onde as operações combinam elementos de alguns ou todos os tipos básicos de arranjo físico de forma pura ou em diferentes partes da operação. Diante disso, podemos perceber que em uma mesma operação ou fábrica podemos ter vários tipos de arranjo físico ou layout. 61 3 MÉTODO “Método é uma forma de pensar para se chegar à natureza de um determinado problema, quer seja para estudá-lo, quer seja para explicá-lo” (OLIVEIRA, 1997 p. 57). Ruiz (2002) coloca o método como um conjunto de normas-padrão que devem ser satisfeitas, caso se deseje que a pesquisa seja adequadamente conduzida e capaz de levar à conclusões merecedoras de adesão racional. O presente estudo classifica-se como exploratório descritivo, realizado por meio de um estudo de caso, com abordagem qualitativa. 3.1 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA No entendimento de Lakatos e Marconi (2001) a delimitação do universo de pesquisa consiste em explicar quem, pessoas ou coisas, serão pesquisados e enumerando suas características comuns. A pesquisa foi realizada na Indústria Têxtil Oeste Ltda, especificamente na área da qualidade, detalhando a metodologia e efetivo uso das ferramentas da qualidade dentro do controle e melhoramento da qualidade. A empresa está localizada na cidade de Mondaí, na Rua Alegre - Centro, número 410. 3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA A pesquisa, utilizada como meio de um estudo de caso, caracteriza-se como exploratória descritiva visando ter uma completa visão do objeto de estudo. A referida pesquisa terá uma abordagem qualitativa quanto ao problema de pesquisa. Para Vergara (2004), a investigação exploratória é realizada em áreas nas quais existem pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Não comporta hipóteses durante ou no final da pesquisa. Desse modo é possível estudar de forma adequada os processos e dar continuidade ao projeto de pesquisa. 62 Segundo Lima (2004), o método de estudo de caso busca explicar certos fenômenos por intermédio da exploração intensiva de determinada questão. Envolvendo exercícios de descrição e análise, utilizando diferentes fontes de evidências objetivando entender todos os passos do processo. Quanto à abordagem qualitativa a ser empregada no trabalho, Lima (2004), caracteriza como a forma de imprimir significado aos fenômenos humanos com o apoio de exercícios de interpretação e compreensão, possibilitando o real entendimento do conteúdo envolvido, dando importância a todas as possibilidades mencionadas. Em fim, é um estudo profundo de um caso para o detalhamento do conhecimento. 3.3 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS Para Roesch (2005, p. 140), “as principais técnicas de coleta de dados são a entrevista, questionário, os testes e a observação. Também é possível trabalhar com os dados existentes na forma de arquivos, banco de dados, índices ou relatórios”. A observação faz uso dos sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não é apenas ver e ouvir, mas também verificar fatos e fenômenos que se deseja estudar (LAKATOS; MARCONI, 2002). Já no contexto de uma pesquisa documental, Vergara (2004), descreve como um procedimento que investiga documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias, videoteipe, informações em disquete, diários, cartas pessoais e outros. Foram utilizados no presente estudo os métodos de coleta de dados, a observação, entrevistas não estruturadas e a analise documental. A observação, em função do nível de amplitude e o aprofundamento atingido ao longo do processo de coleta de materiais exigem uma comunicação mais profunda e demorada entre os agentes envolvidos (LIMA, 2004). A pesquisa documental que se apresenta como uma das mais importantes fontes de dados e informações, principalmente quando tratamos de pesquisas que necessitem analisar o histórico de alguns acontecimentos. 63 3.4 TÉCNICA DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS O estudo de caso em questão foi realizado internamente na empresa voltada aos programas da qualidade. A técnica para análise e interpretação dos dados será qualitativa. Considerando a utilização de entrevistas não estruturadas durante a coleta de dados, a análise foi realizada por meio de um diagnóstico crítico das observações feitas pelos respondentes. Para Lima (2004), os principais méritos da pesquisa da abordagem qualitativa são: a) A importância do singular assumida na investigação dos fenômenos sociais acaba contribuindo no resgate da idéia de o homem ser reconhecido como o singular universal no processo investigatório; b) Valoriza a idéia de intensidade em detrimentos da idéia da qualidade; c) A credibilidade das conclusões, é o reflexo das multiperspectivas resultantes das diferentes fontes de consulta exploradas pelo método qualitativo; d) O tempo para investigação do processo juntamente com o grau de contato com o sujeito da pesquisa, impede a formulação de comportamentos inconvenientes, ou a “fabricação” de informações; e) A quantidade de tempo envolvida no processo de investigação, e o elevado número de evidências impossibilitam ao investigador a criação de pré-conceitos frente ao objeto de pesquisa; 64 4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA A Indústria Têxtil Oeste Ltda localizada em Mondai - Santa Catarina, foi fundada em novembro de 1970, inicialmente produzindo embalagens de algodão. A dinâmica do mercado ditou a necessidade de mudanças no produto industrializado. Passando do algodão para a ráfia, devido à mudança do mercado consumidor. Figura 08: Visualização aérea da Indústria Têxtil Oeste Ltda. Fonte: Setor comercial A Indústria Têxtil Oeste Ltda. adaptou suas máquinas para a nova realidade do mercado e em 1987 instalou sua primeira linha de extrusão de polipropileno. Sucederam-se os investimentos e em 1993 a segunda linha de extrusão entrou em funcionamento. No mesmo ano também se iniciou o processo de substituição dos teares planos para teares circulares. Desta forma, facilitando e aumentando a qualidade das embalagens, pois até então eram feitas com tecido plano, onde era necessário fazer uma costura em L para ter o produto acabado. 65 No ano de 1997, uma terceira linha de extrusão veio somar-se às já existentes, colocando a Indústria Têxtil Oeste Ltda entre os maiores transformadores de ráfia do país. Nos anos de 1997 e 1998, também se investiu muito na fabricação de sacarias. O modelo tradicional deu lugar para a automação, resultado de modernas máquinas que garantem um elevado nível de produção e excelente qualidade. Em 1999, mais investimentos foram realizados, como a aquisição de uma Laminadora, visando o mercado de sacos e tecidos laminados, mais uma necessidade suprida, já que para várias linhas de produtos a qual se destinam as embalagens da Têxtil Oeste era necessária uma embalagem que não permitisse que o produto entrasse em contato com a umidade. No ano de 1996, a Têxtil Oeste começou a implantação do programa de qualidade 5S´s, buscando adequar o ambiente de trabalho às funções desenvolvidas, adotando os seguintes sensos; Utilização, Arrumação, Limpeza, Bem Estar e Auto Disciplina como base de todos os outros programas de qualidades quer se sucederiam até os dias atuais. Cientes da necessidade de melhorias continua em seus produtos e processos, dá-se início à preparação do terreno visando à certificação ISO 9001 de seu programa de gestão da qualidade. A Certificação ISO 9001, conferida à Têxtil Oeste em fevereiro/2000, revela a preocupação constante da empresa com a qualidade dos produtos e com a satisfação dos clientes. A empresa Têxtil Oeste estando inserida em um reduzido grupo de empresas que atende às normas deste organismo internacional. O programa de qualidade ISO 9001, exige que todos os métodos de trabalho sejam padronizados e bem definidos em documentos disponíveis a toda equipe de trabalho. Por intermédio desta padronização, todas as pessoas que desempenham a mesma função passam a produzir o produto da mesma maneira, utilizando um método padrão evitando possíveis erros ou re-trabalhos. Esta documentação, também conhecida como Norma da ISO, deve estar em constantes atualizações, pois toda vez que o processo ou produto for melhorado, esta deve ser atualizada. A pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos também fazem parte do o dia a dia da empresa. Dessa prática surgiram, em 2002, as cortinas agropecuárias (para aviários e pocilgas), fechamento de galpões, e cobertura para fruticultura. Em 2003, adquiriu-se uma moderna máquina flexografia, que colocou a Têxtil Oeste no seleto grupo de empresas de ráfia com capacidade de impressão em até seis cores. 66 Ainda em 2003, a empresa adotou o sistema gerencial participativo, baseado no planejamento estratégico, oficializado no dia 01/05/2003 prevendo investimentos e um crescimento gradual e consistente para os próximos cinco anos. 4.1.1 Planejamento estratégico Com base no planejamento estratégico, onde está inserida a visão da empresa que prevê um crescimento na produção e comercialização dos produtos, a partir daí a empresa começou novo investimento, tanto em capacidade física como em maquinários modernos. As obras de ampliação do parque industrial e aquisição de novas máquinas tiveram início em 2004, aumentando a linha de produtos produzidos fazendo com que a empresa consiga não somente atender o mercado interno, mas também mercados externos que vêem crescendo consideravelmente. Em 2005, a empresa implantou uma nova ferramenta de gestão, o Balence Scorecard (BSC) que complementa o planejamento estratégico. No planejamento estratégico as metas e indicadores são individuais onde cada setor ou departamento busca alcançar seus objetivos, com a implementação do BSC esses objetivos foram alinhados a estratégia da empresa. Negócio Criar, produzir e comercializar embalagens e tecidos de ráfia. Missão Oferecer aos nossos clientes soluções em ráfia, mantendo pessoas excelentes, utilizando tecnologia avançada, provendo produtos e serviços com qualidade total, primando pelo cumprimento de nossos valores. Política da qualidade Atender os requisitos dos clientes através da melhoria contínua dos processos e produtos e do desenvolvimento profissional e pessoal dos colaboradores. Com a intenção de atender às especificações dos clientes e garantir o controle da qualidade dos produtos Têxtil Oeste, a empresa possui um moderno laboratório, que realiza 67 ensaios e testes no recebimento das matérias-primas e em todos os estágios do processo produtivo. Valores Com o planejamento estratégico foram definidos os seguintes valores: integridade, família, trabalho em equipe, relacionamentos comerciais, e competência. a) Integridade: Provemos uma administração alicerçada sobre os princípios da integridade. Comportamento honesto, justo e merecedor em todas as atividades. Respeito aos direitos individuais. Justiça com ênfase à equidade. Pessoas iguais devem ser tratadas de maneira iguais, e pessoas desiguais devem ser tratadas de maneira desigual b) Família: Acreditamos que a felicidade e bem estar da família é vetor para o desenvolvimento da sociedade. Nós empenhamos em promover programas e atividades que visam a qualidade de vida e felicidade de nossos colaboradores e família. c) Trabalho em Equipe: Estimulamos um ambiente organizacional de desenvolvimento, gerando reconhecimento ao sucesso do trabalho em equipe. d) Relacionamentos Comerciais: priorizamos atender as expectativas dos clientes, mantendo relações comerciais que atendam as oportunidades mútuas de crescimento. e) Competência: investimento na qualidade dos produtos por meio da tecnologia e inovação. Proporcionando aos colaboradores treinamentos necessários para que possam contribuir para a qualidade. Nos propomos melhorar continuamente, buscando incessantemente ser bons no que fazemos, capazes e eficazes. 4.1.2 Produção Capacidade produtiva A Indústria Têxtil Oeste trabalha com maquinário moderno e preparado perante as necessidades do mercado. A capacidade produtiva é diferenciada dependendo do setor. No centro de custo extrusão a capacidade produtiva das cinco linhas de extrusão na atualidade é de 1.050.000 kg/mês, na laminação a capacidade de produção é de 100.000 Kg/mês, totalizando uma capacidade instalada de 1.150.000 Kg/no mês de setembro. 68 Na tecelagem a capacidade de produção de tecido é de 14.000.000 m²/mês e no setor de acabamento o total da capacidade instalada é 8.000.000 sacos/mês. Produto A Indústria Têxtil Oeste Ltda. produz e comercializa atualmente os seguintes produtos: a) Embalagens de polipropileno laminadas e convencionais; b) Tecidos para embalagens; c) Tecidos para Big Bag; d) Cortina para aviário; e) Tecidos para tapete; f) Tecidos para faixas; g) Tecidos para fundo de estofados (móveis); h) Tubos para lixo sanitário; i) Tecido Geotêxtil como; aterro sanitário, cobertura de solo e sustentação de pavimentação; As embalagens vendidas pela Têxtil Oeste possuem diversas aplicações, destacandose: cereais, frigoríficos, fertilizantes, minerais, sais, farinhas, farelos, rações, sementes, entre outras finalidades. A qualidade é um objetivo de todos, e adequar pessoas, capacidade produtiva, transformando as expectativas dos clientes em produtos que os satisfaçam integralmente é fundamental. O uso de metodologias que contemplam a adequação e melhoria da qualidade, a cada dia se mostrar mais importantes. Com isso, descrevemos a baixo, os programas da qualidade da Indústria Têxtil Oeste Ltda. 4.2 FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA TÊXTIL OESTE LTDA Tendo em vista a nova realidade do mercado, a Indústria Têxtil Oeste entende a importância do domínio e uso das ferramentas e qualidade bem como os resultados possíveis com a correta utilização. Conforme entrevista realizada com o coordenador da qualidade, 69 existem programas para a qualidade, como o 5s e a ISSO 9001, também é utilizado ferramentas da qualidade para auxilio na coleta de dados, organização e apresentação das informações, bem como colaborar para a tomada de decisão mais propicia. E para isso a empresa está estruturada sob programas de gestão como a ISO 90012000 e o programa 5S que visam dar condições para o bom desenvolvimento dos processos. Também está em fase de implantação do programa TQT Têxtil Qualidade Total, que visa aperfeiçoar os processos e ser o método para gerenciar a nova estrutura do sistema da qualidade. Quanto às ferramentas da qualidade a Têxtil Oeste utiliza dentro das possibilidades algumas ferramentas para auxilio no levantamento de dados, identificação dos reais problemas e apoio a tomada de decisão. As ferramentas que são utilizadas é o fluxograma, 5W1H, gráfico de Pareto, diagrama causa e efeito, brainstorming, histograma, carta de controle, lista de verificação. O fluxograma a empresa faz uso para representar graficamente os passos dos processos produtivos e/ou administrativos. Desenvolve-se um fluxograma para cada processo visando identificar os responsáveis por cada tarefa, qual o grau de importância da tarefa no produto final e monitorar o numero de processos existentes. Exemplo fluxograma do processo emissão de nota fiscal. Para organizar um plano de ação é utilizado o 5W1H, sendo que esta ferramenta é de grande importância para demonstrar as ações a serem desenvolvidas, estipulando prazos para os responsáveis, bem como explica o porquê do desenvolvimento da ação. Exemplos: plano de ação para anomalias, ações corretivas, mapear investimentos. O gráfico de Pareto é utilizado para identificar quais problemas resolver e qual priorizar para resolução. Estratifica-se os problemas maiores em pequenos problemas, onde na forma de gráfico, em ordem decrescente, apresenta-se por grau de importância. Exemplos práticos para está ferramenta: qual a máquina que gera maior volume de resíduo, quais os pontos com maior consumo de energia elétrica. A ferramenta diagrama causa efeito utilizado para coleta de informações, onde com um brainstorming são geradas as possíveis causas de um problema ou possíveis soluções, e o diagrama causa efeito tem a função de apresentar estas informações na forma de uma espinha 70 de peixe, facilitando a visualização e a ligação das causas do problema. Exemplos: análise de acidentes de trabalho, concentração de carregamento em determinados dias da semana. O histograma tem a função de apresentar a distribuição de dados de forma gráfica. Exemplos de uso desta ferramenta: no setor de recursos humanos utiliza-se para visualizar como estão distribuídos os funcionários no plano de cargos e salários. Já a carta de controle é utilizada principalmente no setor de laboratório e tem a finalidade de acompanhar o desempenho dos produtos quanto a algumas variáveis especificadas, como por exemplo: a resistência da fita produzida na extrusão, denier de fio de costura utilizado para costura de embalagens no setor acabamento. A lista de verificação tem o intuito de fazer coleta de dados através de apontamentos feitos pelos operadores durante o processo. Para cada item a realizar-se coleta de dados é desenvolvido um formulário com as informações necessárias. Exemplos: liberação de impressão para máquinas flebográficas, acurácia de estoques no almoxarifado. Com a apresentação das ferramentas utilizadas pela empresa, observamos que a Têxtil Oeste tem real preocupação fazer uso das ferramentas da qualidade, visto que entende a relevância para uma boa gestão, tanto de processos como também das áreas administrativas. Conforme dados coletados, todas as ferramentas citadas no trabalho de alguma forma fazem parte do cotidiano da empresa. No entanto a utilização destas ferramentas fica no cotidiano de algumas pessoas, se restringindo ao uso para algumas atividades. Quando se utiliza grande quantidade e variedade de informações diariamente, a forma de fazer a coleta e organização das informações se apresenta de forma muito importante, visto que se todos os envolvidos utilizarem a mesma ferramentas e entender a metodologia facilita e agiliza o encaminhamento das atividades, bem como a solução dos problemas. 4.3 ETAPA PLAN DO PDCA DE MELHORIA NO ESTUDO DO LAYOUT DO SETOR DE ACABAMENTO Ao iniciar a etapa planejamento de PDCA de melhoria, busca-se identificar um problema dentro de um processo e buscar o máximo possível de informações para se ter subsídios para encontrar as verdadeiras causas do problema e elaborar um plano de ação adequado a necessidade da empresa. 71 4.3.1 Identificação do Problema atual Problema identificado: Layout inadequado do processo produtivo no setor de acabamento. No setor de acabamento existe grande acumulo de pessoas, máquinas e materiais, distribuídos em um espaço inferior a sua necessidade. Visto que, como na maioria das empresas, houve um crescimento no volume de produção, e com a Têxtil Oeste não foi diferente, e o espaço delimitado para este setor não teve um crescimento proporcional. Com o aumento do volume diário produzido, existe a necessidade de maior espaço de estocagem e circulação destes materiais. Com isso o processo está sendo prejudicado no que diz respeito ao fluxo e organização do setor. É indispensável à preocupação em resolver este problema, visto que impacta diretamente no processo produtivo. 4.3.2 Observação Para obtermos os dados necessários, apresentamos a planta baixa com o Layout atual do pavilhão 3 da Indústria Têxtil Oeste Ltda, no qual está instalada parte do setor de tecelagem, o setor de expedição e o de acabamento. Na tabela abaixo, apresenta-se a divisão deste ambiente em relação a área (m²) ocupada: Teares Alpha Expedição Acabamento Teares Big Bag Total Tabela 01: Divisão do Pavilhão 3 em m² por setor Fonte: O Autor 187,6 535,64 1702,2 2627,25 5052,69 3,71% 10,60% 33,69% 52,00% 100% 72 Figura 09: Planta baixa pavilhão 03 da Indústria Têxtil Oeste Fonte: O autor Para entendermos a seqüência do processo de produção, precisamos descrever como funciona o macro processo de produção embalagens e tecidos da Indústria Têxtil Oeste Ltda. Para isso faremos uso da ferramenta fluxograma. 73 Figura 10: Macro fluxo do processo produtivo da Indústria Têxtil Oeste Fonte: Dados primários, setor da qualidade O fluxograma acima descreve graficamente o macro processo de produção da Indústria Têxtil Oeste Ltda. Na primeira etapa a matéria-prima é extrusada e transformada em fitas e enrolada em um tubete, logo após este material vai para tecelagem, onde em teares circulares, as fitas são transformadas em tecidos de várias larguras e gramaturas. O tecido é enviado para o setor de acabamento. O setor de acabamento tem a responsabilidade de fazer a impressão e o corte e costura, destinado as embalagens para ultima etapa do processo que é a expedição. Esta por sua vez faz o armazenamento, carregamento e posterior envio da mercadoria ao cliente de acordo com a programação de entregas. Após entendermos o macro fluxo da Indústria Têxtil Oeste, apresentamos na forma de figura o fluxo do processo produtivo do setor de acabamento e uma breve explanação da seqüência do fluxo de produção. Com isso podemos analisar cada etapa e compreender e estudar a forma como é exercido a circulação de materiais e pessoas. 74 Figura 11: Fluxo do processo produtivo do setor de acabamento Fonte: O autor 75 As bobinas de tecido produzidas pela tecelagem, que ficam no estoque, são destinadas ao setor de acabamento, na fase de impressão se faz personalização do produto de acordo com a arte do cliente e são alocadas no estoque de bobinas impressas. O próximo passo é verificar se a embalagem a ser produzida necessita usar corte costura simples ou acoplada. Se for usar a corte e costura acoplada, verifica se a embalagem é valvulada, se for usa-se a valvuladeira da máquina, com posterior corte e costura, para realizar a confecção da valvula. Se for usar a máquina de corte simples, verifica se a embalagem é sanfonada, se for realiza-se a passagem do tecido pelo sanfonador e posterior corte e costura. Também verificase se é valvulado, se sim, faz o corte e costura e processa as embalagens na valvuladeira automática, se não for pula está etapa.. Se usar a corte e costura simples, verifica-se se irá ser adicionado o liner e ou se alem do liner é valvulado, se for coloca-se o liner e depois usa a valvuladeira manual. O fim destes três diferentes meios para passar pelas máquinas de corte e costura é o enfardamento que faz volumes de 500 ou 300 embalagens, ou como solicitado pelo cliente e as armazena em gaiolas. Por fim, a expedição tem a função de organizar o carregamento e destinação dos materiais em estoque para o cliente. Após expormos os passos do fluxo no setor e termos condições de visualizarmos a planta atual, através da figura que apresenta o layaut atual, podemos, como base em mais informações fazermos uma análise do problema. Podemos ressaltar o número de pessoas envolvidas neste setor, que é de 160 colaboradores divididos em quatro turnos. Existe um revezamento de funções para evitar movimentos repetitivos, para tanto ocorre troca de tarefa a cada período. Também, através de coleta de dados realizada na empresa obtivemos informações quanto aos materiais que circulam no setor, sendo que diariamente 255 mil embalagens. Também existem matérias-primas estocadas no setor como, por exemplo, fio de costura e liner, que necessitam de espaço bem definido para armazenagem. De acordo com o layout atual, a grande diversidade de máquinas e finalidades resultam em espaços específicos. Apresentamos a área ocupada por cada linha de máquina, mobília e outros itens que dão suporte a produção. 76 Máquina Número de máquinas Área ocupada m² Total m² Corte e costura 5 35 175 Valvuladeiras acopladas 3 60 180 Retrabalho 1 32 32 Valvuladeiras automáticas 2 21,87 43,74 Valvuladeira manual 1 16,2 16,2 Impressoras Flexográficas 3 47,6 142,8 Gaiolas 30 1,83 55 Estante para cilindros 1 60 60 Corredor para empilhadeira 1 240,51 240,51 Carrossel 2 15 30 Armário de cones 1 8,16 8,16 Carrimbadeira manual 1 10 10 Corte manual 1 6,3 6,3 Enfardamento 1 17 17 Total 1016,71 Tabela 02: Área ocupada por máquina setor de acabamento Fonte: Dados primários, Indústria Têxtil Oeste. Então se observarmos o total da área destinada ao setor de acabamento, 60% é da área ocupada na planta baixo pelas máquinas. O restante, 40% dos metros quadrados se destinam a corredores entre máquinas e corredores destinados a circulação de materiais e pessoas. 4.3.3 Análise Neste ponto é feito um levantamento das possíveis causas do problema. Portanto, conforme dados coletados e brainstorming realizado com alguns dos envolvidos no setor de estudo, chegamos a algumas das possíveis causas para layout inadequado. Concentração de máquinas em pequenos espaços Existência de processos manuais 77 Segregação de materiais Processo que resulta em subprodutos Produtos que geram grande volume final Grande volume de estoque Falta de espaço para produto acabado Estante com cilindros da flexo na planta Disposição das máquinas Máquinas de diferentes tamanhos Falta de definição de espaço para corredores Contra fluxo de materiais Fluxo confuso de materiais Conforme a norma regulamentadora NR12, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que diz respeito a máquinas e equipamentos, existem alguns pontos que devem ser observados: • As áreas destinadas à circulação em torno de máquinas e equipamentos devem estar dimensionados de forma que o material e os trabalhadores e os transportadores mecanizados possam movimentar-se com segurança. • Entre partes móveis de máquinas e equipamentos, a NR12 exige que haja uma faixa livre de 70 cm a 130 cm. • A distância entre máquinas e equipamentos deve ser de 60 a 80 cm • Alem das distâncias mínimas de separação das máquinas é necessário que haja áreas reservadas para corredores e armazenamento de materiais, quais devem ser regulamentadora para atividades e operações perigosas. • As vias principais de circulação e as que conduzem as saídas devem ter no mínimo 1,20 metros, devidamente demarcadas e desobstruídas. 78 Abaixo apresenta-se uma figura que demonstra o caminho percorrido por dois tipos de produtos em seu processo de elaboração, no setor de acabamento. Figura 12: Circulação de produtos no processo de produção, setor de acabamento Fonte: O autor Esta figura representa dois fluxos de um material em processo, o produto embalagem impressa com liner e valvulado representado pela cor vermelha e o produto embalagem impressa sanfonado e valvulado representado pela cor azul. No primeiro item, embalagem impressa com liner e valvulado, inicia-se o processo na flexografia, passa para corte e costura, após é encaminhado para o carrossel onde é colocado o liner, na seqüência segue para valvuladeira manual para ser valvulado e por fim destina-se para enfardamento e expedição. No produto embalagem impressa sanfonada e valvulada, após ser impresso vai para máquina de corte e costura que faz a sanfona, o corte e a costura, na seqüência é encaminhada para valvuladeira automática e por fim enfardamento e expedição. O volume de produção dos itens constantes da figura é para o item embalagem impressa sanfonada e com liner é de 00000, já o produto embalagem impressa valvulado e sanfonado é mais representativo, sendo produzido 00000. Outro fator que tumultua o fluxo é o transporte dos produtos entre cada atividade. Sendo que é feita por carrinhos com capacidade de carga de cerca de 3000 embalagens. 79 Percebe-se que existe um contra fluxo de materiais, ou seja, o processo não é linear, as máquinas estão dispostas de forma a dificultar a movimentação para a produção de alguns tipos de produtos. Também percebe-se o conflito de fluxos, onde produtos necessitam desenvolver caminhos cruzados. A existência de acumulo de matérias deriva do próprio processo, sendo totalmente necessário, visto que precisa-se de estoque de produto para entrar na máquina, e o produto acabado também precisa ser agrupado em lotes. A falta de corredor mais amplo para movimentar os materiais provoca acumulo em alguns pontos que dificultam a seqüência de produto e ou transito de pessoas e outros materiais. Figura 13: Diagrama causa e efeito, problema falta de definição de espaço para corredores Fonte: autor O diagrama causa e efeito, apresentado na figura a cima, representa em sua cabeça o problema “falta de definição de espaço para corredores”, e em suas espinhas são expostas as possíveis causas deste problema dentro dos 6 M. 4.3.4 Plano de ação 80 O QUE COMO ONDE QUEM QUANDO POR QUE Coletar dados do setor de acabamento Fazendo medição da área existente e ocupação de espaço No setor de acabamento Geovani Mees 12.09.2009 Para reproduzir planta baixa Reproduzir layout atual na forma de planta baixa Coletando as medidas e utilizando o software vision Setor de acabamento Gilson Luis Richter 30.09.2009 Para auxiliar na coleta de informações Analisar Layout Estudando o Layout através da analise da planta baixa Na planta baixa do setor de acabamento Virlei Goldbeck 07.10.2009 Para localizar os pontos críticos do processo Fazer fluxograma do processo produtivo do acabamento Verificando o fluxo dos materiais em processo e identificando as tarefa No setor de acabamento Gilson Luis Richter 22.10.2009 Para conhecer a seqüencia do processo produtivo Verificar plano de investimento para novos equipamentos Avaliar a intenção da empresa em relação ao crescimento Na indústria têxtil Oeste Adelar dos Santos 20.01.2010 Para projetar o espaço físico ideal para o desenvolviment o da empresa Coletar informações Reunindo as pessoas envolvidas no processo e desenvolver uma troca de idéias No Gilson Luis auditório da Richter empresa 20.02.2010 Para coletar informações no sentido de contribuírem para estruturar um layout mais funcional Definir o espaços necessário para cada máquina Medir as máquinas e obter consenso com operadores quanto ao espaço ideal Setor de acabamento 10.03.2010 Para fazer o melhor uso do espaço Gilson Luis Richter 81 Analisar Avaliando a disposição das disposição máquinas atual e verificando a influência desta no fluxo Setor de acabamento Gilson Luis Richter 10.03.2010 Para garantir um fluxo mais objetivo e vislumbrar possíveis ganhos de produtividade Definir corredores para movimentação de material Identificando local e área necessária onde existe o fluxo de materiais e pessoas Setor de acabamento Gilson Luis Richter 10.03.2010 Para criar um fluxo adequado para produtos que necessitam movimentação Definir local de estocagem de produtos Reavaliando a forma e o local de armazenagem Setor de acabamento Gilson Luis Richter 10.03.2010 Para uma melhor distribuição dos materiais bem como organização do setor e melhor proveito do espaço Definir espaço Observando entre exigências máquinas junto ao técnico de segurança no trabalho Setor de acabamento Gilson Luis Richter 10.03.2010 Para atender as necessidades para operação apropriada do equipamento, bem como atender as normas de segurança. Desenvolver layout ideal No setor de acabamento Adelar dos santos 10.06.2010 Para apresentar a planta ideal Utilizando as informações coletadas e fazer uso do software vision Tabela 3: Plano de Ação Fonte: O autor 82 5 CONCLUSÃO O presente estudo foi desenvolvido com o intuito de apresentar as ferramentas da qualidade bem como demonstrar o uso e finalidades destas na Indústria Têxtil Oeste Ltda. Para alcançarmos tal finalidade foram delineados alguns objetivos específicos que ao final, em conjunto, traduzem a finalidade do estudo. Quanto ao objetivo especifico de apresentar as principais ferramentas da qualidade, este foi desenvolvido na fundamentação teórica, onde as mesmas foram listadas alem de mencionar detalhes quanto a sua utilização e aplicabilidade, também mencionou-se quais os benefícios possíveis da correta utilização destas no auxilio para solução de problemas e estudo de melhorias nos métodos utilizados. No item 4.1 foi caracterizada a empresa objeto de estudo, e no item 4.2 descrevemos a Indústria Têxtil Oeste quanto aos programas da qualidade e quais as ferramentas da qualidade que esta utiliza. Também foi abordado quais ferramentas a empresa utiliza em seu processo, e como observamos que a empresa faz uso de todas as ferramentas mencionadas no trabalho, no entanto algumas são usadas apenas por poucas pessoas e para poucas atividades. Para tanto entende-se ser importante disseminar a metodologia de uso e aplicação para mais áreas da organização. Por fim, com o uso de PDCA de melhoria, foi desenvolvido um estudo do layout do setor de acabamento da empresa, utilizando-se algumas das ferramentas da qualidade que encaixaram ao problema em questão. Através da definição de um problema, desenvolveu-se um levantamento de dados no setor objeto de estudo, logo após uma analise das informações apresentou-se um plano de ação para eliminar as causas mais impactantes do problema. Tendo em vista o trabalho exposto, entendemos que as ferramentas da qualidade são grandes pilares que quando aplicadas trazem confiabilidade na tomada de decisões. O método de solução de problemas é uma metodologia muito interessante e aplicável para qualquer problema, sendo que quando se trabalha com um problema quantitativo os resultados são mais visíveis, visto que se têm referências diretas, no entanto é plenamente aplicável a problemas qualitativos, sendo que aguça a procura de informações e dá uma seqüência lógica a ser seguida para desenvolvimento do estudo. 83 REFERÊNCIAS ABREU, Romeu Carlos Lopes de. CCQ círculos de controle de qualidade. Integrando trabalho homem qualidade total 2ª ed. Rio de Janeiro. 1991, 210 p. AGUIAR, Silvio. Integração das ferramentas da qualidade ao PDCA e ao programa seis sigma. Minas Gerais/ Nova Lima. Ed INDG, 2006. BALLESTERO-ALVAREZ, María Esmeralda. Administração da qualidade e da produção: abordagens do processo administrativo. 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