O TROCO
Diariamente, os noticiários têm anunciado uma série de descobertas científicas que nos dão a impressão de
que a humanidade alcançou um nível de evolução assombroso, mas, ao mesmo tempo, também tem
anunciado o aumento da violência, do desemprego, do desrespeito e da poluição. Assim, pergunta-se: em
que realmente a humanidade tem evoluído nos últimos cem anos?
É óbvio que aquele que respeita ao próximo deseja receber respeito em troca. Mas o mais curioso é que nem
mesmo aquele que desrespeita ao próximo quer sofrer com o desrespeito, ou seja:
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nem mesmo quem mente quer ser enganado;
nem mesmo quem rouba quer ser roubado;
nem mesmo quem trai quer ser traído;
nem mesmo quem comete qualquer forma de covardia quer ser vítima dela,;
nem mesmo quem polui quer ser vítima da poluição, etc.
Ora, se nem mesmo quem pratica o desrespeito quer sofrê-lo, isso significa o seguinte: nem mesmo quem
desrespeita suporta alguém igual a ele mesmo! Não é curioso?
Só que, na vida em sociedade, nunca se é apenas um: apesar de termos essa ilusão em muitos momentos da
vida: quem pratica qualquer forma de desrespeito, inclusive ambiental, mesmo achando que é uma atitude só
sua, acaba disseminando esse valor para a sociedade e multiplicando-o cada vez mais rapidamente. Aliás,
toda ação humana, boa ou ruim, por mais que pensemos que seja uma ação individual, sempre possui efeito
coletivo. Na vida em sociedade, se espalha como uma bomba!
Como exemplo, podemos citar o simples ato de oferecer-se para segurar a bolsa de um passageiro que
trafega em pé num ônibus. Ao fazê-lo, apesar de você achar que, naquele momento, está cometendo uma
atitude individual, cada atitude sua influencia outro a repiti-la, multiplicando esse valor pela sociedade,
colaborando para produzir o mesmo comportamento nas pessoas.
Mas se você se comportar de forma egoísta e achar que essa atitude é individual, estará completamente
enganado, pois muitas pessoas deixaram de se oferecer para segurar uma bolsa justificando da seguinte
forma: “-Não vou segurar bolsa nenhuma porque nunca seguram a minha!” E esse cidadão não vai segurar a
bolsa de alguém que, de raiva, também poderá passar a não segurar a bolsa do outro. E esse outro, de raiva,
passa a também não segurar a bolsa do próximo e assim sucessivamente. Por mais que se pense que na vida
em sociedade exista comportamento individual, todo comportamento tem poder de influência e se espalha
como uma bomba!
E é dessa forma que as pessoas que plantaram mentira, traição, falsidade, desrespeito, violência e poluição
estão tendo que conviver numa sociedade onde são vítimas desses valores a todo momento: em quantos
amigos você pode confiar hoje? Quantos casamentos atuais duram mais de cinco anos?
É por essas razões que a sabedoria popular já anunciou várias vezes:
1. “Quem planta colhe”;
2. “Quem planta vento colhe tempestades”;
3. “Quem com ferro fere com ferro será ferido”;
4. E, finalmente, um livro de mais de dois mil anos, a Bíblia, já havia dito: “não faça aos outros o que não
queres que faças a ti mesmo”. Porque o valor que lançamos na sociedade atingirá a nós, a nossa família,
aos nossos amigos, etc. Se plantarmos esses valores, produziremos uma sociedade que nos fará vítima
deles.
E assim também é com o desrespeito ao ambiente, do mesmo modo que o exemplo do ônibus, uma pessoa
que joga um copinho de café em um local inadequado achando que o seu copinho é apenas mais um, que
não tem importância, produzirá o mesmo comportamento em várias pessoas, juntando-se a vários outros que
pensam assim e se multiplicando.
Como você acha que as imensas pilhas de lixo se tornaram do tamanho que estão hoje? Será que milhares de
pessoas combinaram de atirar ao ambiente um monte de lixo, num único dia, formando a pilha de poluição?
“-Ah, vamos brincar de fazer um castelo de lixo”? Quem quer ser a princesa? E o príncipe?” Ora, mas nem o
sapo quer morar lá! Com certeza, não foi assim.
Mas cada um que achou que o seu copinho de café, vidro, sacola, papelão, lata era apenas mais um objeto
inofensivo é que, com o passar do tempo, unindo-se a milhares que pensaram da mesma forma, gerou a
pilha de imundície com que o meio ambiente e, por conseqüência, a humanidade está convivendo. E as
catástrofes naturais são resultado desse contexto.
E cada vez que você achar que o seu copinho de café ou outro objeto é apenas mais um, estará destruindo a
Terra junto com milhares de pessoas que também pensam da mesma forma. É como se tivessem combinado
de destruir o planeta com cada pessoa, uma a uma, colaborando com um mínimo de poluição, mas pela
quantidade de gente colaborando, consegue-se destruir o planeta em pouco tempo.
Portanto, é importante que se entenda a importância de que cada um participe da campanha de Coleta
Seletiva Solidária, pois, além de colaborarmos com o sustento de várias famílias que sobrevivem da coleta,
colaboraremos também com a nossa própria sobrevivência, a da nossa família e a das demais pessoas
queridas.
Sandro Pandolpho da Costa
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