Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904 TÍTULO: PATRIMÔNIO IMATERIAL DE VOLTA REDONDA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: HISTÓRIA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE AUTOR(ES): IRÍS FERREIRA DIAS, GABRIELA SANTOS DE OLVEIRA, IZABELA OLIVEIRA BERÇOT, WESCLEY JOSÉ SANTOS FERUTE ORIENTADOR(ES): PAULO CÉLIO SPARES CATEGORIA EM ANDAMENTO PATRIMÔNIO IMATERIAL DE VOLTA REDONDA 1. RESUMO Essa pesquisa analisa o patrimônio imaterial de Volta Redonda, cidade localizada no interior do Rio de Janeiro, importante centro industrial nacional, sede da Companhia Siderúrgica Nacional, berço da industrialização brasileira na Era Vargas. Volta Redonda, conhecida nacionalmente como a ‘cidade do aço’, é marcada pelo signo da indústria (aço), do trabalho (peões, operários siderúrgicos) e da natureza (curva do rio Paraíba), que traduz seu nome. Juntos esses três símbolos, aço, peão e rio, se umbligam compondo uma cidade, suas contradições e identidades. 2. INTRODUÇÃO O alvo de nossa pesquisa é o patrimonio imaterial de Volta Redonda, associando ao mesmo as questões de identidade e memória. Tomando como base as definições do IPHAN, entendemos patrimônio imaterial como parte integrante do patrimonio cultural do país, constituido pelas: “(...) práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.” (http://portal.iphan.gov.br) Volta Redonda apresenta-se como um campo fértil para o desenvolvimento da reflexão acima, tendo em vista o ineditismo de nossa pesquisa bem como a possibilidade de intercalar os vínculos entre o patrimônio, perfil econômico e relações de classe, tão fortes na cultura voltarredondense. Nesse contexto o patrimônio imaterial de Volta Redonda foi construído historicamente ao longo do século XX, entrelaçando marcas locais incontestes. Destacamos três representações centrais dessa problemática: a curva do rio, que nomeia a cidade e expressa na bandeira municipal; o aço, principal produto da CSN,maior produtora nacional por décadas; e os peões, operários da siderúrgica, que por décadas, compuseram a maioria da população local. 3. OBJETIVOS: Os objetivos da pesquisa são: 1 CATEGORIA EM ANDAMENTO Levantar e inventariar os principais elementos que compõem o patrimonio imaterial de Volta Redonda. Analisar as relações existentes entre a constituição do patrimonio imaterial da cidade e as diversas memórias e identidades nela produzidas. Definir as principais influências presentes no processo de formação do conjunto: patrimonio imaterial, identidades e memórias de Volta Redonda. 4. METODOLOGIA O quadro metodológico utilizará fontes orais e imagéticas, que deverão ser cotejadas com fontes escritas provenientes da imprensa local. Além disso, buscaremos imagens produzidas pelos próprios grupos e comunidades estudadas. Dessa forma, lançaremos mão de três ferramentas metodológicas, destacando-se as técnicas relativas à História Oral, necessárias à produção de questionários que servirão de base para entrevistas; Trabalho de campo, destinado à realização de levantamentos e entrevistas com grupos e indivíduos ligados à produção desse patrimônio e Análise Semiótica e Iconológica de textos escritos e imagéticos, inerentes às fontes levantadas. 5. DESENVOLVIMENTO O patrimônio imaterial local está diretamente relacionado à história da cidade. Trabalharemos inicialmente com o acidente geográfico da curva do rio Paraíba do Sul, diagnosticado como o primeiro elemento do patrimônio imaterial local, explorada em monumentos, obeliscos, construções públicas e nas várias esferas do marketing institucional municipal e na construção da identidade local. A implantação da CSN, nos anos de 1940, trouxe modernidade e desenvolvimento para a região, modificando o espaço físico e transformando o povoado na “Cidade do Aço”, outra referência marcante do patrimônio da cidade. A representação ‘aço’ é vivenciada no cotidiano da cidade, sendo exaustivamente explorada pelo comércio, empresas diversas, órgãos públicos e privados, além de clubes esportivos. A construção dessa siderúrgica propiciou a vida de milhares de trabalhadores para a cidade, os ‘arigós’, que mais tarde transformaram-se nos ‘peões’, expressão marcante da cidade, definidora da mesma como uma cidade operária. Nesse aspecto ressalta-se o tratamento dispensado pelo Sindicato dos Metalúrgicos aos 2 CATEGORIA EM ANDAMENTO operários de CSN como os ‘peões’ que longe de apresentar uma característica depreciativa, atua como fator de identidade e unidade dessa categoria profissional. Os termo ´peão’ também remete aos movimentos e mobilizações operárias da cidade, que tornaram referência política nacional na década de 1980. 6. RESULTADOS PRELIMINARES Essa pesquisa vem constatando que três elementos estão presentes no imaginário da cidade e constituem seu patrimônio imaterial: o aço, o peão-operário e o rio. Representando diferentes grupos e frações diferenciadas da cidade, esses elementos são alvos de disputas por diferentes grupos sociais, constituindo-se marcas culturais e patrimônios imateriais da cidade. 7. FONTES CONSULTADAS 1. ABREU, Regina. Memória e Patrimônio – ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: Lamparina, 2009. 2. AGUINAGA, Karyn Ferreira Souza. A Proteção do Patrimônio Cultural Imaterial e os Conhecimentos Tradicionais. Disponível em: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. http://www.iphan.gov.br. Acessado em 27/08/2013. 3. COSTA, Alkindar. Volta Redonda, ontem e hoje: Edição Comemorativa dos 50 Anos. 3. ed. Volta Redonda: GLAN, 2004.. 4. FUNARI, Pedro Paulo Abreu; PELEGRINI, Sandra de Cássia Araújo. Patrimônio Histórico e Cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. 5. _______________ . O que é Patrimônio Imaterial. São Paulo: Brasiliense, 2008. 6. LOPES, A. C. A Aventura da cidade industrial de Tony Garnier em Volta Redonda. Rio de Janeiro: E papers, 1993. 7. MOREL, Regina Lúcia de . A ferro e fogo: construção e crise da "família siderúrgica": o caso de Volta Redonda (1941-1968). São Paulo, 1989. 8. SOUZA, Cláudia Virgínia de. Pelo espaço de cidade: aspecto da vida e do conflito urbano de Volta Redonda. Rio de Janeiro: UFRS/IPPUR, 1992. 3