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Cascavel, 14 de agosto de 2009
VENEZUELA NO MERCOSUL
FERNANDO LUGO SURPREENDEU AO TENTAR EVITAR RUSGAS
Paraguai retira proposta
por medo de negativa
presidente do Paraguai,
Fernando Lugo, surpreendeu e retirou, ontem, o pedido que havia feito ao Senado
para aprovar a adesão da vizinha Venezuela ao Mercosul.
Segundo fontes oficiais, a manobra foi feita para prevenir a
derrota da proposta e eventuais
rusgas. “O governo paraguaio
aguardará condições mais favoráveis para remeter novamente
o pedido de adesão da Venezuela ao Mercosul”, disse o chanceler Héctor Lacognata.
O Senado do Paraguai, que
tem maioria oposicionista, se
preparava para tratar do assunto - que também está pendente
no Congresso brasileiro - na
O
primeira hora ontem. Os Congressos da Argentina e do Uruguai já
aprovaram a reivindicação venezuelana. A adesão da Venezuela
foi aprovada pelos governos do
Mercosul em julho de 2006.
O pedido de retirada da proposta foi feito em carta do presidente Lugo ao presidente do Senado e do Congresso, Miguel
Carrizosa. O chanceler paraguaio reconheceu haver um “ambiente negativo, com risco de rejeição” e disse que o governo “se
reserva o direito de apresentar o
assunto em outro momento”.
Ele admitiu, no entanto, que
a opinião da oposição e de setores do governo em relação ao
governo do presidente Hugo
Chávez não deve mudar “em um
mês ou em um ano”.
Muito além da questão diplomática, o Paraguai temia
também que a rejeição atrapalhasse as negociações de restauração da empresa estatal
de energia do Paraguai, a Petropar, com a análoga venezuelana, a PDVSA, no valor de
US$ 300 milhões.
O assessor jurídico da gestão Lugo, Emilio Camacho, afirmou, em entrevista, que o governo continuará “avaliando” a incorporação da Venezuela. “Não
se trata de uma derrota política
já que, em matéria de relações
exteriores, é preciso atuar em
função dos interesses gerais do
país”, afirmou Camacho.
Todos os partidos da oposição, assim como parte do Partido Liberal Radial Autêntico
(PLRA, na sigla em espanhol),
o principal aliado de Lugo no
Congresso, já tinham anunciado que iriam contra a medida.
Esse posicionamento ganhou
força há algumas semanas, depois de Caracas ter adotado
medidas contrárias aos meios
de comunicação.
Lugo é um grande aliado de
Chávez e apoia a adesão do país
ao Mercosul sob o argumento
de que, por ser uma nação rica
em petróleo, a Venezuela equilibraria as relações dos países
grandes e pequenos do bloco.
EFE
O ex-ditador cubano Fidel Castro comemorou ontem seu 83º aniversário, o quarto desde que uma doença intestinal o afastou do público e
da Presidência. O momento é um dos piores da história recente da ilha,
por causa da maior recessão desde o término dos subsídios da União
Soviética, há duas décadas.
Em comemoração ao aniversário do ex-ditador, foi organizada, em Cuba,
uma exposição cuja peça central é uma fotografia na qual Fidel aparece muito saudável. De acordo com o curador Arturo Suarez, a fotografia foi tirada “muito recentemente” pelo filho de Fidel, Alex Castro, 46,
que é fotógrafo profissional. Na imagem, Fidel veste boné azul de beisebol, jaqueta esportiva branca e camiseta preta. A data exata da foto
não foi informada. Ao seu lado está o presidente deposto de Honduras,
Manuel Zelaya.
GUERRILHA
Ofensiva deixa ao menos 54 mortos nas Filipinas
As tropas do Exército das
Filipinas lançaram uma grande
ofensiva contra guerrilha do país
e tomaram controle de dois
acampamentos de militantes ligados à rede terrorista Al Qaeda na floresta na mais violenta
batalha deste ano. O confronto,
que durou mais de oito horas,
deixou ao menos 23 soldados e
31 guerrilheiros mortos.
A batalha, descrita por um
comandante filipino como violenta troca de tiros, não deve afetar
o movimento islâmico radical no
país, alertam analistas, que preveem uma batalha longa contra
a influência da Al Qaeda no país.
Os soldados mataram ao
menos 31 guerrilheiros durante uma ofensiva na base do
grupo rebelde Abu Sayyaf, no
interior da ilha de Basilan
(Sul), afirmou o brigadeiro-general Rustico Guerrero.
“Baseado neste incidente
apenas, seria prematuro dizer
que temos a conclusão da neutralização do Abu Sayyaf”, disse Mars Buan, analista da consultoria de risco Pacific Strategies and Assessments.
“No passado, o Abu Sayyaf sofreu número maior de mortes, mas
permaneceu como uma séria ameaça no Sul do país”, completou.
A batalha deixou ainda 23
soldados mortos e outros 20 feridos, afirmou Guerrero, que descreveu o confronto como um dos
maiores desde 2007 - quando 15
soldados e 40 rebeldes foram
mortos em Basilan.
“Nós lançamos uma operação
decisiva contra a principal base
de treinamento de Abu Sayyaf
em Basilan, mas encontramos
resistência pesada”, disse.
Os guerrilheiros, segundo o
almirante Alexander Pama, fugiram para o interior da floresta.
As forças de segurança encerraram a operação ontem e devem retomar somente hoje a
TERRORISMO
Duplo atentado mata 17 no Iraque
Ao menos 17 pessoas morreram e outras 20 ficaram feridas em um duplo atentado cometido ontem por dois homensbomba em uma cafeteria em
Sinjar, no Norte do Iraque, segundo fontes policiais.
As fontes, que não descartaram que o número de vítimas
possa aumentar, disseram à
agência de notícias Efe que os
dois homens com cintos de explosivos entraram no local,
anunciaram o ataque e detonaram as bombas. O ataque aconteceu perto das 17h.
Sinjar é habitada pela minoria Yazidi. A cidade fica perto
de Mossul, capital da Província
de Nineveh e cenário de ataques terroristas quase diários.
Desde o fim de junho passado, quando as tropas americanas deixaram as cidades e
centros urbanos iraquianos,
uma onda de violência sectária
e ataques terrorista aumentou
a preocupação sobre a capacidade das autoridades locais de
manter a segurança no
país.Desde junho passado,
mais de 200 iraquianos morreram em diversos ataques - incluindo 38 vítimas de um ataque na cidade de Talafar, em 9
de julho passado e as 29 pessoas que morreram em ataques
contra mesquitas xiitas em Bagdá, em 31 de julho.
batalha contra os 150 membros
restantes do grupo. “Foi uma
batalha muito próxima, os dois
lados praticamente lutaram
mão a mão”, disse Pama. A proximidade impediu que o Exército usasse ataques aéreos
contra os militantes. “O mais
importante é que nos destruímos a fábrica de bombas e o
acampamento de treinamento
deles”, disse Pama.
Abu Sayyaf é o menor, mas
mais violento grupo de islâmicos
radicais que lutam pela independência no sul do Estado. O grupo tem cerca de 350 seguidores, a maioria em Basilan e Jolo.
Morre de fome
A morte de uma menina
de três anos por fome na
Alemanha acendeu uma
reflexão no país sobre o
combate à crescente
negligência com
as crianças.
A morte da garota em
Nuremberg, segunda-feira,
provocou acusações ao
governo sobre o fracasso em
lidar com o abuso infantil e
também abriu espaço para
uma condenação aos
serviços sociais. Os
assuntos vêm à tona a
pouco mais de um mês das
eleições federais, em
27 de setembro.
Um importante grupo de
assistência infantil, o
Deutsche Kinderhilfe
chamou Sarah de “mais
uma vítima da inação
política”. Depois disso, a
ministra da Família alemã,
Ursula von der Leyen,
começou a pressionar pela
introdução de uma nova lei
de proteção às crianças o
mais rápido possível.
“A proteção às crianças
não pode esperar”, disse von
der Leyen, mãe de sete
filhos, em entrevista.
“Precisamos que essa lei
exista após a eleição.”
BASE DOS EUA
Uribe confirma
presença em
reunião da
Unasul
O governo colombiano
confirmou ontem que o presidente Álvaro Uribe irá à reunião
extraordinária da Unasul (União
das Nações Sul-Americanas),
que ocorrerá dia 28 na Argentina. Segundo um comunicado
da Presidência, a agenda do
encontro “será diversa e a
reunião não implica condições
para o acordo entre Colômbia e
Estados Unidos, que tem o
objetivo de enfrentar com mais
êxito o narcotráfico e
o terrorismo”.
A reunião, proposta pela
presidente argentina, Cristina
Kirchner, segunda-feira, ocorrerá em Bariloche e deve contar
com a presença dos 12 chefes
de governo dos países-membros da Unasul, que querem
discutir com Uribe o controverso tratado, que permitirá o
envio de militares dos EUA a
até sete bases colombianas.
Bolívia, Equador e Venezuela já se declararam contra a
eventual presença de militares
norte-americanos na região. Já
Brasil, Argentina e Uruguai
demonstraram preocupação, no
entanto, reconhecem a soberania do país nas relações
exteriores. Chile e Peru, por
sua vez, ratificaram seu apoio
ao governo colombiano.
Por conta da polêmica,
Uribe não participou, segundafeira, de uma reunião da Unasul
realizada em Quito, já que o
Equador mantém as relações
diplomáticas com
a Colômbia congeladas.
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