2005 International Nuclear Atlantic Conference - INAC 2005 Santos, SP, Brazil, August 28 to September 2, 2005 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENERGIA NUCLEAR - ABEN ISBN: 85-99141-01-5 AVALIAÇÃO DA INSERÇÃO CONJUNTA DE PLUTÔNIO E ACTINÍDEOS MENORES EM HTR DO TIPO PBMR. Atair S. de Sousa, Claubia Pereira, Maria Auxiliadora Fortini Veloso e Ricardo Brant Pinheiro Departamento de Engenharia nuclear – EE/UFMG Universidade Federal de Minas Gerais Av. Antônio Carlos, 6627 – Campus da Pampulha – PCA 1 32270-901 Belo Horizonte, MG [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] RESUMO Baseado nas especificações do reator HTR desenvolvido por Rutten, e Haas [7] estudou-se a possibilidade de inserção de actinídeos menores neste tipo de reator. Neste estudo, realizado com o código WIMSD5, foram avaliados o fator de multiplicação e o coeficiente de reatividade de temperatura. Os resultados sugerem a possibilidade de inserção real de actinídeos na composição do combustível. 1. INTRODUÇÃO A utilização de HTR, com características tais como sistema de segurança, eficiência térmica e eficiência na queima do plutônio, tem sido uma opção importante dentre os programas de pesquisa em desenvolvimento para a queima de plutônio. Neste trabalho, partindo das especificações do reator HTR desenvolvido por Rutten e Hass [7], simulou-se um HTR do tipo PBMR que utiliza plutônio em sua composição, sendo 50% de PuO2 e 50% de (HEU-Th)O2 – HEU - urânio altamente enriquecido (93%), utilizando o código WIMSD5. O primeiro passo foi repetir o modelamento feito por Rutten e Hass. Em seguida, nas esferas de PuO2, o plutônio foi substituído por uma mistura de Am, Np e Pu, originário de um combustível irradiado em um PWR e resfriado por 5 anos. O objetivo é avaliar a possibilidade de inserção destes actinídeos, sem comprometer os parâmetros neutrônicos. 2. METODOLOGIA Para simular o reator HTR desenvolvido por Rutten e Hass [7], cujas especificações estão bem descritas no citado trabalho, tentou-se inicialmente utilizar a geometria esférica no código WIMSD5. Entretanto, depois de diversos testes, verificou-se que esta geometria apresentava problemas na execução que inviabilizavam a simulação. Como alternativa, foi feita uma equivalência da esfera com o cilindro de forma que fossem mantidas as razões de volume correspondentes a todos os materiais envolvidos. Os dados obtidos fora: Volume do combustível (U-Th)O2 Vcomb = m / d = 20 x 10 – 3 m3 = 2.198 x 10 – 6 m3 9,1 x 10 3 kg/m3 Número de esferas (U – Th)O2: N = 359546 / 2 = 179773 Volume Total Combustível (U-Th)O2: V = 0,3951 m 3 Volume do combustível (PuO2) Vcomb = m / d = 3,0 x 10 – 3 m3 = 2.88 x 10 – 7 m3 10,4 x 10 3 kg/m3 Número de esferas (PuO2): N = 359546 / 2 = 179773 Volume Total Combustível (PuO2): V = 0,05177 m 3 Volume Total Combustível:(50% de cada) V = 0,4469 m 3 Volume Total do Moderador: A diferença entre o volume total da célula esférica e o volume total do combustível é o valor do volume total do moderador: Vm = 40,2167 m3. Volume da célula (esférica) Vcélula = VEsfera x número de esfera no núcleo = 1,13097 x 10 – 4 359546 Vcélula = 40,6636 m3 Para a obtenção da matriz de plutônio a ser utilizada na composição do PuO2, realizou-se uma queima padrão de um reator PWR, resfriou-se o combustível por 5 anos e reprocessou-se este combustível pela técnica PUREX, obtendo-se então o Pu necessária para fabricar o combustível a ser inserido no HTR. Para a inserção conjunta dos actinídeos Am, Np, e Pu repetiu-se o processo, só que desta vez reprocessou-se todos juntos, considerando que foram recuperados 96% destes. INAC 2005, Santos, SP, Brazil. 3. RESULTADOS Nas Fig. 1 e 2 são apresentados os gráficos do fator de multiplicação em função da temperatura para as composições (U-Th-Pu) e (U-Th-Pu-Am-Np) respectivamente. Nas Tabelas 1 e 2 são apresentados os valores do coeficiente de reatividade de temperatura para a composição inicial do combustível dos respectivos combustíveis. Fator de Multiplicação x (T- T 0 ) 0,9940 k eff 0,9935 0,9930 0,9925 25 0 15 0 50 -5 0 -1 50 -2 50 0,9920 (T-T0) (K) T0 = 750 K Figura 1. Comportamento do fator de multiplicação em função da temperatura absoluta para a composição (U-Th – Pu) O2. Tabela 1. Valores do coeficiente de reatividade para a composição inicial do combustível. ∆Tmf -250 -200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200 250 INAC 2005, Santos, SP, Brazil. keff 0.9936354 0,9934727 0,9932818 0,9929996 0,9928796 0,9927244 0,9926665 0,9923697 0,9923580 0,9922336 0,9920260 αTfm - 0,3694 - 0,3794 - 0,3768 - 0.2792 - 0,3149 ----------- 0,1175 - 0,3600 - 0,2479 - 0,2491 - 0,2837 Fator de Multiplicação x (T-T0) 1,0010 k eff 1,0005 1,0000 0,9995 0 25 0 15 50 0 -5 50 -1 -2 50 0,9990 (T-T0) (K) T0 = 750K Figura 2. Comportamento do fator de multiplicação em função da temperatura absoluta para a composição (U-Th – Pu) O2 com a inserção de actinídeos menores (Am, Np). Tabela 2- Valores do coeficiente de reatividade com a inserção de actinídeos menores na composição inicial do combustível. ∆Tmf -250 -200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200 250 keff 1.0008190 1.0007930 1.0006920 1.0004710 1.0002110 1.0001900 1.0000030 0,9999196 0,9997212 0,9996936 0,9995459 αTfm - 0,2513 - 0,3012 - 0, 3344 - 0,2808 - 0,0419 ------------ 0,3739 - 0,2703 - 0,3126 - 0,2482 - 0,2582 3. CONCLUSÃO Os aspectos avaliados da composição inicial do combustível sugerem a possibilidade de inserção conjunta de plutônio e actinídeos menores em HTR. O comportamento do fator de multiplicação durante a queima, tanto na composição padrão (PuO2) quanto com a inserção de actinídeos menores, foi dentro do esperado. Novas composições de combustíveis poderão ser utilizadas em futuras simulações. O próximo passo é avaliar a variação destes parâmetros e da composição ao longo da queima. O objetivo principal é verificar se a integridade dos parâmetros neutrônicos é mantida durante a queima, e se existe realmente ganho quanto à composição final do combustível, ou seja, se existe queima efetiva de plutônio e actinídeos menores. INAC 2005, Santos, SP, Brazil. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao CNPq e à CAPES que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. FOX, M. Technical Status of The Pebble Bed Modular Reactor (PBMR-SA) Conceptual Design, International Atomic Energy, Technical Committee Meeting on High Temperature Gas Cooled Reactor Technology Development Commercializing The HTGR, Johannesburg, RSA, 13 – 15, 1999. 2. LAMARSH, J. R. Introduction to Nuclear Engineering, Addison-Wesley Publishing Company 1983. 3. LECOMTE. M. Industrial Aspects of Revisited HTRs. Nuclear Engineering and Design 209, 233 – 241 2001. 4. LOHNERT, G. 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