Mesopotâmia: Região do Oriente Médio entre os rios Tigre e Eufrates, que ficam no atual Iraque, na região conhecida como
Crescente Fértil (Mapa página 46).
Existem grandes semelhanças entre a civilização egípcia e a mesopotâmica. Porém há algumas diferenças no caráter físicogeográfico:
-O Egito apresentava isolamento geográfico, já a Mesopotâmia é uma planície aberta a invasões por todos os lados.
-O regime de cheias do Tigre e do Eufrates não é tão regular como o do Nilo e as inundações chegam, às vezes violentamente e,
outras vezes fica tão seco que não é possível plantar nada.
Em termos políticos, o Egito caracterizou-se pela sua monarquia, e o faraó era o principal fator de unidade. Na mesopotâmia, o
fator que unia eram as cidades. Enquanto os egípcios entendiam-se como parte de algo maior, na Mesopotâmia a identidade era
dada pela cidade que determinado indivíduo pertencia.
A maior cidade tinha mais de mil habitantes e chamava-se Uruk. Estas cidades tinham objetivos militares. Protegendo a
população e a riqueza gerada pela agricultura.
Povos da Mesopotâmia
Sumérios e Acádios: Ao final do Neolítico, várias cidades surgiram na região (Ur, Nipur, Lagash, Uruk). Governadas por patesis,
que eram chefes militares e sacerdotes. Eles controlavam a produção, cobravam impostos e administravam obras hidráulicas. As
terras eram dos deuses, cabendo ao homem servi-los plantando e construindo zigurates (templos). Chegaram a estabelecer
ligações comerciais com os vizinhos, criaram a escrita cuneiforme.
Por volta do ano 2400 a.C., os acádios estabeleceram sua hegemonia na mesopotâmia. O rei Sargão I unificou o centro e o sul
do vale submetendo os sumérios e incorporando sua cultura. Contínuas invasões colocaram fim ao Império em 2100 a.C.
Primeiro Império Babilônico: Os amoritas foram os que dominaram o território Acádio. Fundaram Babilônia, sua principal cidade.
Por volta do século XVIII a.C., Hamurabi unificou toda região fundando o Primeiro Império Babilônico. Transformando-se num
dos maiores centros urbanos da antiguidade, onde se erguiam monumentos arquitetônicos impressionantes, principal: Zigurate
de Babel. Hamurabi criou o primeiro código de leis escritas. Apresentava uma série de penas para delitos domésticos,
comerciais, ligados à propriedade, herança, à escravidão e a falsas educações, baseados na lei de Talião. Olho por olho, dente
por dente. As invasões de hititas e cassitas, revoltas internas e a morte de Hamurabi e a ascensão dos Assírios pôs fim ao
Primeiro Império Babilônico.
Império Assírio: Estabelecidos no norte da mesopotâmia desde 3000 a.C., organizando desde cedo um forte Estado militarizado.
Utilizavam cavalos e carros de guerra, além de armas de ferro fundido, superiores a dos povos vizinhos. Tinham como capital a
cidade de Assur (principal deus) e sua sociedade era dominada por uma camada de sacerdotes e guerreiros submetiam a
população e cobravam impostos. Os vencidos eram escravizados. Seu apogeu deu-se durante os reinados de Senaqueribe e
Assurbanipal. Nínive era a capital do vasto império. Após a morte de Assurbanipal, o império entrou em decadência. Em 612
a.C., Nínive foi destruida e os caldeus deram origem ao Segundo Império Babilônico.
Segundo Império Babilônico: Babilônia volta a ser capital com Nabucodonosor quando foram construídas grandes obras
públicas (templos, muralhas, palácios cercados pelos famosos Jardins Suspensos). Os babilônios capturaram e escravizaram o
povo hebreu.
Após a morte de Nabucodonosor o império foi invadido pelos persas (Ciro I). A partir de 539 a.C. toda região foi dominada pelos
persas.
MESOPOTÂMIA
ECONOMIA
SOCIEDADE
CULTURA
Atividade econômica: Agricultura com servidão coletiva;
O Estado era responsável por obras hidráulicas, administração de estoques de alimentos e cobrança de impostos.
A estrutura social se baseava numa pequena elite que controlava a vasta população como domínio tirânico e fundamento na
religião, que servia de ligação entre a comunidade e os governantes. Os sacerdotes exerciam importante função política no
politeísmo mesopotâmico.
As diferenças para com o Egito eram: elevado número de escravos, pouca preocupação com os mortos, a não ser a construção
de túmulos seguros para que não voltassem. Diferente do Egito, o governante mesopotâmico era tido como representante de
deus e não como uma divindade viva.
Quanto a cultura, desenvolveram a ciência, arquitetura e literatura, os sacerdotes desenvolveram astronomia e astrologia, os
zigurates(templos) podiam abrigar celeiros e oficinas, além de torres para observação dos céus.
Calcularam o movimento dos planetas e estrelas e elaboraram sofisticados calendários, que serviram de base para o atual.
Desenvolveram na matemática e geometria.
HEBREUS, FENÍCIOS E PERSAS
Hebreus: Estabeleceram-se na Palestina (hoje Israel), às margens do rio Jordão, eram agricultores e pastoreios. A história do
povo hebreu se mistura com elementos bíblicos e pode ser dividida em 3 períodos:
PATRIARCAS:
Abraão: criou uma região monoteísta, novidade na época, que unificou o povo hebreu. O único deus, Javé ou Jeová, prometera a
Abraão e seus descendentes uma terra onde jorraria leite e mel;
Isaac;
Jacó: de seus herdeiros, geraram as doze tribos de Israel;
Moisés: promoveu a fuga dos hebreus do Egito, pois haviam sido escravizados pelo faraó. Essa fuga é conhecida como êxodo;
Josué: Liderou o final do retorno dos hebreus à Palestina;
JUÍZES:
Os hebreus após ocuparem a cidade de Jericó (divididos em tribos) encontraram a resistência dos filisteus, que ocupavam o
litoral da palestina para combatê-los nomearam juízes: Gideão, Sansão e Samuel.
REIS
O primeiro grande rei dos hebreus foi Saul, que unificou as várias tribos de Israel. Seu sucessor, Davi, formou um verdadeiro
Estado hebraico com governo centralizado, exército e organização burocrática. Salomão atingiu o apogeu do estado hebraico
com grande desenvolvimento comercial e a construção de um templo dedicado ao seu deus.
Após a morte de Salomão, o descontentamento da população com os impostos e trabalho forçado gerou disputas pela sucessão
acontecendo o Cisma Hebraico, ou seja, a divisão dos hebreus em dois reinos: o de Israel (capital: Samaria), o de Judá (capital:
Jerusalém).
Fenícios: Estabeleceram-se ao norte da Palestina, onde hoje se localiza o Líbano. Ocupado por povos semitas que cultivavam
cereais, videiras e oliveiras, além de pesca e artesanato, destacaram-se pelo Comércio Marítimo. Sua organização era de
cidades-Estado independentes (Biblos, Sidon, Tiro), chefiadas pela elite mercantil e proprietária das embarcações, constituindo
uma talassocracia (governo dos mares), com rotas mercantis pelo Mediterrâneo e no Norte da África. O comércio e contato com
outros povos fizeram com que os fenícios incorporassem aspectos de várias culturas. Criaram o Alfabeto Fonético que serviu
de base para o alfabeto ocidental atual.
Desenvolveram a astronomia, associada à navegação, a matemática, ligada ao comércio. Eram politeístas e os mais importantes
eram Baal e Astartéia. Seus cultos eram violentos e sacrificavam pessoas.
Persas: O território deles foi unificado por Ciro I, rei persa que submeteu seus vizinhos medos. Com a prática expansionista, os
persas invadiram a Mesopotâmia, a Palestina e a Fenícia e chegaram na Ásia Menor e na Índia.
Ciro se aliava às elites dos territórios conquistados garantindo estabilidade. Seu filho Cambises, conquistou o vale do Nilo
(batalha de Pelusa). Deu início a um período de centralização autoritária e submissão dos povos conquistados.
Período de florescimento - Dario I, dividiu o império em satrápias (províncias). Os sátrapas eram os encarregados na cobrança e
do pagamento de impostos ao imperador e eram fiscalizados por inspetores oficiais. Dario construiu estradas que ligavam os
centros urbanos (Susa, Passárgada e Persépolis), criou um sistema de correios e implantou o Dárico como unidade monetária
nacional.
No império persa existia a servidão coletiva. O comércio era realizado por povos subjugados. A burocracia formada pelos
sátrapas e sacerdotes tinha importante base do poder estatal.
O poderoso exército não impediu a derrota nas Guerras Médicas, contra os gregos e foi uma das causas da decadência da
Pérsia.
A Pérsia usava muitos aspectos comuns a outros povos da região, mas apresentava diferenças: a religião era dualista (OrmuzMazda: deus do bem / Arimã: deus do mal). O imperador era tido como representante do bem na terra e lutava contra o mal.
A religiosidade do povo não tinha relação com a oficial, sendo politeísta devido a contatos com outros povos. No entanto,
admitiam a vida após a morte e o advento de um Messias. Os princípios desta religião chamada Masdeísmo ou zoroatrismo
estavam no livro Zend-Avesta, escrito por Zoroastro ou Zaratustra (lenda).
G
R
É
C
I
A
Localização: Europa, na península Balcânica;
Características: Solo pouco fértil e relevo acidentado;
Limites:
N - Macedônia
S - Mar Mediterrâneo
L - Mar Egeu
O - Mar Jônio
Povos: Aqueus (invadiram Creta e criaram a civilização micênica, cujo centro foi a cidade de Micenas), Dórios (impuseram
violento domínio sobre toda região da Grécia causando o fim da civilização micênica e a Primeira Diáspora Grega [grupos da
Grécia continental foram para as ilhas do Egeu e litoral da Ásia Menor]), Jônios, Eólios.
Períodos:
Homérico(sécs. XII a.C à VIII a.C): caracterizado pela comunidade gentílica, fundada na existência de pequenas unidades
agrícolas auto-suficientes (genos), comandadas por um chefe comunitário (pater), que exercia funções religiosas,
administrativas e judiciárias. O crescimento demográfico (populacional) foi a principal causa da decadência dos genos. Com o fim
do domínio gentílico sobre a terra os parentes mais próximos do pater apropriaram-se das terras ricas (sendo conhecidos como
eupátridas [bem nascidos]), o restante da terra foi dividido entre Georgoi, pequenos proprietários, sendo que os thetas
(marginais) foram excluídos dessa partilha.O processo de crescente instabilidade dos genos originou tribos, que por sua vez
reunidas constituíram o demos (povo, povoado), cujo chefe supremo (basileu) era um autêntico rei. Novos grupos sociais, a
propriedade privada da terra trouxeram as cidades-estado gregas (pólis), formadas pela acrópole(local mais elevado da
povoação) em torno da qual desenvolvia-se o núcleo urbano, logo lideradas por um conselho de eupátridas. As principais pólis
eram Atenas e Esparta.
Período Arcaico(sécs. VIII a.C à VI a.C)- Consolidação das cidades-Estado:
2.ª DIÁSPORA GREGA: Com a expansão populacional e a escassez de terras na Grécia, o povo buscou outras áreas de
habitação, isso levou à colonização grega no Mediterrâneo, novas pólis gregas foram formadas ao sul da península itálica e na
ilha da Sicília. Também em direção ao mar Negro em cujo litoral multiplicaram-se colônias gregas.
Atenas:
Economia: Colônias de povoamento ou comerciais, comércio de excedentes agrícolas, metais, madeira, cultura de uvas (vinhos)
e azeitonas (azeite), trigo e artesanato
Sociedade:
Eupátridas: Classe privilegiada dos nascidos em Atenas;
Metecos: Nascidos fora de Atenas (estrangeiros)
Escravos: Trabalhavam forçadamente;
Política: Os pequenos proprietários (Georgoi) incapazes de concorrer com as grandes colônias acabaram perdendo suas terras
e escravizados (devido a dívidas), gerando crescente tensão social, enquanto isso, homens enriquecidos pelo comércio
(demiurgos) não aceitavam o monopólio político dos eupátridas, diante disso legisladores como Drácon e Sólon propuseram
mudanças no sistema político de Atenas. Assim:
Drácon: Organizou e publicou um registro escrito das leis que eram de tradição oral e de conhecimento apenas dos eupátridas,
embora um avanço, mas que não alteraram o conflito crescente;
Sólon: Eliminou a escravidão por dívidas, dividiu a sociedade de acordo com a renda de cada indivíduo (possibilitando a
ascensão dos demiurgos). Criou:
-Bulé: Conselho dos quatrocentos;
-Eclésia: Assembléia popular que aprovava as leis preparadas pela bulé;
-Helieu: Tribunal de justiça aberto a todos cidadãos;
Essas reformas desagradaram a elite eupátrida, aumentando as lutas e dando oportunidades ao advento dos tiranos(ditadores).
Em 510 a.C., Clístenes liderou uma rebelião que contra a tirania, dando início a um processo democrático pacifista de Atenas:
-Dividiu Atenas em 10 tribos (cada uma elegia 50 membros para a bulé[conselho], que se revezava no governo);
-Criou o Ostracismo que pretendia defender os cidadãos contra o retorno da tirania (exílio por 10 anos para todo aquele que
fosse considerado uma ameaça à democracia, porém o exilado não perdia suas propriedades).
OBSERVAÇÃO: Todo cidadão participava da eclésia, embora o conceito de cidadão sofresse limitações, só sendo considerado
cidadãos os: homens livres nascidos em Atenas com pais atenienses.
Cultura: Politeísmo Antropomórfico, mitos (Mitologia grega), teatro, arquitetura, escultura e filosofia.
Esparta:
Economia: Agrária com terras estatais, fraca atividade comercial;
Sociedade:
Espartanos/Esparciatas: descendentes dos conquistadores;
Periecos: habitantes da periferia;
Hilotas: Servos explorados pelos espartanos;
Política: Oligarquia Militar, onde uma minoria de espartanos (cerca de 100), participavam das decisões.
Cultura: Ciranças do sexo masculino com 7 anos eram obrigadas a deixar a família e eram usados como soldados e a sociedade
girava em torno disso.
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Mesopotâmia e Grécia