SANT’ANNA, A.C.; RUEDA, P.M.; SOARES, D.R.; VICENTINI, N.O.; PARANHOS DA COSTA, M.J.R. Bovinos com melhor temperamento ganham mais peso. In: Congreso del Bicentenario - Bienestar Animal - Desafío del próximo lustro, 1., 2010, Buenos Aires. Anais... Buenos Aires: Universidad de Buenos Aires, [2011]. (CD-ROM). Bovinos com melhor temperamento ganham mais peso Aline Cristina Sant’Anna1,2*, Paola Moretti Rueda1,2, Désirée Ribeiro Soares1,2, Natalia Olivatto Vicentini2,3 e Mateus J. R. Paranhos da Costa2,4 1 Pós-Graduação, FCAV-UNESP, Jaboticabal-SP, Brasil. [email protected] Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal (ETCO), FCAV-UNESP, Brasil. 3 Graduação em Zootecnia, FCAV-UNESP, Jaboticabal-SP, Brasil. 4 Departamento de Zootecnia, FCAV-UNESP, Jaboticabal-SP, Brasil. 2 Na bovinocultura de corte, animais com pior temperamento são mais difíceis de manejar e mais susceptíveis a problemas de bem-estar. O objetivo com este trabalho foi avaliar a relação entre temperamento e desempenho em bovinos da raça Nelore. O temperamento de 326 novilhos machos foi avaliado durante o manejo de pesagem aos 550 dias, em uma propriedade particular localizada no estado de Minas Gerais, Brasil. Foram utilizadas três diferentes medidas de temperamento: 1) o escore de agitação na balança (EA), registrado como escores que variavam de de 1 (calmo) a 4 (muito agitado); 2) a velocidade de saída (VS), em m/s, obtida com uso do equipamento “flight speed” posicionado na saída da balança; e 3) a distância de fuga (DF), em escore de 1 (permite ser tocado) a 5 (novilho investe contra o observador). O ganho de peso diário (GP) foi calculado com base no peso à desmama e aos 550 dias (P550). Foi realizada análise bivariada pelo teste de correlação de Spearman. Os valores médios para as variáveis de temperamento foram 2,35±0,72, 1,59±0,82 e 2,91±0,71 para EA, VS e DF, respectivamente. O P550 médio do lote foi 366,45kg e o GP diário foi de 0,55±0,49kg. A medida de VS apresentou correlação positiva tanto com o EA (r= 0,29, p<0,01), quanto com a DF (r= 0,15, p<0,01), que não foram correlacionadas entre si (r= 0,030, p=0,58), revelando que EA e DF abordam aspectos muito diferentes do temperamento dos novilhos. O GP apresentou correlação negativa e baixa com VS (r= -0,19, p<0,01) e com o EA (r= -0,11, p<0,05), já o P550 apresentou correlação negativa e baixa apenas com o EA (r= -0,12, p<0,05). A DF não apresentou correlação significativa com as medidas de desempenho, deste modo esta seria menos indicada para predizer o desempenho com base no temperamento. Os novilhos com temperamento mais calmo tendem a apresentar melhor desempenho, no entanto, como há muitas outras fontes de variação para ambas as características os valores de correlação são baixos. Concluímos que o temperamento está correlacionado com o desempenho, e que a medida de temperamento utilizada tem influencia na identificação desta associação. Com os novilhos mais agitados apresentando piores ganhos de peso é reforçada a hipótese de que este tipo de indivíduo seja mais susceptível a enfrentar problemas de bem-estar animal. Palavras-chave: bovinocultura de corte, comportamento, desempenho. Agência Financiadora: FAPESP - Proc. 2009 / 53609-7 e 2009 / 53608-0