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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO-UAB
NATÁLIA VIEIRA DE SOUZA
RELAÇÃO DE GÊNERO NA FAMÍLIA E NA ESCOLA:
A ESCOLA COMO LUGAR DE REFLEXÃO
Abril, 2012
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NATÁLIA VIEIRA DE SOUZA
RELAÇÃO DE GÊNERO NA FAMÍLIA E NA ESCOLA:
A ESCOLA COMO LUGAR DE REFLEXÃO
BANCA EXAMINADORA
_________________________________
Ms. Paula Chaves Teixeira (Orientadora)
_________________________________
Ms. Ana Amélia Chaves Teixeira Adachi
_________________________________
Ms. Monalisa Pavonne Oliveira
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NATÁLIA VIEIRA DE SOUZA
RELAÇÃO DE GÊNERO NA FAMÍLIA E NA ESCOLA:
A ESCOLA COMO LUGAR DE REFLEXÃO
“Monografia apresentada ao Programa de Educação para a Diversidade da
Universidade Federal de ouro Preto, como requisito parcial à obtenção do
grau de Especialização em Gestão de Políticas Públicas com ênfase em
Gênero e Raça” área de concentração do curso educação e a linha de
pesquisa Gênero e raça.
Área de concentração: Educação.
Linha da pesquisa: Gênero e Raça
Orientador: Ms. Paula Chaves Teixeira
Abril, 2012
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Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso aos
meus pais, irmãs e marido que me incentivaram e
ajudaram para que fosse possível concretizá-lo.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, Senhor da minha vida, que me escolheu para servi. Ao
meu marido e amigo Noé pelo amor e a paciência. Aos meus pais, Elza e Celso, que
me direcionaram a buscar incansavelmente pelo conhecimento.
A minha amiga e irmã Alia que nunca me deixou só e a minha querida irmã
Sheila que amo.
A minha orientadora e tutora Paula Chaves Teixeira que me motivou a
caminhar rumo ao conhecimento.
A UFOP, ao programa Educação para a Diversidade e o curso GPP-GeR
muito obrigada pela oportunidade de continua meus estudos.
A todas as pessoas que me incentivaram a investir nos meus projetos de vida.
Às amigas que colaboraram para a realização deste estudo.
Muito obrigada! Amo vocês!
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Ninguém nasce mulher: torna‐se mulher. Nenhum
destino biológico, psíquico, econômico, define a
forma que a fêmea humana assume no seio da
sociedade; é o conjunto da civilização que elabora
esse produto intermediário entre o macho e o
castrado que qualificam de feminino. Só a
mediação de outrem pode constituir um indivíduo
como outro.
Simone de Beauvoir
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RESUMO
Esse trabalho tem como objetivos refletir a relação do gênero na família e na escola e intervir nestas
relações com atividades dinâmicas dentro do contexto escolar, prevenindo assim a discriminação de
gênero nestes espaços sociais, valorizando o indivíduo como cidadão que faz parte do processo de
construção da sociedade. O método utilizado foi o levantamento bibliográfico definindo assim o
gênero e suas relações no contexto familiar e escolar. A análise deste demonstra que a questão do
gênero é uma construção historia que perpassa tanto no contexto familiar quanto escolar. Sendo
possível a intervenção através de uma escola comprometida com a formação cidadã e entendida
como espaço de cultura que favorece a construção da identidade, o desenvolvimento da capacidade
de agir com autonomia e com consideração ao outro, entrelaçados pela incorporação à diversidade,
para o alcance da equidade, solidariedade e autonomia.
Palavras-chave: Gênero- escola- família.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... - 9 2 CONCEITUANDO GÊNERO............................................................................. - 11 3 RELAÇÃO DE GÊNERO NA FAMÍLIA............................................................. - 14 4 ESPAÇO ESCOLAR E SUAS RELAÇÕES DE CONVÍVIO ............................. - 17 4.1 GÊNERO NO CONTEXTO ESCOLAR .......................................................... - 18 5 INTERVENÇÕES NO CONTEXTO ESCOLAR ................................................ - 20 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. - 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... - 25 ANEXOS .............................................................................................................. - 28 -
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1 INTRODUÇÃO
A sociedade contemporânea é caracterizada por mudanças constantes que
repercutem diretamente nas instituições familiar e escolar que buscam construir um
espaço próprio de relação individual e coletiva, visando à autonomia dos envolvidos.
Ao percebermos a importância da união entre família e escola, e, a
participação dos pais (mães) na educação dos filhos e filhas como fundamental para
a qualidade de vida, deixamos de considerar itens relevantes quanto às relações de
classe, raça/etnia e gênero, que juntas constroem e estruturam os indivíduos
envolvidos em ambas as instituições.
A educação começa no contexto familiar, espaço de reprodução cultural entre
os membros que estão inseridos no lar (família). Na família, o indivíduo aprende a
alimentar-se, a descansar e a amar; já no contexto escolar, o indivíduo passará pelo
processo de socialização individual e coletiva, conhecendo a herança cultural das
várias organizações sociais, suas ideias e visões, adquirindo conhecimento,
habilidade e valores sobre a vida no lar (família) e na sociedade (escola).
As relações existentes no espaço de convivência familiar e escolar entre os
gêneros são construídos através da sociedade com normas, valores, maneira de
agir, e do que é ser homem e mulher, no contexto escolar se encontra parte da
diversidade cultural do país e é neste espaço de relação social que construímos a
definição de masculino e feminino, a funções de homem e mulher, visando
interesses e ideais das classes dominantes.
Sabe - se que é nos espaços escolares que se criam momentos de reflexões
sobre gênero, gerando ações que consiga prevenir, identificar e atuar no combate a
discriminação, exclusões e preconceitos de gênero dentro da família e da escola.
A promoção de um bate-papo e a participação coletiva em decisões e
acordos, a resolução de conflitos torna-se um instrumento para repensar a própria
cultura, a transformação dos discursos institucionais e culturais, sendo essa a
oportunidade de crescimento e desenvolvimento (SCHINITMAN & LITTLEJOHN,
1993).
Assim o indivíduo aprende que a dimensão individual é dependente da social,
ou seja, as construções que são feitas no contexto familiar é subordinada à social,
pois os interesses, objetivos e as relações de poder são construídos na sociedade
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uma vez que as relações entre homens e mulheres são decorrência da cultura, e
não de diferenças naturais instaladas nos corpos de homens e mulheres.
Desta maneira precisamos percebe o gênero no contexto escolar, com um
olhar de reflexão e conscientização sem distinção, discriminação e injustiça.
De acordo com Veiga-Neto (apud COSTA, 2003) “a escola foi e continua
sendo a principal instituição encarregada de construir um tipo de mundo que
chamamos de mundo moderno foi projetado para se afastar daquele estado que
muitos chamam de natural, ou bárbaro, ou selvagem, ou primitivo”.
Percebo que apesar de alguns discursarem que não existe discriminação dos
sexos dentro de ambos os contextos aqui descritos (familiar e escolar), são
evidentes a diferença sobre o que cada um pode ou não fazer.
As brincadeiras que crianças (menino/menina) participam e a reação dos
adultos seja esse pai/mãe e/ou professor/professora diante das mesmas com as
intervenções preconceituosas como “menina não brinca de bola, carrinho, etc.” e
“menino não brinca de boneca, você é homem/macho” são o retrato de uma
sociedade que discrimina o gênero e faz distinção entre o mesmo, ou seja,
reproduções de uma sociedade que dita regras do que é certo/errado, é uma
“invenção social” (LOURO, 2003), são ações criadas por um padrão cultural que
precisa deixar de existi, pois brinquedos/brincadeiras são ilustrações da realidade
adulta, sendo que uma menina quando mulher terá um carro e o menino quando
adulto será pai.
Para Freire (1997) é necessário repeitar à dignidade, o ser, formando à
identidade do individuo, levando em consideração às condições em que eles vêm
existindo.
As diferentes organizações de família, a qualidade de vida desta que na sua
maioria estão em desvantagens por vive em situação de pobreza extrema, as
relações de gênero e a divisão de trabalho na instituição familiar e escolar são
pontos que devem ser considerados quando se pretende elaborar boas estratégias
de sucesso na parceria entre a escola e a família na busca por acaba com a
discriminação de gênero nestas instituições tão importante para a vida de um sujeito.
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2 CONCEITUANDO GÊNERO
Segundo Scott (1995),
o gênero é um elemento constitutivo das relações sociais baseadas nas
diferenças percebidas entre os sexos e gênero é uma primeira forma de dar
significado às relações de poder ou ainda gênero é um campo primário no
interior do qual ou por meio do qual o poder é articulado. (SCOTT, 1995, p.
86).
A ideia de gênero é construída na sociedade entre as estudiosas feministas,
estando ligado à história do movimento feminista contemporâneo, que teve início no
final do século XIX, no Ocidente, as ideias desta construção são repassadas para os
indivíduos ainda quando criança pelos seus familiares, tendo a cultura de cada
grupo familiar como importante para difundir os conceitos sobre gênero no meio em
que o indivíduo está inserido.
A socialização, na sociedade ou no grupo social, se dar aparti da disposição
dos sujeitos de acordo com normas de comportamento, valores, crenças, classe
social e gênero (BRANCO, 2006).
A autora Scott (1995) ainda fundamenta suas abordagens nos seguintes eixos
teóricos:
a) As relações de gênero possuem uma dinâmica própria, mas
também se articulam com outras formas de dominação e
desigualdades sociais (raça, etnia, classe).
b) A perspectiva de gênero permite entender as relações sociais
entre homens e mulheres, o que pressupõe mudanças e
permanências, desconstruções, reconstrução de elementos
simbólicos, imagens, práticas, comportamentos, normas, valores e
representações.
c) A categoria gênero reforça o estudo da história social, ao mostrar
que as relações afetivas, amorosas e sexuais não se constituem
realidades naturais.
d) A condição de gênero legitimada socialmente se constitui em
construções, imagens, referências de que as pessoas dispõem, de
maneira particular, em suas relações concretas com o mundo.
Homens e mulheres elaboram combinações e arranjos de acordo
com as necessidades concretas de suas vidas.
e) As relações de gênero, como relações de poder, são marcadas
por hierarquias, obediências e desigualdades. Estão presentes os
conflitos, tensões, negociações, alianças, seja através da
manutenção dos poderes masculinos, seja na luta das mulheres pela
ampliação e busca do poder. (Scott, 1995, p. 62)
- 12 -
É possível perceber que a atual sociedade trás consigo as imagens do papel
da mulher e do homem na sociedade, papeis que desvalorizam a mulher e dão ao
homem valor e poder.
As autoras Louro (1997) e Braga (2007) colocam que a expressão gênero
começou a ser utilizado para trata a diferenças entre homens e mulheres não
somente de ordem física e biológica. Neste sentido, O conceito de gênero implica
em uma relação entre o feminino e o masculino sendo considerados opostos e
também complementares. Para a sociedade masculino e feminino tem valores
diferentes tendo muitas vezes o masculino mais importância. Desta maneira as
relações de gênero produzem uma distribuição desigual de autoridade, de poder e
de prestígio entre as pessoas de acordo com seu sexo. É por isso que se diz que as
relações de gênero são relações de poder e requeresse a questão dos valores
adquiridos na família e no contexto social.
O dicionário Oxford de filosofia trás o seguinte significado,
A distinção entre sexo e gênero é atribuída à antropóloga Margaret Mead
(Sex and Temperament in Three Primitive Societies, 1935). O sexo é a
categoria biológica, enquanto que o gênero é a expressão culturalmente
determinada da diferença sexual: é modo masculino como os homens
devem se comportar e modo feminino como as mulheres devem se
comportar. (BLACKBURN, 1997).
Portanto, “gênero significa que homens e mulheres são produtos da realidade
social e não da decorrência da anatomia de seus corpos” (BRASIL, 2009), ou seja,
por meio da aprendizagem e repetição de gestos, posturas e expressões que lhe
são transmitidos ao longo da vida é que será definido o ser humano.
A autora Gouveia (2003) apresenta autores que considera os valores como
“tipos específicos de necessidades (MASLOW, 1954), atitudes (LEVY, 1990) e
crenças (ROKEACH, 1973), ou como uma combinação de crenças e concepções
desejáveis (SCHWARTZ & BILSKY, 1987), metas, necessidades e preferências
(DOSE, 1997)”.
Sendo assim o conceito de gênero se preocupa com a solidificação de um
discurso que constrói a identidade de um homem e uma mulher, lhes ensinado quais
devem se seus limites diante da sociedade, seus valores, sejam esses construído na
família ou na escola.
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Para Swain (2000) “em lugar de considerar a diferença sexual, observamos a
diferenciação social dos sexos, a construção social desta diferença, os mecanismos,
as estratégias, o desvelamento, enfim, as representações que a fundam”, assim
dão-se força as ideias preconceituosas nas relações de gênero homem e mulher
diante da sociedade.
O gênero é usado para explicar comportamento de homens e mulheres na
sociedade, fazendo as pessoas compreenderem parte dos problemas e dificuldades
que o público feminino enfrenta no trabalho, na política, na vida sexual e familiar.
Segundo Pedrosa (2009),
A identidade de gênero é a convicção íntima de uma pessoa de ser do
gênero masculino (homem) ou do gênero feminino (mulher), diferentemente
do papel de gênero, representado pelos padrões de comportamento
definidos pela prática cultural em que as pessoas vivem papéis
estereotipadamente masculinos e femininos. O ambiente familiar e as
práticas culturais irão modelar o papel de gênero por meio do reforço social.
(PEDROSA, 2009, p. 58).
O gênero como conjunto social analisa a organização desigual e
discriminatória do ser humano homem/ mulher, intercaladas por diferentes discursos,
símbolos, práticas e representações, que vai organizando sua maneira de ser e
existir.
A sociedade tem um papel de extrema importância na vida de um individuo,
pois é nela que se formam os conceitos, ideias, valores, sentimentos, preconceitos,
tabus e crenças, sendo que esses se propagam nos grupos sociais, seja através da
família ou escola definindo assim uma identidade de gênero: sexo masculino ou
sexo feminino.
Ambos as autoras Scott e Louro deixam explicito a questão do gênero como
forma de relação que diferencia o homem de uma mulher, definido para esses até a
questão do poder que vão exercer dentro da sociedade, de maneira que existe uma
distribuição de valores desiguais fortalecidos no contexto social deste o nascimento
de um indivíduo.
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3 RELAÇÃO DE GÊNERO NA FAMÍLIA
No Dicionário Aurélio eletrônico família é definido como:
1.Pessoas aparentadas, que vivem, em geral, na mesma casa,
particularmente o pai, a mãe e os filhos.
2.Pessoas unidas por laços de parentesco, pelo sangue ou por
aliança.
3.Ascendência, linhagem, estirpe.
5.P. ext. Grupo de indivíduos que professam o mesmo credo, têm os
mesmos interesses, a mesma profissão, são do mesmo lugar de
origem etc.:
11.Sociol. Comunidade constituída por um homem e uma mulher,
unidos por laço matrimonial, e pelos filhos nascidos dessa união.
12.Sociol. Unidade espiritual constituída pelas gerações
descendentes de um mesmo tronco, e fundada, pois, na
consanguinidade.
13.Sociol. Grupo formado por indivíduos que são ou se consideram
consanguíneos uns dos outros, ou por descendentes dum tronco
ancestral comum e estranhos admitidos por adoção.
As mudanças nas famílias chegam lentamente, algumas vieram em forma de
regra e outras em mudanças de valores, Aboim (2006, p. 27) “família e mudança são
palavras que surgem inevitavelmente acopladas”.
As mudanças nas famílias são mais percebíveis quando vistas sob a
perspectiva das gerações, de maneira que a juventude rompe com determinadas
regras e normas, que pode ser percebida quando propagar desejo de liberdade,
autonomia e independência, quando luta por fazer suas preferências, ter renda
própria, e pelo direito de serem jovens, as mulheres adultas e jovens reconhecem
e/ou lutam pela igualdade de direitos, buscam os seus desejos e sonhos de garantir
equidade na sociedade.
Na concepção de Porto et al. (2003), fundamentados em Schwartz (1992), os
valores são metas que orientam, conduzirem a vida dos indivíduos, seguem certa
ordenação de acordo com seu grau de importância e constitui o sistema de valores,
este, formado por uma estrutura especifica e outra geral ligada a vida das pessoas.
É possível perceber que atualmente o diálogo familiar tem diminuído a
distância hierárquica entre gerações e gêneros, a submissão frente à autoridade e
disciplina e gerando certa cumplicidade, isso pode ser percebido nas conversas
sobre namoro, sexo e contraceptivos que antes os pais tinham dificuldade de tratar
de tais assuntos com os filhos e filhas.
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A relação de gênero formada por homem e mulher na família é orientada
pelas alterações biológicas, diferenças que traz muitas vezes dentro do contexto
familiar desigualdades tornando a mulher vulnerável diante da sociedade.
O gênero faz parte do contexto familiar, sendo que neste meio o individuo é
fortemente influenciado ao longo de suas vivências culturais e sociais de maneira
que as representação e significação sobre homem e mulher vão se reforçar e se
firmar.
O autor Louro (2007) esclarece que,
Papéis [de gênero] seriam, basicamente, padrões ou regras arbitrárias que
uma sociedade estabelece para seus membros e que definem seus
comportamentos, suas roupas, seus modos de se relacionar ou de se
portar...
Através do aprendizado de papéis, cada um/a deveria conhecer o que é
considerado adequado (e inadequado) para um homem ou para uma mulher
numa determinada sociedade, e responder a essas expectativas. (LOURO,
2007, p. 24)
Para a sociedade a mulher é um ser vulnerável, que chora com facilidade,
tem menos ambição, tendo destaque natural no lar e na educação dos filhos e das
filhas, Rousseau (1968) “vê a mulher como destinada ao casamento e à
maternidade”.
É na sociedade que encontram a instituição social do casamento, e nessa as
pessoas entendem que há a estruturação da família, através deste o regra de
parentesco e o sistema sexo / gênero se afirmam. O autor Rubin (1993, p. 11) “os
sistemas de parentesco repousam sobre o casamento. Portanto eles transformam
machos e fêmeas em ‘homens’ e ‘mulheres’”. Além de estabelecer regras e
condições para a efetivação da esposa, mãe e dona de casa é o papel que as
mulheres devem desempenhar na estrutura familiar, é o seu lugar social definido
pelo casamento. “A instituição social do casamento e seu colorário, a maternidade,
aparecem como elementos constitutivos do `ser mulher´ enquanto locus ideal do
feminino” (SWAIN, 2000, p. 54). Segundo a autora essas representações
cristalizadas que constroem os sistemas de casamento reforçam a reprodução e
heterossexualidade.
O individuo ao nascer passa pelo processo de socialização, Paraná (2008) “a
socialização molda o indivíduo de tal maneira que esse não é mais individuo, mas
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sujeito socializado que age segundo a sociedade”, isso acontece no contexto família
e vai se estendendo por toda a vida.
Kant (2000) considera a mulher “pouco dotada intelectualmente, caprichosa,
indiscreta e moralmente fraca. Sua única força é o encanto. Sua virtude é aparente e
convencional”.
Esses são atributos reforça a exclusão e até dão base para essa na atual
sociedade, tornando complexa a construção da equidade entre os gêneros.
Algumas ideias já estão sendo revista no campo social, econômicos, políticos
e culturais que estão em constantes construções por uma sociedade mais justa.
O gênero, como diz Rubin (1993, p. 23) “são produtos da atividade humana
histórica”, portanto, sofrem transformações que são afirmadas ou negadas no
interior da família.
As instituições familiar, escolar e outras são a forma mais estável da
sociedade, onde a mesma reafirma os seus valores se estabilizam e socializam os
indivíduos favorecendo a formação de identidades dentro da sociedade seja na
família ou na escola.
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4 ESPAÇO ESCOLAR E SUAS RELAÇÕES DE CONVÍVIO
Segundo Espósito (1993) a escola é entendida “como estabelecimento
público ou privado, onde se ministra um ensino coletivo”, sendo que é neste espaço
de relação uns com os outros que acontecem à construção de conhecimento
intrapessoal e interpessoal, de maneira que a escola tem responsabilidade de
instruir os indivíduos para que esses possam ser protagonistas das ações que
aconteceram dentro ou fora desta instituição.
Para Vinão (2005),
a instituição escolar ocupa um lugar específico, com características
determinadas, aonde se vai, onde se permanece umas certas horas de
certos dias, e de onde se vem. Ao mesmo tempo, essa ocupação de espaço
e sua conversão em lugar escolar leva consigo sua vivência como território
por aqueles que com ele se relacionam. Desse modo é que surge, a partir
de uma noção objetiva – a de espaço – lugar – uma noção subjetiva, uma
vivência individual ou grupal, a de espaço – território. (VINÃO, 2005, p. 36).
A escola é um lugar de socialização, precisa ser segura, o indivíduo tem que
ser respeitado, sabendo que é neste espaço que esses são influenciados e passam
a maior parte do seu dia na busca por conhecimento. É no contexto escolar as
pessoas constrói ideias na tentativa de possuir uma qualidade de vida,
reconhecendo suas limitações, garantindo autonomia e independência.
Afirma Cunha (2003, p. 453) que a escola é capaz de “produzir um indivíduo
saudável, um cidadão descente e honesto, o responsável pelo futuro da nação”.
Sendo assim, família e escola precisam atuar juntas para obter e garantir os direitos
que fazem com que o gênero não sofra discriminação na atual sociedade.
Sabe-se que a escola por está inserida no contexto social sofre diretamente
com as mudanças na sociedade, Benavente (1992) diz que a escola precisa ser
entendida e relacionada com a comunidade na qual está inserida, buscando,
especialmente, perceber as relações existentes entre o micro e a macro estruturas,
tendo assim uma visão alargada da mesma.
Marisa Vorraber Costa (2008) afirma que a diferença não é uma marca do
sujeito, mas sim uma marca que o constituem socialmente, e se estabeleceu como
uma forma de exclusão, ser diferente na educação ainda significa ser excluído e/ou
ser sub-representado nas instâncias sociais.
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4.1 GÊNERO NO CONTEXTO ESCOLAR
Segundo Corrêa (2003) as unidades escolares tem em suas práticas ações
preconceituosas, ou seja, dificuldades de aceitação e convivência com a pluralidade
sexual, “a sexualidade como um todo é exorcizada da vida escolar, sendo
considerados personas non gratas todos que de alguma maneira manifestar essa
sexualidade, sendo homossexuais ou não”.
No Brasil, as leis e diretrizes normalizadoras das práticas educacionais
apresentam poucas informações sobre o assunto discutido.
Sousa (2006) ao
estudar as relações de gênero nas políticas públicas, apurou que as principais
legislações em vigor, a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB) e o atual Plano Nacional de Educação da educação (PNE)
faz pouca citação à diversidade e às identidades de gênero e sexualidade.
A escola é um espaço de construção, portanto é neste contexto que precisa
existir a igualdade entre os gêneros, para a autora Ana Maria Colling (2004) é:
No campo da educação a problemática de gênero não se reduz às questões
de acesso ao ensino e ao desempenho escolar, batalhas que já foram
travadas e estão sendo superadas. A questão mais séria é que a história
da desigualdade entre os sexos, marcada pelos discursos que foram
considerados verdadeiros mediante relações de saber e poder, sempre foi
aceita sem indagações pela escola, lugar por excelência da marcação
sexual. Por outro lado, é lá na escola, que poderá ser construída a equidade
de gênero e relações sociais mais igualitárias. (COLLING, 2004, p. 49).
As mudanças de conduta e costume são sempre associadas a modificações
dos valores sociais, Porto et al. (2003), fundamentados em Schwartz (1992),
entende que os valores são metas que servem de princípios para orientar, conduzir
a vida dos indivíduos.
Sabe que as relações de gênero se manifestam nos espaços escolares e que
a família é a base para a vida, de maneira que esse irá desenvolver seu caráter e a
escola fica com a responsabilidade da vida social do mesmo, sofrendo ambas as
instituições influência da sociedade.
A escola precisa fazer o seu principal papel na formação de seus educados,
direcioná-los para o exercício da cidadania na busca por garantia de direitos.
O gênero faz parte da sexualidade; não há como separá‐los ou
desvinculá‐los: “a sexualidade está na escola porque ela faz parte dos sujeitos, ela
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não é algo que possa ser desligado ou algo do qual alguém possa se ‘despir’
(LOURO, 1997)”. Para a autora “As condições de existência das instituições
escolares e acadêmicas estão, certamente, em transformação (como de resto, por
seu caráter histórico, estão todas as instituições sociais)”.
É importante o papel da escola na construção da cidadania e na (des)
construção de ideias formadas ao longo da história, sendo assim:
A escola continua sendo um espaço privilegiado na implantação de ações
que promovam o fortalecimento da autoestima e do autocuidado; a
preparação para a vivencia democrática; o aumento dos níveis de tolerância
as diversidades; o estabelecimento de relações inter ]pessoais mais
respeitosas e solidarias; enfim, em ultima instancia, na qualidade de vida. E
são inúmeras as experiências de trabalho educativo que nos tem mostrado
sua importância e adequação aos novos tempos. (BRASIL, 2000).
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5 INTERVENÇÕES NO CONTEXTO ESCOLAR
A escola é o maior espaço de influência sobre a vida de um indivíduo, uma
vez que é neste lugar de transformação de ideias e conceitos que crianças,
adolescentes e jovens passam a maior parte do dia na busca por conhecimento.
A escola tem uma coisa que é muito peculiar a ela, e que não pode ser
adquirido na internet ou num brinquedo de aprender. Há uma coisa que lhe
dá muita força, que é esse processo de construção em que professores e
alunos estão juntos, discutindo as relações que se estabelecem, o clima,
esse ambiente. [...] tudo isso é inestimável em termos de formação de
certas identidades. (MOREIRA, 2003, p. 73).
Desta maneira se desenvolvem, constrói seus ideais, reformulam ideias,
reconhecem seus limites aprendendo a conviver uns com os outros, adquire
autonomia e independência, garantindo qualidade de vida.
A escola que busca investir nos valores éticos e morais, precisa contribui para
o extermínio da discriminação do gênero, dentro e fora do contexto escolar.
A escola que visa à cidadania dentro do seu contexto direciona os indivíduos a
garantir seu direito, respeitando o direito dos outros, sem discriminação.
Assim, é preciso que a escola desenvolva projetos e ações que visem o
exercício da cidadania, o respeito às diferenças uns dos outros, sendo essa um
lugar seguro, tranquilo e agradável.
A escola enquanto instituição que visa à formação de um indivíduo em todas
as esferas seja essa educacional ou social, precisa estimular o pleno
desenvolvimento da pessoa, de suas potencialidades, de valores e atitudes em favor
de uma sociedade mais justa e menos desigual como a que ainda vemos
atualmente.
Portanto, as dinâmicas de grupos no contexto escolar são instrumentos que
faz com que o indivíduo respeite as diferenças uns dos outros, sendo essa a
primeira ação para se tornarem pessoas melhores.
Através das dinâmicas de grupos as pessoas conseguem enxergar o outro em todo
seu potencial humano e criativo, tornando assim pertencente e aceito pelo grupo.
As dinâmicas de grupos isoladas não mudam atitudes e comportamentos,
culturais e sociais, portanto são dinâmicas desenvolvidas de forma permanentes e
decorrem todas as disciplinas e envolve toda a equipe escolar, visto que o indivíduo
- 21 -
neste contexto realiza as dinâmicas coletivamente, aumentando seus potencias
como agente da sociedade.
As dinâmicas de grupo é um instrumento valioso na educação, pois valorizam
a teoria e a prática, considerando todos os envolvidos no processo como sujeitos
capazes de interferir na realidade, modificando-a. Isso acontece, pois o trabalho com
dinâmicas promove encontro de pessoas que constrói o saber dentro de um grupo
com diferentes sujeitos.
Como proposta de intervenção as dinâmicas viva a diferença (cf. Anexo 1) e
se eu fosse homem/se eu fosse mulher (cf. Anexo 2) trás objetivos que visam
transformar a realidade atual do gênero no contexto escola, já que essas dinâmicas
são desenvolvidas coletivamente, garante participação constante de todos os
envolvidos.
A dinâmica viva a diferença (cf. Anexo 1) tem como objetivo favorecer para a
mudança de atitudes preconceituosas e discriminatórias e estimular o respeito pelas
diferenças e a dinâmica se eu fosse homem/se eu fosse mulher (cf. Anexo 2) tem
como objetivo discutir os papéis de gênero (masculino/feminino), identificando os
estereótipos existentes em nossa sociedade ambas as dinâmicas buscam
desenvolver a capacidades que o ser humano tem de respeitar uns aos outros com
suas características individuais e coletivas.
Através destas dinâmicas de grupos as instituições escolares são capazes de
reorganizar seus espaços aplicando atividades que possibilitem ao aluno crescer e
desenvolver habilidades de caráter formativo, usando assim suas potencialidades,
não somente para atender a seus próprios interesses pessoais, mas, sobretudo para
atender aos interesses da comunidade em que estão inseridos.
A escola precisa trabalhar com dinâmicas de grupos prevenindo assim a
discriminação de gênero e raça dentro das unidades escolares, valorizando o
indivíduo como cidadão que faz parte do processo de construção da sociedade.
Tornando a escola um lugar de convivência, formação para a participação e
cidadania, desenvolvendo o protagonismo e a autonomia do indivíduo, sendo esse
um espaço maravilhoso para trabalha a questão do gênero, segundo Lorencini Jr.
(1997), a responsabilidade e a habilidade de:
[...] dar oportunidade aos alunos de participar das atividades,
problematizando os diferentes pontos de vista que eventualmente surjam
durante as discussões, e, sobretudo, possibilitar que a sala de aula seja
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uma ambiente de descontração onde os alunos sintam à vontade para
expressar opiniões com sinceridade e honestidade; em suma, um ambiente
possível para a busca constante e renovada dos sentidos da sexualidade.
(LORENCINI JUNIOR, 1997, p. 94).
As práticas pedagógicas dentro do contexto escolar precisam está voltadas
para o público atendido, visando o gênero e seu contexto histórico já que esses vêm
sofrendo
preconceito
há
muitos
anos.
Essas
intervenções
devem
seguir
experiências de lazer, culturais e esportivas como formas de expressão, interação,
aprendizagem, sociabilidade, valorização da experiência de vida e proteção social.
O autor Rodrigues (2003) diz que os professores precisam conhecer a história
de vida dos alunos, com a proposta de promover a compreensão da realidade
cultural e da participação ativa da sociedade, destacando a necessidade de auxiliar
o aluno, dar a ele autonomia para lidar com os fatos, assim tornará mais crítico
diante
das
situações
que
faz
parte
da
vida,
desenvolvendo
autonomia,
responsabilidade e ideologias próprias, sendo capaz de resolver seus problemas
sem punir a sociedade.
Dentro desta ótica é necessário trabalhar no contexto escolar com dinâmicas
de grupo contribuindo para que os indivíduos tenham uma relação interpessoal
saudável, respeitando a ancestralidade dos indivíduos, reconhecendo as suas
limitações, aprendendo a conviver com elas, garantindo assim, sua autonomia e
independência.
Equipe escola junto precisa discutir a discriminação de gênero dentro do
contexto escolar, prevenindo a mesma, abrindo comunicação para os alunos (as)
estimulando a transformação dentro e fora da escola.
Através das dinâmicas de grupo a escola além de alcançar seus alunos, irá
colaborar na formação de indivíduos atuantes nas comunidades que estão inseridos.
- 23 -
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente percebemos o quanto a sociedade vem buscando mudança em
relação ao gênero e os seus espaços de convivência, respeitando – os e permitindo
que os mesmos participem democraticamente das ações que acontece na
sociedade sem sofre discriminação.
Diante disso esse trabalho mostra o quanto é importante os estudos realizado
no setor das Políticas Públicas, visando o Sistema Educacional e os atendidos neste
contexto, no sentido de acabar com a discriminação do gênero no contexto social,
seja na família e/ou escola, dado a esses a oportunidade enquanto qualidade de
vida, abrangendo assim as pensadas e planejadas tomadas de decisões, em relação
às condições em que o grupo de gênero homem e mulher se encontram na atual
sociedade.
Nesse sentido a escola é importante, pois é responsável pela a construção da
cidadania e a (des) construção de conceitos considerados como “normais” e
“naturalizados” ao longo da história e dos processos de evolução da sociedade;
conceito, muitas vezes impregnados de discriminação que desmoraliza os
indivíduos.
Sendo assim:
A escola continua sendo um espaço privilegiado na implantação de ações
que promovam o fortalecimento da autoestima e do autocuidado; a
preparação para a vivência democrática; o aumento dos níveis de tolerância
às diversidades; o estabelecimento de relações interpessoais mais
respeitosas e solidárias; enfim, em última instância, na qualidade de vida. E
são inúmeras as experiências de trabalho educativo que nos têm mostrado
sua importância e adequação aos novos tempos. (BRASIL, 2000).
Portanto é necessário formular estudos e aplicar práticas que se voltem ao
gênero na sociedade, em especial esse estudo mostrou a necessidade de pensar a
relação do gênero tanto no contexto familiar, como escolar, sendo o escolar um
espaço de dialogo que propõem reflexões sobre a relação intrapessoal e
interpessoal dos envolvidos.
Portanto Lorencini Jr. (1997), esclarece que a responsabilidade e a habilidade
de:
[...] dar oportunidade aos alunos de participar das atividades,
problematizando os diferentes pontos de vista que eventualmente surjam
durante as discussões, e, sobretudo, possibilitar que a sala de aula seja
- 24 -
uma ambiente de descontração onde os alunos sintam à vontade para
expressar opiniões com sinceridade e honestidade; em suma, um ambiente
possível para a busca constante e renovada dos sentidos da sexualidade.
(LORENCINI JUNIOR, 1997, p. 94).
As unidades escolares necessitam elaborar boas estratégias visando o
fortalecimento, a resistência aos atos de desigualdade que o gênero vivencia,
buscando o resgate da cidadania, da autonomia, da autoestima, da participação
destes no contexto social contemporâneo que se apresenta, sendo atuante.
Garantindo assim a esse seus direitos enquanto cidadão é também
reconhecer, através da ação investigativa, que a fragilização vivenciada pelos
mesmos compreende as perdas materiais, subjetivas e valorativas, em razão dos
processos de exclusão e violência que sofrem cotidianamente. Proporcionar
resistências a esses, conferindo poder a cada um, percebendo-os como sujeitos que
trazem e constroem uma perspectiva histórica que deve ser valorizada já que trouxe
mudanças para a sociedade atual.
A grande incumbência da escola atual está além da transmissão e produção
de conhecimentos, ela também molda sujeitos, produz identidades étnicas, de
gênero e de classe por meio de relações de desigualdades. Cabe a equipe escolar a
busca de formas de intervenções mais viáveis e próximas, para romper com as
desigualdades presentes, mesmo no que é considerado “construção histórica”, de
modo que auxiliem os alunos – sujeitos principais da educação – em suas
construções, sobre gênero.
Sendo assim a escola tem que ser comprometida com a formação cidadã e
entendida como espaço de cultura que favorece a construção da identidade, o
desenvolvimento da capacidade de agir com autonomia e com consideração ao
outro, entrelaçados pela incorporação à diversidade, para o alcance da equidade,
solidariedade e autonomia.
- 25 -
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ANEXOS
ANEXO 1
VIVA A DIFERENÇA
Objetivo:
Favorecer, na vida cotidiana, a mudança de atitudes preconceituosas e
discriminatórias.
Estimular o respeito pelas diferenças.
Materiais:
Caneta, papel pautado; fita adesiva ou crepe, quadro, giz, tiras com os nomes de
todas as pessoas da classe dentro de uma sacola ou caixa.
Tempo:
1hora
Público:
14 a 16anos
Passo a passo:
• Solicite que os/as estudantes permaneçam sentados em suas respectivas
cadeiras.
• Escreva no quadro a palavras DIFERENÇA e peça que diga qual é a primeira coisa
que lhes vem à cabeça quando escutam essa palavra.
• Escreva as contribuições no quadro em volta da palavra DIFERENÇA.
• Abra para o debate, explicando que todos/ as nós somos diferentes, que não existe
nenhuma pessoa totalmente igual à outra, nem entre gêmeos/as.
• Explique, também, que algumas diferenças são usadas para desvalorizar outras,
como, por exemplo, o fato de uma pessoa usar óculos, ter necessidades educativas
especiais (surdez, cegueira, deficiência automotora, etc.) ou viver com o HIV/ aids.
• Reforce que nada justifica o desrespeito ou o preconceito entre os seres humanos.
• Informe que, agora, os/as estudantes irão desenvolver uma atividade valorizando
as coisas boas que todo mundo tem.
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• Explique que, cada um/a, irá sortear uma tira com o nome de um/a colega da
classe. Peça que leiam em silêncio e que não contem para ninguém quem foi o/a
sorteado.
• Caberá a cada um/a desenhar a pessoa sorteada e escrever, ao lado do desenho,
o que ela ou ele possui de mais interessante ou bonito.
• Quando terminarem cole as obras na parede ou no mural.
• Peça que se levantem para observar as obras e que, quem quiser, fale sobre as
qualidades do/a colega que desenhou ou sobre como se sentiu ao saber o que o/a
colega falou dele/a.
• Após os comentários realizados, recolha as obras do mural e diga que, quem
quiser, poderá presentear o/a colega com o desenho realizado.
Ideias principais:
• Preconceito é um juízo pré-concebido, manifestado geralmente na forma de uma
atitude discriminatória perante pessoas, lugares ou tradições considerados
diferentes ou “estranhos”. As formas mais comuns de preconceito são: social, racial
e sexual.
• Saber respeitar as diferenças é a primeira ação para nos tornarmos pessoas
melhores. Para uma melhor convivência é fundamental conseguirmos realmente
enxergar o outro em todo seu potencial humano e criativo. Quando isso ocorre,
propicia-se ao outro sentir-se pertencente e aceito pelo grupo.
• A pessoa, quando se percebe pertencente ao grupo, sente-se capaz para expor
seus pensamentos e sentimentos e empenha-se em se desenvolver, o que pode
promover a convivência harmônica entre todos, bem como o respeito mútuo.
Retirado de: <http://file.fde.sp.gov.br/portalfde/Arquivo/B_Prevensao_07.02.11.pdf>
Acessado em: 03/06/2011
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ANEXO 2
SE EU FOSSE HOMEM/ SE EU FOSSE MULHER
Objetivo:
Discutir os papéis de gênero (masculino/ feminino), identificando os estereótipos
existentes em nossa sociedade.
Materiais:
Tiras de papel com a inscrição:
Se eu fosse homem...
Tiras de papel com a inscrição:
Se eu fosse mulher...
Tempo:
1h
Público:
14 a 20anos
Passo a passo
• Peça que os garotos se levantem, trazendo a caneta, e que se dirijam ao lado
esquerdo da sala.
• Peça que as garotas se levantem, trazendo a caneta, e que se dirijam para o lado
direito da sala.
• Distribua a frase Se eu fosse mulher eu... para cada participante do sexo masculino
e a frase Se eu fosse homem eu... para as mulheres.
• Peça que, em silêncio, cada pessoa preencha a frase com o que realmente faria
caso fosse do outro sexo.
• Peça que façam duas filas, de um lado os garotos e do outro as garotas e que
fiquem um de frente para o outro.
• Explique que, de dois em dois (um garoto e uma garota), cada um fale o que
escreveu. Registre as respostas no quadro.
• Peça que a fila continue a andar até terminarem.
- 31 -
• Leia as frases referentes ao Se eu fosse mulher (elaboradas pelos garotos) e
pergunte o que é possível perceber pelas respostas que foram dadas.
• Em seguida, faça o mesmo com as respostas das garotas sobre o que fariam se
fossem homens.
• Em plenária, aprofunde a discussão a partir das seguintes questões:
1. O que é ser homem?
2. O que é ser mulher?
3. Quais as diferenças entre ser homem e ser mulher?
4. Quais dessas diferenças são biológicas? Quais são construídas socialmente?
5. Quais as situações em que estas diferenças se tornam desigualdades?
6. Como a escola poderia contribuir para modificar esta situação?
Ideias principais:
• Quando falamos em sexo, nos referimos às características físicas e biológicas de
cada um, às diferenças entre o corpo do homem e da mulher, do menino e da
menina.
• Mas, quando falamos em gênero, nos referimos às diferenças entre o masculino e
o feminino que foram construídas no decorrer da história da humanidade por meio
dos costumes, ideias, atitudes, crenças e regras criadas pela sociedade.
• Existem alguns rótulos ou estereótipos em relação ao que é ser homem ou ser
mulher como, por exemplo: garotas são mais fracas, mais dependentes, mais
sensíveis, menos agressivas e os garotos são mais fortes, mais independentes,
mais práticos, mais agressivos.
• Esses estereótipos trazem consigo algumas justificativas para a desigualdade
como, por exemplo, as diferentes atividades consideradas masculinas e as
consideradas femininas. As dos homens, mais focadas no espaço público, e as das
mulheres, no espaço privado, ou seja, do lar.
Retirado de: <http://file.fde.sp.gov.br/portalfde/Arquivo/B_Prevensao_07.02.11.pdf>
Acessado em: 03/06/2011
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Natalia Souza - Água, Mulheres e Desenvolvimento