HIDROMETRIA ORIFÍCIOS E BOCAIS HIDROMETRIA HIDROMETRIA é a parte da Hidráulica que trata de assuntos tais como: Medição das vazões; Velocidade dos líquidos em tubos ou canais; Profundidade e variação do nível da água; Medida das seções de escoamento e das pressões; Ensaio de bombas e turbinas. MEDIÇÃO DAS VAZÕES: MÉTODO DIRETO Volum e(v ) Vazão(Q ) Tem po(T ) O volume v pode ser dado em litros ou metros cúbicos e o tempo T em minutos ou segundos, dependendo da magnitude da vazão medida. Mede-se o tempo necessário para que a água preencha completamente um reservatório com volume conhecido. MEDIÇÃO DAS VAZÕES: MÉTODO DIRETO Aplicação do método direto: Pequenas descargas, tais como nascentes, canalizações de pequeno diâmetro e em laboratório para medir a vazão de aspersores e gotejadores. V T=? Obs.: Quanto maior o tempo de determinação, maior a precisão. ORIFÍCIOS E BOCAIS O que são? São aberturas de perímetro fechado e forma geométrica definida, feitas abaixo da superfície livre da água. Onde são usados? Em paredes de reservatórios, de pequenos tanques, canais ou canalizações. Para que servem? Para medir e controlar a vazão. ORIFÍCIOS ORIFÍCIO JUNTO AO FUNDO DO RESERVATÓRIO VELOCIDADE TEÓRICA DA ÁGUA EM UM ORIFÍCIO A1, V1, patm 2 V1 patm V 2 2 patm h 2g 2g h 2 A2, V2, patm V2 h 2g V 2 2 gh Obs.: Q = V2.A2 ORIFÍCIOS USO DE ORIFÍCIO NA MEDIÇÃO DE VAZÃO ORIFÍCIO USADO EM MEDIÇÃO DE VAZÃO DE POÇO ORIFÍCIOS: TAMANHOS Quanto às dimensões: Pequeno: Quando suas dimensões forem muito menores que a profundidade h em que se encontra. Na prática, quando: d h/3. h d ORIFÍCIOS: TAMANHOS Grande: quando d > h/3, sendo d a altura do orifício. h d ORIFÍCIOS: FORMAS Retangular; circular; triangular, etc. ORIFÍCIO CIRCULAR ORIFÍCIO RETANGULAR ORIFÍCIOS: NATUREZA DAS PAREDES Parede delgada (e < d): A veia líquida toca apenas a face interna da parede do reservatório. d e ORIFÍCIOS: NATUREZA DAS PAREDES Parede espessa (e d): e O jato toca quase toda a parede do reservatório. Esse caso será visto no estudo dos bocais. d SEÇÃO CONTRAÍDA As partículas fluidas afluem ao orifício, vindas de todas as direções, em trajetórias curvilíneas. Ao atravessarem a seção do orifício continuam a se mover em trajetórias curvilíneas. As partículas não mudam bruscamente de direção, obrigando o jato a contrair-se um pouco além do orifício. Causa: A inércia das partículas de água que continuam a convergir depois de tocar as bordas do orifício. SEÇÃO CONTRAÍDA CONTRAÇÃO DA VEIA LÍQUIDA SEÇÃO CONTRAÍDA Podemos calcular o coeficiente de contração (CC), que expressa a redução no diâmetro do jato: CC = Ac / A Ac = área da seção contraída A = área do orifício. TIPO DE ESCOAMENTO: LIVRE OU SUBMERSO h d QUANTO À POSIÇÃO DA PAREDE Vertical Inclinada, Inclinada para jusante Parede horizontal. h OBS: Quando a parede é horizontal e h < 3d surge o vórtice, que afeta o coeficiente de descarga. d ORIFÍCIOS - CLASSIFICAÇÃO: CONTRAÇÃO DA VEIA LÍQUIDA CONTRAÇÃO COMPLETA CONTRAÇÃO INCOMPLETA (EM TODAS AS FACES DO ORIFÍCIO) (SÓ NA PARTE DE CIMA DO ORIFÍCIO) CORREÇÃO DO COEFICIENTE Cd PARA CONTRAÇÃO INCOMPLETA Para orifícios retangulares, Cd assume o valor de C’d, como mostrado abaixo: C’d = Cd. (1 + 0,15.k) perímetroda parteem que há supressão da contração k perímetrototaldo orifício b a Perímetro total = 2.(a+b) CORREÇÃO DO COEFICIENTE Cd PARA CONTRAÇÃO INCOMPLETA b k 2.a b 2.a b k 2.a b ab k 2.a b CORREÇÃO DO COEFICIENTE Cd PARA CONTRAÇÃO INCOMPLETA Para orifícios circulares, temos: C’d = Cd. (1 + 0,13.k) Para orifícios junto a uma parede lateral, k = 0,25; Para orifícios junto ao fundo, k = 0,25; Para orifícios junto ao fundo e a uma parede lateral, k = 0,50; Para orifícios junto ao fundo e a duas paredes laterais, k = 0,75. VELOCIDADE REAL Na prática a velocidade real (Vr) na seção contraída é menor que a velocidade teórica (Vt) devido a: Atrito externo; Viscosidade. Chama-se de Cv (coeficiente de velocidade) a relação entre Vr e Vt. VELOCIDADE REAL Vr Cv Vt V r Cv.Vt Cv é determinado experimentalmente e é função do diâmetro do orifício (d), da carga hidráulica (h) e da forma do orifício. Na prática podese adotar Cv = 0,985. Definindo como coeficiente de descarga (Cd) ao produto Cv x Cc, temos: Cd = Cv . Cc Na prática adota-se Cd = 0,61 VELOCIDADE REAL Vr Cd . 2gh Esta equação dá a velocidade real do jato no ponto 2. Lembrando que Vazão = velocidade x área (Q = V.A, portanto V = Q/A), temos: Q Cd. A. 2 gh VAZÃO REAL ATRAVÉS DO ORIFÍCIO VAZÃO EM ORIFÍCIOS GRANDES Quando h1 é muito diferente de h2, o uso da altura média de água h sobre o centro do orifício de diâmetro D para o cálculo da vazão, não é recomendado. h2 h h1 D VAZÃO EM ORIFÍCIOS GRANDES Razão: A velocidade da água no centro de um orifício grande é diferente da velocidade média do fluxo neste orifício. Chamando de D o diâmetro, dizse que um orifício é grande quando: H < 2D VAZÃO EM ORIFÍCIOS GRANDES Orifício retangular grande (projeção) h2 h1 h dh L VAZÃO EM ORIFÍCIOS GRANDES Como calcular a vazão de um orifício grande? É possível calcular a vazão que escoa através de uma seção de área infinitesimal dS do orifício grande: dS = L.dh Esta seção reduzida é um orifício pequeno. Então vale a equação: Q Cd .S. 2gh VAZÃO EM ORIFÍCIOS GRANDES Fazendo S = L.h, a vazão através de dS será: dQ Cd.L.dh 2gh Se a vazão através da área dS pode ser dada pela equação acima, então, integrando-se a mesma entre os limites h1 e h2, teremos a vazão total do orifício. VAZÃO EM ORIFÍCIOS GRANDES h1 Q Cd .L. 2 g h .dh h2 2 Q .Cd . L. 2. g .h 23 / 2 h13 / 2 3 ou h23 / 2 h13 / 2 2 Q .Cd .S. 2. g . 3 h2 h1 EQUAÇÕES DA VAZÃO EM ORIFÍCIOS GRANDES ESCOAMENTO COM NÍVEL VARIÁVEL Durante o esvaziamento de um reservatório por meio de um orifício de pequena dimensão, a altura h diminui com o tempo. Com a redução de h, a vazão Q também irá decrescendo. Problema: Como determinar o tempo para esvaziar ou retirar um volume v do reservatório? ESCOAMENTO COM NÍVEL VARIÁVEL Num pequeno intervalo de tempo dt a vazão que passa pelo orifício será: Q Cd .S. 2gh E o volume infinitesimal escoado será: dv Cd.S. 2gh.dt Obs: Lembrar que v = Q . t ESCOAMENTO COM NÍVEL VARIÁVEL Nesse mesmo intervalo de tempo, o nível de água no reservatório baixará de uma altura dh, o que corresponde ao volume: dv = Ar.dh S = área do orifício (m2); Ar = área do reservatório (m2); t = tempo necessário par o esvaziamento (s). ESCOAMENTO COM NÍVEL VARIÁVEL Igualando as duas expressões que fornecem o volume, podemos isolar o valor de dt: Integrando-se a expressão entre dois níveis, h1 e h2, obtemos o valor de t. Ar.dh Cd.S. 2.g.h.dt Ar.dh dt Cd .S. 2. g.h Ar t Cd .S . 2. g t h1 1 / 2 h .dh h2 2. Ar h11/ 2 h21/ 2 Cd .S. 2. g ESCOAMENTO COM NÍVEL VARIÁVEL Quando o esvaziamento é completo, h2 = 0 e h1 = h 2. Ar t . h Cd .S . 2. g Expressão aproximada, já que quando h < 3 vezes o diâmetro do orifício, este não poderia mais ser considerado pequeno. ESVAZIAMENTO DE RESERVATÓRIOS: EQUAÇÃO SIMPLIFICADA O tempo para o esvaziamento total de um reservatório de área constante, através de um orifício pequeno, pode ser estimado através da equação: hi d hi T = 2Vi / Qi Vi o volume inicial de líquido contido no reservatório; Qi a vazão inicial que ocorre quando h = hi (altura de água no início do esvaziamento). BOCAIS BOCAIS são peças tubulares adaptadas aos orifícios, tubulações ou aspersores, para dirigir seu jato. Seu comprimento deve estar compreendido entre uma vez e meia (1,5) e cinco vezes (5) o seu diâmetro. BOCAIS Bocais de aspersores são projetados com coeficientes de descarga Cd 1,0 BOCAL ACOPLADO A ORIFÍCIO (mínima redução de vazão) BOCAIS A equação derivada para orifícios pequenos também serve para os bocais, porém, o coeficiente Cd assume valores diferentes conforme o tipo de bocal. Q Cd .S. 2gh BOCAIS PORQUE O BOCAL FAVORECE O ESCOAMENTO? Zona de formação de vácuo: o escoamento se dá contra pressão menor que a atmosférica, contribuindo para o aumento da vazão. VALORES DE Cd PARA ORIFÍCIOS E BOCAIS Cd = 0,61 Cd = 0,98 Cd = 0,51 Cd = 0,82