USO RACIONAL DE HEMODERIVADOS E SEU IMPACTO NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA DIMAS TADAHIRO IKEOKA; Viviane Aparecida Fernandes; Jose Carlos Teixeira Garcia; Marcelo Jamus Rodrigues; Fernanda de Andrade Cardoso; Beatriz Izidoro; Antonio Claudio do Amaral Baruzzi; Valter Furlan Hospital TotalCor Introdução: Cirurgias cardíacas são por vezes ser acompanhadas de perdas sanguíneas significativas e hemotransfusões podem ser necessárias. No entanto, o uso indiscriminado de hemoderivados pode resultar em efeitos danosos para o paciente. Neste estudo, avaliamos os efeitos imediatos da implantação de um protocolo para o uso racional de hemoderivados no pós-operatório de cirurgias cardíacas de grande porte. Métodos: Entre os meses de abril e junho de 2011 um protocolo instituicional foi implementado em nosso hospital, com a anuência e colaboração de sete equipes de cirurgia cardíaca, visando o uso racional de hemoderivados. Foram verificados dados clínicos e demográficos dos pacientes, uso de hemoderivados e desfechos clínicos no período intra-hospitalar, verificados antes e após a implantação do protocolo. O protocolo consistiu em em uma campanha institucional junto às equipes cirúrgicas, visando difundir a prática do uso de hemoderivados com base em critérios clínicos objetivos (anemia com repercussões hemodinâmicas, disfunção ventricular significativa), bem como tornar rotineira a prescrição de ácido epsilon-aminocapróico (AEAC) no intraoperatório. Resultados: Após os três meses de implantação do protocolo, o uso de AEAC se elevou de 31% para 100%. As cirurgias que necessitaram de alguma hemotransfusão foram 105/157 (67%) antes da implantação do protocolo, e 52/129 (40%) nos meses subsequentes do mesmo ano, após a implantação (Chi-quadrado = 20,2 com p<0,001; OR 0,55; IC95% 0,42-0,72). Conclusões: O uso racional de hemoderivados associado a infusão do ácido epsilon-aminocapróico tem o potencial de reduzir o número de hemotransfusões no pós-peratório de cirurgias cardíacas, o que pode ter impacto no risco de complicações.