UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS DE CURITIBA CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA AUTOMAÇÃO LUIZ HENRIQUE SCHRAMM LUIZ RODOLFO ANTOCHE THIAGO CANSELHER DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA ELETROPNEUMÁTICO AUTOAJUSTÁVEL ACIONADO POR MICROCONTROLADOR PARA CONTROLE DE PRESSÃO EM COLCHÕES TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2013 LUIZ HENRIQUE SCHRAMM LUIZ RODOLFO ANTOCHE THIAGO CANSELHER DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA ELETROPNEUMÁTICO AUTOAJUSTÁVEL ACIONADO POR MICROCONTROLADOR PARA CONTROLE DE PRESSÃO EM COLCHÕES Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso 2, do curso de Engenharia Industrial Elétrica – Ênfase em Automação - DAELT - da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Eletricista. Orientador : Prof. Dr. Percy Nohama Co-Orientador : Prof. M. Sc. Jorge Assade Leludak CURITIBA 2013 LUIZ HENRIQUE SCHRAMM LUIZ RODOLFO ANTOCHE THIAGO CANSELHER DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA ELETROPNEUMÁTICO AUTO-AJUSTÁVEL ACIONADO POR MICROCONTROLADOR PARA CONTROLE DE PRESSÃO EM COLCHÕES Este Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação foi julgado e aprovado como requisito parcial para a obtenção do Título de Engenheiro Eletricista, do curso de Engenharia Industrial Elétrica - Automação do Departamento Acadêmico de Eletrotécnica (DAELT) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Curitiba, 12 de Setembro de 2013. ____________________________________ Prof. Paulo Sergio Walenia, Esp. Coordenador de Curso Engenharia Industrial Elétrica – Automação ____________________________________ Profa. Annemarlen Gehrke Castagna, M. Sc. Coordenadora dos Trabalhos de Conclusão de Curso de Engenharia Elétrica do DAELT ORIENTADOR BANCA EXAMINADORA _____________________________________ _____________________________________ Percy Nohama, Dr. Antonio Carlos Pinho, Dr. Universidade Tecnológica Federal do Paraná Universidade Tecnológica Federal do Paraná Orientador _____________________________________ _____________________________________ José da Silva Maia, M. Sc. Jorge Assade Leludak, M. Sc. Universidade Tecnológica Federal do Paraná Universidade Tecnológica Federal do Paraná Co-Orientador _____________________________________ Rosalba da Costa, M. Sc. Universidade Tecnológica Federal do Paraná A folha de aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso de Engenharia Industrial Elétrica – Automação. AGRADECIMENTOS Agradecemos a todos que participaram dessa caminhada, tanto direta como indiretamente, pois, certamente nos ajudaram na realização deste trabalho. As sugestões, as críticas, o apoio, o incentivo, o carinho, a dedicação e a amizade de todos que permaneceram próximos durante este período de nossas vidas. Primeiro, agradecemos a Deus, o qual esteve sempre junto de nós, por ter acompanhado todos os nossos passos e nos iluminado nessa caminhada. Agradecemos a nossos pais, por terem nos apoiado e auxiliando nas mais diversas tarefas para que pudéssemos seguir com nossa construção. Estamos certos que seu incentivo, apoio emocional e o amor incondicional foram fundamentais neste período. Sem eles, não teríamos obtido êxito. Agradecemos à nosso orientador Prof. Dr. Percy Nohama, por ter nos concedido a oportunidade de dedicarmos nosso trabalho a tal projeto. Agradecemos aos ensinamentos adquiridos e as experiências compartilhadas. Agradecemos à nosso co-orientador Prof. Dr. Jorge Assade Leludak, por seu incentivo e por seu auxílio na área de acionamentos eletropneumáticos. Agradecemos a nossos familiares, por terem nos auxiliado, mesmo que indiretamente, e por terem partilhado dessa difícil caminhada Agradecemos a nossos colegas de profissão, por seu apoio e por seu incansável senso crítico para que aprimorássemos nosso trabalho. Por fim, agradecemos a todos os amigos, por sua ajuda e por sua compreensão durante os períodos mais trabalhosos. RESUMO ANTOCHE, Luiz Rodolfo; CANSELHER, Thiago; SCHRAMM, Luiz Henrique. Desenvolvimento de um sistema eletropneumático auto-ajustável acionado por microcontrolador para controle de pressão em colchões. 2013. 137p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Curso Superior de Engenharia Industrial Elétrica – Automação. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2013. Neste trabalho, descreve-se um sistema eletropneumático microcontrolado desenvolvido para o controle de pressão em colchões a ar utilizados para prevenção de úlcera por pressão. Úlcera por pressão é uma ferida localizada na pele e/ou tecido subjacente, geralmente próxima a alguma proeminência óssea, como resultado da pressão prolongada do peso do próprio corpo, atrito, cisalhamento, ou a combinação desses fatores. Para o desenvolvimento do sistema eletrônico foram utilizados como componentes, um microcontrolador PIC16f877A, uma fonte ATX, módulos de relés e um sensor de pressão MPX5010dp. Para o desenvolvimento do sistema eletropneumático foram utilizadas como componentes, válvulas solenoides 12 V, de corrente contínua, um compressor de ar 127 V, de corrente alternada, além de um manômetro aneróide, de 0 – 300 mmHg. O sistema proposto é capaz de controlar a pressão interna dos colchões, mantendo-a dentro dos limites estabelecidos pelos profissionais de medicina, entre 12 e 35 mmHg, além de executar padrões dinâmicos de controle, para alterar pontos de apoio. Palavras-chave: Úlcera por pressão. Sistema pneumático. Sistema microcontrolado. Colchões a Ar. Colchões Dinâmicos. ABSTRACT ANTOCHE, Luiz Rodolfo; CANSELHER, Thiago; SCHRAMM, Luiz Henrique. Development of a self-adjustable, microcontroller-driven, electropneumatic system for pressure control in mattresses. 2013. 137p. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Industrial Elétrica – Automação) – Departamento Acadêmico de Eletrotécnica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2013. In this report, we describe a microcontrolled electropneumatic system developed for pressure control in air mattresses used for ulcer pressures prevention. A pressure ulcer is a wound located in the skin and/or nearby tissue, usually next to a bone prominence, as the result of pressure generated by the body weight being applied for long periods of time, friction, shear or the combination of these factors. For developing the electronic system, components such as PIC16F877A microcontroller, ATX power supply, relay modules, and a MPX5010DP pressure sensor were used. For developing the electropneumatic system, were used, as components, 12 V continuous current solenoid valves, a 127 V alternating current air compressor and a 0-300 mmHg aneroid pressure gauge. The proposed system was able to control the pressure inside the mattresses, keeping it in the limits established by health care professionals, between 12 mmHg and 35 mmHg, and also it is able to execute dynamic control patterns, changing the spots where the body is being supported. Keywords: Pressure ulcer. Pneumatic System. Microcontrolled system. Air Mattresses. Dynamic Mattresses. LISTA DE SIGLAS A/D Analógico/Digital (Analogic/Digital) ATX Tecnologia Avançada Estendida (Advanced Technology Extended) CISC Computador com um Conjunto Complexo de Instruções (Complex instruction set computing) CPU Unidade Central de Processamento (Central Processing Unit) EPUAP Comissão Consultiva Européia de Úlceras por Pressão (European Pressure Ulcer Advisory Panel) I2C Protocolo de Comunicação a dois fios (Inter-Integrated Circuit) I/O Entrada/Saída (Input/Output) LCD Tela de Cristal Líquido (Liquid Crystal Display) LED Diodo Emissor de Luz (Light Emitting Diode) NPUAP Comissão Consultiva Nacional de Úlceras por Pressão (National Pressure Ulcer Advisory Panel) PIC Controlador de Interface Programável (Programmable Interface Controller) PWM Modulador de Largura de Pulso (Pulse width modulation) RF Radio Frequência (Radio Frequency) RISC Computador com um Conjunto Reduzido de Instruções (Reduced instruction set computing) SPI Interface Periférica Serial (Serial Peripheral Interface) UP Úlcera por Pressão USART Receptor Transmissor Universal Síncrono Assíncrono LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Roho - Dry Flotation Mattress Overlay Sections....................................... 15 Figura 2 - Úlcera por pressão. ................................................................................... 21 Figura 3 – Representação do tecido tegumentar. ..................................................... 23 Figura 4 – Pontos de pressão quando deitado de costas. ........................................ 25 Figura 5 – Pontos de pressão quando sentando em uma cadeira. ........................... 25 Figura 6 – Pontos de pressão quando deitado de lado. ............................................ 26 Figura 7 – Onde áreas de pressão se desenvolvem?. .............................................. 26 Figura 8 – Representação de Suspeita de Lesão Tissular Profunda. ....................... 30 Figura 9 – Representação de Úlcera por pressão no estágio I. ................................ 31 Figura 10 – Úlcera por pressão no estágio I.............................................................. 31 Figura 11 – Representação de Úlcera por pressão no estágio II. ............................. 32 Figura 12 – Úlcera por pressão no estágio II............................................................. 32 Figura 13 – Representação de Úlcera por pressão no estágio III. ............................ 33 Figura 14 – Úlcera por pressão no estágio III............................................................ 33 Figura 15 – Representação de Úlcera por pressão no estágio IV. ............................ 34 Figura 16 – Úlcera por pressão no estágio IV ........................................................... 34 Figura 17 – Representação de Úlcera por pressão não classificável. ....................... 35 Figura 18 – BariSelect® Bariatric Mattress Replacement System - The ROHO Group. .................................................................................................................................. 38 Figura 19 – NWC-6000ET Advanced Kinetic Floatation Therapy da National Wound Care. ......................................................................................................................... 38 Figura 20 – Squirrel Diamond SDII da Squirrel Medical. ........................................... 39 Figura 21 – SensorCell™ flotation therapy mattress da TheraTorr Medical. ............. 39 Figura 22 – Detalhe das células independentes do SensorCell™ flotation therapy mattress..................................................................................................................... 40 Figura 23 – Representação básica de um relé. ......................................................... 48 Figura 24 – Fonte ATX AKASA. ................................................................................ 50 Figura 25 – Sensor de Pressão por Membrana com Semicondutor. ......................... 51 Figura 26 – Tipos de Compressores. ........................................................................ 54 Figura 27 – Válvula Globo. ........................................................................................ 57 Figura 28 – Válvula Solenóide de Ação Direta. ......................................................... 58 Figura 29 – Válvula Solenóide Pilotada Internamente............................................... 59 Figura 30 – Diagrama Válvulas Solenóide Duas vias com retorno por mola: ............ 59 Figura 31 – Comparação entre orientação vertical e horizontal de células. .............. 63 Figura 32 – Estrutura do Protótipo & Câmaras Esticadas. ........................................ 65 Figura 33 – Disposição dos Grupos de Bolsões da Estrutura do Protótipo & Câmaras Esticadas. .................................................................................................................. 66 Figura 34 – Válvula Prolongadora Com Retenção. ................................................... 67 Figura 35 – Válvula 2/2 Vias Thermoval. ................................................................... 68 Figura 36 – Mangueiras de de 10, 8 e 6 mm. ............................................................ 68 Figura 37 – Engates Rápidos para sistemas Pneumáticos – Fabricante BEL AIR.... 69 Figura 38 – Manômetro Aneróide , fabricante P.A. Med. .......................................... 70 Figura 39 – Esquema de montagem do circuito pneumático. ................................... 71 Figura 40 – Sensor de Pressão Motorola MPX2010DP. ........................................... 72 Figura 41 – Sensor de Pressão Motorola MPXM2010GS. ........................................ 72 Figura 42 – Sensor de Pressão Motorola MPX5010DP. ........................................... 73 Figura 43 – Sensor de Pressão Motorola MPX2010GP. ........................................... 73 Figura 44 – Esquemático do Sensor de Pressão MPX5010DP................................. 74 Figura 45 – Tensão de saída Versus a Pressão diferencial Sensor de Pressão MPX5010DP.............................................................................................................. 74 Figura 46 – Módulo com quatro relés. ....................................................................... 75 Figura 47 – Esquema de ligação do módulo de Relés. ............................................. 75 Figura 48 – GRAFCET para a função calibrate(). ..................................................... 83 Figura 49 – GRAFCET para a função pattern(). ........................................................ 86 Figura 50 – Etapas de acionamento da função pattern(). ......................................... 88 Figura 51 – Sinal de Tensão do Sensor de Pressão & Saída digital para Compressor. .................................................................................................................................. 94 Figura 52 – Sinal de Tensão do Sensor de Pressão & Saída digital para Compressor – Tensão mínima e máxima. ..................................................................................... 95 Figura 53 – Sinal de Tensão do Sensor de Pressão & Saída digital para Compressor – Acionamento da válvula de bypass. ....................................................................... 96 Figura 54 – Sinal de Tensão do Sensor de Pressão & Saída digital para Compressor – Amplitude da medição. ........................................................................................... 97 Figura 55 – Sinal de Tensão do Sensor de Pressão & Saída digital para Válvula bypass – Tempo da Válvula Aberta. ...................................................................................... 98 Figura 56 – Sinal de Tensão Válvula de Entrada e Válvula de Saída do conjunto de bolsões. ..................................................................................................................... 99 Figura 57 – Sinal de Tensão Válvula de Entrada e Válvula de Saída do conjunto de bolsões – Atraso no acionamento. ............................................................................ 99 Figura 58 – Sinal de Tensão do Sensor de Pressão & Saída digital para Válvula bypass – função calibrate( ). ................................................................................................ 100 Figura 59 – Sinal de Tensão das Saídas digitais para as Válvulas de entrada e saída. – função calibrate( ). ................................................................................................ 101 Figura 60 – Sinal de Tensão das Saídas digitais para as Válvulas de entrada e saída – tempo de medição da pressão. ............................................................................ 102 Figura 61 – Sinal de Tensão das Saídas digitais para as Válvulas de saída e bypass – função calibrate( ). ................................................................................................ 103 Figura 62 – Sinal de Tensão da entrada do Conversor A/D – Golpe de Aríete, período de estabilização da pressão. ................................................................................... 104 Figura 63 – Sinal de Tensão da entrada do Conversor A/D – Golpe de Aríete, amplitude da tensão. ............................................................................................... 104 Figura 64 – Sinal de Tensão da entrada do Conversor A/D – Golpe de Aríete e abertura da válvula bypass. ................................................................................................... 105 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Definição das Portas & Pinos do PIC ...................................................... 78 Tabela 2 – Etapas e Transições GRAFCET função Calibrate ( ) .............................. 84 Tabela 3 – Etapas e Transições GRAFCET função Pattern( ) .................................. 87 Tabela 4 – Comparação entre Manômetro e Sensor, medição crescente ................ 91 Tabela 5 – Comparação entre Manômetro e Sensor, medição decrescente ............ 92 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Escala de Braden para Avaliação do Risco de Úlceras Por Pressão. .... 29 Quadro 2 – Quadro Comparativo entre equipamentos para prevenção de UP. ........ 41 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Comparação entre Sensor e Manômetro – Curva Decrescente. ............ 93 Gráfico 2 – Comparação entre Sensor e Manômetro – Curva Crescente. ................ 93 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14 1.1. CONTROLE DE PRESSÃO EM COLCHÕES A AR ......................................... 14 1.2. PROBLEMAS E PREMISSAS .......................................................................... 16 1.3. OBJETIVOS ...................................................................................................... 17 1.3.1. Objetivo Geral ............................................................................................... 17 1.3.2. Objetivos Específicos ................................................................................... 17 1.4. JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 17 1.5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................................... 19 1.6. ESTRUTURA DO TRABALHO ......................................................................... 19 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................. 21 2.1. ÚLCERAS POR PRESSÃO .............................................................................. 21 2.1.1. Anatomia e Fisiologia da Pele ...................................................................... 22 2.1.2. O Problema da Úlcera por Pressão .............................................................. 23 2.1.3. Causas ......................................................................................................... 24 2.1.4. Estágio.......................................................................................................... 30 2.1.4.1. Suspeita de Lesão Tissular Profunda ......................................................... 30 2.1.4.2. Estágio I...................................................................................................... 31 2.1.4.3. Estágio II..................................................................................................... 32 2.1.4.4. Estágio III.................................................................................................... 33 2.1.4.5. Estágio IV ................................................................................................... 34 2.1.4.6. Úlceras por pressão não classificáveis ....................................................... 35 2.1.5. Formas de Prevenção .................................................................................. 35 2.1.5.1. Métodos de Prevenção ............................................................................... 36 2.2. ELETRÔNICA ................................................................................................... 42 2.2.1. Microcontroladores ....................................................................................... 42 2.2.2. Arquitetura Harvard ...................................................................................... 43 2.2.3. CISC & RISC ................................................................................................ 43 2.2.4. Assembly ...................................................................................................... 44 2.2.5. Linguagem C ................................................................................................ 45 2.2.6. MikroC .......................................................................................................... 45 2.2.7. Proteus ......................................................................................................... 46 2.2.8. Relés Eletromagnéticos ................................................................................ 47 2.2.9. Fontes Chaveadas........................................................................................ 48 2.2.9.1. Fontes ATX................................................................................................. 49 2.2.10. SENSORES DE PRESSÃO ......................................................................... 50 2.3. PNEUMÁTICA .................................................................................................. 52 2.3.1. Fluidos .......................................................................................................... 52 2.3.2. Princípio de Pascal ....................................................................................... 52 2.3.3. Introdução à Pneumática .............................................................................. 53 2.3.4. Ar Comprimido .............................................................................................. 53 2.3.5. Compressor .................................................................................................. 54 2.3.5.1. Deslocamento Positivo ............................................................................... 55 2.3.5.2. Deslocamento Dinâmico ............................................................................. 55 2.3.6. Preparação do Ar Comprimido ..................................................................... 55 2.3.7. Atuadores ..................................................................................................... 56 2.3.8. Cilindros ........................................................................................................ 56 2.3.9. Válvulas ........................................................................................................ 57 2.3.10. Válvula Solenóide ......................................................................................... 57 2.3.10.1. Válvulas Solenóides de Ação Direta........................................................... 58 2.3.10.2. Válvulas Solenóides Pilotadas Internamente.............................................. 58 2.3.10.3. Válvula Solenóide Pilotada Externamente .................................................. 59 2.3.10.4. Válvula Solenóide Duas Vias...................................................................... 59 2.3.10.5. Válvulas Especiais...................................................................................... 60 2.3.10.6. Dimensionamento....................................................................................... 60 2.3.10.7. Tempo de Resposta ................................................................................... 60 2.3.10.8. Ruídos do Solenóide .................................................................................. 61 2.3.10.9. Golpe de Aríete .......................................................................................... 61 3. DESENVOLVIMENTO DO PROTÓTIPO .............................................................. 63 3.1. DESIGN DO COLCHÃO ................................................................................... 63 3.2. SISTEMA PNEUMÁTICO ................................................................................. 67 3.2.1. Compressor .................................................................................................. 67 3.2.2. Válvulas Solenóides 2/2 Vias ....................................................................... 67 3.2.3. Conexões e Mangueiras Pneumáticas ......................................................... 68 3.2.4. Manômetro Aneróide .................................................................................... 69 3.3. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA ELETROPNEUMÁTICO ........................ 70 3.4. SISTEMA ELETRÔNICO .................................................................................. 71 3.4.1. PIC16F877A ................................................................................................. 71 3.4.2. Sensor de Pressão ....................................................................................... 72 3.4.3. Módulo de Relés ........................................................................................... 74 3.4.4. Fonte ATX .................................................................................................... 76 3.4.5. LCD .............................................................................................................. 76 3.4.6. Descrição da Montagem do Circuito ............................................................. 76 3.5. DESENVOLVIMENTO DO FIRMWARE ........................................................... 77 3.6. SIMULAÇÃO ..................................................................................................... 89 4. TESTES E RESULTADOS ................................................................................... 90 4.1. VALIDAÇÃO DO SENSOR MPX5010DP ......................................................... 90 4.2. AQUISIÇÃO DE SINAIS ................................................................................... 94 5. CONCLUSÕES ................................................................................................... 106 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 111 APÊNDICE A........................................................................................................... 119 APÊNDICE B........................................................................................................... 120 APÊNDICE C .......................................................................................................... 121 APÊNDICE D .......................................................................................................... 137 14 1. INTRODUÇÃO 1.1. CONTROLE DE PRESSÃO EM COLCHÕES A AR Segundo Fishbein (1966), em qualquer posição, o peso do corpo humano exerce pressão desigual sobre a superfície da pele. Quando o indivíduo está sentado, os glúteos, a parte inferior da coluna dorsal, a parte superior dos ossos dos quadris e as coxas recebem grande parte desta pressão. De acordo com Abreu (2010), a compressão prolongada dos tecidos vascularizados é o principal fator que faz iniciar o aparecimento das UPs (úlceras por pressão). Outros fatores como a tensão de cisalhamento, umidade e temperatura são agravantes dessa condição. Tecidos do corpo que não estão em sua saúde perfeita podem estar sujeitos à lesão quando expostos a pressões maiores que 120 ou 150 g/cm2 durante qualquer período de tempo. Portanto, um homem com aproximadamente 70 kg imobilizado e com seu peso concentrado em um ponto crítico, obviamente correrá risco de desenvolvimento da úlcera por pressão (FISHBEIN, 1966). Segundo Queiroz (2010), além de as UPs causarem sofrimento nos pacientes, também são portas de entrada para infecções que dificultam a recuperação, aumentam o tempo e o custo de internação, podendo elevar a taxa de mortalidade. Krasner (1997) afirma que a úlcera por pressão é um problema relevante na área de saúde pública, o qual acarreta a perda da qualidade de vida e gera alto custo para assistência, pois, aumenta a carga de trabalho dos profissionais e o consumo de recursos materiais em diversos setores do hospital. Paiva (2008) afirma que “focar o nosso olhar, apenas, na equipe assistencial é estar perdendo de vista o conjunto de fatores e condições predisponentes inerentes à complexidade assistencial na qual está inserido o paciente hospitalizado”. Neste ponto procura-se focar nos meios utilizados para prevenir o aparecimento desta patologia. Para evitar as úlceras por pressão encontram-se disponíveis opções de dispositivos que normalmente utilizam de alguma substância fluida para redistribuir e amenizar a pressão que o corpo exerce sobre uma superfície. No mercado de produtos para prevenção encontram-se modelos que utilizam de pressão alternante entre o corpo e o colchão pela insuflação de ar comprimido em bolsões pneumáticos. O controle da pressão nesses bolsões é geralmente realizado por algum tipo de sistema eletrônico. 15 Estes dispositivos garantem também uma sustentação do corpo de maneira mais confortável. Entre os fluidos utilizados nestas aplicações estão: água, ar ou géis especiais. Na Figura 1, ilustra-se um colchão de ar para alívio da pressão, produzido pela Roho Inc.. Figura 1 – Roho - Dry Flotation Mattress Overlay Sections. Fonte: Healthlinc Medical Equipment (2013). Francisco Gödke desenvolveu, em seu trabalho "Sistemas dinâmicos para evitar úlceras de pressão" (2003), um sistema pneumático similar para este propósito, utilizando componentes industriais em sua implementação. Como sugestão para futuros trabalhos, o autor aponta melhorias em seu próprio sistema, dentre as quais se destacam o desenvolvimento de um circuito dedicado de controle bem como o dimensionamento adequado dos componentes. Com base nos trabalhos sobre UP consultados, os quais serão posteriormente apresentados neste trabalho, verificou-se que entre os principais métodos utilizados em seu tratamento e prevenção, estão a utilização de colchões para distribuição de pressão ou para alternância dos pontos de apoio. A fim de garantir que a pressão, sobre a pele, permaneça dentro dos limites, abaixo dos quais não há danos aos tecidos do corpo. E também, para distribuir o peso sobre diferentes pontos, de modo que, periodicamente, os pontos de apoio sejam alternados. O objetivo deste trabalho é desenvolver um sistema de controle dotado destas duas características. O qual poderá ser utilizado em sistemas com a aplicação específica tanto para leitos hospitalares e como para homecare. 16 1.2. PROBLEMAS E PREMISSAS A úlcera é uma ferida que causa sofrimento e desconforto, os quais podem ser minimizados utilizando-se da tecnologia adequada. Tanto no tratamento, quanto na prevenção das úlceras, há um gasto de recursos com a utilização de mão de obra especializada, a qual executa um trabalho que pode ser parcialmente automatizado. Pacientes acamados necessitam de cuidados e atenção especial. Normalmente sua condição de saúde já é debilitada, isso exige paciência, compreensão e apoio (INCA, 2010). A má distribuição de pressão sobre os tecidos, a qual é ocasionada por dispositivos normalmente estáticos, como colchões à ar, gel ou espumas, é um fator agravante ao desenvolvimento de úlceras por pressão. Sistemas estáticos, independentemente de sua constituição, não podem garantir que a pressão aplicada à todos os pontos esteja dentro dos limites de 12 mmHg e 35 mmHg. A distribuição de carga, com alternância dos pontos de apoio em sistemas parcialmente estáticos, os quais dependem da ação do usuário ou de seu cuidador, demanda um esforço excessivo de quem o opera. Nestes modelos, a periodicidade das mudanças também é prejudicada, pois, depende de ação humana. A correta distribuição de carga e alternância periódica dos pontos de apoio podem auxiliar no tratamento e prevenção destas feridas, isso se realizadas automaticamente por um sistema dedicado. Neste ponto, busca-se construir um sistema eletropneumático que realize estas tarefas de forma automática e com confiabilidade. 17 1.3. 1.3.1. OBJETIVOS Objetivo Geral Desenvolver um sistema eletropneumático auto-ajustável acionado por microcontrolador para controlar a pressão em colchões a ar e realizar alternância de pontos de apoio. 1.3.2. Objetivos Específicos 1) Definir as características do colchão a ser controlado; 2) Definir as características do circuito eletropneumático; 3) Efetuar a montagem do circuito eletropneumático e integrá-lo ao colchão; 4) Desenvolver o firmware do sistema eletrônico microcontrolado para controle de pressão; 5) Implementar o sistema eletrônico responsável pelo acionamento do colchão pneumático; 6) Integrar o firmware desenvolvido ao sistema eletrônico microcontrolado; 7) Integrar o sistema eletropneumático ao sistema eletrônico do microcontrolador; 8) Avaliar o desempenho do sistema desenvolvido em testes de bancada, para validação do controle. 1.4. JUSTIFICATIVA Segundo Luz, Lopacinski, Fraga e Urban (2010), “apesar dos avanços nos cuidados em saúde, as úlceras por pressão continuam sendo uma importante causa de morbidade e mortalidade, com impacto na qualidade de vida do paciente e de seus familiares, gerando um problema social e econômico”. Luz et al. (2010) afirmam que “o alívio da pressão é a medida profilática mais importante e pode ser alcançado por meio do posicionamento adequado do paciente no leito e do uso de dispositivos redutores da pressão.” 18 Além de poupar a saúde daqueles que já estão debilitados, melhorando a qualidade de suas vidas, a integração com a tecnologia pode auxiliar o trabalho dos cuidadores, poupando-lhes esforço. No âmbito familiar, quando na ausência de especialistas ou enfermeiros, podese auxiliar o cuidador, poupando-o de um desgaste excessivo ao longo do dia devido às trocas dos pontos de apoio, nos períodos entre as trocas de decúbito. Assim, o cuidador pode dedicar-se a outras tarefas que exijam mais paciência e menos esforço físico, estas normalmente relacionadas com o bem estar e a autoestima do acamado. Outra vantagem é a economia de materiais e equipamentos hospitalares, pois, com a prevenção das úlceras por pressão é possível evitar as diversas complicações que viriam a ocorrer em sua presença, o que reduz o consumo e a utilização de recursos da área da saúde. Luz et al. (2010) afirmam ainda que o tempo de cicatrização das úlceras podem variar de 30 a mais de 70 dias, dependendo do seu tamanho e também que se observa uma escassez de ferramentas para prevenção da patologia a nível nacional como por exemplo a utilização de colchões que redistribuem a pressão em seus pontos, diminuindo a chance de se formar novas lesões. Uma vez que a evolução tecnológica permite a elaboração deste dispositivo de forma prática, torna-se possível criar um sistema a ser produzido nacionalmente. Evitando o aparecimento de novas patologias, que demandam tempo para tratamento, pode-se reduzir a permanência dos pacientes no leito hospitalar e além de melhorar o bem estar das pessoas que se encontram acamados em suas residências. O desenvolvimento de um sistema como o proposto exige conhecimento multidisciplinar. Com base em estudos realizados na área da saúde é necessário o uso das ferramentas adequadas e do conhecimento técnico especifico para conclusão de tal projeto. Segundo Walenia, 2006, “o Engenheiro Industrial Eletricista com ênfase em Automação é um profissional extremamente flexível e imprescindível em muitos segmentos industriais”. Estas características tornam este profissional um indivíduo perfeitamente capacitado a realizar a construção de um equipamento desta natureza. 19 1.5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este trabalho está divido em três partes, das quais a primeira consiste na pesquisa dos temas que o envolvem, a segunda parte descreve o desenvolvimento do sistema proposto e a terceira parte apresenta os testes realizados. A primeira parte está subdividida em três temas, são eles: úlceras por pressão, eletrônica e pneumática. Utilizando da produção advinda das áreas ligadas a saúde, introduz-se o conceito de Úlceras por Pressão, descrevendo-se sua formação, estágios, suas implicações à área de saúde e os métodos de prevenção conhecidos. O conhecimento destes conceitos é fundamental para definir as características e funções que o conjunto (colchão e controlador) deve possuir. Nos temas de eletrônica e pneumática são descritos os softwares, componentes e conceitos aplicados durante o desenvolvimento do sistema objeto deste trabalho. Em seguida, estão descritas as características do colchão controlado, do circuito eletropneumático e do circuito microcontrolador, suas concepções e montagem. A partir destas características foi desenvolvido, com auxílio de software específico, o código do firmware gravado no microcontrolador. O refino da programação deve-se a reiterações realizadas durante a síntese dos circuitos pneumático e eletrônico. Por fim, são apresentados as conclusões dos testes realizados sobre o sistema desenvolvido, a fim de validar o controle utilizado. 1.6. ESTRUTURA DO TRABALHO No capítulo 1, Introdução, o objetivo deste estudo é discutido, o problema e as premissas para o desenvolvimento desta pesquisa, e o método utilizado para obter o resultado esperado. No capítulo 2, a revisão bibliográfica, é apresentado um aspecto mais específico das úlceras, seu aparecimento, tratamento entre outros. Abordada a questão dos sistemas eletropneumáticos e microcontrolados, funcionamento, suas aplicações e o modo como são integrados. No capítulo 3 será descrito o desenvolvimento do sistema integrado. No capítulo 4, serão apresentados os testes para avaliar seu funcionamento 20 No capítulo 5, apresentar-se-ão as conclusões obtidas com a realização do trabalho. Ao final, serão inseridos os apêndices, os anexos e as referências bibliográficas. 21 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. ÚLCERAS POR PRESSÃO Segundo o NPUAP (2007), uma úlcera por pressão é definida como “uma ferida localizada na pele e/ou tecido subjacente, geralmente próxima a alguma proeminência óssea, como resultado da pressão prolongada do peso do próprio corpo, atrito, cisalhamento, ou a combinação desses fatores”. As úlceras por pressão, também denominadas úlceras de decúbito ou úlceras de compressão, são consideradas feridas crônicas que acometem áreas onde existe pressão sobre proeminências ósseas, tais como o sacro, ísquio, trocânter, ou menos frequentemente o calcâneo, região occipital, o dorso do pé, o maléolo e a patela. Tais feridas podem se desenvolver em 24 h ou levar até cinco dias para se manifestar (PAIVA, 2008). A figura 3 apresenta uma úlcera por pressão sem tecido necrótico. Figura 2 - Úlcera por pressão. Fonte: Shai e Maibach (2005). Dentre os termos utilizados para definir úlcera por pressão, estão: escara de pele e ferida de pressão. No entanto, o termo úlcera por pressão torna-se mais adequado por descrever a maior influência da pressão exercida sobre os tecidos e proeminências ósseas como causa das lesões. Desse modo, UP é definida como uma 22 área localizada de necrose devida à pressão no tecido mole por longos períodos, onde há uma proeminência óssea e uma superfície dura (LIMA & GUERRA, 2011). Há uma distinção entre os termos escara, úlcera por pressão e úlcera de decúbito. Úlcera de Decúbito remete à patologia que surge com pessoas que estão deitadas, sem considerar casos em que os indivíduos estão sentados. A definição de escara remete a presença do tecido necrótico (tecido morto) sobre a úlcera, o que não implica que toda úlcera possua tecido necrótico sobre ela (WADA; TEIXEIRA; FERREIRA, 2010). Costa (2003) se refere à formação da úlcera por pressão, como sendo o resultado da concentração do peso da pessoa em superfície inadequada por longos períodos. 2.1.1. Anatomia e Fisiologia da Pele O tegumento humano, mais conhecido como pele, é o órgão mais extenso do corpo humano. Este recebe um terço do volume de sangue circulante, representa 15% do peso corpóreo e possui dois metros quadrados de superfície corpórea em uma pessoa adulta. Constantemente este é exposto a mudanças de ambiente, isolando os componentes do organismo do meio externo. Possui várias espessuras conforme sua localização, bem como sulcos e saliências. Também ocorrem variações quanto à flexibilidade, elasticidade e rigidez. A pele é composta por três tecidos: epiderme, derme e hipoderme. Ela tem capacidade de autorregeneração podendo suportar agressão mecânica e química (BRYANT, 2000). A camada mais externa chama-se epiderme, camada na qual há ausência de vasos. A derme, abaixo da epiderme, é a camada mais espessa e está dividida em outras duas camadas. A chamada Derme papilar, onde se encontram os capilares que suprem as necessidades de oxigênio e nutrientes da epiderme. E a chamada Derme reticular, onde há maior presença de vasos sanguíneos, glândulas sebáceas (secreção de sebo), glândulas sudoríparas (suor) e terminações nervosas (VIEIRA, 2008). A hipoderme ou camada mais profunda da pele abaixo da derme tem a função de isolamento térmico, proteção mecânica do organismo a choques externos, assim como reserva de nutritivos (VIEIRA, 2008). 23 Na figura 2, está representado o tecido tegumentar, sua formação e estruturas que o compõem. Figura 3 – Representação do tecido tegumentar. Fonte: Bear, Connors e Paradiso (2002). 2.1.2. O Problema da Úlcera por Pressão As úlceras são sempre incapacitantes. Se prolongadas, são debilitantes e ocasionalmente podem levar o paciente à morte (DIETRICK, 1958). Silva (1998) relata que nos E. U. A, em média, 2,1 milhões de pessoas apresentam úlcera por pressão por ano, equivalendo a um custo hospitalar mensal de 4 a 7 mil dólares por paciente. Lima e Guerra (2011) afirmam que 1,7 milhões de pessoas desenvolvem UP anualmente nos Estados Unidos e que os custos com tratamento chegam a US$ 8,5 bilhões ao ano. O paciente hospitalizado, geralmente, apresenta comprometimento de sua condição saudável, e necessita de cuidados dirigidos aos problemas de ordem fisiológica, psíquica, espiritual e social, numa perspectiva integralizada. (PAIVA, 2008). Considerando os problemas decorrentes das úlceras por pressão, os quais não são somente fisiológicos, o cálculo dos custos para o tratamento aumenta consideravelmente. 24 O Manual de Indicadores de Enfermagem (NAGEH, 2006) aponta a incidência de Úlcera por pressão como um indicador de qualidade baseado na razão entre o número novos casos de pacientes com úlcera por pressão e o número de pessoas expostas ao risco de adquirir úlcera em um determinado período, conforme equação 1. = Onde, ∙ 100 (1) é a incidência de úlcera por pressão em porcentagem, é o número de novos casos de pacientes com úlceras por pressão em um determinado período e é o número de pessoas expostas ao risco de desenvolver úlceras por pressão no mesmo período. 2.1.3. Causas A ocorrência de úlceras por pressão está relacionada a três fatores principais: pressão, fricção e cisalhamento. A pressão exercida sobre a pele é capaz de interromper o fluxo sanguíneo, Isso ocorre caso a pressão seja superior a 25 mmHg (VIEIRA, 2008). Quando o fluxo sanguíneo é interrompido ocorre à chamada isquemia da região afetada. Gödke (2003) descreve que devido às pressões hidrostáticas nos capilares estarem entre 13 a 32 mmHg, um valor considerado baixo, irá ocorrer isquemia tecidual completa se o corpo for submetido à pressões do mesmo nível da pressão sanguínea. A fricção da pele ocorre nas camadas superiores (epiderme e derme), devido ao atrito entre a epiderme e a superfície de contato, já o cisalhamento ocorre através da combinação entre os efeitos de pressão e fricção. O cisalhamento pode ocorrer quando a pessoa é movimentada sobre a cama. O movimento de arrasto pode movimentar os tecidos próximos e o esqueleto, mas a pele em contato com a cama permanece estática (VIEIRA, 2008). Em pacientes idosos, com o passar do tempo, a pele se torna mais seca, menos elástica. Além disso, a percepção sensorial também se reduz, o paciente percebe de forma menos sutil a pressão exercida em seu corpo. Estas características fazem com 25 que os idosos estejam mais propensos a ocorrência de úlceras por pressão (MEDEIROS, 2006). As regiões mais comuns para o aparecimento das úlceras por pressão estão presentes nas Figuras 4, 5, 6 e 7. Avaliando-as, percebe-se que na maioria dos pontos de apoio suscetíveis à ocorrência de úlceras por pressão, encontra-se em proeminências ósseas. Figura 4 – Pontos de pressão quando deitado de costas. Fonte: Pressure Ulcer Basics (2013). Figura 5 – Pontos de pressão quando sentando em uma cadeira. Fonte: Pressure Ulcer Basics (2013). 26 Figura 6 – Pontos de pressão quando deitado de lado. Fonte: Pressure Ulcer Basics (2013). Figura 7 – Onde áreas de pressão se desenvolvem?. Fonte: Pressure Ulcer Basics (2013). O desenvolvimento das úlceras por pressão é favorecido pelo estado nutricional do paciente. A desnutrição agrava o quadro, pois, dificulta o processo de 27 cicatrização além de causar anemia, o que diminui o transporte de oxigênio pelo sangue, tornando ainda mais lenta a recuperação tecidual (MEDEIROS, 2006). Para elaborar uma ferramenta na qual os enfermeiros pudessem apontar pacientes mais susceptíveis à ocorrência das UPs de forma objetiva, cientistas e pesquisadores desenvolveram escalas de risco. Estas escalas permitem prever o risco que um determinado indivíduo tem de ser acometido por esta enfermidade. Uma das mais famosas e mais utilizada é a Escala de Braden (BRADEN, et al., 1987). A escala de Braden aborda seis aspectos diferentes, citam-se: a percepção sensorial, a umidade, a atividade física, a nutrição, a fricção e o cisalhamento. Cada aspecto é graduado de 1 à 4, exceto fricção e cisalhamento, que estão graduados de 1 à 3. Sua pontuação varia de 6 à 23. Qualquer número menor ou igual a 16 pode ser um forte indicativo de que o paciente se enquadra no grupo de risco. A Escala de Braden está representada no quadro número 1. A primeira coluna apresenta os itens sobre avaliação. As demais colunas apresentam a descrição do estado do paciente e a relacionam com uma pontuação. Percepção 1. Completamente 2. Muito limitada: 3. Ligeiramente 4. Nenhuma Sensorial limitada: Reage unicamente a limitada: limitação: Capacidade de Não reage a estímulos dolorosos. Obedece a instruções Obedece a reação estímulos dolorosos Não consegue verbais, mas nem instruções verbais. significativa ao (não geme, não se comunicar o sempre consegue Não apresenta desconforto retrai nem se agarra desconforto, exceto comunicar o déficit sensorial a nada) devido a um através de gemidos desconforto ou a que possa limitar a nível reduzido de ou inquietação, necessidade de ser capacidade de consciência ou à OU mudado de posição, sentir ou exprimir sedação, Tem uma limitação OU dor ou OU sensorial que lhe Tem alguma limitação desconforto. Capacidade limitada reduz a capacidade sensorial que lhe de sentir a dor na de sentir dor ou reduz a capacidade maior parte do seu desconforto em mais de sentir dor ou corpo. de metade do corpo. desconforto em 1 ou 2 extremidades. 28 Umidade 1. Pele 2. Pele muito úmida: 3. Pele 4. Pele raramente Nível de constantemente A pele está ocasionalmente úmida: exposição úmida: frequentemente, mas úmida: A pele está da pele à A pele mantém-se nem sempre, úmida. A pele está por vezes geralmente seca; os umidade sempre úmida devido Os lençóis têm de ser úmida, exigindo uma lençóis só têm de à sudorese, urina, mudados pelo menos muda adicional de ser mudados nos etc. É detectada uma vez por turno. lençóis intervalos habituais. umidade sempre que aproximadamente o doente é deslocado uma vez por dia. ou virado. Atividade 1. Acamado: 2. Sentado: 3. Anda Nível de O doente está Capacidade de ocasionalmente: frequentemente: atividade confinado à cama. marcha gravemente Por vezes caminha Anda fora do quarto limitada ou durante o dia, mas pelo menos duas inexistente. Não pode apenas curtas vezes por dia, e fazer carga e/ou tem distâncias, com ou dentro do quarto de ser ajudado a sem ajuda. Passa a pelo menos de sentar-se na cadeira maior parte dos duas em duas normal ou de rodas. turnos deitado ou horas durante o sentado. período em que física 4. Anda está acordado. Nutrição 1. Muito pobre: 2. Provavelmente 3. Adequada: 4. Excelente: Alimentação Nunca come uma inadequada: Come mais de Come a maior habitual refeição completa. Raramente come metade da maior parte das refeições Raramente come uma refeição parte das refeições. na íntegra. Nunca mais de 1/3 da completa e Faz quatro refeições recusa uma comida que lhe é geralmente come diárias de proteínas refeição. Faz oferecida. Come apenas cerca de 1/2 (carne, peixe, geralmente um diariamente duas da comida que lhe é lacticínios). Por total de quatro ou refeições, ou menos, oferecida. A ingestão vezes recusa uma mais refeições de proteínas (carne de proteínas refeição, mas toma (carne, peixe, ou lacticínios). consiste unicamente geralmente um lacticínios). Come Ingere poucos em três refeições suplemento caso ocasionalmente líquidos. Não toma diárias de carne ou lhe seja oferecido, entre as refeições. um suplemento lacticínios. OU É alimentado Não requer dietético líquido, OU Ocasionalmente por sonda ou num suplementos. Está em jejum e/ou toma um suplemento regime de nutrição a dieta líquida ou a dietético, OU parenteral total soros durante mais Recebe menos do satisfazendo de cinco dias. que a quantidade provavelmente a ideal de líquidos ou maior parte das alimentos por sonda. necessidades nutricionais. 29 Mobilidade 1. 2. Muito limitada: 3. Ligeiramente 4. Nenhuma Capacidade Completamente Ocasionalmente limitado: limitação: de alterar e imobilizado: muda ligeiramente Faz pequenas e Faz grandes ou controlar a Não faz qualquer a posição do corpo frequentes frequentes posição do movimento com ou das alterações de alterações de corpo o corpo ou extremidades, mas posição do posição do corpo extremidades não é capaz de corpo e das sem ajuda. sem ajuda. fazer mudanças extremidades frequentes ou sem ajuda. significativas sozinho. Fricção e 1. Problema: 2. Problema 3. Nenhum forças de Requer uma potencial: problema: deslizamento ajuda moderada a Movimenta-se com Move-se na cama máxima para se alguma dificuldade e na cadeira sem movimentar. É ou requer uma ajuda ajuda e tem força impossível mínima. É provável muscular levantar o doente que, durante uma suficiente para se completamente movimentação, a levantar sem deslizar pele deslize de completamente contra os lençóis. alguma forma contra durante uma Descai os lençóis, cadeira, mudança de frequentemente apoios ou outros posição. na cama ou dispositivos. A maior Mantém uma cadeira, exigindo parte do tempo correta posição um mantém uma posição na cama ou reposicionamento relativamente boa na cadeira. constante com cama ou na cadeira, ajuda máxima. mas ocasionalmente Espasticidade, descai. contraturas ou agitação leva a fricção quase constante. Nota: Quanto mais baixa a pontuação, maior será o potencial para desenvolver uma úlcera por pressão. Quadro 1 – Escala de Braden para Avaliação do Risco de Úlceras Por Pressão. Fonte: ICE – Investigação Científica em Enfermagem (2001). 30 2.1.4. Estágio De acordo com o Guia Rápido desenvolvido em parceria entre EPUAP (European Pressure Ulcer Advisory Panel) e NPUAP (American National Pressure Ulcer Advisory Panel) úlceras por pressão são classificadas em quatro estágios principais e outros dois normalmente classificados como parte do quarto estágio (EPUAP & NPUAP, 2009). 2.1.4.1. Suspeita de Lesão Tissular Profunda Área com coloração roxa ou marrom de pele intacta ou com bolha de sangue devido a dano ao tecido mole decorrente de pressão ou cisalhamento, figura 8. Como descrição adicional, a área pode ser precedida por um tecido que se apresenta dolorido, endurecido, amolecido, esponjoso e mais quente ou frio comparativamente ao tecido adjacente. A lesão tissular profunda pode ser de difícil detecção em indivíduos com pele de tonalidades mais escuras. A ferida pode evoluir e ficar coberta de uma fina escara. Sua evolução pode ser rápida expondo outras camadas de tecido mesmo com tratamento. (EPUAP & NPUAP, 2009). Figura 8 – Representação de Suspeita de Lesão Tissular Profunda. Fonte: NPUAP (2007). 31 2.1.4.2. Estágio I Área de pele intacta com hiperemia (aumento da quantidade de sangue circulante num determinado local) que não embranquece, figuras 9 e 10. Como descrição adicional o estágio I pode ser de difícil detecção em indivíduos com pele de tonalidades mais escuras. A área pode ser dolorida, firme, macia, quente ou mais fria em relação às regiões adjacentes. (EPUAP & NPUAP, 2009). Figura 9 – Representação de Úlcera por pressão no estágio I. Fonte: NPUAP (2007). Figura 10 – Úlcera por pressão no estágio I. Fonte: Shai e Maibach (2005). 32 2.1.4.3. Estágio II Perda parcial da espessura da derme apresentando uma úlcera rasa de coloração vermelha sem esfacelamento, figuras 11 e 12. Este estágio não deve ser utilizado para descrever rasgos na pele. (EPUAP & NPUAP, 2009). Figura 11 – Representação de Úlcera por pressão no estágio II. Fonte: NPUAP (2007). Figura 12 – Úlcera por pressão no estágio II. Fonte: Shai e Maibach (2005). 33 2.1.4.4. Estágio III Perda total da espessura de tecido, figuras 13 e 14. A hipoderme pode estar visível sem a exposição de ossos, tendões ou músculos. Algum esfacelamento pode estar presente. Pode variar dependendo da anatomia do local da lesão, podendo apresentar escavações ou descolamentos. (EPUAP & NPUAP, 2009). Figura 13 – Representação de Úlcera por pressão no estágio III. Fonte: NPUAP (2007). Figura 14 – Úlcera por pressão no estágio III. Fonte: Shai e Maibach (2005). 34 2.1.4.5. Estágio IV Perda total de espessura de tecido com a exposição de ossos, tendões ou músculos, figuras 15 e 16. Algum esfacelamento pode estar presente. Pode variar dependendo da anatomia do local da lesão, pode apresentar escavações ou descolamentos. Podem se estender para músculos ou estruturas de suporte, fazendo com que osteíte (inflamação óssea) e osteomielite possam ocorrer. (EPUAP & NPUAP, 2009). Figura 15 – Representação de Úlcera por pressão no estágio IV. Fonte: NPUAP (2007). Figura 16 – Úlcera por pressão no estágio IV Fonte: Shai e Maibach (2005). 35 2.1.4.6. Úlceras por pressão não classificáveis Perda total de espessura de tecido na qual o leito da lesão está coberto por esfacelo (amarelo, castanho, cinza, esverdeado ou marrom) ou por escara, figura 17. Como descrição adicional, até que todo o esfacelo ou escara sejam removidos para expor a base da lesão, a verdadeira profundidade da ferida não pode ser determinada. Figura 17 – Representação de Úlcera por pressão não classificável. Fonte: NPUAP (2007). 2.1.5. Formas de Prevenção Segundo o dicionário Larousse (2004), prevenção significa “ato ou efeito de prevenir-se” e prevenir é definido como “dispor previamente; preparar; adiantar-se, antecipar-se a; dispor de modo que se evite dano ou erro”. A prevenção se mostra como a medida essencial mais importante que as formas de tratamento. Goulart et al. (2008), afirmam que a prevenção da úlcera por pressão possuí custo reduzido comparado ao tratamento, além de manter o paciente pouco tempo no hospital, deixando-o menos exposto à infecções, por isso, deve-se dar prioridade à 36 prevenção dos pacientes, evitando assim complicações futuras com o tratamento desta condição. A Agency for Health Care Research and Quality (AHCRQ), órgão americano, adotou algumas diretrizes práticas a fim de prever o aparecimento de UPs em adultos. Basicamente, estas diretrizes consistem em: avaliação de risco, cuidados com a pele e tratamento precoce, alívio da pressão / redução de carga sobre o corpo do paciente e o uso de superfícies de suporte adequadas (VIEIRA, 2008). De acordo com o NPUAP (2007), todos aqueles indivíduos acamados, cadeirantes ou com capacidade de reposicionamento comprometido devem ser considerados como estando no grupo de risco para úlceras por pressão. 2.1.5.1. Métodos de Prevenção Vieira et al. (2008) e NPUAP (2007) descrevem os principais métodos utilizados para a prevenção. Em sua maioria estão relacionados ao alívio da carga de pressão ou redução da carga mecânica com a utilização de superfícies de suporte. Citam-se como soluções (VIEIRA, 2008): • Pelo menos a cada duas horas, realizar o reposicionamento das pessoas que estão restritas ao leito. E pessoas restritas à cadeira de rodas, de hora em hora; • Usar uma escala de horário de reposicionamento por escrito para documentar o reposicionamento do paciente; • Utilizar de travesseiros ou cunhas de espuma para evitar o contato entre proeminências ósseas. Além de aliviar completamente a pressão dos tornozelos ou proeminências ósseas dos pés. Elevar em 30° se o paciente estiver em decúbito lateral, evitando, assim, a pressão direta no trocânter. Não se devem utilizar almofadas em forma de roda; • Pacientes em risco não devem permanecer em colchões padrão e sim em colchões que possam reduzir a pressão. Em um estudo, pacientes de uma UTI foram mantidos em colchões de ar e desenvolveram menos UP do que os pacientes mantidos com colchões padrão. Superfícies de suporte para redução de pressão podem ser caracterizadas considerando o modo como agem em relação ao excesso de pressão, sua natureza (estática ou dinâmica) e ao tipo de equipamento utilizado (VIEIRA, 2008). 37 Existem equipamentos utilizados para redistribuir a pressão para uma área mais ampla, sem acabar a necessidade de trocas de posição periódicas. Mas também existem os equipamentos que reduzem a pressão para níveis de pressão dentro dos limites de fechamento dos capilares, os quais são utilizados em pacientes que não podem ser movimentados. O tipo de equipamento está dividido entre: colchonetes, colchões especializados e camas especializadas. Colchonetes geralmente são feitos de espuma, ar, gel, água ou uma combinação. Colchões especializados são destinados a reduzir a pressão. As camas especiais substituem os leitos hospitalares comuns e necessitam de energia elétrica para funcionamento. Equipamentos dinâmicos, por exemplo, são aqueles capazes de alterar a pressão exercida entre o contato de sua superfície com os tecidos do corpo, utilizando para este propósito energia elétrica. Já equipamentos de superfície estática reduzem a pressão somente redistribuindo a carga do peso do próprio paciente sobre uma maior área (VIEIRA, 2008). Atualmente, no mercado, existe uma vasta gama de produtos destinados à prevenção das úlceras por pressão. Um rápido levantamento leva à conclusão de que a maioria dos produtos é estática, ou seja, não conta com nenhum tipo de sistema que permita a troca automática dos pontos de pressão no corpo do paciente acamado. Dentre as opções de produtos que fornecem mudança dinâmica na pressão, destacam-se alguns fabricantes apresentados aqui. Desde 1973, The ROHO Group, uma empresa americana fundada por um engenheiro eletricista chamado Robert H. Graebe que, preocupado com encontrar uma forma de prevenir úlceras por pressão depois de trabalhar em um projeto num hospital, vem fabricando tecnologias que busquem reduzir a incidência desta condição tanto em pacientes acamados quanto em cadeirantes. Um dos sistemas de mudança de pressão dinâmica mais avançados da ROHO é o BariSelect® Bariatric Mattress Replacement System que consiste em um colchão bariátrico de baixa perda de ar controlado por microprocessador, figura 18. Possui bolsões de ar que alternam inflando e desinflando, de acordo com uma programação selecionável por um painel de controle. Sendo silencioso, portátil e de baixo consumo de energia, este equipamento se mostra muito eficaz na prevenção de úlceras por pressão. 38 Figura 18 – BariSelect® Bariatric Mattress Replacement System - The ROHO Group. Fonte: ROHO GROUP (2013). Da mesma forma, a National Wound Care, outra empresa estadunidense trabalha desde 1992 no ramo de equipamentos de cuidados para feridas, possuindo alguns dos produtos mais sofisticados do mercado. Figura 19 – NWC-6000ET Advanced Kinetic Floatation Therapy da National Wound Care. Fonte: NATIONAL WOUND CARE (2013). A figura 19 apresenta o produto mais avançado da National Wound Care é o NWC-6000ET Advanced Kinetic Floatation Therapy, uma superfície de suporte com baixa perda de ar, composta de 20 bolsões de uretano, que opera com pressões 39 abaixo da pressão de obstrução capilar, produzindo movimento para melhorar a circulação. A partir de sua interface de comando simples, é possível ajustar a pressão em 6 regiões diferentes do corpo do paciente, bem como selecionar 4 padrões diferentes de operação de alternância dos bolsões. Figura 20 – Squirrel Diamond SDII da Squirrel Medical. Fonte: SQUIRREL MEDICAL (2013). Já a Squirrel Medical é uma empresa britânica e se especializou em desenvolver e fabricar dispositivos de alívio da pressão, que ajudam na prevenção e tratamento de úlceras por pressão. Um produto de destaque da Squirrel Medical é o Squirrel Diamond SDII que além de totalmente configurável, é compatível com a maioria das macas hospitalares, eficiente no tratamento de úlceras por pressão nível IV, diminuindo dores musculares e ósseas, realizando movimentos mínimos que não incomodam o paciente, figura 20. Figura 21 – SensorCell™ flotation therapy mattress da TheraTorr Medical. Fonte: TheraTorr Medical (2013). 40 A TheraTorr Medical é outra fabricante americana de produtos voltados para a área de tecnologia biomédica. Entre os produtos a serem utilizados para a prevenção das úlceras por pressão o SensorCell™ flotation therapy mattress, que além de apresentar todas as características dos produtos similares fabricados por seus concorrentes, possui células infláveis que mantém uma mesma pressão independentemente do quanto são comprimidas, figuras 21 e 22. Figura 22 – Detalhe das células independentes do SensorCell™ flotation therapy mattress. Fonte: TheraTorr Medical (2013). O quadro 2 apresenta dados para realizar uma comparação entre os tipos de equipamentos utilizados para prevenir e tratar as úlceras por pressão. 41 Tipo Estático Superfície Descrição Vantagem Desvantagem Colchão de Colchão revestido ou espuma enchimento de espuma. Colchão d’água Custo baixo, fácil de transportar. Pode ser difícil de limpar Colchão com enchimento Redistribuição de pressão secundária à Difícil de manter, pesado, difícil Pacientes que podem alternar de d’água. imersão em superfície de água. de transportar. Risco de furar posição, sem úlcera por pressão. Fuga de ar, e risco de Pacientes que podem alternar de esvaziamento instantâneo. posição, sem úlcera por pressão, Requer regulagem frequente ou com úlcera em estágio inicial. Baixo custo, fácil de transportar e Colchão com Colchão de plástico inflável guardar, redistribuição de pressão flutuação de ar ou revestido de nylon. secundária a imersão em superfície de ar. Cama/ colchão de baixa perda de ar Colchão de Dinâmico pressão de ar alternado Estrutura de múltiplas almofadas infláveis que Leve, redistribui a pressão via imersão Custo elevado, aquece, risco de podem ser anexadas à nos compartimentos de ar. esvaziamento instantâneo. cama Múltiplos compartimentos cheios de ar. Os níveis de pressão flutuam dentro e entre os compartimentos. Leve, redistribui a pressão via imersão nos compartimentos de ar, alternando os níveis de pressão. Contém contas (pérolas) Cama/colchão de ar fluidizado Câmara Bariátrica barulhento, complexo para uso e risco de esvaziamento instantâneo. Pacientes que podem alternar de posição, sem úlcera por pressão. Pacientes dependentes com úlceras grandes, profundas ou múltiplas úlceras. Pacientes dependentes com úlceras grandes, profundas ou múltiplas úlceras. Custo bastante elevado, que são instáveis e Fezes e urina passam através do lençol, barulhento, aqueça muito, Pacientes dependentes com pressurizadas com entre as contas. Desnecessária as causando aumento nas perdas úlceras grandes, profundas ou correntes de ar aquecido. mudanças frequentes de posição. insensíveis de água.Diminui a múltiplas úlceras. Coberto com polyester. Bariátrico Custo elevado, aquece, Indicações Para pacientes acima de 150 kg. Pode ser estático ou dinâmico. mobilidade do paciente. Desenhado para se ajustar ao peso e formato do corpo. Quadro 2 – Quadro Comparativo entre equipamentos para prevenção de UP. Fonte: Registered Nurses’ Association of Ontario (2005). Custo e disponibilidade Para pacientes acima de 150 kg até 475kg 42 2.2. 2.2.1. ELETRÔNICA Microcontroladores Segundo Zanco (2005), um microprocessador é uma CPU (Central Processing Unit) de pequeno porte, capaz de executar um conjunto de tarefas denominadas instruções. Uma operação elementar capaz de ser executada pela máquina (CPU) é chamada de instrução (CUNHA). Em 1971, a empresa Intel Corporation desenvolveu o primeiro microprocessador conhecido como 4004 a fim de reduzir e simplificar outros circuitos (ZANCO, 2005). Assim para melhorar o sistema de processamento de dados com estes dispositivos, foi desenvolvido um componente baseado na arquitetura do microprocessador que possui um núcleo de processamento e respectivos periféricos utilizados fisicamente em uma única unidade. Este componente ficou conhecido como microcontrolador. (CASARE, 2001) Devido a sua relação custo benefício favorável, microcontroladores são aplicados em diversos projetos de eletrônica. Substituem um conjunto maior de componentes eletrônicos digitais, sendo possível minimizar consideravelmente o projeto final. O microcontrolador ocupa menos espaço físico e é eletronicamente mais eficiente e prático, pois, é operado por um código nele programado. Sua existência é essencial para desenvolvimento de novos produtos, pois é possível baratear custos e trazer diversas facilidades para os usuários. (CASARE, 2001) Desde a década de 1980, a Intel Corporation vem fabricando microcontroladores da família 8051, a partir da qual outros modelos de microcontroladores foram criados, com inúmeras vantagens e novos periféricos. A Microchip Technology desenvolveu o PIC (Peripheral Interface Controller), um modelo de microcontrolador que apresenta uma arquitetura com conjunto de instruções reduzido. A grande quantidade de empresas fabricantes de microcontroladores permite que projetistas escolham os modelos com as características que mais lhe convierem (ZANCO, 2005). 43 Algumas das características disponíveis em microcontroladores atualmente são (ZANCO, 2005): USART, comparadores, conversores A/D, PWM, oscilador interno, modulador RF, interface SPI e interface I2C. Algumas destas características estão apresentadas neste trabalho, como parte constituinte da solução desenvolvida. 2.2.2. Arquitetura Harvard Existem duas arquiteturas internas de máquinas que se aplicam aos microcontroladores: a arquitetura Harvard e a arquitetura Von-Neumann. As famílias PIC utilizam a primeira arquitetura e a maior parte dos outros microcontroladores apresenta a segunda. A diferença fundamental, entre as duas, é notada na forma como os dados são processados no dispositivo: Na arquitetura Von-Neumann, existe apenas um barramento interno no qual são enviadas as instruções de dados. Por outro lado, na arquitetura Harvard, observam-se dois barramentos internos, sendo um exclusivamente usado para envio de dados e o outro para o envio de instruções. A arquitetura Harvard permite que durante a execução de uma instrução, outra instrução possa ser encontrada para a próxima execução (SOUZA, 2001). 2.2.3. CISC & RISC CPUs de dispositivos baseadas na arquitetura Von-Neumann são do tipo CISC (Complex Instruction Set Computer), por possuírem um conjunto de instruções bastante grande. Já dispositivos baseados na arquitetura Harvard, tem seu CPU do tipo RISC (Reduced Instruction Set Computer), contando com um conjunto bem menor de instruções (ZANCO, 2005). OPCODE, ou código de operação (operational code), representa a sequência de bytes que designa ou identifica cada instrução (ZELENOVSKY, Ricardo, 2005). Por não haver muito espaço de memória para o código de instrução dentro da palavra do OPCODE, os microcontroladores PIC fazem uso da tecnologia RISC, o que implica que esta família possui um conjunto de cerca de somente 35 instruções, diferindo da maioria dos outros microcontroladores CISC que contam com mais de 100 instruções. 44 Apesar de mais simples de se aprender, um conjunto de instruções reduzido necessita de um código mais complexo para se implementar funções que não estão inclusas de fábrica (SOUZA, 2001). A arquitetura de um microcontrolador Microchip PIC16f877A, comumente utilizado para projetos eletrônicos, apresenta a disponibilidade 5 portas de controle, 3 delas contendo 8 bits, uma delas contendo somente 6 e uma última contendo 3, totalizando 33 entradas ou saídas. O diagrama também aponta algumas das funções disponíveis neste componente como 3 timers, 8 conversores A/D de 10 bits, comunicação via porta serial, PWM, entre outros. A ampla variedade de bits de controle, somada às diversas funcionalidades, combinada com a praticidade de programação da CPU RISC faz da família PIC16f877 uma família muito popular entre projetistas, sendo capaz de comandar sistemas eletrônicos relativamente mais complexos. Para se comandar sistemas eletrônicos apropriadamente a partir de qualquer microcontrolador, existe a necessidade de programar comandos dentro deste componente. Esta tarefa pode ser feita em ambientes de desenvolvimento dedicados, utilizando várias linguagens de programação, sendo as mais corriqueiramente utilizadas o assembly ou o C. 2.2.4. Assembly A primeira linguagem de programação a surgir na área de eletrônica foi a linguagem Assembly. Esta linguagem é constituída por mnemônicos e cada um deles está ligado a um código hexadecimal que representa uma instrução de máquina. Cada cada grupo de microprocessadores e microcontroladores possui um conjunto de mnemônicos diferente, ficando a critério do fabricante destes dispositivos, definir qual será o padrão utilizado para criar o conjunto de códigos. Esta linguagem pode ser classificada como linguagem de baixo nível, pois, exige o desenvolvimento rotinas mais complexas para controles eficiente (CASARE, 2001). 45 2.2.5. Linguagem C No início dos anos 1970, Dennis Ritchie, do Bell Laboratories, trabalhava para desenvolver um sistema operacional Unix. Para isso, Ritchie precisava de uma linguagem que fosse concisa, que produzisse programas compactos, rápidos e que pudesse controlar o hardware com eficiência. Tradicionalmente programadores encontram esses requisitos utilizando a linguagem assembly, que é intimamente ligada à linguagem interna da máquina. Entretanto, a linguagem assembly é uma linguagem de baixo nível, ou seja, é específica para um processador em particular. Então, se for necessário mover um programa em assembly para diferentes tipos de computadores, é possível que seja necessário reescrever completamente o programa, usando uma linguagem assembly diferente (PRATA, 2005). O Unix era projetado para trabalhar em uma variedade de tipos de computadores ou plataformas. Isto sugeria usar uma linguagem de alto nível. Uma linguagem de alto nível é orientada à solução de problemas ao invés de ser orientada à um hardware específico. Programas especiais chamados compiladores traduzem uma linguagem de alto nível para a linguagem interna de um computador em particular. Dessa forma, é possível utilizar o mesmo programa escrito em uma linguagem de alto nível em diferentes plataformas, usando um compilador em separado para cada plataforma. Ritchie queria uma linguagem que combinasse a eficiência de uma linguagem baixo nível e acesso ao hardware com a generalidade e portabilidade de uma linguagem alto nível. Então, a partir de linguagens mais antigas, Dennis Ritchie criou o a linguagem C (PRATA, 2005). 2.2.6. MikroC Para que um código em C contendo as instruções do microcontrolador possa ser criado adequadamente faz-se necessário um ambiente de desenvolvimento e um compilador. O MikroC é um ambiente de desenvolvimento integrado que conta com um compilador próprio disponibilizado pela empresa Mikroelektronika. Esta é uma ferramenta poderosa, bastante requisitada para o desenvolvimento de códigos para 46 microcontroladores, sendo compatível com a maioria dos dispositivos da família PIC Conta com diversas funcionalidades como um editor de código avançado, uma grande quantidade de bibliotecas para programação de determinados periféricos, um monitor de variáveis e um gerador de códigos em assembly a partir do código em C (MIKROELEKTRONIKA). Uma das propriedades mais relevantes deste software é a capacidade de otimização de código, quando convertendo códigos em C para códigos assembly. Isto se mostra de vital importância, porque um código em assembly mal formulado pode implicar performance reduzida (MIKROELEKTRONIKA). Depois de todo o código ser otimizado, um compilador converte a linguagem assembly em linguagem hexadecimal, que é compreendida pelo microcontrolador. Desta forma o programa pode ser gravado neste componente eletrônico. 2.2.7. Proteus Durante o desenvolvendo do programa, que irá comandar um microcontrolador, há sempre a necessidade de gravar novas versões, a fim de corrigir um mal funcionamento da planta controlada. Essas gravações normalmente apresentam pequenas alterações, em relação a versão anterior, até o momento em que a operação do microcontrolador se mostre satisfatória. Entretanto, o processo de gravação, por vezes se revela maçante, consumindo tempo do programador. A fim de poupar esses diversos processos de gravação, existe a alternativa de usar um software de simulação de circuitos que seja capaz de interpretar os códigos hexadecimais do microcontrolador e apresenta-los em um ambiente virtual. O Proteus Design Suite é um software com a capacidade de combinar simulação de circuitos integrados, componentes animados e modelos de microprocessadores e microcontroladores para facilitar a co-simulação completa de montagens baseadas em microcontrolador. É possível desenvolver e testar estas montagens antes que um protótipo físico seja construído (LABCENTER). No ambiente virtual, é possível interagir com a montagem, utilizando de indicadores como LED’s, displays de LCD e atuadores como interruptores e botões. O software 47 também possui diversas ferramentas de debug. São ferramentas utilizadas para auxiliar na detecção de erros ou problemas no código desenvolvido como, por exemplo, acesso às variáveis do código assembly ou de um código de alto nível (como o código em C) (LABCENTER). O principal componente do Proteus é o simulador de circuitos integrados, que utiliza um núcleo de simulação eficiente. Com seu uso é possível simular diversos circuitos integrados de inúmeros fabricantes. Além disso, o software conta com um número grande de instrumentos virtuais incluindo osciloscópios, analisadores lógicos, geradores de funções, contadores de tempo e terminais virtuais, assim como amperímetros e voltímetros. No ambiente virtual é possível simular o código gravado no microcontrolador exatamente como na vida real, sendo possível observar a mudança de níveis lógicos nos componentes de acordo com os comandos executados pelo código. O software também é capaz de simular funções específicas do microcontrolador como portas de entrada e saída, interrupções, timers e outros periféricos presentes no componente (LABCENTER). 2.2.8. Relés Eletromagnéticos Apesar de possuírem entradas e saída digitais, microcontroladores apresentam limitações de tensão e corrente, deste modo para acionarem sistemas de maior potência necessitam de interfaces entre os circuitos. Para tal faz-se uso de relés eletromagnéticos. Segundo Ulaby, define-se relé eletromagnético por: “Uma chave ou interruptor que pode ser ativado magneticamente para as posições “ligado” ou “desligado”. Consiste em duas lâminas de ferro-níquel separadas por uma pequena distância. (...) O contato elétrico entre as lâminas (posição “ligada”) é realizado aplicando-se um campo magnético ao longo do comprimento delas. O campo, induzido por uma corrente que percorre um fio enrolado, faz com que as lâminas assumam polaridades magnéticas opostas, forçando assim a atração entre elas e eliminando o espaçamento entre ambas.” (ULABY, 2007). 48 Em 1820 foi construído o primeiro eletroímã, e desde então são aplicados em diversos dispositivos. Ao se construir um eletroímã no formato de solenoide linear, é possível usá-lo para atrair ou repelir lâminas metálicas e assim aproveitar esta capacidade para criar uma que pode ser acionada em um circuito, obtendo-se assim um relé eletromagnético (ULABY, 2007). O funcionamento mais detalhado do relé pode ser observado na Figura 23. Se a bobina de energização não estiver alimentada, não haverá forças resultantes do campo magnético e o contato móvel estará em sua posição normal (podendo ser “aberto” ou “fechado”). Caso a bobina passe a ser alimentada, haverá a criação de um campo magnético que, por meio da força de atração, irá movimentar o contato móvel de sua posição inicial para a posição contrária. Este simples componente permite criar diversos acionamentos mais complexos, visto que a energização da bobina pode ser controlada, obtendo-se assim, uma chave controlada para os mais diversos propósitos. Figura 23 – Representação básica de um relé. Fonte: Electronics-Tutorials (2013). 2.2.9. Fontes Chaveadas Para o funcionamento dos microcontroladores, faz-se necessário níveis de tensão específicos em corrente contínua, para tal faz-se uso de fontes de tensão que possam prover os níveis de tensão adequados. 49 As fontes chaveadas foram desenvolvidas nos anos 60 com o objetivo de substituir fontes lineares e a partir desta data encontraram diversas outras aplicações como em: computadores e microcomputadores, periféricos (impressoras, terminais, etc), telecomunicações, eletrodomésticos, equipamentos médicos, satélites, aviões e similares, equipamentos militares e fontes de alimentação (BARBI, 2001). Com o avanço da tecnologia da eletrônica de potência e do surgimento de novos componentes, as frequências de operação utilizadas nas fontes chaveadas chegaram à faixa dos MHz e seu rendimento está próximo de 90% (BARBI, 2001). Algumas das características necessárias para estas fontes de alimentação possam ser usadas em aplicações industriais são: isolação entre a fonte e a carga, alta densidade de potência para a redução do tamanho e do peso, sentido de fluxo de potência controlado, eficiência da conversão elevada, formas de onda de entrada e saída com uma baixa distorção harmônica total para que os filtros sejam pequenos, fator de potência controlado caso sejam usadas em aplicações de corrente alternada (RASHID, 1999). 2.2.9.1. Fontes ATX Fontes ATX, normalmente utilizadas na informática apresentam diferentes níveis de tensão, além de grande confiabilidade, podendo ser aplicadas em outras áreas da eletrônica. São compactas e alta eficiência para a transformação dos níveis de tensão. O padrão ATX (Advanced Technology eXtended), introduzido pela Intel em 1995 ditou a forma na qual as fontes de alimentação para computadores evoluíram nos anos recentes. Lançado como um melhoramento do antigo padrão AT (Advanced Technology), o padrão ATX requer uma fonte de alimentação que produza três saídas em corrente contínua: +3,3 V, +5 V e +12 V (HEXUS, 2013). Em 2003, o padrão ATX 2.0 reavaliou a forma de como a energia é distribuída, especificando que duas saídas independentes de 12 V deveriam ser usadas, ambas possuindo proteção contra sobre-corrente, para alimentar a maioria dos componentes do computador pessoal. Além disso, o padrão ATX 2.0 acrescentou outras 3 entradas de 3.3 V, 5 V e 12 V respectivamente à fonte de alimentação. O ATX 2.1, anunciado em 2005 adicionou conectores dedicados de 75W para alimentação de placas gráficas que 50 requerem maior potência, seguido pelo ATX 2.2 que introduziu conectores de 150W. A revisão mais recente, ATX 2.3 que data de 2007, requer que todas as fontes de alimentação ofereçam pelo menos 70% de rendimento, com uma recomendação opcional de pelo menos 80% (HEXUS, 2013). Figura 24 – Fonte ATX AKASA. Fonte: AKASA (2013). 2.2.10. SENSORES DE PRESSÃO Utilizados para detectar pressões em instalações ou plantas. Seu funcionamento resume-se a transformar a pressão exercida em um determinado ponto em um deslocamento, o qual poderá ser convertido em um sinal elétrico. Pressão é uma grandeza escalar e sua unidade no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o Pascal (Pa), em homenagem à Blaise Pascal. É definida como a força exercida por uma unidade de área, conforme equação II. = Na equação 2, é a pressão dada em Pascal, a área em m² sobre a qual a força é aplicada. (2) é a força dada em Newtons e é 51 Como pressão é uma grandeza analógica deve-se convertê-la em uma grandeza que possa ser compreendida pelo microcontrolador. Os sensores de pressão por membrana com semicondutor, conforme figura 25, apresentam uma membrana fina posicionada sobre um semicondutor, o qual quando pressionado tem suas características de condução alteradas (INSTITUTO NEWTON C. BRAGA LTDA, 2013). Figura 25 – Sensor de Pressão por Membrana com Semicondutor. Fonte: INSTITUTO NEWTON C. BRAGA LTDA (2013). 52 2.3. 2.3.1. PNEUMÁTICA Fluidos Sólidos têm “geralmente volume e forma bem definidos, que só se alteram em resposta a forças externas. Um líquido tem volume bem definido, mas não a forma: mantendo seu volume, amolda-se ao recipiente que o contém. Um gás não tem nem forma nem volume bem definidos, expandindo-se até ocupar todo o volume do recipiente que o contém. Líquidos e gases têm em comum a propriedade de escoar ou fluir facilmente” (NUSSENZVEIG, 2002). Para aprofundar a definição de fluídos e então distinguirmos eles dos sólidos é necessário compreender os diferentes tipos de tensão que atuam em um meio material. Por definição tensão descreve a intensidade de uma força sobre uma área. Então é preciso distinguir tensões normais e tangenciais à superfície sobre as quais atuam (NUSSENZVEIG, 2002). Quando a força atua perpendicularmente à superfície esta é chamada de tensão normal. Se a força atua tangente à área, esta é chamada de tensão tangencial ou de cisalhamento. Tensões Normais geram forças normais, compressão ou tração. Tensões Tangenciais geram forças tangenciais, cortantes ou de cisalhamento. Fundamentalmente sólidos e fluidos respondem de maneiras diferentes às tensões tangenciais. Sólidos, quando submetidos à forças tangenciais deformam-se proporcionalmente ao esforço aplicado sobre eles, mantendo-se em equilíbrio a cada situação de carga. Fluidos deformam-se de maneira continua quando sujeitos à forças de cisalhamento, não importando o quão pequenas são essas forças. 2.3.2. Princípio de Pascal Alterações de pressão aplicadas em um líquido confinado são transmitidas a todos os pontos do líquido e às paredes do recipiente, que contém este líquido, sem qualquer diminuição. 53 Quando contido em um recipiente fechado, o ar exerce uma pressão igual sobre as paredes. Por Blaise Pascal, tem-se: “a pressão exercida em um líquido confinado em forma estática atua em todos os sentidos e direções, com a mesma intensidade, exercendo forças iguais em área iguais” (SCHRADER BELLOWS, 1987). 2.3.3. Introdução à Pneumática Os termos Pneumático e Pneumática são provenientes da palavra grega “Pneuma”, que significa respiração ou sopro. Em sua concepção original, a pneumática se ocupava da dinâmica do ar e dos fenômenos gasosos, mas a técnica criou um conceito próprio, pois, na pneumática fala-se somente da aplicação da sobrepressão e do vácuo (DEPPERT & STOLL, 1978). O ar comprimido tem encontrado um maior número de aplicações dentro da indústria como forma de racionalização do trabalho, assim como a água e a Energia Elétrica (SCHRADER BELLOWS, 1987). 2.3.4. Ar Comprimido A maioria das técnicas pneumáticas baseia-se no aproveitamento da energia de sobrepressão gerada previamente. O portador desta energia é o ar comprimido. Todo sistema pneumático consome ar comprimido para executar trabalho (DEPPERT & STOLL, 1978). A geração de ar comprimido exige grande gasto de energia, parte da energia utilizada se transforma em calor (energia térmica) e a outra se torna energia potencial, o ar comprimido (SCHRADER BELLOWS, 1987). A produção do ar comprimido depende de processos de compressão do ar, que estão divididos em processos isobárico, isométrico (ou isocórico), isotérmico, adiabático (ou isoentrópico) ou politrópico. Basicamente, qualquer processo utilizado para comprimir o ar gera calor e por refrigeração tende-se a eliminar este calor, na medida do possível. Deste modo, o 54 processo de compressão real situa-se entre condições adiabáticas e isotérmicas (SCHRADER BELLOWS, 1987). 2.3.5. Compressor É chamado de compressor toda máquina que impulsiona ar, gases ou vapores exercendo influência sobre as condições de pressão (DEPPERT & STOLL, 1978). Segundo a apostila de Schrader Bellows Indústria e Comércio, “compressores são máquinas destinadas a elevar a pressão de certo volume de ar, admitindo as condições atmosféricas, até uma determinada pressão exigida na execução dos trabalhos realizados pelo ar comprimido”. A seleção correta de um compressor é de extrema importância para a economia de mão de obra e aumento da produção. O compressor é frequentemente a máquina que mais consome energia elétrica nas fábricas. Deve-se considerar também a economia de espaço, a disponibilidade de água fria para resfriamento, além dos custos de manutenção provenientes desta escolha (ATLAS COPCO BRASILEIRA S/A, 1972). A figura 26 estabelece a classificação dos tipos de compressores encontrados. Compressores Deslocamentos Dinâmicos Deslocamentos Positivos Ejetor Fluxo Radial Fluxo Axial Rotativos Roots Anel Líquido Palhetas Parafuso Mecânico Hidráulico Figura 26 – Tipos de Compressores. Fonte: SCHRADER BELLOWS (1987). Alternativos Diafragma Livre Pistão Tipo Simples Labirinto Efeito Ou Tronco Duplo Efeito 55 Compressores são classificados segundo seu princípio de trabalho, podendo ser de deslocamento positivo ou deslocamento dinâmico. 2.3.5.1. Deslocamento Positivo Este princípio baseia-se na redução do volume. Neste tipo de compressor, o ar é admitido em uma câmara isolada do meio exterior, e nessa câmara seu volume é gradualmente diminuído, processando-se a compressão (SCHRADER BELLOWS, 1987). 2.3.5.2. Deslocamento Dinâmico Este princípio baseia-se na conversão da energia cinética em energia de pressão. O ar admitido é colocado em contato com impulsores dotados de alta velocidade, sendo então acelerado e direcionado para difusores que diminuem a velocidade de escoamento do fluído e, consequentemente, elevam sua pressão (SCHRADER BELLOWS, 1987). 2.3.6. Preparação do Ar Comprimido O ar atmosférico é um mistura homogênea de gases, dentre eles oxigênio e nitrogênio além de contaminantes como água, óleo e poeira. Partículas de poeira são abrasivas e o óleo queimado no ambiente de lubrificação do compressor é responsável por manchas nos produtos. O compressor, ao admitir o ar, aspira seus compostos, após a compressão adiciona calor à mistura sob a forma de pressão e temperatura, os gases sempre permanecerão em seu estado nas temperaturas e pressões normalmente utilizadas na pneumática, já a água poderá condensar e ocasionar problemas (SCHRADER BELLOWS, 1987). O grau de pureza do ar aspirado é decisivo para a duração do compressor. O ar quente e úmido conduz à uma maior produção de condensação após a compressão (DEPPERT & STOLL, 1978). A presença de água condensada nas linhas de ar tem como consequência a oxidação da tubulação e componentes pneumáticos, a destruição da película lubrificante 56 entre partes em contato, o desgaste prematuro dos componentes, a redução da vida útil (peças, válvulas, cilindros), o arrasto de partículas solidas para dentro dos componentes pneumáticos (prejudicando seu funcionamento), a inutilização de instrumentos de medição, além de provocar golpes de aríete nas superfícies adjacentes (SCHRADER BELLOWS, 1987). É de suma importância que grande parte da água, bem como resíduos de óleo, seja removida para evitar a redução da eficiência de todos os dispositivos. Nas indústrias de transformação de alimentos, elaboração de cosméticos e produtos farmacêuticos é necessário que o ar comprimido não tenha água e seja isento de óleo (DEPPERT & STOLL, 1978). 2.3.7. Atuadores O dispositivo responsável por transformar a energia do ar comprimido em trabalho é o cilindro pneumático. Estes cilindros vão exercer força, nos dispositivos, de acordo com a pressão disponível na rede e na área da seção transversal do êmbolo de cada cilindro. Os cilindros são utilizados em elevação, deslocamento, transporte, torção, giros e manipulação de peças, entre outros (LELUDAK, 2010). 2.3.8. Cilindros Cilindros podem ser separados em dois tipos construtivos: simples ação ou dupla ação. Os cilindros de simples ação podem realizar trabalho apenas em um sentido, visto que o retorno à posição inicial se dá por ação de uma mola. Estes atuadores podem ser normalmente recuados ou normalmente avançados (LELUDAK, 2010). Já os atuadores de dupla ação podem realizar trabalho tanto no curso de avanço quanto no curso de retorno. Quando o ar comprimido entra pela câmara traseira, o cilindro avança e por consequência o que estiver acoplado à haste irá se deslocar simultaneamente (LELUDAK, 2010). 57 2.3.9. Válvulas Utilizadas em tubulações tendo por finalidade controle de vazão de um determinado fluido. Podendo ser operadas mecanicamente, eletricamente ou com dispositivos pneumáticos, conforme figura 27. Válvulas são também denominadas elementos finais de controle. Figura 27 – Válvula Globo. Fonte: Autoria Desconhecida. A escolha de uma válvula adequada deve ser feita tendo como bases: a conexão, o diâmetro do orifício interno, o fluido controlado, os materiais compatíveis com o fluido, pressão de trabalho e a temperatura (ASCOVAL, 2011). 2.3.10. Válvula Solenóide Válvulas solenóides são compostas por três unidades básicas funcionais, um núcleo eletromagnético, uma bobina (solenóide) e uma válvula contendo um orifício, no qual, um disco de vedação é posicionado para interromper ou permitir a passagem de fluido. O fechamento ou abertura da válvula dependem do movimento de seu núcleo magnético, que é atraído quando a bobina é acionada (ASCOVAL, 2011). 58 2.3.10.1. Válvulas Solenóides de Ação Direta Estas válvulas possuem seus núcleos ligados mecanicamente ao disco de vedação, assim a válvula permanece aberta ou fechada dependendo unicamente da bobina estar ou não energizada, conforme figura 28. Seu funcionamento é independente da pressão da linha ou da vazão (ASCOVAL, 2011). Figura 28 – Válvula Solenóide de Ação Direta. Fonte: ASCOVAL (2011). A força necessária para abrir a válvula é sempre proporcional ao seu tamanho, em casos em que se faz necessário a utilização de diâmetros maiores para o orifício interno, mas não se deseja utilizar de solenóides maiores, faz-se o uso de válvulas solenóides pilotadas internamente (ASCOVAL, 2011). 2.3.10.2. Válvulas Solenóides Pilotadas Internamente Estas válvulas possuem em sua construção um diafragma e três orifícios, um principal localizado no corpo da válvula e dois outros para seu acionamento. Estas válvulas utilizam a pressão da linha para auxiliarem em sua operação (ASCOVAL, 2011). Estas válvulas aproveitam da pressão da linha para realizar o trabalho necessário para a abertura ou fechamento da válvula, indicado na Figura 29. O trabalho da válvula solenóide é unicamente direcionar o fluxo da rede para o diafragma que determina a abertura ou fechamento da válvula. 59 Figura 29 – Válvula Solenóide Pilotada Internamente. Fonte: ASCOVAL (2011). 2.3.10.3. Válvula Solenóide Pilotada Externamente Estas válvulas possuem em sua construção um diafragma para controlar a sua abertura e seu fechamento. Estas válvulas utilizam uma pressão auxiliar para realizar sua operação. Ou seja, a pressão de uma rede pneumática auxiliar é utilizada para abrir ou fechar a válvula da linha primária (ASCOVAL, 2011). 2.3.10.4. Válvula Solenóide Duas Vias A configuração de válvulas duas vias consiste em uma conexão de entrada e outra de saída, conforme ilustrado na figura 25. As duas construções existentes são: normalmente fechada ou normalmente aberta (ASCOVAL, 2011). A) B) Figura 30 – Diagrama Válvulas Solenóide Duas vias com retorno por mola: a) normalmente aberta e b) normalmente fechada. Fonte: Autoria Própria. 60 2.3.10.5. Válvulas Especiais Existem válvulas solenóides disponíveis no mercado para aplicações especiais, cita-se vácuo, criogenia, fluidos corrosivos, áreas classificadas, operação de líquido, para combustão (queimadores), amônia, óleos combustíveis, entre outras. Características específicas são adicionadas às válvulas como: duplo disco de fechamento, fechamento rápido, válvulas redundantes com dois solenóides, retardo no fechamento ou na abertura, etc. Podem ser encontradas válvulas para alta ciclagem e com baixo ruído. 2.3.10.6. Dimensionamento O correto dimensionamento das válvulas evita elevados investimentos iniciais assim como a baixa eficiência de processos. Para o dimensionamento de uma válvula deve-se conhecer a vazão máxima e mínima a ser controlada, a máxima pressão diferencial através da válvula, o peso específico, a temperatura e a viscosidade do fluído que passa pela válvula (ASCOVAL, 1996). Para determinar, de forma prática e com bom grau de precisão a tubulação para uma rede de ar comprimido utiliza-se da pressão de trabalho, da queda de pressão admissível, do fluxo de ar, do comprimento da tubulação e dos componentes desta rede (LELUDAK, 2010). Quando se trata de dimensionamento é necessário utilizar de critérios específicos para evitar investimentos elevados quando equipamentos são superdimensionados, ou a baixa eficiência nas ocasiões em que ocorre o subdimensionamento dos mesmos. 2.3.10.7. Tempo de Resposta É o tempo necessário para completar a transição do estado de uma válvula de completamente fechada para completamente aberta, ou vice-versa. Esse tempo de resposta depende das características da válvula como tamanho, condições da operação, 61 características elétricas, e características do fluido, como temperatura, pressão da linha e queda de pressão (ASCOVAL, 2011). 2.3.10.8. Ruídos do Solenóide As válvulas solenóides emitem um som em operação. Sempre que energizadas é perceptível um estalo, às vezes, acompanhado do zumbido característico da corrente alternada. O zumbido proveniente da Corrente Alternada decorre da constante reversão do campo magnético produzido pela corrente alternada, que pode causar vibrações em partes móveis do solenóide. Em ambientes industriais esse zumbido não apresenta problemas, no entanto, em ambientes silenciosos, como hospitais esse ruído pode se tornar perturbador. Medidas podem ser tomadas para reduzir o ruído excessivo tomando cuidado na maneira com que as válvulas são montadas e fixadas em painéis ou estruturas. A utilização de arruelas, suportes adicionais, braçadeiras e juntas de borracha podem resolver problemas de acústica do painel. Ruídos podem ser causados por problemas de tensão na bobina, devido a um sistema de controle defeituoso, a alta resistência do circuito, interruptores ou relés desgastados, peças danificadas no solenóide, bobina danificada, ou a falta de peças causando enfraquecimento da estrutura. Sempre que um ruído surge, sua causa deve ser determinada e eliminada. Após essa determinação, a válvula então deve ser inspecionada para assegurar que ainda há possibilidade de reparação de sua estrutura. Existem casos em que a vibração pode danificar partes fixas e móveis da estrutura da válvula, e então, a substituição desta é a única solução. 2.3.10.9. Golpe de Aríete Efeito que ocorre quando um líquido não compressível fluindo através de uma tubulação a uma determinada pressão e velocidades é abruptamente interrompido, gerando forças contra as paredes da tubulação e seus componentes. Essa onda de 62 choque transmitida pelo fluido caminha para trás e para frente, chocando-se com barreiras como, conexões em T, cotovelos e o assento das válvulas até que suas forças desapareçam devido a perdas por atrito. Sempre que válvulas são utilizadas para controlar líquidos, tanto em grandes quanto simples processos, são encontradas essas forças. 63 3. DESENVOLVIMENTO DO PROTÓTIPO 3.1. DESIGN DO COLCHÃO Embora o design do colchão a ser controlado não seja objeto de estudo deste trabalho, uma breve análise entre os modelos citados deve ser realizada. O formato das câmaras ou células do colchão controladas pode ter influência negativa sobre o paciente, mesmo se utilizadas as pressões adequadas. A disposição das câmaras em relação ao paciente deve ser considerada antes da definição do modo de operação do sistema. A figura 31 apresenta uma comparação entre os tipos de orientação e os formatos das células de um colchão. As células, ou bolsões, constituintes do colchão podem apresentar duas orientações, verticais ou horizontais. Figura 31 – Comparação entre orientação vertical e horizontal de células. Fonte: RALSTON et al. (2011). Quando comparadas, células verticais têm contato com uma área relativamente menor da pele em relação às células com orientação horizontal. Dependendo do tamanho destas células, pode-se dizer que sua influência é pontual, afetando áreas específicas do corpo. Sua operação pode ser realizada formando-se um grande grupo de bolsões ou 64 pequenos grupos, onde há relação matricial entre os bolsões, os quais ficam dispostos em linhas e colunas. Embora consigam agir mais pontualmente, sobre as regiões do corpo, a construção de um colchão com essas características é de extrema complexidade, sendo necessária a confecção de moldes específicos. Células de orientação horizontais podem ser de diversos tamanhos e formatos. Células horizontais grandes são normalmente encontradas em colchões a ar estáticos. Devido ao seu tamanho, estas podem criar forças de cisalhamento entre a pele e a superfície do bolsão, conforme ilustrado na figura 31. Do mesmo modo, é inviável utilizar de padrões de acionamento para realizar troca dos pontos de apoio. Células de orientação horizontal pequenas, são normalmente circulares apresentando diversos diâmetros. Também podem estar dispostas paralelamente ou perpendicularmente ao corpo do paciente ou acamado. Quando paralelas, se alternadas não produzem variação entre os pontos de apoio do paciente, pois, atuam sobre uma área muito grande do corpo, além dos membros perderem sustentação vertical. Quando perpendiculares ao corpo agem como faixas, dando sustentação integral a todos os membros, além de permitir operações em padrões para distribuição de carga e troca dos pontos de apoio. Através desta análise, decidiu-se por focar na construção de um protótipo com células horizontais pequenas, dispostas paralelamente ao corpo sustentado. Dentre os materiais disponíveis no mercado que apresentam uma configuração para atender os requisitos propostos, o que mais se aproxima são as câmaras para pneus de bicicleta, as quais apresentam diâmetros pequenos de aproximadamente 3 a 4 cm e a largura de sua superfície de contato é de até 4,5 cm. As câmaras, feitas de borracha, estão normalmente sujeitas a pressões superiores a 32 psi (1655 mmHg), valor maior do que a pressão de operação dos colchões que está em torno de 25 mmHg. Isso garante a resistência das câmaras para estes testes. Além destas possuírem conexões com rosca, o que auxilia na ligação com o circuito pneumático. O tamanho médio de um colchão para leito hospitalar ou de uma cama de solteiro é de 190 x 80 x 10 cm. Para criar um protótipo que pudesse ser sobreposto a estes 65 colchões, utilizou-se de câmaras de pneu de bicicleta de aro 24 pol. Se esticadas, apresentam comprimento entre 0,8 m e 1 m. A forma que as câmaras assumem quando cheias é circular, para moldarem-se ao aro e ao pneu. Nesta aplicação esperou-se mantê-las esticadas dispostas em linhas. A tendência natural das câmaras é que retornem a sua forma de equilíbrio, assim que infladas. Então, para mantê-las adequadamente esticadas foi necessário adicionar uma estrutura de PVC, para manter o perfil das bordas das câmaras permitindo a passagem do ar, e outra metálica para dar resistência ao conjunto, conforme figura 32. Figura 32 – Estrutura do Protótipo & Câmaras Esticadas. Fonte: Autoria Própria. Com esta disposição os grupos de bolsões podem ser alterados sem grandes dificuldades, realizando apenas as conexões pneumáticas. Através da figura 33, pode-se visualizar a disposição dos grupos de bolsões de alívio de pressão. O primeiro grupo, A, em vermelho é destinado a aliviar a pressão sobre a cabeça do indivíduo. O segundo e o terceiro grupos (B e C) são representados respectivamente em verde e azul, e são destinados ao alívio da pressão no restante do dorso do indivíduo. É interessante notar que cada grupo tem uma linha pneumática 66 independente, permitindo a pressurização individual destes, sendo possível aplicar níveis diferenciados de pressão para cada um. Figura 33 – Disposição dos Grupos de Bolsões da Estrutura do Protótipo & Câmaras Esticadas. Fonte: Autoria Própria. A conexão dos bicos das câmaras de ar apresenta rosca em milímetros; porém, normalmente sistemas pneumáticos industriais utilizam de roscas em polegadas. É necessário, então, inserir uma adaptação entre as conexões. Para tal, foram utilizadas válvulas prolongadoras com retenção, as quais são utilizadas em sistemas automáticos de suspensão para veículos pesados, como caminhões e semi-reboques, conforme mostrado na figura 34. 67 Figura 34 – Válvula Prolongadora Com Retenção. Fonte: Autoria Própria. 3.2. 3.2.1. SISTEMA PNEUMÁTICO Compressor Decidiu-se pela utilização de um compressor comercial marca Tecumseh, modelo: AZA1335DDS conforme descrito no APÊNDICE A. Trata-se de um modelo normalmente utilizado em geladeiras, freezers e bebedouros. Este compressor é classificado como de deslocamento positivo, alternativo a pistão, pois, utiliza de um pistão movido por um eixo excêntrico para pressurizar o ar. Esta escolha deve-se à tensão do equipamento, 115-127 V em 60 Hz, a sua baixa potência, 105 W, baixo torque de partida, refrigeração estática através de óleo, peso de 7,2 kg, uso em baixas pressões, e sua confiabilidade. 3.2.2. Válvulas Solenóides 2/2 Vias Como elementos de controle foram utilizadas válvulas solenóides de ação direta 2/2 vias, normalmente fechadas, com retorno por mola e tensão de operação 12 V em corrente contínua. Essas válvulas são usualmente utilizadas para fins automotivos, como em sistemas de suspensão veicular. Sua escolha deve-se ao seu pequeno porte, baixa potência (12 W), baixo custo (cerca de 30 % do valor das válvulas industriais para fins diversos), possuir conexões através de rosca, permitindo a utilização de engate rápido e 68 sua dinâmica de funcionamento simplificada em relação a válvulas 3/2 vias ou 5/2 vias. A válvula utilizada do fabricante Thermoval está ilustrada na figura 35. Figura 35 – Válvula 2/2 Vias Thermoval. Fonte: Autoria Própria. 3.2.3. Conexões e Mangueiras Pneumáticas Foram utilizadas para a condução do ar entre compressor, válvulas e bolsões mangueiras de poliuretano super flexíveis, com alta resistência, que não quebram ou racham. Os diâmetros escolhidos foram de 6, 8 e 10 mm para conectar o compressor, as válvulas, o sensor e as câmaras, conforme figura 36. Figura 36 – Mangueiras de de 10, 8 e 6 mm. Fonte: Autoria Própria. 69 As conexões foram feitas através de engates rápidos da marca BEL AIR. Em função da praticidade, foram utilizadas diversos modelos de engates rápido para auxiliar na montagem do circuito pneumático, citam-se conexões retas, cotovelos, uniões para diferentes diâmetros, uniões em Y, uniões em T e um controlador de fluxo para o escape do ar, os quais podem ser verificados na figura 37. Figura 37 – Engates Rápidos para sistemas Pneumáticos – Fabricante BEL AIR. Fonte: Autoria Própria. 3.2.4. Manômetro Aneróide Para a verificação da pressão dos bolsões foi anexado ao circuito pneumático um manômetro aneróide com range de operação de 0 à 300 mmHg. O manômetro utilizado é da Marca P.A. Med, normalmente utilizado em conjuntos de esfigmomanômetro e estetoscópio para medição de pressão arterial. Este manômetro está conectado ao mesmo ponto de medição do sensor eletrônico, assim pode-se verificar a precisão do circuito eletrônico. Deve-se lembrar que o manômetro utilizado tem aplicações para a medicina, portanto este passou por verificação e aferição do INMETRO, verificação número 12.035.342-8, ano de fabricação 2012. O manômetro utilizado está apresentado na figura 38. 70 Figura 38 – Manômetro Aneróide , fabricante P.A. Med. Fonte: Autoria Própria. 3.3. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA ELETROPNEUMÁTICO Para a construção do circuito pneumático, decidiu-se separar as câmaras de ar em 3 conjuntos. Para cada conjunto foram alocadas duas válvulas solenóides 2/2 vias, uma para a entrada do ar e outra para a saída. Todas as entradas de ar dos conjuntos estão interligadas com a saída do compressor. Todas as saídas de ar dos conjuntos estão interligadas em uma mesma linha de ar e em seu final foi adicionada uma válvula denominada bypass para o escape do ar. Nesta linha de ar estão o sensor digital para o envio do sinal analógico ao microcontrolador e um manômetro aneróide, instalado apenas para comprovar a calibração do sistema de medição. Este esquema está apresentado na figura 39. 71 Figura 39 – Esquema de montagem do circuito pneumático. Fonte: Autoria Própria. 3.4. 3.4.1. SISTEMA ELETRÔNICO PIC16F877A A seleção do microcontrolador da família PIC deve-se a sua utilização recorrente ao longo do curso de Engenharia Elétrica. Esta familiarização auxilia no desenvolvimento do sistema, pois, sua dinâmica já é conhecida. A programação do microcontrolador pode ser realizada tanto em linguagem Assembly quanto em C, pois, os compiladores utilizados realizam a conversão destas para linguagem de máquina. Este possui número suficiente de pinos de entradas e saídas, além de possuir módulos A/D adequados para a função de tomada de pressão. 72 3.4.2. Sensor de Pressão A seleção dos sensor iniciou-se com a determinação do range de operação do sensor, o qual deve estar próximo das pressões capilares, entre 12 e 35 mmHg, conforme descrito no referencial sobre úlceras. Dentre os modelos encontrados para aquisição no mercado nacional, encontram-se os modelos MPX2010DP, MPX2010GP, MPXM2010GS e MPX5010DP, todos fabricados pela empresa Motorola, conforme figuras 40, 41, 42 e 43. Todos estes modelos operam no range de pressão de 0 à 10 kPa, ou de 0 à 75 mmHg. Estes sensores fornecem um tensão de saída linear em relação a pressão medida. A tensão de saída cresce linearmente à medida que a diferença de pressão entre a entrada P1 (lado de pressão) e o lado P2 (lado de vácuo) aumenta. Figura 40 – Sensor de Pressão Motorola MPX2010DP. Fonte: Autoria Própria. Figura 41 – Sensor de Pressão Motorola MPXM2010GS. Fonte: Autoria Própria 73 Figura 42 – Sensor de Pressão Motorola MPX5010DP. Fonte: Autoria Própria. Figura 43 – Sensor de Pressão Motorola MPX2010GP. Fonte: Autoria Própria. Para a aquisição da pressão na linha foi escolhido o sensor MPX5010DP, APÊNDICE B. O principal motivo desta escolha é que este sensor, diferente os demais sensores encontrados, já apresenta integrado um circuito amplificador, conforme figura 44. Este sensor foi concebido para aplicação em microcontroladores, gerando um nível de sinal de saída analógico proporcional à pressão aplicada, além de ter um erro máximo de 5,0 % conforme descrito no APÊNDICE B, considerado satisfatório para os testes deste projeto. A figura 45 apresenta a resposta típica do sensor em relação ao aumento da pressão diferencial. 74 Figura 44 – Esquemático do Sensor de Pressão MPX5010DP. Fonte: MOTOROLA (1997). Figura 45 – Tensão de saída Versus a Pressão diferencial Sensor de Pressão MPX5010DP. Fonte: MOTOROLA (1997). Os sensores MPX2010DP, MPX2010GP e MPXM2010GS apresentavam o empecilho de gerar dois sinais em dois pinos distintos, que deveriam ser processados por um amplificador operacional para depois ser enviado até o conversor A/D. 3.4.3. Módulo de Relés Em função do acionamento das válvulas ser em tensão igual à 12 V, corrente contínua, o microcontrolador não consegue acioná-lo diretamente, portanto, faz-se necessário a utilização de um relé eletromagnético. O relé é acionado em 5 V, corrente contínua, então fecha-se um contato que libera a tensão de 12 V para as válvulas. 75 Utilizou-se de módulos de relés, cada um dotado de 4 relés da marca Songle, modelo SRD-05VDC-SL-C, os quais são acionados em 5 V. Seus contatos auxiliares podem operar com até 250 V e 10 A em corrente alternada, ou até 30 V e 10 A em corrente contínua. O módulo é apresentado na figura 46. Figura 46 – Módulo com quatro relés. Fonte: Autoria Própria. O módulo de relés também contempla em sua estrutura diodos para funcionar como roda-livre, optoacopladores para a interface entre o relé e o microcontrolador, transistores para o acionamento do relé, Jumper para abrir o circuito dos relés e LEDs indicadores. A figura 47 apresenta o diagrama esquemático do módulo de relés. Figura 47 – Esquema de ligação do módulo de Relés. Fonte: Autor Desconhecido. 76 3.4.4. Fonte ATX Devido à alimentação dos componentes ser em +12 V para as válvulas solenóides e +5 V para o PIC16F877A, os relés e o sensor de pressão foi utilizado a fonte ATX. Este tipo de fonte chaveada de energia normalmente utilizadas na informática, produz três saídas em corrente contínua: +3,3 V, +5 V e +12 V, tem grande confiabilidade, alta eficiência para a transformação dos níveis de tensão e modelo compacto. 3.4.5. LCD Para apresentar os dados de medição e operação do sistema faz-se necessário uma interface gráfica. O protótipo utilizou de um Display LCD de dezesseis colunas e duas linhas. O display disponibiliza informações das etapas da operação, dos timers do microcontrolador e das medições de pressão. 3.4.6. Descrição da Montagem do Circuito O circuito que recebe o microcontrolador foi desenvolvido utilizando de uma placa perfurada e componentes eletrônicos. Primeiro, foi soldado um soquete que iria receber o PIC e a partir deste soquete, o restante do circuito tomou forma. A estrutura básica para o funcionamento consiste de um cristal oscilador de 8 MHz, e 2 capacitores de 22 pF que determinam o clock para o componente. Para ligar as tensões de 5 V e 0 V ao circuitos, foram utilizados conectores com parafusos, para auxiliar as conexões do circuito com a fonte de alimentação. Estes mesmos conectores foram utilizados para conectar os pinos da porta que controla os atuadores, de tal forma que se pudesse aparafusar cabos e ligá-los rapidamente ao módulo de relés. Para a conexão do display LCD e da interface com botões, foram utilizadas barras de pinos soldadas na placa, para simplificar o processo de solda destes componentes que apresentam número elevado de pinos. 77 A escolha do sensor MPX5010DP para a medição da pressão, decorre do fato que este possui um amplificador operacional integrado, simplifica a montagem do circuito. Deste modo é possível medir a tensão proporcional à pressão diretamente de um único pino do sensor e coletá-lo no conversor A/D do microcontrolador. A estrutura do sensor não foi soldada na placa. O sensor em si foi encaixado em um soquete específico, pois, seus pinos são finos e poderiam vir a se torcer e eventualmente quebrar durante a integração com o circuito pneumático. Para o processo de gravação do programa elaborado no microcontrolador, foi usado um gravador PICBurner ligado à porta paralela de um computador. A fim de evitar que os pinos do PIC se dobrassem e acabassem quebrando devido ao fato de ter de se encaixar o Circuito Integrado diversas vezes no soquete do gravador, foi elaborado um esquema de gravação in-circuit. Esta ligação permite que o PIC não precise ser removido do seu circuito original, fazendo necessárias apenas pequenas alterações na placa perfurada, como a adição de uma barra de pinos que facilitava a ligação de um cabo flat com o gravador. 3.5. DESENVOLVIMENTO DO FIRMWARE O algoritmo que é gravado dentro no microcontrolador apresenta três funcionalidades básicas importantes: A medição de pressão, a calibração correta dos grupos de bolsões e um padrão de alternância para o funcionamento do colchão. A definição das portas e da pinagem do PIC está apresentada na tabela 1. Nesta estão contidas as relações entre as portas, os pinos e as funções ou finalidades de cada um. Para o funcionamento dos atuadores (válvulas e compressor), as válvulas de entrada e saída dos três grupos de bolsões, a válvula de escape e o próprio compressor foram declarados como variáveis booleanas, que ligado/desligado ou aberto/fechado. As variáveis são declaradas da seguinte maneira: unsigned short vin[3], vout[3]; bit vbp,comp; representam os estados 78 Onde, vin[n] e vout[n] representam os vetores que indicam os 3 grupos de bolsões, ou seja, cada grupo contém uma válvula de entrada, vin[i] e uma válvula de saída, vout[i]. Durante a programação, é possível identificar a presença da variável i que representa o grupo de bolsões que está sendo tratado. Vbp e comp são as variáveis que indicam o estado da válvula de escape e do compressor. Tabela 1 – Definição das Portas & Pinos do PIC Porta Pino da Porta Número do Pino Usado Para A 0 2 Sensor de pressão B 0 33 Display LCD pino D4 B 1 34 Display LCD pino D5 B 2 35 Display LCD pino D6 B 3 36 Display LCD pino D7 B 4 37 Display LCD pino RS B 5 38 Display LCD pino E C 0 15 Válvula de entrada do grupo 1 C 1 16 Válvula de saída do grupo 1 C 2 17 Válvula de entrada do grupo 2 C 3 18 Válvula de saída do grupo 2 C 4 23 Válvula de entrada do grupo 3 C 5 24 Válvula de saída do grupo 3 C 6 25 Válvula de bypass C 7 26 Compressor D 0 19 Botão “para cima” D 1 20 Botão “para direita” D 2 21 Botão “para baixo” D 3 22 Botão “para esquerda” D 4 27 Botão “enter” Fonte – Autoria Própria. Para generalizar certas funções para qualquer grupo de bolsões, as variáveis das válvulas de entrada e saída foram indexadas em vetores. Assim foi possível criar algumas funcionalidades básicas como a abertura e fechamento de todas as válvulas simultaneamente, para facilitar certos comandos. 79 A exemplo destas funções verificam-se as funções void open_all_valves() e void close_all_valves(). Estas podem ser verificadas no apêndice C. Quando um comando é passado dentro do programa, para mudar o estado de um determinado atuador, esta ação não acontece simultaneamente. Para isso, é necessário confirmar um comando de execução, que muda o estado dos atuadores um a um, com um intervalo de 262 ms entre eles. A esta função ou comando foi dado o nome de exec(). Esta função é do tipo void, pois sua execução não retorna qualquer valor. Para não causar interrupções na execução do programa, por parte do microcontrolador, esse atraso de 262 ms foi implementado a partir do timer do próprio PIC, sendo que desta forma, o programa continua a rodar, contabilizando o tempo da maneira requisitada, a função void timerv() é a função que recorre à um contador interno do PIC. Esse comando é de suma importância pois, ao longo dos testes, observou-se uma corrente de inrush muito elevada quando todas as válvulas são acionadas simultaneamente. Esta corrente era de tal forma intensa que a fonte ATX utilizada para acioná-las, era reinicializada por seu circuito integrado de segurança. Assim, para evitar a soma destas correntes demasiadamente grandes, houve a necessidade de se incluir um atraso para que cesse a corrente de inrush e a fonte tenha que suprir uma corrente inicial reduzida. Dentro desse mesmo comando, são passados os valores binários para a porta do microcontrolador responsável por atuar as válvulas e o compressor, ou seja, 1 para ligado e 0 para desligado. No entanto, o comando de saída na porta do microcontrolador passa primeiro por um módulo de relés, que por sua vez aciona os atuadores. Devido aos aspectos construtivos deste módulo de relés, este deve receber lógica inversa para funcionar corretamente, ou seja, 1 para desligado e 0 para ligado. Assim, neste comando do microcontrolador, antes de enviar os valores binários para a porta do microcontrolador, foi necessário inverter a lógica destas variáveis, para que a interface microcontroladormódulo de relés funcionasse adequadamente. Deste modo, nega-se a variável ao enviála para a porta. Para a medição de pressão, foi implementada uma rotina que se utiliza dos conversores A/D do microcontrolador. O sensor de pressão MPX5010DP foi ligado na 80 entrada do conversor A/D de 10 bits do PIC e, como este apresenta uma sensibilidade de 450 mV/kPa, realizou-se a operação conforme as equações 3, 4 e 5. 2 − 1 = 1023 " = #! " = (3) = 5! (4) $% & (5) Assim, a tensão lida no sensor pelo conversor A/D resultaria em um número de bits que seria interpretado pelo microcontrolador. Para converter este valor de bits para uma unidade de pressão válida, pode-se fazer uma aproximação, multiplicando ou dividindo o número de bits retornado pelo conversor A/D por uma constante K. É interessante notar que para otimizar a memória do microcontrolador, deve-se escolher K como um número inteiro. Assim, escolheu-se converter os bits para mmHg, dividindo-se por uma constante, conforme equação 6. ''() = * +,-. / (6) A exemplo destes, se a pressão lida for de 4 kPa que é igual a 30 mmHg, deve-se multiplicar este valor pela sensibilidade do sensor, para se ter o nível de tensão lido, conforme equação 7. 4 . 0,450 ! = 1,8 ! (7) Este valor de tensão é substituído nas equação 5, tem-se: 1023 . 1,8 ≅ 369 5 Substituindo o número de bits na equação 6, tem-se que: 81 30 = 369 7 7 ≅ 12 Deste modo, a equação 6 reformulada para a pressão medida em tensão equivale à equação 9. ''() = * +,-. (9) Dessa forma, o microcontrolador foi capaz de realizar medições de pressão com certa precisão em uma faixa de valores próximos a 4 kPa ou 30 mmHg. Para a calibração dos grupos de bolsões, foi programada uma rotina que mede a pressão inicial dentro dos bolsões e, dependendo da medição, executa certos procedimentos. A esta função deu-se o nome de void calibrate(). Primeiro, abre-se a válvula de saída do grupo de bolsões a ser calibrado, mantendo a válvula de bypass fechada, dessa forma equalizando a pressão na linha de medição com a pressão dos bolsões. Em seguida, fecha-se a válvula de saída e realiza-se a medição de pressão. A medição de pressão é realizada pela função measure_pressure(), conforme apêndice C Se a pressão medida já está dentro do padrão estabelecido, mais ou menos 4 mmHg em relação à pressão de referência, a rotina termina, visto que os bolsões já estão calibrados. Se a pressão medida está abaixo da pressão estabelecida, inicia-se um procedimento de enchimento dos bolsões. Se a pressão medida está acima da pressão estabelecida, inicia-se um procedimento de escape de ar. A pressão de referência estabelecida foi denominada unsigned short prss, conforme apêndice C. Supondo-se que a pressão estivesse menor, o procedimento de enchimento iniciarse-ia. Neste, abrir-se-iam as válvulas de entrada e saída do respectivo conjunto de bolsões, mantendo todas as outras fechadas. Então, esperam-se 2 s para então partir o compressor. O compressor fornecerá pressão até o momento em que a pressão alcance o limite máximo estabelecido. O limite máximo estabelecido é declarado como unsigned short prmax, conforme apêndice C. Neste momento, desliga-se o compressor, esperam-se 4 s para então iniciar o procedimento de escape de ar, fechando-se a válvula de entrada do 82 conjunto e abrindo-se a válvula de bypass, ao mesmo tempo em que se mantém a válvula de saída do conjunto aberta. Com as válvulas de saída e de bypass abertas, o ar de dentro dos bolsões poderá escapar para o ambiente, reduzindo gradativamente a pressão que está sendo monitorada pelo sensor. A velocidade com que o ar escapa depende da obstrução da saída por parte do controlador de fluxo. No momento em que a pressão alcança o padrão estabelecido, a válvula de bypass é fechada e uma nova aquisição da pressão é realizada, para que a medição seja feita com uma pressão estável. Se a pressão medida se encontra dentro dos padrões estabelecidos, inicia-se um procedimento de confirmação da pressão dentro dos bolsões. Se a pressão medida for maior que a pressão estabelecida, reinicia-se o procedimento de escape do ar. Supondo que a pressão estivesse dentro dos padrões estabelecidos, iniciar-se-ia o procedimento de confirmação da pressão. Neste procedimento, a pressão será verificada por um tempo de 6 s, este é o tempo de estabelecimento do sistema para garantir a correta estabilidade da pressão dentro do conjunto de bolsões calibrado. Isso é, caso o usuário do colchão se movimente sobre o equipamento durante a calibração, podem existir falsas medidas de pressão, assim elimina-se a possibilidade de calibrar os bolsões de maneira equivocada. Se durante os 6 s ou após a contagem desse tempo o sistema verificar uma pressão acima do estabelecido, o procedimento do escape de ar volta a acontecer. No entanto, se depois dos 6 s a pressão se manteve estável, a válvula de saída do conjunto em questão é fechada, mantendo a pressão dentro dos bolsões inalterável a partir deste momento. Logo em seguida, para limpar a linha de pressão onde são feitas as aquisições, removendo acúmulos de pressão indesejáveis, abre-se a válvula de bypass por 3 s e volta-se a fechá-la. Depois deste evento, a rotina é finalizada, confirmando a calibração. A rotina da função calibrate(), que acaba de ser descrita, foi projetada baseada em um paradigma de lógica sequencial, ou seja, pode ser representada na forma de um GRAFCET, conforme ilustrado na figura 48. Cada etapa e transição do diagrama da função calibrate() podem ser verificadas na tabela 2. 83 Figura 48 – GRAFCET para a função calibrate(). Fonte: Autoria Própria. 84 Tabela 2 – Etapas e Transições GRAFCET função Calibrate ( ) Sequência Estado Ação 1 Etapa 1 – Início Abrir válvula de saída do grupo n 2 Transição 1 Fim da execução 3 Etapa 2 Fechar válvula de saída do grupo n 4 Transição 2 Se pressão medida dentro do padrão 5 Transição 3 Se pressão medida menor que o padrão 6 Transição 4 Se pressão medida maior que o padrão 7 Etapa 3 Abrir válvulas de entrada e saída do grupo n 8 Transição 5 Fim da execução 9 Etapa 4 Temporização de 2 s 10 Transição 6 Fim da temporização 11 Etapa 5 Ligar compressor 12 Transição 7 Se pressão medida maior que pressão máxima permitida 13 Etapa 6 Desligar compressor 14 Transição 8 Fim da execução 15 Etapa 7 Temporização de 4 s 16 Transição 9 Fim da temporização 17 Etapa 8 Fechar válvula de entrada e abrir válvula de saída do grupo n, abrindo a 18 Transição 10 válvula de bypass Fim da execução 19 Etapa 9 Fechar válvula de bypass 20 Transição 11 Se pressão medida dentro do padrão 21 Transição 12 Se pressão medida maior que o padrão 22 Etapa 10 Temporização de 6 s 23 Transição 13 Fim da temporização 24 Etapa 11 Fechar válvula de saída do grupo n 25 Transição 14 Se pressão medida dentro do padrão 26 Transição 15 Se pressão medida maior que o padrão 27 Etapa 12 Abrir válvula de bypass 28 Transição 16 Fim da execução 29 Etapa 13 Temporização de 3s 30 Transição 17 Fim da temporização 31 Etapa 14 Fechar válvula de bypass 32 Transição 18 Fim da execução 33 Etapa 15 Fim da Execução, executa próximo conjunto (n+1) Fonte – Autoria Própria. 85 Uma função que determina um padrão recorrente de alternância de pressão dentro dos bolsões também foi desenvolvida. Esta função foi declarada como void pattern(), conforme apêndice C. Nesta função, primeiro calibra-se o grupo de bolsões relacionados à cabeça com 25 mmHg de pressão e aguardam-se 55 s. Depois, calibra-se o primeiro dos grupos relacionados à parte posterior do corpo também com 25 mmHg, aguardam-se outros 55 s para, em seguida, calibra-se o segundo grupo da parte posterior com 35 mmHg, aguardando-se mais 55 s. Finalmente, reduz-se a pressão deste segundo grupo a 25 mmHg, atrasando-se 55 s e recalibrando o primeiro grupo posterior com 35 mmHg, com mais 55s de atraso. Dessa forma, os dois grupos da parte posterior do corpo ficarão alternando um com 25 e outro com 35 mmHg, havendo uma posterior inversão dessas pressões. Assim, os níveis de pressão estarão sempre mudando, mas ainda mantendo-se abaixo dos níveis de pressão capilar, o que irá ajudar na circulação, evitando a ocorrência das úlceras por pressão. Na função pattern(), mais uma vez foi usada a lógica sequencial para construir esta rotina. Seu diagrama GRAFCET pode ser visto na figura 49, suas etapas e transições estão descritas na tabela 3. 86 Figura 49 – GRAFCET para a função pattern(). Fonte: Autoria Própria. 87 Tabela 3 – Etapas e Transições GRAFCET função Pattern( ) Sequência Estado Ação 1 Etapa 1 – Início Calibrar Grupo 1 em 25 mmHg 2 Transição 1 Fim da calibração 3 Etapa 2 Temporização de 55 s 4 Transição 2 Fim da temporização 5 Etapa 3 Calibrar Grupo 2 em 25 mmHg 6 Transição 3 Fim da calibração 7 Etapa 4 Temporização de 55 s 8 Transição 4 Fim da temporização 9 Etapa 5 Calibrar Grupo 3 em 35 mmHg 10 Transição 5 Fim da calibração 11 Etapa 6 Temporização de 55 s 12 Transição 6 Fim da temporização 13 Etapa 7 Calibrar Grupo 3 em 25 mmHg 14 Transição 7 Fim da calibração 15 Etapa 8 Temporização de 55 s 16 Transição 8 Fim da temporização 17 Etapa 9 Calibrar Grupo 2 em 35 mmHg 18 Transição 9 Fim da calibração 19 Etapa 10 Temporização de 55 s 20 Transição 10 Fim da temporização Fonte – Autoria Própria. A funcionalidade em utilizar GRAFCET em C é permitida através da lógica de programação, a qual caracteriza flags durante a operação, os quais serviram para indicar em qual etapa a execução se encontra, e para onde deverá seguir. Os flags podem ser entendidos como as transições entre as etapas de um GRAFCET. O comportamento dinâmico dos bolsões durante a execução da função pattern() pode ser evidenciado na figura 50, na qual são representadas as principais etapas do acionamento e o estado dos grupos de bolsões. O grupo da cabeça (grupo 1) foi representado em vermelho, e os grupos da parte posterior foram representados respectivamente em verde (grupo 2) e azul (grupo 3). Primeiro, assume-se, a título 88 demonstrativo que, no instante 1 todos os grupos estão vazios. Então no instante 2 inflamse os bolsões do grupo 1 a 25 mmHg. No instante 3 infla-se também o grupo 2 a 25 mmHg. Já no instante 4 infla-se o grupo 3 com uma pressão levemente mais alta a 35 mmHg. Depois, no instante 5 recalibra-se o grupo 3 a fim de se obter uma pressão de 25 mmHg em todos os bolsões do equipamento. Assim, no instante 6, a pressão nos bolsões do grupo 2 aumenta a 35 mmHg. Finalmente, no instante 7 a pressão no grupo 2 volta a cair, igualando-se à pressão nos demais bolsões, totalizando 25 mmHg. Ao final deste processo, o padrão retorna ao instante 4 para reiniciar o ciclo, fazendo-se a pressão alternar entre os grupos. Figura 50 – Etapas de acionamento da função pattern(). Fonte: Autoria Própria. Outras funcionalidades também foram implementadas no programa, como o gerenciamento e exibição de textos e valores das variáveis de pressão em um display 89 LCD, a possibilidade de controlar o dispositivo utilizando uma interface com 5 botões, e até mesmo um menu de seleção onde é possível escolher formas de operação para o colchão, podendo-se variar os tempos e ainda os padrões de alternância. 3.6. SIMULAÇÃO O arquivo hexadecimal a ser gravado no microcontrolador era primeiro gerado a partir de um código em C pelo assembler do MikroC. Este arquivo, por sua vez, era enviado à porta paralela do computador e gravado no dispositivo, para que este pudesse operar de maneira satisfatória. Como gravar o microcontrolador todas as vezes em que se deseja observar o comportamento de uma alteração mínima do código de programa é uma tarefa extremamente morosa e que consome muito tempo, foi realizada uma simulação do circuito original no software Protheus e dentro dessa simulação foi realizado a maior parte do debug, para soluções dos problemas da lógica do código. Uma vez que a lógica e as operações se mostravam corretas na simulação, então era possível gravar o código no PIC. O esquema de simulação utilizado no software Proteus é apresentado no APÊNDICE D. 90 4. TESTES E RESULTADOS 4.1. VALIDAÇÃO DO SENSOR MPX5010DP Para calibração da pressão indicada pelo sensor MPX5010DP, faz-se necessário comparar suas medições com pressões conhecidas. Deve-se comparar as medições do sensor montado para validar sua precisão e identificar seu erro relativo à outro dispositivo de medição de pressão. Admite-se que o manômetro aneróide, utilizado no circuito pneumático, marca P.A. Med, é um instrumento capaz de indicar pressões com exatidão aceitável. Em função de sua aplicação na medicina, além de verificação por órgão competente, INMETRO. Portanto, para esta calibração, este dispositivo pode ser utilizado para a comparação das pressões medidas pelo sensor MPX5010DP. Foram medidas as pressões indicadas pelo sensor e pelo manômetro aneróide, a fim de verificar o erro do sensor em relação a medida conhecida do manômetro. As medições foram feitas de duas maneiras. Primeiro, sensor e manômetro foram submetidos à pressões de 0 a 75 mmHg, medição crescente com intervalos de 2 mmHg para o manômetro, conforme tabela 4. Segundo, sensor e manômetro foram submetidos a pressões de 75 a 0 mmHg, com intervalos distintos conforme tabela 5. Os gráficos 1 e 2 apresentam as curvas, crescente e decrescente, das medições provenientes das tabelas 4 e 5, respectivamente. Nestes gráficos, evidencia-se a variação entre as medições de pressão de cada instrumento. As variações não ultrapassaram 4 mmHg, e no range principal de operação, entre 20 e 35 mmHg, as variações ficaram entre 2 e 3 mmHg, o que representa um erro médio de 9 % à 10 %. Para o cálculo do erro utiliza-se da equação 10, onde aneróide, 89" é o valor de pressão medido pelo manômetro :" é o valor medido pelo instrumento. :;;<=%? = @'A*B@. * @'A* . 100 (10) 91 Tabela 4 – Comparação entre Manômetro e Sensor, medição crescente Medição de pressão crescente (mmHg) Manômetro Aneróide (a) 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64 66 68 70 72 74 Sensor MPX5010dp (b) 2 4 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 28 30 32 34 36 39 41 43 45 47 49 52 54 56 58 61 63 66 68 69 71 74 76 Fonte – Autoria Própria. Variação de Pressão (a-b) 4 4 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 -1 -1 -2 -2 -1 -1 -2 -2 Erro do sensor (%) 66,67% 50,00% 30,00% 25,00% 21,43% 18,75% 16,67% 15,00% 13,64% 12,50% 11,54% 10,71% 6,67% 6,25% 5,88% 5,56% 5,26% 2,50% 2,38% 2,27% 2,17% 2,08% 2,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% -1,67% -1,61% -3,13% -3,03% -1,47% -1,43% -2,78% -2,70% 92 Tabela 5 – Comparação entre Manômetro e Sensor, medição decrescente Medição de pressão decrescente (mmHg) Manômetro Aneróide (a) 72 71 68 64 61 58 54 49 47 44 42 39 38 35 33 30 28 25 22 20 17 15 12 10 8 8 6 4 4 Sensor MPX5010dp (b) 73 72 67 65 61 56 53 48 45 43 41 38 36 33 31 27 26 23 19 17 14 12 9 7 5 4 2 1 0 Fonte – Autoria Própria. Variação de Pressão (a-b) -1 -1 1 -1 0 2 1 1 2 1 1 1 2 2 2 3 2 2 3 3 3 3 3 3 3 4 4 3 4 Erro do sensor (%) -1,39% -1,41% 1,47% -1,56% 0,00% 3,45% 1,85% 2,04% 4,26% 2,27% 2,38% 2,56% 5,26% 5,71% 6,06% 10,00% 7,14% 8,00% 13,64% 15,00% 17,65% 20,00% 25,00% 30,00% 37,50% 50,00% 66,67% 75,00% 100,00% 93 Comparação entre Sensor e Manômetro Curva Decrescente 78 70 62 54 46 38 30 22 14 6 -2 2 1 1 2 1 1 1 2 2 2 3 2 2 3 3 3 3 3 3 3 4 4 3 4 -1 -1 1 -1 0 Manômetro Aneróide (a) Sensor MPX5010dp (b) Variação de Pressão (a-b) Gráfico 1 – Comparação entre Sensor e Manômetro – Curva Decrescente. Fonte – Autoria Própria. Comparação entre Sensor e Manômetro Curva Crescente 78 68 58 48 38 28 18 8 -2 3 4 4 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 -1 -1 -2 -2 -1 -1 -2 -2 Manômetro Aneróide (a) Sensor MPX5010dp (b) Variação de Pressão (a-b) Gráfico 2 – Comparação entre Sensor e Manômetro – Curva Crescente. Fonte – Autoria Própria. 94 4.2. AQUISIÇÃO DE SINAIS Uma vez montado e funcionando satisfatoriamente, o protótipo foi submetido a repetidos ciclos de operação para realizar aquisições de sinal das portas do PIC. Com a ajuda de um osciloscópio, verificou-se o comportamento dinâmico do sistema. O osciloscópio utilizado para as medições foi o Agilent DSO1052B. Este dispositivo conta com dois canais de aquisição, com os quais se pôde obter oscilografias exibindo o comportamento de um componente específico do sistema em relação à pressão. Para se fazer uma aquisição, representando a resposta da pressão e a do compressor, ligou-se um canal do osciloscópio no pino de saída do sinal do sensor que se ligava no conversor A/D do PIC e o outro canal, no pino do microcontrolador que controlava o compressor. Figura 51 – Sinal de Tensão do Sensor de Pressão & Saída digital para Compressor. Fonte: Autoria Própria. A figura 51 evidencia o comportamento da curva de pressão, entrada de tensão do conversor A/D, canal 1 do osciloscópio, em relação ao funcionamento do compressor, saída da porta digital do PIC, canal 2 do osciloscópio. Deve-se lembrar que devido a lógica 95 inversa do módulo de relés, um nível de tensão zero, no canal 2, significa ligado e nível de tensão de 5 V significa desligado. Por meio dessa forma de onda, desta verifica-se que o aumento da pressão não ocorre de maneira linear. Inicialmente, verifica-se maior resistência da planta a alterar a pressão interna do conjunto de câmaras. A operação do sistema consiste em verificar a pressão contida no interior do conjunto de bolsões e caso esteja abaixo do setpoint de pressão estabelecido, neste caso 25 mmHg, deve-se encher o bolsão até um pressão máxima, neste caso, 45 mmHg, para, então, desligar o compressor e corrigir a pressão através da válvula bypass. A figura 52 evidencia que a tensão mínima durante o processo de enchimento dos bolsões foi de 0,92 V, que equivale a 15,3 mmHg, pressão contida inicialmente no conjunto de bolsões, portanto ocorreu o acionamento do compressor. O canal 1 do osciloscópio apresenta o nível de tensão da porta A/D do PIC, enquanto o canal 2 apresenta o nível de tensão da porta digital para o compressor. O compressor permaneceu ligado até que a tensão medida fosse superior a tensão correspondente a pressão máxima. A tensão máxima atingida foi de 2,92 V ou 48,7 mmHg, superior à 45 mmHg, portanto, o compressor é desligado, voltando a nível lógico 1 (5 V), desligado. Figura 52 – Sinal de Tensão do Sensor de Pressão & Saída digital para Compressor – Tensão mínima e máxima. Fonte: Autoria Própria. 96 A figura 53 evidencia a pequena queda de tensão devido à abertura do elemento de controle, a válvula bypass. Este elemento de controle permanece ligado até que a pressão interna dos bolsões fique dentro do range de 21 a 29 mmHg. O canal 1 do osciloscópio apresenta o nível de tensão da porta A/D do PIC, enquanto o canal 2 apresenta o nível de tensão da porta digital para o compressor. No ponto A, o nível de tensão na entrada do conversor A/D era de 2,0 V, equivalente a 33,3 mmHg, em B após a abertura e fechamento da válvula bypass, o nível de tensão deste ponto passou para 1,84 V, equivalente à 30,7 mmHg. Figura 53 – Sinal de Tensão do Sensor de Pressão & Saída digital para Compressor – Acionamento da válvula de bypass. Fonte: Autoria Própria. A figura 54 apresenta a amplitude da variação da pressão já estável, devido à flutuações na medição do sensor. Esta variação tem amplitude de 240 mV (4 mmHg) entre o ponto A, 1,6 V (26,7 mmHg) e o ponto B, 1,84 V (30,7 mmHg). Para tal, o valor médio da medição é de 1,72 V ou 28,7 mmHg. O canal 1 do osciloscópio apresenta o nível de tensão da porta A/D do PIC, enquanto o canal 2 apresenta o nível de tensão da porta digital para o compressor. 97 Figura 54 – Sinal de Tensão do Sensor de Pressão & Saída digital para Compressor – Amplitude da medição. Fonte: Autoria Própria. A fim de evidenciar o comportamento da válvula bypass, um canal permaneceu ligado no sensor, enquanto o outro canal foi desligado do pino do PIC que acionava o compressor e foi ligado no pino que acionava esta válvula. A figura 55 apresenta o comportamento da pressão quando o a válvula de bypass era acionada. Nota-se que existe uma pequena queda na pressão, no momento em que esta válvula bypass é aberta junto da válvula de saída do conjunto. A queda observada foi de 2,16 V (36 mmHg) para 2,04 V (34 mmHg), medição nos picos de tensão, e o tempo de permanência da válvula aberta, foi de 2,4 s. O canal 1 do osciloscópio apresenta o nível de tensão da porta A/D do PIC, enquanto o canal 2 apresenta o nível de tensão da porta digital para a válvula bypass. 98 Figura 55 – Sinal de Tensão do Sensor de Pressão & Saída digital para Válvula bypass – Tempo da Válvula Aberta. Fonte: Autoria Própria. Mais um aspecto relevante foi o atraso existente entre o acionamento de duas válvulas consecutivas. Para isso, um canal foi ligado no pino de acionamento de uma válvula de entrada, e o outro canal foi ligado no pino de uma válvula de saída que deve ser acionada imediatamente depois da primeira. O acionamento das válvulas baseou-se na criação da função exec(), conforme descrição do desenvolvimento do firmware, a qual busca evitar a alta corrente de inrush na fonte ATX. Como descrito anteriormente no código C do firmware, o tempo de acionamento entre as válvulas deve ser de 262 ms. As figuras 56 e 57 apresentam o tempo medido entre o acionamento e o desligamento das válvulas durante a função startup( ). O canal 1 do osciloscópio apresenta o nível de tensão da porta digital para a válvula de entrada, enquanto o canal 2 apresenta o nível de tensão da porta digital para a válvula de saída. Verificou-se que o tempo de acionamento entre as válvulas foi de 288 ms. 99 Figura 56 – Sinal de Tensão Válvula de Entrada e Válvula de Saída do conjunto de bolsões. Fonte: Autoria Própria. Figura 57 – Sinal de Tensão Válvula de Entrada e Válvula de Saída do conjunto de bolsões – Atraso no acionamento. Fonte: Autoria Própria. 100 O comportamento das válvulas de entrada, saída e bypass ao longo da função calibrate() é evidenciado nas figuras 58, 59 e 61. Na figura 58, o canal 1 apresenta o sinal na entrada do conversor A/D do PIC e o canal 2 apresenta o nível de tensão da porta lógica da válvula bypass. Como discutido anteriormente, a válvula bypass dever permanecer fechada durante todo o tempo de enchimento dos bolsões. Abrindo por 2 s, após o desligamento do compressor, para controlar a redução da pressão do conjunto de bolsões. E então, após a conclusão da função para liberar a pressão contida no trecho de linha utilizado para medir a pressão, por esse motivo a pressão cai a zero. Figura 58 – Sinal de Tensão do Sensor de Pressão & Saída digital para Válvula bypass – função calibrate( ). Fonte: Autoria Própria. Depois, foi interessante registrar paralelamente o acionamento das válvulas de entrada e saída. Para tanto, um canal foi ligado no pino de acionamento de uma válvula de entrada, e o outro canal foi ligado no pino de uma válvula de saída. Na figura 59, o canal 1 apresenta o sinal da saída digital para a válvula de saída e o canal 2 apresenta o sinal da saída digital para a válvula de entrada. No momento de inicialização do sistema, há o acionamento de ambas as válvulas através da função 101 startup(), verificado pelas bordas de descida indicadas abaixo do indicador horizontal de trigger do osciloscópio, e as bordas de subida que determinam o fim desta função. A função calibrate() inicia-se na segunda borda de subida, a válvula de entrada permanece fechada, enquanto a válvula de saída é acionada, por 2 s conforme figura 60, para verificar a pressão no grupo de bolsões. Após verificada a tensão, a válvula de saída é fechada e então ambas são acionadas para o processo de enchimento dos bolsões. O fim do processo de enchimento é verificado pelo fechamento da válvula de entrada, terceira borda de subida do canal 2. E o final do período de estabelecimento da tensão é percebido com o fechamento da válvula de saída, na quarta borda de subida do canal 1. Figura 59 – Sinal de Tensão das Saídas digitais para as Válvulas de entrada e saída. – função calibrate( ). Fonte: Autoria Própria. O comportamento da válvula de bypass em relação com a válvula de saída é uma importante aquisição. Assim, tomou-se o canal do osciloscópio ligado na válvula de entrada, ligando-o no pino responsável pela válvula de bypass. 102 Figura 60 – Sinal de Tensão das Saídas digitais para as Válvulas de entrada e saída – tempo de medição da pressão. Fonte: Autoria Própria. Na figura 61, o canal 1 apresenta o sinal da saída digital para a válvula de saída e o canal 2 apresenta o sinal da saída digital para a válvula bypass. No momento de inicialização do sistema, há o acionamento de ambas as válvulas através da função startup(). O atraso gerado pela função exec() é evidenciado entre a primeira borda de descida do canal 1 e a primeira borda de descida do canal 2, pois, a válvula de saída é a segunda válvula acionada, enquanto a válvula bypass é a sétima a ser acionada. A segunda e a terceira bordas de descida do canal 2, representam o acionamento da válvula bypass para reduzir a pressão do conjunto de bolsões até a pressão estabelecida. 103 Figura 61 – Sinal de Tensão das Saídas digitais para as Válvulas de saída e bypass – função calibrate( ). Fonte: Autoria Própria. O tempo de estabelecimento da pressão proposto para o sistema é de 6 s, conforme descrito no desenvolvimento do firmware. Na figura 61 é possível determinar este período como o tempo entre a quarta borda de subida do canal 2, fechamento da válvula bypass, e a quarta borda de subida do canal 1, fechamento da válvula de saída do conjunto de bolsões. No momento em que o compressor é desligado, o comportamento da pressão apresenta uma variação brusca. Compreende-se que neste momento, mesmo que em menor escala é evidenciado um Golpe de Aríete. Este ocorre devido a parada repentina do compressor. A onda de choque gerada caminha pelo circuito pneumático, chocandose contra as paredes das mangueiras, válvulas e afetando o funcionamento do sensor. Este efeito dura cerca de 2,26 s, tendo uma amplitude de cerca de 1,32 V (22 mmHg), pode-se verificá-lo nas figuras 62 e 63. Observa-se, neste caso, o sensor ligado ao canal 1 e o pino de acionamento do compressor no canal 2. 104 Figura 62 – Sinal de Tensão da entrada do Conversor A/D – Golpe de Aríete, período de estabilização da pressão. Fonte: Autoria Própria. Figura 63 – Sinal de Tensão da entrada do Conversor A/D – Golpe de Aríete, amplitude da tensão. Fonte: Autoria Própria. 105 Neste momento, dependendo de como o firmware é programado, pode-se acarretar medições enganosas, fazendo com que o programa interprete que a pressão é maior do que a pressão supostamente estável. Na figura 64, foi registrado o desligamento do compressor por um tempo prolongado, tentando verificar alguma eventual variação no momento do fechamento da válvula de entrada do conjunto. Realmente, só se observa mudanças na pressão depois de 5,52 s, que é o momento no qual a válvula de bypass se abre, deixando escapar um pouco da pressão. Figura 64 – Sinal de Tensão da entrada do Conversor A/D – Golpe de Aríete e abertura da válvula bypass. Fonte: Autoria Própria. 106 5. CONCLUSÕES Neste trabalho, foi descrito o desenvolvimento de um sistema microcontrolado para controle de pressão em colchões a ar e trocas de pontos de apoio. Os modos de operação determinados inicialmente puderam ser alcançados através da utilização de rotinas com lógicas sequenciais. As funções calibrate () e pattern() sintetizam os dois objetivos propostos pelo trabalho. Nestas funções, pode-se determinar os níveis de pressão de cada grupo de bolsão criado e também submetê-los a rotinas de operação específicas com o intuito de realizar as trocas dos pontos de apoio do corpo suspenso sobre o colchão. Durante o decorrer da programação do firmware para a operação do protótipo foram notados inúmeros mal funcionamentos inesperados com relação ao comportamento do PIC. Em diversas situações as funções programadas em C, no MikroC, não respondiam como o esperado ou ainda não retornavam valores de maneira consistente. Estas situações adversas no código levaram à adoção de algumas medidas que remediaram o funcionamento do programa, mas que não são as práticas mais recomendadas para uma programação robusta e clara. Entre essas medidas, estão a utilização de uma grande quantidade de variáveis globais e também o uso de inúmeros flags para a operação de funções. Embora essas medidas tenham comprometido a harmonia do código e violassem as boas práticas de programação, foram as únicas formas de solucionar estas inconsistências encontradas durante a montagem do projeto, que apesar disso, operou com sucesso. Outra fonte de problemas recorrentes foi a limitada memória de programa do microcontrolador escolhido. Inicialmente esta limitação não se mostrou problemática, mas, à medida que o código do programa crescia e funções mais complexas e mais variáveis eram usadas, esta limitação se mostrou um problema preponderante. Uma vez que se excede a memória de programa, o comportamento do PIC torna-se totalmente errático e aleatório, não respondendo da maneira esperada, de tal forma que não é possível, pela análise do código em C determinar a origem destes comportamentos, o que torna o processo de debug extremamente frustrante e cansativo. 107 Depois desta situação se tornar ciente aos alunos, foi necessário modificar algumas partes do código, para que não se excedesse mais a memória de programa. Em uma análise mais aprofundada, foi possível detectar que a remoção de uma única variável do tipo float presente no programa com o intuito de armazenar os valores medidos de pressão com mais exatidão, livrou uma parte considerável da memória de programa, cerca de 10%. Foi necessário remover certas funções da programação, pois, estas também ocupavam boa parte da memória. Com isso, foram removidas funções que não iriam impactar de forma tão significativa na operação do protótipo, como por exemplo, a função de um menu de seleção e uma função para a interface com os botões. Embora o protótipo tenha operado plenamente sem estas funções, tais comandos trariam um diferencial para o projeto, tornando-o muito mais flexível e interativo com o usuário, mas infelizmente não puderam ser usados devido à escassez de memória do PIC. Além de tudo, um último problema, este bastante relevante foi observado com relação à programação. Dependendo do número estruturas de seleção (ifs) e de repetição (whiles) que eram usadas umas dentro das outras (ifs aninhados) ocorria o estouro da pilha do microcontrolador, o que inviabilizava completamente a utilização do código para a operação. Houve a necessidade de se escrever o código sempre pensando em tal limitação da pilha, jamais se podendo ultrapassar o seu limite máximo. Com isso, foi concluído que, apesar do protótipo montado nos experimentos ter operado com sucesso, para se acionar um equipamento que possuísse todas as funcionalidades inicialmente imaginadas, mas que não puderam ser implementadas devido às limitações descritas, dever-se-ia considerar a utilização de um microcontrolador mais robusto e de maior capacidade que o PIC16F877A. Com isso, seria possível construir um equipamento completo e totalmente configurável pelo usuário sem os inconvenientes da limitação da memória e da grande quantidade de erros inesperados observados. Apesar das dificuldades encontradas, caso queira-se implementar somente o modo de operação do colchão, a resposta é satisfatória. A fonte ATX utilizada alimentava tanto o circuito do microcontrolador com 5 V como o circuito das válvulas com 12 V. Esta deveria suprir a demanda de corrente requisitada 108 pelo acionamento das válvulas em 12 V, uma vez que tal dispositivo poderia fornecer 450 W. Mas como foi citado, foi observado que ao se acionar uma válvula, existe uma certa corrente de inrush maior que a corrente nominal, e, quando todas as válvulas eram acionadas simultaneamente o somatório das correntes de inrush mais elevadas fazia com que a fonte reiniciasse por segurança, desligando tanto as válvulas quanto o circuito de comando do microcontrolador e portanto reiniciando a execução do programa. Como descrito anteriormente, o problema foi solucionado não permitindo o acionamento simultâneo das válvulas, sendo que sempre existe um tempo de 262 ms entre o acionamento de cada uma, tempo este, necessário para a extinção das correntes de inrush, fazendo com que a fonte não mais desligasse. Dessa forma, notou-se que, embora as fontes ATX sejam extremamente práticas quando se está trabalhando com níveis variados de tensão, existe uma certa limitação quanto à demanda máxima de corrente, mesmo que a corrente requisitada não exceda a potência nominal da fonte. Com isso, é notável que para uma operação mais eficiente de todo o protótipo, seria interessante sobredimensionar a potência da fonte ATX utilizada, ou mesmo procurar uma outra solução mais específica para a alimentação dos variados níveis de tensão necessários para o projeto. Deste modo o sistema poderia operar com mais de uma atividade simultaneamente como encher ou esvaziar os grupos de bolsões, sem a necessidade da lógica sequencial. Para a montagem do corpo do colchão, foi utilizado um conjunto de câmaras de ar para pneus de bicicleta. Estas câmaras serviram como bolsão para armazenamento de ar e alternância de pressão sobre o indivíduo acamado. Não apresentaram vazamentos quando cheias. Embora tenham se mostrado uma solução perfeitamente cabível para a montagem do protótipo, elas apresentavam alguns inconvenientes como não possuírem um conector pneumático compatível com o modelo de conexões pneumáticas industriais utilizadas no projeto. Para solucionar o primeiro problema, instalaram-se conectores que agiam como um adaptador entre o padrão de conexões da câmara e o padrão industrial utilizado. Estes adaptadores se mostravam a um preço acessível, no entanto, quando se escolheu ter um conjunto com um número grande de câmaras, o orçamento ficou mais elevado. 109 Em algumas ocasiões, pelo posicionamento das câmaras na estrutura em que foram montadas, estas não respondiam à entrada e à saída de ar quando requisitadas. Este problema não foi completamente solucionado devido à forma em que as câmaras eram posicionadas. O máximo que se podia fazer era movê-las de tal forma que o ar pudesse escoar com maior facilidade. Este não foi um problema significativo na operação, visto que podia ser solucionado verificando quais câmaras estavam nesta condição e movendo-as e também porque o número de câmaras que apresentavam este inconveniente era mínimo. Assim, para a melhoria deste equipamento, faz-se necessário pesquisar algum substituto para as câmaras de pneu de bicicleta usadas no corpo do colchão que, apesar de provarem o conceito, podendo-se observar a resposta dos bolsões às pressões exercidas, precisam de adaptações extras e obstruem eventualmente a passagem do ar. O restante dos componentes correspondeu muito bem às expectativas de operação do protótipo. O compressor, além de compacto e de baixo custo, apresenta peso muito reduzido, é extremamente silencioso e possui uma potência mais do que suficiente para fornecer pressão para o sistema. As válvulas funcionaram perfeitamente bem. O único inconveniente foi a corrente de inrush, mas que foi facilmente corrigida mudando a programação do microcontrolador. Os módulos de relés, apesar de usarem lógica inversa para acionamento, que foi posteriormente corrigida pelo microcontrolador também foram utilizados sem maiores problemas. A resposta do sensor escolhido foi bastante próxima ao observado no manômetro, mostrando uma confiabilidade razoável para a aquisição da pressão. Apesar de terem sido implementadas via software e simuladas, as funcionalidade da interface com os botões e o menu de seleção não foram implementadas no hardware. O PIC possui uma memória extremamente limitada, não permitindo rodar um código completamente integrado. No entanto, isso não afetou a operação final do protótipo, visto que apesar de tais funcionalidades tornarem o equipamento muito mais interativo, não influenciavam na atuação das válvulas e dos compressores (componentes estes fundamentais). Por isso, foi gravado no PIC um programa que operava de maneira eficaz, porém sem possibilidade 110 de alterar os tempos ou padrões de alternância de outra forma que não fosse regravando o microcontrolador. 111 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT NBR IEC 60529:2005. Graus de proteção para invólucros de equipamentos elétricos (código IP). 40 páginas. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro – RJ. 2005 ABREU, Miucha Américo Gomes Miyasiro de. Desenvolvimento de um sistema com colchão pneumático eletronicamente controlado para prevenção de úlcera de pressão. 57 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Biomédica) - Universidade de Mogi das Cruzes, 2010. AKASA – Superb Design Engineering. Power Supply Units. Disponível em: < http://www.akasa.com.tw/update.php?tpl=product/product.detail.tpl&no=181&type=Powe r%20supplies&type_sub=Standard&model=AK-P350PG >. Acesso em 18 /03/2013 às 10:00 ASCOVAL. Catálogo Geral, Catálogo 31B. Linha controle de Fluídos. Válvulas Solenóide, Válvulas Operadas a Ar. Ascoval Indústria e Comércio Ltda. Maio de 2011. 144 páginas. ATLAS COPCO BRASILEIRA S/A. Manual de Instalação de Compressores. 99. 1972 BARBI, Ivo. Eletrônica de potência: projetos de fontes chaveadas. Florianópolis: Ed. do Autor, 2001. 332 p. 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ISBN 8587385127. 119 APÊNDICE A Datasheet Compressor Tecumseh, modelo: AZA1335DDS 120 APÊNDICE B Datasheet sensor MPX5010DP 121 APÊNDICE C unsigned short padrao=1, tempo=1, me1=1, me2=1,mflag=0,a=0, pflag=0,vflag=0; unsigned short atimer1=0,atimer2=0,atimer3=0;//Variáveis para os timers unsigned short flag=0,tflag=0; unsigned short uk=0,rk=0,dk=0,lk=0,ek=0,uf=0,rf=0,df=0,lf=0,ef=0; //Variáveis para os botões /* LISTA DE VARIÁVEIS padrao -> guarda informação de qual padrão está sendo usado tempo -> guarda informação de qual tempo de acionamento está sendo usado me1, me2, mflag -> variável auxiliar para controlar o menu a -> variável auxiliar para controlar as operações de cada grupo de bolsão pflag -> variável auxiliar para controlar as operações de calibração vflag -> variável auxiliar para controlar as operações de cada um dos atuadores atimer1,atimer2,atimer3 -> variáveis auxiliares usadas na temporização flag -> os bits desta variável guardam flags distintos flag.F0 -> flag de confirmação de execução de operação dos atuadores flag.F2 -> flag de confirmação de calibração de um grupo de bolsões flag.F3 -> flag de temporização para acionamento dos atuadores tflag -> flag de temporização para a função de tempo genérica uk,rk,dk,lk,ek -> monitoram respectivamente o estado dos botões para cima, para direita, para baixo, para esquerda e enter da interface uf,rf,df,lf,ef -> retornam respectivamente a borda de subida dos botões para cima, para direita, para baixo, para esquerda e enter da interface */ //Inicialização das variáveis do LCD //Funções do LCD utilizadas da biblioteca nativa do MikroC sbit LCD_RS at RB4_bit; sbit LCD_EN at RB5_bit; sbit LCD_D4 at RB0_bit; sbit LCD_D5 at RB1_bit; sbit LCD_D6 at RB2_bit; sbit LCD_D7 at RB3_bit; sbit LCD_RS_Direction at TRISB4_bit; sbit LCD_EN_Direction at TRISB5_bit; sbit LCD_D4_Direction at TRISB0_bit; sbit LCD_D5_Direction at TRISB1_bit; sbit LCD_D6_Direction at TRISB2_bit; sbit LCD_D7_Direction at TRISB3_bit; //Declaração das variáveis de estado das válvulas e do compressor //1-aberto/acionado 0-fechado/desligado //vin[n] para a válvula de entrada do n-ésimo conjunto de bolsões //vout[n] para a válvula de saída do n-ésimo conjunto de bolsões //vbp para a válvula de bypass //comp para o compressor unsigned short vin[3],vout[3]; bit vbp,comp; 122 //Função para fechar todas as válvulas void close_all_valves() { unsigned short i; for(i=0;i<=2;i++) { vin[i]=0; vout[i]=0; } vbp=0; } //Função para abrir todas as válvulas void open_all_valves() { unsigned short i; for(i=0;i<=2;i++) { vin[i]=1; vout[i]=1; } vbp=1; } //Função para calcular o tempo de acionamento entre válvulas //Necessária para evitar corrente de inrush muito alta ao ligar todas as válvulas de uma vez //Utiliza o TIMER1 do PIC //PIR1.TMR1IF é o flag do PIC que retorna a temporização void timerv() { if(PIR1.TMR1IF) { PIR1.TMR1IF=0; flag.F3=1; } } //Função que executa abertura/fechamento das válvulas e ligamento/desligamento docompressor //flag.F3 é o flag que retorna a temporização concluída da função timerv() //vflag é a variável que controla qual dos atuadores está sendo ligado/desligado //cada vez que timerv() é temporizado, fazendo flag.F3=1, a variável vflag é incrementada, verificando o próximo atuador //o valor lógico na porta do PIC deve ser invertido pois o módulo de relés opera em lógica inversa void exec() { timerv(); if(flag.F3==1) { flag.F3=0; vflag++; } if(vflag==0){ PORTC.F0=vin[0]; PORTC.F0=~PORTC.F0;} if(vflag==1){ PORTC.F1=vout[0]; PORTC.F1=~PORTC.F1;} if(vflag==2){ PORTC.F2=vin[1]; PORTC.F2=~PORTC.F2;} if(vflag==3){ PORTC.F3=vout[1]; 123 PORTC.F3=~PORTC.F3;} if(vflag==4){ PORTC.F4=vin[2]; PORTC.F4=~PORTC.F4;} if(vflag==5){ PORTC.F5=vout[2]; PORTC.F5=~PORTC.F5;} if(vflag==6){ PORTC.F6=vbp; PORTC.F6=~PORTC.F6;} if(vflag==7){ PORTC.F7=comp; PORTC.F7=~PORTC.F7;} if(vflag==8){ vflag=0; flag.F0=1;} } //Função para escanear os botões e verificar se estes foram pressionados //A função retorna somente uma borda de subida nas variáveis uf, rf, df, lf ou ef //As variáveis uk, rk, dk, lk e ek monitoram o estado dos botões void scan_keys() { uf=0; rf=0; df=0; lf=0; ef=0; if(PORTD.F0==0){ uk=0;} if(PORTD.F1==0){ rk=0;} if(PORTD.F2==0){ dk=0;} if(PORTD.F3==0){ lk=0;} if(PORTD.F4==0){ ek=0;} if(PORTD.F0==1 && uk==0) { uk=1; uf=1; } if(PORTD.F1==1 && rk==0) { rk=1; rf=1; } if(PORTD.F2==1 && dk==0) 124 { dk=1; df=1; } if(PORTD.F3==1 && lk==0) { lk=1; lf=1; } if(PORTD.F4==1 && ek==0) { ek=1; ef=1; } } //Função para medir a pressão usando o sensor no conversor A/D da PORTA.F0 //MPX5010DP retorna 450mV/kPa //1kPa=7.5mmHg unsigned int measure_pressure() { unsigned int pr; pr = Adc_Read(0) & 0X3FF;//Função de leitura do conversor A/D utilizada da biblioteca nativa do MikroC pr=(pr/12)-3;//mmHg return(pr); } //Função para resetar as variáveis de timer void reset_timers() { INTCON.F2=0; PIR1.TMR1IF=0; atimer1=0; atimer2=0; atimer3=0; } //Função para resetar as variáveis do timer0 void reset_timer0() { INTCON.F2=0; atimer1=0; atimer2=0; } //Função para temporizar x segundos a partir do timer0 do PIC //INTCON.F2 é o flag do PIC que retorna a temporização do timer0 //INTCON.F2 deve ser retornado 31 vezes para retornar aproximadamente 1s //como timer0 foi configurado para //32.768ms //0.032768s*31=1.015808s que é muito próximo de 1s void timerxs(unsigned short x) { if(INTCON.F2) { atimer1++; INTCON.F2=0; 125 } if(atimer1==31) { atimer2++; atimer1=0; } if(atimer2==x) { atimer2=0; tflag=1; } } //Função para o gerenciamento de um menu de escolha de padrões e tempos de acionamento que utiliza o LCD e a interface de botões //Sempre que o menu está ativo, todas as válvulas são fechadas e o compressor é desligado //Nenhum padrão opera neste momento //A variável me1 controla a que opção do menu está ativa no momento //É controlada pelos botões para cima e para baixo da interface //A variável me2 controla a seleção de padrões/tempos //É controlada pelos botões para esquerda e para direita //Para confirmar uma opção, deve-se pressionar o botão enter //Esta função acabou não sendo usada void menu() { close_all_valves(); comp=0; exec(); flag.F0=0; flag.F3=0; a=0; if(me1>1 && uf==1) { me1--; me2=1; } if(me1<5 && df==1) { me1++; me2=1; } if(me1==1) { Lcd_Out(1,1,"PAD"); if(me2<2 && rf==1) { me2++; } if(me2>1 && lf==1) { me2--; } if(me2==1) { Lcd_Out(2,1,"pd1"); } if(me2==2) { Lcd_Out(2,1,"pd2"); } 126 if(ef==1) { padrao=me2; Lcd_Out(1,1,"OK "); Delay_ms(1000); } } if(me1==2) { Lcd_Out(1,1,"TMP"); if(me2<2 && rf==1) { me2++; } if(me2>1 && lf==1) { me2--; } if(me2==1) { Lcd_Out(2,1,"tp1"); } if(me2==2) { Lcd_Out(2,1,"tp2"); } if(ef==1) { tempo=me2; Lcd_Out(1,1,"OK "); Delay_ms(1000); } } if(me1==3) { Lcd_Out(1,1,"tst"); Lcd_Out(2,1," "); if(ef==1) { //print("aguarde",2); //test(); //print("teste concluido",2); Delay_ms(1000); } } if(me1==4) { Lcd_Out(1,1,"fim"); Lcd_Out(2,1,"ok?"); a=0; reset_timers(); if(ef==1) { mflag=0; me1=1; flag.F0=0; pflag=15; tflag=0; } 127 } if(me1==5) { Lcd_Out(1,1,"off"); Lcd_Out(2,1,"ok?"); reset_timers(); if(ef==1) { mflag=0; me1=1; } } } //Função para setar as portas do microcontrolador como entradas/saídas void set_ports() { ADCON1 = 0X00; TRISA=0B00000001;//F0 medição de pressão TRISB=0B00000000;//F0-F4 LCD dados, F5-F6 LCD comandos TRISC=0B00000000;//F0-F6 válvulas, F7 compressor TRISD=0B00011111;//F0-F4 botões } //Função para setar os timers void set_timer() { OPTION_REG = 0B00000111;//timer0 setado em 32.768ms TMR0 = 0X00;//preseta timer0 em 0 //timer1 setado em xms T1CON.T1CKPS1 = 1; T1CON.T1CKPS0 = 1; T1CON.T1SYNC = 1; T1CON.TMR1CS = 0; T1CON.TMR1ON = 1; TMR1H = 0;// preseta bit mais significativo do timer1 em 0 TMR1L = 0;// preseta bit menos significativo do timer1 em 0 } //Função para calibrar um determinado grupo de bolsões //Devem ser entrados como parâmetros //i - número que identifica um certo conjunto de bolsões //prss - pressão estabilizada dentro do conjunto de bolsões //prmax - pressão máxima que deve-se atingir para poder calibrar void calibrate(unsigned short i, unsigned short prss, unsigned short prmax) { //Abre válvula de saída do conjunto i de bolsões //Equaliza a pressão na linha para posterior medição if(pflag==0) { vout[i]=1; exec(); } //Verifica se foi executado if(pflag==0 && flag.F0==1) { 128 flag.F0=0; pflag=1; } //Fecha válvula de saída do conjunto i de bolsões if(pflag==1) { vout[i]=0; exec(); } //Verifica se foi executado if(pflag==1 && flag.F0==1) { flag.F0=0; pflag=2; } //Mede a pressão na linha //Se pressão dentro do limite estabelecido, finaliza função, pois o conjunto já está calibrado if(pflag==2 && measure_pressure()<=(prss+4) && measure_pressure()>=(prss-4)) { pflag=0; flag.F2=1; } //Se pressão menor que a estabelecida, iniciar procedimento de enchimento if(pflag==2 && measure_pressure()<(prss-4)) { pflag=3; } //Se pressão maior que a esabelecida, iniciar procedimento de escape if(pflag==2 && measure_pressure()>(prss+4)) { pflag=7; } //Procedimento de enchimento do conjunto i de bolsões //Abre somente as válvulas de entrada e saída do conjunto i if(pflag==3) { vin[0]=0; vout[0]=0; vin[1]=0; vout[1]=0; vin[2]=0; vout[2]=0; vin[i]=1; vout[i]=1; vbp=0; comp=0; exec(); } //Verifica se foi executado e se a pressão é menor que a pressão máxima (por segurança) if(pflag==3 && flag.F0==1 && measure_pressure()<prmax) { pflag=4; flag.F0=0; } 129 //Espera 2s e liga o compressor com as válvulas de entrada e saída do conjunto i abertas, para inflar os bolsões if(pflag==4) { timerxs(2); if(tflag==1) { comp=1; exec(); } } //Verifica se foi executado e se a pressão é maior que a pressão máxima if(pflag==4 && flag.F0==1 && measure_pressure()>=prmax) { pflag=5; reset_timer0(); flag.F0=0; tflag=0; } //Desliga o compressor if(pflag==5) { comp=0; exec(); } //Verifica se foi executado if(pflag==5 && flag.F0==1) { pflag=6; flag.F0=0; } //Espera 4s if(pflag==6) { timerxs(4); } //Verifica se esperou if(pflag==6 && tflag==1) { pflag=7; reset_timer0(); tflag=0; } //Procedimento de escape //Fecha válvula de entrada e mantém a válvula de saída aberta, abrindo também a válvula de bypass if(pflag==7) { vin[i]=0; vout[i]=1; vbp=1; exec(); } //Verifica se foi executado e se a pressão está dentro do padrão estabelecido if(pflag==7 && flag.F0==1 && measure_pressure()<=(prss+4) && measure_pressure()>=(prss-4)) { pflag=8; 130 flag.F0=0; } //Fecha a válvula de bypass if(pflag==8) { vbp=0; exec(); } //Se foi executado e a pressão está dentro do padrão estabelecido, inicia confirmação de estabilização da pressão if(pflag==8 && flag.F0==1 && measure_pressure()<=(prss+4) && measure_pressure()>=(prss-4)) { pflag=9; flag.F0=0; } //Se foi executado e a pressão é maior do que o estabelecido, reinicia o procedimento de escape if(pflag==8 && flag.F0==1 && measure_pressure()>(prss+4)) { pflag=7; flag.F0=0; } //Confirmação de estabilização da pressão //Espera 6s e fecha a válvula de saída do conjunto i if(pflag==9) { timerxs(6); if(tflag==1) { Lcd_Out(2,1,"OK"); vout[i]=0; exec(); } } //Verifica se foi executado e a pressão está dentro do padrão estabelecido if(pflag==9 && flag.F0==1 && measure_pressure()<=(prss+4) && measure_pressure()>=(prss-4)) { flag.F0=0; tflag=0; reset_timer0(); pflag=10; } //Abre a válvula de bypass //Para limpar a linha de pressão if(pflag==10) { vbp=1; exec(); } //Verifica se foi executado if(pflag==10 && flag.F0==1) { flag.F0=0; pflag=11; reset_timer0(); } 131 //Fecha a válvula de bypass if(pflag==11) { timerxs(3); if(tflag==1) { vbp=0; exec(); } } //Se foi executado com sucesso, finaliza a função if(pflag==11 && flag.F0==1) { flag.F0=0; tflag=0; reset_timer0(); flag.F2=1; pflag=0; } //Se a confirmação de estabilização da pressão foi executada e a pressão é maior do que o estabelecido //Reinicia o procedimento de escape if(pflag==9 && flag.F0==1 && measure_pressure()>(prss+4)) { pflag=7; flag.F0=0; reset_timer0(); } //Se durante a confirmação de estabilização da pressão foi a pressão é maior do que o estabelecido (para evitar variações bruscas) //Reinicia o procedimento de escape if(pflag==9 && tflag==0 && measure_pressure()>(prss+4)) { pflag=7; flag.F0=0; reset_timer0(); } } //Função para inicializar os bolsões void start_up() { //Abre todas as válvulas if(a==0) { open_all_valves(); exec(); } //Verifica se foi executado if(a==0 && flag.F0==1) { a=1; flag.F0=0; } //Fecha todas as válvulas if(a==1) { 132 close_all_valves(); exec(); } //Verifica se foi executado if(a==1 && flag.F0==1) { a=2; flag.F0=0; } //Calibra o conjunto 0 com 25mmHg, inflando no máximo até 45mmHg if(a==2) { calibrate(0,25,45); //Verifica se calibrou if(flag.F2==1) { flag.F2=0; a=3; } } //Espera 3s if(a==3) { timerxs(3); //Verifica se esperou if(tflag==1) { tflag=0; a=4; } } //Calibra o conjunto 1 com 25mmHg, inflando no máximo até 45mmHg if(a==4) { calibrate(1,25,45); //Verifica se calibrou if(flag.F2==1) { flag.F2=0; a=5; } } //Espera 3s if(a==5) { timerxs(3); //Verifica se esperou if(tflag==1) { tflag=0; a=6; } } //Calibra o conjunto 2 com 25mmHg, inflando no máximo até 45mmHg if(a==6) { 133 calibrate(2,25,45); //Verifica se calibrou if(flag.F2==1) { flag.F2=0; a=7; } } //Espera 3s if(a==7) { timerxs(3); //Verifica se esperou if(tflag==1) { tflag=0; a=8; } } } //Função para executar um padrão de repetição //flag.F2 é o flag que confirma a calibração void pattern() { //Calibra conjunto 2 (cabeça), a 25mmHg, inflando no máximo até 45mmHg if(a==8) { calibrate(2,25,45); //Verifica se calibrou if(flag.F2==1) { flag.F2=0; a=9; } } //Espera 55s if(a==9) { timerxs(55); //Verifica se esperou if(tflag==1) { tflag=0; a=10; } } //Calibra conjunto 0 (posterior 1), a 25mmHg, inflando no máximo até 45mmHg if(a==10) { calibrate(0,25,45); //Verifica se calibrou if(flag.F2==1) { flag.F2=0; a=11; } } 134 //Espera 55s if(a==11) { timerxs(55); //Verifica se esperou if(tflag==1) { tflag=0; a=12; } } //Calibra conjunto 1 (posterior 2), a 35mmHg, inflando no máximo até 45mmHg if(a==12) { calibrate(1,35,45); //Verifica se calibrou if(flag.F2==1) { flag.F2=0; a=13; } } //Espera 55s if(a==13) { timerxs(55); //Verifica se esperou if(tflag==1) { tflag=0; a=14; } } //Calibra conjunto 1, a 25mmHg, inflando no máximo até 45mmHg if(a==14) { calibrate(1,25,45); //Verifica se calibrou if(flag.F2==1) { flag.F2=0; a=15; } } //Espera 55s if(a==15) { timerxs(55); //Verifica se esperou if(tflag==1) { tflag=0; a=16; } } //Calibra conjunto 0, a 35mmHg, inflando no máximo até 45mmHg 135 if(a==16) { calibrate(0,35,45); //Verifica se calibrou if(flag.F2==1) { flag.F2=0; a=17; } } //Espera 55s if(a==17) { timerxs(55); //Verifica se esperou if(tflag==1) { tflag=0; a=10;//Reinicia a partir do conjunto 0 com 25mmHg } } } //Função para mostrar qual padrão e tempo de acionamento está sendo usado no momento //Esta função acabou não sendo usada void show_state() { unsigned int t; Lcd_Out(2,1,"tp"); if(tempo==1) { Lcd_Out_CP("1"); t=5; } if(tempo==2) { Lcd_Out_CP("2"); t=10; } Lcd_Out(1,1,"pd"); if(padrao==1) { Lcd_Out_CP("1"); pattern(t); } if(padrao==2) { Lcd_Out_CP("2"); //pad2(); } } //Função para controle da interface LCD + botões //Normalmente deverão ser exibidos na tela os padrões e tempos //Caso o botão enter for pressionado, o menu é exibido //Esta função acabou não sendo usada void interface() { scan_keys(); 136 if(ef==1) mflag=1; if(mflag==1) { menu(); } else { show_state(); } } void main(){ unsigned int sensor=0; char texto[7]; set_ports(); set_timer(); Lcd_Init(); Lcd_Cmd(_LCD_CLEAR); Lcd_Cmd(_LCD_CURSOR_OFF); PORTC=0XFF; //Laço principal do programa while(1) { Lcd_Out(1,1,"valor: "); sensor=measure_pressure(); IntToStr(sensor, texto); Lcd_Out_CP(texto); ByteToStr(tflag, texto); Lcd_Out(2,12,texto); ByteToStr(flag.F0, texto); Lcd_Out(2,10,texto); ByteToStr(pflag, texto); Lcd_Out(2,8,texto); ByteToStr(a, texto); Lcd_Out(2,5,texto); start_up(); pattern(); } } 137 APÊNDICE D Diagrama esquemático final do protótipo Order this document by MPX5010/D SEMICONDUCTOR TECHNICAL DATA " " !!# ! " "# !" INTEGRATED PRESSURE SENSOR 0 to 10 kPa (0 to 1.45 psi) 0.2 to 4.7 V OUTPUT " The MPX5010 series piezoresistive transducer is a state–of–the–art monolithic silicon pressure sensor designed for a wide range of applications, but particularly those employing a microcontroller or microprocessor with A/D inputs. This patented, single element transducer combines advanced micromachining techniques, thin–film metallization, and bipolar processing to provide an accurate, high level analog output signal that is proportional to the applied pressure. Features • 5.0% Maximum Error over 0° to 85°C • Ideally Suited for Microprocessor or Microcontroller–Based Systems BASIC CHIP CARRIER ELEMENT CASE 867–08, STYLE 1 • Patented Silicon Shear Stress Strain Gauge • Durable Epoxy Unibody Element • Temperature Compensated over *40° to +125°C VS 3 THIN FILM TEMPERATURE COMPENSATION AND GAIN STAGE #1 X–ducer SENSING ELEMENT 2 GAIN STAGE #2 AND GROUND REFERENCE SHIFT CIRCUITRY 1 Vout DIFFERENTIAL PORT OPTION CASE 867C–05, STYLE 1 PINS 4, 5 AND 6 ARE NO CONNECTS PIN NUMBER GND Figure 1. Fully Integrated Pressure Sensor Schematic MAXIMUM RATINGS(1) Parametrics Symbol Value Unit Overpressure(2) (P1 > P2) Pmax 75 kPa Burst Pressure(2) (P1 > P2) Pburst 100 kPa Tstg – 40 to +125 °C TA – 40 to +125 °C Storage Temperature Operating Temperature 1 Vout 4 N/C 2 Gnd 5 N/C 3 VS 6 N/C NOTE: Pins 4, 5, and 6 are internal device connections. Do not connect to external circuitry or ground. Pin 1 is noted by the notch in the Lead. 1. TC = 25°C unless otherwise noted. 2. Exposure beyond the specified limits may cause permanent damage or degradation to the device. Senseon and X–ducer are trademarks of Motorola, Inc. REV 2 Motorola Sensor Device Data Motorola, Inc. 1997 1 OPERATING CHARACTERISTICS (VS = 5.0 Vdc, TA = 25°C unless otherwise noted, P1 > P2) Characteristic Symbol Min Pressure Range(1) POP 0 Supply Voltage(2) VS 4.75 Supply Current Io — Typ Max Unit — 10 kPa 5.0 5.25 Vdc 7.0 10 mAdc Minimum Pressure Offset(3) @ VS = 5.0 Volts (0 to 85°C) Voff 0 0.2 0.425 Vdc Full Scale Output(4) @ VS = 5.0 Volts (0 to 85°C) VFSO 4.475 4.7 4.925 Vdc Full Scale Span(5) @ VS = 5.0 Volts (0 to 85°C) VFSS — 4.5 — Vdc Accuracy(6) (0 to 85°C) Sensitivity Response Time(7) Output Source Current at Full Scale Output — — — ± 5.0 %VFSS V/P — 450 — mV/kPa tR — 1.0 — ms IO+ — 0.1 — mAdc Warm–Up Time(8) — — 20 — ms Offset Stability(9) — — ± 0.5 — %VFSS Symbol Min Typ Max Unit Weight, Basic Element (Case 867) — — 4.0 — Grams Common Mode Line Pressure(10) — — — 690 kPa MECHANICAL CHARACTERISTICS Characteristic NOTES: 1. 1.0 kPa (kiloPascal) equals 0.145 psi. 2. Device is ratiometric within this specified excitation range. 3. Offset (Voff) is defined as the output voltage at the minimum rated pressure. 4. Full Scale Output (VFSO) is defined as the output voltage at the maximum or full rated pressure. 5. Full Scale Span (VFSS) is defined as the algebraic difference between the output voltage at full rated pressure and the output voltage at the minimum rated pressure. 6. Accuracy (error budget) consists of the following: • Linearity: Output deviation from a straight line relationship with pressure over the specified pressure range. • Temperature Hysteresis: Output deviation at any temperature within the operating temperature range, after the temperature is cycled to and from the minimum or maximum operating temperature points, with zero differential pressure applied. • Pressure Hysteresis: Output deviation at any pressure within the specified range, when this pressure is cycled to and from the minimum or maximum rated pressure, at 25°C. • TcSpan: Output deviation over the temperature range of 0° to 85°C, relative to 25°C. • TcOffset: Output deviation with minimum rated pressure applied, over the temperature range of 0° to 85°C, relative to 25°C. • Variation from Nominal: The variation from nominal values, for Offset or Full Scale Span, as a percent of VFSS, at 25°C. 7. Response Time is defined as the time for the incremental change in the output to go from 10% to 90% of its final value when subjected to a specified step change in pressure. 8. Warm–up is defined as the time required for the product to meet the specified output voltage after the Pressure has been stabilized. 9. Offset stability is the product’s output deviation when subjected to 1000 hours of Pulsed Pressure, Temperature Cycling with Bias Test. 10. Common mode pressures beyond what is specified may result in leakage at the case–to–lead interface. 2 Motorola Sensor Device Data ON–CHIP TEMPERATURE COMPENSATION, CALIBRATION AND SIGNAL CONDITIONING Figure 2 illustrates the Differential/Gauge Sensing Chip in the basic chip carrier (Case 867). A fluorosilicone gel isolates the die surface and wire bonds from the environment, while allowing the pressure signal to be transmitted to the sensor diaphragm. The MPX5010 series pressure sensor operating characteristics, and internal reliability and qualification tests are based on use of dry air as the pressure media. Media, other than dry air, may have adverse effects on sensor performance and long–term reliability. Contact the factory for information SILICONE DIE COAT WIRE BOND regarding media compatibility in your application. Figure 3 shows a typical decoupling circuit for interfacing the integrated sensor to the A/D input of a microprocessor. Proper decoupling of the power supply is recommended. Figure 4 shows the sensor output signal relative to pressure input. Typical, minimum, and maximum output curves are shown for operation over a temperature range of 0° to 85°C using the decoupling circuit below. (The output will saturate outside of the specified pressure range.) STAINLESS STEEL METAL COVER DIE MPX5010 OUTPUT (PIN 1) ÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ ÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ ÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ ÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ P1 A/D 50 pF 51 k µ PROCESSOR RTV DIE BOND LEAD FRAME P2 EPOXY CASE Figure 3. Typical Decoupling Filter for Sensor to Microprocessor Interface Figure 2. Cross–Sectional Diagram (Not to Scale) OUTPUT (V) 5.0 TRANSFER FUNCTION: 4.5 V = V *(0.09*P+0.04) ± ERROR out S 4.0 VS = 5.0 Vdc TEMP = 0 to 85°C 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 TYPICAL MAX 1.0 MIN 0.5 0 0 1 2 4 5 6 8 3 7 DIFFERENTIAL PRESSURE (kPa) 9 10 11 Figure 4. Output versus Pressure Differential Motorola Sensor Device Data 3 Transfer Function (MPX5010D) Nominal Transfer Value: Vout = VS x (0.09 x P + 0.04) Nominal Transfer Value: ± (Pressure Error x Temp. Factor x 0.09 x VS) Nominal Transfer Value: VS = 5.0 V ± 0.25 Vdc Temperature Error Band MPX5010D Series 4.0 3.0 Temperature Error Factor 2.0 Temp Multiplier – 40 0 to 85 +125 3 1 3 1.0 0.0 –40 –20 0 20 40 80 60 100 120 140 Temperature in C° NOTE: The Temperature Multiplier is a linear response from 0° to –40°C and from 85° to 125°C. Pressure Error Band 0.5 0.4 Pressure Error (kPa) 0.3 0.2 0.1 0 –0.1 –0.2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Pressure (kPa) –0.3 –0.4 –0.5 4 Pressure Error (Max) 0 to 10 kPa ± 0.5 kPa Motorola Sensor Device Data PRESSURE (P1)/VACUUM (P2) SIDE IDENTIFICATION TABLE Motorola designates the two sides of the pressure sensor as the Pressure (P1) side and the Vacuum (P2) side. The Pressure (P1) side is the side containing fluoro silicone gel which protects the die from harsh media. The Motorola MPX Part Number pressure sensor is designed to operate with positive differential pressure applied, P1 > P2. The Pressure (P1) side may be identified by using the table below: Pressure (P1) Side Identifier Case Type MPX5010D 867–08C Stainless Steel Cap MPX5010DP 867C–05 Side with Part Marking MPX5010GP 867B–04 Side with Port Attached MPX5010GVP 867D–04 Stainless Steel Cap MPX5010GS 867E–03 Side with Port Attached MPX5010GVS 867A–04 Stainless Steel Cap MPX5010GSX 867F–03 Side with Port Attached MPX5010GVSX 867G–03 Stainless Steel Cap ORDERING INFORMATION The MPX5010 pressure sensor is available in differential and gauge configurations. Devices are available in the basic element package or with pressure port fittings that provide printed circuit board mounting ease and barbed hose pressure connections. MPX Series D i T Device Type O i Options C Case Type T Order Number Device Marking Basic Element Differential 867–08 MPX5010D MPX5010D Ported Elements Differential Dual Ports 867C–05 MPX5010DP MPX5010DP Gauge 867B–04 MPX5010GP MPX5010GP Gauge Vacuum Port 867D–04 MPX5010GVP MPX5010GVP Gauge, Axial 867E–03 MPX5010GS MPX5010D Gauge Vacuum Axial 867A–04 MPX5010GVS MPX5010D Gauge, Axial PC Mount 867F–03 MPX5010GSX MPX5010D Gauge Vacuum Axial PC Mount 867G–03 MPX5010GVSX MPX5010D Motorola Sensor Device Data 5 PACKAGE DIMENSIONS C R M B NOTES: 1. DIMENSIONING AND TOLERANCING PER ANSI Y14.5M, 1982. 2. CONTROLLING DIMENSION: INCH. 3. DIMENSION –A– IS INCLUSIVE OF THE MOLD STOP RING. MOLD STOP RING NOT TO EXCEED 16.00 (0.630). POSITIVE PRESSURE (P1) –A– N PIN 1 SEATING PLANE 1 2 3 4 5 DIM A B C D F G J L M N R S L 6 –T– G J S F D 6 PL 0.136 (0.005) M T A M INCHES MIN MAX 0.595 0.630 0.514 0.534 0.200 0.220 0.027 0.033 0.048 0.064 0.100 BSC 0.014 0.016 0.695 0.725 30 _NOM 0.475 0.495 0.430 0.450 0.090 0.105 STYLE 1: PIN 1. 2. 3. 4. 5. 6. CASE 867–08 ISSUE N MILLIMETERS MIN MAX 15.11 16.00 13.06 13.56 5.08 5.59 0.68 0.84 1.22 1.63 2.54 BSC 0.36 0.40 17.65 18.42 30 _NOM 12.07 12.57 10.92 11.43 2.29 2.66 VOUT GROUND VCC V1 V2 VEX BASIC ELEMENT (D) A C –B– NOTES: 1. DIMENSIONING AND TOLERANCING PER ANSI Y14.5M, 1982. 2. CONTROLLING DIMENSION: INCH. POSITIVE PRESSURE (P1) V DIM A B C D E F G J K N S V PIN 1 PORT #2 VACUUM (P2) 1 K J N E –T– 2 3 4 5 6 S G F D 6 PL 0.13 (0.005) M T B M INCHES MIN MAX 0.690 0.720 0.245 0.255 0.780 0.820 0.027 0.033 0.178 0.186 0.048 0.064 0.100 BSC 0.014 0.016 0.345 0.375 0.300 0.310 0.220 0.240 0.182 0.194 STYLE 1: PIN 1. 2. 3. 4. 5. 6. MILLIMETERS MIN MAX 17.53 18.28 6.22 6.48 19.81 20.82 0.69 0.84 4.52 4.72 1.22 1.63 2.54 BSC 0.36 0.41 8.76 9.53 7.62 7.87 5.59 6.10 4.62 4.93 VOUT GROUND VCC V1 V2 VEX CASE 867A–04 ISSUE E VACUUM SIDE PORTED (GVS) 6 Motorola Sensor Device Data PACKAGE DIMENSIONS–CONTINUED –T– A U L SEATING PLANE R NOTES: 1. DIMENSIONING AND TOLERANCING PER ANSI Y14.5M, 1982. 2. CONTROLLING DIMENSION: INCH. PORT #1 POSITIVE PRESSURE (P1) V –Q– N B K 1 2 3 4 5 6 PIN 1 –P– C 0.25 (0.010) J M T Q S G M D 6 PL 0.13 (0.005) F M INCHES MIN MAX 1.145 1.175 0.685 0.715 0.305 0.325 0.027 0.033 0.048 0.064 0.100 BSC 0.014 0.016 0.695 0.725 0.290 0.300 0.420 0.440 0.153 0.159 0.153 0.159 0.230 0.250 0.220 0.240 0.910 BSC 0.182 0.194 DIM A B C D F G J K L N P Q R S U V T P Q S S STYLE 1: PIN 1. 2. 3. 4. 5. 6. CASE 867B–04 ISSUE E MILLIMETERS MIN MAX 29.08 29.85 17.40 18.16 7.75 8.26 0.68 0.84 1.22 1.63 2.54 BSC 0.36 0.41 17.65 18.42 7.37 7.62 10.67 11.18 3.89 4.04 3.89 4.04 5.84 6.35 5.59 6.10 23.11 BSC 4.62 4.93 VOUT GROUND VCC V1 V2 VEX PRESSURE SIDE PORTED (GP) P 0.25 (0.010) M T Q M U W X R PORT #1 POSITIVE PRESSURE (P1) NOTES: 1. DIMENSIONING AND TOLERANCING PER ANSI Y14.5M, 1982. 2. CONTROLLING DIMENSION: INCH. –A– L V PORT #2 VACUUM (P2) PORT #1 POSITIVE PRESSURE (P1) N –Q– PORT #2 VACUUM (P2) B PIN 1 1 2 3 4 5 K 6 C SEATING PLANE –T– –T– S SEATING PLANE J D 6 PL G F 0.13 (0.005) M A M CASE 867C–05 ISSUE F DIM A B C D F G J K L N P Q R S U V W X INCHES MIN MAX 1.145 1.175 0.685 0.715 0.405 0.435 0.027 0.033 0.048 0.064 0.100 BSC 0.014 0.016 0.695 0.725 0.290 0.300 0.420 0.440 0.153 0.159 0.153 0.159 0.063 0.083 0.220 0.240 0.910 BSC 0.182 0.194 0.310 0.330 0.248 0.278 STYLE 1: PIN 1. 2. 3. 4. 5. 6. MILLIMETERS MIN MAX 29.08 29.85 17.40 18.16 10.29 11.05 0.68 0.84 1.22 1.63 2.54 BSC 0.36 0.41 17.65 18.42 7.37 7.62 10.67 11.18 3.89 4.04 3.89 4.04 1.60 2.11 5.59 6.10 23.11 BSC 4.62 4.93 7.87 8.38 6.30 7.06 VOUT GROUND VCC V1 V2 VEX PRESSURE AND VACUUM SIDES PORTED (DP) Motorola Sensor Device Data 7 PACKAGE DIMENSIONS–CONTINUED 0.25 (0.010) –P– T Q M M NOTES: 1. DIMENSIONING AND TOLERANCING PER ANSI Y14.5M, 1982. 2. CONTROLLING DIMENSION: INCH. A U –T– SEATING PLANE PORT #2 VACUUM (P2) L V R DIM A B C D F G J K L N P Q R S U V POSITIVE PRESSURE (P1) –Q– N B PIN 1 1 2 3 4 5 K 6 S C G D 6 PL J F 0.13 (0.005) M T P S Q INCHES MIN MAX 1.145 1.175 0.685 0.715 0.305 0.325 0.027 0.033 0.048 0.064 0.100 BSC 0.014 0.016 0.695 0.725 0.290 0.300 0.420 0.440 0.153 0.159 0.153 0.159 0.230 0.250 0.220 0.240 0.910 BSC 0.182 0.194 STYLE 1: PIN 1. 2. 3. 4. 5. 6. S CASE 867D–04 ISSUE F MILLIMETERS MIN MAX 29.08 29.85 17.40 18.16 7.75 8.26 0.68 0.84 1.22 1.63 2.54 BSC 0.36 0.41 17.65 18.42 7.37 7.62 10.67 11.18 3.89 4.04 3.89 4.04 5.84 6.35 5.59 6.10 23.11 BSC 4.62 4.93 VOUT GROUND VCC V1 V2 VEX VACUUM SIDE PORTED (GVP) C –B– NOTES: 1. DIMENSIONING AND TOLERANCING PER ANSI Y14.5M, 1982. 2. CONTROLLING DIMENSION: INCH. A DIM A B C D E F G J K N S V V PIN 1 PORT #1 POSITIVE PRESSURE (P1) 6 K J N 5 –T– 3 2 1 S G F E 4 D 6 PL 0.13 (0.005) M T B M INCHES MIN MAX 0.690 0.720 0.245 0.255 0.780 0.820 0.027 0.033 0.178 0.186 0.048 0.064 0.100 BSC 0.014 0.016 0.345 0.375 0.300 0.310 0.220 0.240 0.182 0.194 STYLE 1: PIN 1. 2. 3. 4. 5. 6. MILLIMETERS MIN MAX 17.53 18.28 6.22 6.48 19.81 20.82 0.69 0.84 4.52 4.72 1.22 1.63 2.54 BSC 0.36 0.41 8.76 9.53 7.62 7.87 5.59 6.10 4.62 4.93 VOUT GROUND VCC V1 V2 VEX CASE 867E–03 ISSUE D PRESSURE SIDE PORTED (AS, GS) 8 Motorola Sensor Device Data PACKAGE DIMENSIONS–CONTINUED –T– C A U E –Q– N V B R PIN 1 PORT #1 POSITIVE PRESSURE (P1) –P– 0.25 (0.010) T Q M 6 M 5 4 3 2 1 S K J 0.13 (0.005) M T P S D 6 PL Q S G NOTES: 1. DIMENSIONING AND TOLERANCING PER ANSI Y14.5M, 1982. 2. CONTROLLING DIMENSION: INCH. DIM A B C D E F G J K N P Q R S U V INCHES MIN MAX 1.080 1.120 0.740 0.760 0.630 0.650 0.027 0.033 0.160 0.180 0.048 0.064 0.100 BSC 0.014 0.016 0.220 0.240 0.070 0.080 0.150 0.160 0.150 0.160 0.440 0.460 0.695 0.725 0.840 0.860 0.182 0.194 STYLE 1: PIN 1. 2. 3. 4. 5. 6. F MILLIMETERS MIN MAX 27.43 28.45 18.80 19.30 16.00 16.51 0.68 0.84 4.06 4.57 1.22 1.63 2.54 BSC 0.36 0.41 5.59 6.10 1.78 2.03 3.81 4.06 3.81 4.06 11.18 11.68 17.65 18.42 21.34 21.84 4.62 4.93 VOUT GROUND VCC V1 V2 VEX CASE 867F–03 ISSUE D PRESSURE SIDE PORTED (GSX) –T– C A U E –Q– POSITIVE PRESSURE (P1) N V B R PORT #2 VACUUM (P2) PIN 1 –P– 0.25 (0.010) M T Q M 1 2 3 4 5 6 S K J 0.13 (0.005) M T P S D 6 PL Q S G F NOTES: 1. DIMENSIONING AND TOLERANCING PER ANSI Y14.5M, 1982. 2. CONTROLLING DIMENSION: INCH. DIM A B C D E F G J K N P Q R S U V INCHES MIN MAX 1.080 1.120 0.740 0.760 0.630 0.650 0.027 0.033 0.160 0.180 0.048 0.064 0.100 BSC 0.014 0.016 0.220 0.240 0.070 0.080 0.150 0.160 0.150 0.160 0.440 0.460 0.695 0.725 0.840 0.860 0.182 0.194 STYLE 1: PIN 1. 2. 3. 4. 5. 6. MILLIMETERS MIN MAX 27.43 28.45 18.80 19.30 16.00 16.51 0.68 0.84 4.06 4.57 1.22 1.63 2.54 BSC 0.36 0.41 5.59 6.10 1.78 2.03 3.81 4.06 3.81 4.06 11.18 11.68 17.65 18.42 21.34 21.84 4.62 4.93 VOUT GROUND VCC V1 V2 VEX CASE 867G–03 ISSUE D VACUUM SIDE PORTED (GVSX) Motorola Sensor Device Data 9 Motorola reserves the right to make changes without further notice to any products herein. Motorola makes no warranty, representation or guarantee regarding the suitability of its products for any particular purpose, nor does Motorola assume any liability arising out of the application or use of any product or circuit, and specifically disclaims any and all liability, including without limitation consequential or incidental damages. “Typical” parameters which may be provided in Motorola data sheets and/or specifications can and do vary in different applications and actual performance may vary over time. All operating parameters, including “Typicals” must be validated for each customer application by customer’s technical experts. Motorola does not convey any license under its patent rights nor the rights of others. Motorola products are not designed, intended, or authorized for use as components in systems intended for surgical implant into the body, or other applications intended to support or sustain life, or for any other application in which the failure of the Motorola product could create a situation where personal injury or death may occur. Should Buyer purchase or use Motorola products for any such unintended or unauthorized application, Buyer shall indemnify and hold Motorola and its officers, employees, subsidiaries, affiliates, and distributors harmless against all claims, costs, damages, and expenses, and reasonable attorney fees arising out of, directly or indirectly, any claim of personal injury or death associated with such unintended or unauthorized use, even if such claim alleges that Motorola was negligent regarding the design or manufacture of the part. Motorola and are registered trademarks of Motorola, Inc. Motorola, Inc. is an Equal Opportunity/Affirmative Action Employer. Mfax is a trademark of Motorola, Inc. How to reach us: USA / EUROPE / Locations Not Listed: Motorola Literature Distribution; P.O. Box 5405, Denver, Colorado 80217. 303–675–2140 or 1–800–441–2447 JAPAN: Nippon Motorola Ltd.; Tatsumi–SPD–JLDC, 6F Seibu–Butsuryu–Center, 3–14–2 Tatsumi Koto–Ku, Tokyo 135, Japan. 81–3–3521–8315 Mfax: [email protected] – TOUCHTONE 602–244–6609 ASIA/PACIFIC: Motorola Semiconductors H.K. Ltd.; 8B Tai Ping Industrial Park, – US & Canada ONLY 1–800–774–1848 51 Ting Kok Road, Tai Po, N.T., Hong Kong. 852–26629298 INTERNET: http://motorola.com/sps 10 ◊ Motorola Sensor DeviceMPX5010/D Data Technical Data Sheet 6/12/2013 Model:AZA1335DDS (AZ1335DS) Product Description Type: Reciprocating Application: LBP - Low Back Pressure Refrigerant: R12 Voltage/Frequency: 115-127V ~ 60Hz Product Specifications Performance Input Power Refrigeration Capacity Efficiency EVAP TEMP Condition Test Voltage Btu/h kcal/h W W Btu/Wh kcal/Wh W/W ASHRAE 127V ~ 60HZ 360 91 106 105 3.43 .86 1 General Evaporating Temp. Range: Motor Torque: Compressor Cooling: N/A Low Start Torque (LST) Static Mechanical Weight: Weight Unit of Measure: Displacement (cc): Oil Type: Viscosity (cSt): Oil Charge (cc): 7.25 KG 3.59 Synthetic Alkylate 32 370 Electrical Voltage Range (50 Hz): Voltage Range (60 Hz): Locked Rotor Amps (LRA): Rated Load Amps (RLA 50 Hz): Rated Load Amps (RLA 60 Hz): Max. Continuous Current (MCC in Amps): Motor Resistance (Ohm) - Main: Motor Resistance (Ohm) - Start: Motor Type: Overload Type: Relay Type: Agency Approval N/A N/A 100-140 13.2 1.25 N/A N/A 5.06 14.03 RSIR N/A Current Relay COND AMBIENT RETURN LIQUID TEMP TEMP GAS TEMP