SUMÁRIO
A contribuição dos clássicos da Sociologia para a compreensão da estrutura
do trabalho na sociedade Capitalista.....................................................................02
Max Weber e o espírito do apitalismo...................................................................02
PRIMEIRO CONCEITO-Ética protestante e Espírito do apitalismo....................04
Atividades..................................................................................................................05
Referências...............................................................................................................06
Emile Durkheim e a Divisão Social do Trabalho................................................... 07
Atividades..................................................................................................................08
Karl arx......................................................................................................................09
PRIMEIRO CONCEITO-Alienação............................................................................10
Atividades..................................................................................................................10
Referências...............................................................................................................11
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A contribuição dos clássicos da Sociologia para a compreensão da
estrutura do trabalho na sociedade Capitalista.
No mundo do trabalho, as formas de produção ao longo da historia passaram
por mudanças relevantes quanto à estrutura e mentalidades socais. Em outros
termos, a maneira de pensar o trabalho ganhou novas formas além da já conhecida.
O ato de executar as tarefas ficou mais dinâmico no mundo Capitalista, além da
concepção entendida pelos homens sobre o significado do trabalho.
Em termos históricos, o mundo do trabalho possuía suas variações de acordo
com a sociedade em questão. Entre os gregos o trabalho manual consistia na
execução do escravo, atividade penosa e vil que representava a inferioridade do ser
humano. Na sociedade feudal a inferioridade do trabalho ainda permanecia atrelada
a princípios religiosos da época. A Igreja no período considerava o trabalho como
resultado do pecado original, considerando o trabalho manual como uma tortura ou
castigo imposto por Deus ao homem. Entretanto com o surgimento da modernidade
e o desenvolvimento do capitalismo, as mudanças nas relações sociais contribuíram
para que o trabalho fosse aceito e valorizado, o que resultou na discussão sobre o
seu significado.
Na sociedade feudal a censura da Igreja Católica sobre o trabalho,
compreendia um discurso teológico do pecado original do primeiro homem e da primeira mulher (Adão e Eva) os
dois foram banidos do paraíso e a busca do sustento através do trabalho.
MAX WEBER E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO
O sociólogo alemão Max Weber desenvolveu uma análise sobre o Capitalismo que
visa entender de uma forma científica a relação íntima entre religião e capital. Para o
autor o desenvolvimento do capitalismo Ocidental moderno que conhecemos, foi de
uma forma favorecido pela Reforma Protestante. O protestantismo segundo Weber,
através de uma mentalidade cultural e religiosa diferente dos princípios católicos,
proporcionou ou mesmo ajudou na postura ou na mentalidade sobre o trabalho
Nessa concepção diferenciada protestante, o trabalho passa a ser encarado
como positivo virtuoso e aceito mesmo pelo próprio Deus. A ética protestante atribui
ao trabalho, uma valorização fundamental tanto material como social. Dessa forma o
pensador Weber descobriu grande a finalidade entre os rigorosos mandamentos da
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teologia protestante e o comportamento do capitalismo típico, dedicada à busca
racional do lucro. Enquanto a Igreja Católica condenava o lucro a avidez pelo
enriquecimento terreno, o protestante (calvinista) defendia que a prosperidade de
uma pessoa seria sinal (e não certeza) de que estava entre os eleitos de deus.
Max Weber destaca todas essas concepções na sua obra mais famosa, “A
ética protestante e o Espírito do capitalismo”. Diferente do que possa imaginar, o
sociólogo em nenhum momento afirmou que o capitalismo não exista ou passou a
existir somente com o protestantismo. O que o autor argumenta é que o
desenvolvimento do capitalismo moderno com suas características (o racionalismo
monetário) apareceu com estreita relação com o cristianismo protestante.
Casal protestante e trabalho racional e metódico.
O autor menciona que a ética protestante sobre o trabalho seria muito bem
aceita pela classe Burguesa na questão da valorização do trabalho e o lucro. O
protestantismo estimulou o espírito capitalista e em conseqüência, o comportamento
dos homens de negócios.
Na tese de Max Weber como funcionava a relação entre religião e capital? Na
concepção religiosa protestante afirmava que o único modo de alguém provar aos
outros e a si próprio que era um dos eleitos por deus seria trabalhar muito,
economizar e ter sucesso na acumulação da riqueza econômica. Por outro lado,
esbanjar esta riqueza em coisas fúteis (festas e farras) era desaprovado por deus;
essa riqueza precisava do reinvestida, para a produção cada vez maior.
Nessa concepção, a riqueza em si não é condenável, mas sim aquilo que ela
pode levar, isto é, o não trabalho, a vadiagem o desfrute, a ostentação e a preguiça,
que ela pode causar. Nesse sentido, um dos pecados maiores passa a ser o tempo
perdido em coisas improdutivas. (Tomazi, Nelson 2006)
Weber notou que os lugares e regiões onde o capitalismo mais se
desenvolveu, curiosamente possuíam uma parcela significativa de protestantes.
Entendendo que a postura protestante contribuiu em muito para um tipo de
capitalismo racional.
O trabalho racional, regular e constante acaba sendo interpretada, na ética
protestante, como a obediência a um mandamento divino. Não se trata, para os
protestantes, de valorizar os bens deste mundo; ao contrário, trata-se de desconfiar
deles e adotar um comportamento devotado à virtude divina. (Paulo Sergio, 2008)
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Capa do Livro de Weber: A ética protestante e o espírito do Capitalismo
Como o trabalho era visto como um meio de demonstrar essa devoção a
Deus, a Igreja Protestante, representada por seus líderes, condenava todo tipo de
ócio, gozo e descanso. Logo, “a perda de tempo é, assim, o primeiro e em princípio o
mais grave de todos os pecados. A capacidade de lucrar, para o protestante, é vista
com bons olhos por Deus e, inclusive, foi ele quem elegeu os indivíduos a
alcançarem tal posição social e econômica. Diante da condenação do gozo da vida,
os indivíduos não viam outra saída se não se dedicar de corpo e alma a sua vocação
para o trabalho profissional e racional.
PRIMEIRO CONCEITO
Ética protestante e Espírito do Capitalismo
No Livro A ética protestante e o espírito do capitalismo (1904-1905), Weber
desenvolveu a idéia de que a ética protestante foi fundamental para a existência De
um tipo de capitalismo, pois propiciou maior acumulação de capital a o valorizar o
trabalho e um modo de vida disciplinado, racional sem gastos (TOMAZI, Nelson.
206)
Logo a realização do lucro e da acumulação do capital nada mais é que o resultado
de uma poupança construída a partir de uma coerção religiosa protestante a pratica
de economizar.
Segundo Tomazi, a ética protestante do trabalho de certa forma vai ser muito
bem apropriada pela burguesia comercial e posteriormente a industrial, que
precisava de trabalhadores dedicados, sóbrios e dóceis em relação às condições de
trabalho e aos baixos salários.
Considerando estes aspectos mencionados, a conduta da vida ética regrada
pela dedicação ao trabalho profissional baseada nos preceitos religiosos da Igreja
Protestante contribuiu para o desenvolvimento da conduta de vida burguesa
economicamente racional. Favorecendo ideologicamente os trabalhadores e sua
função no mundo, pondo o lucro como o aspecto mais importante na aceitação de
deus dos verdadeiros homens.
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ATIVIDADES
01- O que constitui a conduta da vida ética e como essa prática contribuiu
para o desenvolvimento do capitalismo moderno?
Gabarito: a conduta de vida ética se constitui na condução de uma vida
regrada pela dedicação ao trabalho profissional baseada nos preceitos
religiosos protestantes que condenavam todo tipo de ócio, gozo e descanso.
Essa relação favoreceu o desenvolvimento da conduta de vida
economicamente racional, pois os indivíduos dedicaram-se a sua vocação
para o trabalho profissional. Como existia uma coerção à poupança, aqueles
que conseguiam acumular algum ganho acabaram investindo esse capital na
produção, contribuindo assim, para o desenvolvimento do capitalismo
moderno.
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REFERÊNCIA
Carmo, Paulo Sérgio, Sociologia e sociedade pós-industrial: Uma introdução.
São Paulo: Paulos, 2007.
Tomazi, Nelson Dacio, Sociologia para o ensino médio – São Paulo: Atual,
2007
Tomazi, Nelson Dacio. Iniciação a Sociologia – São Paulo: Atual, 2000.
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EMILE DURKHEIM E A DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO
O sociólogo Frances Emile Durkheim ao analisar o trabalho nas sociedades,
compreende o quanto ele pode despertar entre os indivíduos a solidariedade.
Diferente de Karl Marx que dizia que a divisão do trabalho proporciona conflito e
mesmo lutas de classes, Durkheim entende que a divisão social do trabalho na
sociedade moderna contribui para a solidariedade entre os indivíduos, mesmo estes
aparentarem diferenças de funções.
PRIMEIRO CONCEITO
Divisão social do trabalho
Em seu livro Divisão do trabalho social, escrito no final do século XIX,
procura demonstrar que a crescente diferenciação do trabalho, com os mais diversos
profissionais, trazia consigo uma forma superior de solidariedade, e não o conflito.
Quanto ao tema trabalho, Durkheim vai dividir as sociedades em dois tipos
básicos com suas respectivas solidariedades: a Mecânica e Orgânica. A primeira
solidariedade mecânica (ou por semelhança), a integração entre os indivíduos é
intensa. Sociedades simples (hordas, Clãs, tribos), marcada por uma divisão do
trabalho de forma também simples entre homens e mulheres, dado o pequeno
número de pessoas que as compõem, predomina uma coesão social maior entre os
indivíduos. Nelas, o conteúdo de consciência coletiva é o culto à própria sociedade,
o respeito total e absoluto à suas crenças. Por isso, nas sociedades de solidariedade
mecânica, os indivíduos são totalmente envolvidos pela consciência coletiva e quase
não existem diferenças entre eles.
O que matem os indivíduos e grupos unidos, nesse tipo de sociedade, é o
princípio da semelhança: todos exercem aproximadamente as mesmas atividades.
Quando a solidariedade mecânica está na base da sociedade da coesão social, a
consciência coletiva envolve completamente a consciência individual. O indivíduo
não pertence a si mesmo, pertence à comunidade.
Sociedades tribais: forma de solidariedade mecânica.
O segundo tipo de sociedade ou solidariedade é a orgânica, diferente da
mecânica, pois possui uma grande diferenciação entre os indivíduos. A quantidade
de funções entre as pessoas é maior e mesmo a divisão do trabalho é bem mais
intensa. O termo é orgânico em decorrência a comparação da sociedade a um
organismo, com muitas partes interdependentes mais que estão conectadas uma as
outras.
Para Durkheim a solidariedade orgânica é típica da modernidade, o
capitalismo com suas diversas atividades proporcionam um número grande de
profissionais com funções e posturas diferentes. Ao promover a interdependência
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das funções profissionais especializadas, a divisão do trabalho social, cuja origem é
o aumento da população, gera a solidariedade orgânica.
Cena do filme Tempos Modernos: a linha de produção
o exemplo concreto da divisão do trabalho e da interdependência entre as partes (entre os indivíduos) na
sociedade orgânica.
Na solidariedade orgânica o profissional inevitavelmente dependerá de outro;
a divisão do trabalho é maior mais isso não seria um obstáculo para a solidariedade,
pelo contrário, a pesar de diferentes cada um necessita do outro para integração. Já
que nenhum profissional é auto-suficiente, ou seja, a solidariedade é reforçada
nesse aspecto, pois cada um ajuda a própria sociedade com a sua especificidade.
Durkheim procura mostrar como, nas sociedades modernas as funções sociais da
divisão do trabalho são a principal fonte de coesão ou solidariedade social.
Portanto na teoria de Durkheim bem longe do conflito de classe, a sociedade
apresenta um grau de solidariedade entre os indivíduos. Na leitura oposta à noção
marxista de conflito entre as classes, Durkheim entende que as classes são
coordenadoras, cooperativas entre si, e nunca rivais. Elas se complementam
mutuamente, proporcionando uma harmonia no funcionamento da sociedade.
Depois da comemoração pela notícia de que os 33 mineiros presos há 19 dias em uma mina no norte
do Chile estavam vivos e bem de saúde, o foco da preocupação se torna o planejamento para mantêlos vivos pelos quatro meses que o resgate deve levar para chegar até eles e libertá-los do cubículo a
700 metros de profundidade.
APESAR DE SUAS DIFERENÇAS CADA MINEIRO CONSEGUIO SE AJUDAR E
AJUDAR SEUS COMPANHEIROS, EM SUA ESPECIALDIADE (somos diferentes
mais interdependentes).
ATIVIDADES
01. Qual é a função da divisão do trabalho e qual seu indicador empírico?
Gabarito: a função da divisão do trabalho é gerar solidariedade social e seu
indicador empírico é a formação do sistema jurídico através do direito.
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KARL MARX
Para Karl Marx o processo de trabalho na sociedade capitalista passa pela
desigualdade das relações de produção entre as classes. O que define o sistema
capitalista e seu modo de produção é o processo desigual entre as classes, no caso
de burgueses (detentores dos meios de produção) e trabalhadores (vende sua força
de trabalho). Marx identifica no que denomina de Mais-valia o grande responsável
pelo processo desigual entre grupos sociais.
A mais valia corresponde à diferença entre o valor das mercadorias
produzidas pelo trabalhador e o valor de sua força de trabalho (capacidade para
trabalhar) expressa no salário. O trabalhador produz muito mais valor (riqueza na
forma de mercadoria) do que recebe em troca pela única mercadoria que possui, e é
obrigado a vender no mercado de trabalho para sobreviver: a sua força de trabalho.
(Lazzareschi, 2008)
Em outros termos, o conflito entre as duas classes pode resumir-se na
oposição entre aqueles que nada possuem e só podem vender a sua força de
trabalho, como os operários; e os que têm propriedade, os burgueses, que se
apropriam da mais-valia produzida pelo operariado para o crescimento de seus
rendimentos e de seus negócios. Desse ponto de vista, o capitalismo só existe se
houver exploração.
Para Marx esse processo desigual da mais valia (que compreende horas de
trabalho não pagas) representa a relação unilateral entre as classes. As classes
sociais, por ocuparem posições diferentes no processo de produção da riqueza,
posições determinadas pela propriedade ou ausência de propriedade dos meios de
produção, têm interesses econômicos divergentes, razão pela qual estão
permanentemente em relações sociais de conflito (existentes nas greves, nos
movimentos sociais, nas reivindicações por melhores condições de vida).
“A classe que dispõe dos meios de produção material dispõe
igualmente dos meios de produção intelectual, de tal modo que o pensamento daqueles a quem são
recusados os meios de produção intelectual estão submetidos igualmente à classe dominante.”
(MARX, 1974, p.56)
Considerando, portanto o sistema capitalista, Marx entende que a relação de
produção no sistema passa pela as relações desiguais. Para Marx a grande
contradição do processo e constatar que o indivíduo que mais produz riqueza
(proletariado) é também o mais pobre e explorado. Segundo Marx, a contradição
compreende a grade marca dos modos de produção e principalmente do sistema
capitalista. Os conflitos existentes entre as classes representam para Marx um sinal
de que o capitalismo em sua base não é perfeito, a tecnologia e a produção é
dinâmica mas não é um sinônimo de justiça social. E a mais-valia representa essa
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opressão o burguês dobre o trabalhador, demonstrando a desigualdade e a
contradição como os aspectos predominantes do mundo do trabalho capitalista.
PRIMEIRO CONCEITO
Alienação
Todo trabalho deveria ser uma atividade criativa e produtiva. Por produtiva, Marx
entende uma atividade que desenvolve e aprimora o ser humano. No sistema
capitalista, porém, vigora o trabalho alienado, isto e, trabalho assalariado imposto a
alguns homens por outra como atividade forçada, oposta à livre atividade criadora.
Alem disso, nesse tipo de trabalho o que é produzido pelo operário fica sendo
propriedade dos donos do sistema de produção (o burguês). (Carmo, Paulo Sergio,
p.52, 2007)
ATIVIDADES
01- Como se explica a desigualdade social de acordo com o pensamento de
Karl Marx?
Gabarito: segundo Marx, a desigualdade social tem origem na propriedade
privada dos meios de produção e se expressa na existência de classes
sociais com interesses econômicos divergentes e, por isso, estão
permanentemente em relações sociais de conflito.
02- Quais as características
capitalistas?
principais
das
sociedades
industriais
Gabarito: trabalho livre; instituição da propriedade privada dos meios de
produção, isto é, do capital; desigualdade de fato, expressa na formação de
classes sociais; luta de classes devido ao conflito de interesses econômicos
das classes e ou grupos sociais; divisão racional do trabalho, cujo critério
único é a competência profissional; economia de mercado, isto é, estrutura
econômica organizada par a produção de mercadorias; produção de bens e
prestação de serviços por empresas; Estado Moderno, fundado do Direito
Racional e na autoridade legal-racional; Direito Racional, isto é, calculável;
secularização e racionalização e ou intelectualização da cultura; técnica
racional para a mecanização, automatização, informatização da produção e
da prestação de serviços, isto é, industrialização.
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REFERÊNCIA
Carmo, Paulo Sérgio, Sociologia e sociedade pós-industrial: Uma introdução.
São Paulo: Paulos, 2007.
Tomazi, Nelson Dacio, Sociologia para o ensino médio – São Paulo: Atual,
2007
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A Estrutura do Trabalho na Sociedade Capitalista