Universidade de São Paulo Instituto de Química Programa de Pós-Graduação em Química Vânia Maria Teixeira Carneiro Síntese total da (+)-baquenolida A, oxidação de cis-octalinas e de 1,2-di-hidronaftalenos com tálio(III) e síntese de reagentes de Koser São Paulo Data de Depósito na CPG: 10/12/2010 Vânia Maria Teixeira Carneiro Síntese total da (+)-baquenolida A, oxidação de cis-octalinas e de 1,2-di-hidronaftalenos com tálio(III) e síntese de reagentes de Koser Tese apresentada ao Instituto de Química da Universidade de São Paulo para obtenção do Título de Doutor em Química (Química Orgânica) Orientador: Prof. Dr. Luiz Fernando da Silva Jr. São Paulo 2010 Vânia Maria Teixeira Carneiro Síntese total da (+)-baquenolida A, oxidação de cis-octalinas e de 1,2-di-hidronaftalenos com tálio(III) e síntese de reagentes de Koser Tese apresentada ao Instituto de Química da Universidade de São Paulo para a obtenção do Título de Doutor em Química Orgânica Aprovado em: __________________________________ Banca examinadora Prof. Dr. ________________________________________________________________ Instituição: ______________________________________________________________ Assinatura: ______________________________________________________________ Prof. Dr. ________________________________________________________________ Instituição: ______________________________________________________________ Assinatura: ______________________________________________________________ Prof. Dr. ________________________________________________________________ Instituição: ______________________________________________________________ Assinatura: ______________________________________________________________ Prof. Dr. ________________________________________________________________ Instituição: ______________________________________________________________ Assinatura: ______________________________________________________________ Prof. Dr. ________________________________________________________________ Instituição: ______________________________________________________________ Assinatura: ______________________________________________________________ À Profa. Dra. Helena Maria Carvalho Ferraz (in memoriam) por ter me acolhido em seu grupo de pesquisa e pela orientação no primeiro ano do doutoramento. Aos meus pais, família e amigos pelo apoio incondicional em todos os momentos. AGRADECIMENTOS Agradeço os meus pais, Vitolina e Walter, pelo amor e apoio incondicionais durante as mais difíceis decisões. Sou especialmente grata por eles terem compreendido a minha ausência durante a realização deste trabalho e demais atividades acadêmicas. À minha querida irmã Wilza pelo apoio, incentivo, exemplo de esforço e coragem, pelos seus conselhos jurídicos preciosíssimos, mesmo quando eu decido fazer “tudo ao contrário” e pela sua paciência em discutir questões gramaticais, ortográficas e de concordância. Também não posso deixar de agradecer por cuidar dos nossos pais enquanto eu estou longe. Ao Volnir pela sua “paciência infinita” e palavras de incentivo. Por sempre estar disposto a me ajudar nos momentos que preciso e também nos momentos que não preciso, mas peço assim mesmo. A toda minha família e aos amigos por me aconselhar e acreditar em mim. À Profa. Helena Ferraz por ter me orientado no primeiro ano do doutoramento e por ter encontrado tempo para se preocupar com a minha formação acadêmica, mesmo passando por todos os problemas de saúde que enfrentava. Ao Prof. Luiz Fernando pela sua colaboração desde o início do meu doutoramento, por ter dado continuidade ao projeto de síntese da (+)-baquenolida A e por ter me aceitado como orientanda. Sua confiança, colaboração, paciência, conselhos e conhecimentos repassados foram de primordial importância para meu amadurecimento profissional. Aos amigos que adquiri durante minha jornada na USP. Em especial aos meus companheiros de laboratório da “velha guarda”: Fernanda Bombonato (Bombom), Fernanda Amaral (Fernandinha), Marcus, Graziela (Grazi), Alexsandra (Coisinha), Samir e Ramon, pelos conselhos e discussões a respeito de projetos, estratégias sintéticas, identificação e caracterização de compostos, publicações, ética, organização de laboratório, respeito, lealdade e muitos outros assuntos que entravam em pauta nas discussões corriqueiras na “salinha”. À experiência repassada pelos professores Luiz Longo e Andrea Aguillar durante conversas no laboratório. À convivência agradável e muitas vezes divertida com os alunos de IC que já passaram pelo laboratório (Fabiana, Mário, André e Carlos), com aqueles que ainda permanecem (Bruno, Bruna, Valéria, Aline e Andrés) e com os novos colegas Kishore e Annes. À Eloisa (Elô) e Andréia (Deinha), alunas de IC que tive a oportunidade de acompanhar, pela dedicação, amizade e confiança. À Íris e ao Rafael pela amizade e pelas boas lembranças, principalmente durante a viagem para a França. Ao Joaquim (Joca) por toda a ajuda técnica, pela amizade e pela organização das “festinhas” do laboratório. À Dona Rosa pela paciência e por contribuir para a organização e limpeza do laboratório. À Profa. Berit Olofsson por ter me acolhido em seu grupo de pesquisa na Universidade de Estocolmo durante o período de três meses, onde pude aprimorar meus conhecimentos. Aos meus companheiros de laboratório da Suécia pela paciência e amizade: Marcin, Nazli, Joel, Tue. Em especial à Elleanor por ter me ajudado e aconselhado durante todo o período que estive lá. À Universidade de São Paulo e ao Instituto de Química pelo espaço e suporte concedidos. Aos professores do Instituto de Química pela contribuição durante os últimos anos da minha formação. Aos funcionários da Secretaria de Pós-Graduação e da Central Analítica pelo excelente trabalho que vêm realizando. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Técnico (CNPq) pela bolsa concedida. À “The Swedish Foundation for International Cooperation in Research and Higher Education” (STINT) pelo apoio financeiro durante minha estadia na Suécia e participação na Conferência Internacional sobre química de iodo hipervalente. Por fim, gostaria de agradecer aos professores do Departamento de Química da Universidade Federal de Viçosa por contribuírem de maneira crucial para minha formação, principalmente ao meu orientador de mestrado o Prof. Elson Alvarenga. “Learn from yesterday, live for today, hope for tomorrow. The important thing is not to stop questioning." Albert Einstein RESUMO Carneiro, V. M. T. Síntese total da (+)-baquenolida A, oxidação de cis-octalinas e de 1,2-dihidronaftalenos com tálio(III) e síntese de reagentes de Koser. 2010. 399p. Tese. Programa de Pós-Graduação em Química. Instituto de Química, Universidade de São Paulo, São Paulo. A primeira parte deste trabalho teve como objetivo a síntese da (+)-baquenolida A empregando uma reação de contração de anel como etapa chave. A molécula alvo foi alcançada diastereosseletivamente em 15 etapas e com rendimento global de 6,2% a partir da cetona de Wieland-Miescher opticamente ativa, que foi preparada por meio de uma reação de anelação de Robinson assimétrica. Estudos realizados para a otimização da etapa chave exibiram melhores resultados quando trinitrato de tálio (TTN) foi empregado como oxidante. Contudo, o reagente de iodo(III) (diacetóxi)iodobenzeno (DIB) também pôde ser empregado para realizar esta transformação na presença de ácido ou quantidade catalítica de TTN, mas com baixos rendimentos. Foi estudada a oxidação de cis-octalinas e derivados com TTN em acetonitrila. A reação de diversos derivados de cis-octalinas com tálio(III) levou a diferentes produtos, dependendo principalmente do padrão de substituição do substrato. Os resultados mais promissores foram a obtenção de cis-hidrindanos funcionalizados a partir dos substratos 1,2,3,4,4a,5,8,8a-octa-hidro4a-metilnaftaleno e 1,2,3,4,4a,5,8,8a-octa-hidro-4a,7-dimetilnaftaleno. Considerando que o grupo metoxila é muito estável e mesmo assim a reação do substrato 1,2,3,4,4a,5,8,8a-octa-hidro-1metóxi-6,8a-dimetilnaftaleno com TTN levou ao produto de contração em baixo rendimento, concluímos que a presença de grupos funcionais contendo oxigênio na posição C-1 prejudica o rearranjo oxidativo para a formação do produto de contração. A utilização de acetonitrila como solvente nas reações de oxidação de 1,2-dihidronaftalenos mediadas por TTN proporcionou a obtenção de produtos de contração a partir de substratos contendo ligação dupla trissubstituída. Uma vez que produtos de contração são isolados nas reações de di-hidronaftalenos trissubstituídos com tálio(III) ou com iodo(III) em acetonitrila, mas são obtidos apenas produtos de adição nas reações em metanol ou trimetilortoformiato, podemos concluir que o sucesso da reação de contração depende essencialmente da natureza do solvente. Finalmente, este trabalho apresenta os resultados obtidos durante a preparação do reagente de Koser [hidróxi(tosilóxi)iodobenzeno, HTIB] e derivados a partir de iodo molecular e arenos ou iodoarenos. O emprego de um procedimento “one-pot” em duas etapas foi uma boa alternativa para a preparação do HTIB a partir de benzeno, mas forneceu piores resultados que o procedimento em uma única etapa quando arenos contendo grupos doadores de elétrons foram utilizados como substratos. Não foi possível preparar derivados do reagente de Koser a partir de arenos contendo grupos retiradores de elétrons. De acordo com os resultados obtidos para a preparação de derivados do reagente de Koser a partir de iodoarenos, verificamos a promissora utilização de 1,1,1-trifluoroetanol (TFE) como co-solvente. Palavras chave: síntese orgânica, síntese total, contração de anel, (+)-baquenolida A, tálio(III), iodo hipervalente. ABSTRACT Carneiro, V. M. T. Total Synthesis of (+)-Bakkenolide A, oxidation of cis-octalins and 1,2dihydronaphthalenes with thallium(III) and synthesis of Koser’s reagent. 2010. 399p. PhD Thesis. Graduate Program in Chemistry. Instituto de Química, Universidade de São Paulo, São Paulo. The first part of this work aimed the synthesis of (+)-bakkenolide A employing a ring contraction reaction as key step. The target molecule was achieved, with high diastereoselectivity, in 15 steps and in 6.2% overall yield from the optically active Wieland-Miescher ketone, which was prepared by an asymmetric Robinson annulation. Studies to optimize the key step showed better results when thallium trinitrate (TTN) was used as oxidant. However, the iodine(III) reagent (diacetoxy)iodobenzene (DIB) could also be employed to promote this transformation in the presence of acid or catalytic amounts of TTN, but with low yields. We studied the oxidation of cis-octalins and derivatives with TTN in acetonitrile. The reaction of several cis-octalins derivatives with thallium(III) furnished different products, depending mainly on the substitution pattern of the substrate. The most promising results were the preparation of methylnaphthalene functionalized and from cis-hydrindanes from 1,2,3,4,4a,5,8,8a-octahydro-4a- 1,2,3,4,4a,5,8,8a-octahydro-4a,7-dimethylnaphthalene. Since methoxy group is one of the more stable protecting groups for alcohols and still the reaction of the 1,2,3,4,4a,5,8,8a-octahydro-1-methoxy-6,8a-dimethylnaphthalene with TTN led to the ring contraction product in low yield, we conclude that the presence of oxygen-containing functional groups at the C-1 affect the oxidative rearrangement. The use of acetonitrile as solvent in TTN-mediated oxidation of 1,2-dihydronaphthalenes furnished ring contraction products from substrates containing trisubstituted double bond. Since ring contraction products are isolated in the reactions of trisubstituted dihydronaphthalenes either with thallium(III) or with iodine(III) in acetonitrile, but only addition products are obtained from reactions in methanol or in trimethylorthoformate, we concluded that the success of the ring contraction reaction dependes on the nature of the solvent. Finally, this thesis presents the results obtained during the preparation of the Koser's reagent [hydroxy(tosyloxy)iodobenzene, HTIB] and derivatives from molecular iodine and arenes or iodoarenos. The use of a one-pot two-step procedure was a good alternative for the preparation of HTIB from benzene, but gave worse results than the procedure in one-step when arenes containing electron donor groups were used as substrates. We could not prepare Koser's reagent derivatives from arenes containing electron-withdrawing groups. According to the results obtained for the preparation of Koser's reagent derivatives from iodoarenos, we could observe the promising use of 1,1,1-trifluoroethanol (TFE) as co-solvent. Keywords: organic synthesis, total synthesis, ring contraction, (+)-bakkenolide A, thallium(III), hypervalent iodine. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Ac Acetila AcOH Ácido acético Ang 2-Metil-2(Z)-butenoil éster ArSeCN 1-Nitro-2-selenocianato-benzeno atm Atmosferas Bu3P Tributil fosfina calc. Calculado cat. Catalítico CCD Cromatografia em Camada Delgada CG Cromatografia Gasosa CG-EM Cromatografia Gasosa Acoplada com Espectrometria de Massas CLAE Cromatografia Líquida de Alta Eficiência conc. Concentrado COSY Espectroscopia de Correlação “Correlation Spectroscopy” dd Duplo dubleto ddd Dubleto de duplo dubleto dddd Dubleto de duplo duplo dubleto ddt Dubleto de duplo tripleto DIB (Diacetóxi)iodobenzeno dil. Diluída DMAP 4-N,N-Dimetilaminopiridina DME Éter dimetílico DMF N,N-Dimetilformamida DMP Periodinana de Dess-Martin DMPU N,N’-Dimetil-N,N’-propileno uréia DMSO Dimetilsulfóxido DMSO-d6 Dimetilsulfóxido deuterado dt Dubleto de tripletos dtd Dubleto de triplo dubleto e.e. Excesso enantiomérico EMAR Espectrometria de Massas de Alta Resolução EMBR Espectrometria de Massas de Baixa Resolução eq. Equivalentes Et Etila Et2O Éter dietílico Et3N Trietilamina HFIP 1,1,1,3,3,3-Hexafluoroisopropanol HMDS Hexametildisilazano HMPA Hexametilfosforamida HSQC Coerência Heteronuclear Simples Quântica “Heteronuclear Single Quantum Coherence” HTIB Hidróxi(tosilóxi)iodobenzeno ou Reagente de Koser i-Bu Isobutila IBX Ácido 2-iodóxi-benzóico int. rel. Intensidade relativa i-Pr Isopropila IV Infravermelho i-Val Isovalerato KHMDS Bis(trimetilsilil)amideto de potássio LiBHEt3 Trietil-boro-hidreto de lítio ou Super hidreto® LiHMDS Bis(trimetilsilil)amideto de lítio Lit. Literatura M Molar, mol.L-1 m-CBA Ácido meta-clorobenzóico m-CPBA Ácido meta-cloroperbenzóico Me Metila MeAlCl2 Dicloreto de dimetilalumínio MeCN Acetonitrila MeLi Metil-lítio MeOH Metanol MVK Metil-vinil-cetona NaHMDS Bis(trimetilsilil)amideto de sódio n-BuLi Butil-lítio NMO N-óxido de morfolina NOE Efeito Nuclear Overhauser “Nuclear Overhauser effect” NOESY Espectroscopia do Efeito Nuclear Overhauser “Nuclear Overhauser Enhancement Spectroscopy” Ph Fenila pH Potencial hidrogeniônico PhH Benzeno PhMe Tolueno PhNHMe N-metilanilina PIFA Bis(trifluoroacetóxi)iodobenzeno pir Piridina PM Peneira molecular p-TsOH Ácido para-toluenosulfônico q Quarteto quint Quinteto RMN Ressonância Magnética Nuclear s Singleto sept Septeto sext Sexteto t.a. Temperatura ambiente TBS Tert-Butilsilila td Tripleto de dubletos tdd Tripleto de duplo dubleto Pe Ponto de ebulição TES Trietilsilila Pf Ponto de fusão TFA Ácido trifluoroacético TFE 2,2,2-Trifluoroetanol TfOH Ácido tríflico THF Tetrahidrofurano Tigl 2-Metil-2(E)-butenoil éster TMOF Trimetilortoformiato TMS Tetrametilsilano TMSCl Clorotrimetilsilano TMSI Iodotrimetilsilano TMSO Trimetilsililóxi tq Tripleto de quartetos TR Tempo de retenção Ts Tosila TTA Triacetato de tálio TTN Trinitrato de tálio UV Ultravioleta V Volume ÍNDICE RESUMIDO PARTE 1: SÍNTESE TOTAL DIASTEREOSSELETIVA DA (+)-BAQUENOLIDA A ............................................. 21 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 23 1.1. SESQUITERPENOS BACANOS .................................................................................................................................. 23 1.2. SÍNTESES ASSIMÉTRICAS DA (+)‐BAQUENOLIDA A ...................................................................................................... 34 2. OBJETIVOS ............................................................................................................................................................... 43 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................................................................... 44 3.1. ESTRATÉGIA PARA A SÍNTESE DA (+)‐BAQUENOLIDA A ................................................................................................ 44 3.2. PREPARAÇÃO DA OCTALONA OPTICAMENTE ATIVA (+)‐43 ........................................................................................... 49 3.3. PREPARAÇÃO DA OCTALONA RACÊMICA (±)‐43 ......................................................................................................... 63 3.4. ETAPA CHAVE DA SÍNTESE: CONTRAÇÃO DE ANEL DA OCTALONA 43 .............................................................................. 64 3.5. A UTILIZAÇÃO DO PRODUTO DE CONTRAÇÃO (+)‐44 PARA A PREPARAÇÃO DA METIL‐CETONA 48 ........................................ 76 3.6. CONSTRUÇÃO DIASTEREOSSELETIVA DO CENTRO QUATERNÁRIO EM C‐7 ......................................................................... 82 3.7. REAÇÃO DE ΑLFA‐HIDROXILAÇÃO DA METIL‐CETONA (+)‐46 ........................................................................................ 86 3.8. FINALIZAÇÃO DA SÍNTESE DA (+)‐BAQUENOLIDA A, (+)‐1 ............................................................................................ 93 4. CONCLUSÕES ........................................................................................................................................................... 97 PARTE 2: OXIDAÇÃO DE CIS-OCTALINAS PROMOVIDA POR TTN EM ACETONITRILA .......................... 101 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 103 2. OBJETIVOS ............................................................................................................................................................. 109 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................................... 110 3.1. PREPARAÇÃO DOS SUBSTRATOS ........................................................................................................................... 110 3.2. IDENTIFICAÇÃO ESTRUTURAL DOS SUBSTRATOS ........................................................................................................ 115 3.3. REAÇÕES DE OXIDAÇÃO DE DERIVADOS DE CIS‐OCTALINAS COM TTN EM ACETONITRILA .................................................. 117 3.4. IDENTIFICAÇÃO ESTRUTURAL DOS PRODUTOS DE CONTRAÇÃO DE ANEL ......................................................................... 123 3.5. IDENTIFICAÇÃO ESTRUTURAL DOS PRODUTOS DE ADIÇÃO ........................................................................................... 125 4. CONCLUSÕES ......................................................................................................................................................... 127 PARTE 3: CONTRAÇÃO DE ANEL DE 1,2-DI-HIDRONAFTALENOS PROMOVIDA POR TTN EM ACETONITRILA ........................................................................................................................................................... 129 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 131 2. OBJETIVOS ............................................................................................................................................................. 137 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................................... 138 3.1. PREPARAÇÃO DOS 1,2‐DI‐HIDRONAFTALENOS ........................................................................................................ 138 3.2. IDENTIFICAÇÃO ESTRUTURAL DOS 1,2‐DI‐HIDRONAFTALENOS ..................................................................................... 140 3.3. REAÇÕES DE OXIDAÇÃO DOS 1,2‐DI‐HIDRONAFTALENOS COM TTN EM ACETONITRILA .................................................... 142 3.4. IDENTIFICAÇÃO ESTRUTURAL PRODUTOS DE OXIDAÇÃO DOS 1,2‐DI‐HIDRONAFTALENOS COM TTN .................................... 148 4. CONCLUSÕES ......................................................................................................................................................... 153 PARTE 4: SÍNTESE RÁPIDA E EFICIENTE DE REAGENTES DE KOSER E DERIVADOS A PARTIR DE IODO/ARENOS OU IODOARENOS ......................................................................................................................... 155 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 157 2. OBJETIVOS ............................................................................................................................................................. 161 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................................... 162 3.1. PREPARAÇÃO DO REAGENTE DE KOSER (HTIB) A PARTIR DE BENZENO E I2 .................................................................... 162 3.2. PREPARAÇÃO DE DERIVADOS DO REAGENTE DE KOSER A PARTIR DE ARENOS E I2 ............................................................. 168 3.3. PREPARAÇÃO DO REAGENTE DE KOSER E DERIVADOS A PARTIR DE IODOARENOS ............................................................. 174 3.4. IDENTIFICAÇÃO ESTRUTURAL DO REAGENTE DE KOSER E SEUS DERIVADOS ..................................................................... 175 4. CONCLUSÕES ......................................................................................................................................................... 179 PARTE EXPERIMENTAL ........................................................................................................................................... 181 ESPECTROS DE RMN ............................................................................................................................................... 237 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................................ 383 SÚMULA CURRICULAR ............................................................................................................................................. 393 ÍNDICE DETALHADO PARTE 1: SÍNTESE TOTAL DIASTEREOSSELETIVA DA (+)-BAQUENOLIDA A ............................................. 21 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 23 1.1. SESQUITERPENOS BACANOS .................................................................................................................................. 23 1.2. SÍNTESES ASSIMÉTRICAS DA (+)‐BAQUENOLIDA A ...................................................................................................... 34 1.2.1. Síntese de Greene e colaboradores53,62 ..................................................................................................... 34 1.2.2. Síntese de Kato e colaboradores63,64 ......................................................................................................... 38 2. OBJETIVOS ............................................................................................................................................................... 43 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................................................................... 44 4. 3.1. ESTRATÉGIA PARA A SÍNTESE DA (+)‐BAQUENOLIDA A ................................................................................................ 44 3.2. PREPARAÇÃO DA OCTALONA OPTICAMENTE ATIVA (+)‐43 ........................................................................................... 49 3.3. PREPARAÇÃO DA OCTALONA RACÊMICA (±)‐43 ......................................................................................................... 63 3.4. ETAPA CHAVE DA SÍNTESE: CONTRAÇÃO DE ANEL DA OCTALONA 43 .............................................................................. 64 3.5. A UTILIZAÇÃO DO PRODUTO DE CONTRAÇÃO (+)‐44 PARA A PREPARAÇÃO DA METIL‐CETONA 48 ........................................ 76 3.6. CONSTRUÇÃO DIASTEREOSSELETIVA DO CENTRO QUATERNÁRIO EM C‐7 ......................................................................... 82 3.7. REAÇÃO DE ALFA‐HIDROXILAÇÃO DA METIL‐CETONA (+)‐46 ........................................................................................ 86 3.8. FINALIZAÇÃO DA SÍNTESE DA (+)‐BAQUENOLIDA A, (+)‐1 ............................................................................................ 93 CONCLUSÕES ........................................................................................................................................................... 97 PARTE 2: OXIDAÇÃO DE CIS-OCTALINAS PROMOVIDA POR TTN EM ACETONITRILA .......................... 101 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 103 2. OBJETIVOS ............................................................................................................................................................. 109 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................................... 110 4. 3.1. PREPARAÇÃO DOS SUBSTRATOS ........................................................................................................................... 110 3.2. IDENTIFICAÇÃO ESTRUTURAL DOS SUBSTRATOS ........................................................................................................ 115 3.3. REAÇÕES DE OXIDAÇÃO DE DERIVADOS DE CIS‐OCTALINAS COM TTN EM ACETONITRILA .................................................. 117 3.4. IDENTIFICAÇÃO ESTRUTURAL DOS PRODUTOS DE CONTRAÇÃO DE ANEL ......................................................................... 123 3.5. IDENTIFICAÇÃO ESTRUTURAL DOS PRODUTOS DE ADIÇÃO ........................................................................................... 125 CONCLUSÕES ......................................................................................................................................................... 127 PARTE 3: CONTRAÇÃO DE ANEL DE 1,2-DI-HIDRONAFTALENOS PROMOVIDA POR TTN EM ACETONITRILA ........................................................................................................................................................... 129 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 131 2. OBJETIVOS ............................................................................................................................................................. 137 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................................... 138 4. 3.1. PREPARAÇÃO DOS 1,2‐DI‐HIDRONAFTALENOS ........................................................................................................ 138 3.2. IDENTIFICAÇÃO ESTRUTURAL DOS 1,2‐DI‐HIDRONAFTALENOS ..................................................................................... 140 3.3. REAÇÕES DE OXIDAÇÃO DOS 1,2‐DI‐HIDRONAFTALENOS COM TTN EM ACETONITRILA .................................................... 142 3.4. IDENTIFICAÇÃO ESTRUTURAL PRODUTOS DE OXIDAÇÃO DOS 1,2‐DI‐HIDRONAFTALENOS COM TTN .................................... 148 CONCLUSÕES ......................................................................................................................................................... 153 PARTE 4: SÍNTESE RÁPIDA E EFICIENTE DE REAGENTES DE KOSER E DERIVADOS A PARTIR DE IODO/ARENOS OU IODOARENOS ......................................................................................................................... 155 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 157 2. OBJETIVOS ............................................................................................................................................................. 161 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................................... 162 3.1. PREPARAÇÃO DO REAGENTE DE KOSER (HTIB) A PARTIR DE BENZENO E I2 .................................................................... 162 4. 3.2. PREPARAÇÃO DE DERIVADOS DO REAGENTE DE KOSER A PARTIR DE ARENOS E I2 ............................................................. 168 3.3. PREPARAÇÃO DO REAGENTE DE KOSER E DERIVADOS A PARTIR DE IODOARENOS ............................................................. 174 3.4. IDENTIFICAÇÃO ESTRUTURAL DO REAGENTE DE KOSER E SEUS DERIVADOS ..................................................................... 175 CONCLUSÕES ......................................................................................................................................................... 179 PARTE EXPERIMENTAL ........................................................................................................................................... 181 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS ....................................................................................................................................... 183 2. SÍNTESE TOTAL DIASTEREOSSELETIVA DA (+)‐BAQUENOLIDA A ........................................................................... 183 2.1. PREPARAÇÃO DA 2‐METIL‐CICLO‐HEXANO‐1,3‐DIONA (21) ...................................................................................... 183 2.2. PREPARAÇÃO DA CETONA DE WIELAND‐MIESCHER (+)‐72 ........................................................................................ 184 2.3. (73) PREPARAÇÃO DA (4’AS)‐4’,4’A,7’,8’‐TETRA‐HIDRO‐4’A‐METILESPIRO[1,3‐DITIOLANO‐2,2’(3’H)‐NAFTALEN]‐5’(6’H)‐ONA ..................................................................................................................................................................... 185 2.4. PREPARAÇÃO DO (4’AR,5’S)‐4’,4’A,5’,6’,7’,8’‐HEXA‐HIDRO‐4’A‐METILESPIRO[1,3‐DITIOLANA‐2,2’(3’H)‐NAFTALENO]‐5’‐ CARBOXALDEÍDO (74) E DE SEU EPÍMERO 75 ........................................................................................................................ 186 2.5. PREPARAÇÃO DO ÁLCOOL 76 ............................................................................................................................... 187 2.6. PREPARAÇÃO DO MESILATO 78 ............................................................................................................................ 188 2.7. PREPARAÇÃO DO TIOACETAL 79 ........................................................................................................................... 189 2.8. PREPARAÇÃO DA (4AR,5S)‐4,4A,5,6,7,8‐HEXA‐HIDRO‐4A,5‐DIMETIL‐2(3H)‐NAFTALENONA (+)‐43 EMPREGANDO TTN ... 189 2.9. PREPARAÇÃO DA (4AR,5S)‐4,4A,5,6,7,8‐HEXA‐HIDRO‐4A,5‐DIMETIL‐2(3H)‐NAFTALENONA (+)‐43 EMPREGANDO PIFA: PRIMEIRA CONDIÇÃO ....................................................................................................................................................... 190 2.10. PREPARAÇÃO DA (4AR,5S)‐4,4A,5,6,7,8‐HEXA‐HIDRO‐4A,5‐DIMETIL‐2(3H)‐NAFTALENONA (+)‐43 EMPREGANDO PIFA: SEGUNDA CONDIÇÃO ....................................................................................................................................................... 191 2.11. PREPARAÇÃO DA 2,3‐DIMETIL‐CICLO‐HEXANONA (61) ............................................................................................. 191 2.12. PREPARAÇÃO DA (CIS)‐4,4A,5,6,7,8‐HEXA‐HIDRO‐4A,5‐DIMETIL‐2(3H)‐NAFTALENONA (±)‐43 .................................... 192 2.13. PREPARAÇÃO DO (2R,7S,7AR)‐METIL‐1,2,4,5,6,7,7A‐HEPTA‐HIDRO‐7,7A‐DIMETIL‐2H‐INDENO‐2‐CARBOXILATO (+)‐44 E DE SEU EPÍMERO 98 EMPREGANDO DIB: PROCEDIMENTO SELECIONADO ........................................................................................ 193 2.14. PREPARAÇÃO DO (2R,7S,7AR)‐METIL‐1,2,4,5,6,7,7A‐HEPTA‐HIDRO‐7,7A‐DIMETIL‐2H‐INDENO‐2‐CARBOXILATO (+)‐44 EMPREGANDO TTN: PROCEDIMENTO SEMELHANTE À LITERATURA ............................................................................................ 194 2.15. PREPARAÇÃO DO METIL‐1,2,4,5,6,7,7A‐HEPTA‐HIDRO‐7,7A‐DIMETIL‐2H‐INDENO‐2‐CARBOXILATO (±)‐44 EMPREGANDO TTN E MISTURA DE TMOF E TFE .............................................................................................................................................. 195 2.16. PREPARAÇÃO DO (2R,7S,7AR)‐METIL‐1,2,4,5,6,7,7A‐HEPTA‐HIDRO‐7,7A‐DIMETIL‐2H‐INDENO‐2‐CARBOXILATO (+)‐44 EMPREGANDO TTN: PROCEDIMENTO QUE PROPORCIONOU MAIOR RENDIMENTO ........................................................................ 195 2.17. PREPARAÇÃO DO (2R,7S,7AR)‐METIL‐1,2,4,5,6,7,7A‐HEPTA‐HIDRO‐7,7A‐DIMETIL‐2H‐INDENO‐2‐CARBOXILATO (+)‐44 E DE SEU EPÍMERO 98 EMPREGANDO DIB E TTN ......................................................................................................................... 196 2.18. PREPARAÇÃO DO ((1S,8AR)‐(1,2,3,4,8,8A‐HEXA‐HIDRO‐1,8A‐DIMETILNAFTALEN‐6‐ILÓXI)TRIMETILSILANO (105) ........... 197 2.19. (105) REAÇÃO DE CONTRAÇÃO DE ANEL DO ((1S,8AR)‐(1,2,3,4,8,8A‐HEXA‐HIDRO‐1,8A‐DIMETILNAFTALEN‐6‐ILÓXI)TRIMETILSILANO ..................................................................................................................................................................... 197 2.20. PREPARAÇÃO DO (2S,3AR,4S,7AR)‐METIL‐OCTA‐HIDRO‐3A,4‐DIMETIL‐1H‐INDANO‐2‐CARBOXILATO (+)‐109 ................. 198 2.21. PREPARAÇÃO DO ÁCIDO (2S,3AR,4S,7AR)‐OCTA‐HIDRO‐3A,4‐DIMETIL‐1H‐INDANO‐2‐CARBOXÍLICO (+)‐110 .................. 199 2.22. REAÇÃO DE METILAÇÃO DO ÁCIDO OCTA‐HIDRO‐3A‐METIL‐1H‐INDANO‐2‐CARBOXÍLICO (112) ....................................... 200 2.23. PREPARAÇÃO DAS 1‐((2R,3AR,4S,7AR)‐ E 1‐((2S,3AR,4S,7AR)‐OCTA‐HIDRO‐3A,4‐DIMETIL‐1H‐INDEN‐2‐IL)ETANONAS (48) ..................................................................................................................................................................... 201 2.24. PREPARAÇÃO DO ((Z)‐1‐((3AR,7S,7AR)‐HEXA‐HIDRO‐7,7A‐DIMETIL‐1H‐INDEN‐2(3H)‐ILIDENO)ETÓXI)TRIMETILSILANO (47) ... ..................................................................................................................................................................... 203 2.25. PREPARAÇÃO DO (2R,3AR,4S,7AR)‐2‐ACETIL‐OCTA‐HIDRO‐3A,4‐DIMETIL‐1H‐INDANO‐2‐CARBOXILATO DE METILA (+)‐46 ..... ......................................................................................................................................................... 203 2.26. PREPARAÇÃO DA γ‐LACTONA 119 ........................................................................................................................ 204 2.27. DESCARBOXILAÇÃO DE (+)‐46 ............................................................................................................................. 205 2.28. PREPARAÇÃO DO ÁCIDO O‐IODOSOBENZÓICO (126) ................................................................................................ 206 2.29. PREPARAÇÃO DA ΑLFA‐HIDRÓXI‐ACETOFENONA (129) EM DUAS ETAPAS ...................................................................... 206 2.30. PREPARAÇÃO DA ΑLFA‐HIDRÓXI‐ACETOFENONA (28) EM UMA ETAPA .......................................................................... 207 3. 2.31. PREPARAÇÃO DA ΑLFA‐HIDRÓXI‐CETONA 130 ......................................................................................................... 208 2.32. 118 PREPARAÇÃO DA (2'R,3A'R,4'S,7A'R)‐3A',4'‐DIMETIL‐OCTA‐HIDRO‐2H‐ESPIRO[FURAN‐3,2'‐INDANO]‐2,4(5H)‐DIONA (+)‐ ..................................................................................................................................................................... 209 2.33. PREPARAÇÃO DA (+)‐BAQUENOLIDA A, (+)‐1 ........................................................................................................ 209 2.34. PREPARAÇÃO DO 1,2,3,4‐TETRA‐HIDRO‐1‐METILENO‐NAFTALENO (132) ................................................................... 210 OXIDAÇÃO DE CIS‐OCTALINAS PROMOVIDA POR TTN EM ACETONITRILA ........................................................... 211 3.1. PREPARAÇÃO DA 2‐METIL‐CICLO‐HEX‐2‐ENONA (8) ................................................................................................. 211 3.2. PREPARAÇÃO DA 3,4,4A,5,8,8A‐HEXA‐HIDRO‐6,8A‐DIMETILNAFTALEN‐1(2H)‐ONA (163) ........................................... 212 3.3. PREPARAÇÃO DO 1,2,3,4,4A,5,8,8A‐OCTA‐HIDRO‐4A,7‐DIMETILNAFTALENO (69) ...................................................... 213 3.4. PREPARAÇÃO DO 1,2,3,4,4A,5,8,8A‐OCTA‐HIDRO‐8A‐METILNAFTALEN‐1‐OL (164) .................................................... 213 3.5. PREPARAÇÃO DO 1,2,3,4,4A,5,8,8A‐OCTA‐HIDRO‐6,8A‐DIMETILNAFTALEN‐1‐OL (165) .............................................. 214 3.6. PREPARAÇÃO DO 1,2,3,4,4A,5,8,8A‐OCTA‐HIDRO‐1‐METÓXI‐6,8A‐DIMETILNAFTALENO (166) ..................................... 214 3.7. PREPARAÇÃO DO (1,2,3,4,4A,5,8,8A‐OCTA‐HIDRO‐4A,7‐DIMETILNAFTALEN‐4‐ILÓXI)TRIMETILSILANO (167) ................... 215 3.8. PREPARAÇÃO DA OCTA‐HIDRO‐3A‐METIL‐1H‐INDANO‐2‐CARBALDEÍDO (154): PROCEDIMENTO GERAL PARA A OXIDAÇÃO DE OLEFINAS COM TÁLIO(III) EM MECN ................................................................................................................................... 216 4. 3.9. PREPARAÇÃO DA 1‐(OCTA‐HIDRO‐3A‐METIL‐1H‐INDEN‐2‐IL)ETANONA (71) ............................................................... 217 3.10. PREPARAÇÃO DO DECA‐HIDRO‐6,8A‐DIMETILNAFTALENO‐1,6,7‐TRIOL (175) A PARTIR DE 165 ....................................... 217 3.11. PREPARAÇÃO DA 1‐(OCTA‐HIDRO‐4‐METÓXI‐3A‐METIL‐1H‐INDEN‐2‐IL)ETANONA (176) .............................................. 218 3.12. PREPARAÇÃO DO DECA‐HIDRO‐6,8A‐DIMETILNAFTALENO‐1,6,7‐TRIOL (175) A PARTIR DE 167 ....................................... 219 3.13. PREPARAÇÃO DA OCTA‐HIDRO‐6‐NITRATO‐7‐HIDRÓXI‐8A‐METILNAFTALEN‐1(2H)‐ONA (177) ....................................... 219 3.14. PREPARAÇÃO DA OCTA‐HIDRO‐6,7‐DI‐HIDRÓXI‐6,8A‐DIMETILNAFTALENO‐1(2H)‐ONA (178) ......................................... 220 CONTRAÇÃO DE ANEL DE 1,2‐DI‐HIDRONAFTALENOS PROMOVIDA POR TTN EM ACETONITRILA ....................... 221 4.1. PREPARAÇÃO DO 4‐METIL‐1,2‐DI‐HIDRONAFTALENO (206) ...................................................................................... 221 4.2. PREPARAÇÃO DO 1,4‐DIMETIL‐1,2‐DI‐HIDRONAFTALENO (214) ................................................................................ 221 4.3. PREPARAÇÃO DO 4‐ISOPROPIL‐1‐METIL‐1,2‐DI‐HIDRONAFTALENO (217) .................................................................... 222 4.4. PREPARAÇÃO DO 4‐FENIL‐1‐METIL‐1,2‐DI‐HIDRONAFTALENO (218) .......................................................................... 222 4.5. PREPARAÇÃO DO 1,2‐DI‐HIDRONAFTALENO (192) .................................................................................................. 223 4.6. PREPARAÇÃO DO 6‐NITRO‐1,2‐DI‐HIDRONAFTALENO (201)...................................................................................... 224 4.7. PREPARAÇÃO DO 9‐METIL‐6,7‐DI‐HIDRO‐5H‐BENZO[7]ANULENO (221) .................................................................... 224 4.8. OXIDAÇÃO DE 206 COM TTN: PROCEDIMENTO GERAL PARA A OXIDAÇÃO DE 1,2‐DI‐HIDRONAFTALENOS COM TTN EM MECN ... ..................................................................................................................................................................... 225 4.9. PREPARAÇÃO DO 1‐(TRANS‐2,3‐DI‐HIDRO‐1‐METIL‐1H‐INDAN‐3‐IL)METANONA (215) ................................................ 226 4.10. PREPARAÇÃO DA 2‐METIL‐1‐(TRANS‐1‐METIL‐2,3‐DI‐HIDRO‐1H‐INDAN‐3‐IL)PROPAN‐1‐ONA (223) .............................. 226 4.11. PREPARAÇÃO DO (TRANS‐2,3‐DI‐HIDRO‐1‐METIL‐1H‐INDAN‐3‐IL)(FENIL)METANONA (225) .......................................... 227 4.12. PREPARAÇÃO DO 2,3‐DI‐HIDRO‐1H‐INDANO‐1‐CARBALDEÍDO (226) ......................................................................... 228 4.13. PREPARAÇÃO DA 1‐(1,2,3,4‐TETRA‐HIDRONAFTALEN‐4‐IL)ETANONA (227) ................................................................ 228 5. SÍNTESE RÁPIDA E EFICIENTE DE REAGENTES DE KOSER E DERIVADOS A PARTIR DE IODO/ARENOS OU IODOARENOS .................................................................................................................................................................. 229 5.1. SECAGEM E TITULAÇÃO DO M‐CPBA .................................................................................................................... 229 5.2. PREPARAÇÃO DO HTIB A PARTIR DE IODO (I2) E BENZENO: PROCEDIMENTO GERAL PARA A PREPARAÇÃO DE HTIBS A PARTIR DE ARENOS EMPREGANDO DUAS ETAPAS REACIONAIS. ................................................................................................................. 229 5.3. REAÇÃO COM TOLUENO EM DUAS ETAPAS .............................................................................................................. 230 5.4. REAÇÃO COM MESITILENO EM DUAS ETAPAS ........................................................................................................... 230 5.5. PREPARAÇÃO DO 1‐[HIDRÓXI(TOSILÓXI)IODO]‐4‐TERT‐BUTILBENZENO (251) EM DUAS ETAPAS ....................................... 231 5.6. REAÇÃO COM BROMOBENZENO EM DUAS ETAPAS .................................................................................................... 231 5.7. REAÇÃO COM TOLUENO EM UMA ETAPA: PROCEDIMENTO GERAL PARA A PREPARAÇÃO DE HTIBS A PARTIR DE IODO (I2) E ARENOS EMPREGANDO UMA ETAPA REACIONAL ..................................................................................................................... 232 5.8. PREPARAÇÃO DO 1‐[HIDRÓXI(TOSILÓXI)IODO]‐2,4,6‐TRIMETILBENZENO (248) ........................................................... 232 5.9. PREPARAÇÃO DO 1‐[HIDRÓXI(TOSILÓXI)IODO]‐4‐TERT‐BUTILBENZENO (251) EM UMA ETAPAS........................................ 233 5.10. PREPARAÇÃO DO 1‐[HIDRÓXI(TOSILÓXI)IODO]‐4‐METÓXI‐BENZENO (252) .................................................................. 233 5.11. REAÇÃO COM BROMOBENZENO EM UMA ETAPA ...................................................................................................... 234 5.12. PREPARAÇÃO DO [HIDRÓXI(TOSILÓXI)IODO]BENZENO (HTIB) A PARTIR DE IODOBENZENO: PROCEDIMENTO GERAL PARA A SÍNTESE DO REAGENTE DE KOSER E DERIVADOS A PARTIR DE IODOARENOS ................................................................................... 234 5.13. PREPARAÇÃO DO 1‐[HIDRÓXI(TOSILÓXI)IODO]‐4‐METILBENZENO (242) A PARTIR DO 4‐METIL‐IODOBENZENO .................... 235 5.14. PREPARAÇÃO DO 1‐[HIDRÓXI(TOSILÓXI)IODO]‐2‐METILBENZENO (244) A PARTIR DO 2‐METIL‐IODOBENZENO .................... 235 ESPECTROS DE RMN ............................................................................................................................................... 237 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................................ 383 SÚMULA CURRICULAR ............................................................................................................................................. 393 Parte 1 Síntese Total Diastereosseletiva da (+)-Baquenolida A 21 22 Introdução 1. Introdução 1.1. Sesquiterpenos Bacanos Em 1968, dois grupos de pesquisa isolaram e caracterizaram independentemente um sesquiterpeno a partir de brotos da planta japonesa Petasites japonicus, conhecida popularmente pelos nomes Bakke ou Fuki (Figura 1).1,2 Em suas pesquisas, Abe e colaboradores1 basearam-se no nome Bakke para denominar o novo produto natural de “bakkenolide A”, traduzido para o português como baquenolida A. De maneira curiosa, o grupo de Naya2 escolheu o outro nome popular (Fuki) como ponto de partida para chamar este composto de “fukinanolide”, traduzido como fuquinanolida. Apesar de terem sido dois trabalhos simultâneos, resolvemos adotar a nomenclatura escolhida por Abe, visto que, esta encontrou uma maior aceitação no meio científico.3,4 O O H (+)-Baquenolida A, (+)-1 (a) (b) (c) Figura 1. (a) Planta adulta de Petasites japonicus (nomes locais: Bakke ou Fuki); (b) Florescência de Petasites japonicus; (c) Estrutura da baquenolida A. A baquenolida A e os compostos estruturalmente relacionados, que foram isolados posteriormente, deram origem a uma classe bem definida de sesquiterpenos naturais conhecida atualmente como bacanos (em inglês: bakkanes).3,4 O segundo membro descrito desta classe de compostos foi chamado de baquenolida B, o terceiro de baquenolida C e assim por diante.4,5 Alguns representantes dos bacanos foram denominados de acordo com o nome das espécies a 23 Parte 1 partir das quais foram isolados, como, por exemplo, as homoginolidas A e B (em inglês: homogynolide A e homogynolide B) cuja espécie originária é a Homogyne alpina.6,7 Os bacanos3,4 são caracterizados em sua maioria pela presença de um sistema cishidrindânico, ou seja, um anel de seis átomos de carbono fundido a outro contendo cinco por meio de uma junção cis. Outra característica estrutural marcante é a existência de dois grupos metílicos também em cis: um na junção entre os anéis e o outro no carbono visinho pertencente ao anel de seis átomos. Estes compostos possuem em geral dois centros quaternários (C-5 e C-7), sendo que o centro em C-7 corresponde a uma junção espiro entre o sistema cis-hidrindânico e um anel γ-butirolactônico. A maioria dos representantes dos bacanos contém um grupo exo-metilênico na posição β do anel lactônico. Embora a unidade β-metilênica-γ-butirolactônica (Figura 2a) não esteja presente em todos os membros desta classe,8-10 ela pode ser considerada parte estrutural bastante importante. A numeração do esqueleto carbônico dos bacanos (Figura 2b) foi estabelecida considerando a sua provável relação biogenética com os eremofilanos (Figura 2c),3,4,11 cujos detalhes serão discutidos posteriormente. 14 O 8 O 12 3 5 10 9 13 12 4 6 7 11 15 H 2 1 15 6 11 13 4 5 7 8 14 10 9 H 3 2 1 β-Metileno-γ-butirolactona Bacanos Eremofilanos (a) (b) (c) Figura 2. (a) Estrutura da unidade β-metileno-γ-butirolactônica; (b) Esqueleto da classe de compostos sesquiterpenóides denominada bacanos; (c) Esqueleto dos eremofilanos que são considerados os prováveis precursores biogenéticos dos bacanos. A estereoquímica de C-7 não foi representada na Figura 2b porque ambas configurações podem ser observadas entre os bacanos.1,9,10 Entretanto, é interessante notar que o grupo βmetilênico se encontra em trans aos grupos metila vicinais em todos os compostos que possuem a unidade β-metileno-γ-butirolactônica. As Tabelas 1 e 2 apresentam um sumário dos compostos pertencentes à classe dos bacanos, juntamente com as respectivas fontes naturais, localização das espécies e referências. 24 Introdução Tabela 1: Sesquiterpenos bacanos isolados a partir de diversas fontes naturais. (Continuação) Entrada Bacanosa Espécieb (Localização) Petasites japonicus (Japão),1,2,12-17 Petasites albus (antiga Tchecoslováquia,12 Escócia18), Cacalia hastata (Japão),19 Ligularia hodgsonii (Japão),20 Petasites O hidridus (Escócia)18 Petasites flagrans (Escócia),18 O Homogyne 1 alpina (Tchecoslováquia,6 Suíça7), Cetraria islandica (Noruega),21 Petasites palmatus H Baquenolida A (ou Fuquinanolida) (Pacífico Norte),22 Ligularia persica (Iran),23 Hertia cheirifolia (França),24 Ligularia Ligularia intermedia (China),26 (China),25 sagitta Mnium 27 hornum 24,28 (Alemanha), Hertia cheirifolia (Tunísia) O Petasites O formosanus 2 30,31 (China), H OAc OAng Baquenolida B (ou Fuquinolida) (Japão),2,5,13-15 japonicus 29 (Taiwan), Petasites Petasites tricholobus Petasites tatewakianus (China, Japão, Corea, Russia)32 O O 3 OH H Petasites japonicus (Japão)5,13,14 OAng Baquenolida C O O Petasites 4 H OAc O formosanus (China) O (Japão),2,5,13-15 japonicus 29,33 (Taiwan), Petasites Petasites tricholobus 30,31 SMe Baquenolida D (ou S-Fuquinolida) O O Petasites 5 H OAc OTigl japonicus tricholobus (China) (Japão), 30 Baquenolida E O O Petasites japonicus (Japão)35 6 H OAc 9-Acetóxi-fuquinanolida 25 13,14,34 Petasites Parte 1 Tabela 1: Sesquiterpenos bacanos isolados a partir de diversas fontes naturais. (Continuação) Entrada Bacanosa Espécieb (Localização) O O 7 Petasites japonicus (Japão)15 H OAng OAng Homofuquinolida O O 8 H OAc R OCO R= H Et CH3 Petasites japonicus (Japão)15 Di-hidrofuquinolida O O 9 H OAng Homogyne alpine (antiga Tchecoslováquia,6 Suíça7) Homoginolida A O OTigl O Homogyne alpine (antiga Tchecoslováquia,6 Suíça7) 10 H Homoginolida B O OAng O Homogyne alpine (Suíça)7 11 H Homoginolida Cb O 12 Coelogorgia palmosac (Oceano Índico)9 O O Palmosalida C R O 13 O R= O Senecio urícula (Espanha)8 O O Senauricolida O O 14 R2 H R 1 Petasites formosanus (Taiwan)29,33 Baquenolida D à III (Veja Tabela 2) 26 Introdução Tabela 1: Sesquiterpenos bacanos isolados a partir de diversas fontes naturais. (Continuação) Entrada Bacanosa Espécieb (Localização) OH OMe O 15 Periconia byssoidesd (Japão)36,37 HO H Peribicina E O O 16 OAng OH H Petasites hydridus (Europa, Ásia, America do Norte)10 9-Hidróxi-isobaquenolida O O O 17 H Petasites tricholobus (China)38 OAng O Baquenolida Ia O O O 18 H Petasites tricholobus (China)38 O O O Baquenolida IIa O O Petasites tricholobus (China)31,38 H OAng O 19 O SMe Baquenolida IIIa O O 20 O H O Petasites tricholobus (China)31,38 O O SMe Baquenolida IVa 27 Parte 1 Tabela 1: Sesquiterpenos bacanos isolados a partir de diversas fontes naturais. (Continuação) Entrada Bacanosa Espécieb (Localização) O O 21 Petasites tricholobus (China)30 H O-i-Bu O O SMe Baquenolida Va O O Petasites 22 H OAc O Russia) tatewakianus (China, Japão, Corea, 32 O Baquenolida VIae a Para as estruturas de OAng, OTigl, O-i-Bu, R1 e R2, veja Tabela 2. bA maioria são plantas. cUma espécie de coral. Uma espécie de fungo marinho. eNomeado neste trabalho de acordo com a ordem cronológica de isolamento e identificação. d Tabela 2: Sesquiterpenos bacanos isolados a partir da planta taiwanesa Petasites formosanus (B = Baquenolida).29,33 O O O O-i-Bu= O O O-i-Val = O O R2 H R1 O OAng = O OTigl = O Baquenolida D à III B Db Dc R1 (R)-cisOCOCH=CHSMe (S)-cisOCOCH=CHSMe Dd OAc De OAc Df (R)-transOCOCH=CHSMe R2 B R1 R2 OAc G OAc O-i-Val OAc H O-i-Bu O-i-Bu I H O-i-Bu J H O-i-Val K O-i-Bu OAng L OAc OAc M OCOCH(Me)CH2Me O-i-Bu (R)-cisOCOCH=CHSMe (R)-transOCOCH=CHSMe OAc (R)-cis- Dg OAc Dh OAc Fa OAng O-i-Val Na O-i-Val O-i-Bu Fb O-i-Val OAng Nb O-i-Bu O-i-Val OCOCH=CHSMe (S)-cisOCOCH=CHSMe 28 Introdução Tabela 2: Sesquiterpenos bacanos isolados a partir da planta taiwanesa Petasites formosanus (B = Baquenolida).29,33 (Continuação) B R1 R2 B R1 R2 O OCOCH(Me)CH2Me O-i-Val V O-i-Val OH P OCOCH(Me)CH2Me OAng W OCOC(=CH2)CHOHMe OAc Q O-i-Val O-i-Val X OAc OH R OH OAng Ya OH S H OH Yb cis-OCOCH=CHSMe OH T (R)-cis-OCOCH=CHSMe O-i-Val Za O-i-Bu OCOCH=CMe2 Ua OH O-i-Bu Zb OCOCH=CMe2 O-i-Bu Ub O-i-Bu OH III OH OH Uc H O-i-Bu cisOCOCH=CHSMe Como os eremofilanos e os bacanos são compostos frequentemente encontrados nas mesmas fontes naturais, por exemplo, na espécie Petasites japonicus,2,16,39,40 acredita-se que ambas classes de compostos estejam biogeneticamente relacionadas. O Esquema 1 apresenta uma proposta para a biossíntese dos bacanos, indicando sua relação biossintética provável com os eremofilanos, eudesmanos, germacranos e finalmente com o pirofosfato de farnesila.3,4,11 Devemos destacar que os sesquiterpenos bacanos não seguem a “regra do isopreno”, pois sofrem rearranjos moleculares em etapas avançadas da biossíntese, como mostrado a seguir. Esquema 13,4,11 H OPP 3 isopreno H+ germacranos pirofosfato de farnesila 12 H 6 11 13 14 15 12 4 5 10 7 H eudesmanos 13 11 2 1 eremofilanos 8 15 6 4 3 5 10 7 8 9 3 14 9 H 2 1 bacanos Diversas atividades biológicas podem ser atribuídas aos bacanos, dentre as quais podemos citar a atividade citotóxica apresentada pelas baquenolidas A18,41, B32, D29, G29, H29, Uc29 29 Parte 1 e VIa32. A baquenolida A também apresenta efeito inibidor do apetite de algumas espécies de insetos42-48 e do crescimento de larvas,47 além do efeito espasmolítico28 recentemente estudado. As baquenolidas G e H mostram também atividade inibitória contra o fator de ativação de plaquetas (sigla inglesa PAF, Platelet Activation Factor),33,49 enquanto a baquenolida Uc inibe a agregação de plaquetas induzida por ácido aracdônico ou colágeno.14 As baquenolidas Ia, IIa, IIIa e IVa mostram significativas atividades antioxidante e neuroprotetora,38 sendo esta última também apresentada pela baquenolida Va.30 Embora cerca de 56 bacanos tenham sido isolados até o momento, apenas alguns membros desta classe foram sintetizados (Tabela 3). Não será feito aqui, portanto, um detalhamento de todas as rotas sintéticas empregadas. Uma discussão completa dos trabalhos publicados até 2001 pode ser encontrada em um artigo de revisão sobre síntese total de bacanos.4 Em 2008, outro artigo de revisão elaborado por Brocksom e colaboradores3 discutiu os trabalhos publicados entre 2001 e 2006, além de contar a história dos projetos sobre a síntese de bacanos desenvolvidos com a contribuição de pesquisadores e alunos brasileiros. Tabela 3: Sesquiterpenos bacanos sintetizados até 2010. Entrada Bacanos Referências Evans (1973),50,51 Hayashi (1973, biomimética),11 O Petragnani e Silva (1984),52 Greene (1985, formal e O total),53,54 1 H Back (1999),55,56 Reddy Constantino e Oliveira (2006),59,60 Ghosh (2009, (±)-Baquenolida A formal)61 2 (+)-Baquenolida A Greene (1988),53,62 Kato (2008),63,64 3 O Srikrishna (1994)65 O H (±)-7-Epi-baquenolida A 4 (-)-7-Epi-baquenolida A Srikrishna (1998)66 O O Srikrishna (1995)67 5 (2004),57,58 H (±)-4-Epi-baquenolida A 30 Introdução Tabela 3: Sesquiterpenos bacanos sintetizados até 2010. (Continuação) Entrada Bacanos Referências O OTigl O Greene (1989),53,68 Srikrishna (1999),69 6 H (±)-Homoginolida B O O 7 OAng H Greene (1991)53,70 (±)-Homoginolida A 8 (-)-Homoginolida A 9 (+)-Homoginolida A Greene (1993),53,71 Mori (1995),72 Srikrishna (2001, formal),73 Srikrishna (2001, formal),73 O 10 Greene (1993)53,74 O O (±)-Palmosalida C O O Greene (1996)53,75 11 H OAc (±)-9-Acetóxi-fuquinanolida 12 (-)-9-Acetóxi-fuquinanolida Greene (1997)53,76 O O Greene (2000),53,77 Sha (2007),78 13 OH H OH (-)-Baquenolida III O O 14 H OAc OAng Greene (2000)53,77 (-)-Baquenolida B O O 15 OH H Greene (2000)53,77 OAng (-)-Baquenolida C 31 Parte 1 Tabela 3: Sesquiterpenos bacanos sintetizados até 2010. (Continuação) Entrada Bacanos Referências O O Greene (2000)53,77 16 H O-i-Bu O-i-Bu (-)-Baquenolida H O O Greene (2002)53 17 H OAc OAc (-)-Baquenolida L O O Greene (2002)53 18 OH H O-i-Val (-)-Baquenolida V O O Greene (2002)53 19 OH H OAc (-)-Baquenolida X OH OMe O 20 HO Danishefsky (2007)79,80 H (+)-Peribicina E 21 (-)-Peribicina E Danishefsky (2007)79,80 O O Scheidt (2010)81 22 H O-i-Bu (-)-Baquenolida I O O Scheidt (2010)81 23 H O-i-Val (-)-Baquenolida J O O Scheidt (2010)81 24 OH H (-)-Baquenolida S 32 Introdução Dentre todas as abordagens sintéticas realizadas, devemos destacar o trabalho de Greene em colaboração com pesquisadores e estudantes brasileiros, que desenvolveram uma estratégia geral para a síntese de bacanos.53,54,62,68,70,71,74-77 A abordagem em questão empregou como etapa chave uma reação de ciclo-adição [2+2] entre dicloroceteno e dimetil-ciclo-hexenos (Esquema 2). Desta forma, o intermediário α,α-dicloro-ciclo-butanona 2 foi formado de maneira estéreo- e regiosseletiva, apresentando três dos estereocentros presentes nos bacanos com a configuração relativa adequada. É importante frisar que esta metodologia foi desenvolvida nas versões racêmica e assimétrica dependendo da natureza do dimetil-ciclo-hexeno empregado. O diácido 3, originado pela clivagem oxidativa de 2, pôde ser usado para a preparação da Palmosalida C e do bis-eletrófilo 4 que deu origem à baquenolida A e às homoginolidas A e B. O produto de expansão de anel 5, formado em duas etapas a partir de 2, foi usado como ponto de partida para a preparação do intermediário β-metilênico-γ-butirolactônico 6. Este último, por sua vez, foi empregado na preparação da 9-acetóxi-fuquinanolida e das baquenolidas III, B, C, H, L, V e X, após sofrer, entre outras transformações, uma isomerização em C-7. Esquema 2 Cl Cl Cl * (±)-Baquenolida A H Cl (+)-Baquenolida A HO2C I C + O R O H 2 R HO2C H 3 (±)-Homoginolida B I R H 4 R (±)-Homoginolida A (-)-Homoginolida A O (±)-Palmosalida C C2H5O H O H 5 (±)-9-Acetóxi-fuquinanolida (-)-9-Acetóxi-fuquinanolida O 7 OO H 6 (-)-Baquenolida B (-)-Baquenolida C (-)-Baquenolida H (-)-Baquenolida III (-)-Baquenolida L (-)-Baquenolida V (-)-Baquenolida X * substrato racêmico ou opticamente ativo A baquenolida A é o representante estruturalmente mais simples e melhor estudado de sua classe.3,4 Além de ter sido o primeiro a ser isolado1,2 e sintetizado,50,51 este composto pode ser 33 Parte 1 encontrado em um maior número de fontes naturais (Tabela 1) e apresenta também um maior número de sínteses (Tabela 3). Antes da finalização e publicação do presente trabalho, existiam para este alvo seis sínteses totais racêmicas,50-59 uma biomimética,11 duas formais54,61 e duas assimétricas53,62-64 (Tabela 3, entradas 1 e 2). Dentro deste contexto, alguns estudos culminaram na síntese de derivados não naturais da baquenolida A (Tabela 3, entradas 3 e 4).65-67 1.2. Sínteses assimétricas da (+)-baquenolida A Neste tópico discutiremos as duas sínteses assimétricas desenvolvidas para a preparação da (+)-baquenolida A, (+)-1, apontando os pontos fortes e fracos de cada abordagem, bem como as etapas chave. 1.2.1. Síntese de Greene e colaboradores53,62 Após realizar uma síntese formal e a segunda síntese racêmica da baquenolida A,54 o grupo de Greene publicou a primeira síntese assimétrica deste produto natural através do emprego da metodologia de ciclo-adição [2+2] entre o dicloroceteno e um dimetil-ciclo-hexeno opticamente ativo.62 O Esquema 3 resume as etapas utilizadas neste trabalho. A 2-metil-ciclo-hex-2-enona (8) foi preparada pela cloração regiosseletiva da 2-metil-ciclohexanona 7 com cloreto de sulfurila seguida pela eliminação de HCl promovida pela 2,4,6colidina.82 Em seguida, 8 foi assimetricamente reduzido com hidreto de lítio e alumínio modificado com (-)-N-metilefedrina e 2-(etilamino)piridina. O álcool 9 foi tratado com isocianato de fenila e o N-fenilcarbamato 10 resultante foi recristalizado e reagido com dimetilcuprato de lítio, originando o (S)-1,6-dimetil-ciclo-hex-1-eno 11 (Esquema 3). 34 Introdução Esquema 3 O O 1) SO2Cl2, CCl4, 2 h 2) 2,4,6-colidina 7 62 8 (49%, 2 etapas) 9 (81%) > 90% e.e. OCONHPh Me2CuLi, Et2O, 0 à 20 °C, 48 h 1) O=C=N-Ph, Et2O, 20 °C 2) recristalização CCl3COCl, Zn-Cu POCl3, Et2O, 20 °C 11 (90%) 10 (82%) i) n-BuLi, THF, - 78 °C ii) Ac2O, - 78 à 20 °C iii) RuO2, NaIO4 Cl Cl O OH LiAlH4, (-)-N-metilefedrina, 2-(etilamino)piridina, Et2O, - 78 °C HO2C "one-pot" H 12 (89%) 1) LiAlH4, THF 2) TMSI, CHCl3, 20 °C HO2C H 13 (96%) 1 CO2Me 4 I 3 2 1 OTBS 15, LiHMDS I H 14 (60%) TBSO MeO2C DME-HMPA, - 60 °C TBSO 4 3 2 16 + 4 3 2 MeO2C 1 H (69%, 3:1) 17 H O HF, MeCN, 20 °C O + O H O (+)-Baquenolida A, (+)-1 H (+)-7-Epi-baquenolida A (86%, 3:1) Devido a sua forte tendência para polimerização, o dicloroceteno foi gerado in situ na presença de 11 pela redução do cloreto de tricloroacetila por uma liga de zinco e cobre (Esquema 3). Uma vez que o mecanismo concertado clássico de adição [2+2] não é capaz de explicar a regiosseletividade observada durante formação da α,α-dicloro-ciclo-butanona 12 e os dados cinéticos, o mecanismo proposto por Baldwin para reações entre cetenos e olefinas passou a ser aceito.83,84 Como observado no Esquema 4, esta reação envolve dois processos sincronizados, fazendo com que o processo total seja simultâneo. No primeiro processo, indicado como a, o par de elétrons do alceno ataca o carbono da carbonila do ceteno e o par de elétrons da ligação dupla C=O é deslocado para o oxigênio. No segundo processo, indicado como b, o par de elétrons dos carbonos olefínicos do ceteno ataca o carbono que ficou deficiente em elétrons do alceno ao passo que um par de elétrons desemparelhado do oxigênio regenera a ligação dupla C=O. A 35 Parte 1 geração de uma carga parcial positiva em um dos carbonos da olefina no estado de transição concorda com a existência de uma relação linear de Hammett e com a dependência da velocidade da reação com a polaridade do solvente.84 Assim, como a carga parcial positiva gerada no estado de transição é melhor estabilizada no carbono terciário, a reação ocorre de maneira regiosseletiva. Já a estereosseletividade pode ser explicada pela adição do dicloroceteno ao lado menos estericamente impedido da ligação dupla, ou seja, o lado oposto ao grupo metila ligado ao carbono alílico. Mais detalhes sobre a reação de ciclo-adição [2+2] de dicloroceteno e sua aplicação na síntese de produtos naturais podem ser encontrados no artigo de revisão publicado por Lima e Coelho.84 Esquema 4 Cl Cl b a C C a Cl O Cl H O C δ− C b H δ+ 12 11 A α,α-dicloro-ciclo-butanona 12 foi eficientemente convertida ao diácido 13 em um processo “one-pot” detalhado no Esquema 5. Inicialmente, o enolato 18 foi formado pelo tratamento de 12 com n-butil-lítio sob temperatura reduzida e sem racemização do centro αcarbonílico da junção dos anéis. Em seguida, 18 foi acetilado com a adição de anidrido acético. Finalmente, a clivagem oxidativa da ligação dupla do acetato enólico 19 forneceu de forma estereosseletiva o diácido vicinal 13.84 Esquema 584 Cl Cl Cl Ac2O n-BuLi O H 12 O H Cl AcO 18 36 RuO2 HO C 2 NaIO4 H HO2C 19 H 13 Introdução O diiodeto 14 foi obtido pela redução de 13 com hidreto de lítio e alumínio seguida pela exposição prolongada do diol a um excesso de iodotrimetilsilano. A ciclo-alquilação do derivado de acrilato 15 com o bis-eletrófilo 14, mediada por bis(trimetilsilil)amideto de lítio (LiHMDS), levou a uma mistura epimérica dos hidrindanos 16 e 17 na proporção de 3:1. Esta mistura foi tratada com ácido fluorídrico para fornecer a (+)-baquenolida A, (+)-1, juntamente com seu epímero em C-7, após desproteção do grupo sililado e lactonização (Esquema 3). O Esquema 6 mostra uma proposta para o mecanismo da etapa de ciclo-alquilação onde são necessários dois equivalentes de LiHMDS para realizar a transformação. A diastereosseletividade observada nesta etapa, embora baixa, pode ser explicada uma vez que o dienolato formado após desprotonação de 15 assume uma forma em U e interage com 14 de maneira a evitar a proximidade do grupo volumoso sililado com os grupos metila, minimizando as interações estéricas.54 Esquema 6 I MeO2C I OMe 1 1 2 - 3 4 O I LiHMDS OTBS H MeO2C 14 TBSO 4 2 H OTBS 15 - O OMe I 1 - I- MeO2C TBSO 4 3 H LiHMDS 3 2 16 TBSO H 16:17 3:1 TBSO I - I- - O TBSO 4 3 MeO2C OMe 2 1 H 17 H Utilizando esta metodologia a molécula alvo foi obtida em 11 etapas e com rendimento global de 9%. Apesar de (+)-1 ser o produto principal e facilmente separado de seu epímero por recristalização, a baixa estereosseletividade durante a formação do centro quaternário em C-7 é um ponto desfavorável desta abordagem sintética. 37 Parte 1 1.2.2. Síntese de Kato e colaboradores63,64 A segunda síntese assimétrica para a (+)-baquenolida A, (+)-1, foi realizada por Kato e colaboradores, empregando como etapa chave uma reação de resolução cinética paralela.63,64 O substrato racêmico 20 foi preparado em quatro etapas a partir da 2-metil-ciclo-hexano1,3-diona 21.85 Como mostrado no Esquema 7, uma reação de alquilação de 21 forneceu o derivado diceto propargílico 22 que foi mono-acetalizado para dar origem à 23. A redução da cetona 23 com boro-hidreto de sódio levou aos isômeros 24 e 25, que foram separados por cromatografia em coluna. A 3-hidroxi-cetona cíclica 20 foi obtida após hidrólise do grupo acetal presente em 25. Esquema 785 NaH (1 eq.) HCCCH2Br (1,1 eq.) DMF, t.a., 14 h O O O ii) separação por coluna OH (1,5 eq.) O BF3.OEt2, CH2Cl2, t.a., 2 h O 22 (72%) 21 i) NaBH4 (2 eq.) MeOH/CH2Cl2 2:1 20 °C, 4 h OH OH O O 23 (85%) OH OH O O 24 (22%) + O p-TsOH acetona/H2O O 25 (52%) O (±)-20 (95%) A etapa de resolução cinética paralela consiste em uma reação de ciclização/alcóxicarbonilação do substrato 20 em presença de trifluoroacetato de paládio, 26 como ligante, pbenzoquinona e atmosfera de monóxido de carbono. Esta reação forneceu uma mistura do álcool 27 e da cetona 28. A mistura foi tratada com periodinana de Dess-Martin (DMP) levando ao produto 29 com elevado e.e., juntamente com 28 (Esquema 8).63 38 Introdução Esquema 8 63 Me OR Me OR OH Me O O 26 (7,5 mol %) Pd(TFA)2 (5 mol %) p-benzoquinona (1,1 eq.) isopentanol (ROH), CO OH + CO2R 27 Me DMP, CH2Cl2 t.a., 1 h O + O CO2R 29 (22%) Me 95% e.e. (±)-20 R = i-Pentila O O CO2R 28 O O O CO2R 28 (45%) 42% e.e. O N N 26 Os Esquemas 9 e 10 ilustram um possível mecanismo para a resolução cinética, onde cada um dos enantiômeros de 20 reage de maneira distinta.63 Na reação do enantiômero 2R,3R-20, a natureza do álcool presente na mistura reacional afeta fortemente a enantiosseletividade da formação do produto, sugerindo que o álcool seja incorporado ao substrato como um hemiacetal antes da ciclização. Dois tipos de hemiacetal podem ser formados sendo que o grupo hidroxila pode ficar em trans (30) ou em cis (31) ao grupo propargílico. Quando se encontra na posição cis este grupo hidroxila é significativamente mais reativo frente ao ataque à ligação tripla ativada pela coordenação com Pd(II), levando ao intermediário vinil-paládio 32. À medida que 31 é consumido pela reação de ciclização o equilíbrio entre 30, 20 e 31 é deslocado no sentido do consumo de 30. Na sequência, 27 é formado a partir de 32 após a inserção de CO e subsequente reação com outra molécula de álcool (Esquema 9).63 Por motivo de simplificação do Esquema 9 os hemiacetais 30 e 31 foram representados já coordenados com Pd(II). 39 Parte 1 Esquema 963 OH Me RO OH 30 O ROH Pd(TFA)2box Me ROH Pd(TFA)2box Me OR alcóxi-carbonilação 32 OH - H+ Pd(TFA)2box OH 31 (2R,3R)-20 R = i-Pentila Me HO OH Pd(TFA)2box Me OR O OR Me OR oxidação DMP O Pd(TFA)2box 27 OH CO2R O O 29 CO2R No caso do enantiômero 2S,3S-20, o grupo hidroxila secundário ataca o alquino coordenado com Pd(II) para formar o intermediário vinil-paládio 33. Este, por sua vez, origina a cetona 28 após uma reação de alcóxi-carbonilação (Esquema 10).63 Esquema 1063 Me Me Me - H+ HO O (2S,3S)-20 Pd(TFA)2box alcóxi-carbonilação O Pd(TFA)2box O 33 O O 28 CO2i-Pentila O mecanismo exato da diferenciação enantiomérica ainda é uma questão que está em aberto. Quatro possíveis estados de transição (T1-T4) mostrados na Figura 3 foram baseados na estereoquímica absoluta descrita acima. Logo, acredita-se que a reação pode ocorrer via T3 e T4 para evitar a repulsão estérica e/ou eletrônica entre o anel fenila e o grupo hidroxila em T1 ou o grupo carbonila em T2. O estado de transição T1 também é desfavorecido pelo efeito de repulsão entre o grupo alcóxi volumoso e outro anel fenila. 40 Introdução Figura 3. Possíveis estados de transição para a discriminação enantiomérica.63 As etapas que levaram à síntese da (+)-baquenolida, (+)-1, a partir do intermediário 29 foram sumarizadas no Esquema 11. Primeiramente, 29 foi submetido a uma reação de Wittig seguida de uma hidrólise ácida para formar o correspondente β-ceto éster, que sofreu uma condensação de Knoevenagel dando origem ao hidrindeno 34. Uma reação de transesterificação transformou o éster isopentílico 34 no éster metílico 35. O cis-hidrindano 36 foi diastereosseletivamente obtido a partir da hidrogenação de 35 sob catalisador de paládio-carvão. A descarboxilação de 36 forneceu o composto 37,63 que na sua forma racêmica é um intermediário chave da síntese de Evans50,51 para a (±)-baquenolida A. Poucos meses após o primeiro artigo, os autores publicaram as etapas finais da rota sintética.64 Uma condensação Knoevenagel de 37 com o diisopropil malonato forneceu o diéster 38. O centro quaternário da unidade espirolactônica foi construído através da adição diastereosseletiva do grupo cianeto à face convexa de 38, menos impedida estericamente, originando 40. A redução dos grupos ésteres de 40 seguida por lactonização forneceu a hidróximetil-lactona 42 como uma mistura epimérica 1:1. O tratamento de 42 com selenocianato de onitrofenila e tri-n-butilfosfina levou ao seleneto que forneceu (+)-1 após oxidação com peróxido de hidrogênio (Esquema 11). O uso de dietil malonato em lugar do diisopropil malonato resultou em um decréscimo no rendimento do ciano diéster 41 devido a uma descarboxilação parcial. 41 Parte 1 Esquema 1164 O i-PentilaO2C 1) Ph3P=CH2 2) H3O+ O O 3) K2CO3 Oi-Pentila i-PentilaO2C 29 34 (68%) 95% e.e. H MeO2C NC CO2R 35 (93%) CO2R 37 (84%) 38, R = i-Pr 39, R = Et i) ArSeCN, Bu3P THF, t.a., 2 h ii) H2O2, t.a., 18 h O H 40, R = i-Pr, 84% 41, R = Et, 45% NH4Cl, NaCN H DMF/H2O 100 °C, 8 h RO2C i) LiBH4 (10 eq), THF 50 °C, 5 h ii) 10% HCl, 60 °C, 8 h O RO2C MeO2C H 36 (69%) H2, 10% Pd-C AcOEt, 2 h O CH2(CO2R)2, TiCl4 pir, CH2Cl2, 12 h DMSO, NaCl H2O, 130 °C, 7 h O O Ti(Oi-Pr)4, MeOH refluxo, 6 h H HO 42 (87%) ArSeCN = SeCN NO2 O O H (+)-Baquenolida A, (+)-1 (67%) A segunda síntese assimétrica para (+)-1 utilizando a abordagem proposta pelo grupo de Kato foi completada em 13 etapas e com rendimento global de 1,1%. São pontos positivos desta rota as elevadas diastereo- e enantiosseletividade alcançadas durante a formação da molécula alvo. Como ponto negativo podemos apontar o baixo rendimento da etapa chave mostrada no Esquema 8. 42 Objetivos 2. Objetivos Este trabalho tem como objetivo principal realizar uma nova síntese assimétrica para a (+)baquenolida A, (+)-1, empregando como etapa chave uma reação de contração de anel a partir da octalona opticamente ativa (+)-43 (Esquema 12), cuja preparação foi bem descrita por dois grupos de pesquisa independentes.86-90 Esquema 12 O O O contração de anel MeO O (+)-43 44 H (+)-Baquenolida-A, (+)-1 Também faz parte do escopo deste trabalho a utilização dos conhecimentos adquiridos pelo nosso grupo de pesquisa em relação a reações de contração de anel empregando compostos de tálio(III)91,92 e de iodo(III)93 na busca de reagentes e condições reacionais que pudessem levar ao produto 44 de maneira eficiente a partir do rearranjo oxidativo do substrato (+)-43. 43 Parte 1 3. Resultados e Discussão Para auxiliar na discussão dos resultados este item foi dividido em quatro partes. Em um primeiro momento, apresentaremos a proposta sintética empregada. Em seguida, serão discutidos os resultados que levaram à síntese da octalona (+)-43 de maneira enantio- e diastereosseletiva. Uma parte deste trabalho será dedicada ao estudo da reatividade do intermediário (+)-43 frente ao tratamento com trinitrato de tálio tri-hidratado (TTN.3H2O) e reagentes de iodo hipervalente sob diversas condições reacionais. Finalmente, discutiremos as demais etapas da síntese que culminaram na preparação de (+)-1. 3.1. Estratégia para a síntese da (+)-baquenolida A Baseada na vasta experiência que nosso grupo de pesquisa adquiriu ao longo dos anos em relação a reações de contração de anel promovidas por sais de tálio(III)91,92,94,95 e nos estudos recentes relacionados à substituição destes reagentes por compostos de iodo hipervalente,93,96 a proposta desenvolvida neste trabalho de doutoramento para a síntese da (+)-baquenolida A, (+)-1, tem como ponto de partida uma reação de contração de anel da octalona opticamente ativa (+)36.86-90 O Esquema 13 apresenta a retrossíntese vislumbrada para (+)-1. Esta molécula alvo poderia ser alcançada a partir do intermediário 45 através de algumas seqüências alternativas para formação do anel β-metilênico-γ-butirolactônico. A primeira seria a oxidação alílica de 45 gerando um álcool que sofreria lactonização in situ. Esta transformação empregaria cloreto de fenilselenila e peróxido de hidrogênio52 ou dióxido de selênio e boro-hidreto de sódio.11,58 A segunda sequência englobaria a bromação alílica de 45 e ciclização mediada por óxido de prata.97 Uma reação de Wittig seria empregada para a preparação de 45 a partir de 46 que já conteria o centro quaternário em C-7 com a configuração relativa correta.11,52,58,97 Este intermediário 46, por sua vez, poderia ser preparado por meio de uma adição diastereosseletiva do grupo metóxicarbonil a um enolato de lítio obtido a partir do enol-éter de silício termodinâmico 47 que viria da 44 Resultados e Discussão cetona 48. Neste caso poderia ser empregado o procedimento inicialmente descrito por Mori e Matsushima72 e adaptado por Reddy58 durante a síntese racêmica da (±)-baquenolida A. Seria também uma alternativa para esta transformação o a utilização das condições reacionais otimizadas por Vieira98,99 em seus estudos visando à 4-nor-baquenolida A, mas que também tiveram como ponto de partida o trabalho de Mori e Matsushima.72 O sistema cis-hidrindânico da cetona 48 seria alcançado por uma reação de hidrogenação catalítica sobre paládio-carvão, que ocorreria de maneira diastereosseletiva devido a estrutura tridimensional de 49. O intermediário 49 seria obtido pela hidrólise de 44 seguida pelo tratamento do ácido carboxílico correspondente com hidreto de lítio e metil-lítio. O produto de contração de anel 44, contendo um anel de seis membros ligado a outro de cinco, seria originado pelo rearranjo oxidativo da octalona opticamente ativa (+)43. Esquema 13 O O O O MeO MeO H H 45 (+)-Baquenolida-A, (+)-1 7 O H 46 O TMSO 7 H O H 47 48 O MeO O 49 44 (+)-43 A escolha de (+)-43 como material de partida foi sustentada, em princípio, por suas características estruturais tais como a presença das duas metilas vicinais em relação cis e pela existência de métodos bem estabelecidos para a sua preparação de maneira enantiosseletiva.86,87 O trabalho desenvolvido por Mincione e colaboradores100 também contribuiu para a escolha do material de partida (+)-43, uma vez que demonstrou que produtos de contração de anel análogos ao éster 44 podem ser preparados a partir do rearranjo oxidativo de algumas 45 Parte 1 octalonas submetidas à reação com TTN (Esquema 14). Entretanto, não existia nenhum precedente na literatura sobre reações de rearranjo de octalonas promovidas por reagentes de iodo hipervalente. Esquema 14100 TTN.3H2O (1,2 eq.) TMOF/MeOH 4:3 0 °C, 30 min O OMe O 50 53 (44%) TTN.3H2O (1,2 eq.) TMOF/MeOH 4:3 0 °C, 30 min O OMe O 54 (61%) 51 TTN.3H2O (1,2 eq.) TMOF/MeOH 4:3 0 °C, 30 min O OMe O 55 (62%) 52 A respeito da reatividade de enonas, devemos destacar que enquanto os produtos de contração de anel 53, 54 e 55 foram obtidos, ainda que com rendimentos moderados, quando TTN foi utilizado nas reações com as octalonas 50, 51 e 52 (Esquema 14), o tratamento dos substratos 50, 56 e 57 com triacetato de tálio mono-hidratado (TTA.H2O) em ácido acético levou exclusivamente aos produtos de desidrogenação 58, 59 e 60 (Esquema 15).101 Esquema 15101 TTA.H2O, AcOH 50 O 58 O TTA.H2O, AcOH O O 56 59 MeO MeO TTA.H2O, AcOH 57 O 60 46 O Resultados e Discussão Em complementação ao trabalho de Mincione um estudo metodológico utilizando a octalona (±)-43 na sua forma racêmica já havia sido iniciado em nosso grupo de pesquisa durante o doutorado do Dr. Tiago de Oliveira Vieira.98 Nesta ocasião, o substrato foi preparado em oito etapas a partir da 2,3-dimetil-ciclo-hexanona 61 (Esquema 16). Inicialmente foi feito o bloqueio de umas das posições α-carbonílicas através de uma reação de formilação, originando 62. Em seguida, este foi transformado na respectiva enamina 63. A alquilação da remanescente posição α com 3-bromoacetato de metila, hidrólise do grupo enamina com ácido clorídrico e do grupo éster com hidróxido de sódio forneceram 64 após adição de ácido. Uma reação de ciclização do ácido 64 levou a uma mistura das lactonas 65 e 66 que puderam ser separadas por recristalização em hexano. O epímero cis 65 foi tratado com metil-lítio para formar a dicetona 67 que foi submetida a uma condensação aldólica intramolecular dando origem à octalona racêmica (±)-43.98 Esquema 1698 i) MeONa (2,5 eq.) PhH, t.a., 10 min ii) HCO2Et (1,7 eq.) t.a., 14 h 61 PhNHMe (1 eq.) PhH, refluxo, 3,5 h O O N OH 62 O 1) t-BuOK (3 eq.), t-BuOH BrCH2CH2CO2Et (2,5 eq.) t.a., 2 h 2) HCl 10%, refluxo, 30 min O 3) NaOH 10%, refluxo, 5 h CO2H Ph 63 (73%, 2 etapas) AcONa (0,3 eq.) Ac2O, refluxo, 2 h + O 65 64 (78%) O recristalização O (75%) cis:trans 6:1 MeLi (1,6 eq.), Et2O -20°C à t.a., 1,5 h O 65 (62%) Me 66 O O KOH (2,5 M), MeOH refluxo, 2 h O 67 O O (±)-43 (60%, duas etapas) Ao utilizar para o substrato (±)-43 uma condição experimental adaptada da metodologia desenvolvida por Mincione,102 o produto desejado foi obtido por Vieira98 com rendimento de apenas 36%. O emprego de trimetilortoformiato (TMOF) na ausência de metanol levou a um rendimento de 38% (Esquema 17). Finalmente, com a utilização de diclorometano ou ácido 47 Parte 1 perclórico como solventes, foi possível observar, respectivamente, a recuperação do material de partida e a formação de uma mistura complexa de produtos.98 Esquema 1798 TTN.3H2O (1,2 eq.), solvente a ou b 0 °C, 30 min O O 7 mL/1 mmol OMe (±)-43 (±)-44 solvente a TMOF/MeOH 4:3 (36%) solvente b TMOF (38%) Devido aos modestos rendimentos obtidos para a reação de contração de anel empregando a octalona (±)-43, Vieira direcionou seus esforços para as reações de rearranjo oxidativo de octalinas tais como 68 e 69, cujos produtos de contração 70 e 71 foram empregados nos estudos visando à síntese racêmica da 4-nor-baquenolia A, que recebe este nome por não conter um grupo metila em C-4 (Esquema 18).98,99 Esquema 1898,99 OMe TTN.3H2O H H 68 OMe 70 3 etapas O O 4 O TTN.3H2O H 69 H 71 H 4-Nor-baquenolida A Apesar de Vieira não ter prosseguido com o estudo da reatividade da octalona (±)-43 e também não ter concluído a síntese racêmica da 4-nor-baquenolida, seu trabalho levou a alguns esqueletos indânicos devidamente funcionalizados, que podem ser considerados precursores "adiantados" desta molécula.98,99 Mais detalhes sobre as reações de contração de anel de 48 Resultados e Discussão octalinas e sobre a rota sintética resumida no Esquema 18 são discutidos na segunda parte desta Tese. Considerando os trabalhos de Mincione102 (Esquema 14) e Vieira98 (Esquema 17), o desenvolvimento da rota sintética em questão necessitaria de uma reinvestigação das condições reacionais da etapa chave, além de tentar substituir TTN por oxidantes menos tóxicos tais como reagentes de iodo(III). 3.2. Preparação da octalona opticamente ativa (+)-43 Até o momento foram publicadas duas rotas sintéticas para a preparação do substrato (+)- 43.86,88 A primeira, publicada em 1994 por Paquete e colaboradores,86 forneceu a octalona em seis etapas partindo da cetona de Wieland-Miescher (+)-72 (Esquema 19). Neste trabalho, inicialmente o grupo enona de (+)-72 foi protegido de maneira quimiosseletiva. Os aldeídos 74 e 75 foram obtidos como uma mistura cis:trans 7:1 a partir do tioacetal 73, por meio de uma reação de Wittig seguida por hidrólise ácida. A mistura epimérica dos alcoóis 76 e 77 foi preparada por redução com boro-hidreto de sódio e separada utilizando CLAE. Uma reação de mesilação do álcool cis 76 e tratamento do mesilato 78 com super-hidreto (LiBHEt3) levou ao intermediário 79. Finalmente, a desproteção de 79 com TTN forneceu a octalona (+)-43. Esquema 1986 O O O (HSCH2)2 (1,1 eq.) p-TsOH (0,5 eq.) AcOH, t.a., 5 h S S (+)-72 S OMs S 76:77 cis:trans 7:1 LiBHEt3 (2 eq.) THF, t.a., 20 h S S MsCl (2 eq.), Et3N (2 eq.) CH2Cl2, 0 °C, 20 min S S 76 (83%, duas etapas) TTN.3H2O (1,2 eq.) MeOH/THF 6:1 H2O cat., t.a., 10 min S O S 78 S 74:75 (93%) cis:trans 7:1 OH separação por CLAE (+)-43 (90%) 79 (76%, 2 etapas) 49 O S 73 (99%) OH NaBH4, MeOH/THF 0 °C, 20 min H i) Ph3P=CHOCH3, THF 0 °C à t.a., 24 h ii) HCl 4N, MeOH/THF 0 °C à t.a., 36 h Parte 1 A segunda rota sintética, publicada em 1998, envolveu sete etapas para a preparação de (+)-43 partindo da S-carvona (Esquema 20).88-90 Na primeira etapa, a S-carvona sofreu adição conjugada de um grupo metila de maneira diastereosseletiva. O enol-éter de silício 80 foi transformado na dicetona 81 que foi ciclizada dando origem à enona 82. O grupo isopropenila foi removido, através de um rearranjo de Criegee, resultando na δ-acetóxi-enona 83 que foi tratada com metóxido de sódio para formar a dienona 84. Uma redução conjugada de 84 com Lselectride® seguida pelo tratamento com metóxido de sódio forneceu a octalona (+)-43 opticamente ativa. Esquema 2088-90 O MeMgBr (1,7 eq.) CuBr.Me2S (6 mol%) HMPA (2,1 eq.), TMSCl (2 eq.) THF, - 40 °C, 1 h (2 eq.) MeNO2 (2 eq.), BF3.Et2O (1 eq.) CH2Cl2, - 78 à 65 °C, 2 h O TMSO 80 (86%) S-Carvona i) O3, MeOH/CH2Cl2, - 80 °C ii) Ac2O, Et3N, DMAP t.a., 1 h NaOMe, MeOH t.a., 20 h O O O 82 (87%) 81 (65%) 1) L-Selectride (1,4 eq.) DMPU, THF, 0 °C, 2,5 h 2) NaOMe, MeOH, t.a., 5 min i) NaOMe, MeOH t.a., 20 min ii) HCl 1 M O OAc 83 O O 84 (61%, 2 etapas) (+)-43 (58%) Como a abordagem partindo da S-carvona ocorre com menor economia de átomos devido à perda de três carbonos durante o rearranjo de Criegee88-90 (Esquema 20), foi escolhida a rota sintética que emprega a cetona de Wieland-Miescher (+)-72 como material de partida (Esquema 19).86 Apesar de ser disponível comercialmente como racemato ou enantiômeros puros*, a cetona 72 é um composto bastante caro. Felizmente, existem métodos bem estabelecidos para a * Valores encontrados em reais no catálogo eletrônico da empresa Sigma-Aldrich (19/11/2010): 10 g de (±)-72 = R$ 1248,00; 100 mg de S-(+)-72 = R$ 454,00 e 500 mg de R-(-)-72 = R$ 2190,00. 50 Resultados e Discussão sua preparação, tais como, o procedimento desenvolvido por Buchschacher e colaboradores103 para a obtenção do enantiômero S-(+)-72 empregando S-prolina como organocatalisador. A 2-metil-ciclo-hexano-1,3-diona 21, usada na preparação de (+)-72, apesar de também ser um reagente comercial, foi preparada a partir da ciclo-hexano-1,3-diona 85 por um método clássico de reação de C-alquilação (Esquema 21).98,104 Esquema 21 O O KOH (1 eq.), MeI (1,1 eq.) MeOH/H2O 1:1, refluxo, 17 h O O 85 21 (50%) Uma reação de adição de Michael entre 21 e metil-vinil-cetona, usando-se água como solvente e em presença de ácido acético, forneceu a triona 86. Este produto foi submetido, sem purificação prévia, a uma reação de condensação aldólica intramolecular enantiosseletiva catalisada por S-prolina (Esquema 22).103 Após cinco dias de reação a cetona (+)-72 foi obtida em 73% e.e. empregando-se DMSO como solvente e 5 mol % de catalisador. O rendimento para as duas etapas reacionais foi de 70% e o e.e. foi aumentado por meio de recristalização em éter dietílico.103 Esquema 22 O O O (2 eq.) H2O, AcOH, 75 °C, 2 h O O O 21 S CO2H (5 mol %) DMSO, t.a., 120 h O N H S O 86 O 1 ou 2 recristalizações O (+)-72 (45%, partindo de 21) > 99% e.e. [α]D24 + 97,3 (c 1,0; tolueno) 51 (+)-72 (70%, duas etapas) 73% e.e. Parte 1 Inicialmente foram necessárias seis recristalizações sucessivas para que fosse obtida uma pequena fração de cristais com elevado e.e. (> 99,9%). Estes cristais foram utilizados para induzir a cristalização preferencial do enantiômero majoritário ao serem adicionados à “água mãe” durante repetições do protocolo para a preparação de maiores quantidades de (+)-72. Assim, para a obtenção da cetona (+)-72 com e.e. adequado para dar continuidade à síntese e com rendimento de 45%, calculado a partir de 21, foram necessárias uma ou duas recristalizações (Esquema 22). Os excessos enantioméricos para (+)-72 foram determinados através de cromatografia gasosa empregando coluna quiral empacotada com β-ciclo-dextrina. Em um primeiro momento, utilizou-se uma amostra racêmica, preparada previamente no laboratório, para o ajuste das condições experimentais que proporcionassem uma separação adequada dos dois enantiômeros (Figura 4a). Em seguida, foram analisadas as amostras obtidas diretamente após a reação (Figura 4b) e após recristalização (Figura 4c). (a) racêmico Tempo (min) 34,783 35,408 Área (%) 50,23 49,77 (b) 73% e.e. Tempo (min) 34,928 35,532 Área (%) 13,44 86,56 (c) > 99,9 % e.e. Tempo (min) -35,492 Área (%) -100,00 Figura 4. Cromatogramas da cetona de Wieland-Miescher 72. Coluna empacotada com β-ciclo-dextrina, temperatura da coluna de 150 ºC (120 min) e tR = tempo de retenção em min. Outras informações estão descritas na Parte Experimental. No espectro de RMN de 1H, observou-se um dubleto em δ 5,82 (d; J = 1,8 Hz; 1H) atribuído ao hidrogênio olefínico de (+)-72. No espectro de RMN de 52 13 C, os principais indícios que Resultados e Discussão confirmam a formação da cetona de Wieland-Miescher são os sinais em δ 125,7 e δ 165,7 referentes aos carbonos olefínicos e os sinais em δ 198,2 e δ 210,9 atribuídos, respectivamente, aos carbonos carbonílicos dos grupos enona e cetona. A transformação que engloba uma reação de adição de Michael seguida de uma condensação aldólica intramolecular é conhecida pelo nome de anelação de Robinson e pode ser realizada nas versões racêmica e assimétrica. Já a reação aldólica intramolecular assimétrica que utiliza aminoácidos como catalisadores foi inicialmente publicada em 1971 e recebeu o nome de reação de Hajos-Parrish em homenagem aos seus criadores.105-107 O modelo estereoquímico inicialmente proposto por Hajos e Parrish105-107 para o intermediário chave deste tipo de reação, está representado na Figura 5a. A Figura 5b mostra o modelo proposto por Agami e colaboradores,108 que envolve duas moléculas de S-prolina e foi amplamente aceito no meio científico por vários anos. Posteriormente, os estudos teóricos, cinéticos, estereoquímicos e de diluição realizados por Houk e colaboradores109 em relação às reações aldólicas intra- e intermoleculares catalisadas por S-prolina sustentaram o modelo mostrado na Figura 5c. O HO O H N H NH - OH N O N H O O CO2O O O 88 O (a) CO2- (b) (c) Figura 5. Intermediários para a reação aldólica intramolecular catalisada por S-prolina propostos com base nos modelos de: (a) Hajos e Parrish105-107; (b) Agami e colaboradores108 e (c) Houk e colaboradores109. Apesar das opiniões divergentes a respeito do mecanismo da reação de Hajos-Parrish o modelo ilustrado na Figura 5c é o mais aceito atualmente. Desta forma, baseado neste modelo, o mecanismo proposto para a formação da cetona (+)-43 de maneira enantiosseletiva foi representado no Esquema 23. Primeiramente, a S-prolina reagiria com a triona 86 levando ao intermediário imínio 87 que daria origem a 88. A enamina 88 determinaria a enantiosseletividade da reação ao assumir a conformação preferencial anteriormente mostrada na Figura 5c. Esta conformação seria favorecida pela formação de ligação de hidrogênio entre os grupos ácido 53 Parte 1 carboxílico e cetona. Em seguida, ocorreria uma ciclização intramolecular dando origem ao imínio 89 que sofreria hidrólise para recuperação do catalisador S-prolina e liberação do intermediário S,S-91. A subsequente eliminação de água forneceria a cetona de Wieland-Miescher (+)-72 com configuração S. Esquema 23 O O + O O 86 - H2O CO2H N H S-prolina N O O- 87 O O O N N O H O O CO2- N + H2O OH OH O 88 O 88 O 89 conformação favorecida H HO CO2- N O OH N H S-prolina O 90 O OH - H2O CO2H + O S O S-(+)-72 S,S-91 Ao assumir a conformação menos favorecida mostrada no Esquema 24, onde não seria possível a formação de ligação de hidrogênio como mostrado na Figura 5c, a enamina 88 levaria ao intermediário R,R-91 que forneceria a cetona de Wieland-Miescher com configuração R, após eliminação de água. Esquema 24 O N 88 O O - H2O CO2- O O OH O O R OH N O 88 R,R-91 conformação desfavorecida 54 O R-(-)-72 Resultados e Discussão Devido à ampla aplicabilidade dos produtos obtidos durante as reações aldólicas enantiosseletivas, a busca de catalisadores mais eficientes tem sido objeto de estudo de um grande número de grupos de pesquisa.110-112 Apesar do método descrito no Esquema 22 ser demorado e demandar bastante trabalho no laboratório, este mostrou-se eficiente uma vez que possibilitou a preparação do produto desejado em elevado e.e. e em quantidade suficiente para prosseguir o trabalho. Além disso, a disponibilidade comercial da S-prolina, o seu relativo baixo custo e simplicidade estrutural são aspectos vantajosos em relação aos demais catalisadores capazes de realizar a mesma transformação. Dentre os quais podemos citar o anticorpo “Ab38C2”110, as bimorfolinas111 e o β-aminoácido cispentacina112 (Figura 6), responsáveis por excessos enantioméricos de 95% (no caso dos dois primeiros) e 86% (para o último). NH N . HX CO2H O O NH2 HX = CF3CO2H ou CF3SO2H Preparação em 10-12 etapas113 Preparação em 3 etapas114 (a) (b) Figura 6. (a) bimorfolinas; (b) β-aminoácido cispentacina. A etapa seguinte da rota sintética foi a proteção quimiosseletiva do grupo carbonílico α,βinsaturado presente em (+)-72. Sob as mesmas condições reacionais anteriormente descritas,86,115 observamos a formação do tioacetal 73 contaminado com o ditioacetal 92 (Tabela 4, entrada 1). A proporção de 6:1 entre os dois produtos foi determinada por CG-EM e por RMN de 1H. Com base neste resultado, o procedimento original foi modificado com o intuito de aumentar a regiosseletividade da reação de proteção. Desta forma, a quantidade de etano-1,2-ditiol foi reduzida para 1 equivalente e foi feita uma adição lenta de uma mistura deste reagente, ácido para-toluenosulfônico (p-TsOH) e AcOH sobre uma solução do substrato em AcOH, com o auxílio de um funil de adição. Assim, observou-se a formação de uma mistura de 73 e 92 na proporção de 14:1 quando a adição foi feita durante 3 h e a reação foi mantida sob agitação por mais 2 h (entrada 2). Ao aumentar o tempo de adição da solução contendo etano-1,2-ditiol para 16 h foi possível obter uma proporção de 25:1 entre os produtos (entrada 3). 55 Parte 1 Tabela 4: Resultados obtidos durante a proteção do grupo carbonílico α,β-insaturado presente em (+)-72. O O S Tempo gasto para S + S (+)-72 > 99% e.e. S S 73 S 92 Tempo Total Produtos (Proporção)a ---- 5h 73:92 (6:1) 1,0 eq. 3h 5h 73:92 (14:1) 1,0 eq. 16 h 18 h 73:92 (25:1) Entrada Quantidade de (HSCH2)2 1 1,1 eq. 2 3 a O (HSCH2)2 p-TsOH (0,5 eq.) AcOH, t.a. adição de (HSCH2)2 O rendimento desta etapa não foi determinado. Como o subproduto diprotegido 92 é inerte perante as condições reacionais da etapa sintética seguinte, optamos por utilizar este material sem purificação prévia e calcular o rendimento global das duas etapas. Logo, apenas uma pequena fração foi purificada por coluna cromatográfica, permitindo que os dados de RMN e rotação específica fossem obtidos a partir de uma amostra pura do tioacetal 73 para comparação com a literatura.86,115 No espectro de RMN de 1H, observou-se o aparecimento dos sinais em δ 3,32-3,40 (m; 3H) e δ 3,19-3,29 (m; 1H) atribuídos aos hidrogênios do grupo tioacetal de 73. A ausência do sinal em δ 198,2, referente à carbonila α,β-insaturada de 72, e o surgimento dos sinais em δ 64,9, δ 40,1 e δ 39,7, atribuídos respectivamente ao carbono quaternário e aos carbonos metilênicos ligados aos átomos de enxofre, são dados que confirmam a formação do produto através do espectro de RMN de 13C. A reação de 73, contendo 4% do ditioacetal 92, com (metóxi-metil)trifenilfosforana e hidrólise ácida in situ forneceram uma mistura dos aldeídos cis 74 e trans 75 na proporção de 12,5:1 (Esquema 25). O rendimento global de 85% foi calculado partindo-se da cetona (+)-72. 56 Resultados e Discussão Esquema 25 O S + S S S S 73 i) Ph3P=CHOCH3 (2,5 eq.) THF, 0 °C à t.a., 24 h S ii) HCl 4M, MeOH/THF t.a., 36 h H S (25:1) O + S S 92 H O S 74 75 (85%, partindo de 72) cis:trans 12,5:1 O procedimento empregado nesta reação foi idêntico ao descrito por Paquete,86 no qual a ilida de fósforo foi utilizada imediatamente após a sua preparação através do tratamento de cloreto de (metóxi-metil)trifenilfosfônio com bis(trimetilsilil)amideto de potássio (KHMDS) em THF a - 40 °C. Mesmo sob as mesmas condições reacionais, a relação entre os diastereoisômeros foi um pouco diferente da proporção de 7:1 encontrada no trabalho original.86 Vale a pena destacar que Danishefsky e colaboradores observaram uma proporção epimérica de 13:1 ao empregar este mesmo protocolo para um substrato sensivelmente diferente, ao realizar a síntese da Peribisina E.79 A análise do espectro de RMN de 1 H permitiu a determinação da proporção diastereoisomérica. Nele foi possível observar dois dubletos referentes aos hidrogênios dos grupos aldeído em δ 9,86 (J = 4,8 Hz) e δ 9,81 (J = 1,8 Hz), sendo que o primeiro foi atribuído ao epímero trans 75 e o segundo ao epímero cis 74. Foram observados também os singletos referentes ao hidrogênio olefínico e ao grupo metila de cada um dos isômeros, enquanto que os sinais aparecem sobrepostos (Figura 7). 9,86 (d; J = 4,8 Hz) 9,81 (d; J = 1,8 Hz) H 1,14 (s) O H 1,21 (s) demais alifáticos S 3,19-3,29 e 3,34-3,42 1,21-1,40; 1,69-1,78; 1,82-1,94; 1,95-2,08 e 2,11-2,24 S S S 5,57 (s) 74 O 5,75 (s) 75 Figura 7. Atribuições dos sinais do espectro de RMN de 1H. Os sinais do aldeído cis 74 juntamente com os sinais pouco intensos do seu epímero foram identificados no espectro de RMN de 13 C. No qual, foi observado o deslocamento do sinal 57 Parte 1 referente a um grupo carbonílico de δ 212,9 (substrato 73) para δ 207,9 (75) ou para δ 204,5 (74). Também apresenta destaque neste espectro o surgimento dos sinais em δ 60,6 (74) e δ 57,2 (75) que são atribuídos a carbonos terciários α-carbonílicos. A redução da mistura de aldeídos com dois equivalentes de boro-hidreto de sódio86 forneceu uma mistura dos alcoóis 76 e 77 na mesma proporção do material de partida e com rendimento de 95% (Esquema 26). A proporção do diastereoisômero majoritário cis 76 foi significativamente enriquecida (49:1) através de coluna cromatográfica, tornando desnecessária a separação dos diastereoisômeros por CLAE conforme descrito na literatura.86 Considerando a elevada quantidade do álcool 76 necessária para dar continuidade à rota sintética, o emprego de cromatografia em coluna apresenta vantagens operacionais e financeiras quando comparada à separação por CLAE preparativo. A proporção epimérica cis:trans de 49:1 para a mistura dos alcoóis foi determinada por CG-EM e através da análise do espectro de RMN de 1H, no qual foi possível observar um pequeno singleto em δ 5,60 referente ao hidrogênio olefínico do isômero minoritário. A partir deste ponto, considerando a elevada proporção do epímero cis 76, a presença do trans 77 será desconsiderada durante a discussão dos resultados. Esquema 26 H O OH NaBH4 (2 eq.), MeOH/THF 5:1 0 °C, 30 min S S S S 74:75 cis:trans 12,5:1 76:77 (95%) cis:trans 12,5:1 purificação por coluna (Hex:AcOEt 3:1) OH S S 76 (82%) cis:trans 49:1 [α]D24 + 177 (c 1,12; CHCl3) 58 Resultados e Discussão 1 Nos espectros de RMN de H e de 13 C do álcool 76 a redução do grupo aldeído foi confirmada pelo desaparecimento dos sinais referentes ao hidrogênio e à carbonila deste grupo. Outro aspecto importante presente no RMN de 1H foi que um dos hidrogênios carbinólicos apresentou um duplo dubleto em δ 3,82 (dd; J = 10,6 e 3,1 Hz; 1H) e o outro ficou sobreposto pelo multipleto em δ 3,32-3,42 (m; 4H), que foi atribuído também a três dos hidrogênios metilênicos do grupo tioacetal. Uma reação de mesilação86 de 76 forneceu o correspondente mesilato 78 com pureza suficiente para a adequada identificação estrutural e para ser utilizado na etapa seguinte sem purificação prévia (Esquema 27). Esquema 27 OMs OH MsCl (2 eq.), Et3N (2 eq.) CH2Cl2, 0 °C, 20 min S S S S 76 78 massa compatível com rendimento quantitativo Comparando o espectro de RMN de 1H do produto 78 com o espectro do material de partida 76, foi possível observar o surgimento de um sinal em δ 3,01 (s; 3H) atribuído aos hidrogênios do grupo mesilato e o efeito de desblindagem sofrido pelos hidrogênios do grupo metileno vizinho ao oxigênio. Este efeito foi evidenciado pelo deslocamento dos sinais de δ 3,82 (dd; J = 10,6 e 3,1 Hz; 1H) e δ 3,32-3,42 (m; 1H), no espectro de 76, para δ 4,34 (dd; J = 9,6 e 3,9 Hz; 1H) e δ 4,00 (dd; J = 9,6 e 8,7 Hz; 1H), no espectro de 78. O deslocamento do sinal de δ 63,6 (76) para δ 70,6 (78) caracterizou o efeito de desblindagem sofrido pelo carbono metilênico vizinho ao oxigênio, observado nos espectros de RMN de 13C. Com o objetivo de preparar o produto 79 de maneira eficiente, a redução do mesilato 78 com hidreto de lítio e alumínio (LiAlH4) foi estudada empregando diferentes condições reacionais. Na primeira tentativa empregou-se 2 equivalentes de LiAlH4 em THF, a adição do agente redutor foi feita a 0 °C e a mistura reacional foi mantida sob agitação a temperatura ambiente durante 20 h. Após este período, foi possível recuperar apenas o material de partida (Tabela 5, entrada 1). Na 59 Parte 1 segunda tentativa foi utilizada a mesma quantidade de LiAlH4 e manteve-se a mistura reacional sob refluxo por 2 h. Neste caso, observou-se hidrólise parcial de 78 ao álcool 76 (entrada 2). Na terceira tentativa foram empregados quatro equivalentes do agente redutor, Et2O como solvente e a mistura reacional foi mantida sob refluxo por 2 h. Assim, o produto esperado 79 foi obtido com rendimento global de 79%, calculado para as etapas de mesilação e redução (entrada 3). A diminuição da quantidade de LiAlH4 para 2 equivalentes levou a um aumento do rendimento global para 89% (entrada 4). Este efeito pode ser facilmente explicado pela elevada capacidade de adsorção do hidróxido de alumínio formado durante a elaboração da reação. Tabela 5: Resultados obtidos durante a redução do mesilato 78. OMs redução S S S S 78 [α]D a 24 79 + 162 (c 1,13; CHCl3) Entrada Condições Produto (Rendimento)a 1 LiAlH4 (2 eq.), THF, 0 °C à t.a., 20 h Recuperação de 78 2 LiAlH4 (2 eq.), THF, refluxo, 2 h 78 + 76 3 LiAlH4 (4 eq.), Et2O, refluxo, 2 h 79 (79%) 4 LiAlH4 (2 eq.), Et2O, refluxo, 2 h 79 (89%) Rendimento global das etapas de mesilação e redução. No espectro de RMN de 1H, podem ser destacados fortes indícios da formação do produto desejado, tais como, a ausência dos sinais em δ 4,34 (dd; J = 9,6 e 3,9 Hz; 1H), δ 4,00 (dd; J = 9,6 e 8,7 Hz; 1H) e δ 3,01 (s; 3H) referentes ao material de partida 78 e a presença de um dubleto em δ 0,83 (d; J = 6,3 Hz; 3H) atribuído aos hidrogênios da metila formada em 79. A principal característica observada no espectro de RMN de 13 C foi o desaparecimento do sinal em δ 70,6 referente ao carbono vizinho ao grupo mesilato do material de partida. A desproteção do grupo tioacetal de 79 promovida por TTN86 forneceu a octalona (+)-43 com rendimento de 87% (Tabela 6, entrada 1). Devido à elevada toxicidade do tálio116-122 e existência de protocolos para a clivagem 60 de tioacetais utilizando-se Resultados e Discussão bis(trifluoroacetóxi)iodobenzeno (PIFA), 79,123 resolvemos testar a substituição de TTN por PIFA. Em um primeiro momento, foi empregado um procedimento similar ao que foi descrito por Danishefsky e colaboradores79 durante a desproteção de 93 para a obtenção de 94 (Esquema 28). Assim, ao submeter o tioacetal 79 às condições mostradas no Esquema 28, a octalona (+)-43 foi isolada com rendimento de apenas 67% (entrada 2). Uma modificação deste procedimento, com a redução da quantidade de PIFA para 1,1 equivalentes e utilização de uma mistura equivolumétrica de metanol e CH2Cl2 na presença de H2O em pequena quantidade, levou a um aumento significativo do rendimento para 81% (entrada 3). Tabela 6: Resultados obtidos durante a desproteção do grupo tioacetal. TTN ou PIFA S S O (+)-43 [α]D24 + 184 (c 1,1; CHCl3) 79 Entrada Condições Rendimento 1 TTN.3H2O (1,2 eq.), MeOH/THF (2:1), H2O gotas, t.a., 10 min 87% 2 PIFA (1,5 eq.), MeOH/CH2Cl2/H2O (8:4:1), t.a., 15 min 67% 3 PIFA (1,1 eq.), MeOH/CH2Cl2 (1:1), H2O gotas, t.a., 15 min 81% Esquema 2879 PIFA (1,5 eq.) MeOH/CH2Cl2/H2O 8:4:1 t.a., 15 min S S O H 93 H 94 (87%) Apesar da reação de desproteção promovida por PIFA proporcionar rendimentos inferiores quando comparada à reação promovida por TTN, a diferença de toxicidade entre os dois reagentes foi o fator que determinou a escolha do protocolo que emprega o reagente de iodo(III). 61 Parte 1 Baseando-se na proposta desenvolvida por Nicolaou e colaboradores124 para a clivagem de tioacetais mediada por ácido o-iodóxi benzóico (IBX), o Esquema 29 apresenta um possível mecanismo para a reação de desproteção de 79 utilizando PIFA. Inicialmente, a reação de 79 com PIFA levaria a 95. O intermediário 96 seria obtido pelo ataque de uma molécula de água ao íon sulfônio 95 e subsequente eliminação de ácido trifluoroacético e iodobenzeno. A perda de uma molécula de 1,2-ditietano, seguida pela desprotonação de 97, daria origem à octalona (+)-43. Esquema 29 H+ Ph OCOCF3 I I OCOCF3 PIFA S - PhI - CF3CO2H S - CF3CO2H S OCOCF3 S 79 95 H2O S - H+ S OH 96 S O HO 97 (+)-43 S A análise dos espectros de RMN de 1H e de 13 C do produto (+)-43 confirma o sucesso da reação de desproteção. Assim, verificou-se no RMN de 1H a ausência de sinais entre δ 3,17 e δ 3,40 referentes aos hidrogênios do grupo tioacetal. Já no RMN de 13 C foi possível observar: (i) o aparecimento do sinal em δ 199,7 atribuído à carbonila α,β-insaturada de 43; (ii) o efeito de desblindagem sofrido pelo carbono olefínico da junção de anel, evidenciado pelo deslocamento do sinal de δ 146,5 (no espectro de 79) para δ 171,4; e (iii) o desaparecimento do sinal em δ 66,0 correspondente ao carbono quaternário ligado aos átomos de enxofre do material de partida. O rendimento global das 9 etapas empregadas para a preparação da octalona opticamente ativa (+)-43 a partir da ciclo-hexano-1,3-diona 85 foi de 11,3%. É importante destacar que todas as etapas sintéticas discutidas neste tópico foram repetidas inúmeras vezes com o intuito de fornecer (+)-43 em quantidade suficiente para o estudo da etapa de contração de anel e para conclusão da síntese de (+)-1. Neste contexto, duas modificações do procedimento original desenvolvido por Paquete86 foram importantes. A primeira foi a separação dos epímeros 76 e 77 62 Resultados e Discussão por meio de cromatografia em coluna, evitando a utilização de CLAE que é uma técnica consideravelmente mais cara. A segunda foi a substituição de TTN por PIFA durante a desproteção do grupo tioacetal, minimizando de forma drástica a produção de resíduos tóxicos. 3.3. Preparação da octalona racêmica (±)-43 A octalona 43 foi preparada também na forma racêmica devido à grande demanda deste substrato para a otimização da etapa de contração e ao significativo número de etapas necessárias para a obtenção de sua forma opticamente ativa (item 3.2). Assim, a abordagem para a preparação de (±)-43 empregou uma reação de anelação de Robinson partindo da 2,3-dimetil-ciclo-hexanona 61, preparada pela oxidação do 2,3-dimetil-ciclohexanol 98 com reagente de Jones (Esquema 30).98,125-127 Esquema 30 CrO3/H2SO4 dil. (CH3)2C=O, 0 °C, 15 min OH O 61 (80%) trans:cis 22:5 98 O reagente de Jones foi obtido através da dissolução de trióxido de cromo em ácido sulfúrico concentrado e diluição da mistura em água (levando à formação de ácido crômico). Após a adição deste reagente à solução do material de partida em acetona, o álcool 98 e o ácido crômico formaram o éster cromato 99 que deu origem ao correspondente produto carbonilado 61 (Esquema 31). Esquema 31 O O - H 2O HO Cr OH + HO VI O ácido crômico HO Cr H O O 98 HO Cr O 99 63 OH IV + O 61 Parte 1 A confirmação da estrutura da cetona 61 e a determinação de sua proporção diastereoisomérica foram feitas pela comparação dos espectros de RMN de 1H e de 13 C com os dados encontrados na literatura.128,129 A 2,3-dimetil-ciclo-hexanona 61 foi submetida à reação com metil-vinil-cetona em tolueno e sob catálise ácida para fornecer a octalona racêmica (±)-43 com rendimento de 24%, como uma mistura dos isômeros cis e trans na proporção de 9:1 (Esquema 32).98,125,127 Neste caso, a formação de (±)-43 ocorreu via reação de anelação de Robinson, ou seja, uma adição conjugada do enol formado a partir de 61 à metil-vinil-cetona (adição de Michael) seguida por uma condensação aldólica intramolecular. Esquema 32 O (2,2 eq.) H2SO4 conc., PhMe, 0 °C, 16 h O O 61 Os espectros de RMN de 1H e de (±)-43 (24%) cis:trans 9:1 13 C da octalona (±)-43 foram comparados com os espectros obtidos anteriormente para o material opticamente ativo, confirmando o sucesso da reação de anelação. A proporção diastereoisomérica de 9:1 foi determinada por CG. 3.4. Etapa chave da síntese: Contração de anel da octalona 43 Os resultados dos testes de reatividade da octalona (+)-43 frente a reagentes de iodo(III) foram resumidos na Tabela 7. Os compostos de iodo hipervalente testados foram o hidróxi(tosilóxi)iodobenzeno (HTIB), o PIFA e o (diacetóxi)iodobenzeno (DIB). Para a estrutura destes reagentes veja a Figura 29 da Parte 4. Nestas reações o produto de contração 44 foi obtido juntamente com seu epímero 98 em uma proporção de aproximadamente 1:1. O substrato (+)-43 mostrou-se inerte frente ao tratamento com HTIB em acetonitrila, ao passo que em TMOF foi possível observar a formação de uma mistura complexa de produtos imediatamente após o início da reação (entradas 1-4). 64 Resultados e Discussão Quando 2 equivalentes de PIFA ou DIB foram utilizados na presença de pequena quantidade de ácido perclórico (solução aquosa 10% v/v) observou-se a formação dos produtos de contração 44/98 com rendimentos de 8% e 24%, respectivamente, determinados via CG (entradas 5 e 6). O aumento da quantidade de DIB não alterou o resultado enquanto a redução deste reagente proporcionou uma elevação do rendimento (entradas 7 e 8). Entretanto, o rendimento isolado para os produtos de contração foi bem inferior ao valor determinado por CG (entrada 8). O emprego de p-TsOH durante as reações realizadas com DIB (em TMOF) levaram aos produtos de contração 44/98 com rendimentos baixos após ajuste das condições reacionais (entradas 9 e 10). Assim, a reação que utilizou 1 equivalente de p-TsOH proporcionou um rendimento de 28% (entrada 9) e a condição que empregou uma quantidade maior de p-TsOH (1,5 eq.) levou a um rendimento de 25% (entrada 10). O aumento da quantidade de solvente por mmol de substrato, aliando à utilização de uma mistura de TMOF e metanol na proporção de 7:3, favoreceu a formação dos produtos de contração. Este efeito pôde ser observado quando a reação foi conduzida na presença de 1 equivalente de p-TsOH (entrada 11). A substituição do p-TsOH por ácido nítrico também contribuiu para o aumento do rendimento da reação de contração de anel (entrada 12). Contudo, quando a reação foi conduzida sem a adição de ácido observou-se apenas a recuperação do material de partida (entrada 13). Tabela 7: Reações da octalona (+)-43 com reagentes de iodo(III). O Iodo(III) O + MeO MeO O 44 (+)-43 (1:1) 98 Entrada Condiçõesa Produto (Rendimento)b 1 HTIB (1 eq.), MeCN, t.a.,24 h Material de partidac 2 HTIB (1 eq.), TMOF, t.a., 1 min Mistura complexa 3 HTIB (2 eq.), TMOF, t.a., 1 min Mistura complexa 4 HTIB (2 eq.), TMOF, 0 °C, 1 min 44/98 (CG: 6%) 65 Parte 1 Tabela 7: Reações da octalona (+)-43 com reagentes de iodo(III). (Continuação) Entrada Condiçõesa Produto (Rendimento)b 5 PIFA (2 eq.), HClO4 (10%), TMOF, t.a., 30 min 44/98 (CG: 8%) 6 DIB (2 eq.), HClO4 (10%), TMOF, t.a., 20 h 44/98 (CG: 24%) 7 DIB (4 eq.), HClO4 (10%), TMOF, t.a., 4 h 44/98 (CG: 23%) 8 DIB (1,2 eq.), HClO4 (10%), TMOF, t.a., 20 h 44/98 (CG: 54%) e (10%)c 9 DIB (2 eq.), p-TsOH (1 eq.), TMOF, 0 °C a t.a., 2 h 44/98 (28%)c 10 DIB (2 eq.), p-TsOH (1,5 eq.), TMOF, 0 °C, 1 min 44/98 (25%)c 11 DIB (2 eq.), p-TsOH (1 eq.), TMOF/MeOH (7:3), t.a., 1 hd 44/98 (36%)c 12 DIB (2 eq.), HNO3 (1 eq.), TMOF/MeOH (7:3), t.a., 17,5 hd 44/98 (40%)c 13 DIB (2 eq.), TMOF/MeOH (7:3), t.a., 4 diasd Material de partida a Volume total de solvente: 7 mL/1 mmol; adição do oxidante sobre a solução contendo o substrato. bO produto foi obtido c d como uma mistura de diastereoisômeros cis:trans 1:1. rendimento isolado. Volume total de solvente: 20 mL/1 mmol. A partir dos trabalhos desenvolvidos por Mincione e colaboradores (Esquema 14)100 e dos resultados prévios obtidos no nosso grupo de pesquisa (Esquema 17)98 iniciamos um estudo visando à otimização da reação de contração de anel da octalona opticamente ativa (+)-43 mediada por TTN. Sob exatamente as mesmas condições reacionais de Mincione100 o rendimento do produto de contração (+)-44 foi de 48% (Tabela 8, entrada 1). Durante a repetição do protocolo desenvolvido por Vieira98 os rendimentos para o produto (+)-44 variaram entre 36-38% (entrada 2). Em um procedimento análogo, mas empregando apenas TMOF como solvente, o produto de contração foi obtido com rendimentos de 36-40% (entrada 3). Utilizando como solvente uma mistura de acetonitrila, metanol e TMOF (1:1:1), (+)-44 foi obtido com rendimento de 38% (entrada 4). Ao testar a mesma condição reacional empregada para a desproteção de 79, mostrada na entrada 1 da Tabela 6, foi possível recuperar o material de partida (entrada 5). Nenhuma reação foi observada quando acetonitrila ou uma mistura equivolumétrica de acetonitrila e metanol (1:1) foram utilizadas como solventes (entradas 6 e 7). 66 Resultados e Discussão Tabela 8: Resultados obtidos para o rearranjo oxidativo da octalona (+)-44 com TTN. TTN.3H2O (1,1 eq.) O MeO O (+)-43 (+)-44 Entrada Condiçõesa Produto (Rendimento) 1 TMOF/MeOH (4:3), 0 °C, 30 min (+)-44 (48%)b 2 TMOF/MeOH (4:3), 0 °C, 15 min (+)-44 (36-38%) 3 TMOF, 0 °C, 15 min (+)-44 (36-40%) 4 MeCN/MeOH/TMOF (1:1:1), t.a., 10 min (+)-44 (38%) 5 MeOH/THF (6:1), H2O cat., t.a., 4 h Material de partida 6 MeCN, t.a., 3 h Material de partida 7 MeCN/MeOH (1:1), t.a., 1 h Material de partida a Volume total de solvente: 7 mL/1 mmol; 1,1 eq. de TTN; adição do oxidante sobre a solução contendo o substrato. Volume total de solvente: 12 mL/1 mmol; 1,2 eq. de TTN; adição de uma solução do substrato sobre uma solução contendo o oxidante. b Trabalhos que estão sendo desenvolvidos atualmente em nosso laboratório têm demonstrado a promissora utilização de solventes fluorados em reações de contração de anel de di-hidronaftalenos.130-132 Assim, uma série de testes qualitativos foram elaboradas para indicar as condições experimentais que poderiam levar a melhores rendimentos do produto de contração a partir de (±)-43. Nestes testes foram empregados como oxidantes TTN, HTIB e PIFA. Os solventes utilizados foram 2,2,2-trifluoroetanol (TFE), 1,1,1,3,3,3-hexafluoroisopropanol (HFIP) e misturas de cada um destes alcoóis fluorados com TMOF. Os experimentos foram conduzidos utilizando 0,05 mmol de substrato, 350 μL de solvente, 1,1 equivalentes de oxidante e temperatura ambiente. As condições experimentais testadas foram sumarizadas na Tabela 9. 67 Parte 1 Tabela 9: Condições reacionais empregadas nos testes qualitativos para a reação de contração de (±)-43 utilizando misturas de solventes fluorados e TMOF. O OMe O (±)-44 (±)-43 Entrada Oxidante 1 TTN 2 Proporção de Proporção de Entrada Oxidante 1:0 10 TTN 1:0 TTN 9:1 11 TTN 9:1 3 TTN 1:1 12 TTN 1:1 4 HTIB 1:0 13 HTIB 1:0 5 HTIB 9:1 14 HTIB 9:1 6 HTIB 1:1 15 HTIB 1:1 7 PIFA 1:0 16 PIFA 1:0 8 PIFA 9:1 19 PIFA 9:1 9 PIFA 1:1 18 PIFA 1:1 TFE/TMOF* HFIP/TMOF* *Os resultados foram avaliados qualitativamente por CCD. Após a análise dos resultados por meio de CCD, observamos que a condição que empregou TTN e uma mistura de TFE e TMOF na proporção de 1:1 (entrada 3) apresentou maior potencial para levar ao produto de contração em um melhor rendimento. Desta forma, a reação foi conduzida novamente sob estas condições e em uma maior escala (Esquema 33). Como o produto de contração (±)-44 foi isolamento com rendimento de 15%, decidimos abandonar as tentativas de utilização de solventes fluorados. Esquema 33 TTN.3H2O (1,1 eq.) TMOF/TFE 1:1 0 °C, 5 min O O 7 mL/1 mmol (±)-43 OMe (±)-44 (15%) Para avaliar o efeito da inversão da ordem de adição dos reagentes durante as reações de contração promovidas por TTN, foi feita a adição de uma solução do substrato sobre uma solução 68 Resultados e Discussão previamente preparada do oxidante, uma vez que anteriormente era efetuada a adição do agente oxidante sobre uma solução contendo o material de partida. Em um primeiro momento, observouse um pequeno aumento da mancha relativa ao produto 44 através da análise por CCD. Este efeito pareceu mais expressivo ao empregar uma mistura de TMOF e metanol na proporção de 7:3 quando comparado à utilização de uma proporção de 4:3 ou de somente TMOF. Posteriormente, decidimos verificar o efeito da diluição aliada à inversão da ordem de adição dos reagentes e à mudança da proporção entre os solventes. Baseando-se nos resultados listados na Tabela 10, foi verificado que condições mais diluídas favoreceram a formação do produto de contração em detrimento dos demais subprodutos. A realização da reação empregando 10 mL de solvente por mmol de substrato levou a rendimentos de aproximadamente 50%, independentemente da temperatura empregada (entradas 1 e 2). O aumento da temperatura tornou a reação mais rápida, apesar de não ter alterado significativamente o rendimento. Quando o volume de solvente foi duplicado, o rendimento do produto de contração foi de 59% (entrada 3). O aumento da quantidade de solvente para 40 mL (por mmol de substrato) forneceu um rendimento de 58% (entrada 4). Tabela 10: Efeito da diluição sobre o rendimento da reação de contração. TTN.3H2O (1,1 eq.) TMOF/MeOH 7:3 O OMe O (±)-44 (±)-43 a Entrada Volume (mL)a Temperatura Tempo (min) Rendimento (%) 1 10 0 °C 15 51 2 10 t.a. 5 52 3 20 t.a. 10 59 4 40 t.a. 30 58 Volume para cada 1 mmol de substrato; adição de uma solução do substrato sobre uma solução contendo o oxidante. Os resultados mostrados na Tabela 10 podem ser entendidos uma vez que condições mais diluídas são capazes de favorecer os rearranjos intramoleculares em relação a outras oxidações intermoleculares e, em conseguencia, aumentar o rendimento do produto de contração. 69 Parte 1 Quando o substrato 43 foi utilizado na sua forma opticamente ativa, a condição descrita na entrada 4 da Tabela 10 forneceu resultados semelhantes aos encontrados para o material racêmico (Esquema 34). Logo, dentre todas as condições reacionais testadas, esta foi a que proporcionou melhor resultado. Esquema 34 TTN.3H2O (1,1 eq.) TMOF/MeOH 7:3 t.a., 10 min 20 mL/1 mmol O O MeO (+)-44 (59%) [α]D25 + 56,2 (c 1,0; CHCl3) (+)-43 Inúmeros trabalhos têm sido publicados empregando DIB como oxidante terminal em reações de oxidação catalisadas por paládio(II) e por ouro(I).133,134 Desta forma, decidimos testar condições reacionais que empregassem DIB juntamente com TTN. Assim, a condição que utilizou uma mistura de 2 equivalentes de DIB e 0,2 equivalentes de TTN levou ao produto de contração com cerca de 40% de rendimento, após 4 dias de reação. A adição de 1 equivalente de ácido nítrico reduziu o tempo reacional para 2 h, mas não alterou o rendimento do produto de contração (Esquema 35). Esquema 35 O condição a ou b O + MeO MeO O 44 (+)-43 (1:1) condição a DIB (2 eq.), TTN.3H2O (0,2 eq.) TMOF/MeOH (7:3), t.a., 4 dias (38-41%) condição b DIB (2 eq.), TTN.3H2O (0,2 eq.), HNO3 (1 eq.) TMOF/MeOH (7:3), t.a., 2 h (40%) 98 Como o DIB não é capaz de oxidar a octalona (+)-43 na ausência de ácido (Tabela 7, entrada 13) podemos supor que sob a “condição a” este reagente de iodo(III) foi capaz de reoxidar o tálio(I), formado durante a contração de anel, ao tálio(III). Logo a reação de contração de anel 70 Resultados e Discussão poderia ser realizada na presença de quantidade catalítica de TTN e empregando DIB como oxidante terminal. Entretanto, uma vez que o potencial de redução padrão (E°) do sistema Tl3+/Tl1+ é + 2,06 eV135 e do sistema (AcO)2IPh/IPh + 2 AcO- é + 1,53 eV136, o efeito catalítico da presença de TTN poderia ser também resultado da liberação de ácido durante sua reação com parte do substrato. O ácido liberado poderia assim catalisar a oxidação do restante do substrato mediada por DIB. Comparando o tempo reacional de 2 h da “condição b” com o tempo de 17,5 h necessário para o consumo de todo material de partida durante a reação conduzida na ausência de TTN (Tabela 7, entrada 12) verificamos o efeito catalítico do sal de tálio(III) mesmo na presença de ácido. Para uma melhor compreensão do papel do TTN nas reações mostradas no Esquema 35 seria necessário um estudo mais detalhado. Contudo, como estas reações levaram a rendimentos inferiores aos obtidos empregando apenas TTN, optamos por não investir mais tempo neste estudo. Apesar dos espectros de RMN de 1H e de 13 C do produto racêmico (±)-44 terem sido obtidos anteriormente por Vieira,98 a confirmação estrutural de (+)-44 foi realizada através da análise dos dados de RMN, IV, EMBR e EMAR. A atribuição inequívoca dos sinais presentes nos espectros de RMN de 1H e de 13 C mostrada na Figura 8 e a determinação da configuração do centro assimétrico formado durante a contração de anel foram realizadas com o auxílio das técnicas de COSY, HSQC e NOESY 2D. 2,04 (dd) 3,54 (tdd) H 3,69 (s) Me 5,17 (t) 1,90-2,09 (m) H Me0,85 (d) H 1,71-1,79 (m) H 1,87 (dd) MeO2C H H 0,91 (s) H H H 2,26-2,33 (m) 1,19-1,48 (m) (+)-44 H H 1,19-1,48 (m) 1,19-1,48 (m) H 153,7 51,7 MeO2C 176,1 H H 1,19-1,48 (m) 47,5 16,9 H Me 42,9 117,0 49,6 25,8 H H (+)-44 H H 44,0 26,7 16,5 Me H 30,3 H H Figura 8. Atribuições dos sinais de RMN de 1H e de 13C do produto de contração (+)-44. Podemos destacar no espectro de RMN de 1H alguns sinais característicos do produto de contração tais como os sinais em δ 3,69 (s; 3H) e δ 3,54 (tdd; J = 8,67; 4,01 e 1,78 Hz; 1H), 71 Parte 1 atribuídos respectivamente ao grupo metoxila e ao hidrogênio α-carbonílico. No espectro de RMN de 13 C, o surgimento dos sinais em δ 176,1 e δ 51,7, referentes respectivamente aos grupos carbonila e metoxila, assim como, o desaparecimento do sinal em δ 199,7, relativo à carbonila do grupo cetona do material de partida, foram fortes indícios para a formação do produto de contração. A Figura 9 mostra as principais correlações observadas no espectro de NOESY 2D. A forte correlação entre o hidrogênio α-carbonílico e o grupo metila ligado à junção dos anéis indica que estes dois grupos possuem uma relação cis. Logo, considerando o composto opticamente ativo (+)-44, a configuração do centro assimétrico criado durante a reação de contração de anel foi determinada como sendo R. H Me H H H MeO2C H H Me H H H H H Figura 9. Principais correlações de NOE do produto (+)-44 O espectro de IV apresentou uma banda intensa em 1740 cm-1 relativa à deformação axial da ligação C=O conjugada à ligação dupla C=C. No espectro de massas de baixa resolução, o sinal do íon molecular foi observado em m/z 208 com intensidade de 19% do sinal base em m/z 149. No espectro de massas de alta resolução foi possível observar o sinal correspondente ao aduto (+)-44 protonado (EMAR calc. para [C13H20O2 + H]+: 209,1536. Encontrado: 209,1535). O mecanismo proposto no Esquema 36, baseado nos mecanismos sugeridos para as reações de contração de ciclo-hexanonas137 e trans-2-decalonas94, pode explicar a diastereosseletividade da reação de contração de anel da octalona 43 promovida por TTN. Primeiramente, o enol-éter 99 seria formado através de um equilíbrio ceto-enólico. O íon talônio 100 seria obtido a partir da complexação do tálio(III) com a ligação dupla de maior densidade eletrônica presente em 99. A abertura trans-diaxial de 100 seria promovida pelo ataque nucleofílico de uma molécula de metanol e forneceria 101. A saída de tálio(I) ocorreria pelo ataque intramolecular do oxigênio metoxílico para formar o íon oxônio 102. Este último, por sua vez, 72 Resultados e Discussão sofreria rearranjo para dar origem ao intermediário 103, que levaria ao produto desejado 44. A reação de contração promovida por iodo(III) ocorreria através de um mecanismo análogo. Entretanto, a acidez do meio reacional provocaria a isomerização do produto. Esquema 36 Me Me Me Me TMOF O X -X- X = ONO2 Me X Tl MeOH 101 MeO - TlX -X- O Me Me 102 Me Me Me + H2O, - MeOH, - H+ MeO 100 Me MeO MeO Me Me Me - H+ OMe MeO 99 X Me TlX3 MeO 43 X Tl MeO2C 44 103 Nas condições que empregaram apenas TMOF como solvente, o metanol consumido durante o rearranjo foi produzido pela reação entre TMOF e água, que é proveniente do sal de tálio(III) tri-hidratado.138 Partindo do pressuposto que a contração de anel da octalona 43 ocorra pelo ataque do reagente de tálio(III) ao enol-éter cinético (99) formado in situ, o baixo rendimento obtido para o produto 44 poderia ser explicado pela formação preferencial do enol-éter termodinâmico (104), mostrado na Figura 10. MeO MeO 100 104 enol éter termodinâmico enol éter cinético Figura 10. Dois possíveis enol-éteres formados a partir de 43. Uma vez que os protocolos conhecidos para preparação de enol-éteres metílicos a partir de octalonas levam ao produto termodinâmico,86,139,140 concluímos que não seria possível preparar 73 Parte 1 de maneira eficiente o enol-éter metílico favorecido cineticamente (99). Assim, optamos por produzir o enol-éter de silício 105 através de um procedimento adaptado de métodos encontrados na literatura.141,142 Em um primeiro momento, a octalona (+)-43 foi tratada sob temperatura reduzida com 2 equivalentes de LiHMDS para a formação preferencial do enolato de lítio cinético. Em seguida, a adição de 2,2 equivalentes de clorotrimetilsilano (TMSCl) forneceu exclusivamente o enol-éter de silício desejado 105 (Esquema 37). Esquema 37 i) LiHMDS (2 eq.), THF - 78 °C, 30 min ii) TMSCl (2,2 eq.), THF - 78 °C à t.a., 19 h O TMSO (+)-43 A elevada instabilidade 105 de 105 impediu a obtenção da maioria dos dados espectroscópicos, exceto o RMN de 1H que foi obtido imediatamente após a preparação de uma solução do produto em clorofórmio deuterado. Desta forma, a formação do composto 105 foi indicada pela presença dos sinais em δ 4,68-4,74 (m; 1H) e δ 5,30-5,33 (m; 1H), atribuídos aos hidrogênios olefínicos do produto. A obtenção do enol-éter de silício cinético foi confirmada através da comparação entre os valores típicos dos deslocamentos químicos de hidrogênios olefínicos de enol-éteres cinéticos e termodinâmicos encontrados na literatura.86,139-143 O composto 105 foi submetido à oxidação com TTN sem purificação prévia (Esquema 38). O produto majoritário desta reação foi o composto (+)-106, formado com rendimento de 42%, enquanto que o produto de contração (+)-44 foi obtido como produto minoritário, com rendimento de 35%. 74 Resultados e Discussão Esquema 38 TTN.3H2O (1,1 eq.) TMOF/MeOH 4:3 0 °C, 1 h O + MeO 7 mL/1 mmol TMSO O (+)-44 (35%) [α]D25 + 56,2 (c 1,0; CHCl3) 105 (+)-106 (42%) [α]25D + 12,3 (c 1,1; CHCl3) "rendimentos calculados a partir de (+)-43" O Esquema 39 mostra o mecanismo proposto para a formação do produto principal (+)106. O reagente de tálio(III) seria complexado com o substrato 105 levando ao íon talônio 107 que, em seguida, daria origem ao intermediário 108. O produto (+)-106 seria formado a partir da eliminação de um próton e redução de tálio(III) ao tálio(I). Esquema 39 X TMSO TlX3 X -X- X X = ONO2 105 Tl Me3Si O 107 - Me3SiOMe - H+ X H Tl O 108 MeOH - H+ - TlX - X- O (+)-106 O enantiômero levógiro da dienona 106, [α]24D = - 12,4 (c = 1,0; CHCl3), é um trinorsesquiterpeno de ocorrência natural isolado a partir da planta Senecio Humillimus e cuja configuração absoluta foi sugerida como sendo (S,S) com base na configuração de outros produtos naturais relacionados.144 Entretanto, uma vez que as etapas mostradas nos Esquemas 37 e 38 não alteram os centros assimétricos presentes em (+)-43, a configuração do enantiômero (+)-106 é (S,S). Logo, podemos concluir que a configuração absoluta do produto natural (-)-106 é na verdade (R,R). Quando a octalona racêmica (±)-46 foi utilizada como substrato, as reações mostradas nos Esquemas 37 e 38 forneceram resultados semelhantes aos descritos acima. As estruturas dos 75 Parte 1 \produtos (±)-106 e (+)-106 foram confirmadas pela análise dos dados de RMN e comparação com a literatura.144 Na Parte Experimental desta Tese optamos por colocar apenas os espectros de RMN do produto opticamente ativo (+)-106, visto que estes são idênticos aos espetros obtidos para o material racêmico. Assim, no espectro de RMN de 1H, os sinais em δ 6,09 (s; 1H), δ 6,24 (dd; J = 10 e 1,2 Hz; 1H) e δ 7,06 (d; J = 10 Hz; 1H ) correspondem aos hidrogênios olefínicos de 106. No espectro de RMN de 13 C, podemos observar o efeito de blindagem sofrido pelo sinal referente ao carbono carbonílico: que foi deslocado de δ 199,6 (sinal presente no espectro da octalona 43) para δ 186,7. Os sinais em δ 169,1 e em δ 124,2 são atribuídos aos carbonos olefínicos da ligação dupla trissubstituída, sendo que o primeiro se refere ao carbono não hidrogenado. Já os sinais em δ 155,9 e δ 127,5 são relativos ao carbono β e ao carbono α da ligação dupla dissubstituída, respectivamente. O espectro de RMN de DEPT 135 foi obtido para auxiliar na atribuição dos sinais de RMN de 13C. 3.5. A utilização do produto de contração (+)-44 para a preparação da metil-cetona 48 Nesta etapa do trabalho decidimos realizar a hidrogenação do produto de contração (+)-44 ao invés de transformá-lo no intermediário 49, como planejado anteriormente (Reveja o Esquema 13). No primeiro teste visando à hidrogenação do éster (+)-44 foram empregados 10% g/g de catalisador de Pd-C, metanol como solvente e pressão do gás hidrogênio entre 1,2 e 1,5 atm. A reação foi mantida sob agitação vigorosa por 1,5 h, assim, após filtração da mistura reacional e evaporação do solvente, o produto (+)-109 foi isolado juntamente com pequena quantidade do material de partida (proporção de 14:1, respectivamente) e com rendimento de 70% (Tabela 11, entrada 1). Ao utilizar pressão de 1 atm e 20% g/g de catalisador, mantendo-se a agitação por 3,5 h, todo o material de partida foi consumido e o rendimento do produto (+)-109 foi de 94% (entrada 2). A substituição do solvente da reação por etanol levou a um resultado semelhante ao obtido com metanol (entrada 3). A reação não se completou após 3,5 h quando acetato de etila foi utilizado como solvente, sendo possível isolar uma mistura do produto (+)-109 e do material de 76 Resultados e Discussão partida na proporção de 3:1. O rendimento aproximado de 97% foi calculado considerando a conversão total do reagente no produto esperado (entrada 4). O aumento da pressão do gás hidrogênio não alterou a diastereosseletividade da reação, uma vez que o produto (+)-109 foi obtido com rendimento de 95% sob pressão de 6 atm (entrada 5). A redução da quantidade de catalisador para 10% g/g de Pd-C, empregando pressão de 2,5 atm, forneceu o produto (+)-109 com rendimento de 96% (entrada 6). Quando a quantidade de catalisador foi diminuída para 5% ocorreu uma pequena variação deste rendimento (entrada 7). Tabela 11: Resultados obtidos durante a hidrogenação de (+)-44. O Pd-C, H2(g) , t.a. MeO O MeO (+)-44 H (+)-109 [α]25D + 25,9 (c 0,85; CHCl3) Entrada Condições reacionais Produto (Rendimento)c 1 10% Pd-C, MeOH, 1,2-1,5 atm, 1,5 ha (+)-109/(+)-44 14:1 (70%) 2 20% Pd-C, MeOH, 1 atm, 3,5 hb (+)-109 (94%) 3 20% Pd-C, EtOH, 1 atm, 3,5 hb (+)-109 (96%) 4 20% Pd-C, AcOEt, 1 atm, 3,5 hb (+)-109/(+)-44 3:1 (97%) 5 20% Pd-C, MeOH, 6 atm, 3,5 ha (+)-109 (95%) 6 10% Pd-C, MeOH, 2,5 atm, 3,5 ha (+)-109 (96%) 7 5% Pd-C, MeOH, 2,5 atm, 3,5 ha (+)-109 (94%) a A reação foi conduzida em um hidrogenador. bUma bexiga com hidrogênio que foi ligada ao balão contendo a reação. Rendimento do produto bruto. c A diastereosseletividade da formação do esqueleto cis-hidrindânico em (+)-109, observada em todas as condições reacionais testadas, pode ser explicada pela adição preferencial de hidrogênio à face convexa do material de partida (+)-44, menos estericamente impedida que a face côncava. O éster (+)-109 foi obtido com ótima pureza a partir das reações de hidrogenação, exceto sob as condições descritas nas entradas 1 e 4, não sendo necessária sua purificação para dar 77 Parte 1 continuidade à rota sintética. Logo, apenas uma pequena fração deste material foi purificada por meio de coluna cromatográfica para ser utilizada na obtenção dos dados analíticos. No espectro de RMN de 1H do composto (+)-109 observou-se a ausência do sinal referente ao hidrogênio olefínico do material de partida. O sinal relativo ao hidrogênio α-carbonílico apareceu em δ 2,85 (dddd; J = 11,4; 9,5; 8,8 e 5,3 Hz; 1H). O sucesso da reação de hidrogenação foi confirmado através do espectro de RMN de 13 C, onde se verificou o desaparecimento dos sinais referentes aos carbonos olefínicos do material de partida. O espectro de IV mostrou uma banda intensa de deformação axial da ligação C=O em 1737 cm-1. No espectro de massas de baixa resolução foi possível observar o sinal do íon molecular em m/z 210 com intensidade de 11% do sinal base (m/z 81). O sinal correspondente ao aduto (+)-109 protonado (EMAR calc. para [C13H22O2 + H]+: 211,1693. Encontrado: 211,1689), foi observado no espectro de massas de alta resolução. O éster (+)-109 foi dissolvido em MeOH e tratado com solução aquosa de KOH (10% m/v) para dar origem ao seu correspondente ácido carboxílico (+)-110, após 5 h de reação (Esquema 40). Esquema 40 KOH (10% m/v)/ MeOH 1:1 t.a., 5 h O MeO O HO H (+)-109 H (+)-110 [α]25D + 18,7 (c 0,42; CHCl3) O composto (+)-110 foi obtido com pureza suficiente para a realização da reação seguinte. Entretanto, uma pequena parte deste material foi submetida à purificação por coluna cromatográfica e utilizado para as análises espectroscópicas e determinação da rotação específica. A principal característica observada nos espectros de RMN de 1H e de 13 C que confirma a formação do composto (+)-110 foi o desaparecimento dos sinais referentes à metoxila do material de partida (+)-109. Uma banda larga e intensa relativa à deformação axial de ligações O-H de 78 Resultados e Discussão -1 dímeros do ácido carboxílico foi observada entre 3300-2500 cm no espectro de IV, ao mesmo tempo em que a banda de deformação axial da carbonila foi observada em 1696 cm-1. O sinal do íon molecular em m/z 196 apresentou intensidade de 14% do sinal base (m/z 81) no espectro de massas de baixa resolução. Finalmente, o sucesso da reação de hidrólise foi confirmado pela observação do sinal referente ao aduto de (+)-110 cationizado com sódio no espectro de massas de alta resolução (EMAR calc. para [C12H20O2 + Na]+: 219,1356. Encontrado: 219,1358). A configuração cis do esqueleto hidrindânico dos compostos (+)-109 e (+)-110 foi confirmada por comparação do deslocamento químico apresentado pelos hidrogênios do grupo metila ligado à junção dos anéis. Estes hidrogênios aparecem entre δ 0,85 e δ 1,05 nos sistemas hidrindânicos contendo configuração cis e entre δ 0,60 e δ 0,80 nos que apresentam configuração trans.58,94,95,127 A Figura 11 apresenta os principais sinais observados nos espectros de RMN de 1H dos compostos cis-hidrindânicos (+)-109 e (+)-110 e do composto trans-hidrindânico 111 preparado anteriormente no nosso grupo de pesquisa.94,127 3.67 (s) MeO H 2,85 (dddd; J = 11,4; 9,5; 8,8; 5,3 Hz) (+)-109 0,62 (s) 0,89 (s) O O 0,84 (d; J = 5,9 Hz) 0,78 (d; J = 6,9 Hz) 0,79 (d; J = 7,0 Hz) 0,88 (s) O HO H 2,90 (dddd; J = 11,5; 9,5; 8,9; 5,2 Hz) (+)-110 HO 2,83-2,99 (m) H 111 Figura 11. Principais sinais observados nos espectros de RMN de 1H dos compostos (+)-109, (+)-110 e 11194,127. Antes de dar continuidade à rota sintética, decidimos testar a etapa de formação da metilcetona utilizando o composto modelo 112, que estava disponível no laboratório. Assim, empregando um procedimento adaptado da literatura,145 o ácido 112 foi dissolvido em éter dietílico e tratado com 3 equivalentes de metil-lítio a temperatura ambiente. Após refluxo por 2,5 h, a adição de água levou à cetona 113 e ao álcool terciário 114 com rendimentos de 83% e 10%, respectivamente (Esquema 41). A metil-cetona 113 foi obtida na forma de uma mistura de diastereoisômeros trans:cis na proporção de 19:1. 79 Parte 1 Esquema 41 i) MeLi (3 eq.), Et2O refluxo, 2,5 h ii) H2O, 0 °C, 10 min O HO HO O + H 114 (10%) H 113 (83%) trans:cis 19:1 H 112 A Figura 12 mostra os principais sinais observados nos espectros de RMN de 1H do material de partida 11294,127 e dos produtos 113 e 114. Contudo, no espectro da mistura 113 foi possível observar apenas os sinais referentes ao isômero majoritário. 2,83-2,93 (m) 0,71 (s) 0,78 (s) 2,97-3,07 (m) O 2,07-2,19 (m) O 0,76 (s) HO 1,15 (s) HO 2,14 (s) H 112 1,18 (s) H trans-113 H 114 Figura 12. Principais sinais observados nos espectros de RMN de 1H dos compostos 11294,127, 113 e 114. A proporção diastereoisomérica da mistura 113 foi determinada através da análise por CGEM. Entretanto, uma vez que não foi possível detectar os sinais referentes ao isômero minoritário no espectro de RMN de 1H, a configuração dos isômeros foi sugerida através da comparação do espectro de RMN de 13 C da mistura com os dados presentes na literatura para o material de partida 112.94,127 A configuração relativa do álcool terciário 114 foi proposta como sendo trans também através da comparação dos dados de RMN de 13C. A Figura 13 mostra as atribuições dos sinais referentes a cada um destes compostos. 16,6 O 184,0 HO 41,4 39,3 32,1 O 211,1 28,8 48,0** 30,3 41,5 47,3** H 25,5* trans-113 21,6 39,6 O 212,5 26,4* 29,9 26,3* * os sinais podem estar trocados ** os sinais podem estar trocados H 25,3* 112 17,4 38,9 21,5 47,4 16,9 44,2 38,7 45,1 39,2 41,9 51,4 54,2 24,9* H 25,2* cis-113 21,4 26,3* HO 28,3* 27,0* 17,0 39,3 43,4 73,0 41,1 48,0** 46,1** 21,7 26,7* 30,1 H 25,8* 114 Figura 13. Comparação entre os dados de RMN de 13C dos compostos 11294,127, 113 e 114. 80 Resultados e Discussão Utilizando-se um procedimento análogo ao que foi descrito no Esquema 41, mas reduzindo a quantidade de metil-lítio e fazendo sua adição sob temperatura reduzida (0 °C), o ácido carboxílico (+)-110 deu origem à cetona 48 e ao álcool terciário 115 com rendimentos de 91% e 5%, respectivamente (Esquema 42). Estes rendimentos foram calculados com base na massa inicial do éster (+)-109. A metil-cetona 48 foi obtida na forma de uma mistura de epímeros trans:cis na proporção de 7:1. Esquema 42 i) MeLi (2,3 eq.), Et2O refluxo, 2,5 h ii) H2O, 0 °C, 10 min O HO O HO + H (+)-110 H 48 (91%, duas etapas) trans:cis 7:1 H 115 (5%, duas etapas) A proporção epimérica do produto 48 foi determinada através de CG-EM e RMN de 1H. A relação trans entre o grupo metil-cetona e os demais substituintes do produto majoritário foi sugerida com base na configuração do material de partida (+)-110 e através da comparação dos espectros de RMN da mistura 48 com os dados encontrados na literatura para o composto trans48 racêmico.58 Os sinais que mais se distinguiram nos espectros de RMN de 1H dos produtos 48 e 115 foram listados na Figura 14. Dentre eles, podemos destacar os singletos em δ 2,15 e δ 2,14 atribuídos aos hidrogênios dos grupos metil-cetona dos epímeros majoritário e minoritário de 48, respectivamente. Apesar de se tratarem de grupos pró-quirais, as duas metilas carbinólicas de 115 apresentaram o mesmo deslocamento químico (δ 1,18). 0,89 (s) O 0,77 (d; J = 6,6 Hz) 0,89 (s) O 0,80 (d; J = 6,6 Hz) 0,90 (s) 0,78 (d; J = 3,9 Hz) HO 1,18 (s) 2,15 (s) H 2,89-3,06 (m) trans-48 2,14 (s) H cis-48 1,18 (s) 2,03-2,11 (m) H 115 Figura 14. Principais sinais observados nos espectros de RMN de 1H dos compostos 48 e 115. 81 Parte 1 A formação de 48 foi confirmada pela análise do espectro de RMN de 13 C, onde se observou o efeito de desblindagem sofrido pelo carbono carbonílico, cujo sinal foi deslocado de δ 182,5 (presente no espectro de 110) para δ 211,1. Os sinais referentes ao isômero minoritário puderam ser facilmente identificados neste espectro. No espectro de IV foi possível observar a banda relativa à deformação axial da ligação carbonílica em 1711 cm-1. Através de CG-EM foram obtidos os espectros de massas de baixa resolução de ambos os epímeros de 48, sendo que as intensidades relativas do sinal referente ao íon molecular m/z 196 foram de 0,3% e 2% para o isômero majoritário e o minoritário, respectivamente. O espectro de massas de alta resolução apresentou o sinal correspondente ao aduto 48 protonado (EMAR calc. para [C13H22O + H]+: 195,1743. Encontrado: 195,1741). No espectro de RMN de 13 C do álcool 115 foi possível observar o sinal em δ 71,9 atribuído ao carbono carbinólico e o desaparecimento do sinal relativo à carbonila do material de partida. O centro da banda larga relativa à deformação axial da ligação O-H foi observado em 3420 cm-1 no espectro de IV. O sinal do íon molecular não apareceu no espectro de massas de baixa resolução, onde o fragmento observado de maior massa foi aquele referente à perda de um grupo metila (m/z 195). No espectro de massas de alta resolução foi possível observar o sinal correspondente a 115 cationizado com sódio (EMAR calc. para [C14H26O + Na]+: 233,1881. Encontrado: 233,1885). Uma vez que a estratégia empregada para a preparação da cetona 48 através dos intermediários (+)-110 e (+)-109 proporcionou ótimos resultados, decidimos não investir na rota sintética proposta inicialmente que sugeria a obtenção de 48 a partir do intermediário 49 (Esquema 13). 3.6. Construção diastereosseletiva do centro quaternário em C-7 A reação de 48 com 3 equivalentes de hexametildisilazano (HMDS) e 2 equivalentes de iodotrimetilsilano (TMSI), sob temperatura reduzida, levou ao enol-éter de silício 47 (Esquema 42).58,72,98,99 Esta condição reacional foi escolhida por favorecer a formação do éter enólico termodinâmico, não sendo observada a formação do éter enólico cinético. 82 Resultados e Discussão Esquema 43 HMDS (3 eq.) TMSI (2 eq.), CH2Cl2 - 40 à 0 °C, 40 min O TMSO H 47 H 48 trans:cis 7:1 Devido à instabilidade de 47, os dados de RMN de 1H foram obtidos imediatamente após a preparação de uma solução deste material bruto em clorofórmio deuterado, não sendo possível realizar o experimento de RMN de 13C. Analisando o espectro de RMN de 1H, podemos verificar a ausência dos sinais referentes aos hidrogênios α-carbonílicos do material de partida e a presença de um singleto em δ 1,72 atribuído ao grupo metil alílico de 47. Para evitar a decomposição do intermediário 47 durante processos de purificação por cromatografia em coluna, o material bruto foi filtrado rapidamente na presença de pequena quantidade de sílica gel. Assim, após evaporação do pentano utilizado para a lavagem, o resíduo foi obtido com pureza suficiente para ser empregado na próxima etapa sintética. É importante destacar que quando a etapa seguinte foi realizada sem a filtração prévia do material de partida, observou-se a formação de uma mistura complexa de produtos, em lugar do produto esperado. O tratamento de 47 com 3 equivalentes de metil-lítio em THF, sob temperatura reduzida, proporcionou a troca silício-lítio. Em seguida, a carboxilação do enolato de lítio foi realizada pela adição lenta de 3,3 equivalentes de cianoformiato de metila. Desta forma, empregando um procedimento adaptado dos demais encontrados na literatura,58,72,98,99 o produto (+)-46 foi isolado com rendimento de 64%, calculado a partir de 48 (Esquema 44). 83 Parte 1 Esquema 44 i) MeLi (3 eq.), THF - 40 à 0 °C, 20 min ii) CNCO2Me (3,3 eq.), THF - 40 à 0 °C, 1 h TMSO O MeO 7 H O (+)-46 (64%, partindo de 48) H 47 [α]25D + 60,8 (c 1,0; CHCl3) O Esquema 45 mostra o mecanismo proposto para a reação de carboxilação partindo do enol-éter de silício 47. Inicialmente, ocorreria a troca silício-lítio pelo tratamento de 47 com metillítio, levando ao enolato de lítio 116. O ataque do par de elétrons da ligação dupla do enolato 116 ao cianoformiato de metila forneceria o intermediário 117. Finalmente, o produto (+)-46 seria obtido a partir de 117 pela eliminação de cianeto de lítio. Esquema 45 O H NC O Li O O 116 O H MeO NC Li 47 H MeLi TMSO - LiCN OMe 117 H MeO O 46 A diastereosseletividade da formação deste centro quaternário em C-7 se deve à conformação mais estável assumida pelo enolato de lítio 116 (Figura 15). No qual a carboxilação ocorre pela face convexa, estericamente menos impedida que a face côncava. H LiO Figura 15. Conformação do enolato de lítio 116. 84 Resultados e Discussão 1 As atribuições dos sinais presentes nos espectros de RMN de H e de 13 C do composto (+)-46 foram feitas com o auxílio de experimentos de COSY, HSQC e NOESY 2D. Estas atribuições estão indicadas na Figura 16, juntamente com quatro importantes interações observadas no espectro de NOESY. 0,91 (s) Me 1,75 (d) H 2,30 (t) H O H 2,52 (d) 3,72 (s) MeO H 2,11-2,16 (m) 19,4 1,15-1,21 (m) H 0,77 (s) Me H H H 1,32-1,37 (m) 1,02-1,10 (m) Me H O 2,13 (s) 1,53-1,56 (m) 1,87-1,93 (m) H H H Me H 43,5H O44,0 H 35,3 52,6 174,6 H MeO 64,4 H H 46,2 1,42-1,46 (m) (+)-46 Me 32,9 H 23,5 (+)-46 Figura 16. Atribuições dos sinais de RMN de 1H e de H H H Me H O H Me H H H H O MeO O H 30,5 203,7 26,5 H 16,3 H H H H 20,9 (+)-46 H H 13 C do intermediário (+)-46 e quatro principais interações encontradas no espectro de NOESY. Como principais indícios da formação do produto (+)-46, podemos destacar no espectro de RMN de 1H o singleto atribuído aos hidrogênios da metoxila do grupo éster (δ 3,72) e no espectro de RMN de 13 C os sinais referentes aos carbonos carbonílico (δ 174,6) e metoxílico (δ 52,6) deste grupo. O espectro de IV apresentou duas bandas de deformação axial de ligações C=O, sendo uma bem intensa em 1715 cm-1 e outra de intensidade média em 1745 cm-1. Com base nos valores típicos de número de onda podemos atribuir a primeira banda à carbonila do grupo cetona e a segunda à carbonila do grupo éster. No espectro de massas de baixa resolução o sinal do íon molecular (m/z 252) foi observado com intensidade relativa de 0,55% do sinal base (m/z 43). O sinal correspondente ao aduto (+)-46 cationizado com sódio (EMAR calc. para [C15H24O3 + Na]+: 275,1618. Encontrado: 275,1628) foi observado no espectro de massas de alta resolução. A configuração do centro quaternário em C-7 do intermediário (+)-46 foi sugerida como sendo R por comparação dos espectros de RMN com os dados encontrados na literatura para o material racêmico.58 85 Parte 1 3.7. Reação de α-hidroxilação da metil-cetona (+)-46 Após a preparação do intermediário avançado (+)-46, decidimos modificar a proposta apresentada no Esquema 13 para a finalização da síntese da (+)-baquenolida A, (+)-1. Desta forma, a rota sintética alternativa incluiria uma reação de α-hidroxilação do grupo metil-cetona de 146-148 (+)-46, utilizando como oxidante um reagente de iodo hipervalente, seguida por lactonização in situ levando ao composto 118. A (+)-baquenolida A, (+)-1, seria finalmente obtida a partir da lactona 118 por meio de olefinação de Wittig (Esquema 46). Esquema 46 O O MeO iodo (III) O H O Ph3P=CH2, THF, 0 °C O (+)-46 O Olefinação de Wittig O H H 118 (+)-Baquenolida A, (+)-1 As duas primeiras tentativas para realizar a reação de α-hidroxilação do grupo metil-cetona presente em (+)-46, utilizando HTIB147 ou PIFA146, levaram à recuperação do material de partida (Esquema 47). Esquema 47 HTIB (1,2 eq.) DMSO/H2O 20:1, t.a., 24 h O recuperação do material de partida MeO O H PIFA (2 eq.), TFA (2 eq.) MeCN/H2O 5:1, refluxo, 3 h (+)-46 O tratamento de (+)-46 com 1,1 equivalentes de DIB 148 recuperação do material de partida , em presença de 3 equivalentes de hidróxido de potássio e utilizando metanol como solvente, forneceu o acetal 119 com rendimento de 47% e após 24 h de reação (Esquema 48). 86 Resultados e Discussão Esquema 48 O O DIB (1,1 eq.), KOH (3 eq.) MeOH, 0 °C à t.a., 24 h MeO O H (+)-46 O MeO OMe H 119 (47%) A estrutura de 119 foi sugerida através da análise dos dados de RMN de CG-EM. No espectro de RMN de 1H, observou-se a ausência dos singletos atribuídos aos hidrogênios dos grupos metoxila e metil-cetona de (+)-46. A presença dos dubletos em δ 3,98 (d; J = 9,9 Hz; 1H) e em δ 4,13 (d; J = 9,9 Hz; 1H), referentes ao grupo metilênico do anel espiro-lactônico, e dos singletos em δ 3,35 (s; 3H) e δ 3,39 (s; 3H), atribuídos aos hidrogênios do grupo acetal, indicam a formação de 119. Alguns aspectos importantes confirmam a estrutura de 119 através do seu espectro de RMN de 13 C: o desaparecimento dos sinais em δ 203,7 e δ 52,6 que correspondem respectivamente aos carbonos dos grupos cetona e metoxila do material de partida; a presença dos sinais relativos ao carbono quaternário (δ 104,9) e às metoxilas (δ 50,4 e δ 50,3) do grupo acetal; o surgimento de um sinal em δ 67,4 atribuído ao carbono metilênico do anel espirolactônico; e o efeito de blindagem sofrido pelo sinal referente ao carbono espiro, evidenciado pelo deslocamento do sinal de δ 64,4 (em 46) para δ 55,1. O espectro de massas de baixa resolução apresentou o sinal do íon molecular em m/z 282 com intensidade de 29% em relação ao sinal base. O mecanismo para a formação de 119 foi proposto de acordo com o mecanismo sugerido para a reação de α-hidroxilação mediada por DIB descrito na literatura.148 Primeiramente, o reagente de iodo hipervalente reagiria com 2 equivalentes molares de hidróxido de potássio, formando in situ iodosobenzeno, como mostrado na Equação 1. PhI(OAc)2 + 2 HO- PhI=O + 87 2 AcO- + H2O Equação 1 Parte 1 O substrato (+)-46 reagiria com o terceiro equivalente de hidróxido de potássio dando origem ao enolato 120, que levaria ao intermediário 121 pela reação com o iodosobenzeno. O intermediário tipo-epóxido 122 seria formado a partir de 121 e daria origem a 123 por uma reação de abertura do anel de três membros. Finalmente, 119 seria formado pela lactonização in situ de 123 (Esquema 49). Esquema 49 O O MeO - H 2O H HO O - - HO- PhI H (+)-46 O MeO MeO H OPhI O Ph 120 I O OH 121 O O MeO MeO MeO- H OMe O H - MeOH O HO MeO H O OMe H 122 MeO OMe H MeO OMe H 119 123 MeO- Como a lactona 118 seria obtida pela hidrólise do grupo acetal de 119, tentou-se preparála em apenas uma etapa a partir do intermediário (+)-46. Assim, foi feita novamente a oxidação de (+)-46 empregando DIB.148 Após completado o tempo de reação, adicionou-se lentamente solução de ácido clorídrico 5% (v/v) e manteve-se a mistura reacional sob agitação por 24 h. Esta metodologia não levou ao produto esperado, sendo possível isolar apenas a cetona 48 como uma mistura de diastereoisômeros cis:trans 2:1 e com rendimento de 68% (Esquema 50). Esquema 50 O i) DIB (1,1 eq.), KOH (3 eq.) MeOH, 0 °C à t.a., 24 h ii) HCl 5%, 0 °C à t.a., 24 h MeO O O H H (+)-46 48 (68%) cis:trans 2:1 88 Resultados e Discussão 1 A análise do espectro de RMN de H e dos dados de CG-EM confirmaram a formação da cetona 48 a partir de (+)-46. A proporção diastereoisomérica foi determinada pela comparação com os dados adquiridos anteriormente (Figura 14). Provavelmente no momento da adição da solução de ácido clorídrico o intermediário 119 ainda não havia sido formado. Logo, a cetona 48 foi obtida pela hidrólise do grupo éster de (+)-46 seguida por uma reação de descarboxilação. O mecanismo proposto para esta transformação foi ilustrado no Esquema 51. Esquema 51 O MeO O cat. H+ O H2O H O (+)-46 MeOH - CO2 HO O H O H H 124 H 48 (cis:trans 2:1) 125 Com base nos resultados descritos nos Esquemas 47, 48 e 50, decidimos testar a utilização de ácido o-iodosobenzóico (126) como oxidante durante a reação de α-hidroxilação do grupo metil-cetona de (+)-46. A oxidação do ácido o-iodobenzóico com metaperiodato de sódio em água levou ao composto 126149 com rendimento de 64%, após 16 h de refluxo (Esquema 52). Apesar de ser encontrado comercialmente, este reagente de iodo(III) foi preparado devido a sua indisponibilidade no laboratório e ao elevado preço quando comparado com o material de partida. Esquema 52 I I=O CO2H NaIO4 (2,2 eq.), H2O Refluxo, 16 h CO2H 126 (64%) A formação do reagente de 126 foi confirmada pela comparação do ponto de fusão e do espectro de IV com os dados da literatura.149 Considerando o trabalho e tempo necessários para preparar o intermediário (+)-46, resolvemos testar o procedimento da α-hidroxilação mediada por 126 utilizando acetofenona (127) 89 Parte 1 como substrato, exatamente como descrito na literatura (Esquema 53).150 Esta reação foi feita para verificar a qualidade do reagente de iodo(III) preparado. Assim, o substrato 127 foi oxidado com 1,1 equivalentes de 126, em presença de 3 equivalentes de hidróxido de potássio e metanol como solvente. Esta reação deu origem a uma mistura contendo o α-hidróxi-acetal 128 como produto majoritário, contaminado com α-hidróxi-acetofenona (129). O acetal 128 foi totalmente convertido no produto 129 pelo tratamento com solução de ácido sulfúrico 5% (v/v) em diclorometano, sob temperatura reduzida. Esquema 53 O 126 (1,1 eq.) KOH (3 eq.), MeOH 0 °C à t.a., 20 h H3CO OCH3 O H2SO4 5%, CH2Cl2 0 °C, 30 min OH OH 128 127 129 (48%, duas etapas) Em seguida, a reação de α-hidroxilação de 127 foi testada empregando um procedimento “one-pot”, como mostrado no Esquema 54. Desta forma, o substrato foi oxidado sob as mesmas condições descritas na primeira etapa do Esquema 53 e o acetal 128 foi hidrolisado in situ, após a adição de solução de ácido sulfúrico 5% (v/v). Nestas condições, 129 foi preparado com rendimento de 54%. Esquema 54 O i) 126 (1,1 eq.), KOH (3 eq.) MeOH, 0 °C à t.a., 20 h ii) H2SO4 5%, 0 °C à t.a., 18 h 127 O OH 129 (54%) A formação de 129 foi confirmada através da comparação do ponto de fusão e dos espectros de RMN de 1H e de 13C com os dados encontrados na literatura.150 Finalizados os testes de reatividade empregando acetofenona (127), o intermediário (+)-46 foi submetido às mesmas condições descritas na primeira etapa do Esquema 53. Entretanto, mesmo após 48 h, não se observou reação, sendo possível apenas efetuar a recuperação do 90 Resultados e Discussão material de partida. Ao dobrar as quantidades dos reagentes ocorreu a formação de uma mistura complexa de produtos (Esquema 55). Esquema 55 126 (1,1 eq.), KOH (3 eq.) MeOH, 0°C à t.a., 48 h O recuperação do material de partida MeO H O 126 (2,2 eq.), KOH (6 eq.) MeOH, 0°C à t.a., 48 h (+)-46 mistura complexa Analisando todos os resultados discutidos acima, julgamos mais promissora a condição que empregou DIB como oxidante, mostrada no Esquema 48. Desta forma, resolvemos aumentar as quantidades dos reagentes para 2 equivalentes de DIB e 6 de hidróxido de potássio. Após 45 min de reação sob temperatura reduzida, foi possível verificar por meio de CG que todo material de partida havia sido consumido, com a formação de um produto majoritário. A adição de uma solução de ácido sulfúrico 5% (v/v) a 0 °C levou ao produto 130 com rendimento de 62%, após 35 min de reação (Esquema 56). Esquema 56 O i) DIB (2 eq.), KOH (6 eq.) MeOH, 0 °C, 45 min ii) H2SO4 5%, 0 °C, 35 min MeO O H (+)-46 O MeO HO H O 130 (62%) A formação do acetal como intermediário da reação mostrada no esquema anterior foi evidenciada pelos tempos de retenção diferentes apresentados pelo produto majoritário nos cromatogramas obtidos antes e depois da adição de ácido sulfúrico. A Figura 17 mostra as atribuições dos sinais de RMN de 1H e de 13 C do intermediário 130, realizadas através da comparação com as atribuições dos sinais do composto (+)-46 e com o auxílio do RMN de DEPT 135. Como principal característica do espectro de RMN de 1H podemos 91 Parte 1 ressaltar o desaparecimento do singleto referente ao grupo metil-cetona e a presença dos dubletos em δ 4,27 (d; J = 18,5 Hz; 1H) e em δ 4,36 (d; J = 18,5 Hz; 1H) atribuídos aos hidrogênios do grupo metilênico carbinólico e α-carbonílico. O carbono deste grupo foi observado em δ 66,4 no espectro de RMN de 13 C. No espectro de IV foram identificadas as bandas de deformação axial da ligação O-H (3490 cm-1), da ligação C=O do grupo éster (1752 cm-1) e da ligação C=O do grupo cetona (1716 cm-1). Não foi possível observar o sinal do íon molecular no espectro de massas de baixa resolução, mas sim um sinal referente à perda de uma molécula de metanol (m/z 236) com intensidade de 0,5% do sinal referente ao sinal base (m/z 123). No espectro de massas de alta resolução observou-se o sinal do íon molecular cationizado com sódio (EMAR calc. para [C15H24O4 + Na]+: 291,1567. Encontrado: 291,1574). 1,82 (d) 2,57 (d) 3,72 (s) O 0,92 (s) 52,9 173,8 MeO 1,03-1,58 206,7 66,4 H O 2,20 (dd) 2,31 (t) O MeO demais alifáticos 4,27 (d) 4,36 (d) HO 18,3 0,79 (d) HO 1,88-1,95 (m) 19,3 46,1 61,3 O 35,7 43,6 44,6 H 33,1 30,4 20,8 23,3 130 130 Figura 17. Atribuições dos sinais de RMN de 1H e de 13C do intermediário 130. Como o intermediário 130 não sofreu ciclização in situ sob as condições reacionais descritas no Esquema 56, este foi tratado com ácido trifluoroacético (TFA) para fornecer o composto (+)-118 com rendimento de 99% (Esquema 57).151 Logo, o rendimento global para a preparação de (+)-118 a partir de (+)-46 foi de 61% de rendimento. Esquema 57 O O TFA, CH2Cl2 t.a., 16,5 h MeO HO O O H O (+)-118 (99%) H 130 [α]25D + 43,1 (c 1,0; CHCl3) 92 Resultados e Discussão 1 Nos espectros de RMN de H e de 13 C do produto (+)-118, o desaparecimento dos sinais referentes ao grupo metoxila do material de partida é um forte indício do sucesso da reação de ciclização. As atribuições mostradas no Esquema 18 foram feitas com o auxílio do espectro de DEPT 135 e por comparação com as atribuições dos sinais de (+)-46. 2,11 (d) 1,79 (d) O 0,81 (d) 0,99 (s) 1,06-1,20 (m) O 4,62 (d) 4,69 (d) demais alifáticos 1,46-1,59 (m; 6H) 179,2 O O 72,4 O 210,6 H O 1,73-1,85 (m) 1,90-2,01 (m) 2,27-2,30 (m) 16,4 19,0 32,3 46,8 30,6 45,2 51,5 47,0 20,7 39,6 23,3 H (+)-118 (+)-118 Figura 18. Atribuições dos sinais de RMN de 1H e de 13C do intermediário (+)-118. A banda referente à deformação axial da ligação O-H do material de partida não foi observada no espectro de IV do produto ciclizado. Neste espectro foram detectadas as bandas de deformação axial da carbonila de γ-lactona (1794 cm-1) e da carbonila do grupo cetona contido no anel de cinco membros (1749 cm-1). Estes resultados estão de acordo com as absorções típicas de ligações C=O de γ-lactonas, que geralmente ocorrem entre 1760 cm-1 a 1795 cm-1, e de ciclopentanonas, observadas próximo a 1751 cm-1.152 No espectro de massas de baixa resolução, o sinal do íon molecular em m/z 236 foi observado com intensidade de 1% do sinal base (m/z 123). O sinal do aduto (+)-118 protonado foi identificado no espectro de massas de alta resolução (EMAR calc. para [C14H20O3 + H]+: 237,1485. Encontrado: 237,1488). 3.8. Finalização da síntese da (+)-baquenolida A, (+)-1 As olefinações de Wittig descritas na literatura para análogos do intermediário (+)-118 apresentam rendimentos entre 54% a 60%.56,72 Uma vez que estes rendimentos moderados resultam do impedimento estérico sofrido pela carbonila cetônica, que dificulta a aproximação da 93 Parte 1 ilida de fósforo, resolvemos testar a reação de olefinação de Tebbe, conhecida por proporcionar bons resultados para substratos pouco reativos ou estericamente impedidos.153-155 O reagente de Tebbe pode ser obtido a partir da reação entre dicloreto de titanoceno e 2 equivalentes de trimetil-alumínio, contudo, é estável em solução e disponível comercialmente (Esquema 58).153,155 Ao ser tratado com base de Lewis este reagente produz o metilideno de titanoceno, que além de ser capaz de reagir com aldeídos e cetonas, da mesma forma que as ilidas de fósforo, pode transformar ésteres, lactonas e amidas nos seus correspondentes enoléteres e enaminas.155 Esquema 58 Cl Ti Cl 2 AlMe3 - AlMe2Cl - CH4 Al Ti Cl Me Me base de Lewis - AlMe2Cl reagente de Tebbe dicloreto de titanoceno Ti CH2 metilideno de titanoceno Considerando que cetonas são mais reativas que lactonas esperávamos que a reação de olefinação do intermediário (+)-118 empregando apenas 1 equivalente do reagente de Tebbe poderia levar à (+)-baquenolida A, (+)-1, como produto principal. Assim, para testar o reagente adquirido comercialmente realizamos inicialmente a reação com a 1-tetralona (131), exatamente sob as mesmas condições reacionais descritas na literatura (Esquema 59).156 Como resultado deste teste o produto olefinado 132 foi obtido com rendimento de 66%, um pouco abaixo do rendimento de 73% descrito anteriormente para esta reação. Esquema 59 O H2 C Cp2Ti Cl AlMe2 (1 eq.) THF, 0 °C, 30 min 131 132 (66%) Entretanto, quando foram empregadas as mesmas condições reacionais para o substrato (+)-118 foi observada apenas a recuperação do material de partida parcialmente decomposto 94 Resultados e Discussão (Esquema 60). A realizar a reação empregando 4 equivalentes do reagente de Tebbe observou-se a formação de uma mistura de produtos onde foi possível identificar por CG a provável formação de pequena quantidade da (+)-baquenolida A (< 8%). Esquema 60 H2 C AlMe2 (1 eq.) Cl THF, 0 °C, 30 min Cp2Ti O O "recuperação do material de partida parcialmente decomposto" H O (+)-118 Uma vez que o intermediário (+)-118 não apresentou bons resultados ao ser tratado com o reagente de Tebbe, a finalização da síntese da (+)-baquenolida A, (+)-1, foi realizada através de uma reação de olefinação de Wittig. Quando a ilida de fósforo foi preparada empregando-se butillítio, o produto (+)-1 foi obtido com rendimento de apenas 20% (Tabela 12, entrada 1). A utilização de KHMDS como base levou a um rendimento de 55% (entrada 2). Finalmente, observou-se o aumento do rendimento para 62% quando NaHMDS foi empregado. (entrada 3). Tabela 12: Olefinação de Wittig do intermediário (+)-118. O O Ph3P=CH2, THF 0°C à t.a., 1 h O O O H H (+)-118 (+)-1 [α]25D + 16,9 (c 0,95; MeOH) Lit20 [α]20D + 17 (c 1,0; MeOH) Entrada 1 2 3 a Condições reacionais Rendimento de (+)-1 Ph3PCH3Br (4 eq.), BuLi (4 eq.) THF, 0 °C à t.a., 1 h Ph3PCH3Br (3,3 eq.), KHMDS (3 eq.) THF, 0 °C à t.a., 1 h Ph3PCH3Br (3,3 eq.), NaHMDS (3 eq.) THF, 0 °C à t.a., 1 h 20% 55%a 62%b Recuperação de 13% do material de partida. bRecuperação de 6% à 8% do material de partida. 95 Parte 1 A confirmação estrutural da baquenolida foi feita através da análise dos dados espectroscópicos e comparação com a literatura.15,58 As atribuições dos sinais presentes nos espectros de RMN de 1H e de 13 C, mostradas na Figura 19, foram realizadas com o auxílio dos espectros de DEPT 135, COSY e HSQC. O espectro de DEPT 135 foi obtido previamente, mas contém informações que também estão presentes no HSQC. 1,94-1,99 (m) O O 4,74 (dt) 4,80 (dt) 0,85 (d) 0,99 (s) 1,50-1,64 (m) 1,12-1,21 (m) 1,41-1,50 (m) 1,41-1,50 (m) H 1,50-1,64 (m) 5,03 (td) 2,24-2,30 (m) 5,11 (td) 1,94-1,99 (m) 2,09 (t) 182,6 O O 150,4 70,4 19,2 16,3 48,5 49,8 42,3 105,8 44,0 46,2 33,9 30,9 21,0 23,3 H (+)-1 (+)-1 Figura 19. Atribuições dos sinais de RMN de 1H e de 13C da (+)-baquenolida A, (+)-1. No espectro de RMN de 1H, os hidrogênios olefínicos de (+)-1 exibiram sinais em δ 5,03 (td; J = 2,2 e 0,7 Hz; 1H) e em δ 5,11 (td; J = 2,2 e 0,7 Hz; 1H). Os hidrogênios metilênicos do anel β-metilênico-γ-butirolactônico foram atribuídos aos sinais em δ 4,74 (dt; J = 12,8 e 2,2 Hz; 1H) e δ 4,80 (dt; J = 12,8 e 2,2 Hz; 1H). As principais características presentes no espectro de RMN de 13 C que indicam a formação de (+)-1 são o desaparecimento do sinal referente ao carbono do grupo cetona de (+)-118 e a presença dos sinais atribuídos aos carbonos olefínicos em δ 150,4 e em δ 105,8. No espectro de IV foi possível observar uma banda intensa em 1777 cm-1 relativa à deformação axial da ligação C=O do anel γ-butirolactônico. Foi possível observar o sinal do íon molecular (m/z 234) no espectro de massas de baixa resolução, cuja intensidade relativa foi de 1,8%. O sinal do íon molecular cationizado com sódio (EMAR calc. para [C15H22O2 + Na]+: 257,1512. Encontrado: 257,1509) foi identificado no espectro de massas de alta resolução, confirmando a obtenção da molécula alvo. 96 Conclusões 4. Conclusões O Esquema 61 resume a rota utilizada para a síntese assimétrica da (+)-baquenolida, (+)1, a partir da ciclo-hexano-1,3-diona, em 18 etapas e com rendimento global de 1,4%. Considerando a rota sintética a partir da cetona de Wieland-Miescher (+)-72, que é disponível comercialmente, a molécula alvo foi alcançada em 15 etapas e com rendimento global de 6,2%. A cetona (+)-72 foi utilizada para a preparação da octalona opticamente ativa (+)-43, aplicando a metodologia desenvolvida por Paquette (Esquema 19),86 com algumas adaptações. A principal delas foi a substituição de TTN por PIFA durante a desproteção do grupo tioacetal de 79. Outras modificações da metodologia original foram a redução do grupo mesilato de 78 empregando hidreto de lítio e alumínio no lugar de Super-hidreto e a separação dos isômeros 76 e 77 por meio de coluna cromatográfica. Inúmeras condições reacionais foram testadas com o objetivo de realizar a reação de contração de anel da octalona 43. Dentre os reagentes de iodo(III) empregados como oxidantes, DIB mostrou melhores resultados (Tabela 7). Contudo, melhores rendimentos foram obtidos quando TTN foi utilizado como oxidante. Além disso, condições reacionais mais diluídas favoreceram a formação do produto de contração 44 em detrimento de outros subprodutos (Tabela 10). As reações mediadas por TTN mostraram elevada diastereosseletividade ao passo que quando DIB foi utilizado como oxidante o produto de contração foi obtido como uma mistura de isômeros na proporção de 1:1. Também foram realizadas de maneira diastereosseletiva a reação de hidrogenação responsável pela construção da junção cis do esqueleto hidrindânico (Tabela 11) e a construção do centro quaternário em C-7 (Esquema 44). A finalização da síntese da molécula alvo (+)-1 foi efetuada por meio de uma reação de αhidroxilação do intermediário avançado (+)-46, seguida de ciclização e olefinação de Wittig. Esta síntese foi publicada juntamente com outros resultados obtidos pelo grupo de pesquisa a respeito das reações de contração de octalonas.157 97 Parte 1 Esquema 61 O O O KOH (1 eq.), MeI (1,1 eq.) MeOH/H2O 1:1, Refluxo, 17 h O (CH2SH)2 (1 eq.) p-TsOH (0,5 eq.) AcOH, t.a., 5h H2O, AcOH, 75 °C, 2 h O 85 O (2 eq.) 1) 2) S-prolina (5 mol %) DMSO, t.a., 120 h 21 (50%) 3) recristalização O (+)-72 (45%) > 99% e.e. H O O i) Ph3P=CHOCH3 (2,5 eq.) THF, 0 °C à t.a., 24 h S S ii) HCl 4M, MeOH/THF, t.a., 36 h S S 73 74 (85%, partindo de 72) cis:trans 12,5 : 1 OH i) NaBH4 (2 eq.) MeOH/THF 5:1 0 °C, 30 min 1) MsCl (2 eq.), Et3N (2 eq.) CH2Cl2, 0 °C, 20 min S ii) purificação por coluna S 2) LiAlH4 (2 eq.), Et2O refluxo, 2 h S S 79 (89%) (duas etapas) 76 (82%) cis:trans 49:1 PIFA (1,1 eq.) MeOH/CH2Cl2 1:1 H2O gotas, t.a., 15 min TTN.3H2O (1,1 eq.) TMOF/MeOH 7:3 t.a., 10 min O MeO 20 mL/1 mmol O (+)-44 (59%) (+)-43 (81%) H2 (g) 2,5 atm 5% Pd-C, MeOH t.a. 3,5 h 10% KOH/MeOH 1:1 t.a., 5 h O MeO i) MeLi (2,3 eq.), Et2O refluxo, 2,5 h ii) H2O, 0°C, 10 min O HO H (+)-109 (94%) HMDS (3 eq.) TMSI (2 eq.), CH2Cl2 -40°C à 0°C, 40 min O H (+)-110 TMSO H 47 H 48 (91%, partindo de 109) trans:cis 7:1 i) MeLi (3 eq.), THF -40 à 0°C, 20 min ii) CNCO2Me (3,3 eq.) MeO THF, -40 à 0°C, 1 h O 7 i) DIB (2 eq.), KOH (6 eq.) MeOH, 0 °C, 45 min ii) H2SO4 5%, H2O 0 °C, 35 min H O (+)-46 (64%, partindo de 48) O MeO HO O TFA, CH2Cl2 t.a., 16,5 h O 7 H O 130 (62%) O 7 Ph3P=CH2, THF 0°C à t.a., 1 h H O (+)-118 (99%) O 7 CH2 H (+)-1 (62%) [α]25D + 16,9 (c 0,95; MeOH) Lit15 [α]20D + 17 (c 1,0; MeOH) 98 Conclusões O composto (+)-S,S-106 foi obtido como produto principal da oxidação do enol-éter de silício 105 com TTN (Esquema 38). Este resultado permitiu a atribuição da configuração absoluta do trinorsesquiterpeno (-)-R,R-106, que foi isolado da planta Senecio Humillimus, cuja configuração havia sido sugerida como sendo S,S com base em outros compostos relacionados.144 99 100 Parte 2 Oxidação de Cis-Octalinas Promovida por TTN em Acetonitrila 101 102 Introdução 1. Introdução Muitos produtos naturais contêm um sistema cis-hidrindânico como importante característica de sua estrutura molecular, dentre os quais podemos destacar a classe de sesquiterpenóides bacanos (Parte 1).1,2,4 Outros exemplos de substâncias biologicamente ativas que possuem este arranjo de anéis são os tapsanos (Figura 20a)158,159 e alguns produtos naturais relacionados com os eremofilanos (Figura 20b).160 H OH O COOCH3 (a) (b) Figura 20. Exemplos de produtos naturais contendo o sistema cis-hidrindânico. (a) Tapsanos e (b) Eremofilanos. Diversas estratégias têm sido utilizadas para a construção do sistema cis-hidrindânico, sendo que uma parte significativa dos trabalhos estão relacionados à síntese de bacanos.11,5056,58,59,61-81,161-164 Uma das clássicas abordagens é a condensação aldólica intramolecular de uma dicetona levando a uma hidrindenona, que, após ser submetida a uma reação de hidrogenação catalítica, dá origem a um cis-hidrindano (Esquema 62).50,51,63-67,69,72,73 Esquema 6251 O t-BuOK, t-BuOH/Et2O t.a., 1 h H2, 10% Pd-C EtOH, 35 h O O 133 134 (65%) 103 O H 37 (92%) Parte 2 As reações de Diels-Alder intermoleculares58,59,161-164 ou intramoleculares55,56 ocupam também um lugar de destaque na construção desta unidade estrutural, como exemplificado no Esquema 63. Esquema 6358 CHO + MeAlCl2, PhMe/CH2Cl2 - 78 °C à t.a., "overnight" OHC H O O H2, PtO2 EtOAc, 1 h 15% KOH, MeOH O 0 °C, 30 min 135 H 136 (48%, duas etapas) O H 48 (95%) A reação de ciclo-adição entre dicloroceteno e dimetil-ciclo-hexenos possui um papel importante na construção de sistemas cis-hidrindânicos, visto que, esta abordagem foi utilizada como etapa chave na síntese de diversos bacanos (Esquemas 2 e 3, Parte 1).53 Outra estratégia que se destaca dentro deste contexto é o emprego de reações de rearranjo molecular. Neste caso, por exemplo, o esqueleto cis-hidrindânico pode ser obtido a partir de reações de contração de anel empregando sistemas bicíclicos onde dois anéis contendo seis átomos de carbono estão fundidos em cis.11,52,79,80 O primeiro exemplo mostrado no Esquema 64 foi uma reação empregada por Hayashi e colaboradores durante a síntese biomimética da (+)baquenolida A, onde o epóxido 137 sofreu um rearranjo de Favorskii dando origem a uma mistura de três produtos.11 O segundo exemplo foi um rearranjo de Wolff, sofrido pela α-diazocetona 141, empregado por Silva e Petragnani durante a realização de uma síntese racêmica para a baquenolida A.52 Já o terceiro exemplo compreende uma reação de rearranjo do epóxido 142, utilizada pelo grupo de Danishefsky durante a síntese da Peribicina E.79,80 104 Introdução Esquema 64 O O i) NaOH, EtOH/H2O ii) Esterificação H 11,52,79,80 MeO2C + HO H HO 137 + 138 (42%) N2 MeO2C H 140 (16%) MeO2C H 139 (42%) O hν, MeOH, 20 h MeO O H 141 OH HO O TBSO H 109 (75%) TiCl4, CH2Cl2 - 78 °C, 5 min TESO + OTES H H 143 TBSO 142 TBSO OHC OH H O H 144 OH (50%, 10:1) Alguns anos atrás, nosso grupo de pesquisa investigou algumas abordagens para a formação de cis- e trans-hidrindanos através de reações de contração de anel mediadas por TTN.94,95,99,165 A reação de trans-2-decalonas com TTN em diclorometano levou a transhidrindanos funcionalizados com excelente rendimento e diastereosseletividade.94 Contudo, quando cis-2-decalonas foram utilizadas como materiais de partida, os produtos de contração foram obtidos em baixa regio- e diastereosseletividade (Esquema 65), provavelmente devido a flexibilidade do sistema cis.95 Esquema 6595 TTN.3H2O (2,2 eq.) CH2Cl2, t.a., 24 h H 145 CO2H + O H 146 cis:trans TTN.3H2O (2 eq.) CH2Cl2, t.a., 24 h H CO2H (2:1, 82%) CO2H + O H 149 158 TTN.3H2O (2 eq.) CH2Cl2, t.a., 24 h H 151 H 147 (10:1, 93%) H CO H 2 150 CO2H + O H 152 H 153 (1:2, 95%) 105 CO2H Parte 2 Visando à síntese de bacanos, uma estratégia investigada por nosso grupo de pesquisa utilizou as cis-octalinas 68 e 69 como substratos para a reação de contração de anel mediada por TTN (Esquema 18).98,99 Esta nova abordagem permitiu à preparação regiosseletiva dos cishidrindanos 70 e 71, os quais puderam ser transformados de maneira diastereosseletiva em intermediários avançados da 4-nor-baquenolia A. Ao ser tratada com TTN a octalina dissubstituída 68 levou ao acetal 70. Este foi hidrolisado ao aldeído 154 e transformado no álcool 155 pela reação com metil-lítio. A oxidação de 155 com reagente de Jones forneceu 71 como uma mistura de isômeros na proporção de 5:1 (Esquema 66).98,99 Esquema 6698,99 O OMe TFA/H2O 1:1, CHCl3 t.a., 2 h TTN.3H2O (1,1 eq.) TMOF, t.a., 3,5 h H 68 OMe H H 70 OH MeLi (1,6 eq.), Et2O 0 °C, 1,5 h H 154 O CrO3/H2SO4 dil. (CH3)2C=O, 0 °C, 15 min H 71 (65%, 4 etapas) mistura isomérica 5:1 H 155 Já a octalina trissubstituída 69 forneceu diretamente a cetona 71 após tratamento com TTN, neste caso como uma mistura de isômeros cis:trans na proporção de 1:1 (Esquema 67).98,99 Esquema 6798,99 O TTN.3H2O (1,1 eq.), MeOH AcOH cat., t.a., 2 h H 69 H 71 (40%) cis:trans 1:1 A cetona cis-hidrindânica 71 foi utilizada no estudo sobre a síntese de esqueletos norbacanos. Assim, o enol-éter de silício termodinâmico 156, obtido a partir de 71, foi tratado com metil-lítil e cianoformiato de metila para fornecer o intermediário 157 contendo o centro quaternário 106 Introdução em C-7. Este foi transformado em 158 através de uma reação de Wittig (Esquema 68). Mas, infelizmente, as tentativas de oxidação alílica de 158 para conclusão da síntese racêmica da 4nor-baquenolida A não levaram à molécula alvo. Esquema 6898,99 O H i) MeLi (3 eq.), THF - 40 °C, 30 min OTMS ii) CNCO2Me (3 eq.) -40 °C, 1 h HMDS (5 eq.) TMSI (2,5 eq.), CH2Cl2 - 40 à 0 °C, 1 h H 71 O O O OMe H 156 Ph3P=CH2 (4 eq.) Et2O, 0 °C, 8 h O OMe H H O 157 (54%, 2 etapas) 158 (79%) 4-Nor-baquenolida A Logo, em uma rota alternativa, o intermediário 157 foi transformado em duas etapas no seu correspondente α-hidroxilado 160 que sofreu ciclização catalisada por ácido, originando a lactona 161 (Esquema 69). Neste ponto do trabalho, Vieira pretendia finalizar a síntese empregando uma reação de Wittig a partir de 161, mas este substrato mostrou-se inerte frente às condições reacionais testadas. Assim, após inúmeros esforços frustrados na tentativa de completar a síntese racêmica da 4-nor-baquenolia A o trabalho foi encerrado sem alcançar a molécula alvo.98,99 Esquema 6998,99 O H O HMDS (5 eq.) TMSI (2,5 eq.), CH2Cl2 OMe 0 °C à t.a., 3 h OMe H TMSO 139 O 157 O O OMe H OsO4 (10 mol%), NMO (2 eq.) THF/H2O 3:1, t.a., 40 h O 160 OH HCl 10 %, Et2O t.a., 1,5 h O O H O 161 (50%, 3 etapas) 107 O Wittig H 4-Nor-baquenolida A Parte 2 Recentemente desenvolvemos uma nova estratégia para a construção do sistema cishidrindânico durante a realização da síntese total da (+)-baquenolida A. Como discutido na Parte 1 desta Tese, o cis-hidrindano 109 foi obtido após rearranjo oxidativo da octalona (+)-43, seguida pela hidrogenação catalítica do produto de contração 44 (Esquema 61). Conforme exemplificado acima, além das abordagens clássicas que incluem condensação aldólica intramolecular e Diels-Alder, as reações de contração de anel de compostos bicíclicos, contendo anéis de seis átomos de carbono fundidos, tem mostrado resultados interessantes para a preparação de cis-hidrindanos. 108 Objetivos 2. Objetivos Este trabalho tem como objetivo investigar a reatividade de uma série de derivados de cisoctalinas contendo ligações duplas di- e trissubstituídas frente às reações de oxidação promovidas por TTN, visando à síntese de cis-hidrindanos substituídos (Esquema 70). Esquema 70 R1 R1 O TTN H R2 R1 = H, OH, etc R2 = H ou Me H R2 O sucesso desta reação de contração de anel poderia viabilizar futuras aplicações na síntese total de produtos naturais, incluindo bacanos. 109 Parte 2 3. Resultados e Discussão Inicialmente discutiremos os procedimentos utilizados para a preparação dos substratos derivados das cis-octalinas. Em seguida, serão apresentados os testes de reatividade destes substratos frente à oxidação com TTN. 3.1. Preparação dos substratos Como parte de seus trabalhos de doutoramento, o Dr. Tiago de Oliveira Vieira havia empregado reações de Diels-Alder entre a 2-metil-ciclo-hex-2-enona 8 e o 1,3-butadieno ou o 2metil-1,3-butadieno para a construção do sistema bicíclico dos substratos.98,99 Os grupos carbonila das octalonas 162 e 163 foram reduzidos a grupos metilênicos empregando-se reações de redução de Wolff-Kishner, fornecendo as octalinas 68 e 69.98,99 Os octalóis 164 e 165 foram alcançados de maneira diastereosseletiva pela redução das octalonas 162 e 163 com boro-hidreto de sódio.98,166 O Esquema 71 apresenta um resumo dos resultados obtidos por Vieira. Esquema 7198,99,166 i) NH2NH2.H2O (5 eq.), 130 °C trietilenoglicol, 1,5 h ii) KOH (6 eq.), 130 °C, 4,5 h O O + H 68 (80%) AlCl3 (0,5 eq.), CH2Cl2 hidroquinona, t.a., 24 h OH H 162 (76%) 8 NaBH4 (1 eq.), MeOH -78 °C, 1 h H 164 (95%) i) NH2NH2.H2O (5 eq.), 130 °C trietilenoglicol, 1,5 h ii) KOH (6 eq.), 130 °C, 4,5 h O O + 8 H 69 (85%) AlCl3 (25 mol%), PhMe t.a., 24 h OH H 163 (54%) NaBH4 (1 eq.), MeOH -78 °C, 1 h H 165 (92%) 110 Resultados e Discussão Não foi necessário preparar novamente os compostos 162 e 68, que estavam armazenados sob refrigeração em quantidades suficientes para serem utilizados neste trabalho. Já os substratos 163, 164, 69 e 165 foram obtidos empregando a mesma metodologia utilizada anteriormente pelo grupo. Tendo em mãos os substratos cuja preparação foi mostrada no Esquema 71, a preparação dos substratos inéditos 166 e 167 seria alcançada através de reações de proteção a partir do octalol 165 (Esquema 72). Esquema 72 OMe OH H 166 OTMS H 165 H 167 Apesar de ser um reagente comercial, a enona 8, utilizada como substrato para a preparação da octalona 163, foi preparada através de uma reação de α-bromação regiosseletiva no carbono terciário da 2-metil-ciclo-hexanona (168), seguida por desidro-halogenação (Esquema 73). Esquema 73 O O O NBS (1,2 eq.) NaHSO4.SiO2 Et2O, t.a., 2 h O Br Br + + destilação 170 169 168 Li2CO3 (3 eq.), LiBr (3 eq.) DMF, refluxo, 3h O 8 (95:5) 171 (95:5) O Separação por coluna (Hex:AcOEt 9:1) 8 (78%, partindo de 168) 111 Parte 2 A reação de α-bromação de 168 foi feita utilizando-se N-bromosuccinimida (NBS) em éter dietílico e na presença de um catalisador heterogêneo preparado a partir de sílica gel (200-400 Mesh) impregnada com hidrogenosulfato de sódio.167,168 Comparado com o procedimento clássico que utiliza NBS em tetracloreto de carbono sob refluxo,98,169 Este procedimento alternativo tem como vantagem não utilizar solvente clorado e proporcionar uma redução no tempo reacional, visto que, a reação catalisada por SiO2.NaHSO4 se completa em 2 h ao passo que a reação clássica demora 13 h. Dessa forma, a bromo-ciclo-hexanona 169, contaminada com 5% do produto secundário 170, foi isolada após filtração da mistura reacional (para remoção do catalisador heterogêneo) e evaporação do solvente. Este produto bruto foi usado na reação de desidro-halogenação,98,169 levando a obtenção da 2-metil-ciclo-hex-2-enona (8) em 78% de rendimento, após purificação por coluna cromatográfica. A reação de Diels-Alder entre o dienófilo 8 e o 2-metil-1,3-butadieno, catalisada por cloreto de alumínio,98,170 forneceu a cis-octalona 163 com rendimento de 50% (Esquema 74). Esquema 74 O O + AlCl3 (25 mol%), PhMe t.a., 24 h H 163 (50%) 8 A octalina 69 foi preparada a partir de 163 através de uma redução de Wolff-Kishner (Esquema 75).98,99 O rendimento de 30% alcançado para esta reação foi bem inferior ao valor esperado (85%). Acreditamos que esta diferença se deve a volatilidade do produto e, consequentemente, sua evaporação durante a remoção do excesso de solvente após etapas de extração e purificação por meio de coluna cromatográfica. Contudo, como a olefina 69 foi obtida em quantidade suficiente para os testes de reatividade com tálio(III), esta reação não foi otimizada. 112 Resultados e Discussão Esquema 75 O i) NH2NH2.H 2O (5 eq.), 130 °C trietilenoglicol, 1,5 h ii) KOH (6 eq.), 130 °C, 4,5 h H 69 (30%) H 163 A octalonas 162 e 163 foram reduzidas diastereosseletivamente com boro-hidreto de sódio, fornecendo os alcoóis 164 e 165 com ótimos rendimentos, empregando temperatura reduzida como descrito na literatura (Esquema 76).98,171 Esquema 76 O OH NaBH4 (1 eq.), MeOH -78 °C, 1 h H 162 H 164 (90%) OH O NaBH4 (1 eq.), MeOH -78 °C, 1 h H 163 H 165 (92%) Devido à mobilidade conformacional dos substratos, bem maior quando se trata de sistemas cis-decalínicos do que sistemas trans, estes podem assumir as duas conformações mostradas no Esquema 77. Dentre elas, a conformação mais estável é aquela em que a metila presente na junção dos anéis está na posição equatorial, pois os efeitos estéricos estão minimizados. Desta maneira, o hidreto atacaria a conformação mais estável preferencialmente em axial, fazendo com que a hidroxila formada esteja em trans ao grupo metila.98 Esquema 7798 axial H O OH O R menos estável equatorial 162, R = H 163, R = Me R mais estável 113 NaBH4 R 164, R = H 165, R = Me Parte 2 O octalol 165 foi submetido a uma reação de metilação levando ao composto 166 (Esquema 78). Em um primeiro momento, tentou-se realizar a reação por meio de um método clássico que utiliza hidróxido de potássio e iodeto de metila em DMSO,172 mas mesmo após 14 h de reação foi possível recuperar apenas o material de partida parcialmente decomposto. Uma alternativa para a preparação do metil-alquil-éter 166 seria a utilização de uma base mais forte. Logo, decidimos realizar a desprotonação do álcool 165 com butil-lítio em THF anidro e, em seguida, adicionar excesso de iodeto de metila para reagir com o alcóxido formado. Este procedimento forneceu o éter 166 com rendimento de 78% (Esquema 78). Esquema 78 OMe OH i) BuLi (2,5 eq.), THF, 0 °C, 5 min ii) MeI (8 eq.), t.a., 16 h H H 166 (78%) 165 O substrato 167 foi preparado com rendimento de 90% a partir do octalol 165, utilizando-se HMDS em acetonitrila e na presença de brometo de potássio em quantidade catalítica (Esquema 79), seguindo o procedimento para trimetilsililação de alcoóis formulado por Shirini e Mollarazi.173 Esquema 79 OH OTMS HMDS (0,7 eq.), KBr (9 mol %) MeCN, t.a., 30 min H H 165 167 (90%) O mecanismo desta reação de trimetilsililação de alcoóis não está completamente elucidado. Mas, de acordo com os autores173, como o KBr pode ser removido do meio reacional por filtração para ser reutilizado sucessivas vezes, tem-se um forte indício que ele atue como um catalisador. Outro indício que sustenta o mecanismo proposto por Shirini e Mollarazi e ilustrado no Esquema 80 é a rápida evolução de amônia durante a reação. A primeira etapa deste mecanismo 114 Resultados e Discussão seria a produção do intermediário reativo 172, pela polarização da ligação Si-N do HMDS promovida por KBr. A rápida reação deste intermediário com o álcool levaria a formação de 173, que pode reagir novamente com outra molécula de álcool dando origem a um complexo instável de amônia-KBr 174. A clivagem irreversível de 174 provocaria a liberação de amônia na forma de gás e recuperação do sal que entraria novamente no ciclo catalítico.173 De acordo com este mecanismo é necessário apenas 0,5 equivalente molar de HMDS para a conversão total do álcool ao éter sililado. Assim, o emprego de 0,7 equivalente (Esquema 79) constitui um pequeno excesso de reagente. Esquema 80 ROSiMe3 ROH [Me3SiNH2K]+BrROH 173 [(Me3Si)2NHK]+Br172 ROSiMe3 (Me3Si)2NH HMDS [H3N-KBr] 174 KBr NH3 3.2. Identificação estrutural dos substratos Nos próximos parágrafos foi realizada uma breve discussão apontando as principais características presentes nos espectros de RMN e os demais dados utilizados para a adequada identificação e caracterização dos compostos cuja preparação foi descrita no item anterior. Neste momento, devemos frisar que a obtenção dos produtos 163, 164, 69 e 165 foi confirmada através da comparação dos espectros de RMN de 1H e de 13 C com os dados encontrados na literatura.98,170 Os compostos inéditos 166 e 167 foram identificados e caracterizados por RMN, IV, CG-EM e EMAR. 115 Parte 2 A Figura 21 apresenta os sinais característicos, presentes nos espectros de RMN de 1H, dos derivados de cis-octalinas preparados neste trabalho. Os singletos referentes aos grupos metila ligados às junções cis dos anéis apareceram na região entre δ 0,87 e δ 1,10. Os sinais relativos aos hidrogênios olefínicos foram encontrados entre δ 5,24 e δ 5,64. No caso dos alquenos trissubstituídos, foram observados na faixa de δ 1,62 a δ 1,68 os sinais atribuídos aos grupos metila ligados às ligações duplas. Duplo dubletos entre δ 2,77 e δ 3,33, correspondentes a hidrogênios carbinólicos, foram encontrados nos espectros dos compostos 164, 165, 166 e 167. O OH 1,05 (s) 3,31 (dd) 0,87 (s) 1,10 (s) 5,30-5,32 (m) 5,50-5,64 (m) 5,50-5,64 (m) H H 164 5,24 (s) 1,67 (s) H 1,99-2,03 (m) 163 69 0,10 (s) 3,36 (s) OH 5,28 (s) 2,77 (dd) 1,64 (s) H OTMS OMe1,01 (s) 1,02 (s) 3,33 (dd) 5,25-5,26 (m) H 166 165 1,68 (s) 0,92 (s) 3,29 (dd) 1,62 (s) 5,27 (s) H 167 1,62 (s) Figura 21. Principais sinais encontrados nos espectros de RMN de 1H dos derivados de cis-octalinas. Além das características importantes do espectro de RMN de 1H da octalona 163, no espectro de RMN de 13 C foram observados os sinais em δ 116,9 e 130,9, correspondentes aos carbonos olefínicos, e o sinal em δ 215,6, referente ao carbono carbonílico. Os espectros de RMN de 1H e de 13 C da octalina 69 confirmaram o sucesso da reação de redução do grupo carbonílico ao grupo metilênico. No RMN de 13 C podemos destacar a ausência de sinais entre δ 200,0 e δ 215,0, que é a região típica para sinais de carbonos carbonílicos. Os sinais referentes aos hidrogênios carbinólicos dos octalóis 164 e 165, observados respectivamente em δ 3,31 (dd, J = 10,7 e 4,6 Hz, 1H) e em δ 3,33 (dd, J = 11,0 e 4,5 Hz, 1H), são os principais indícios da redução dos grupos carbonila, presentes nos espectros de RMN de 1H. A formação destes alcoóis foi confirmada pela análise dos espectros de RMN de 13 C, nos quais se observou a ausência de sinais entre δ 200,0 e δ 215,0 (indicando a redução dos grupos cetona 116 Resultados e Discussão presentes nos materiais de partida 162 e 163) e a presença dos sinais correspondentes aos carbonos carbinólicos que aparecem em δ 78,2 para ambos os octalóis. Os sinais referentes aos grupos protetores de 166 e 167 puderam ser identificados nos espectros de RMN, indicando a eficácia das reações de proteção. Nos espectros de RMN de 1H e de 13 C do composto 166, foi possível observar, respectivamente, a presença dos sinais em δ 3,36 (s, 3H) e em δ 57,7, que correspondem ao grupo metoxila. Os principais indícios da formação do éter sililado 167 foram o singleto em δ 0,10 (s; 9H) e o sinal intenso em δ 0,5, presentes respectivamente nos espectros de RMN de 1H e de 13 C, que se referem aos grupos metila ligados ao átomo de silício. Os picos correspondentes aos adutos cationizados com sódio foram identificados nos espectros de massas de alta resolução obtidos a partir de 166 (EMAR calc. para [C13H22O + Na]+: 217,1563. Encontrado: 217,1562) e de 167 (EMAR calc. para [C15H28OSi + Na]+: 275,1802. Encontrado: 275,1803). Em ambos os casos a diferença para o valor calculado foi menor que o valor máximo usualmente aceito que é de 5 ppm. 3.3. Reações de oxidação de derivados de cis-octalinas com TTN em acetonitrila Após vários estudos metodológicos, descobrimos que acetonitrila pode ser um excelente solvente para realizar reações de contração de anel de 1,2-di-hidronaftalenos mediadas por iodo(III).93 Como iodo(III) possui uma reatividade similar ao tálio(III) e existem alguns relatos de rearranjos utilizando este mesmo solvente com sais de tálio(III),174,175 decidimos investigar o comportamento de cis-octalinas frente ao tratamento com TTN em acetonitrila (Tabela 13). As reações foram conduzidas sob temperatura reduzida e na presença de peneira molecular 3Å, mantendo as mesmas condições reacionais empregadas para os 1,2-di-hidronaftalenos (Parte 3). 117 Parte 2 Tabela 13: Oxidação de olefinas com TTN.3H2O em MeCN a 0 °C. Entrada Substrato Tempo Produto (Rendimento) O 8 min 1 H 154 (50%) H 68 H O 2 10 min H 69 H 71 (40%) cis:trans 1:1 OH OH OH 3 10 min H 175 (20%) H 165 OH OH 8 min 4 Mistura complexa H 164 OMe OMe O 30 min 5 H 176 (17%) H 166 OH OTMS OH 6 5 min H 175 (54%) H 167 OH O O OH 8 min 7 H 177 (16%) H 162 ONO2 O O OH 8 5 min H H 163 OH 178 (30%) Com o objetivo de verificar o efeito da mudança do solvente durante as reações das octalinas com TTN, os primeiros substratos estudados foram as olefinas 68 e 69. Desta forma, os 118 Resultados e Discussão resultados obtidos para as reações empregando acetonitrila foram comparados com os resultados anteriormente descritos nos Esquemas 66 e 67, onde foram utilizados como solventes TMOF e MeOH. A reação de 68 com TTN em acetonitrila forneceu o produto de contração de anel 154 com rendimento de 50%, como uma mistura de diastereoisômeros na proporção de 9:2, cuja configuração relativa não foi determinada (Tabela 13, entrada 1). Embora o rendimento seja um pouco inferior ao observado em TMOF (65%), utilizando acetonitrila foi obtido o aldeído 154 enquanto que em TMOF isolou-se o aldeído protegido na forma do acetal 70 (Esquema 66). Ao empregar esta reação em uma síntese, dependendo da etapa subseqüente, a obtenção direta do aldeído pode representar vantagem ao evitar uma etapa de desproteção. Uma interessante observação foi que produto 154 sofreu oxidação aos ácidos carboxílicos correspondentes 146 após ser armazenado em geladeira durante trinta dias, evidenciando a instabilidade deste aldeído (Esquema 81). Esquema 81 O O [O] H H OH H 154 146 Quando a octalina 69 foi utilizada como substrato da oxidação promovida por TTN em acetonitrila (Tabela 13, entrada 2), o produto de contração de anel 71 foi obtido com um rendimento e diastereosseletividade comparável ao da reação em metanol descrita anteriormente no Esquema 67. Considerando que o comportamento das olefinas 68 e 69 foi semelhante tanto em acetonitrila quanto em metanol ou TMOF, decidimos realizar a reação de 165 neste solvente. Como 165 forneceu o éter cíclico 17998 ao ser tratado com TTN em TMOF (Esquema 82), imaginou-se que este mesmo produto seria obtido. Contudo, ao reagir 165 com TTN em acetonitrila foi obtida uma mistura de diversos produtos, da qual foi possível isolar e caracterizar apenas o derivado glicólico 175, como uma mistura de diastereoisômeros na proporção de 5:1 e 119 Parte 2 com rendimento de 20% (Tabela 13, entrada 3). Em condições semelhantes, a reação do octalol 164 com tálio(III) também levou a um grande número de substâncias, embora neste caso não tenha sido possível isolar na forma pura nenhum dos produtos de oxidação formados (Tabela 13, entrada 4). Esquema 8298 OH TTN.3H2O (1,1 eq.) TMOF, t.a., 30 min OMe O H 179 (63%) H 165 Durante o estudo da reatividade de 3-alquenóis com tálio(III) foi observada que a proteção do grupo hidroxila na forma de éter metílico forneceu o produto de contração de anel em bom rendimento.176 Deste modo, o éter metílico insaturado 166 foi tratado com TTN em acetonitrila. Sob esta condição, o produto de contração de anel 176 foi isolado, porém com rendimento de apenas 17% (Tabela 13, entrada 5). A configuração relativa de 176 não foi determinada embora este tenha sido isolado como um único diastereoisômero. Devido ao baixo rendimento desta reação, não é possível afirmar se realmente ocorreu a formação de um único diastereoisômero ou se apenas um foi isolado. O grupo protetor TMS não resiste às condições reacionais de oxidações com tálio(III).174,176 Porém, a proteção de alquenóis na forma de um éter de silício pode levar a melhores rendimentos durante o rearranjo oxidativo de olefinas.174 Realmente, a reação do octalol protegido 167 com TTN foi mais limpa do que a do substrato não protegido 165. Entretanto, no lugar do produto de rearranjo foi formado o produto de adição 175 (Tabela 13, entrada 6), de maneira análoga ao observado para o substrato 165. Apesar da proporção diastereoisomérica ter sido idêntica, o rendimento da reação com 167 (54%) foi superior ao da reação com 165 (20%). Ao submeter as octalonas 162 e 163 às mesmas condições reacionais descritas na Tabela 13, foi possível isolar os produtos de adição 177 e 178, respectivamente, ambos como um único diastereoisômero (Tabela 13, entradas 7 e 8). Através da análise dos dados de RMN foi possível estabelecer uma relação trans entre os grupos hidroxila e nitrato no produto 177. Uma explicação 120 Resultados e Discussão para o baixo rendimento destas duas últimas reações pode ser a presença de mais de um grupo funcional (cetona e olefina) oxidável pelo tálio(III). Uma proposta de mecanismo para a formação dos produtos de contração de anel 154, 71 e 176 está exemplificada para 69 no Esquema 83. A primeira etapa seria a complexação do tálio(III) com a ligação dupla do substrato. Como esta interação poderia ocorrer em ambas as faces da ligação dupla, dois íons talônio 180 e 181 seriam formados. O ataque de uma molécula de água, proveniente do sal de tálio(III) que é tri-hidrato, ao carbono mais substituído dos íons talônio provocaria uma abertura trans-diaxial destes intermediários, formando 182 e 183. A interação do tálio(III) com as duas faces da ligação dupla explica a baixa diastereosseletividade da reação. A etapa de rearranjo que leva a formação do anel de cinco membros ocorreria através da migração de um grupo alquila para o carbono ao qual está ligado o tálio(III), provocando a redução deste a tálio(I) e levando à mistura de isômeros 71, após desprotonação dos intermediários 184 e 185. Esquema 83 X X TTN Tl - NO3- 69 X=ONO2 X Tl X H2O - H+ H 182 H 180 O H OH - TlNO3 - NO3- - H+ H 184 71 X X TTN Tl - NO3H 181 X Tl X H2O - H+ H 183 O H OH - TlNO3 - NO3- - H+ H 185 Os produtos de adição à ligação dupla (175, 177 e 178) devem ser originados por mecanismos análogos aos sugeridos para as reações de 1,2-di-hidronaftalenos com tálio(III).177 Como não foi possível determinar a configuração relativa dos centros assimétricos dos produtos de adição, o Esquema 84 ilustra o mecanismo para a formação de quatro possíveis derivados glicólicos. Optamos por usar o substrato 165 como exemplo. As duas primeiras etapas desta proposta seriam análogas às etapas mostradas no Esquema 83. Neste ponto, dois caminhos são possíveis. Uma primeira possibilidade seria o ataque direto da água aos intermediários trans 121 Parte 2 oxitaliados 188 e 189, com a redução do tálio(III) ao tálio(I), levando aos produtos cis glicólicos 175a e 175c (caminho a). Outra possibilidade seria a formação dos epóxidos 190 e 191 a partir dos intermediários trans oxitaliados. Em seguida, poderia ocorrer a adição de água aos epóxidos levando à formação dos produtos trans glicólicos 175b e 175d (caminho b). Esquema 84 X TTN Tl - NO3H 165 H2O OH OH OH X=ONO2 a H2O X X OH Tl X b O H - H+ H H 186 188 OH a - TlNO3 - NO3- H+ H OH H 175a - TlNO3 - NO3- b OH OH OH OH - H+ H 190 X TTN Tl - NO3H 165 H2O OH OH OH X=ONO2 X a X X b - H+ H 187 O H H OH H 175b OH Tl H2O H H2O 189 OH a H - TlNO3 - NO3- H+ OH H 175c - TlNO3 - NO3- b OH OH OH OH H 191 H H2O - H+ OH H 175d Como as configurações relativas não foram determinadas para os dois diastereoisômeros que compõem a mistura 175 e para o composto 178, não é possível afirmar qual dos mecanismos é o mais provável (via a formação de epóxidos ou não). Mesmo no caso da formação de 177, cuja configuração entre os grupos hidroxila e nitrato foi determinada como trans, apenas podemos supor que este produto foi formado via epóxido, mas é impossível afirmar que a oxidação também 122 Resultados e Discussão não ocorreu via ataque direto da água aos adutos trans oxitaliados, já que a reação forneceu uma grande quantidade de produtos que não puderam ser isolados. 3.4. Identificação estrutural dos produtos de contração de anel A formação dos produtos de contração de anel 154 e 71 foi confirmada através da comparação dos dados de RMN de 1H e de 13 C com os dados da literatura.98,99 O composto inédito 176 e a mistura de ácidos carboxílicos 146 foram identificados e caracterizados por RMN, IV, CG-EM e EMAR. A Figura 22 apresenta os principais sinais encontrados nos espectros de RMN de 1H dos cis-hidrindanos obtidos neste trabalho. Uma característica marcante destes espectros foi a presença de um multipleto entre δ 2,86 e δ 3,10 que se refere ao hidrogênio α-carbonílico presente no anel de cinco membros. Os sinais referentes aos grupos metila ligados às junções de anel apresentam valores típicos127 para compostos que possuem junção cis e aparecem na faixa de δ 0,98 à δ 1,08. 0,99 (s) e 1,01 (s) 2,86-2,94 (m) 1,03 (s) e 0,98 (s) O H 154 2,90-3,03 (m) O H H 146 9,65 (d; J = 2,1 Hz) e 9,70 (d; J = 2,1 Hz) OH 3,34 (s) 0,98 (s) e 0,99 (s) 2,99-3,09 (m) OMe 2,98-3,05 (m) O H 71 2,98-3,05 (m) 1,08 (s) O 2,14 (s) e 2,16 (s) H 176 2,15 (s) Figura 22. Principais sinais encontrados nos espectros de RMN de 1H dos compostos cis-hidrindânicos. Através da análise dos dados de RMN de 1H e de 13 C observou-se que o produto 154 foi obtido na forma de uma mistura de diastereoisômeros na proporção de 9:2. Como a maioria dos sinais no espectro de RMN de 1H apareceram sobrepostos, exceto os singletos em δ 0,99 e em δ 1,01 atribuídos aos hidrogênios metílicos e os sinais em δ 9,65 (d, J = 2,1 Hz) e em δ 9,70 (d, J = 123 Parte 2 2,1 Hz) referentes aos hidrogênios dos grupos aldeído de ambos diastereoisômeros, não foi possível determinar a configuração dos isômeros majoritário e minoritário. A oxidação de 154 originando 146 foi observada após submissão da amostra armazenada em geladeira às análises espectroscópicas por RMN, IV, CG-EM e EMAR. No espectro de RMN de 1H da mistura 146, verificou-se o desaparecimento dos sinais relativos aos hidrogênios dos grupos aldeído de ambos isômeros que compõem a mistura 154. No espectro de RMN de 13 C, o efeito de blindagem sofrido pelos grupos carbonila, evidenciado pelo deslocamento dos sinais em δ 204,0 e δ 204,5 para δ 183,5 e δ 183,3, respectivamente, confirmaram a conversão dos grupos aldeído a ácidos carboxílicos. O espectro de massas de alta resolução apresentou o aduto cationizado com sódio (EMAR calc. para [C11H18O2 + Na]+: 205,1199. Encontrado: 205,1197). Foi possível observar no espectro de IV uma banda larga de deformação axial de O-H dos dímeros dos ácidos carboxílicos entre 3300-2564 cm-1 e a banda de deformação axial da carbonila em 1703 cm-1. A proporção diastereoisomérica de 1:1 para a mistura 71 foi determinada pela análise do espectro de RMN de 1H, no qual, encontraram-se duplicados o singleto referente aos hidrogênios do grupo metila ligado à junção dos anéis (em δ 0,98 e em δ 0,99) e o singleto atribuído aos hidrogênios do grupo metil-cetona (em δ 2,14 e em δ 2,16). Além dos sinais referentes ao hidrogênio α-carbonílico presente no anel de cinco membros e ao grupo metila ligado à junção cis, foram facilmente visualizados no espectro de RMN de 1H do produto inédito 176 os sinais em δ 2,15 (s; 3H) e em δ 3,34 (s; 3H), atribuídos respectivamente aos grupos metil-cetona e metoxila. O sinal relativo ao hidrogênio geminal ao grupo metoxila ficou sobreposto ao sinal correspondente ao hidrogênio α-carbonílico em δ 2,98-3,05 (m; 2H). No espectro de RMN de 13 C destacaram-se os sinais em δ 57,3, em δ 86,1 e em δ 210,8, correspondentes à metoxila, ao carbono que está ligado a este grupo e à carbonila, respectivamente. O sinal do produto cationizado com sódio (EMAR calc. para [C13H22O2 + Na]+: 233,1512. Encontrado: 233,1509) foi identificado no espectro de massas de alta resolução. A banda de deformação axial da carbonila cetônica foi observada em 1710 cm-1 no espectro de IV. 124 Resultados e Discussão 3.5. Identificação estrutural dos produtos de adição As estruturas dos produtos inéditos 175, 177 e 178 foram confirmadas através da análise dos espectros de RMN de 1H e de espectros de RMN de 1H e de 13 C, IV, CG-EM e EMAR. As atribuições dos sinais dos 13 C, mostradas na Figura 23, foram feitas com base nos espectros de COSY e HSQC. OH 0,86 1,98 e 1,23-1,40 3,56-3,59 OH O 1,49 e 2,32 1,31 OH 2,63 e 2,37 3,95 3,74 demais alifáticos 1,23-1,40 e 1,46-1,93 1,91-2,05 OH H ONO2 H 1,58-1,63 e 2,11-2,26 1,15 1,46-1,93 2,11-2,26 44,9 27,2* O OH OH H 1,41-1,47 e 2,21-2,53 2,21-2,53 34,0 175 23,4 OH 31,7 22,9 70,8 26,0 178 O 35,6 OH 65,8 40,2 1,29 1,17 e 1,71 25,9 218,9 40,0 71,9 26,7* 3,44-3,47 1,89-1,99 49,3 31,4 21,8 76,0 14,2 OH 177 175 1,71 e 2,21-2,53 1,26 2,21-2,53 e 2,69 1,91-2,05 e 1,71 1,23-1,40 e 2,14 OH 5,11 O 27,0 177 ONO2 81,5 49,0 27,4 35,5 221,0 38,2 OH 73,4 23,1 26,0 40,2 OH 35,8 27,6 178 72,3 *os sinais podem estar trocados atribuições do diastereoisômero majoritário Figura 23. Atribuições dos sinais dos espectros de RMN de 1H e de 13C dos produtos de adição. Os sinais referentes aos hidrogênios carbinólicos dos produtos de adição foram identificados nos espectros de RMN de 1H na faixa de δ 3,44 à δ 3,96. No espectro do produto 175 foi possível observar também um sinal em δ 3,56-3,59 (m; 1H) correspondente ao hidrogênio carbinólico presente também no material de partida 165. O sinal em δ 5,11 presente no espectro de 177 refere-se ao hidrogênio geminal ao grupo nitrato. Através da análise do espectro de RMN de 13 C, observou-se que o produto 175 foi isolado como uma mistura de dois diastereoisômeros. A proporção diastereoisomérica de 5:1 foi estimada através de CG, mas as configurações relativas destes produtos não foram determinadas. No espectro de massas de alta resolução foi possível observar o sinal correspondente ao produto cationizado com sódio e que sofreu perda de uma molécula de H2O (EMAR calc. para [C12H22O3 – H2O + Na]+: 219,1356. Encontrado: 219,1353). 125 Parte 2 De acordo com os sinais dos espectros de RMN de 1H e de 13 C observou-se que os produtos 177 e 178 foram isolados como diastereoisômeros únicos. A configuração relativa trans entre os grupos hidroxila e nitrato do produto 177 foi determinada considerando as constantes de acoplamento dos sinais referentes aos hidrogênios geminais a estes grupos e que aparecem respectivamente em δ 3,95 (q; J = 4,5 Hz; 1H) e em δ 5,11 (q; J = 4,5 Hz; 1H). O valor de 4,5 Hz para as constantes de acoplamento indicou que ambos os hidrogênios estão na posição equatorial, visto que, os valores típicos para o acoplamento axial-axial encontram-se entre 6-14 Hz e para os acoplamentos equatorial-equatorial e equatorial-axial encontram-se entre 0-5 Hz.152 Logo, se ambos os hidrogênios estão na posição equatorial significa que estes se encontram em trans. No caso do composto 178, a configuração relativa entre os grupos hidroxila não foi determinada. Os picos correspondentes à cationização com sódio foram observados nos espectros massas de alta resolução do produto 177 (EMAR calc. para [C11H17NO5 + Na]+: 266,0999. Encontrado: 266,0996) e do glicol 178 (EMAR calc. para [C12H20O3 + Na]+: 235,1305. Encontrado: 235,1303). Em ambos os caso a diferença para o valor calculado ficou abaixo do valor máximo aceito. 126 Conclusões 4. Conclusões Além dos resultados obtidos durante as reações de oxidação usando TTN, foram descritos os métodos de preparação para uma série de octalonas, octalóis e octalinas. Estes resultados poderão ser úteis na síntese de terpenóides contendo o esqueleto cis-decalínico, tais como, os clerodanos,178,179 kalihinenos,180-182 telepoganos183 e eremofilanos.10,17,184,185 Este estudo foi publicado juntamente com o trabalho inicial realizado pelo Dr. Tiago de Oliveira Vieira no número especial da revista Química Nova em homenagem à Prof. Dra. Helena Ferraz.186 A reação de diversos derivados de cis-octalinas com tálio(III) levou a diferentes produtos, dependendo principalmente do padrão de substituição do substrato. Os resultados mais promissores para futuras aplicações aparentemente são a obtenção de cis-hidrindanos funcionalizados a partir dos substratos 68 e 69. A formação direta do aldeído 154 a partir do substrato 68 pode representar vantagens dependendo da etapa sintética seguinte empregada para preparação de uma determinada molécula alvo. Considerando que o grupo metoxila é um dos grupos protetores mais estáveis para alcoóis e mesmo assim a reação do substrato 166 com TTN levou ao produto de contração 176 em baixo rendimento, concluímos que a presença de grupos funcionais contendo oxigênio na posição C-1 prejudica o rearranjo oxidativo que levaria ao produto de contração. 127 128 Parte 3 Contração de Anel de 1,2-Di-hidronaftalenos Promovida por TTN em Acetonitrila 129 130 Introdução 1. Introdução O esqueleto indânico, no qual um anel benzênico se encontra fundido a um anel ciclopentânico, está presente em diversas moléculas que apresentam atividades biológicas destacadas, dentre as quais podemos citar o Indinavir® e o Aricept® (Figura 24).187 N N OH Ph H N N t-Bu N Cl- MeO N+ H MeO O O H O OH (b) (a) Figura 24. Fármacos em comercialização contendo o esqueleto indânico. (a) Indinavir® - inibidor da HIV- protease; (b) Aricept® - utilizado no tratamento do mal de Alzheimer. Devido à importância dos compostos derivados do indano, várias metodologias sintéticas têm sido desenvolvidas.187 Dentre elas, podemos destacar as reações de contração de anel de 1,2-di-hidronaftalenos mediadas por sais de tálio(III) ou reagentes de iodo(III), que foram estudadas por nosso grupo de pesquisa e cujos principais resultados serão discutidos a seguir. Em geral, os 1,2-di-hidronaftalenos contendo ligação dupla dissubstituída reagem com TTN levando a produtos de contração de anel em bons rendimentos (Esquema 85).188 Os solventes mais utilizados nestas transformações são o metanol e o TMOF, sendo que este último gera metanol in situ ao reagir com a água proveniente do reagente de tálio(III) que é tri-hidratado. Essas reações também ocorrem com elevada diastereosseletividade, visto que, a formação do sistema indânico trans-1,3-dissubstituído é favorecida em relação ao sistema cis, como observado para o substrato 194.188 131 Parte 3 Esquema 85188 MeO OMe TTN.3H2O (1,1 eq.) MeOH, 0 °C, 5 min 192 193 (77%) MeO OMe TTN.3H2O (1,1 eq.) MeOH, 0 °C, 5 min 194 195 (87%) O mecanismo proposto no Esquema 86 mostra a formação preferencial do isômero trans. Inicialmente, ocorreria a complexação do sal de tálio(III) com a ligação dupla pela face oposta ao grupo metila, seguida por uma abertura trans-diaxial promovida pelo ataque de uma molécula de metanol ao carbono benzílico do íon talônio, formando o intermediário 196. A ligação preferencial do tálio(III) à face oposta ao grupo metila provavelmente se deve à minimização dos efeitos torcionais sofridos pelo estado de transição, de maneira análoga ao que foi observado durante as reações de epoxidação estereosseletiva de 1,2-di-hidronaftalenos.189,190 Através de um equilíbrio conformacional, 196 daria origem ao confôrmero 197, contendo a antiperiplanaridade requerida para o rearranjo. Este, por sua vez, ocorreria com a migração do grupo arila e eliminação de tálio(I), levando ao oxônio 198. Em seguida, o acetal 195 seria formado a partir do indano trans1,3-dissubstituído 198. Esquema 86 Me Me TTN MeOH H 194 Me - TlNO3 - NO3- H - NO3- H+ X = ONO2 H 8a X H Tl X H OMe 198 Me OMe H H 8a X Tl 197 X H 196 MeOH - H+ 8a H Me 8a H OMe H 195 MeO (trans) H 132 OMe Introdução Foi observado experimentalmente que a natureza dos substituintes ligados ao anel aromático pode influenciar o sucesso das reações de contração de anel dos 1,2-di-hidronaftalenos mediadas por TTN (Esquema 87).177,188 Assim, os substratos contendo substituintes doadores de elétrons reagiram com TTN levando aos produtos de contração de anel em ótimos rendimentos.177,188 Já os compostos contendo substituintes retiradores de elétrons forneceram os produtos de contração em baixos rendimentos, juntamente com produtos de adição e de aromatização.177 A explicação para este fenômeno se baseia no efeito positivo exercido pelos substituintes doadores de elétrons sob a aptidão migratória do grupo aromático durante o rearranjo e, em contrapartida, no efeito negativo exercido pelos substituintes retiradores de elétrons. Esquema 87177,188 MeO MeO MeO TTN.3H2O (1,1 eq.) TMOF, 0 °C, 1 min MeO 199 O2N TTN.3H2O (1,1 eq.) MeOH, t.a., 20,5 h OMe MeO 200 (92%) MeO OMe OMe O2N O2N OMe + + 202 (13%) 201 203 (24%) ONO2 O2N O2N OMe + 204 (28%) 205 (15%) O estudo da reatividade dos 1,2-di-hidronaftalenos contendo ligação dupla trissubstituída sob condições semelhantes às que foram descritas nos Esquemas 85 e 87 mostraram que produtos de adição e de aromatização são obtidos no lugar dos produtos de contração de anel desejados (Esquema 88).188 Esquema 88188 OMe OMe TTN.3H2O (1,7 eq.) MeOH, - 30 °C, 15 min OMe OMe + 207 (38%) 206 133 208 (31%) Parte 3 Empregando metanol como solvente, a substituição de TTN pelo reagente de iodo(III) HTIB forneceu produtos de contração a partir dos 1,2-di-hidronaftalenos dissubstituídos com rendimentos significativamente menores, juntamente com produtos de adição à ligação dupla.93 Quando o substrato trissubstituído 206 foi testado sob condições semelhantes, apenas os produtos de adição foram isolados, de forma similar aos resultados obtidos quando TTN foi utilizado como oxidante (Esquema 89).93 Esquema 8993 MeO 192 + 209 (28%) OMe HTIB (1,2 eq.), MeOH t.a., 30 min 210 (14%) OMe OMe OMe OMe + + 195 (55%) HTIB (1 eq.), MeOH t.a., 1 h OMe + 193 (36%) 194 OMe OMe MeO 206 OMe OMe HTIB (1 eq.), MeOH t.a., 2 h 211 OMe OMe 212 (12%, trans:cis 4:3) OMe OMe + 207 (31%) 208 (60%) Ao empregar acetonitrila a formação dos produtos de adição foi desfavorecida, sendo possível isolar apenas produtos de contração de anel a partir de 1,2-di-hidronaftalenos trissubstituídos (Esquema 90).93 Esta condição reacional não se apresentou promissora para os substratos dissubstituídos, pois o composto 192 forneceu o naftaleno com rendimento de 30% e uma pequena quantidade do produto de contração cujo rendimento não foi determinado devido a dificuldades nas etapas de isolamento e purificação. 134 Introdução Esquema 90 93 O HTIB (1,2 eq.), MeCN PM*, 0 °C, 10 min 206 213 (51%) O HTIB (1,2 eq.), MeCN PM*, 0 °C, 10 min 214 215 (60%) trans:cis 10:1 *PM = Peneira Molecular 3Å É importante destacar que nosso grupo de pesquisa realizou a síntese diastereosseletiva de três produtos naturais a partir dos estudos metodológicos discutidos acima.93,130,191,192 Assim, foram concluídas as sínteses racêmicas do multisiantol,192 da indatralina93 e da trans-triquentrina A130 e as sínteses enantiosseletivas do (+)- e do (-)-multisiantol.191 Estes trabalhos foram mostrados de maneira resumida no Esquema 91. Esquema 9193,130,191,192 CH(OMe)2 HTIB (3,6 eq.), MeOH t.a., 30 min NHMe.HCl 6 etapas Cl Cl (62%) Cl Cl N Boc Cl 1) TTN.3H2O (1,1 eq.) MeCN, - 40 °C, 3 min 2) NaBH4 (4,1 eq.) - 40 à -20 °C Cl (±)-Indatralina 3 etapas N HO N H Boc (54%) MeO TTN ou HTIB (1,1 eq.) MeCN, 0 °C, 15 min MeO (±)-trans-Triquentrina A 2 ou 3 etapas R R = CHO ou R= CH(OMe)2 135 HO (±)-, (-)- ou (+)-Multisiantol Parte 3 Tendo em vista os resultados discutidos neste item, a contração de anel de 1,2-dihidronaftalenos tem se mostrado um excelente método para a preparação de esqueletos indânicos, uma vez que estes compostos podem ser obtidos com elevados rendimentos e diastereosseletividade em grande parte dos casos estudados. 136 Objetivos 2. Objetivos Este trabalho tem como propósito verificar a reatividade dos 1,2-di-hidronaftalenos com TTN sob as mesmas condições reacionais descritas no Esquema 90, ou seja, empregando acetonitrila como solvente, na presença de peneira molecular 3Å, sob atmosfera inerte e sob temperatura reduzida (como indicado no Esquema 92). Esquema 92 O R R TTN.3H2O (1,1 eq.) MeCN, PM*, 0 °C *PM = Peneira Molecular 3Å Será dado maior enfoque aos substratos contendo ligação dupla trissubstituída, pois estes compostos originam apenas produtos de adição e aromatização quando tratados com TTN em MeOH ou em TMOF (Esquema 88), ao passo que, os substratos cuja ligação dupla encontra-se dissubstituída fornecem produtos de contração de anel com elevados rendimentos sob estas condições reacionais (Esquema 85). Também faz parte do escopo deste trabalho confirmar se o sucesso das reações de contração empregando como substratos os 1,2-di-hidronaftalenos trissubstituídos (mostradas no Esquema 90) depende essencialmente do solvente ou da troca do oxidante de TTN para HTIB. 137 Parte 3 3. Resultados e Discussão Neste item será discutido inicialmente a preparação dos 1,2-di-hidronaftalenos a partir das tetralonas correspondentes. Em seguida, apresentaremos os testes de reatividade destes 1,2-dihidronaftalenos com TTN, empregando acetonitrila como solvente. 3.1. Preparação dos 1,2-di-hidronaftalenos Os 1,2-di-hidronaftalenos contendo ligação dupla trissubstituída foram preparados a partir das 1-tetralonas correspondentes empregando-se reações de Grignard seguidas por desidratação in situ com solução de ácido clorídrico.93,193,194 Já os compostos contendo ligação dupla dissubstituída foram obtidos por redução das tetralonas com boro-hidreto de sódio e utilização dos respectivos tetralóis, sem purificação prévia, em reações de desidratação catalisadas por pTsOH.177,192,193,195 Alguns detalhes das condições reacionais empregadas para a preparação dos 1,2-di-hidronaftalenos di- e trissubstituídos estão mostrados na Tabela 14. Os reagentes de Grignard foram preparados a partir de iodeto de metila, brometo de isopropila ou brometo de fenila. Assim, os haletos alquila ou arila foram reagidos com magnésio metálico, em quantidades catalíticas de iodo molecular e empregando éter dietílico como solvente. As tetralonas foram adicionadas às misturas reacionais após a extinção de todo magnésio metálico e as reações foram acompanhadas por CCD. Observado o consumo dos materiais de partida, as misturas resultantes foram tratadas com ácido clorídrico, promovendo a desidratação in situ dos alcoóis terciários formados como intermediários. As reações empregando as tetralonas 131 e 216 e iodeto de metil-magnésio levaram respectivamente aos produtos 206 e 214 em bons rendimentos (Tabela 14, entradas 1 e 2). Quando o brometo de isopropil-magnésio foi utilizado como reagente de Grignard, o produto 217 foi obtido em apenas 36% a partir da 4-metil-1-tetralona (216) (entrada 3). O mesmo substrato ao ser tratado com brometo de fenil-magnésio forneceu o composto 218 com rendimento de 80% (entrada 4). 138 Resultados e Discussão As tetralonas 131 e 219 deram origem respectivamente aos 1,2-di-hidronaftalenos 192 (70% de rendimento) e 201 (83% de rendimento) após duas etapas reacionais, sendo uma etapa de redução do grupo carbonila e outra de desidratação do álcool formado na primeira etapa (entradas 5 e 6). Para completar a lista de substratos, o composto 221 foi preparado a partir da 1benzossuberona (220) com rendimento de 72%, também por meio de uma reação de Grignard seguida por desidratação in situ (entrada 7). Tabela 14: Preparação dos 1,2-di-hidronaftalenos a partir de 1-tetralonas. Entrada Substrato Condições Reacionais* Produto (Rendimento) O i) MeI (2,7 eq.), Mg (2,7 eq.), I2, Et2O, 5 h 1 ii) HCl 10%, 0 °C, 2 h 206 (78%) 131 O i) MeI (2,7 eq.), Mg (2,7 eq.), I2, Et2O, 5 h 2 ii) HCl 10%, 0 °C, 2 h 216 3 214 (90%) i) i-PrBr (4 eq.), Mg (4 eq.), I2, Et2O, 20 h 216 ii) HCl 6 M, 0 °C, 1 h 217 (39%) Ph 4 i) PhBr (1,3 eq.), Mg (1,3 eq.), I2, Et2O, 2 h 216 ii) HCl 6 M, 0 °C, 1 h 218 (80%) O 1) NaBH4 (1 eq.), MeOH, t.a., 1 h 5 2) p-TsOH cat., PhMe, refluxo, 1 h 131 139 192 (70%) Parte 3 Tabela 14: Preparação dos 1,2-di-hidronaftalenos a partir de 1-tetralonas. (Continuação) Entrada Substrato Condições Reacionais* O 6 O 2N 1) NaBH4 (1 eq.), MeOH, t.a., 2 h Produto (Rendimento) O 2N 2) p-TsOH cat., PhMe, refluxo, 1,5 h 201 (83%) 219 O i) MeI (2,8 eq.), Mg (2,7 eq.), I2, Et2O, 5 h 7 ii) HCl 6 M, 0 °C, 1 h 221 (72%) 220 *As numerações i) e ii) indicam etapas “one-pot” e as numerações 1) e 2) indicam que a segunda etapa foi feita após elaboração da primeira. 3.2. Identificação estrutural dos 1,2-di-hidronaftalenos As estruturas dos 1,2-di-hidronaftalenos e do alceno 221 listados na Tabela 14 foram confirmadas através da comparação dos espectros de RMN de 1H e de 13 C com os dados previamente obtidos em nosso grupo de pesquisa.93,177,193,194 A Figura 25 apresenta as atribuições dos principais sinais encontrados nos espectros de RMN de 1H destes substratos. Os sinais característicos dos hidrogênios ligados às ligações duplas trissubstituídas foram encontrados entre δ 5,73 e δ 6,03. Já os hidrogênios presentes nas ligações duplas dissubstituídas dos compostos 192 e 201 são observados entre δ 6,02 e δ 6,52, ambos como dubletos de tripletos (dt). Foi possível observar sinais entre δ 2,04 e δ 2,09, referentes aos grupos metila ligados às ligações duplas, nos espectros dos compostos 206, 214 e 221. Os 4-metil-1,2-di-hidronaftalenos 214, 217 e 218 apresentaram um sexteto aparente em δ 2,87, δ 2,82 e δ 2,98, respectivamente. Este sinal se refere ao hidrogênio benzílico capaz de acoplar com os hidrogênios da metila e do metilênico com uma constante de acoplamento de aproximadamente 7 Hz. Para os compostos 206, 192, 201 e 221, os sinais atribuídos aos hidrogênios benzílicos apresentaram-se como tripletos entre δ 2,56 e δ 2,89. Em todos os substratos, os hidrogênios metilênicos alílicos mostraram sinais na faixa de δ 1,90 à δ 2,60 e os hidrogênios aromáticos apresentaram sinais entre δ 7,04 e δ 7,96. 140 Resultados e Discussão Finalmente, as metilas geminais diastereotópicas do grupo isopropila de 217 exibiram, como esperado, deslocamentos químicos distintos (em δ 1,15 e em δ 1,16). 2,03-2,05 (m) 2,04 (q; J = 1,8 Hz) 5,81-5,85 (m) aromáticos 7,08-7,23 5,73-5,77 (m) aromáticos 7,15-7,25 2,19-2,27 (m) 1,93-2,09 (m) e 2,35-2,45 (m) 2,87 (sext; J = 6,9 Hz) 2,74 (t; J = 7,8 Hz) 206 1,15 (d; J = 6,6 Hz) 214 1,21 (d; J = 6,9 Hz) 1,16 (d; J = 6,6 Hz) Ph 2.90-3.02 (m) aromáticos 7,04; 7,09; 7,23-7,50 aromáticos 7,04; 7,09; 7,15-7,50 5.79 (td, J = 4.7 e 1.2 Hz) 2.01-2.11 (m) e 2.35-2.45 (m) 5,99 (t; J = 4,6 Hz) 2,20 (ddd; J = 16,8; 7,2 e 4,6 Hz) e 2,54 (ddd; J = 16,8; 7,2 e 4,6 Hz) 2,98 (sext; J = 7,2 Hz) 2,82 (sext; J = 6,9 Hz) 217 1,20 (d; J = 6,9 Hz) 218 1,30 (d; J = 7,2 Hz) 7,85 (d; J = 1,2 Hz) 6,45 (dt; J = 9,3 e 1,8 Hz) 2,27-2,34 (m) 2,79 (t; J = 8,4 Hz) 6,52 (dt; J = 5,4 e 0,9 Hz) O2 N 6,02 (dt; J = 9,3 e 4,5 Hz) aromáticos 6,99-7,22 6,19 (dt; J = 5,4 e 2,7 Hz) 7,96 (dd; J = 4,8 e 1,5 Hz) 7,22 (d; J = 4,8 Hz) 192 2,38 (tdd; J = 5,1; 2,7 e 0,9 Hz) 2,89 (t; J = 5,1 Hz) 201 2,09 (s) 5,96 (tq; J = 6,9 e 1,5 Hz) aromáticos 7,08-7,29 2,02-2,11 (m) 1,78-1,85 (m) 2,56 (t; J = 6,9 Hz) 221 Figura 25. Atribuições dos sinais de RMN de 1H dos 1,2-di-hidronaftalenos e do alqueno 221. Nos espectros de RMN de 13 C dos compostos mostrados na Figura 25 foi possível observar dois grupos de sinais, um referente aos carbonos saturados (entre δ 19,2 e δ 34,6) e outro referente aos carbonos aromáticos e olefínicos (entre δ 119,7 e δ 143,0). Para os substratos 206 e 214, o sinal relativo ao grupo metila presente na ligação dupla pôde ser observado em δ 19,2. Os grupos metila na posição C-1 dos compostos 214, 217 e 218 apresentaram sinais em δ 20,1, δ 19,7 e δ 19,8, respectivamente. Sendo facilmente identificados devido à baixa intensidade do sinal causada pelo elevado tempo de relaxação, os carbonos quaternários de todos os 1,2-dihidronaftalenos e do alceno 221 apresentaram deslocamento químico acima de δ 131,5. Mais dados sobre os espectros de RMN de 13 C destes compostos podem ser encontrados na Parte Experimental. 141 Parte 3 3.3. Reações de oxidação dos 1,2-di-hidronaftalenos com TTN em acetonitrila Foram resumidos na Tabela 15 os resultados das reações dos 1,2-di-hidronaftalenos e do alceno 221 com TTN. Tabela 15: Contração de 1,2-di-hidronaftalenos com TTN.3H2O em MeCN a 0 °C. Entrada Substrato Tempo Produto (Rendimento)a O O 1 10 min + 206 213 (70%, 3:1) 222 O 2 10 min 214 215 (80%) trans:cis 21:1 O 6h 3 + 217 223 (63%) O Ph 224 (5%) Ph 24 hb 4 218 225 (40%) O 5 H 10 min 192 226 (97%)c O2N 24 hb 6 mistura complexa 201 O 7 30 min + 221 a OH 227 (76%) b c Rendimento isolado; 6 h a 0 °C e 18 h a temperatura ambiente; Produto bruto. 142 228 (4%) ONO2 Resultados e Discussão O primeiro substrato a ser investigado foi o 1,2-di-hidronaftaleno 206, que forneceu uma mistura do produto de contração 213 e da 2-tetralona 222 na proporção de 3:1 e com rendimento de 70% (Tabela 15, entrada 1). Comparando este resultado com os resultados prévios do nosso grupo de pesquisa (mostrados nos Esquemas 88, 89 e 90), observamos que, independente da utilização de tálio(III) ou iodo(III), a oxidação de 206 em acetonitrila levou ao produto de contração ao passo que a oxidação deste substrato em metanol levou a produtos de adição. Logo, confirmamos que a troca do solvente teve maior influência sobre os produtos formados do que a natureza do oxidante empregado. Contudo, a formação do produto 222 foi observada apenas utilizando tálio(III) como oxidante. Apesar de ambos os produtos 213 e 222 apresentarem um coeficiente de eluição muito próximo, foi possível separar uma pequena fração contendo o produto majoritário 213 na sua forma pura, que foi utilizada para identificação espectroscópica. O Esquema 93 mostra o mecanismo proposto para o rearranjo oxidativo de 206 levando ao produto de contração 213 e à 2-tetralona 222. A primeira etapa seria o ataque eletrofílico do tálio(III) à ligação dupla do substrato levando ao íon talônio 229. Em seguida, 229 sofreria um ataque nucleofílico de uma molécula de água, já que o TTN é tri-hidratado, levando ao aduto trans oxitaliado 230. Neste momento, a reação poderia ocorrer por dois possíveis caminhos. No caminho a, o intermediário trans oxitaliado 230 sofreria diretamente um rearranjo oxidativo para dar origem ao produto de contração de anel 213. No caminho b, 230 daria origem ao oxônio 232. A abertura do oxônio para formar o cátion terciário benzílico 233, migração de hidreto e desprotonação levariam à cetona 222. As etapas propostas para formação deste subproduto foram baseadas no mecanismo de rearranjo de epóxidos promovido por índio(III).196 143 Parte 3 Esquema 93 X a Tl X 206 TTN H 2O - NO3- - H+ X=ONO2 229 a a, b 230 O HO OH X a, b b Tl a X - TlNO3 - NO3- - H+ 231 213 b - TlNO- 3 - NO3 H O H O OH - H+ 232 233 222 O resultado obtido para o substrato 206 motivou o estudo da reatividade de outros 1,2-dihidronaftalenos trissubstituídos. Para nosso deleite, a reação de 214 com TTN em acetonitrila forneceu apenas o produto de contração desejado 215 com rendimento de 80% e como uma mistura dos diastereoisômeros trans e cis na proporção de 21:1 (Tabela 15, entrada 2). Este novo resultado evidenciou o efeito positivo sobre o rendimento do produto de contração exercido pela presença de um grupo alquila ligado ao C-1 e a seletiva formação do isômero trans, como previamente observado pelo grupo.93,130,188,191,192 A reação de 214 com TTN levou o produto de contração 215 em maior rendimento e diastereosseletividade do que a reação com HTIB,93 mostrada no Esquema 90. A formação preferencial dos produtos de contração de anel contendo uma relação trans entre os substituintes presentes nas posições C-1 e C-3 foi discutida anteriormente e pode ser entendida através da análise do mecanismo mostrado no Esquema 86. A obtenção dos produtos de contração 1,3-cis-dissubstituídos pode ser explicada pelo ataque do tálio(III) à mesma face contendo o grupo alquila em C-1 ou pela isomerização dos produtos 1,3-trans-substituídos. Quando o substrato 217 foi submetido às mesmas condições reacionais, o produto de contração de anel 223 foi formado com rendimento de 63% e como um único diastereoisômero, apresentando relação trans entre os substituintes (Tabela 15, entrada 3). Entretanto, neste caso, o produto de aromatização 224 foi também isolado como um produto secundário. A formação de naftalenos durante as oxidações com TTN havia sido observada em pequena escala quando testes de reatividade foram feitos em 1,2-di-hidronaftalenos contendo grupos retiradores de 144 Resultados e Discussão elétrons ligados ao anel aromático. 177 Na reação de 217 com HTIB em acetonitrila, 224 também foi isolado juntamente com o produto de contração 223 e os rendimentos foram de 13% e 48%, respectivamente.194 O Esquema 94 apresenta o mecanismo proposto para a formação de 224. Inicialmente, a formação do intermediário oxitaliado 235 ocorreria de maneira similar ao que foi mostrado no Esquema 93. Em lugar do rearranjo oxidativo, 235 sofreria eliminação de um próton (mediada pela presença de água que atuaria como base), de nitrato de tálio(I) e de um íon nitrato. Em seguida, o grupo hidroxila do intermediário 236 seria protonado e transformado em um grupo abandonador. Finalmente, a aromatização do intermediário 237 ocorreria através de uma segunda etapa de eliminação, na qual observaríamos a perda de um próton e de uma molécula de água. Esquema 94 i-Pr i-Pr i-Pr Tl X TTN H2O NO3- - H+ 217 X X=ONO2 i-Pr OH X Tl H 234 235 i-Pr OH X - TlNO3 - H+ - NO3- 236 i-Pr OH2 H+ 237 H - H+ - H2O 224 Ao ser tratado com TTN em acetonitrila, o 1,2-di-hidronaftaleno 218 levou ao produto de contração 225 com rendimento de 40% (Tabela 15, entrada 4). Quando este substrato foi reagido com HTIB em condições reacionais semelhantes, o composto 225 foi obtido em apenas 26%, juntamente com outros produtos.194 O tempo requerido para o consumo dos materiais de partida 214, 217 e 218 (10 min, 6 h e 24 h, respectivamente) foi significativamente diferente, evidenciando a diferença de reatividade entre eles. Este comportamento está em acordo com as observações anteriores sobre a sensibilidade das reações de contração mediadas por tálio(III) em relação aos efeitos estéricos e eletrônicos.94,177,188,192,197,198 Logo, a diferença de reatividade entre 214 e 217 e o menor rendimento de 223 (63%) quando comparado com 215 (80%) podem ser explicados pelo maior 145 Parte 3 impedimento estérico causado pelo grupo isopropila. Já a diferença de reatividade entre 214 e 218, juntamente com o baixo rendimento do produto de contração 225 (40%), se devem tanto a fatores estéricos quanto eletrônicos. Após a investigação da reatividade dos 1,2-di-hidronaftalenos trissubstituídos 206, 214, 217 e 218, decidimos verificar se acetonitrila seria um bom solvente para a reação de contração de anel de substratos dissubstituídos. Assim, quando o 1,2-di-hidronaftaleno (192) foi utilizado como material de partida na reação com TTN em acetonitrila, o aldeído 226 foi obtido como único produto e com rendimento elevado (Tabela 15, entrada 5). Observou-se que o material obtido diretamente após elaboração da reação apresentou auto grau de pureza, não sendo necessária a purificação deste por coluna cromatográfica. A oxidação do mesmo substrato com TTN em metanol deu origem ao produto de contração protegido na forma de um acetal (193), como mostrado no Esquema 85.188 Esta diferença entre os produtos isolados de deve ao baixo caráter nucleofílico da acetonitrila quando comparado com o metanol. Nas reações cujo oxidante foi o HTIB, o substrato 192 forneceu o produto de contração 193, com rendimento de 36%, quando metanol foi utilizado como solvente, ao passo que, o produto de aromatização (30%) foi formado predominantemente em acetonitrila, juntamente com pequena quantidade do produto de contração de anel 226, que, devido às dificuldades e durante o isolamento e purificação, não teve seu rendimento determinado.93,132 A formação direta do produto de contração na forma de um aldeído (como o 226) ao invés de um acetal (como o 193) pode ser vantajosa uma vez que dispensa a etapa de desproteção quando estes compostos são empregados como intermediários em rotas sintéticas para a preparação de derivados de indanos.192 Em contrapartida, a elevada instabilidade dos aldeídos dificultam seu armazenamento e as separações por meio de cromatografia em coluna, configurando uma desvantagem em alguns casos. A reação do 1,2-di-hidronaftaleno 201 com 1,1 equivalentes de TTN em acetonitrila produziu uma mistura complexa de produtos (Tabela 15, entrada 6). O mesmo resultado foi verificado aumentando-se a quantidade de TTN de 1,1 para 2,5 equivalentes, desencorajando a execução de novos testes de reatividade empregando substratos contendo substituintes retiradores de elétrons. 146 Resultados e Discussão Finalmente, esta metodologia foi estendida para um análogo trissubstituído contendo um anel de sete membros, a olefina 221, que, forneceu o produto de contração 227 com rendimento de 76% e pequena quantidade do produto de adição 228 (Tabela 15, entrada 7). Sob as mesmas condições reacionais, mas utilizando HTIB como oxidante, este substrato forneceu apenas o produto de contração com um rendimento ligeiramente inferior (52%).194 A configuração relativa dos substituintes em 228 foi inferida com base na proposta mecanística para a formação de produtos de adição.177,188,192,197,199 Esta proposta foi ilustrada no Esquema 95. Neste caso, o íon oxônio 240 seria formado a partir do intermediário oxitaliado 239 e sofreria o ataque do íon nitrato pela face oposta ao átomo de oxigênio, resultando em um produto de adição anti (228). Esquema 95 X OH Tl X 221 TTN H2O - NO3- - H+ X=ONO2 238 OH NO3 Tl X 239 H O - TlNO3 - NO3- X ONO2 - 228 240 Produtos de adição sin também costumam ser isolados durante as reações de oxidação promovidas por tálio(III) ou por iodo(III), mas em menor quantidade quando comparado com os produtos de adição anti.93,177,188 Desta forma, propomos que a configuração relativa mais provável para o produto 228 seria aquela na qual os grupos hidroxila e nitrato estariam em lados opostos do anel. Posteriormente a este trabalho, outra estudante de doutorado (hoje Profa. Dra. Graziela Gallego Bianco) demonstrou que a metodologia discutida neste capítulo também forneceu produtos de contração isolados diretamente como aldeídos e com rendimentos elevados a partir de 1,2-di-hidronaftalenos dissubstituídos contendo grupos doadores de elétrons ligados ao anel 147 Parte 3 aromático. Estes resultados contribuíram para a redução de uma etapa reacional durante a otimização da síntese do produto natural (+)-multisiantol e de seu enantiômero.191,200 Além disso, também foi verificado que a exclusão de peneira molecular e atmosfera inerte proporcionou um aumento do rendimento da reação para substratos contendo grupos doadores de elétrons.191,200 3.4. Identificação estrutural produtos de oxidação dos 1,2-di-hidronaftalenos com TTN As estruturas dos compostos 213, 215, 222, 223, 224, 225, 226 e 227 listados na Tabela 15 foram confirmadas através da comparação dos espectros de RMN de 1H e de 13 C com os dados da literatura.93,194,201-206 As atribuições dos sinais de RMN de 1H dos produtos de contração de anel foram sumarizadas na Figura 26 e serão discutidas a seguir. Todos os espectros de RMN de 1H dos produtos de contração exibiram sinais entre δ 7,05 e δ 8,06 que correspondem aos hidrogênios aromáticos. Estes compostos apresentaram também um sinal característico referente ao hidrogênio α-carbonílico que apareceu em δ 4,09 no caso das metil-cetonas 213 e 215, em δ 4,26 para a isopropil-cetona 223 e em δ 5,06 para a fenil-cetona 225. Para o aldeído 226 o sinal do hidrogênio α-carbonílico apresentou-se mais blindado que para as cetonas, sendo observado em δ 3,94. O sinal relativo a este hidrogênio no espectro do composto 227 foi observado em δ 3,83. O desdobramento do sinal referente aos hidrogênios α-carbonílicos dependeu do padrão de substituição do anel ciclo-pentânico ou ciclo-hexânico: no caso dos indanos 1,3-dissubstituídos (215, 223 e 225) este sinal apresentou-se como um duplo dubleto (dd); para os compostos monossubstituídos 213 e 227 este sinal exibiu características de um tripleto aparente (t); para o aldeído 226 o sinal α-carbonílico desdobrou-se como um dubleto de duplo dubleto (ddd) devido ao acoplamento com os hidrogênios metilênicos geminais e com o hidrogênio do grupo aldeído. No espectro de RMN de 1H do composto 213 foi possível observar um quarteto aparente em δ 2,32 (q; J = 7,2 Hz) referente aos hidrogênios metilênicos em β ao grupo carbonílico e um multipleto em δ 2,98-3,14 atribuído ao grupo metilênico benzílico. 148 Resultados e Discussão Nos espectros dos compostos 1,3-dissubstituídos, os dois hidrogênios do grupo metilênico β-carbonílico apresentaram sinais distintos, um multipleto entre δ 1,80 e δ 2,07 e um dubleto de duplo dubleto entre δ 2,55 e δ 2,71. Além disso, como o hidrogênio benzílico acoplou de maneira semelhante com os hidrogênios do grupo metila geminal e do grupo metilênico vizinho, este exibiu um sinal desdobrado como um sexteto, com constante de acoplamento igual a 7,2 Hz, para todos os três compostos 1,3-dissubstituídos. Estes compostos exibiram também como característica marcante um dubleto próximo a δ 1,30 (d; J = 7,2 Hz; 3H), que se refere ao grupo metila ligado ao carbono benzílico. Para os compostos 226 e 227, ambos os grupos metilênicos apresentaram-se como multipletos nos espectros de RMN de 1H. As metil-cetonas 213, 215 e 227 mostraram singletos em δ 2,18, δ 2,17 e δ 2,11, respectivamente. Já o produto 226 exibiu um sinal em δ 9,66 (d; J = 2,7 Hz; 1H) referente ao hidrogênio do grupo aldeído, que acopla com o hidrogênio α-carbonílico. Além dos sinais característicos do esqueleto 1,3-dissubstituído, o composto 223 apresentou sinais referentes ao grupo isopropil-cetona. Assim, foi possível observar dois sinais distintos em δ 1,06 (d; J = 6,7 Hz; 3H) e em δ 1,13 (d; J = 6,7 Hz; 3H) referentes às metilas diastereotópicas e um septeto aparente em δ 2,93 (sept; J = 6,7 Hz; 1H) atribuído ao hidrogênio αcarbonílico geminal às duas metilas. O O 2,18 (s) 4,09 (t; J = 6,9 Hz) aromáticos 7,18-7,29 2,32 (q; J = 7,2 Hz) 2,17 (s) 4,09 (dd; J = 12,9 e 3,3 Hz) H aromáticos 7,19-7,30 H' 1,80-1,90 (m) 3,40 (sext; J = 7,2 Hz) 2,98-3,14 215 213 1,06 (d; J = 6,7 Hz) O 1,13 (d; J = 6,7 Hz) H 2,55 (ddd; J = 12,5; 7,2 e 3,5 Hz) 1,29 (d; J = 7,2 Hz) O 2,93 (sept; J = 6,7 Hz) 4,26 (dd; J = 8,7 e 3,5 Hz) aromáticos 7,15-7,18; 7,20-7,25 aromáticos 7,05-7,11; 7,22-7,25; 7,48-7,63; 8,03-8,06 5,06 (dd; J = 8,7 e 4,2 Hz) H 3,50 (sext; J = 7,2 Hz) 3,41 (sext; J = 7,2 Hz) H 2,26-2,50 (m) 7,18-7,31 226 O 9,66 (d; J = 2,7 Hz) 3,94 (ddd; J = 8,7; 6,0 e 2,7 Hz) aromáticos 225 1,28 (d; J = 7,2 Hz) O 2,93-3,10 (m) 2,71 (ddd; J = 12,6; 7,8 e 4,2 Hz) H' 1,97-2,07 (m) H' 1,81-1,87 (m) 223 2,59 (ddd; J = 12,9; 7,2 e 3,3 Hz) 1,33 (d; J = 7,2 Hz) 2,11 (s) 3,83 (t; J = 6,7 Hz) aromáticos 6,96-7,00; 7,10-7,20 1,85-2,08 (m) 1,65-1,78 (m) e 1,85-2,08 (m) 2,71-2,88 (m) 227 Figura 26. Atribuições dos sinais de RMN de 1H dos indanos e do tetra-hidronaftaleno 227. 149 Parte 3 A configuração trans entre os substituintes dos compostos 215, 223 e 225 e as atribuições dos hidrogênios metilênicos H-2 e H’-2 foram determinadas por comparação com compostos encontrados na literatura.206 A Figura 27 mostra os deslocamentos químicos e as constantes de acoplamento dos sinais referentes aos indanos cis- e trans-1,3-dissubstituídos 241. O 4,00 (dd; J = 9,6 e 7,7 Hz) 3,76 (s) O OMe 4,05 (dd; J = 8,4 e 3,5 Hz) 3,68 (s) OMe aromáticos H 2,56 (dt; J = 12,7 e 7,7 Hz) aromáticos H 7,10-7,40 H' 1,96 (dt; J = 12,7 e 9,6 Hz) 7,10-7,40 H' 1,86 (ddd; J = 12,7; 8,4 e 7,3 Hz) 3,45 (ddq; J = 7,5; 7,3 e 7,0 Hz) 3,20 (ddq; J = 9,6; 7,7 e 6,9 Hz) 1,35 (d; J =6,9 Hz) 2,67 (ddd; J = 12,7; 7,5 e 3,5 Hz) 1,28 (d; J = 7,0 Hz) cis-241 trans-241 Figura 27. Deslocamentos químicos e constantes de acoplamento de indanos trans- e cis-1,3- dissubstituídos em espectros de RMN de 1H (500 MHz, CDCl7).206 No caso do composto cis-241, a observação de que um dos hidrogênios metilênicos H-2 acoplou com os demais hidrogênios vizinhos H-1 e H-3 com a mesma intensidade (J1-2 = J2-3 = 7,7 Hz) e que o mesmo pôde ser observado para o outro hidrogênio metilênico H’-2 (J1-2’ = J2’-3 = 9,6 Hz) sugerem que H-1 e H-3 tenham a mesma relação estereoquímica com o H-2 e com o H’-2, ou seja, que H-1 e H-3 estejam em cis. Como para este tipo de sistema os acoplamentos em cis são em geral maiores que os acoplamentos em trans, podemos atribuir o sinal em δ 2,56 (dt; J = 12,7 e 7,7 Hz) ao H-2 em trans e o sinal em δ 1,96 (dt; J = 12,7 e 9,6 Hz) ao hidrogênio H’-2 em cis. Para o composto trans-241, as intensidades bastante diferentes observadas durante o acoplamento de um dos hidrogênios metilênicos H-2 com os demais hidrogênios vizinhos (J1-2 = 3,5 Hz e J2-3 = 7,5 Hz) sugerem que H-1 e H-3 tenham uma relação estereoquímica diferente com o H-2, indicando que H-1 e H-3 possuem uma relação trans. Pela grandeza destas constantes de acoplamento podemos supor uma relação cis entre H-2 e H-3 e trans entre H-2 e H-1. Um raciocínio semelhante pode ser adotado para o H’-2, indicando que o mesmo se encontra em trans ao H-3 e cis ao H-1. Nos espectros de RMN de 13 C dos produtos de contração presentes na Figura 26, podemos apontar como principais características: (i) os sinais referentes aos carbonos benzílicos e α-carbonílicos entre δ 51,4 e δ 58,9; e (ii) os sinais atribuídos aos carbonos carbonílicos na faixa 150 Resultados e Discussão de δ 208,4 à δ 210,7 para as metil-cetonas 213, 215 e 227, em δ 214,5 para a isopropil-cetona 223, em δ 200,4 para 225 e em δ 200,6 para o aldeído 226. A Figura 28 apresenta os principais sinais presentes nos espectros de RMN de 1H dos subprodutos obtidos durante os testes de reatividade dos 1,2-di-hidronaftalenos com TTN em acetonitrila, assim como, as atribuições para estes sinais. 1,39 (d; J = 6,9 Hz) 3,52 (q; J = 10,5 Hz) 1,47 (d; J = 10,5 Hz) O 222 1,39 (d; J = 6,9 Hz) 1,83 (s) 3,74 (sept; J = 6,9 Hz) OH aromáticos aromáticos 7,29-7,31; 7,49-7,53; 8,00-8,05; 8,13-8,17 7,11; 7,21; 7,29; 7,81 224 ONO2 H 4,70 (dd; J = 12,3 e 3,3 Hz) 2,34-2,43 e 2,48-2,62 2,82-2,89 e 2,99-3,08 2,67 (s) 1,47-1,65 e 2,07-2,18 228 1 Figura 28. Principais sinais encontrados nos espectros de RMN de H dos subprodutos obtidos pela oxidação dos 1,2-di-hidronaftalenos com TTN. Não foi possível isolar nenhuma fração pura do produto 222, desta forma, sua estrutura foi confirmada através da análise dos espectros de RMN de 1H e de 13 C da mistura (213 + 222) e comparação dos sinais referentes ao produto minoritário com os dados da literatura.205 Dois sinais característicos da cetona 222 apresentaram destaque no RMN de 1H, sendo um dubleto em δ 1,47 (d; J = 10,5 Hz) e um quarteto em δ 3,52 (q; J = 10,5 Hz), cujas integrais possuíam uma proporção de 3:1. Estes sinais foram atribuídos respectivamente ao grupo metila e ao hidrogênio benzílico e α-carbonílico. A proporção entre os compostos 213 e 222 foi determinada através dos valores das integrais dos sinais em δ 2,18 e 4,09, referentes ao produto majoritário, e dos sinais em δ 1,47 e 3,52, referentes ao produto minoritário, presentes do espectro de RMN de 1H da mistura. O produto aromatizado 224 foi identificado por comparação dos dados de RMN com a literatura.203 No espectro de RMN de 1H, observamos, além dos sinais referentes aos hidrogênios aromáticos, um dubleto em δ 1,39 (d; J = 6,9 Hz; 6H) e um septeto em δ 3,74 (sept; J = 6,9 Hz; 1H), atribuídos respectivamente às metilas e ao hidrogênio terciário do grupo isopropila. Um singleto em δ 2,67 (s; 3H), relativo à metila ligada ao C-4, também constituiu uma característica marcante deste espectro. No espectro de RMN de 13 C, foi possível notar três sinais em δ 19,5, δ 23,6 e δ 28,3, sendo que o sinal do meio apresentou-se bem mais intenso que os demais. Com base nos deslocamentos químicos e intensidades destes sinais, estes foram atribuídos ao grupo 151 Parte 3 metila ligado ao C-4, aos grupos metila geminais e ao carbono terciário do grupo isopropila, respectivamente. À esquerda do espectro, foi possível observar quatro sinais menos intensos referentes ao carbonos quaternários e seis sinais mais intensos referentes aos outros carbonos aromáticos. A estrutura de 228 foi determinada através da análise dos espectros de RMN, CG-EM e EMAR. No espectro de RMN de 1H, observou-se um sinal em δ 4,70 (dd; J = 12,3 e 3,3 Hz; 1H) referente ao hidrogênio ligado ao carbono vizinho ao grupo nitrato e um sinal em δ 1,83 (s; 3H) atribuído aos hidrogênios do grupo metila. No espectro de RMN de 13 C, a presença dos sinais em δ 75,7 e 94,7 referentes ao carbono carbinólico e ao carbono ligado ao grupo -ONO2, respectivamente, foram fortes indícios da formação de 228. O sinal relativo ao íon molecular não foi identificado no espectro de massas de baixa resolução, constituindo um comportamento característico dos nitratos alifáticos quando submetidos a técnicas de ionização por impacto de elétrons.152,177 Já no espectro de massas de alta resolução foi possível observar o sinal correspondente ao aduto cationizado com sódio (EMAR calc. para [C12H15NO4 + Na]+: 260,0893. Encontrado: 260,0889), com um pequena diferença entre os valores calculado e encontrado (1,5 ppm). 152 Conclusões 4. Conclusões Os testes de reatividade dos 1,2-di-hidronaftalenos discutidos neste capítulo, cujos resultados foram resumidos na Tabela 15, foram publicados no periódico Synthesis no início de 2009.130 Os resultados mostraram que é possível obter produtos de contração de anel a partir da oxidação de 1,2-di-hidronaftalenos contendo ligação dupla trissubstituída, utilizando tálio(III) como oxidante e acetonitrila como solvente. Além disso, o método empregado demonstrou ser uma ferramenta importante para a preparação diastereosseletiva de indanos trans-1,3-dissubstituídos. Na presença de acetonitrila, o substrato dissubstituído 192 forneceu diretamente o aldeído 226 em lugar do acetal 19395 formado na presença de metanol (Esquema 85). O 1,2-di-hidronaftaleno 201, contendo um grupo altamente retirador de elétrons ligado ao anel aromático, levou a uma mistura complexa de produtos sobre as condições reacionais testadas. Podemos concluir que a natureza do solvente constitui um fator determinante para o sucesso das reações de contração, pois, independentemente do oxidante empregado, os substratos trissubstituídos forneceram apenas produtos de adição na presença de metanol93,188 e produtos de contração com o emprego de acetonitrila93,130. Quando comparamos a eficácia dos oxidantes, as reações com TTN levaram, em geral, a maiores rendimentos do produto de contração que as reações com HTIB. 153 154 Parte 4 Síntese Rápida e Eficiente de Reagentes de Koser e Derivados a partir de Iodo/Arenos ou Iodoarenos 155 156 Introdução 1. Introdução Nos últimos anos, os reagentes de iodo hipervalente têm sido amplamente utilizados como oxidantes para a síntese de compostos orgânicos.207-212 O grande interesse em relação a esta classe de compostos, além de estar relacionado com suas propriedades oxidantes, pode ser explicado pela baixa toxicidade em relação aos oxidantes usuais e pela disponibilidade comercial.207 Dentre os representantes mais importantes desta classe de reagentes temos os compostos de iodo(III) e de iodo(V) listados na Figura 29. HO I OTs Hidróxi(tosilóxi)iodobenzeno (HTIB) F3COCO I AcO I OAc (Diacetóxi)iodobenzeno (DIB) O OCOCF3 OH I O Bis(trifluoroacetóxi)iodobenzeno (PIFA) O Ácido 2-iodóxi-benzóico (IBX) I O Iodosobenzeno AcO OAc I OAc O O Periodinana de Dess-Martin (DMP) Figura 29. Reagentes de iodo(III) e de iodo(V) mais comuns em síntese orgânica. Também conhecido como reagente de Koser,210 o hidróxi(tosilóxi)iodobenzeno (HTIB) pode ser empregado como oxidante em várias transformações químicas, tais como, α-oxidação de compostos carbonílicos, rearranjo oxidativo de olefinas, dearomatização de fenóis e síntese de sais de iodônio.207,213-216 Nosso grupo de pesquisa tem estudado a utilização deste reagente para a preparação de indanos a partir da contração de anel de 1,2-di-hidronaftalenos, sendo que alguns dos principais resultados foram mostrados nos Esquemas 89, 90 e 91.93,132,191,194 O HTIB também mostrou-se eficiente nas reações de expansão de anel de derivados de 1-vinil-cicloalcanos, proporcionando um método eficiente para a preparação de anéis de sete membros.217 O reagente de Koser e seus derivados usualmente são preparados em duas etapas. A primeira etapa consiste na oxidação de um iodoareno ao correspondente (diacetóxi)iodoareno ou a uma espécie similar contendo iodo(III). Em seguida, o tratamento com ácido para157 Parte 4 toluenosulfônico (p-TsOH) fornece o composto alvo por meio de uma reação de troca de ligante (Esquema 96).202,207,218 Esquema 96202 I AcO I OAc HO AcOOH (1,3 eq.), AcOH 15°C (1 h) e 25°C (4 h) I OTs p-TsOH (1 eq.) MeCN, refluxo DIB (92%) HTIB (93%) Em 1980, Koser & Wettach demonstraram que o HTIB pode ser utilizado na síntese de seus análogos substituídos ao ser mantido por longos períodos de tempo na presença de iodoarenos em solução de diclorometano (Esquema 97). Este método forneceu bons rendimentos empregando 4-cloro-, 4-bromo-, 4-iodo-, 4-metil e 4-fenil-iodobenzeno.219 Esquema 97219 HO I OTs I OTs CH2Cl2, t.a., 3 dias + HTIB HO I I + Cl Cl 241 (90%) O primeiro procedimento “one-pot” para a obtenção do reagente de Koser e de seu derivado 242 a partir de iodoarenos empregou Selectfluor (243) como oxidante e foi publicado em 2005 pelo grupo de Shreeve (Esquema 98).220 Apesar dos autores afirmarem que os produtos foram obtidos em bons rendimentos, seus valores não foram descritos no artigo. Esquema 98220 I HO I Cl OTs 243 (2,6 eq.), MeCN/AcOH (20:1) p-TsOH (1 eq.), t.a., 24 h N 2 BF4- R R R = H, HTIB R = Me, 242 158 N F Selectfluor, 243 Introdução Alguns meses depois, Yamamoto & Togo relataram a preparação do HTIB e derivados através da oxidação direta de iodoarenos com ácido meta-cloroperbenzóico (m-CPBA), cujos principais resultados foram listados na Tabela 16.221 Condições similares foram empregadas pelo mesmo grupo de pesquisa para a formação catalítica desses compostos de iodo(III) durante reações de α-tosiloxilação de substratos carbonílicos.222,223 Tabela 16: Preparação do HTIB e derivados a partir da oxidação de iodoarenos com m-CPBA em presença de p-TsOH.221 m-CPBA (1,1 eq.) p-TsOH (1,1 eq.) CHCl3, t.a., 2 h I HO I R Entrada Substrato R Produto (Rendimento) HO I OTs I Entrada Substrato OTs I 1 4 F 3C Produto (Rendimento) HO HO I OTs 245 (75%) HTIB (95%) I I F3 C OTs I 2 HO I OTs 5 F3C 242 (100%) I HO I I OTs 3 F 3C 246 (85%) HO I OTs 6 244 (95%) Cl Cl 241 (96%) Recentemente, durante seu trabalho de pós-doutorado, Dra. Eleanor Merritt observou a formação do HTIB como intermediário da síntese “one-pot” de sais de alquinil(aril)iodônio. Desta forma, após pequenas variações do procedimento inicial, o HTIB foi preparado de maneira rápida (15 min) por meio da oxidação do iodobenzeno com 1 equivalente de m-CPBA, em presença de 1 equivalente de p-TsOH e empregando-se como solvente uma mistura de diclorometano e de 2,2,2-trifluoroetanol (TFE) na proporção de 1:1. O rendimento foi de 88% quando a reação foi 159 Parte 4 realizada em uma escala de 0,25 mmol de iodobenzeno, não havendo alteração significativa deste valor quando a escala foi aumentada para 10 mmol (Esquema 99).224 Esquema 99224 I HO I OTs m-CPBA (1 eq.), p-TsOH.H2O (1 eq.) CH2Cl2/TFE 1:1, t.a., 15 min HTIB (88%, escala: 0,25 mmol) ou (89%, escala: 10 mmol) Condições semelhantes àquelas descritas no Esquema 99 foram utilizadas na tentativa de preparação do HTIB a partir de benzeno e iodo molecular (I2). Logo, tendo como base a quantidade de I2, foram utilizados 2 equivalentes de benzeno, 3 equivalentes de m-CPBA e 4 equivalentes de p-TsOH. De maneira intrigante, além do produto esperado, verificou-se a formação do subproduto 242, cuja proporção apresentou um pequeno aumento ao longo do tempo reacional (Esquema 100).224 Esquema 100224 HO + 2 (2 eq.) I2 I HO OTs m-CPBA (3 eq.), p-TsOH.H2O (4 eq.) CH2Cl2/TFE 1:1, t.a. I OTs + (1 eq.) HTIB 242 (1:0,43; após 18 h) (1:0,32; após 1 h) Embora pareça óbvio que o subproduto 242 seja formado a partir do p-TsOH, o mecanismo pelo qual ocorre esta transformação ainda não foi completamente entendido. Recentemente Togo e colaboradores propuseram que o mecanismo para a desulfonilação/iodação de ácidos arenosulfônicos em presença de m-CPBA e I2 englobaria uma reação de substituição eletrofílica ipso provocada por uma espécie de iodônio formada no meio reacional. 225 Entretanto, a variação da proporção entre os produtos ao longo do tempo empregado na reação evidenciou uma maior velocidade de formação do produto principal quando comparado com o subproduto. 160 Objetivos 2. Objetivos A versatilidade do reagente de Koser (HTIB) e de seus derivados justifica a busca por métodos mais rápidos e eficientes para a preparação destes compostos. Apesar da maior parte dos procedimentos empregarem duas etapas reacionais, foram desenvolvidas metodologias “onepot” para a oxidação de iodoarenos empregando Selectfluor220 ou m-CPBA221. Testes realizados recentemente pela Dra. Merritt mostraram que o emprego de TFE como co-solvente proporcionou resultados promissores durante as preparações de HTIB. Empregando estes resultados como ponto de partida, o trabalho em questão tem como objetivo principal desenvolver procedimentos eficientes para a síntese do HTIB e seus derivados a partir de arenos e iodo molecular ou de iodoarenos (Esquema 101). Esquema 101 HO + I OTs I I2 R R R Desta forma, fazem parte do escopo deste trabalho: (a) desenvolver um método eficaz para a síntese do reagente de Koser a partir de benzeno e iodo molecular; (b) estender esta metodologia para a preparação de derivados do reagente de Koser a partir de diversos arenos; e (c) estudar a preparação do reagente de Koser e derivados a partir de iodoarenos. 161 Parte 4 3. Resultados e Discussão O trabalho apresentado nesta parte da Tese foi realizado na Universidade de Estocolmo sob a supervisão da Profa. Berit Olofsson. Inicialmente, discutiremos os resultados que levaram à preparação do reagente de Koser empregando benzeno e iodo molecular como materiais de partida. Em seguida, apresentaremos os resultados obtidos durante a tentativa de expandir esta metodologia para a preparação dos derivados do reagente de Koser. Finalmente, serão discutidos os resultados alcançados durante a preparação do HTIB e análogos a partir de iodoarenos. 3.1. Preparação do reagente de Koser (HTIB) a partir de benzeno e I2 Na tentativa de minimizar a formação do subproduto 242 durante a preparação do HTIB a partir de benzeno e iodo, como mostrado anteriormente no Esquema 100, resolvemos reduzir pela metade a quantidade de p-TsOH, ou seja, diminuir de 4 para 2 equivalentes. Infelizmente, esta modificação não alterou significativamente a proporção entre os produtos, sendo que, o HTIB foi obtido juntamente com o subproduto 242 em uma proporção de 1:0,35, após 25 min de reação, como mostrado no Esquema 102. Uma vez que os compostos HTIB e 242 não puderam ser separados, não foi possível calcular o rendimento desta reação. Esquema 102 HO + 2 (2 eq.) I2 I m-CPBA (3 eq.), p-TsOH.H2O (2 eq.) CH2Cl2/TFE 1:1, t.a., 25 min HO OTs OTs + HTIB (1 eq.) I (1:0,35) 242 Em seguida, decidimos testar o uso de ácido tríflico (TfOH) para ativar a formação de uma espécie intermediária contendo iodo(III)226, que, seria convertida no HTIB através da adição de pTsOH à mistura reacional. Desta forma, teríamos uma sequência “one-pot”, mas em duas etapas. 162 Resultados e Discussão Assim, a primeira etapa foi realizada empregando 2 equivalentes de benzeno, 1 equivalente de I2, 3 equivalentes de m-CPBA, 2 equivalentes de TfOH e uma mistura de diclorometano e TFE na proporção de 1:1. Após dez minutos de agitação vigorosa sob temperatura ambiente, observou-se o desaparecimento da coloração violeta presente na mistura reacional. Esta mudança de cor, de violeta para amarelo claro, indicou que todo o iodo molecular havia sido convertido na espécie intermediária contendo iodo(III), cuja estrutura ainda não foi determinada. A seguir, foi realizada a adição de 2 equivalentes de p-TsOH e a agitação foi mantida por duas horas. A reação foi finalizada com a evaporação do solvente e recristalização do material bruto em éter dietílico, fornecendo o HTIB como o único produto e com rendimento de 51% (Esquema 103). Esquema 103 + 2 (2 eq.) I2 m-CPBA (3 eq.), TfOH (2 eq.) CH2Cl2/TFE 1:1, t.a., 10 min Ar IIII p-TsOH.H2O (2 eq.) t.a., 2h HO I OTs 2 (1 eq.) HTIB (51%) Os resultados obtidos durante a otimização desta reação foram sumarizados nas Tabelas 17, 18 e 19. Inicialmente, verificamos que o tempo empregado após a adição do p-TsOH influenciou diretamente o rendimento da reação. Quando a segunda etapa reacional foi realizada utilizandose 6 h ou 4 h, o HTIB foi obtido com rendimentos de aproximadamente 40% (Tabela 17, entradas 1 e 2). Após a repetição do procedimento inicial, sob as mesmas condições reacionais descritas no Esquema 103, obteve-se um rendimento de 49% (entrada 3). Os tempos reacionais de 1 h, 30 min ou 10 min levaram a rendimentos próximos a 60% (entradas 4-6). A utilização de 3 equivalentes de benzeno não alterou significativamente o rendimento da reação (entrada 7). Já o incremento da quantidade de p-TsOH proporcionou uma redução do rendimento de 61% para 53% (entrada 8). Como não foi observada uma significativa variação do rendimento para os tempos abaixo de 1 h, optamos por dar continuidade a este estudo fixando o tempo da segunda etapa em 10 min. 163 Parte 4 O aumento do tempo empregado na primeira etapa, ou seja, antes da adição do p-TsOH, influenciou negativamente a formação do HTIB (entrada 9). Entretanto, quando a reação foi realizada em apenas uma etapa, fazendo-se a adição do p-TsOH imediatamente após a adição do TfOH, observou-se a formação do produto esperado com rendimento de apenas 23% (entrada 10). Tabela 17: Efeito do tempo reacional durante a preparação da HTIB a partir de benzeno e iodo molecular empregando um procedimento “one-pot” em duas etapas. + 2 I2 m-CPBA (3 eq.), TfOH (2 eq.) CH2Cl2/TFE 1:1, t.a. Ar IIII p-TsOH.H2O t.a. HO I OTs 2 (1 eq.) HTIB Tempo da 1a Tempo da 2a Rendimento do etapa etapa HTIB 2 10 min 6h 42% 2 2 10 min 4h 41% 3 2 2 10 min 2h 49-51%* 4 2 2 10 min 1h 58% 5 2 2 10 min 30 min 61% 6 2 2 10 min 10 min 60% 7 3 2 10 min 30 min 59% 8 2 3 10 min 30 min 53% 9 2 2 35 min 10 min 45% 10 2 2 Entrada eq. de PhH eq. de p-TsOH 1 2 2 1h (Somente 1 etapa) 23% *Resultados obtidos após repetições do procedimento descrito no Esquema 103. Resumidamente, os resultados listados na Tabela 17 mostraram a necessidade de realização da reação em duas etapas e o efeito positivo exercido pela redução dos tempos reacionais. Observamos também que o emprego de uma maior quantidade de benzeno não favoreceu a reação e que um aumento da quantidade de p-TsOH causou redução no rendimento do HTIB. Decidimos verificar se seria necessário utilizar uma mistura dos solventes diclorometano e TFE na preparação do HTIB. Logo, quando a reação foi realizada empregando apenas diclorometano observou-se um aumento do rendimento para 68% (Tabela 18, entrada 1). Já 164 Resultados e Discussão quando apenas TFE foi utilizado, não foi possível observar o desaparecimento da coloração violeta referente ao iodo molecular mesmo após 5 dias (entrada 2). A redução da quantidade de TfOH pela metade não alterou o rendimento da reação (entrada 3). Mas, ao diminuir esta quantidade para apenas 0,4 equivalentes, foi verificada uma redução considerável do rendimento para 39% (entrada 4). Em contrapartida, a utilização de 3 equivalentes de TfOH levou a uma mistura complexa de produtos, onde foi possível identificar uma pequena quantidade do triflato de difeniliodônio [(Ph)2I+TfO-] (entrada 5). Desta forma, optamos por dar continuidade aos estudos empregando apenas 1 equivalente de TfOH, considerando que o rendimento não foi alterado com a diminuição da quantidade deste reagente de 2 para 1 equivalente. O efeito do tempo foi novamente verificado nas reações utilizando apenas diclorometano como solvente e 1 equivalente de TfOH. Assim, o produto desejado foi formado com rendimento de 65% quando o tempo da primeira etapa foi aumentado para 35 min (entrada 6), evidenciando uma baixa influência causada pela variação do tempo empregado nesta etapa sobre o rendimento. Da mesma forma que aconteceu anteriormente (reveja Tabela 17, entradas 5 e 6), o aumento do tempo da segunda etapa, de 10 min para 30 min, não alterou significativamente o rendimento da reação (entrada 7). A realização desta reação sob refluxo ou em banho de gelo provocou uma redução do rendimento (entradas 8 e 9). Quando foi empregada novamente uma mistura de diclorometano e TFE, mas com uma proporção de 3:1 entre estes dois solventes, o produto esperado foi formado com rendimento semelhando ao obtido na presença apenas de diclorometano (entrada 10). Tabela 18: Diferentes condições reacionais para a preparação do HTIB a partir de benzeno e iodo molecular empregando um procedimento “one-pot” em duas etapas. + 2 (2 eq.) Entrada eq. de TfOH HO m-CPBA (3 eq.) TfOH I2 Ar IIII p-TsOH.H2O (2 eq.) I OTs 2 (1 eq.) HTIB Solvente Tempo da 1a Tempo da 2a etapa etapa Temperatura Rendimento do HTIB 1 2 CH2Cl2 10 min 10 min t.a. 68% 2 2 TFE 10 min 5 dias t.a. ---* 165 Parte 4 Tabela 18: Diferentes condições reacionais para a preparação do HTIB a partir de benzeno e iodo molecular empregando um procedimento “one-pot” em duas etapas. (Continuação) Entrada eq. de TfOH Solvente Tempo da 1a Tempo da 2a etapa etapa Temperatura Rendimento do HTIB 3 1 CH2Cl2 10 min 10 min t.a. 68% 4 0,4 CH2Cl2 10 min 10 min t.a. 39% 5 3 CH2Cl2 10 min 10 min t.a. ---† 6 1 CH2Cl2 35 min 10 min t.a. 65% 7 1 CH2Cl2 10 min 30 min t.a. 67% 8 1 CH2Cl2 10 min 10 min 40-44 °C 62% 9 1 CH2Cl2 10 min 10 min 0 °C 61% 10 1 10 min 10 min t.a. 67% CH2Cl2:TFE 3:1 *A reação não se completou mesmo após 5 dias; †Observou-se a formação de uma mistura complexa de produtos. Considerando os resultados discutidos até este momento, a condição reacional mais simples e que proporcionou um melhor resultado foi aquela descrita na entrada 3 da Tabela 18, onde foram empregados apenas diclorometano como solvente e 1 equivalente de TfOH. Com a substituição do m-CPBA presente no laboratório por um material recém comprado e produzido pela mesma empresa, as reações passaram a fornecer o HTIB com rendimentos significativamente menores (Tabela 19, entrada 1). Inicialmente supomos que a causa para este problema estaria no processo de secagem e/ou titulação do material comercial, visto que este é obtido com pureza de aproximadamente 74% e deve ser secado até atingir uma porcentagem de 80% (para detalhes destes processos consulte a Parte Experimental). Desta forma, estes procedimentos foram repetidos inúmeras vezes com o objetivo de confirmar a porcentagem de oxidante presente na mistura, contudo, não foi possível verificar mudanças nos resultados. Mesmo após substituição deste reagente por outro, também recém comprado, não foi possível obter os rendimentos originais para as reações de formação do HTIB. Logo, optamos por realizar outro estudo empregando este “novo” reagente. A Tabela 19 resume os resultados obtidos. Quando a quantidade de oxidante foi aumentada para 5 equivalentes o produto foi obtido com rendimento um pouco acima do rendimento original empregando apenas 3 equivalentes (entrada 2). 166 Resultados e Discussão Os resultados descritos nas entradas 3-5 mostram que o aumento considerável da quantidade de benzeno (de 2 para 10 equivalentes) forneceu o produto esperado com rendimentos um pouco maiores. Além disso, apesar da alteração da quantidade de oxidante de 3 para 5 equivalentes ter acarretado um melhora no rendimento, este voltou a diminuir com a utilização de 9 equivalentes. Sob excesso de benzeno e na presença de 9 equivalentes de oxidante, um pequeno aumento da quantidade de p-TsOH proporcionou uma melhora no rendimento da reação (entradas 5 e 6). Entretanto, quando foram empregados 5 equivalentes de m-CPBA, o aumento da quantidade de p-TsOH não causou mudança no rendimento (entradas 4 e 7). Verificou-se que a adição de água á mistura reacional influenciou de forma negativa o rendimento da reação, como mostrado nas entradas 8 e 9. Finalmente foram testados 3,5 e 4 equivalentes de oxidante, observando-se uma pequena melhora do rendimento quando comparado com as reações empregando 5 equivalentes (entradas 10 e 11). Desta forma, podemos verificar que um pequeno excesso de m-CPBA contribuiu para o aumento do rendimento da reação ao passo que excessos maiores causaram uma diminuição deste rendimento. Tabela 19: Diferentes condições reacionais para a preparação do HTIB a partir de benzeno e iodo molecular empregando um procedimento “one-pot” em duas etapas. 2 + I2 m-CPBA, TfOH (1 eq.) CH2Cl2, t.a., 10 min IIII Ar HO p-TsOH.H2O t.a., 10 min I OTs 2 (1 eq.) HTIB Entrada eq. de PhH eq. de m-CPBA eq. de p-TsOH.H2O Rendimento do HTIB 1 2 3 2 61-62% 2 2 5 2 70% 3 10 3 2 64% 4 10 5 2 78% 5 10 9 2 66% 6 10 9 2,5 70% 7 10 5 2,5 78% 8 2 3 (1 eq. de H2O) 2 48% 9 2 3 (2 eq. de H2O) 2 46% 10 2 3,5 2 72% 11 2 4 2 75% 167 Parte 4 A condição mais eficiente para a preparação do HTIB foi descrita na entrada 11 da Tabela 19. Neste caso, os reagentes iodo molecular, benzeno e p-TsOH não foram empregados em excesso e evitou-se a utilização de uma mistura de solventes. Apenas 1 equivalente de TfOH foi utilizado e os tempos reacionais foram reduzidos. Dentro deste contexto, o emprego de um pequeno excesso de oxidante não apresenta um grande problema para esta metodologia. Em todos os testes mostrados nas Tabelas 17, 18 e 19, observou-se apenas a presença do m-CBA e do p-TsOH no material bruto proveniente da evaporação da água mãe que foi obtida após a recristalização do HTIB. 3.2. Preparação de derivados do reagente de Koser a partir de arenos e I2 Após a otimização das condições para a obtenção do HTIB procuramos estender esta metodologia para a preparação dos seus derivados. O primeiro areno a ser testado foi o tolueno, que, sob as condições descritas na entrada 1 da Tabela 19, forneceu uma mistura dos produtos 242, 244 e 247 na proporção de 5:1:0,3 e com rendimento de 35%, calculado com base no material de partida (Esquema 104). Ao realizar esta reação empregando-se 4 equivalentes de oxidante, a proporção entre os produtos formados foi de 2:1:0,5 e o rendimento total de 53%. Esquema 104 + I2 2 m-CPBA (3 eq.) TfOH (1 eq.) CH2Cl2, t.a., 10 min HO Ar IIII I OTs HO p-TsOH.H2O (2 eq.) t.a., 10 min (1 eq.) + 242 (2 eq.) I OTs TfOI + 244 247 (35%, 5:1:0,6) Considerando que o produto esperado é o subproduto da reação mostrada nos Esquemas 100 e 102, o procedimento em uma única etapa foi empregado para o tolueno. Com a utilização de 3 equivalentes de oxidante e uma mistura de diclorometano e TFE (1:1) foram obtidos os produtos 242 e 244 em uma proporção de 6:1 e com rendimento de 73% (Tabela 20, entrada 1). Quando apenas diclorometano foi utilizado como solvente, o produto 242 foi obtido com 168 Resultados e Discussão rendimento de 14% (entrada 2). O aumento da quantidade de oxidante, mantendo-se a mistura de solvente, levou a uma proporção de 4:1 entre os produtos 242 e 244 e a um pequeno aumento do rendimento para 78% (entrada 3). Visando aumentar o rendimento descrito na entrada 2, a reação foi realizada empregando apenas diclorometano e a agitação foi mantida por 19 h. Contudo, independentemente da quantidade de oxidante utilizada, 3 ou 4 equivalentes, não foi possível observar a formação do produto esperado (entradas 4 e 5). Tabela 20: Reatividade do tolueno empregando o procedimento “one-pot” em uma etapa. + 2 I2 m-CPBA p-TsOH.H2O (2 eq.), t.a. HO I OTs HO I OTs + (1 eq.) 242 (2 eq.) 244 Entrada eq. de m-CPBA Solvente Tempo Produtos Rendimento Total 1 3 CH2Cl2:TFE 1:1 30 min 242:244 (6:1) 73% 2 3 CH2Cl2 45 min somente 242 14% 3 4 CH2Cl2:TFE 1:1 30 min 242:244 (4:1) 78% 4 3 CH2Cl2 19 h ---- ---- 5 4 CH2Cl2 19 h ---- ---- A reação em duas etapas empregando mesitileno forneceu uma mistura dos produtos 248 e 249 na proporção de 1,2:1 (Esquema 105). O rendimento desta reação não foi calculado, pois os produtos não foram separados. Esquema 105 + 2 I2 m-CPBA (3 eq.) TfOH (1 eq.) CH2Cl2, t.a., 2 h Ar IIII p-TsOH.H2O (2 eq.) t.a., 10 min HO I OTs TfOI + (1 eq.) (2 eq.) 248 (1,2:1) 249 A reação em apenas uma etapa levou ao produto desejado 248 com rendimento de 33%, após 30 min. O aumento do tempo reacional para 2,5 h forneceu uma mistura dos produtos 248 e 250 em uma razão de 1:1,5 (Esquema 106). 169 Parte 4 Esquema 106 HO m-CPBA (3 eq.), p-TsOH.H2O (2 eq.) CH2Cl2:TFE 1:1, t.a., 30 min + 2 I OTs 2 248 (33%) I2 (1 eq.) HO I m-CPBA (3 eq.), p-TsOH.H2O (2 eq.) CH2Cl2:TFE 1:1, t.a., 2,5 h (2 eq.) TsO- OTs I + 248 250 (1:1,5) O baixo rendimento observado para o produto 248 pode ser explicado pela repulsão estérica causada pelas duas metilas em orto ao iodo(III). Este efeito também foi observado durante a preparação dos sais de diariliodônio, uma vez que o composto 249 foi produzido com rendimento moderado (52%) a partir do mesitileno.226 A utilização do tert-butilbenzeno como material de partida para a reação em duas etapas levou ao produto 251 com rendimento de 47%. Contudo, quando a reação foi realizada em uma única etapa o rendimento aumentou para 85% (Esquema 107). Esquema 107 HO m-CPBA (3 eq.) TfOH (1 eq.) CH2Cl2, t.a., 10 min + 2 Ar IIII p-TsOH.H2O (2 eq.) t.a., 10 min I2 (1 eq.) HO m-CPBA (3 eq.), p-TsOH.H2O (2 eq.) CH2Cl2:TFE 1:1, t.a., 30 min I OTs I OTs 2 251 (47%) 2 (2 eq.) 251 (85%) O procedimento em uma etapa empregando anisol levou a uma mistura complexa de produtos, apresentando coloração marrom escuro, a partir da qual não foi possível detectar a formação do derivado de Koser esperado. Este resultado pode estar relacionado com os baixos 170 Resultados e Discussão rendimentos observados para as reações de oxidação promovidas por reagentes de iodo hipervalente com substratos contendo grupo metoxila.194,227 Considerando a elevada reatividade do anisol frente a reações de substituição eletrofílica aromática, proveniente do efeito doador de elétrons por ressonância exercido pelo grupo metoxila, a reação foi conduzida na ausência de TFE. Assim, quando foram empregados 3 equivalentes de oxidante o produto 252 foi obtido com rendimento de 22% (Esquema 108). Esquema 108 m-CPBA (3 eq.), p-TsOH.H2O (2 eq.) CH2Cl2:TFE 1:1, t.a., 1.5 h + 2 OMe o produto esperado não foi detectado I2 (1 eq.) HO m-CPBA (3 eq.), p-TsOH.H2O (2 eq.) CH2Cl2, t.a., 30 min (2 eq.) I OTs 2 OMe 252 (22 %) Visando a obtenção de maiores rendimentos, a quantidade de oxidante empregada na reação com anisol foi aumentada para 4 equivalentes. De acordo com os resultados listados na Tabela 21, podemos notar que o tempo empregado durante a etapa de recristalização em éter influenciou o rendimento da reação (entradas 1 e 2). Assim, um tempo menor de exposição ao éter proporcionou um rendimento superior, uma vez que o produto 252 é bastante instável, como observado anteriormente por outro grupo de pesquisa.228 Uma redução do tempo reacional de 30 min para 15 min levou a uma queda no rendimento da reação (entrada 3), confirmando que 30 min é o tempo ideal para esta transformação. 171 Parte 4 Tabela 21: Preparação do derivado do reagente de Koser 252 a partir do anisol. HO + 2 OMe I2 m-CPBA (4 eq.), p-TsOH.H2O (2 eq.) CH2Cl2, t.a. I OTs 2 (1 eq.) OMe 252 (2 eq.) Entrada Tempo Tempo durante “work-up” Rendimento* 1 30 min 2 h em Et2O 65% 2 30 min 15 min em Et2O 78% 3 15 min 15 min em Et2O 67% *O produto sofre decomposição rápida quando mantido sob vácuo e/ou sob temperatura ambiente, devendo ser manipulado e armazenado sob temperatura reduzida. Não foi possível detectar a formação do derivado do reagente de Koser a partir do bromobenzeno quando as reações foram conduzidas empregando procedimentos em duas etapas. Nestes casos, observou-se apenas a presença de traços de 253 e de 254 nos produtos brutos obtidos após elaboração da reação (Tabela 22). Tabela 22: Resultados obtidos empregando bromobenzeno e um procedimento “one-pot” em duas etapas. I + 2 I2 m-CPBA TfOH Ar I III TfO- p-TsOH.H2O (2 eq.) t.a., 10 min + (1 eq.) Br 253 Br (2 eq.) eq. de eq. de m-CPBA TfOH 1 3 2 Entrada I Br Br 254 Tempo da Solvente Temperatura 1 CH2Cl2 t.a. 15 min 253 4 1 CH2Cl2 t.a. 10 min 253 e 254 3 3 1 CH2Cl2 t.a. 17,5 h 253 4† 3 1 CH2Cl2 80 °C 10 min 254 5 3 2 CH2Cl2 t.a. 19 h 254 6 3 2 CH2Cl2:TFE 1:1 t.a. 19 h 253 7† 3 2 CH2Cl2 80 °C 3h 253 † 8 3 2 CH2Cl2:TFE 1:1 80 °C 3h 253 9 4 2 CH2Cl2 t.a. 18 h 253 e 254 4 2 CH2Cl2:TFE 1:1 t.a. 18 h 253 4 2 CH2Cl2:TFE 1:1 80 °C 3h 10 † 11 Produtos* 1a etapa 253 † *Produtos detectados em pequena quantidade no material bruto obtido após elaboração da reação. As temperaturas de 80 °C foram alcançadas utilizando tubos selados. 172 Resultados e Discussão A realização do procedimento em uma etapa a partir do bromobenzeno também não forneceu o derivado do reagente de Koser. No lugar do produto esperado, observou-se a formação do composto 242 com um rendimento de 59% (Esquema 109). Esquema 109 + 2 Br (2 eq.) I2 m-CPBA (3 eq.), p-TsOH.H2O (2 eq.) CH2Cl2:TFE 1:1, t.a., 30 min HO I OTs (1 eq.) 242 (59%) A baixa reatividade do bromobenzeno frente às condições empregadas é resultado do efeito retirador de elétrons exercido pelo bromo sobre o anel aromático, tornando-o pouco reativo perante as reações de substituição eletrofílica aromática. O nitrobenzeno foi o último areno a ser testado, e, como esperado, mostrou baixa reatividade frente às condições empregadas no procedimento em duas etapas (Esquema 110). Assim, quando foi realizada a primeira parte do experimento, a coloração violeta não desapareceu mesmo após 24 horas de reação e sob aquecimento. Uma vez que o iodo molecular não foi totalmente consumido, a reação foi encerrada sem a realização da segunda etapa. Esquema 110 + 2 I2 m-CPBA (3 eq.), TfOH (1 eq.) CH2Cl2, 80°C, 24 h (1 eq.) a cor púrpura não desapareceu NO2 (2 eq.) A condição em uma única etapa não foi testada para o nitrobenzeno porque este possui uma menor reatividade quando comparado com o bromobenzeno, visto que, o grupo nitro apresenta um maior efeito retirador de elétrons que o grupo bromo. 173 Parte 4 Durante as preparações dos derivados do reagente de Koser foi possível notar que os arenos contendo grupos doadores de elétrons foram bons substratos para estas reações ao passo que os arenos contendo grupos retiradores de elétrons mostraram-se não reativos. Os resultados obtidos neste trabalho evidenciaram que a formação do composto 242 foi desfavorecida na presença de substratos contendo grupos doadores de elétrons e favorecida na presença de substratos contendo grupos retiradores de elétrons. Assim, a condição em uma etapa proporcionou melhores resultados para os arenos contendo grupos doadores que a condição em duas etapas, não sendo detectada a formação do subproduto 242. Este comportamento foi diferente do observado durante o emprego de benzeno como substrato, sendo que, neste caso, a reação em uma etapa levou a uma mistura dos produtos HTIB e 242. O composto 242 foi o único produto isolado na reação empregando o bromobenzeno. 3.3. Preparação do reagente de Koser e derivados a partir de iodoarenos As reações resumidas na Tabela 23, empregando iodoarenos como substratos, foram realizadas para dar continuidade aos resultados mostrados no Esquema 99. Assim, o aumento do tempo reacional de 15 min para 30 min proporcionou uma elevação no rendimento de 88% para 94%, em uma escala de 0,25 mmol de iodobenzeno (entrada 1). A reação utilizando o 4-metil-iodobenzeno levou ao produto 242 com rendimento de 95% (entrada 2). Quando o 2-metil-iodobenzeno foi empregado como substrato, o produto 244 foi isolado em 87% de rendimento (entrada 3). A diferença nos rendimentos obtidos para os compostos 242 e 244 pode ser explicada pela maior repulsão estérica presente em 244, visto que neste composto a metila se encontra em orto ao grupo contendo iodo(III). 174 Resultados e Discussão Tabela 23: Preparação do reagente de Koser e seus derivados a partir da oxidação de iodoarenos. I HO I OTs m-CPBA (1 eq.), p-TsOH.H2O (1 eq.) CH2Cl2/TFE 1:1, t.a., 30 min R Entrada R Iodoareno Produto (Rendimento)* HO I I OTs 1 HTIB (94%) HO I I OTs 2 242 (95%) HO I I OTs 3 244 (87%) *Rendimento Isolado; Escala: 0,25 mmol de iodoareno. Comparando os resultados descritos neste item com os resultados obtidos por Yamamoto & Togo (Tabela 16),221 verificamos que o uso do TFE como co-solvente aumentou a velocidade da reação, resultando em tempos reacionais menores que os tempos previamente publicados. 3.4. Identificação estrutural do reagente de Koser e seus derivados A formação dos compostos HTIB, 242 e 244 foi confirmada pela comparação dos pontos de fusão e dos espectros de RMN de 1H com os dados encontrados na literatura.220,221,229 Apesar de sua preparação já ter sido publicada, os dados analíticos do composto 252 não haviam sido descritos anteriormente devido a sua elevada instabilidade.228 Contudo, conseguimos obter um espectro de RMN de 1H deste composto ao realizar o experimento imediatamente após a sua preparação. A Figura 30 mostra as atribuições dos sinais presentes nos espectros de RMN de 1H dos compostos HTIB, 242, 244 e 252, utilizando dimetilsulfóxido deuterado (DMSO-d6) como solvente. 175 Parte 4 Assim, os sinais referentes ao grupo tosilato ligado ao iodo(III) apresentaram deslocamentos químicos idênticos para todos os quatro compostos: os hidrogênios em orto e em meta ao enxofre foram observados respectivamente em δ 7,47 e em δ 7,11 e a metila apareceu em δ 2,29. As constantes de acoplamento para os hidrogênios aromáticos do grupo tosilato foram de aproximadamente 8 Hz. Outra característica marcante destes espectros foram os deslocamentos químicos observados acima de δ 8,11 para os hidrogênios em orto ao iodo(III), evidenciando o pronunciado efeito de desblindagem sofrido por estes núcleos. No caso dos iodoarenos os hidrogênios em orto ao iodo(I) apresentam deslocamentos químicos na faixa de δ 7,55-7,70.152 7,47 (d) O HO I O S 8,22 (d) HO 2,29 (s) O I O S 7,11 (d) 2,29 (s) O 8,11 (d) 7,42 (d) 7,59-7,72 (m) HTIB 7,59-7,72 (m) O HO 7,47 (d) O 7,11 (d) I 7,47 (d) O S 2,68 (s) HO 7,58-7,70 (m) 7,33-7,42 (m) I O S 7,10-7,15 (m) 2,29 (s) O 8,18 (d) 8,34 (d) 7,58-7,70 (m) 7,47 (d) O 7,11 (d) 2,29 (s) O 242 2,42 (s) 7,10-7,15 (m) 244 OMe 252 3,85 (s) Figura 30. Atribuição dos sinais de RMN de 1H do HTIB e seus derivados, empregando DMSO-d6 como solvente. O composto 248 havia sido anteriormente publicado sem os dados analíticos,230 logo, foram obtidos para este produto os espectros de RMN de 1H e de 13 C, além da determinação do ponto de fusão. Já a estrutura do produto inédito 251 foi confirmada através da análise dos espectros de RMN e EMAR. A aquisição dos dados de RMN para 248 e para 251 foi realizada empregando metanol deuterado (CD3OD). Esta modificação do solvente foi necessária uma vez que em DMSO-d6 estes compostos não apresentaram estabilidade suficiente para a realização do experimento de RMN de 13 C. 176 Resultados e Discussão 1 As atribuições dos sinais presentes nos espectros de RMN de H dos produtos 249 e 252 estão mostradas na Figura 31. Assim, podemos notar que os sinais referentes aos hidrogênios pertencentes ao grupo tosilato apresentaram deslocamentos semelhantes para ambos os compostos, mas consideravelmente diferentes dos deslocamentos observados na Figura 30, quando DMSO-d6 foi empregado como solvente. Os hidrogênios em orto ao enxofre apresentaram sinais em δ 7,62 (248) e em δ 7,68 (251). Os sinais referentes aos hidrogênios em meta foram observados em δ 7,20 (248) e em δ 7,22 (251). Já o singleto referente à metila do grupo tosilato apareceu em δ 2,37 para ambos os compostos. No caso de 248 foi possível observar ainda três singletos, sendo que o sinal em δ 7,30 se refere aos dois hidrogênios aromáticos em meta ao iodo(III) e os sinais em δ 2,73 e em δ 2,42 correspondem respectivamente aos dois grupos metila em orto ao iodo(III) e ao grupo metila presente na posição para. O composto 251 apresentou também um singleto integrado para nove hidrogênios em δ 1,38 que foi atribuído às metilas do grupo tert-butila. Além disso, foi possível observar dois dubletos contendo constante de acoplamento de 8,7 Hz, dos quais o sinal em δ 8,27 foi atribuído aos hidrogênios em orto ao iodo(III) e o sinal em δ 7,74 foi atribuído aos hidrogênios em meta. HO I O O O S 7,62 (d) O 7,20 (d) 2,37 (s) 2,73 (s) HO 8,27 (d) 7,30 (s) I 7,68 (d) O S 7,22 (d) 2,37 (s) O 7,74 (d) 2,42 (s) 248 251 1,38 (s) Figura 31. Atribuição dos sinais de RMN de 1H dos derivados do HTIB, empregando CD3OD como solvente. No espectro de massas de alta resolução do produto 251 foi possível observar o sinal correspondente à perda do grupo tosilato (EMAR calc. para [C10H14IO - OTs]+: 277,0084. Encontrado: 277,0072), que é um comportamento característico dos derivados do HTIB.230 A formação dos sais de diariliodônio 247, 249, 250 e 254 foi verificada através da comparação dos sinais presentes nos espectros de RMN das misturas, obtidas após a elaboração 177 Parte 4 das reações, com os dados encontrados na literatura.226,231 A presença de 253 no material bruto resultante das reações empregando bromobenzeno foi confirmada através da comparação dos espectros de RMN deste material com os espectros obtidos a partir de uma amostra comercial do composto. 178 Conclusões 4. Conclusões Como resultado dos inúmeros testes realizados, verificamos que o procedimento “one-pot” em uma etapa descrito no Esquema 100 apresentou resultados promissores quando foram utilizados arenos contendo grupos doadores de elétrons. Entretanto, quando benzeno foi empregado como substrato, esta condição reacional proporcionou a formação de uma quantidade considerável do subproduto 242 juntamente com o HTIB. O emprego de um procedimento “one-pot” em duas etapas foi uma boa alternativa para a preparação do HTIB a partir de benzeno e iodo molecular. Assim, a condição mais eficiente para a preparação deste composto levou a um rendimento de 75%, empregando apenas diclorometano como solvente e um pequeno excesso do oxidante m-CPBA (Tabela 19, entrada 11). Esta metodologia em duas etapas forneceu piores resultados (menores rendimentos ou maior número de subprodutos) que o procedimento em uma única etapa quando arenos contendo grupos doadores de elétrons foram utilizados como substratos. Infelizmente, não foi possível preparar derivados do reagente de Koser a partir de arenos contendo grupos retiradores de elétrons, uma vez que estes se mostraram pouco reativos sob todas as condições reacionais empregadas. Quando a metodologia em uma etapa foi realizada utilizando bromobenzeno, observou-se a formação do composto 242 (59%) como produto único da reação (Esquema 109). De acordo com os resultados mostrados na Tabela 23, concluímos que esta nova condição reacional empregando TFE como co-solvente seria bastante promissora para a preparação de derivados do reagente de Koser a partir de iodoarenos. De fato, este trabalho foi continuado pela Dra. Eleanor Merritt, que demonstrou a eficácia deste procedimento também para iodoarenos contendo grupos retiradores de elétrons. Assim, os resultados descritos nesta parte da Tese foram publicados juntamente com os obtidos pela Dra. Merritt.224 179 180 Parte Experimental 181 182 Parte Experimental 1. Considerações Gerais Todos os solventes e reagentes usados foram purificados de acordo com métodos usuais.232,238 As cromatografias em coluna foram feitas usando-se gel de sílica Acros 200-400 Mesh. As análises de CCD foram feitas com placas de gel de sílica Merck, e reveladas utilizandose luz UV-254 nm e soluções de vanilina, p-anisaldeído ou ácido fosfomolíbdico. Os espectros de RMN foram feitos em DMSO-d6 ou CDCl3 com TMS como padrão interno e utilizando espectrômetros Bruker e Varian. Os espectros de IV foram medidos em espectrômetro PerkinElmer 1750-FT. As análises de CG-EM foram feitas em um cromatógrafo a gás equipado com um analisador de massas Shimadzu 14B/QP5050A. Os espectros de massas de alta resolução foram feitos em espectrômetro Bruker Daltonics Microtof Eletrospray. Os pontos de fusão dos compostos sólidos foram determinados em aparelhos de ponto de fusão BUCHI B-545 e Stuart® SMP3. Para determinação de e.e., utilizou-se um Cromatógrafo HP-6890 series II equipado com coluna quiral AG100-2000 [empacotada com β-ciclodextrina (30m x 0.32 mm x 0.25 μm) – Agilent-HP] e nas seguintes condições: temperatura do injetor de 250 ºC; temperatura do detector de 350 ºC; temperatura da coluna de 150 ºC (120 min); fluxo de 1,4 mL/min; pressão de H2(g) constante de 10 psi; split de 1:50; tR = tempo de retenção em min. As demais análises de cromatografia gasosa foram realizados nos cromatográfos a gás modelos HP 6890 ou Shimadzu 2010 com coluna capilar HP-5, 5% difenil e 95% dimetilpolisiloxano. 2. Síntese total diastereosseletiva da (+)-baquenolida A 2.1. Preparação da 2-metil-ciclo-hexano-1,3-diona (21) O O KOH (1 eq.), MeI (1,1 eq.) MeOH/H2O 1:1, refluxo, 17 h O O 85 183 21 (50%) Parte Experimental A uma solução de KOH (30,0 g; 530 mmol) em uma solução aquosa de MeOH a 50% (180 mL) adicionou-se a ciclo-hexano-1,3-diona (85) (60,0 g; 535 mmol). A mistura foi mantida sob agitação magnética até total dissolução dos reagentes. O sistema foi mantido sob banho de gelo e adicionou-se MeI (88,8 g; 620 mmol). O banho de gelo foi retirado e a solução foi mantida sob refluxo por 17 h. A mistura reacional foi resfriada até atingir t.a. e filtrada. O filtrado foi concentrado sob pressão reduzida e os dois resíduos formam dissolvidos em solução de NaOH a 3% (m/v, 550 mL). A solução resultante foi acidulada com HCl 4M até pH = 4. O precipitado foi filtrado, recristalizado em MeOH a quente e seco sob vácuo por 8 h, fornecendo a 2-metilciclo-hexano-1,3diona (21)98,104 (33,7 g; 267 mmol; 50%), como um sólido amarelado. Pf = 204-206 °C; Lit.104 204-205 °C. 2.2. Preparação da cetona de Wieland-Miescher (+)-72 O O O (2 eq.) H2O, AcOH, 75 °C, 2 h O O 21 S CO2H (5 mol %) DMSO, t.a., 120 h N H recristalização O 86 O S O (+)-72 (45%, partindo de 21) > 99% e.e. A uma suspensão de 2-metil-ciclo-hexano-1,3-diona (21) (12,6 g; 0,100 mol) em água destila (30 mL) adicionou-se ácido acético (0,30 mL), hidroquinona (0,110 g) e metil-vinil-cetona (14,0 g; 0,200 mol) recentemente destilada. A reação foi agitada a 75 °C por 1 h, resfriada a t.a., tratada com NaCl (10,3 g) e extraída com AcOEt (40 + 2 x 20 mL). A fase orgânica foi lavada com solução satura de NaCl (2 x 20 mL), seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo bruto foi utilizado diretamente na etapa de condensação aldólica. O resíduo bruto foi dissolvido em DMSO (100 mL) anidro e adicionou-se S-prolina (0,575 g; 5,00 mmol). A mistura foi mantida sob agitação a t.a. por 120 h. O solvente foi destilado produzindo um resíduo roxo escuro que foi purificado por cormatografia em coluna (Hexanos/AcOEt 5:1). Após evaporação do solvente, a cetona (+)-72 (14,8 g; 0,704 mmol; 70%) foi obtida como um óleo alaranjado. O e.e. deste resíduo foi de 73%, determinado por meio de CG quiral. O resíduo foi recristalizado em éter etílico (- 20 °C) por sucessivas vezes (6 recristalizações) obtendo-se uma fração do produto (+)-72103 (2,00 g; 11,2 mmol; 11 %) com e.e. > 184 Parte Experimental 99,9%. Estes cristais com elevado e.e. foram utilizados para induzir a cristalização preferencial do enantiômero majoritário ao serem adicionados à “água mãe” durante repetições do protocolo para a preparação de maiores quantidades de (+)-72. Nestes casos, foram necessárias uma ou duas recristalizações para a obtenção da cetona (+)-72 (> 99,9% e.e.) com rendimento de 45%, calculado a partir de 21. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,42 (s; 3H); 1,60-1,76 (m; 1H); 2,07-2,17 (m; 3H); 2,40-2,52 (m; 4H); 2,63-2,76 (m; 2H); 5,82 (d; J = 1,8 Hz; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 22,8; 23,2; 29,6; 31,7; 33,5; 37,6; 50,5; 125,7; 165,7; 198,2; 210,9. [α]D24 + 97,3 (c 1,0; tolueno); Lit.103 [α]D24 + 97,3 (c 1,0; tolueno). 2.3. Preparação da (4’aS)-4’,4’a,7’,8’-tetra-hidro-4’a-metilespiro[1,3-ditiolano-2,2’(3’H)- naftalen]-5’(6’H)-ona (73) O O O HSCH2CH2SH (1 eq.) p-TsOH (0,5 eq.) AcOH, t.a., 18h S + S S S (+)-72 S S 73 (25 : 1) 92 A uma solução de (+)-72 (3,89 g; 21,9 mmol) em AcOH glacial (9 mL), adicionou-se sob agitação vigorosa e a t.a. uma solução de etano-1,2-ditiol (2,06 g; 21,9 mmol) e p-TsOH (1,90 g; 11,0 mmol) em AcOH glacial (20 mL). A adição dos reagentes foi feita com o auxílio de um funil de adição e teve duração de 16 h. Em seguida, a mistura reacional foi mantida sob agitação por 2 h, adicionou-se água (50 mL) e manteve-se a agitação por mais 15 min. O sólido formado foi separado por filtração, lavado com água (20 mL), solução diluída de NaHCO3 (20 mL) e água (20 mL) e finalmente secado sob vácuo dando origem a uma mistura 25:1 do tioacetal 7386,115 e do ditioacetal 92 (5,20 g), como um sólido branco. O produto 73 foi utilizado na próxima etapa da síntese sem purificação prévia, mas uma pequena fração foi purificada por coluna cromatográfica (Hexanos: AcOEt 6:1) para obtenção dos dados espectroscópicos e determinação da rotação específica. Tioacetal 73 185 Parte Experimental Pf: 137-139 °C; Lit.86 138 °C. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,30 (s; 3H); 1,51-1,69 (m; 1H); 1,71-1,82 (m; 1H); 1,97-2,27 (m; 5H); 2,32-2,40 (m; 1H); 2,47-2,69 (m; 2H); 3,19-3,29 (m; 1H); 3,32-3,40 (m; 3H); 5,67 (s; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 24,6; 24,8; 30,7; 30,8; 37,6; 38,0; 39,7; 40,1; 49,5; 64,9; 128,1; 141,3; 212,9. EMBR (IE) m/z (int. rel.): 254 (M+•, 35%); 239 (12); 193 (19); 118 (100); 105 (24). [α]D24 + 111 (c 1,1; CHCl3); Lit.86 [α]D24 + 112 (c 1,15; CHCl3). Ditioacetal 92 EMBR (IE) m/z (int. rel.): 330 (M+•, 14%); 133 (9); 131 (100). 2.4. Preparação do (4’aR,5’S)-4’,4’a,5’,6’,7’,8’-hexa-hidro-4’a-metilespiro[1,3-ditiolana- 2,2’(3’H)-naftaleno]-5’-carboxaldeído (74) e de seu epímero 75 O S + S S S S 73 i) Ph3P=CHOCH3 (2,5 eq.) THF, 0 °C à t.a., 24 h S ii) HCl 4M, MeOH/THF t.a., 36 h H O + S S S 92 (25:1) H O 74 S 75 (85%, partindo de 72) cis:trans 12,5:1 A uma suspensão de cloreto de (metóxi-metil)trifenilfosfônio (4,05 g; 11,8 mmol) em THF (40 mL), resfriada a - 40 °C, adicionou-se solução de KHMDS (19,7 mL; 0,5 M em tolueno; 9,85 mmol). A solução vermelha resultante foi mantida sob agitação a 0 °C por 15 min e adicionou-se uma solução do tioacetal 73 contendo pequena quantidade de 92 (1,00 g; 3,94 mmol) em THF (10 mL). A mistura reacional foi agitada a t.a. por 24 h. Após este período, a mistura foi resfriada a 0 °C e adicionou-se uma solução de MeOH:THF (1:1, 10 mL) e uma solução aquosa de HCl (4 M, 10 mL). A solução resultante foi mantida sob agitação a t.a. por 36 h, adicionou-se água (40 mL) e fez-se extração com Et2O (4 x 30 mL). A fase orgânica foi lavada com solução saturada de NaCl (40 mL), seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (gradiente de eluição: 0-7% de AcOEt em hexanos), obtendo-se uma mistura 12,5:1 do aldeído 7486 e seu epímero 75 (0,897 g; 3,35 mmol; 85%). A mistura de produtos apresentou-se como um sólido branco e o rendimento foi calculado a partir da cetona (+)-72. 186 Parte Experimental 86 Pf: 98-99 °C; Lit. 98 °C. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: (diastereoisômero majoritário) 1,14 (s; 3H); 1,21-1,40 (m; 1H); 1,69-1,78 (m; 2H); 1,82-1,94 (m; 1H); 1,95-2,08 (m; 3H); 2,11-2,24 (m; 4H); 3,19-3,29 (m; 1H); 3,34-3,42 (m; 3H); 5,57 (s; 1H); 9,81 (d; J = 1,8 Hz; 1H); (diastereoisômero minoritário) 1,21 (s; 3H); 5,75 (s; 1H); 9,86 (d; J = 4,8 Hz; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: (diastereoisômero majoritário) 19,6; 22,1; 25,9; 31,7; 36,8; 37,2; 37,3; 39,6; 40,1; 60,6; 65,1; 125,9; 143,3; 204,5; (diastereoisômero minoritário) 22,8; 24,8; 25,0; 31,3; 35,1; 35,3; 37,5; 39,6; 40,1; 57,2; 65,1; 128,0; 140,8; 207,9. EMBR (IE) m/z (int. rel.): (diastereoisômero majoritário) 268 (M+•, 100%); 240 (24); 105 (57); 91 (44). 2.5. Preparação do álcool 76 H O OH NaBH4 (2 eq.), MeOH/THF 5:1 0 °C, 30 min S S 74:75 cis:trans 12,5:1 purificação por coluna (Hex:AcOEt 3:1) S S 76 (82%) cis:trans 49:1 A uma solução dos aldeídos 74/75 (3,10 g; 11,6 mmol) em MeOH (65 mL) e THF (13 mL), resfriada a 0 °C, adicionou-se NaBH4 (0,875 g; 23,1 mmol) em pequenas porções. A suspensão resultante foi mantida sob agitação por 30 min. Após o término da reação, adicionou-se solução saturada de NH4Cl (30 mL) e o excesso de solvente foi evaporado sob pressão reduzida. O resíduo foi extraído com AcOEt (3 x 100 mL) que, em seguida, foi lavado com H2O (30 mL), seco com MgSO4 anidro e concentrado sob pressão reduzida, obtendo-se uma mistura dos alcoóis 76 e 77 (2,98 g; 11,0 mmol; 95%), na proporção de 12,5:1 e como um óleo viscoso amarelado. Os alcoóis foram purificados por coluna cromatográfica (Hexanos:AcOEt 3:1), fornecendo 7686 (2,57 g; 9,52 mmol; 82%) como um sólido branco e contendo pequena quantidade de seu isômero 77 (proporção de 49:1). Pf: 75-76 °C; Lit.86 76 °C. 187 Parte Experimental RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 0,98 (s; 3H); 1,21-1,50 (m; 4H); 1,69-1,91 (m; 4H); 1,99-2,05 (m; 1H); 2,09-2,22 (m; 3H); 3,17-3,27 (m; 1H); 3,32-3,42 (m; 4H); 3,82 (dd; J = 10,6 e 3,1 Hz; 1H); 5,52 (s; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 18,6; 25,5; 26,8; 32,5; 36,4; 37,2; 37,8; 39,5; 40,0; 51,4; 63,6; 65,5; 124,8; 145,5. EMBR (IE) m/z (int. rel.): 270 (M+•, 100%); 242 (34); 210 (78); 159 (85); 105 (74); 91 (64). [α]D24 + 177° (c 1,12; CHCl3); Lit.86 [α]D25 + 179° (c 1,19; CHCl3). 2.6. Preparação do mesilato 78 OMs OH MsCl (2 eq.), Et3N (2 eq.) CH2Cl2, 0 °C, 20 min S S S S 76 78 massa compatível com rendimento quantitativo A uma solução do álcool 76 (2,55 g; 9,44 mmol) em CH2Cl2 (46 mL), resfriada a 0 °C, adicionou-se trietilamina (2,73 mL; d = 0,728 g/cm3; 19,6 mmol) e cloreto de mesila (1,41 mL; d = 1,474 g/cm3; 18,1 mmol). A solução amarelada resultante foi mantida sob agitação a t.a. por 30 min. Após o término da reação, a solução foi diluída com CH2Cl2 (150 mL), lavada com H2O (25 mL) e solução saturada de NaCl (25 mL), seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida, obtendo-se o mesilato 7886(3,28 g), como um óleo viscoso amarelado. O produto foi utilizado na próxima etapa da síntese sem purificação prévia. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,02 (s; 3H); 1,20-1,50 (m; 2H); 1,56-1,65 (m; 1H); 1,69-1,90 (m; 4H); 2,00-2,20 (m; 4H); 3,01 (s; 3H); 3,17-3,27 (m; 1H); 3,33-3,41 (m; 3H); 4,00 (dd; J = 9,6 e 8,7 Hz; 1H); 4,34 (dd; J = 9,6 e 3,9 Hz; 1H); 5,55 (s; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 18,6; 25,4; 26,3; 32,2; 36,3; 37,1; 37,3; 37,5; 39,5; 40,1; 47,9; 61,5; 70,6; 125,6; 144,1. 188 Parte Experimental 2.7. Preparação do tioacetal 79 OMs LiAlH4 (2 eq.), Et2O refluxo, 2 h S S S S 78 79 (89%) (duas etapas) A uma solução do mesilato 78 (3,28 g; 9,43 mmol) em Et2O (85 mL) adicionou-se LiAlH4 (0,717 g; 18,9 mmol). A suspensão resultante foi mantida sob agitação e refluxo por 2 h. Após o término da reação, a mistura reacional foi diluída com Et2O (150 mL) e resfriada a 0 °C. Em seguida, foi feita a adição lenta de H2O (0,72 mL), solução aquosa de NaOH 15% m/v (0,72 mL) e H2O (2,15 mL). A mistura foi agitada por 15 min a t.a., MgSO4 anidro foi adicionado e a agitação foi mantida por mais 15 min. Após filtração e lavagem do precipitado com Et2O (2 x 50 mL) o filtrado foi concentrado sob pressão reduzida levando ao produto 7986 (2,14 g; 8,43 mmol; 89% para duas etapas) como um sólido branco. Este material foi obtido com pureza suficiente para adequada identificação espectroscópica e utilização na próxima etapa da síntese. Pf: 85-86 °C; Lit.86 86 °C. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 0,83 (d; J = 6,3 Hz; 3H); 0,94 (s; 3H); 1,16-1,46 (m; 4H); 1,531,63 (m; 1H); 1,68-1,82 (m; 2H); 1,94-2,03 (m; 1H); 2,07-2,19 (m; 3H); 3,17-3,27 (m; 1H); 3,323,40 (m; 3H); 5,49 (s; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 15,5; 17,1; 27,3; 30,8; 32,5; 37,1; 37,1; 38,0; 39,5; 40,0; 43,4; 66,0; 124,3; 146,5. [α]D24 + 162 (c 1,13; CHCl3); Lit.86 [α]D25 + 162,5 (c 1,09; CHCl3). 2.8. Preparação da (4aR,5S)-4,4a,5,6,7,8-hexa-hidro-4a,5-dimetil-2(3H)-naftalenona (+)-43 empregando TTN TTN.3H2O (1,2 eq.), MeOH/THF (2:1) H2O gotas, t.a., 10 min S S O (+)-43 (87%) [α]D24 + 184 (c 1,1; CHCl3) 79 A uma solução do tioacetal 79 (0,583 g; 2,30 mmol) em THF (10 mL) e H2O (0,1 mL) adicionou-se uma solução de TTN.3H2O (1,16 g; 2,76 mmol) em MeOH (20 mL). Observou-se 189 Parte Experimental imediatamente a formação abundante de um precipitado branco e a mistura reacional foi mantida sob agitação por 10 min. A suspensão resultante foi filtrada, sob vácuo, em um funil de vidro sinterizado contendo sílica gel usando Et2O (100 mL) para lavagem do sólido. O filtrado foi lavado com H2O (25 mL), solução saturada de NaHCO3 (25 mL) e solução saturada de NaCl (25 mL). Em seguida, este foi seco com MgSO4 anidro e concentrado sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos:AcOEt 9:1), fornecendo a octalona (+)-4386(0,357 g; 2,00 mmol; 87%), como um óleo incolor. IV (filme) νmax/cm-1: 2934; 2860; 1674; 1615; 1235. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 0,89 (d; J = 6,3 Hz; 3H); 1,08 (s; 3H); 1,33-1,58 (m; 4H); 1,70 (td; J = 13,6 e 5,2 Hz; 1H); 1,80-1,88 (m; 1H); 2,01 (ddd; J = 13,6; 4,8 e 3,4 Hz; 1H); 2,19-2,48 (m; 4H); 5,71-5,72 (m; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 15,2; 16,0; 26,5; 30,4; 33,3; 34,0; 35,5; 38,9; 43,1; 124,0; 171,4; 199,7. EMBR (IE) m/z (int. rel.): 178 (M+•, 77%); 136 (100); 135 (52); 121 (98); 107 (82); 93 (60); 79 (71). [α]D24 + 184 (c 1,1; CHCl3); Lit.86 [α]D25 + 185,6 (c 1,63; CHCl3). 2.9. Preparação da (4aR,5S)-4,4a,5,6,7,8-hexa-hidro-4a,5-dimetil-2(3H)-naftalenona (+)-43 empregando PIFA: Primeira condição PIFA (1,5 eq.) MeOH/CH2Cl2/H2O 8:4:1 t.a., 15 min S S O 79 (+)-43 (67%) A uma solução do tioacetal 79 (0,748 g; 2,95 mmol) em MeOH (24 mL), CH2Cl2 (12 mL) e H2O (3 mL), adicionou-se PIFA (1,90 g; 4,42 mmol) em THF (2 mL). A mistura reacional foi mantida sob agitação a t.a. por 15 min e o término da reação foi detectado por meio de CCD. Em seguida, adicionou-se solução saturada de NaHCO3 (10 mL) e fez-se extração com Et2O (3 x 30 mL). A fase orgânica foi seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos:AcOEt 9:1), obtendo-se a octalona (+)4386(0,351 g; 1,97 mmol; 67%), como um óleo incolor. Os dados espectroscópicos de (+)-43 foram descritos no “item 2.8”. 190 Parte Experimental 2.10. Preparação da (4aR,5S)-4,4a,5,6,7,8-hexa-hidro-4a,5-dimetil-2(3H)-naftalenona (+)-43 empregando PIFA: Segunda condição PIFA (1,1 eq.), MeOH/CH2Cl2 1:1 H2O cat., t.a., 15 min S S O 79 (+)-43 (81%) A uma solução do tioacetal 79 (1,24 g; 4,88 mmol) em MeOH (20 mL), CH2Cl2 (20 mL) e H2O (0,1 mL), adicionou-se PIFA (2,30 g; 5,35 mmol) em pequenas porções. A mistura reacional foi mantida sob agitação a t.a. por 15 min e o término da reação foi detectado por meio de CCD. Adicionou-se Na2SO3 (0,600 g; 4,76 mmol) e evaporou-se a excesso de solvente sob pressão reduzida. O resíduo foi tratado com H2O (40 mL) e extraído com AcOEt (100 + 2 x 50 mL). A fase orgânica foi seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos:AcOEt 9:1) para fornecer a octalona (+)-4386(0,703 g; 3,95 mmol; 81%), como um óleo incolor. Os dados espectroscópicos de (+)-43 foram descritos no “item 2.8”. 2.11. Preparação da 2,3-dimetil-ciclo-hexanona (61) CrO3/H2SO4 dil. (CH3)2C=O, 0 °C, 15 min OH O 61 (80%) trans:cis 22:5 98 A uma solução de 2,3-dimetil-ciclo-hexanol (98) (22 mL; 20,7 g; 162 mmol) em acetona (100 mL), resfriada a 0°C, adicionou-se lentamente o reagente de Jones (25 g de CrO3 dissolvido, utilizando banho de gelo, em 22 mL de H2SO4 concentrado e diluição da solução com H2O até o volume para 200 mL) até persistir uma coloração marrom na mistura reacional. A mistura foi mantida sob agitação por 10 min, i-PrOH foi adicionado para consumir o excesso de oxidante e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida. O resíduo foi particionado entre H2O (100 mL) e AcOEt (200 mL) e a fase aquosa foi extraída com AcOEt (2 x 50 mL). As fases orgânicas foram reunidas e a solução resultante foi lavada com soluções saturadas de NaHCO3 (60 mL) e de NaCl (60 mL), seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi destilado (73 191 Parte Experimental °C; 30 mmHg) levando à 2,3-dimetil-ciclo-hexanona (61)126,127 (16,3 g; 129 mmol; 80%), como um óleo incolor e na forma de uma mistura de diastereoisômeros trans:cis 22:5. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: (diastereoisômero trans) 1,03 (d; J = 6,6 Hz; 3H); 1,06 (d; J = 6,3 Hz; 3H); 1,42-2,63 (m; 8H); (diastereoisômero cis) 0,83 (d; J = 7,2 Hz; 3H); 0,99 (d; J = 6,9 Hz; 3H); 1,42-2,63 (m; 8H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: (diastereoisômero trans) 11,8; 20,7; 26,1; 34,2; 41,1; 41,5; 51,8; 213,2; (diastereoisômero cis) 14,5; 23,3; 31,1; 37,3; 40,6; 41,5; 49,3; 214,2. 2.12. Preparação da (Cis)-4,4a,5,6,7,8-hexa-hidro-4a,5-dimetil-2(3H)-naftalenona (±)-43 O (2,2 eq.) H2SO4 conc., PhMe, 0 °C, 16 h O O 61 (±)-43 (24%) cis:trans 9:1 A uma solução de 2,3-dimetil-ciclo-hexanona (29) (11,7 g; 92,9 mmol) e metil-vinil-cetona (8,5 mL; 7,34 g; 105 mmol) em tolueno (70 mL), resfriada a 0°C e sob agitação mecânica, adicionou-se H2SO4 concentrado (2 mL). A mistura reacional foi mantida sob agitação, uma segunda porção de metil-vinil-cetona (4 mL; 3,46 g; 49,4 mmol) e H2SO4 concentrado (1 mL) foi adicionada após 2,5 h e uma terceira porção de metil-vinil-cetona (4 mL; 3,46 g; 49,4 mmol) e H2SO4 concentrado (1 mL) foi adicionada após 4,5 h. O sistema foi mantido sob agitação e temperatura reduzida por mais 12 h. Adicionou-se Et2O (200 mL) e a solução contendo o produto foi separada por decantação. O resíduo polimérico foi lavado com Et2O (2 x 50 mL) e as fases etéreas reunidas foram lavadas com solução de NaOH (1 M; 100 mL) e solução saturada de NaCl (100 mL). As fases aquosas foram extraídas com Et2O (2 x 50 mL) e as fases orgânicas combinadas foram secas com MgSO4 anidro e concentradas sob pressão reduzida. O resíduo foi destilado (85–95°C; 0,3 mmHg) e o óleo obtido foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/Et2O 9:1), dando origem a (±)-43125,127 (3,97 g; 22 mmol; 24%) como um óleo levemente amarelado e na forma de uma mistura de diastereoisômeros cis:trans 9:1. 192 Parte Experimental 1 RMN de H (300 MHz, CDCl3) δ: 0,89 (d; J = 6,3 Hz; 3H); 1,08 (s; 3H); 1,33-1,58 (m; 4H); 1,70 (td; J = 13,6 e 5,2 Hz; 1H); 1,80-1,88 (m; 1H); 2,01 (ddd; J = 13,6; 4,8 e 3,4 Hz; 1H); 2,19-2,48 (m; 4H); 5,70-5,71 (m; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 15,2; 15,9; 26,5; 30,4; 33,3; 33,9; 35,5; 38,9; 43,1; 124,0; 171,3; 199,6. 2.13. Preparação do (2R,7S,7aR)-metil-1,2,4,5,6,7,7a-hepta-hidro-7,7a-dimetil-2H-indeno-2carboxilato (+)-44 e de seu epímero 98 empregando DIB: Procedimento selecionado DIB (2 eq.), p-TsOH (1 eq.) TMOF/MeOH (7:3), t.a., 1 h O (+)-43 O O + MeO MeO 20 mL/1 mmol 44 (1:1) 98 A uma solução da octalona (+)-43 (0,0445 g; 0,250 mmol) em TMOF (3,5 mL) e MeOH (1,5 mL) adicionou-se DIB (0,161 g; 0,502 mmol) e p-TsOH (0,043 g; 0,25 mmol). A mistura reacional foi mantida sob agitação a t.a. por 1 h. Após este período, adicionou-se Na2SO3 (50 mg), solução saturada de NaHCO3 (5 mL) e H2O (5 mL). A mistura resultante foi extraída com CH2Cl2 (20 + 10 mL) e a fase orgânica foi seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (gradiente de eluição: 0-5% de Et2O em hexanos) para fornecer uma mistura 1:1 dos epímeros 44 e 98 (0,019 g; 0,091 mmol; 36%), como um óleo incolor. Quando o p-TsOH foi substituído por HNO3 o rendimento da mistura 1:1 de epímeros foi de 40% e a reação foi completada após 17,5 h. Os dados espectroscópicos de (+)-44 foram descritos no “item 2.14”. RMN de 1H (200 MHz, CDCl3) δ: (epímero 44) 0,84 (d; J = 6,3 Hz; 3H); 0,91 (s; 3H); 1,19-1,48 (m; 4H); 1,71-1,79 (m; 1H); 1,80-2,35 (m; 4H); 3,51-3,58 (m; 1H); 3,69 (s; 3H); 5,17 (t; J = 2,1; 1H); (epímero 98) 0,85 (d; J = 6,2 Hz; 3H); 0,98 (s; 3H); 3,35-3,46 (m; 1H); 3,67 (s; 3H); 5,17 (t; J = 2,1; 1H). 193 Parte Experimental 2.14. Preparação do (2R,7S,7aR)-metil-1,2,4,5,6,7,7a-hepta-hidro-7,7a-dimetil-2H-indeno-2carboxilato (+)-44 empregando TTN: Procedimento semelhante à literatura TTN.3H2O (1,2 eq.) TMOF/MeOH (4:3) 0 °C, 30 min 12 mL/1 mmol O O MeO (+)-44 (48%) [α]D25 + 56,2 (c 1,0; CHCl3) (+)-43 A uma mistura de TMOF (0,95 mL) e MeOH (0,71 mL) resfriada a 0 °C adicionou-se TTN.3H2O (0,133 g; 0,300 mmol). A solução resultante foi mantida sob agitação por 30 min. Em seguida, foi feita a adição de uma solução contendo a octalona (+)-43 (0,445 g; 0,250 mmol) em TMOF (0,71 mL) e MeOH (0,5 mL). Aproximadamente 2 min após o início da reação observou-se a formação abundante de um precipitado branco e a mistura reacional foi mantida sob agitação por 30 min. A suspensão resultante foi diluída em solução saturada de NaHCO3 (10 mL) e extraída com Et2O (20 + 10 mL). A fase orgânica foi seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (gradiente de eluição: 0-10% de Et2O em hexanos), obtendo-se (+)-44 (0,025 g; 0,12 mmol; 48%), como um óleo levemente amarelado. Rf: 0,70 (10% AcOEt em hexanos). IV (filme) νmax/cm-1: 2956; 2931; 2859; 1740; 1436; 1201; 1172. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 0,85 (d; J = 6,6 Hz; 3H); 0,91 (s; 3H); 1,19-1,48 (m; 4H); 1,711,79 (m; 1H); 1,87 (dd; J = 12,8 e 9,0 Hz; 1H); 1,90-2,09 (m; 1H); 2,04 (dd; J = 12,8 e 8,1 Hz; 1H); 2,26-2,33 (m; 1H); 3,54 (tdd; J = 8,67; 4,01 e 1,78 Hz; 1H); 3,69 (s; 3H); 5,17 (t; J = 1,9 Hz; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 16,5; 16,9; 25,8; 26,7; 30,3; 42,9; 44,0; 47,5; 49,6; 51,7; 117,0; 153,7; 176,1. EMBR (IE) m/z (int. rel.): 208 (M+•; 19); 149 (100); 148 (51); 133 (29); 93 (66); 91 (40). EMAR calc. para [C13H20O2 + H]+: 209,1536. Encontrado: 209,1535. Desvio: 0,5 ppm. [α]25D + 56,2 (c 1,0; CHCl3). 194 Parte Experimental 2.15. Preparação do metil-1,2,4,5,6,7,7a-hepta-hidro-7,7a-dimetil-2H-indeno-2-carboxilato (±)-44 empregando TTN e mistura de TMOF e TFE TTN.3H2O (1,1 eq.) TMOF/TFE 1:1 0 °C, 5 min O O 7 mL/1 mmol OMe (±)-43 (±)-44 (15%) A uma solução resfriada a 0 °C de (±)-43 (0,178 g; 1,0 mmol) em TMOF (3,5 mL) e TFE (3,5 mL) adicionou-se TTN.3H2O (0,490 g; 1,1 mmol) e este foi prontamente dissolvido. A mistura reacional foi mantida sob agitação por 5 min e a suspensão resultante foi filtrada em uma coluna de sílica gel usando CH2Cl2 (100 mL) como eluente. O filtrado foi lavado com soluções saturadas de NaHCO3 (30 mL) e de NaCl (30 mL), seco com MgSO4 anidro e concentrado sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/Et2O 9:1) e o produto de contração (±)-4498 (0,031 g; 0,15 mmol; 15%) foi obtido como um óleo levemente amarelado. IV (filme) νmax/cm-1: 2956; 2931; 2859; 1739; 1634; 1277; 1205. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 0,84 (d; J = 6,3 Hz; 3H); 0,91 (s; 3H); 1,19-1,48 (m; 4H); 1,711,79 (m; 1H); 1,86 (dd; J = 12,8 e 9,0 Hz; 1H); 1,90-2,00 (m; 1H); 2,04 (dd; J = 12,8 e 8,1 Hz; 1H); 2,26-2,33 (m; 1H); 3,51-3,58 (m; 1H); 3,69 (s; 3H); 5,17 (t; J = 2,1; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 16,5; 16,9; 25,8; 26,7; 30,3; 42,9; 44,0; 47,5; 49,5; 51,7; 117,0; 153,7; 176,1. EMBR (IE) m/z (int. rel.): (diastereoisômero majoritário) 208 (M+•, 18%); 193 (6); 149 (100); 148 (51); 133 (32); 93 (65); 91 (53); (diastereoisômero minoritário) 208 (M+•, 14%); 193 (6); 149 (100); 148 (68); 133 (37); 105 (30); 93 (74); 91 (69). EMAR calc. para [C13H20O2 + Na]+: 231,1356. Encontrado: 231,1356. Desvio: 0 ppm. 2.16. Preparação do (2R,7S,7aR)-metil-1,2,4,5,6,7,7a-hepta-hidro-7,7a-dimetil-2H-indeno-2carboxilato (+)-44 empregando TTN: Procedimento que proporcionou maior rendimento TTN.3H2O (1,1 eq.) TMOF/MeOH 7:3 t.a., 10 min O 20 mL/1 mmol O MeO (+)-44 (59%) [α]D25 + 56,2 (c 1,0; CHCl3) (+)-43 195 Parte Experimental A uma mistura de TMOF (6 mL) e MeOH (6 mL) a t.a. adicionou-se TTN.3H2O (0,488 g; 1,10 mmol) e manteve-se a solução resultante sob agitação por 10 min. Uma solução contendo a octalona (+)-43 (0,179 g, 1,01 mmol) em TMOF (8 mL) foi adicionada a t.a. Aproximadamente 2 min após o início da reação observou-se a formação abundante de um precipitado branco e a mistura reacional foi agitada por 10 min. A suspensão resultante foi filtrada em uma pequena coluna de sílica gel (10 cm), empregando CH2Cl2 (100 mL) como eluente. O filtrado foi lavado com solução saturada de NaHCO3 (30 mL) e com solução saturada de NaCl (30 mL). Após secagem com MgSO4 anidro o solvente foi removido sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/Et2O 9:1) imediatamente após a remoção do solvente, levando ao produto (+)-44 (0,123 g; 0,591 mmol; 59%), como um óleo levemente amarelado. Os dados espectroscópicos de (+)-44 foram descritos no “item 2.14”. 2.17. Preparação do (2R,7S,7aR)-metil-1,2,4,5,6,7,7a-hepta-hidro-7,7a-dimetil-2H-indeno-2carboxilato (+)-44 e de seu epímero 98 empregando DIB e TTN DIB (2 eq.), TTN.3H2O (0,2 eq.) TMOF/MeOH (7:3), t.a., 4 dias O O + MeO MeO O 44 (+)-43 (1:1) 98 (38-41%) A uma solução da octalona (+)-43 (0,0449 g; 0,252 mmol) em TMOF (3,5 mL) e MeOH (1,5 mL) adicionou-se DIB (0,164 g; 0,509 mmol) e TTN.3H2O (0,022 g; 0,050 mmol). A mistura reacional foi mantida sob agitação a t.a. por 4 dias. Após este período, adicionou-se Na2SO3 (50 mg), solução saturada de NaHCO3 (5 mL) e H2O (5 mL). A mistura resultante foi extraída com CH2Cl2 (20 + 10 mL) e a fase orgânica foi seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (gradiente de eluição: 0-5% de Et2O em hexanos), levando a uma mistura 1:1 dos epímeros 44 e 98 (0,0214 g; 0,103 mmol; 41%), como um óleo levemente amarelado. Ao adicionar HNO3 (0,25 mmol) à mistura reacional o rendimento da mistura 1:1 de epímeros foi de 40% e a reação foi completada após 2 h. Os dados espectroscópicos da mistura 44 e 98 foram descritos no “item 2.13”. 196 Parte Experimental 2.18. Preparação do ((1S,8aR)-(1,2,3,4,8,8a-hexa-hidro-1,8a-dimetilnaftalen-6ilóxi)trimetilsilano (105) i) LiHMDS (2 eq.), THF - 78 °C, 30 min ii) TMSCl (2,2 eq.), THF - 78 °C à t.a., 19 h O TMSO (+)-43 105 A uma solução da octalona (+)-43 (0,178 g; 1,0 mmol) em THF anidro (5 mL), resfriada a 78°C e sob atmosfera de N2, adicionou-se lentamente LiHMDS (1 M em THF; 2 mL; 2 mmol) e manteve-se a mistura reacional sob agitação por 30 min. Em seguida, adicionou-se TMSCl (282 μL; 0,240 g; 2,2 mmol) a - 78°C e manteve-se o sistema sob agitação a t.a. por 19 h. A mistura reacional foi dissolvida em pentano (20 mL) e lavada com solução de NaHCO3 (5 mL) e solução saturada de NaCl (5 mL). As fases aquosas foram reunidas e extraídas com pentano (2 x 10 mL). As fases orgânicas foram combinadas para subsequente secagem com MgSO4 anidro e concentração sob pressão reduzida, fornecendo o enol-éter de silício 105. Este produto bruto foi utilizado para a reação com TTN. Observação: TMSCl foi destilado232 na presença de CaH2 e armazenado em balão Schlenk. RMN de 1H (200 MHz, CDCl3) δ: 0,05 (s; 9H); 0,83 (d; J = 6,4 Hz; 3H); 0,87 (s; 3H); 1,28-1,51 (m; 4H); 1,67-1,77 (m; 1H); 2,14-2,18 (m; 4H); 4,68-4,74 (m; 1H); 5,30-5,33 (m; 1H). 2.19. Reação de contração de anel do ((1S,8aR)-(1,2,3,4,8,8a-hexa-hidro-1,8adimetilnaftalen-6-ilóxi)trimetilsilano (105) TTN.3H2O (1,1 eq.) TMOF/MeOH 4:3 0 °C, 1 h TMSO 7 mL/1 mmol 105 O + MeO O (+)-44 (35%) [α]D25 + 56,2 (c 1,0; CHCl3) (+)-106 (42%) [α]25D + 12,3 (c 1,1; CHCl3) "rendimentos calculados a partir de (+)-43" A uma solução de 105 (bruto da reação anterior) em TMOF (4 mL) e MeOH (3 mL), resfriada a 0 °C, adicionou-se TTN.3H2O (0,488 g; 1,1 mmol) e este foi prontamente dissolvido. Após o início da reação observou-se a formação abundante de um precipitado branco e a mistura reacional foi mantida sob agitação por 1 h. O término da reação foi determinado por CCD e a suspensão resultante foi filtrada em uma coluna de sílica gel usando CH2Cl2 (100 mL) como 197 Parte Experimental eluente. O filtrado foi lavado com solução saturada de NaHCO3 (30 mL) e solução saturada de NaCl (30 mL), seco com MgSO4 anidro e concentrado sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/Et2O 9:1), obtendo-se (+)-44 (0,072 g; 0,35 mmol; 35%) e (+)-106144 (0,074 g; 0,42 mmol; 42%), ambos como óleos levemente amarelados. Os dados espectroscópicos de (+)-44 foram descritos no “item 2.14”. (4aS,5S)-5,6,7,8-Tetra-hidro-4a,5-dimetilnaftalen-2(4aH)-ona (+)-106144 IV (filme) νmax/cm-1: 2937; 2862; 1663; 1627; 1621. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,07 (d; J = 5,7 Hz; 3H); 1,15 (s; 3H); 1,36-1,60 (m; 4H); 1,962,01 (m; 1H); 2,31-2,45 (m; 2H); 6,09 (s; 1H); 6,24 (dd; J = 10,0 e 1,2 Hz; 1H); 7,06 (d; J = 10,0 Hz; 1H ). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 16,2; 17,1; 28,0; 30,2; 33,2; 41,6; 43,8; 124,2; 127,5; 155,9; 169,1; 186,7. EMBR (IE) m/z (int. rel.): 176 (M+•, 30%); 161 (14); 147 (13); 133 (32); 121 (40); 105 (33); 91 (100); 77 (41). EMAR calc. para [C12H16O + Na]+: 199,1093. Encontrado:199,1088. Desvio: 2,5 ppm. [α]25D= + 12,3 (c 1,1; CHCl3). 2.20. Preparação do (2S,3aR,4S,7aR)-metil-octa-hidro-3a,4-dimetil-1H-indano-2-carboxilato (+)-109 H2 (g) 2,5 atm, 5% Pd-C MeOH, t.a. 3,5 h O MeO O MeO (+)-44 H (+)-109 (94%) [α]25D + 25,9 (c 0,85; CHCl3) Um hidrogenador catalítico preenchido com (+)-44 (0,175 g; 0,841 mmol), MeOH (2,7 mL) e 10% (m/m) Pd-C (0,009 g; 5% g/g) foi purgado três vezes com gás H2. A suspensão resultante foi mantida sob agitação por 3,5 h a uma pressão de H2 de 2,5 atm. O término da reação foi determinado através de CG. A mistura foi filtrada utilizando-se Et2O (30 mL) como solvente para lavagem. A fase orgânica foi seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida para dar origem ao éster (+)-109 (0,166 g; 0,790 mmol; 94%), como um óleo incolor. O produto foi 198 Parte Experimental obtido com pureza suficiente para adequada identificação espectroscópica e utilização na próxima etapa da síntese. Uma pequena fração deste material foi purificada por meio de coluna cromatográfica (Hexanos/Et2O 9:1) para ser utilizada na obtenção dos dados analíticos Rf: 0,70 (10% AcOEt em hexanos). IV (filme) νmax/cm-1: 2958; 2927; 2865; 1737; 1199; 1172. RMN de 1H (500 MHz, CDCl3) δ: 0,79 (d; J = 7,0 Hz; 3H); 0,88 (s; 3H); 1,06-1,16 (m; 1H); 1,371,60 (m; 7H); 1,67-1,73 (m; 1H); 1,79-1,85 (m; 1H); 2,05-2,13 (m; 2H); 2,85 (dddd; J = 11,4; 9,5; 8,8 e 5,3 Hz; 1H); 3,67 (s; 3H). RMN de 13 C (125 MHz, CDCl3) δ: 16,4; 19,9; 21,1; 24,2; 30,7; 32,8; 33,7; 40,6; 41,6; 43,0; 47,3; 51,6; 177,7. EMBR (IE) m/z (int. rel.): 210 (M+•, 11%); 178 (59); 151 (48); 109 (45); 95 (65); 81 (100); 41 (62). EMAR calc. para [C13H22O2 + H]+: 211,1693. Encontrado: 211,1689. Desvio: 1,9 ppm. [α]25D + 25,9 (c 0,85; CHCl3). 2.21. Preparação do ácido (2S,3aR,4S,7aR)-octa-hidro-3a,4-dimetil-1H-indano-2-carboxílico (+)-110 KOH (10% m/v)/ MeOH 1:1 t.a., 5 h O MeO O HO H (+)-109 H (+)-110 [α]25D + 18,7 (c 0,42; CHCl3) A uma solução de 19 (0,166 g; 0,790 mmol) em MeOH (1,6 mL) adicionou-se gota a gota solução 10% (m/v) de KOH (1,6 mL). A solução amarelada resultante foi mantida sob agitação a t.a. por 5 h e o término da reação foi determinado através de CG. Adicionou-se solução 10% de HCl (até pH < 3) observando-se a formação de um precipitado branco que foi dissolvido pela adição de H2O (20 mL). A solução resultante foi extraída com AcOEt (3 x 25 mL). A fase orgânica foi lavada com solução saturada de NaCl (20 mL), seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O ácido carboxílico (+)-110 (0,155 g) foi obtido como um óleo incolor e foi usado na próxima etapa sintética sem purificação. Uma pequena fração deste produto foi 199 Parte Experimental purificada por coluna cromatográfica (gradiente de eluição: 10-20% de AcOEt em hexanos) para ser utilizado na determinação dos dados analíticos. IV (filme) νmax/cm-1: 2957; 2920; 2855; 1696. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 0,78 (d; J = 6,9 Hz; 3H); 0,89 (s; 3H); 1,03-1,28 (m; 2H); 1,371,60 (m; 7H); 1,67-1,76 (m; 1H); 1,81-1,90 (m; 1H); 2,05-2,19 (m; 2H); 2,90 (dddd; J = 14,2; 11,5; 9,2 e 5,2 Hz; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 16,4; 19,9; 21,1; 24,2; 30,7; 32,6; 33,7; 40,6; 41,5; 43,1; 47,3; 182,7. EMBR (IE) m/z (int. rel.): 196 (M+•, 14%); 178 (29); 151 (30); 109 (37); 95 (64); 81 (100). EMAR calc. para [C12H20O2 + Na]+: 219,1356. Encontrado: 219,1358. Desvio: 0,9 ppm. [α]25D + 18,7 (c 0,42; CHCl3). 2.22. Reação de metilação do ácido octa-hidro-3a-metil-1H-indano-2-carboxílico (112) i) MeLi (3 eq.), Et2O refluxo, 2,5 h ii) H2O, 0 °C, 10 min O HO HO O + H 113 (83%) trans:cis 19:1 H 112 H 114 (10%) A uma solução de 112 (0,161 g; 0,885 mmol) em Et2O (3 mL) adicionou-se gota a gota solução de MeLi (0,90 mL; 3 M em dietóxi-metano; 2,7 mmol). A mistura reacional foi mantida sob agitação e refluxo por 2,5 h. Após este período, o sistema foi resfriado em banho de gelo, adicionou-se H2O (6 mL), manteve-se a agitação por mais 10 min e fez-se extração com Et2O (40 + 2 x 15 mL). A fase orgânica foi seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos:Et2O 9:1), fornecendo a cetona 113 (0,132 g; 0,733 mmol; 83%) e o álcool terciário 114 (0,017; 0,087 mmol; 10%), ambos como óleos incolores. A metil-cetona 113 foi obtida na forma de uma mistura de diastereoisômeros trans:cis, em relação a metila da junção do anel, na proporção de 19:1. 200 Parte Experimental Metil-cetona 113 RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: (diastereoisômero majoritário) 0,78 (s; 3H); 1,11-1,59 (m; 9H); 1,67-1,80 (m; 3H); 1,94 (ddd; J = 12,5; 6,9 e 3,1 Hz; 1H); 2,14 (s; 3H); 2,97-3,07 (m; 1H); (diastereoisômero minoritário) 2,55-2,66 (m; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: (diastereoisômero majoritário) 16,9; 21,6; 25,5; 26,4; 28,8; 30,3; 38,9; 41,5; 44,2; 47,3; 48,0; 211,1; (diastereoisômero minoritário) 17,4; 21,4; 24,9; 25,2; 26,3; 29,9; 39,2; 39,6; 41,9; 51,4; 54,2; 212,5. EMBR (IE) m/z (int. rel.): (diastereoisômero majoritário) 180 (M+•, 1%); 122 (9); 110 (37); 95 (18); 81 (31); 67 (25); 55 (17); 43 (100); (diastereoisômero minoritário) 180 (M+•, 4%); 135 (8); 122 (8); 95 (18); 81 (23); 67 (15); 55 (13); 43 (100). EMAR calc. para [C12H20O + H]+: 181,1587. Encontrado: 181,1583. Desvio: 2,2 ppm. Álcool Terciário 114 IV (filme) νmax/cm-1: 3399; 2970; 2829; 2858; 1450; 1376; 1168; 1131. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 0,76 (s; 3H); 1,15 (s; 3H); 1,18 (s; 3H); 1,02-1,56 (m; 12H); 1,631,74 (m; 2H); 2,07-2,19 (m; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 17,0; 21,7; 25,8; 26,7; 27,0; 28,3; 30,1; 39,3; 41,1; 43,4; 46,1; 48,0; 73,0. EMBR (IE) m/z (int. rel.): 181 (M+•- CH3, 1%); 163 (3); 138 (4); 95 (8); 81 (13); 67 (13); 59 (100); 41 (31). EMAR calc. para [C13H24O + Na]+: 219,1719. Encontrado: 219,1695. Desvio: 11 ppm. 2.23. Preparação das 1-((2R,3aR,4S,7aR)- e 1-((2S,3aR,4S,7aR)-octa-hidro-3a,4-dimetil-1Hinden-2-il)etanonas (48) i) MeLi (2,3 eq.), Et2O refluxo, 2,5 h ii) H2O, 0 °C, 10 min O HO H (+)-110 O HO + H 48 (91%, duas etapas) trans:cis 7:1 H 115 (5%, duas etapas) A uma solução de (+)-110 (0,155 g; 0,791 mmol) em Et2O (4 mL), resfriada a 0 °C e sob atmosfera de N2, adicionou-se gota a gota solução de MeLi (0,60 mL; 3 M em dietóxi-metano; 1,8 201 Parte Experimental mmol). Após 5 min sob agitação, o banho de gelo foi retirado e a mistura reacional foi mantida sob agitação e refluxo por 2,5 h. O sistema foi resfriado em banho de gelo, adicionou-se H2O (6 mL) e manteve-se a agitação por mais 10 min. A solução resultante foi extraída com Et2O (3 x 25 mL) e a fase orgânica foi seca com MgSO4 anidro. Após concentração do solvente sob pressão reduzida o resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos:Et2O 9:1), obtendo-se a cetona 4858 (0,140 g; 0,722 mmol; 91%; duas etapas) e o álcool terciário 115 (0,008; 0,038 mmol; 5%), ambos como óleos incolores. A metil-cetona 48 foi obtida como uma mistura de diastereoisômeros trans:cis na proporção de 7:1 Metil-cetona 48 Rf: 0,50 (10% Et2O/hexanos). IV (filme) νmax/cm-1: 2958; 2925; 2873; 1711; 1462; 1358; 1174. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: (diastereoisômero majoritário) 0,77 (d; J = 6,6 Hz; 3H); 0,89 (s; 3H); 1,00-1,14 (m; 1H); 1,24-1,58 (m; 7H); 1,69-1,81 (m; 2H); 1,97-2,11 (m; 2H); 2,15 (s; 3H); 2,893,06 (m; 1H); (diastereoisômero minoritário) 0,80 (d; J = 6,6 Hz; 3H); 2,14 (s; 3H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: (diastereoisômero majoritário) 16,4; 19,9; 21,1; 24,3; 28,9; 30,7; 31,5; 33,5; 39,9; 43,0; 47,3; 49,5; 211,1; (diastereoisômero minoritário) 16,7; 19,0; 20,9; 23,9; 28,7; 29,6; 30,4; 32,6; 41,4; 44,3; 45,7; 48,2; 211,1. EMBR (IE) m/z (int. rel.): (diastereoisômero majoritário) 194 (M+•, 0,3%); 176 (3); 109 (8); 95 (7); 81 (10); 67 (8); 55 (9); 43 (100); (diastereoisômero minoritário) 194 (M+•, 2%); 124 (23); 109 (34); 95 (19); 81 (22); 71 (17); 67 (15); 55 (14); 43 (100). EMAR calc. para [C13H22O + H]+: 195,1743. Encontrado: 195,1741. Desvio: 1,0 ppm. Álcool Terciário 115 IV (filme) νmax/cm-1: 3420; 2958; 2929; 2873; 1461; 1379; 939. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 0,78 (d; J = 3,9 Hz; 3H); 0,90 (s; 3H); 1,10-1,13 (m; 1H); 1,18 (s; 6H); 1,25-1,50 (m; 7H); 1,54-1,58 (m; 3H); 1,64-1,72 (m; 2H); 2,03-2,11 (m; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 16,4; 20,8; 21,7; 24,8; 27,9; 28,3; 31,0; 31,3; 35,3; 40,0; 42,1; 47,5; 48,7; 71,9. EMBR (IE) m/z (int. rel.): 195 (M+•- CH3, 0,3%); 177 (2); 152 (5); 109 (8); 81 (10); 79 (6); 59 (100); 41 (41). 202 Parte Experimental + EMAR calc. para [C14H26O + Na] : 233,1881. Encontrado: 233,1885. Desvio: 1,7 ppm. 2.24. Preparação do ((Z)-1-((3aR,7S,7aR)-hexa-hidro-7,7a-dimetil-1H-inden-2(3H)ilideno)etóxi)trimetilsilano (47) HMDS (3 eq.) TMSI (2 eq.), CH2Cl2 - 40 à 0 °C, 40 min O TMSO H 47 H 48 trans:cis 7:1 A uma solução da cetona 48 (0,089 g; 0,46 mmol) em CH2Cl2 (4,5 mL) anidro, resfriada a 40 °C e mantida sob atmosfera de N2, adicionou-se HMDS (292 μL; 0,222 mg; 1,38 mmol) e TMSI (131 μL; 0,184 g; 0,92 mmol). A solução levemente amarelada foi agitada a - 40 °C por 10 min e 0 °C por 30 min. A mistura reacional foi vertida em uma mistura de pentano (25 mL) e solução saturada de NaHCO3 (10 mL). A fase orgânica foi separada e a fase aquosa extraída com pentano (2 x 10 mL). As fases orgânicas foram reunidas e a solução resultante foi seca com Na2SO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi filtrado em uma pequena coluna de sílica gel (2,5 cm) utilizando pentano (70 mL). Após evaporação do solvente, 47 foi obtido como um óleo incolor. O produto bruto foi utilizado na etapa seguinte da rota sintética. RMN de 1H (200 MHz, CDCl3) δ: 0,17 (s; 9H); 0,77 (d; J = 6,4 Hz; 3H); 0,88 (s; 3H); 1,17-2,53 (m; 12H); 1,72 (s; 3H). 2.25. Preparação do (2R,3aR,4S,7aR)-2-acetil-octa-hidro-3a,4-dimetil-1H-indano-2carboxilato de metila (+)-46 i) MeLi (3 eq.), THF - 40 à 0 °C, 20 min ii) CNCO2Me (3,3 eq.), THF - 40 à 0 °C, 1 h TMSO O MeO 7 H O (+)-46 (64%, partindo de 48) H 47 [α]25D + 60,8 (c 1,0; CHCl3) A uma solução contendo o produto bruto 47 em THF anidro (4,5 mL), resfriada a - 40 °C e mantida sob atmosfera de N2, adicionou-se solução de MeLi (0,460 mL; 3 M em dietóxi-metano; 1,38 mmol) e a mistura resultante foi agitada por 10 min a - 40 °C e 10 min a 0 °C. Adicionou-se 203 Parte Experimental cianoformiato de metila (120 μL; 128 mg; 1,51 mmol) mantendo-se o sistema sobre agitação a 40 °C por 15 min e a 0°C por 45 min. O resíduo foi particionado entre H2O (10 mL) e Et2O (25 mL) e a fase aquosa foi extraída com Et2O (2 x 13 mL). As fases orgânicas foram reunidas e a solução resultante foi lavada solução saturada de NaHCO3 (6 mL) e solução saturada de NaCl (6 mL). Após secagem com Na2SO4 anidro e concentração sob pressão reduzida, o resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/Et2O 9:1), fornecendo o produto (+)-4658 (0,074 g; 0,29 mmol; 64%), como um óleo incolor. Rf: 0,55 (10% Et2O/hexanos). IV (filme) νmax/cm-1: 2958; 2927; 1745; 1715; 1251; 1235; 1152. RMN de 1H (500 MHz, CDCl3) δ: 0,77 (d; J = 6,5 Hz; 3 H); 0,91 (s; 3H); 1,02-1,10 (m; 1H); 1,151,21 (m; 1H); 1,32-1,37 (m; 1H); 1,42-1,46 (m; 2H); 1,53-1,56 (m; 2H); 1,75 (d; J = 14,0 Hz; 1H); 1,87-1,93 (m; 1H); 2,11-2,16 (m; 1H); 2,13 (s; 3H); 2,30 (t; J = 13,3 Hz; 1H); 2,52 (d; J = 14,0 Hz; 1H); 3,72 (s; 3H). RMN de 13 C (125 MHz, CDCl3) δ: 16,3; 19,4; 20,9; 23,5; 26,5; 30,5; 32,9; 35,3; 43,5; 44,0; 46,2; 52,6; 64,4; 174,6; 203,7. EMBR (IE) m/z (int. rel.): 252 (M+•, 0,6%); 210 (75); 192 (9); 129 (26); 109 (35); 100 (20); 43 (100). EMAR calc. para [C15H24O3 + Na]+: 275,1618. Encontrado: 275,1628. Desvio: 3,6 ppm. [α]25D + 60,8 (c 1,0; CHCl3). 2.26. Preparação da γ-lactona 119 O O DIB (1,1 eq.), KOH (3 eq.) MeOH, 0 °C à t.a., 24 h MeO O H (+)-46 O MeO OMe H 119 (47%) A uma solução contendo KOH (0,0111 g; 0,196 mmol) em MeOH anidro (100 μL), resfriada a 0 °C, adicionou-se solução de (+)-46 (0,015 g; 0,060 mmol) em MeOH (50 μL) e a mistura resultante foi agitada por 15 min. Adicionou-se DIB (0,021 g; 0,065 mmol) mantendo-se o sistema sobre agitação a 0 °C por 15 min e a t.a. por 24 h. O resíduo foi dissolvido em H2O (1 mL) e extraído com CH2Cl2 (3 x 5 mL). As fases orgânicas foram reunidas e a solução resultante foi 204 Parte Experimental lavada com H2O (3 mL), seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 9:1), fornecendo o produto 119 (0,0079 g; 0,028 mmol; 47%), como um óleo amarelado. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 0,83 (d; J = 6,9 Hz; 3 H); 1,00 (s; 3H); 1,09-1,65 (m; 9H); 2,192,29 (m; 1H); 3,35 (s; 3H); 3,39 (s; 3H); 3,98 (d; J = 9,9 Hz; 1H); 4,13 (d; J = 9,9 Hz; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 16,3; 19,9; 21,6; 23,8; 31,1; 34,8; 36,1; 41,9; 42,6; 44,0; 50,3; 50,4; 55,1; 67,4; 104,9; 180,8. EMBR (IE) m/z (int. rel.): 282 (M+•, 29%); 172 (13); 109 (19); 104 (43); 103 (28); 88 (100). 2.27. Descarboxilação de (+)-46 O i) DIB (1,1 eq.), KOH (3 eq.) MeOH, 0 °C à t.a., 24 h ii) HCl 5%, 0 °C à t.a., 24 h MeO O O H H (+)-46 48 (68%) cis:trans 2:1 A uma solução contendo KOH (0,011 g; 0,20 mmol) em MeOH anidro (100 μL), resfriada a 0 °C, adicionou-se solução de (+)-46 (0,015 g; 0,060 mmol) em MeOH (50 μL) e a mistura resultante foi agitada por 15 min. Adicionou-se DIB (0,021 g; 0,065 mmol) mantendo-se o sistema sobre agitação a 0 °C por 15 min e a t.a. por 24 h. A mistura foi novamente resfriada a 0°C, adicionou-se solução 5% (v/v) de HCl (150 μL) e manteve-se a agitação por 24 h sob t.a.. O resíduo foi dissolvido em H2O (1 mL) e extraído com CH2Cl2 (3 x 5 mL). As fases orgânicas foram reunidas e a solução resultante foi lavada com H2O (3 mL), seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 9:1), fornecendo a metil-cetona 48 (0,0079 g; 0,040 mmol; 68%), como um óleo incolor e na forma de uma mistura de diastereoisômeros cis:trans 2:1. RMN de 1H (200 MHz, CDCl3) δ: (diastereoisômero majoritário) 0,80 (d; J = 6,4 Hz; 3H); 0,89 (s; 3H); 1,00-1,58 (m; 8H); 1,69-2,11 (m; 4H); 2,14 (s; 3H); 2,89-3,06 (m; 1H); (diastereoisômero minoritário) 0,77 (d; J = 6,8 Hz; 3H); 2,15 (s; 3H). 205 Parte Experimental EMBR (IE) m/z (int. rel.): (diastereoisômero majoritário) 194 (M+•, 2%); 124 (23); 109 (34); 95 (19); 81 (22); 71 (17); 67 (15); 55 (14); 43 (100); (diastereoisômero minoritário) 194 (M+•, 0,3%); 176 (3); 109 (8); 95 (7); 81 (10); 67 (8); 55 (9); 43 (100). 2.28. Preparação do ácido o-iodosobenzóico (126) I I=O CO2H NaIO4 (2,2 eq.), H2O Refluxo, 16 h CO2H 126 (64%) A uma suspensão de NaIO4 (23,5 g; 110 mmol) em H2O (100 mL), sob agitação vigorosa, adicionou-se ácido iodobenzóico (12,4 g; 50 mmol). A mistura reacional foi mantida sob agitação e refluxo por 16 h. A suspensão resultante foi vertida sob água gelada (250 mL) e agitada até o sistema atingir t.a. O sólido formado foi separado por filtração, lavado com água gelada (2 x 50 mL) e acetona (3 x 50 mL) e seco sob vácuo. Finalmente, o ácido o-iodosobenzóico (126)149 foi obtido como um sólido branco (8,53 g; 32 mmol; 64%). Pf: 231,5-233,2 °C; Lit.149 234 °C. IV (KBr) νmax/cm-1: 1613; 1563; 1343; 742; 585. 2.29. Preparação da α-hidróxi-acetofenona (129) em duas etapas O 126 (1,1 eq.) KOH (3 eq.), MeOH 0 °C à t.a., 20 h H3CO OCH3 OH 127 128 O H2SO4 5%, CH2Cl2 0 °C, 30 min OH 129 (48%, duas etapas) Primeira etapa: A uma solução de hidróxido de potássio (0,168 g; 3,0 mmol) em MeOH (1,6 mL), resfriada a 0°C, adicionou-se uma solução de acetofenona (127) (0,120 g; 1,0 mmol) em MeOH (0,4 mL) e manteve-se a agitação por 15 min. Em seguida, adicionou-se 126 (0,290 g; 1,1 mmol) e a suspensão resultante foi agitada por 20 h. O término da reação foi determinado por CCD e a mistura reacional foi concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi dissolvido em H2O (5 mL) e extraído com CH2Cl2 (20 + 2 x 13 mL). As fases orgânicas foram reunidas e a solução resultante foi lavada com H2O (10 mL), seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão 206 Parte Experimental reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 8:2), obtendo-se uma mistura do 2,2-dimetóxi-2-feniletanol (128)150 e da α-hidróxi-acetofenona (129)150 na proporção de 3:1 (0,118 g), como um óleo levemente amarelado. Segunda etapa: A uma solução contendo a mistura obtida na etapa anterior (0,118 g) em CH2Cl2 (1,5 mL), resfriada a 0°C, adicionou-se uma solução 5% (v/v) de H2SO4 (1,5 mL) e a solução resultante foi mantida sob agitação por 30 min. A fase orgânica foi separada e a fase aquosa foi extraída com CH2Cl2 (3 x 10 mL). As fases orgânicas foram reunidas e a solução resultante foi lavada com H2O (2 x 5 mL), seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 9:1) para fornecer a α-hidróxiacetofenona 129150 (0,065 g; 0,48 mmol; 48%), como um sólido branco. 2,2-Dimetóxi-2-feniletanol (128) RMN de 1H (200 MHz, CDCl3) δ: 2,04 (s; 1H); 3,26 (s; 6H); 3,79 (s; 2H); 7,27-7,95 (m; 5H). α-Hidróxi-acetofenona (129) Pf: 83-85 °C; Lit.150 86-87 °C. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 4,88 (s; 2H); 7,26-7,53 (m; 2H); 7,60-7,66 (m; 1H); 7,90-7,94 (m; 2H). RMN de 13C (75 MHz, CDCl3) δ: 65,4; 127,7; 127,7; 128,9; 128,9; 133,3; 134,3; 196,4. 2.30. Preparação da α-hidróxi-acetofenona (28) em uma etapa O i) 126 (1,1 eq.), KOH (3 eq.) MeOH, 0 °C à t.a., 20 h ii) H2SO4 5%, 0 °C à t.a., 18 h 127 O OH 129 (54%) A uma solução de hidróxido de potássio (0,168 g; 3,0 mmol) em MeOH (1,6 mL), resfriada a 0°C, adicionou-se uma solução de acetofenona (0,120 g; 1,0 mmol) em MeOH (0,4 mL) e manteve-se a agitação por 15 min. Em seguida, adicionou-se 126 (0,290 g; 1,1 mmol) e a suspensão resultante foi agitada por 22 h. A formação do intermediário acetal 128 foi indicada por CCD. O sistema foi resfriado em banho de gelo, adicionou-se uma solução 5% (v/v) de H2SO4 (2 mL) e a mistura reacional foi agitada a t.a. por 18 h. A fase orgânica foi separada e a fase aquosa foi extraída com CH2Cl2 (3 x 10 mL). As fases orgânicas foram reunidas e a solução resultante foi 207 Parte Experimental lavada com H2O (2 x 5 mL), seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 8:2), levando à α-hidróxiacetofenona 129150 (0,074 g; 0,54 mmol; 54%), como um sólido branco. Os dados espectroscópicos de 129 foram descritos no “item 2.29”. 2.31. Preparação da α-hidróxi-cetona 130 O i) DIB (2 eq.), KOH (6 eq.) MeOH, 0 °C, 45 min ii) H2SO4 5%, 0 °C, 35 min MeO O H (+)-46 O MeO HO H O 130 (62%) Uma solução de (+)-46 (0,052 g; 0,21 mmol) em MeOH (1,6 mL) anidro foi adicionada gota a gota e sob agitação a uma solução resfriada (0 °C) de KOH (0,070 g; 1,25 mmol) em MeOH (1 mL) anidro. Após agitação por 15 min, DIB (0,133 g; 0,413 mmol) foi adicionado em pequenas porções e a mistura reacional foi agitada a 0 °C por 45 min. Uma solução aquosa 5% (v/v) de H2SO4 (1,3 mL) foi adicionada e a mistura foi agitada a 0 °C por 35 min. Adicionou-se H2O (3 mL) e fez-se extração com CH2Cl2 (20 + 2 x 6 mL). As fases orgânicas combinadas foram lavadas com solução saturada de NaCl (5 mL) e secas com MgSO4 anidro. O solvente foi removido sob pressão reduzida e o resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos:Et2O 9:1), dando origem a 130 (0,036 g; 0,13 mmol; 62%), como um óleo incolor. IV (filme) νmax/cm-1: 3490; 2959; 2927; 1752; 1716; 1255; 1051. RMN de 1H (500 MHz, CDCl3) δ: 0,79 (d; J = 6,6 Hz; 3H); 0,92 (s; 3H); 1,03-1,58 (m; 7H); 1,82 (d; J = 14,2 Hz; 1H); 1,88-1,95 (m; 1H); 2,20 (dd; J = 13,3 e 7,1 Hz; 1H); 2,31 (t; J = 13,2 Hz; 1H); 2,57 (d; J = 14,2 Hz; 1H); 3,72 (s; 3H); 4,27 (d; J = 18,5 Hz; 1H); 4,36 (d; J = 18,5 Hz; 1H). RMN de 13 C (125 MHz, CDCl3) δ: 18,3; 19,3; 20,8; 23,3; 30,4; 33,1; 35,7; 43,6; 44,6; 46,1; 52,9; 61,3; 66,4; 173,8; 206,7. EMBR (IE) m/z (int. rel.): 236 (M+• - MeOH; 0,5%); 124 (17); 123 (100); 109 (39); 79 (26); 41 (42). EMAR calc. para [C15H24O4 + Na]+: 291,1567. Encontrado: 291,1574. Desvio: 2,4 ppm. 208 Parte Experimental 2.32. Preparação da (2'R,3a'R,4'S,7a'R)-3a',4'-dimetil-octa-hidro-2H-espiro[furan-3,2'indano]-2,4(5H)-diona (+)-118 O O TFA, CH2Cl2 t.a., 16,5 h MeO HO O O H O (+)-118 (99%) H 130 [α]25D + 43,1 (c 1,0; CHCl3) O composto 130 (0,036 g; 0,13 mmol) foi dissolvido em CH2Cl2 (1,2 mL) e acidificado com TFA (12 µL). A mistura reacional foi mantida sob agitação a t.a. por 16,5 h. A solução resultante foi diluída com CH2Cl2 (10 mL), lavada com solução saturada de NaHCO3 (3 mL) e seca com MgSO4 anidro. O solvente foi removido sob pressão reduzida levando à (+)-118 (0,0301 g; 0,129 mmol; 99%) como um sólido branco, que foi utilizado na próxima etapa sem purificação. Pf: 96,0-97,1 °C. IV (HBr) νmax/cm-1: 2959; 2920; 2853; 1794; 1750; 1052. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 0,81 (d; J = 6,7 Hz; 3H); 0,99 (s; 3H); 1,06-1,20 (m; 1H); 1,461,59 (m; 6H); 1,73-1,85 (m; 1H); 1,79 (d; J = 13,6 Hz; 1H); 1,90-2,01 (m; 1H); 2,11 (d; J = 13,6 Hz; 1H); 2,27-2,30 (m; 1H); 4,62 (d; J = 20,2 Hz; 1H); 4,69 (d; J = 20,2 Hz; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 16,4; 19,0; 20,7; 23,3; 30,6; 32,3; 39,6; 45,2; 46,8; 47,0; 51,5; 72,4; 179,2; 210,6. EMBR (IE) m/z (int. rel.): 236 (M+•; 1,0%); 124 (18); 123 (100); 109 (30); 81 (19); 41 (35). EMAR calc. para [C14H20O3 + H]+: 237,1485. Encontrado: 237,1488. Desvio: 1,3 ppm. [α]25D + 43,1 (c 1,0; CHCl3). 2.33. Preparação da (+)-Baquenolida A, (+)-1 O O Ph3P=CH2 (3 eq.), THF 0°C à t.a., 1 h O O O H H (+)-118 (+)-1 (62%) [α]25D + 16,9 (c 0,95; MeOH) Lit20 [α]20D + 17 (c 1,0; MeOH) 209 Parte Experimental A uma solução de Ph3PCH3Br (0,130 g; 0,36 mmol) em THF (3 mL) anidro, sob forte fluxo de N2 e a 0 °C, foi adicionada gota a gota uma solução de NaHMDS (330 µL;1 M em hexanos; 0,33 mmol). A mistura foi agitada a 0 °C por 45 min dando origem a uma solução amarela. Em seguida, foi adicionada gota a gota uma solução de (+)-128 (0,026 g; 0,11 mmol) em THF (0.5 mL) anidro. A solução resultante amarela clara foi agitada a t.a. por 1 h. A reação foi finalizada H2O (10 mL) e extraída com Et2O (3 x 10 mL). A fase orgânica foi lavada com solução saturada de NaCl (5 mL) e seca com MgSO4 anidro. Depois da evaporação do solvente o resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 9:1) para fornecer a (+)-baquenolida A, (+)-1 (0,016 g; 0,068 mmol; 62%), como um sólido branco. Pf: 80,3-80,6 °C (Lit20 80,5-80,6 °C). IV (KBr) νmax/cm-1: 2959; 2923; 2853; 1777; 1655; 1021. RMN de 1H (500 MHz, CDCl3) δ: 0,85 (d; J = 6,8 Hz; 3H); 0,99 (s; 3H); 1,12-1,21 (m; 1H); 1,411,50 (m; 3H); 1,50-1,64 (m; 3H); 1,94-1,99 (m; 3H); 2,09 (t; J = 13,1 Hz; 1H); 2,24-2,30 (m; 1H); 4,74 (dt; J = 12,8 e 2,2 Hz; 1H); 4,80 (dt; J = 12,8 e 2,2 Hz; 1H); 5,03 (td; J = 2,2 e 0,7 Hz; 1H); 5,11 (td; J = 2,2 e 0,7 Hz; 1H). RMN de 13 C (125 MHz, CDCl3) δ: 16,3; 19,2; 21,0; 23,3; 30,9; 33,9; 42,3; 44,0; 46,2; 48,5; 49,8; 70,4; 105,8; 150,4; 182,6. EMBR (IE) m/z (int. rel.): 234 (M+•; 1,8%); 124 (58); 122 (34); 109 (87); 111 (52); 95 (20); 41 (100). EMAR calc. para [C15H22O2 + Na]+: 257,1512. Encontrado: 257,1509. Desvio: 2,4 ppm. [α]25D + 16,9 (c 0,95; MeOH); Lit20 [α]20D + 17 (c 1,0; MeOH). 2.34. Preparação do 1,2,3,4-tetra-hidro-1-metileno-naftaleno (132) O H2 C Cp2Ti Cl AlMe2 (1 eq.) THF, 0 °C, 30 min 131 132 (66%) A uma solução da 1-tetralona (131) (30 mg; 0,21 mmol) em THF (1 mL) anidro, sob atmosfera inerte e a 0 °C, foi adicionada a solução do reagente de Tebbe (0,5 M em PhMe; 420 µL). A mistura reacional foi mantida sob agitação a 0 °C por 30 min e adicionou-se Et2O (10 mL) e 210 Parte Experimental solução 0,1 M de NaOH (3 gotas). A mistura foi filtrada em celite, lavada com Et2O (10 mL) e evaporada sob pressão reduzida. O resíduo foi filtrado em alumina básica empregando Et2O (30 mL) como solvente para lavagem e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida. O produto bruto foi purificado por coluna cromatográfica (gradiente de eluição: 0-5% de Et2O em hexanos) para dar origem a 132 (19,8 mmg; 0,138 mmol; 66%), como um óleo incolor. RMN de 1H (200 MHz, CDCl3) δ: 1,83 (m; 2H); 2,50 (m; 2H); 2,81 (t; J = 6,0 Hz; 2H); 4,80 (d; J = 1,1 Hz; 1H); 5,33 (d; J = 1,1 Hz; 1H); 6,90-7,55 (m; 4H). 3. Oxidação de Cis-Octalinas Promovida por TTN em Acetonitrila 3.1. O Preparação da 2-metil-ciclo-hex-2-enona (8) O O NBS (1,2 eq.) NaHSO4.SiO2 Et2O, t.a., 2 h O Br Br + O O + destilação 170 169 168 Li2CO3 (3 eq.), LiBr (3 eq.) DMF, refluxo, 3h 8 171 (95:5) (95:5) Separação por coluna (Hex:AcOEt 9:1) 8 (78%, partindo de 168) A uma mistura de 2-metil-ciclo-hexanona (168) (9,24 g; 82,4 mmol ) e NBS recém cristalizado (30,0 g; 94,3 mmol) em éter etílico (200 mL) adicionou-se NaHSO4.SiO2 (2,5 g). A suspensão resultante foi mantida sob agitação a t.a. por 2 h. Foi observado o aparecimento gradual de uma coloração alaranjada ao longo da reação e uma brusca descoloração da solução após 1,5 h de reação. A mistura reacional foi filtrada e o filtrado foi concentrado sob pressão reduzida originando um óleo alaranjado (15,6 g). O resíduo foi dissolvido em DMF anidro (150 mL) e adicionou-se Li2CO3 (18,3 g; 247 mmol) e LiBr (21,5 g; 247 mmol). A suspensão foi agitada sob refluxo e atmosfera de N2 durante 3 h. A mistura reacional foi resfriada até t.a. e o sólido decantado. O sobrenadante foi diluído em H2O (200 mL) e a solução extraída com éter etílico (3 x 200 mL). A fase orgânica foi seca com MgSO4 anidro e o solvente evaporado sob pressão 211 Parte Experimental reduzida. O resíduo foi destilado à pressão atmosférica (Pe: 172-178 °C), levando à 2-metil-ciclohex-2-enona (8)98,169 (7,08 g; 64,3 mmol; 78%), como um líquido incolor. A preparação do catalisador NaHSO4.SiO2 foi efetuada da seguinte maneira: A uma solução de NaHSO4.H2O (4,14g) em H2O (20 mL) foi adicionada sílica gel 200-400 Mesh (10 g). A mistura foi agitada por 15 min e aquecida até evaporação do excesso de água para obtenção de um pó branco finamente dividido. O catalisador foi seco em estufa (120 °C) por 48 h e posteriormente utilizado para a reação de bromação. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,75 (q; J = 2,0 Hz; 3H); 1,95 (q; J = 8,0 Hz; 2H); 2,29-2,36 (m; 2H); 2,42 (dd; J = 5,6 e 5,0 Hz; 2H); 6,73-6,77 (m; 1H). 3.2. Preparação da 3,4,4a,5,8,8a-hexa-hidro-6,8a-dimetilnaftalen-1(2H)-ona (163) O O + AlCl3 (25 mol%), PhMe t.a., 24 h H 8 163 (50%) A uma suspensão de AlCl3 (2,15 g; 16,1 mmol) em tolueno anidro (120 mL), foi adicionada a enona 8 (7,00 g; 64,3 mmol). A mistura foi mantida sob agitação por 20 min e adicionou-se isopreno (12,9 mL; 257 mmol) sob banho de gelo. O banho de gelo foi removido e a mistura reacional foi mantida sob agitação a t.a. por 24 h. O solvente foi evaporado sob pressão reduzida. Adicionou-se H2O (50 mL) ao resíduo e fez-se extração com éter (3 x 50 mL). A fase orgânica foi lavada com H2O (30 mL) e solução saturada de NaCl (30 mL), seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi destilado em trompa de vácuo (Pe: 135-140 °C; 1 mmHg) levando à octalona 16398,170 (5,70 g; 32,1 mmol; 50%), como um óleo incolor. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,10 (s; 3H); 1,67 (s; 1H); 1,57-1,77 (m; 8H); 1,99-2,03 (m; 1H); 2,16-2,34 (m; 2H); 2,54-2,57 (m; 1H); 2,58-2,62 (m; 1H); 5,30-5,32 (m; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 20,4; 23,7; 25,2; 27,9; 31,7; 33,1; 37,2; 41,6; 47,4; 116,9; 130,9; 215,6. 212 Parte Experimental 3.3. Preparação do 1,2,3,4,4a,5,8,8a-octa-hidro-4a,7-dimetilnaftaleno (69) O i) NH2NH2.H2O (5 eq.), 130 °C trietilenoglicol, 1,5 h ii) KOH (6 eq.), 130 °C, 4,5 h H H 163 69 (30%) A uma solução da octalona 163 (0,891 g; 5,00 mmol) em trietilenoglicol (5 mL) adicionouse NH2NH2.H2O (1,25 mL; 25,0 mmol). A solução resultante foi mantida sob refluxo e agitação por 1,5 h. A mistura foi resfriada até t.a., adicionou-se KOH em pastilhas (1,67 g; 29,8 mmol) e manteve-se o sistema sob refluxo por 4,5 h. A mistura reacional foi vertida em gelo, acidificada com solução aquosa de HCl (6 M) e extraída com hexanos (3 x 50 mL). A fase orgânica foi lavada com solução saturada de NaCl (30 mL), seca com MgSO4 anidro e o solvente evaporado sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos como eluente) para a obtenção do produto 6998,99 (0,246 g; 1,50 mmol; 30%), como um óleo incolor. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 0,87 (s; 3H); 1,10-1,70 (m; 11H); 1,68 (s; 3H); 2,24-2,30 (m; 2H); 5,24 (s; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 22,4; 22,7; 23,7; 26,4; 28,5; 29,5; 31,6; 34,8; 39,0; 40,5; 118,4; 130,5. 3.4. Preparação do 1,2,3,4,4a,5,8,8a-octa-hidro-8a-metilnaftalen-1-ol (164) O OH NaBH4 (1 eq.), MeOH -78 °C, 1 h H 162 H 164 (90%) A uma solução da octalona 162 (1,64 g; 10,0 mmol) em MeOH (30 mL), resfriada a - 78 °C, adicionou-se NaBH4 (0,380 g; 10,0 mmol). A suspensão resultante foi mantida sob agitação por 1 h. Após o término da reação, adicionou-se H2O (30 mL) e fez-se extração com AcOEt (3 x 30 mL). A fase orgânica foi lavada com solução saturada de NaCl (20 mL), seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida, obtendo-se o octalol 16498,171 (1,50 g; 9,02 mmol; 90%), como um óleo incolor. 213 Parte Experimental RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,05 (s; 3H); 1,22-1,77 (m; 10H); 2,13-2,39 (m; 2H); 3,31 (dd; J = 10,7 e 4,6 Hz; 1H); 5,50-5,64 (m; 2H). RMN de 13C (75 MHz, CDCl3) δ: 23,3; 24,0; 25,9; 28,6; 29,0; 30,5; 37,1; 39,2; 78,1; 123,8; 124,0. 3.5. Preparação do 1,2,3,4,4a,5,8,8a-octa-hidro-6,8a-dimetilnaftalen-1-ol (165) O OH NaBH4 (1 eq.), MeOH -78 °C, 1 h H 163 H 165 (92%) A reação foi realizada seguindo o procedimento descrito no “item 3.4”, mas empregando a octalona 163 (1,78 g; 10,0 mmol). O octalol 16598,171 (1,66 g; 9,22 mmol; 92%) foi obtido como um óleo incolor. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,02 (s; 3H); 1,20-1,35 (m; 4H); 1,64 (s; 3H); 1,64-1,76 (m; 6H); 2,13-2,33 (m; 2H); 3,33 (dd; J = 11,0 e 4,5 Hz; 1H); 5,28 (s; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 23,4; 23,6; 24,0; 26,1; 28,8; 30,6; 34,0; 36,8; 39,9; 78,2; 117,7; 130,7. 3.6. Preparação do 1,2,3,4,4a,5,8,8a-octa-hidro-1-metóxi-6,8a-dimetilnaftaleno (166) OMe OH i) BuLi (2,5 eq.), THF, 0 °C, 5 min ii) MeI (8 eq.), t.a., 16 h H H 166 (78%) 165 A uma solução do octalol 165 (0,180 g; 1,00 mmol) em THF anidro (3,0 mL), mantida em banho de gelo e sob atmosfera de N2, adicionou-se solução 2,5 M de BuLi (1,0 mL; 2,5 mmol). A mistura foi mantida sob agitação por 5 min e adicionou-se MeI (0,50 mL; 8,0 mmol). O banho de gelo foi removido e o sistema foi mantido sob agitação a t.a. por 16 h. Adicionou-se H2O (10 mL) à mistura reacional e fez-se extração da solução resultante com AcOEt (3 x 25 mL). A fase orgânica foi lavada com solução saturada de NaCl (10 mL), seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 6:1), dando origem ao éter 166 (0,150 g; 0,773 mmol; 78%), como um óleo incolor. 214 Parte Experimental -1 IV (filme) νmax/cm ): 2964; 2930; 2857; 1466; 1102. RMN de 1H (500 MHz, CDCl3) δ: 1,01 (s; 3H); 1,18-1,33 (m; 5H); 1,49-1,54 (m; 1H); 1,58-1,62 (m; 1H); 1,62 (s; 3H); 1,70-1,75 (m; 1H); 1,89-1,93 (m; 1H); 2,14-2,18 (m; 1H); 2,27-2,31 (m; 1H); 2,77 (dd, J = 11,0 e 4,5 Hz; 1H); 3,36 (s; 3H); 5,25-5,26 (m; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 23,7; 23,9; 24,0; 25,7; 26,7; 29,0; 34,0; 36,9; 40,4; 57,7; 87,8; 118,1; 130,2. EMBR (IE) m/z (int. rel.) 194 (M+•, 13%); 162 (85); 147 (57); 119 (64); 106 (97); 105 (100); 91 (59). EMAR calc. para [C13H22O + Na]+: 217,1563. Encontrado: 217,1562. Desvio: 0,46 ppm. 3.7. Preparação do (1,2,3,4,4a,5,8,8a-octa-hidro-4a,7-dimetilnaftalen-4-ilóxi)trimetilsilano (167) OH OTMS HMDS (0,7 eq.), KBr (9 mol %) MeCN, t.a., 30 min H H 165 167 (90%) A uma mistura do octalol 165 (0,190 g; 1,10 mmol) e KBr (0,05 g; 0,1 mmol) em MeCN (3,0 mL), adicionou-se gota a gota HMDS (0,30 mL; 0,70 mmol). A mistura foi mantida sob agitação magnética a t.a. por 30 min. O solvente foi evaporado sob pressão reduzida. Adicionou-se H2O (10 mL) ao resíduo e fez-se extração com hexanos (2 x 20 mL). A fase orgânica foi seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida para fornecer 167 (0,243 g; 0,949 mmol; 90%), como um óleo incolor. IV (filme) νmax/cm-1: 2962; 2932; 2857; 1250; 1092; 838. RMN de 1H (500 MHz, CDCl3) δ: 0,10 (s; 9H); 0,92 (s; 3H); 1,14-1,31 (m; 4H); 1,47-1,75 (m; 6H); 1,62 (s; 3H); 2,14 (d; J = 17,5 Hz; 1H); 2,29 (d; J = 17,5 Hz; 1H); 3,29 (dd; J = 11,5 e 5,0 Hz; 1H); 5,27 (s; 1 H). RMN de 13 C (125 MHz, CDCl3) δ: 0,5; 23,7; 23,9; 24,2; 26,5; 28,9; 31,2; 34,4; 37,2; 40,1; 78,8; 118,4; 130,2. EMBR (IE) m/z (int. rel.) 252 (M+•, 3%); 162 (100); 147 (59); 119 (66); 106 (77); 105 (80); 91 (36); 74 (58); 73 (68). 215 Parte Experimental EMAR calc. para [C15H28OSi + Na]+: 275,1802. Encontrado: 275,1803. Desvio: 0,36 ppm. 3.8. Preparação da octa-hidro-3a-metil-1H-indano-2-carbaldeído (154): Procedimento geral para a oxidação de olefinas com tálio(III) em MeCN O TTN.3H2O (1,1 eq.), MeCN PM, 0 ºC, 8 min H H 68 H 154 (50%)* * mistura de diastereoisômeros na proporção de 9:2 A uma mistura da olefina 68 (0,149 g; 0,993 mmol) e peneira molecular 3Å (0,070 g) em MeCN (5,0 mL), mantida em banho de gelo, adicionou-se TTN.3H2O (0,460 g; 1,09 mmol). A mistura reacional foi mantida sob agitação por 8 min e o término da reação foi verificado por CCD. A suspensão resultante foi filtrada, sob pressão, em uma coluna de gel de sílica (15 cm) usando CH2Cl2 (150 mL) como eluente. A fase orgânica foi lavada com solução saturada de NaCl (15 mL) e seca com MgSO4 anidro. O solvente foi removido sob pressão reduzida e o resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (hexano/AcOEt 5:1), obtendo-se 15499 (0,0830 g; 0,500 mmol; 50%), como um óleo incolor e como uma mistura de diastereoisômeros, cuja proporção de 9:2 foi determinada por RMN. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: (diastereoisômero majoritário) 0,99 (s; 3H); 1,20-1,63 (m; 10H); 1,76-2,05 (m; 3H); 2,86-2,94 (m; 1H); 9,65 (d; J = 2,1 Hz; 1H); (diastereoisômero minoritário) 1,01 (s; 3H); 9,70 (d; J = 2,1 Hz; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: (diastereoisômero majoritário) 21,8; 22,2; 25,6; 26,0; 29,4; 33,6; 39,5; 40,9; 44,4; 48,2; 204,0; (diastereoisômero minoritário) 22,2; 22,8; 26,8; 26,9; 30,2; 34,0; 38,0; 44,4; 44,8; 48,7; 204,5. O produto 154 sofreu oxidação ao ácido octa-hidro-3a-metil-1H-indano-2-carboxílico (146) após ser mantido em geladeira por 10 dias: IV (filme) νmax/cm-1: 3300-2564; 1703; 1291; 1233. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: (diastereoisômero majoritário) 1,03 (s; 3H); 1,17-1,75 (m; 11H); 1,85-2,08 (m; 3H); 2,90-3,03 (m; 1H); (diastereoisômero minoritário) 0,98 (s; 3H). 216 Parte Experimental RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: (diastereoisômero majoritário) 21,6; 22,1; 25,3; 25,8; 32,6; 33,3; 39,9; 41,1; 43,4; 44,4; 183,5; (diastereoisômero minoritário) 22,3; 22,9; 26,8; 26,9; 33,5; 34,2; 30,4; 41,0; 44,4; 45,1; 183,3. EMBR (IE) m/z (int. rel.) 182 (M+•, 4%); 110 (100); 95 (37); 81 (53); 67 (33). EMAR calc. para [C11H18O2 + Na]+: 205,1199. Encontrado: 205,1197. Desvio: 0,98 ppm. 3.9. Preparação da 1-(octa-hidro-3a-metil-1H-inden-2-il)etanona (71) O TTN.3H2O (1,1 eq.), MeCN PM, 0 ºC, 10 min H 69 H 71 (40%) cis:trans 1:1 A reação foi feita seguindo o procedimento geral descrito no “item 3.8”, mas usando a olefina 69 (0,0911 g; 0,555 mmol), peneira molecular 3Å (0,040 g), MeCN (5,0 mL) e TTN.3H2O (0,255 g; 0,605 mmol). O tempo de reação foi de 10 min e o resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 9:1), fornecendo 7198,99 (0,0394 g; 0,220 mmol; 40%), como um óleo incolor e como uma mistura dos diastereoisômeros cis:trans 1:1, cuja proporção foi determinada por RMN. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 0,98 (s; 3H); 0,99 (s; 3H)*; 1,15-2,05 (m; 26H); 2,14 (s; 3H); 2,16 (s; 3H)*; 2,99-3,09 (m; 2H)*. * sinais do outro diastereoisômero. 3.10. Preparação do deca-hidro-6,8a-dimetilnaftaleno-1,6,7-triol (175) a partir de 165 OH OH TTN.3H2O (1,1 eq.), MeCN PM, 0 ºC, 5 min H OH H 165 OH 175 (20%)* * dois diastereoisômeros na proporção de 5:1 A reação foi feita seguindo o procedimento geral descrito no “item 3.8”, mas usando o álcool 165 (0,180 g; 1,00 mmol), peneira molecular 3Å (0,070 g), MeCN (5,0 mL) e TTN.3H2O 217 Parte Experimental (0,463 g; 1,10 mmol). O tempo de reação foi de 5 min e o resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (hexano/AcOEt 2:1) para levar ao triol 175 (0,0430 g; 0,201 mmol; 20%), como um sólido branco. O produto 175 foi obtido como uma mistura de dois diastereoisômeros, cuja proporção de 5:1 foi estimada por CG. Pf: 93,4-94,1 °C. IV (KBr) νmax/cm-1): 3444; 2937; 2859; 1444; 1067. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 0,86 (s; 3H); 1,15 (s; 3H); 1,23-1,40 (m; 4H); 1,46-1,93 (m; 8H); 1,98 (dd; J = 14,0 e 9,8 Hz; 1H); 2,14 (dd; J = 14,1 e 11,4 Hz; 1H); 3,56-3,59 (m; 1H); 3,74 (ddd; J = 9,8; 5,0 e 2,0; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: (diastereoisômero majoritário) 14,2; 21,8; 22,9; 26,7; 27,2; 31,4; 31,7; 34,0; 44,9; 70,8; 71,9; 76,0; (diastereoisômero minoritário) 14,3; 20,7; 24,7; 26,5; 28,9; 34,3; 37,9; 38,0; 39,9; 73,7; 81,3; 82,2. EMBR (IE) m/z (int. rel.) (diastereoisômero majoritário) 196 (M+•- 18, 71%); 139 (47); 109 (38); 94 (100); 43 (98); (diastereoisômero minoritário) 196 (M+•- 18, 29%); 121 (52); 108 (47); 95 (80); 43 (100). EMAR calc. para [C12H22O3 - H2O + Na]+: 219,1356. Encontrado: 219,1353. Desvio: 1,4 ppm. 3.11. Preparação da 1-(octa-hidro-4-metóxi-3a-metil-1H-inden-2-il)etanona (176) OMe OMe O TTN.3H2O (1,1 eq.), MeCN PM, 0 ºC, 30 min H 166 H 176 (17%)* * único diastereoisômero (configuração não determinada) A reação foi feita seguindo o procedimento geral descrito no “item 3.8”, mas usando a olefina 166 (0,120 g; 0,619 mmol), peneira molecular 3Å (0,070 g), MeCN (5,0 mL) e TTN.3H2O (0,287 g; 0,681 mmol). O tempo de reação foi de 30 min e o resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 6:1), obtendo-se 176 (0,0230 g; 0,105 mmol; 17%), como um óleo levemente amarelado. IV (filme) νmax/cm-1: 2932; 2874; 2820; 1710; 1450; 1359; 1099. 218 Parte Experimental 1 RMN de H (300 MHz, CDCl3) δ: 0,98-1,01 (m; 2H); 1,08 (s; 3H); 1,08-2,08 (m; 9H); 2,15 (s; 3H); 2,98-3,05 (m; 2H); 3,34 (s; 3H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 22,8; 25,2; 25,4; 29,0; 29,5; 31,2; 33,3; 46,1; 47,5; 48,9; 57,3; 86,1; 210,8. EMBR (IE) m/z (int. rel.) 210 (M+•, 8%); 195 (20); 135 (75); 111 (45); 71 (68); 43 (100). EMAR calc. para [C13H22O2 + Na]+: 233,1512. Encontrado: 233,1509. Desvio: 1,3 ppm. 3.12. Preparação do deca-hidro-6,8a-dimetilnaftaleno-1,6,7-triol (175) a partir de 167 OH OTMS OH TTN.3H2O (1,1 eq.), MeCN PM, 0 ºC, 5 min H H OH 175 (54%)* 167 * dois diastereoisômeros (proporção não determinada) A reação foi feita seguindo o procedimento geral descrito no “item 3.8”, mas usando a olefina 167 (0,252 g; 1,00 mmol), peneira molecular 3Å (0,070 g), MeCN (5,0 mL) e TTN.3H2O (0,463 g; 1,10 mmol). O tempo de reação foi de 5 min e o resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 2:1), para fornecer 175 (0,115 g; 0,540 mmol; 54%), como um sólido branco. Os dados espectroscópicos do produto foram listados no “item 3.10”. 3.13. Preparação da octa-hidro-6-nitrato-7-hidróxi-8a-metilnaftalen-1(2H)-ona (177) O O OH TTN.3H2O (1,1 eq.), MeCN PM, 0 ºC, 8 min H 162 H 177 (16%)* ONO2 * único diastereoisômero (configuração não determinada) A reação foi feita seguindo o procedimento geral descrito no “item 3.8”, mas usando a olefina 162 (0,164 g; 1,00 mmol), peneira molecular 3Å (0,070 g), MeCN (5,0 mL) e TTN.3H2O (0,463 g; 1,10 mmol). O tempo de reação foi de 8 min e o resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 1:1), obtendo-se 177 (0,0396 g; 0,200 mmol; 16%), como um sólido branco. 219 Parte Experimental Pf: 139,6-140,5 °C. IV (KBr) νmax/cm-1): 3361; 2942; 2889; 1689; 1628; 1278; 865. RMN de 1H (500 MHz, CDCl3) δ: 1,31 (s; 3H); 1,49 (dd; J = 15,0 e 4,5 Hz; 1H); 1,58-1,63 (m; 1H); 1,71 (dt; J = 14,5 e 4,5 Hz; 1H); 1,91-2,05 (m; 3H); 2,11-2,26 (m; 2H); 2,32 (dd; J = 15,0 e 4,5 Hz; 1H); 2,37 (dtd; J = 14,0; 5,0 e 1,0 Hz; 1H); 2,63 (ddd; J = 14,5; 9,5 e 7,5 Hz; 1H); 3,77 (sl; 1H); 3,95 (q; J = 4,5 Hz; 1H); 5,11 (q; J = 4,5 Hz; 1H). RMN de 13C (125 MHz, CDCl3) δ: 23,4; 25,9; 26,0; 27,0; 35,5; 40,0; 40,2; 49,3; 65,8; 81,5; 218,9. EMBR (IE) m/z (int. rel.) 198 (M+•- 45, 2%); 180 (13); 124 (44); 111 (47); 55 (75); 41 (100). EMAR calc. para [C11H17NO5 + Na]+: 266,0999. Encontrado: 266,0996. Desvio: 1,1 ppm. 3.14. Preparação da octa-hidro-6,7-di-hidróxi-6,8a-dimetilnaftaleno-1(2H)-ona (178) O O OH TTN.3H2O (1,1 eq.), MeCN PM, 0 ºC, 10 min H H 163 OH 178 (30%)* * único diastereoisômero (configuração não determinada) A reação foi feita seguindo o procedimento geral descrito no “item 3.8”, mas usando a olefina 163 (0,178 g; 1,00 mmol), peneira molecular 3Å (0,070 g), MeCN (5,0 mL) e TTN.3H2O (0,463 g; 1,10 mmol). O tempo de reação foi de 10 min e o resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (AcOEt), fornecendo 178 (0,0634 g; 0,300 mmol; 30%), como um sólido branco. Pf: 89,6-90,7 °C. IV (KBr) νmax/cm-1: 3393; 2956; 2918; 1684; 1077. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,17 (ddd; J = 14,0; 3,3 e 1,6 Hz; 1H); 1,26 (s; 3H); 1,29 (s; 3H); 1,40-1,47 (m; 1H); 1,71 (dd; J = 14,0 e 13,6 Hz; 1H); 1,71 (dd; J = 15,1 e 3,7 Hz; 1H); 1,89-1,99 (m; 2H); 2,21-2,44 (m; 6H); 2,69 (ddd; J = 14,3; 13,2 e 7,6 Hz; 1H); 3,44-3,47 (m; 1H). RMN de 13C (75 MHz, CDCl3) δ: 23,1; 26,0; 27,4; 27,6; 35,5; 35,8; 38,2; 40,2; 49,0; 72,3; 73,4. EMBR (IE) m/z (int. rel.) 212 (M+•, 10%); 194 (12); 168 (19); 111 (43); 97 (33); 55 (29); 43 (100). EMAR calc. para [C12H20O3 + Na]+: 235,1305. Encontrado: 235,1303. Desvio: 0,85 ppm. 220 Parte Experimental 4. Contração de Anel de 1,2-Di-hidronaftalenos Promovida por TTN em Acetonitrila 4.1. Preparação do 4-metil-1,2-di-hidronaftaleno (206) O i) MeI (2,7 eq.), Mg (2,7 eq.) I2, Et2O, 5 h ii) HCl 10%, 0 °C, 2 h 206 (78%) 131 Um balão equipado com um condensador, contendo Mg (1,48 g; 60,9 mmol) e I2 (alguns cristais) sob atmosfera de N2, foi aquecido até desprendimento de um gás de cor violeta. O sistema foi resfriado e adicionou-se Et2O anidro (12 mL). Manteve-se a mistura sob agitação e aquecimento brando por 2 h após adição gota a gota de MeI (3,8 mL; 61 mmol). O sistema foi resfriado a t.a. e adicionou-se gota a gota uma solução de 131 (3,29 g; 22,5 mmol) em Et2O (10 mL). A mistura reacional foi mantida sob agitação por 5 h. Adicionou-se solução 10% (v/v) de HCl (até pH < 3) e manteve-se a agitação por mais 2 h. Fez-se extração com Et2O (100 mL) e a fase orgânica foi lavada com solução saturada de Na2S2O5 (25 mL) e solução saturada de NaCl (25 mL). Após secagem com MgSO4 anidro o solvente foi concentrado sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 9:1) para fornecer 20693,233 (2,53 g; 17,5 mmol; 78%), como um óleo incolor. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 2,04 (q; J = 1,8 Hz; 3H); 2,19-2,27 (m; 2H); 2,74 (t; J = 7,8 Hz; 2H); 5,81-5,85 (m; 1H); 7,08-7,23 (m; 4H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 19,2; 23,2; 28,3; 122,7; 125,3; 126,3; 126,7; 127,3; 132,2; 135,8; 136,3. 4.2. Preparação do 1,4-dimetil-1,2-di-hidronaftaleno (214) O i) MeI (2,7 eq.), Mg (2,7 eq.) I2, Et2O, 5 h ii) HCl 10%, 0 °C, 2 h 216 214 (90%) A reação foi feita seguido o procedimento descrito no “item 4.1”, mas usando Mg (0,370 g; 10,8 mmol), MeI (0,68 mL; 11 mmol) e 216 (0,641 g; 4,00 mmol). O resíduo foi purificado por 221 Parte Experimental coluna cromatográfica (Hexanos), obtendo-se 21493,234 (0,570 g; 3,61 mmol; 90%), como um óleo incolor. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,21 (d; J = 6,9 Hz; 3H); 1,93-2,09 (m; 1H); 2,03-2,05 (s; 3H); 2,35-2,45 (m; 1H); 2,87 (sext; J = 6,9 Hz; 1H); 5,73-5,77 (m; 1H); 7,15-7,25 (m; 4H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 19,2; 20,1; 31,2; 32,2; 122,9; 124,0; 125,9; 126,1; 126,9; 131,5; 135,0; 141,1. 4.3. Preparação do 4-isopropil-1-metil-1,2-di-hidronaftaleno (217) O i) i-PrBr (4 eq.), Mg (4 eq.) I2, Et2O, 20 h ii) HCl 6 M, 0 °C, 1 h 216 217 (39%) A reação foi feita seguido o procedimento descrito no “item 4.1”, mas usando Mg (1,44 g; 59,2 mmol), i-PrBr (7,38 g; 60,0 mmol) e 216 (2,40 g; 15,0 mmol). O tempo de reação da primeira etapa foi de 2 h e utilizou-se solução 6 M de HCl (até pH < 3) para a etapa de desidratação que teve duração de 1 h. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos), levando ao composto 217235 (1,08 g; 5,80 mmol; 39%), como um óleo incolor. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,15 (d; J = 6,6 Hz; 3H); 1,16 (d; J = 6,6 Hz; 3H); 1,20 (d; J = 6,9 Hz; 3H); 2,01-2,11 (m; 1H); 2,35-2,45 (m; 1H); 2,82 (sext; J = 6,9 Hz; 1H); 2,90-3,02 (m; 1H); 5,79 (td; J = 4,7 e 1,2 Hz; 1H); 7,16-7,23 (m; 3H); 7,30-7,34 (m; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 19,7; 22,1; 22,3; 28,0; 30,9; 32,3; 119,7; 122,6; 126,0; 126,2; 126,6; 134,1; 141,9; 142,0. 4.4. Preparação do 4-fenil-1-metil-1,2-di-hidronaftaleno (218) O i) PhBr (1,3 eq.), Mg (1,3 eq.) I2, Et2O, 2 h ii) HCl 6 M, 0 °C, 1 h Ph 218 (80%) 216 222 Parte Experimental A reação foi feita seguido o procedimento descrito no “item 4.1”, mas usando Mg (0,125 g; 5,21 mmol), PhBr (0,819 g; 5,22 mmol) e 216 (0,641 g; 4,00 mmol). O tempo de reação da primeira etapa foi de 2 h e utilizou-se solução 6 M de HCl (até pH < 3) para a etapa de desidratação que teve duração de 1 h. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos) para fornecer 218236 (0,704 g; 3,20 mmol; 80%), como um óleo incolor. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,30 (d; J = 7,2 Hz; 3H); 2,20 (ddd; J = 16,8; 7,2 e 4,6 Hz; 1H); 2,54 (ddd; J = 16,8; 7,2 e 4,6 Hz; 1H); 2,98 (sext; J = 7,2 Hz; 1H); 5,99 (t; J = 4,6 Hz; 1H); 7,04 (dd; J = 7,7 e 1,0 Hz; 1H); 7,09 (td; J = 7,2 e 1,5 Hz; 1H); 7,15-7,50 (m; 7H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 19,8; 31,4; 32,2; 125,7; 125,9; 126,0; 126,2; 127,0; 127,1; 127,2; 127,3; 128,2; 128,7; 134,2; 139,4; 140,8; 141,6. 4.5. Preparação do 1,2-di-hidronaftaleno (192) O OH p-TsOH cat., PhMe refluxo, 1 h NaBH4 (1 eq.), MeOH t.a., 1 h 131 192 (70%, 2 etapas) A uma solução de 131 (1,46 g; 10,0 mmol) em MeOH (30 mL) adicionou-se NaBH4 (0,381 g; 10,0 mmol). A suspensão resultante foi mantida sob agitação por 1 h. Após o término da reação, adicionou-se H2O (30 mL) e fez-se extração com AcOEt (3 x 30 mL). A fase orgânica foi lavada com solução saturada de NaCl (20 mL), seca com MgSO4 anidro e concentrada sob pressão reduzida. O produto bruto foi dissolvido em tolueno (25 mL) e adicionou-se p-TsOH (alguns cristais). O sistema foi mantido sob refluxo por 1 h e resfriado até t.a.. A mistura resultante foi lavada com solução saturada de NaHCO3 (20 mL) e solução saturada de NaCl (20 mL). Após secagem da fase orgânica com MgSO4 anidro e evaporação do solvente sob pressão reduzida o resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos), levando ao composto 192193 (0,911 g; 7,01 mmol; 70%), como um óleo incolor. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 2,27-2,34 (m; 2H); 2,79 (t; J = 8,4 Hz; 2H); 6,02 (dt; J = 9,3 e 4,5 Hz; 1H); 6,45 (dt; J = 9,3 e 1,8 Hz; 1H); 6,99-7,17 (m; 4H). RMN de 13C (75 MHz, CDCl3) δ: 23,2; 27,5; 125,9; 126,4; 126,8; 127,5; 127,8; 128,6; 134,1; 135,4. 223 Parte Experimental 4.6. Preparação do 6-nitro-1,2-di-hidronaftaleno (201) O O2N OH p-TsOH cat., PhMe refluxo, 1,5 h NaBH4 (1 eq.), MeOH O2N t.a., 2 h O2N 201 219 (83%, 2 etapas) A reação foi feita seguido o procedimento descrito no “item 4.5”, mas usando na primeira etapa a tetralona 219 (1,91 g; 10,0 mmol), NaBH4 (0,380 g; 10,0 mmol) e MeOH (90 mL). Na segunda etapa empregou-se PhMe (50 mL) e alguns cristais de p-TsOH. Os tempos reacionais foram de 2 h para a primeira etapa e 1,5 h para a segunda. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 8:2) para dar origem ao di-hidronaftaleno 201195 (1,45 g; 8,29 mmol; 83%), como um sólido amarelo. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 2,38 (tdd; J = 5,1; 2,7 e 0,9 Hz; 2H); 2,89 (t; J = 5,1 Hz; 2H); 6,19 (dt; J = 5,4 e 2,7 Hz; 1H); 6,52 (dt; J = 5,4 e 0,9 Hz; 1H); 7,22 (d; J = 4,8 Hz; 1H); 7,85 (d; J = 1,2 Hz; 1H); 7,96 (dd; J = 4,8 e 1,5 Hz; 1H); RMN de 13C (75 MHz, CDCl3) δ: 22,6; 27,5; 120,2; 121,7; 126,4; 128,1; 131,3; 135,2; 143,0; 146,9. 4.7. Preparação do 9-metil-6,7-di-hidro-5H-benzo[7]anuleno (221) O i) MeI (2,8 eq.), Mg (2,7 eq.) I2, Et2O, 5 h ii) HCl 6 M, 0 °C, 1 h 221 (72%) 220 A reação foi feita seguido o procedimento descrito no “item 4.1”, mas usando Mg (0,407 g; 16,7 mmol), MeI (1,10 mL; 17,7 mmol) e 1-benzossuberona (220) (0,991 g; 6,22 mmol). O tempo de reação da primeira etapa foi de 5 h e utilizou-se solução 6 M de HCl (até pH < 3) para a etapa de desidratação que teve duração de 1 h. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos), originando o anuleno 221237 (0,708 g; 4,48 mmol; 72%), como um óleo incolor. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,78-1,85 (m; 2H); 2,02-2,11 (m; 2H); 2,09 (s; 3H); 2,56 (t; J = 6,9 Hz; 2H); 5,96 (tq; J = 6,9 e 1,5 Hz; 1H); 7,08-7,29 (m; 4H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 22,6; 24,9; 32,6; 34,5; 125,9; 126,1; 126,4; 126,5; 128,8; 136,8; 140,9; 141,9. 224 Parte Experimental 4.8. Oxidação de 206 com TTN: Procedimento geral para a oxidação de 1,2-di- hidronaftalenos com TTN em MeCN O TTN.3H2O (1,1 eq.), MeCN PM, 0 ºC, 10 min O + 213 206 3:1 222 (70%) A uma mistura de 206 (0,144 g; 1,00 mmol) e peneira molecular 3 Ǻ (0,072 g; 0,5 g/g de substrato) em MeCN (5,0 mL), mantida em banho de gelo, adicionou-se TTN.3H2O (0,463 g; 1,10 mmol). A mistura reacional foi mantida sob agitação por 10 min e o término da reação foi detectado por meio de CCD. A suspensão resultante foi filtrada sob pressão em uma coluna de sílica (15 cm) usando CH2Cl2 (150 mL) como eluente. A fase orgânica foi lavada com solução saturada de NaCl (15 mL), seca com MgSO4 e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/Et2O 9:1) para fornecer uma mistura dos produtos 213201 e 222202 na proporção de 3:1 (0,112 g; 0,703 mmol; 70%). Foi possível isolar pequena quantidade do produto majoritário 213 para identificação espectroscópica, mas não foi possível obter nenhuma fração pura do produto minoritário 222. 1-(2,3-Di-hidro-1H-indan-3-il)etanona (213) RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 2,18 (s; 3H); 2,32 (q; J = 7,2 Hz; 2H); 2,89-3,14 (m; 2H); 4,09 (t; J = 6,9 Hz; 1H); 7,18-7,29 (m; 4H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 27,6; 28,6; 31,9; 58,9; 124,8; 124,9; 126,5; 127,5; 140,8; 144,5; 208,8. 1-Metil-2,4-di-hidronaftalen-2(1H)-ona (222) RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,47 (d; J = 10,5 Hz; 3H); 3,52 (q; J = 10,5 Hz; 1H). Os demais sinas ficaram sobrepostos aos sinais do produto majoritário. RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 14,1; 27,9; 37,1; 47,4; 126,0; 126,6; 126,9; 127,4; 136,7; 137,9; 212,2. 225 Parte Experimental 4.9. Preparação do 1-(trans-2,3-di-hidro-1-metil-1H-indan-3-il)metanona (215) O TTN.3H2O (1,1 eq.), MeCN PM, 0 ºC, 10 min 214 215 (80%) trans:cis 21:1 A reação foi feita seguido o procedimento geral descrito no “item 4.8”, mas usando a olefina 214 (0,158 g; 1,01 mmol). O produto foi purificado por coluna cromatográfica (gradiente de eluição: 0-5% de AcOEt em hexanos), fornecendo o indano 21593 (0,139 g; 0,798 mmol; 80%), como uma mistura de diastereoisômeros trans:cis na proporção de 21:1 e como um óleo incolor. A proporção dos isômeros na mistura foi determinada por RMN. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,29 (d; J = 7,2 Hz; 3H); 1,80-1,90 (m; 1H); 2,17 (s; 3H); 2,59 (ddd; J = 12,9; 7,2 e 3,3 Hz; 1H); 3,40 (sext; J = 7,2 Hz; 1H); 4,09 (dd; J = 12,9 e 3,3 Hz; 1H); 7,19-7,30 (m; 4H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 20,2; 27,6; 37,7; 38,4; 57,7; 123,9; 124,8; 126,6; 127,7; 140,4; 149,1; 208,6. 4.10. Preparação da 2-metil-1-(trans-1-metil-2,3-di-hidro-1H-indan-3-il)propan-1-ona (223) O TTN.3H2O (1,1 eq.), MeCN PM, 0 ºC, 6 h 217 + 223 (63%) 224 (5%) A reação foi feita seguido o procedimento geral descrito no “item 4.8”, mas usando a olefina 217 (0,186 g; 1,00 mmol). A mistura reacional foi agitada a 0 °C por 6 h. O produto foi purificado por coluna cromatográfica (gradiente de eluição: 0-5% de AcOEt em hexanos), obtendose 223 (0,127 g; 0,628 mmol; 63%) e 224203 (0,009 g; 0,005 mmol; 5%), ambos como óleos incolores. 2-Metil-1-(trans-1-metil-2,3-di-hidro-1H-indan-3-il)propan-1-ona (223) IV (filme) νmax/cm-1): 2964; 2929; 2871; 1709; 1466; 1052; 755. 226 Parte Experimental 1 RMN de H (500 MHz, CDCl3) δ: 1,06 (d; J = 6,7 Hz; 3H); 1,13 (d; J = 6,7 Hz; 3H); 1,28 (d; J = 7,2 Hz; 3H); 1,81-1,87 (m; 1H); 2,55 (ddd; J = 12,5; 7,2 e 3,5 Hz; 1H); 2,93 (sept; J = 6,7 Hz; 1H); 3,41 (sext; J = 7,2 Hz; 1H); 4,26 (dd; J = 8,7 e 3,5 Hz; 1H); 7,15–7,18 (m; 1H); 7,20–7,25 (m; 3H). RMN de 13 C (125 MHz, CDCl3) δ: 18,4; 18,9; 20,2; 38,1; 38,4; 38,9; 54,9; 123,8; 124,5; 126,4; 127,5; 140,8; 149,4; 214,5. EMBR (IE) m/z (int. rel.) 202 (M+•, 8%); 131 (100). EMAR calc. para [C14H18O + H]+: 203,1430. Encontrado: 203,1434. Desvio: 2,0 ppm. 1-Isopropil-4-metil-naftaleno (224) RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,39 (d; J = 6,9 Hz; 6H); 2,67 (s; 3H); 3,74 (sept; J = 6,9 Hz; 1H); 7,29–7,31 (m; 2H); 7,49–7,53 (m; 2H); 8,00–8,05 (m; 1H); 8,13–8,17 (m; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 19,5; 23,6; 23,6; 28,3; 121,3; 123,8; 124,9; 125,1; 125,3; 126,4; 131,4; 132,0; 132,9; 142,8. 4.11. Preparação do (trans-2,3-di-hidro-1-metil-1H-indan-3-il)(fenil)metanona (225) O Ph Ph TTN.3H2O (1,1 eq.), MeCN PM, 0 ºC (6 h), t.a. (18 h) 225 (40%) 218 A reação foi feita seguido o procedimento geral descrito no “item 4.8”, mas usando 218 (0,222 g; 1,01 mmol). A reação foi conduzia a 0 °C por 6 h e a t.a. por mais 18 h. O produto foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 9:1), levando ao indano 225194 (0,0945 g; 0,400 mmol; 40%), como um óleo incolor. RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,33 (d; J = 7,2 Hz; 3H); 1,97-2,07 (m; 1H); 2,71 (ddd; J = 12,6; 7,8 e 4,2 Hz; 1H); 3,50 (sext; J = 7,2 Hz; 1H); 5,06 (dd; J = 8,7 e 4,2 Hz; 1H); 7,05-7,11 (m; 2H); 7,22-7,25 (m; 2H); 7,48-7,63 (m; 3H); 8,03-8,06 (m; 2H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 20,5; 38,5; 38,6; 51,2; 123,8; 125,1; 126,4; 127,5; 128,7; 128,9; 128,9; 133,1; 136,8; 140,8; 149,4; 200,4. 227 Parte Experimental 4.12. Preparação do 2,3-di-hidro-1H-indano-1-carbaldeído (226) O H TTN.3H2O (1,1 eq.), MeCN PM, 0 ºC, 10 min 226 (97%) 192 A reação foi feita seguido o procedimento geral descrito no “item 4.8”, mas usando 192 (0,132 g; 1,01 mmol). O produto bruto 226204 (0,143 g; 0,979 mmol; 97%) apresentou pureza adequada para a confirmação estrutural e cálculo do rendimento. Foi observada decomposição parcial do produto durante a realização de coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 9:1). RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 2,26-2,50 (m; 2H); 2,93-3,10 (m; 2H); 3,94 (ddd; J = 8,7; 6,0 e 2,7 Hz; 1H); 7,18-7,31 (m; 4H); 9,66 (d; J = 2,7 Hz; 1H). RMN de 13C (75 MHz, CDCl3) δ: 25,4; 31,8; 57,9; 124,9; 125,1; 126,7; 128,0; 138,4; 144,8; 200,6. 4.13. Preparação da 1-(1,2,3,4-tetra-hidronaftalen-4-il)etanona (227) O TTN.3H2O (1,1 eq.), MeCN PM, 0 ºC, 30 min OH + 227 (76%) 221 ONO2 228 (4%) A reação foi feita seguido o procedimento geral descrito no “item 4.8”, mas empregando a olefina 221 (0,158 g; 1,00 mmol). O produto foi purificado por coluna cromatográfica (Hexanos/AcOEt 9:1), obtendo-se o produto 227204 (0,132 g; 0,759 mmol; 76%), como um óleo incolor, e pequena quantidade do subproduto 228 (9 mg; 0,04 mmol; 4%), como um sólido branco. 1-(1,2,3,4-Tetra-hidronaftalen-4-il)etanona (227) RMN de 1H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,65-1,78 (m; 1H); 1,85-2,08 (m; 3H); 2,11 (s; 3H); 2,71-2,88 (m; 2H); 3,83 (t; J = 6,7 Hz; 1H); 6,96-7,00 (m; 1H); 7,10-7,20 (m; 3H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 20,8; 26,2; 27,7; 29,2; 53,7; 125,9; 126,8; 129,2; 129,5; 133,6; 137,4; 210,7. 6,7,8,9-Tetra-hidro-6-nitrato-5-metil-5H-benzo[7]anulen-5-ol (228) 228 Parte Experimental 1 RMN de H (300 MHz, CDCl3) δ: 1,47-1,65 (m; 1H); 1,83 (s; 3H); 2,07-2,18 (m; 1H); 2,34-2,43 (m; 1H); 2,48-2,62 (m; 1H); 2,82-2,89 (m; 1H); 2,99-3,08 (m; 1H); 4,70 (dd; J = 12,3 e 3,3 Hz; 1H); 7,11 (dd; J = 7,2 e 0,9 Hz; 1H); 7,21 (td; J = 7,2 e 1,5 Hz; 1H); 7,29 (td; J = 7,8 e 1,2 Hz; 1H); 7,81 (dd; J = 7,8 e 1,5 Hz; 1H). RMN de 13 C (75 MHz, CDCl3) δ: 22,5; 25,7; 32,1; 36,1; 75,7; 94,7; 124,9; 127,2; 128,2; 131,4; 138,1; 143,3. EMBR (IE) m/z (int. rel.): 191 (M+• - NO2, 1%); 145 (55); 131 (34); 43 (100). EMAR calc. para [C12H15NO4 + Na]+: 260,0893. Encontrado: 260,0889. 5. Síntese Rápida e Eficiente de Reagentes de Koser e Derivados a partir de Iodo/Arenos ou Iodoarenos 5.1. Secagem e titulação do m-CPBA O ácido meta-cloroperbenzóico (m-CPBA), adquirido comercialmente, foi seco sob vácuo durante 1,5 h e titulado para a determinação da porcentagem de oxidante presente.238 Inicialmente foi feita uma mistura de m-CPBA (100 mg), NaI (1,5 g), AcOH (5 mL), CHCl3 (5 mL) e água (50 mL). Esta mistura apresentou coloração castanha e foi titulada com solução 0,1 M de tiossulfato de sódio (Na2S2O3). O ponto de viragem foi determinado pelo desaparecimento da coloração. A quantidade em mol de m-CPBA foi calculada com base no volume gasto da solução de Na2S2O3 e a porcentagem em massa deste oxidante foi 80%. 5.2. Preparação do HTIB a partir de iodo (I2) e benzeno: Procedimento geral para a Preparação de HTIBs a partir de arenos empregando duas etapas reacionais. + I2 2 (2 eq.) m-CPBA (4 eq.), TfOH (1 eq.) CH2Cl2, t.a., 10 min Ar IIII p-TsOH.H2O (2 eq.) t.a., 10 min HO I OTs 2 (1 eq.) HTIB (75%) A uma solução de benzeno (36 μL; 0,40 mmol) em CH2Cl2 (2 mL) foram adicionados respectivamente I2 (51 mg; 0,20 mmol), m-CPBA (80% de oxidante ativo; 174 mg; 0,80 mmol) e 229 Parte Experimental TfOH (18 μL; 0,20 mmol). A mistura foi agitada a t.a. por 10 min, observando-se o desaparecimento da coloração violeta. Em seguida, adicionou-se p-TsOH.H2O (77 mg; 0,40 mmol) e manteve-se novamente o sistema sob agitação a t.a. durante 10 min. A mistura foi concentrada sob pressão reduzida e o resíduo foi dissolvido em Et2O (2 mL) e mantido sob agitação a t.a. por 30 min. O precipitado formado após este período foi separado por filtração, lavado com Et2O (2 x 1 mL) e seco sob vácuo para fornecer o HTIB221 (118 mg; 0,300 mmol; 75%) como um sólido levemente amarelado. Pf: 132-134 °C. Lit.221: 132-135 °C RMN de 1H (400 MHz, DMSO-d6) δ: 2,29 (s; 3H); 7,11 (d; J = 8,0 Hz; 2H); 7,47 (d; J = 8,0 Hz; 2H); 7,59-7,72 (m; 3H); 8,22 (d; J = 7,2 Hz; 2H). 5.3. Reação com tolueno em duas etapas + I2 2 m-CPBA (3 eq.) TfOH (1 eq.) CH2Cl2, t.a., 10 min HO Ar IIII I OTs HO p-TsOH.H2O (2 eq.) t.a., 10 min (1 eq.) OTs + TfOI + 244 242 (2 eq.) I 247 (35%, 5:1:0,6) A reação foi realizada empregando o procedimento descrito no “item 5.2”, mas usando tolueno (43 µL; 0,40 mmol) e três equivalentes de m-CPBA (80% de oxidante ativo; 129 mg; 0,60 mmol). Após precipitação em Et2O foi obtida uma mistura de 242220, 244229 e 247226 (56,7 mg; 35%), cuja proporção de 5:1:0,6 foi determinada por RMN. O rendimento foi calculado baseandose no produto majoritário. 5.4. Reação com mesitileno em duas etapas + 2 I2 m-CPBA (3 eq.) TfOH (1 eq.) CH2Cl2, t.a., 2 h Ar IIII p-TsOH.H2O (2 eq.) t.a., 10 min HO I OTs TfOI + (1 eq.) (2 eq.) 248 (1,2:1) 249 A reação foi realizada empregando o procedimento descrito no “item 5.2”, mas usando mesitileno (56 µL; 0,40 mmol) e três equivalentes de m-CPBA (80% de oxidante ativo; 128 mg; 230 Parte Experimental 0,59 mmol). Após precipitação em Et2O foi obtida uma mistura de 248 230 e 249 226 (113,7 mg), cuja proporção de 1,2:1 foi determinada por RMN. Os dois produtos não foram separados e o rendimento não foi calculado. 5.5. Preparação do 1-[Hidróxi(tosilóxi)iodo]-4-tert-butilbenzeno (251) em duas etapas HO + 2 I2 m-CPBA (3 eq.), TfOH (1 eq.) CH2Cl2, t.a., 10 min IIII Ar p-TsOH.H2O (2 eq.) t.a., 10 min I OTs 2 (1 eq.) (2 eq.) 251 (47%) A reação foi realizada empregando o procedimento descrito no “item 5.2”, mas usando tertbutilbenzeno (62 µL; 0,40 mmol) e três equivalentes de m-CPBA (80% de oxidante ativo; 128 mg; 0,59 mmol). Após precipitação em Et2O foi obtido o produto 251 (84,1 mg; 0,188 mmol; 47%), como um sólido branco. Pf: 135-137 °C. RMN de 1H (400 MHz, CD3OD) δ: 1,38 (s; 9H); 2,37 (s; 3H); 7,22 (d; J = 8,2 Hz; 2H); 7,68 (d; J = 8,2 Hz; 2H); 7,74 (d; J = 8,7 Hz; 2H); 8,27 (d; J = 8,7 Hz; 2H). RMN de 13 C (100 MHz, CD3OD) δ: 21,3; 31,3; 36,5; 127,0; 129,8; 130,1; 137,2; 138,3; 141,8; 143,3; 159,6. EMAR calc. para [C10H14IO - OTs]+: 277,0084. Encontrado: 277,0072. Desvio: 4,3 ppm. 5.6. Reação com bromobenzeno em duas etapas + I2 2 m-CPBA (3 eq.), TfOH (1 eq.) CH2Cl2, t.a., 15 min Ar IIII p-TsOH.H2O (2 eq.) t.a., 10 min I (1 eq.) Br Br (2 eq.) 253 (traços) A reação foi realizada empregando o procedimento descrito no “item 5.2”, mas usando bromobenzeno (42 µL; 0,40 mmol) e três equivalentes de m-CPBA (80% de oxidante ativo; 130 mg; 0,60 mmol). Não se observou precipitação em Et2O e o bruto da reação foi analisado por 231 Parte Experimental RMN, observando-se a presença de traços de 1-bromo-4-iodobenzeno (253). A realização da reação empregando quatro equivalentes de oxidante levou a traços do sal de diariliodônio 254. 5.7. Reação com tolueno em uma etapa: Procedimento geral para a preparação de HTIBs a partir de iodo (I2) e arenos empregando uma etapa reacional HO I2 + 2 I OTs m-CPBA (3 eq.), p-TsOH.H2O (2 eq.) CH2Cl2:TFE 1:1, t.a., 30 min HO I OTs + (1 eq.) 242 (2 eq.) 244 (73%, 6:1) Após dissolução de I2 (51 mg; 0,20 mmol) em CH2Cl2 (1 mL) adicionou-se TFE (1 mL). A solução resultante foi mantida sob agitação para a adição do tolueno (43µL; 0,40 mmol), seguida pela adição de m-CPBA (128 mg; 0,59 mmol) e p-TsOH.H2O (77 mg; 0,40 mmol). A mistura foi agitada a t.a. por 30 min. O solvente foi evaporado sob pressão reduzida e o resíduo foi dissolvido em Et2O (2 mL) e mantido sob agitação a t.a. por 30 min. O precipitado formado após este período foi separado por filtração, lavado com Et2O (2 x 1 mL) e seco sob vácuo para fornecer uma mistura de 242220 e 244229 (117,9 mg; 0,290 mmol; 73%), como um sólido incolor e cuja proporção de 6:1 foi determinada por RMN de 1H. Os dados espectroscópicos de 242 e 244 estão descritos nos “itens 5.11 e 5.14”, respectivamente. 5.8. Preparação do 1-[Hidróxi(tosilóxi)iodo]-2,4,6-trimetilbenzeno (248) HO + 2 I2 m-CPBA (3 eq.), p-TsOH.H2O (2 eq.) CH2Cl2:TFE 1:1, t.a., 30 min I OTs 2 (1 eq.) (2 eq.) 248 (33%) A reação foi realizada seguindo o procedimento descrito no “item 5.7”, mas usando mesitileno (56 µL; 0,40 mmol). O produto 248230 (58 mg; 0,13 mmol; 33%) foi obtido como um sólido branco após precipitação em Et2O. Pf: 104-105 °C. RMN de 1H (400 MHz, CD3OD) δ: 2,37 (s; 3H); 2,42 (s; 3H); 2,73 (s; 6H); 7,20 (d; J = 8,0 Hz; 2H); 7,30 (s; 2H); 7,62 (d; J = 8,0 Hz; 2H). 232 Parte Experimental RMN de 13 C (100 MHz, CD3OD) δ: 21,2; 21,3; 26,6; 126,8; 129,8; 130,5; 141,9; 142,6; 144,0; 147,2. 5.9. Preparação do 1-[Hidróxi(tosilóxi)iodo]-4-tert-butilbenzeno (251) em uma etapas HO + 2 I2 m-CPBA (3 eq.), p-TsOH.H2O (2 eq.) CH2Cl2:TFE 1:1, t.a., 30 min I OTs 2 (1 eq.) (2 eq.) 251 (85%) A reação foi realizada seguindo o procedimento descrito no “item 5.7”, mas usando tertbutilbenzeno (62 µL; 0,40 mmol). O produto 251 (152,6 mg; 0,3406 mmol; 85%) foi obtido como um sólido branco após precipitação em Et2O. Os dados espectroscópicos de 251 foram descritos no “item 5.5”. 5.10. Preparação do 1-[Hidróxi(tosilóxi)iodo]-4-metóxi-benzeno (252) HO 2 + OMe I2 m-CPBA (4 eq.), p-TsOH.H2O (2 eq.) CH2Cl2, t.a., 30 min (1 eq.) I OTs 2 OMe (2 eq.) 252 (78 %) A reação foi realizada seguindo o procedimento descrito no “item 5.7”, mas usando anisol (44 µL; 0,40 mmol), quatro equivalentes de m-CPBA (80% de oxidante ativo; 169 mg; 0,783 mmol) e apenas CH2Cl2 (2 mL) como solvente. A mistura reacional foi concentrada sob pressão reduzida e o resíduo foi dissolvido em Et2O (2 mL) e mantido sob agitação a t.a. por 15 min. O precipitado formado após este período foi separado por filtração e lavado com Et2O (2 x 1 mL) para fornecer 252228 (131,7 mg; 0,3121 mmol; 78%), como um sólido amarelo claro. Este produto mostrou-se instável a t.a., sob vácuo e em contato com o ar. RMN de 1H (400 MHz, DMSO-d6) δ: 2,29 (s; 3H); 3,85 (s; 3H); 7,10-7,15 (m; 4H); 7,47 (d; J = 8,0 Hz; 2H); 8,18 (d; J = 9,0 Hz; 2H). 233 Parte Experimental 5.11. Reação com bromobenzeno em uma etapa + 2 Br (2 eq.) I2 m-CPBA (3 eq.), p-TsOH.H2O (2 eq.) CH2Cl2:TFE 1:1, t.a., 30 min HO I OTs (1 eq.) 242 (59%) A reação foi realizada seguindo o procedimento descrito no “item 5.7”, mas usando bromobenzeno (42 µL; 0,40 mmol). O composto 242220 (47,6 mg; 0,117 mmol; 59%) foi obtido como um sólido branco após precipitação em Et2O. Pf: 134-135 °C. Lit.220: 137-138 °C. RMN de 1H (400 MHz, DMSO-d6) δ: 2,29 (s; 9H); 2,42 (s; 3H); 7,11 (d; J = 7,9 Hz; 2H); 7,42 (d; J = 8,2 Hz; 2H); 7,47 (d; J = 7,9 Hz; 2H); 8,11 (d; J = 8,2 Hz; 2H). 5.12. Preparação do [Hidróxi(tosilóxi)iodo]benzeno (HTIB) a partir de iodobenzeno: Procedimento geral para a síntese do reagente de Koser e derivados a partir de iodoarenos I HO I OTs m-CPBA (1 eq.), p-TsOH.H2O (1 eq.) CH 2Cl2/TFE 1:1, t.a., 30 min HTIB (94%) A uma solução de iodobenzeno (28 μL; 51 mg; 0,25 mmol) em uma mistura de CH2Cl2:TFE (1:1 v/v; 1 mL) foram adicionados respectivamente m-CPBA (54 mg; 0,10 mmol) e p-TsOH.H2O (48 mg; 0,25 mmol). A mistura resultante foi agitada a t.a. por 30 min e concentrada sob pressão reduzida. O resíduo foi dissolvido em Et2O (2 mL) e mantido sob agitação a t.a. por 30 min. O precipitado formado após este período foi separado por filtração, lavado com Et2O (2 x 1 mL) e seco sob vácuo para fornecer o HTIB221 (92,0 mg; 0,235 mmol; 94%) como um sólido levemente amarelado. Os dados espectroscópicos do HTIB foram descritos no “item 5.2” 234 Parte Experimental 5.13. Preparação do 1-[Hidróxi(tosilóxi)iodo]-4-metilbenzeno (242) a partir do 4-metiliodobenzeno I HO I OTs m-CPBA (1 eq.), p-TsOH.H2O (1 eq.) CH2Cl2/TFE 1:1, t.a., 30 min 242 (94%) A reação foi realizada seguindo o procedimento descrito no “item 5.12”, mas utilizando o 4metil-iodobenzeno (54,5 mg; 0,25 mmol). Após recristalização em Et2O, filtração e secagem, o produto 242220 (96,1 mg; 0,237 mmol; 95%) foi obtido como um sólido branco. Os dados espectroscópicos de 242 foram descritos no “item 5.11” 5.14. Preparação do 1-[Hidróxi(tosilóxi)iodo]-2-metilbenzeno (244) a partir do 2-metiliodobenzeno I HO I OTs m-CPBA (1 eq.), p-TsOH.H2O (1 eq.) CH2Cl2/TFE 1:1, t.a., 30 min 244 (87%) A reação foi realizada seguindo o procedimento descrito no “item 5.12”, mas utilizando o 2metil-iodobenzeno (32 μL; 55 mg; 0,25 mmol). Após recristalização em Et2O, filtração e secagem, o produto 244229 (88,1 mg; 0,217 mmol; 87%) foi obtido como um sólido branco. Pf: 107-109 °C. Lit.229: 108-110 °C. RMN de 1H (400 MHz, DMSO-d6) δ: 2,29 (s; 9H); 2,68 (s; 3H); 7,11 (d; J = 8,0 Hz; 2H); 7,33-7,42 (m; 1H); 7,47 (d; J = 8,0 Hz; 2H); 7,58-7,70 (m; 2H); 8,34 (d; J = 7,8 Hz; 1H). 235 236 Espectros de RMN 237 238 demais alifáticos 1,60-1,76; 2,07-2,17 2,40-2,52; 2,63-2,76 O 5.0 4.0 3.0 Espectro de RMN de 1H do composto (+)-72 (300 MHz, CDCl3) 239 2.0 1.611 1.421 1.714 1.699 1.685 1.670 1.655 1.758 3.23 6.0 1.03 0.20 7.0 3.22 8.0 2.122 2.089 2.067 5,82 4.29 2.16 9.0 2.170 2.160 O 1.00 10.0 2.445 2.418 2.395 2.498 2.749 2.728 2.697 2.684 2.653 2.632 5.823 5.817 7.260 1,42 1.0 0.0 23.192 22.829 37.573 33.528 31.661 29.612 50.516 77.424 77.000 76.575 22,8* O 29,6 31,7** 210,9 37,6 198,2 O 125.737 165.723 198.157 210.909 50,5 23,2* 125,7 33,5** 165,7 * os sinais podem estar trocados **os sinais podem estar trocados 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto (+)-72 (75 MHz, CDCl3) 240 40 30 20 10 0 -10 3.00 2.50 2.00 1.50 1.00 Espectro de RMN de 1H da mistura 73 e 92 (6:1) (300 MHz, CDCl3) 241 0.50 0.00 -0.50 1.298 1.313 1.570 1.623 1.759 1.785 1.993 1.988 2.139 2.161 2.252 2.343 2.339 2.388 2.491 2.555 2.552 2.592 2.604 2.661 3.213 3.210 3.227 3.250 3.50 3.07 0.53 4.00 1.72 1.45 0.18 4.50 6.42 5.00 1.08 5.50 2.49 6.00 1.94 3.73 6.50 3.261 3.07 1.300 0.15 1.00 7.00 5,62 1.298 1.313 S 5.600 S S 5,67 5.620 5.623 5.626 5.672 S 0.53 5.650 3.279 1,31S demais alifáticos 1,51-1,69; 1,71-1,82; 1,97-2,27; 2,32-2,40 e 2,47-2,69 0.15 1.00 5.700 3.330 O S 3,19-3,29 e 3,32-3,40 3.364 3.385 3.381 5.626 5.623 5.620 5.672 7.273 1,30 S 4.50 4.00 3.50 3.00 0.000 1.297 1.542 1.558 1.791 1.631 1.798 1.997 1.993 2.004 2.014 2.042 2.130 2.168 2.336 2.386 2.380 2.663 3.228 2.684 2.50 2.00 Espectro de RMN de 1H do composto 73 (300 MHz, CDCl3) 242 1.50 3.22 5.00 1.63 1.04 5.50 5.31 6.00 1.07 6.50 2.06 7.00 3.347 3.266 5,67 1.06 3.07 7.50 3.355 demais alifáticos 1,51-1,69; 1,71-1,82; 1,97-2,27; 2,32-2,40 e 2,47-2,69 1.00 8.00 3.364 O S 3,19-3,29 e 3,32-3,40 3.377 3.374 5.673 7.272 1,30 1.00 0.50 0.00 -0.50 200 24.763 24.610 30 30.845 30.749 40.139 49.475 64.854 77.000 76.576 77.423 37.953 37.618 210 39.654 220 40 S a b c 230 128.089 141.263 212.919 39,1 e 40,1 24,6c O 30,7b 212,9 38,0a 37,6a 49,5 S 64,9 141,3 24,8c b 128,1 30,8 190 180 170 podem estar trocados 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 73 (75 MHz, CDCl3) 243 20 10 0 -10 H 9.818 9.812 0.08 1.00 50 9.872 9.856 3,19-3,29 e 3,34-3,42 H 9.900 9.850 9.800 S 0.000 1.143 1.704 1.691 1.404 1.388 1.259 1.244 1.214 1.775 1.838 5,75 9.750 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 3.34 0.30 1.22 7.0 2.30 1.41 3.52 4.92 8.0 1.25 3.80 0.05 1.00 0.06 9.0 2.113 2.108 2.076 1.954 1.935 1.916 S 5,57 1.00 0.08 10.0 O 1,21 demais alifáticos 1,21-1,40; 1,69-1,78; 1,82-1,94; 1,95-2,08 e 2,11-2,24 S 2.198 9,86 O 1,14 S 3.291 3.191 2.238 3.419 3.400 3.387 3.369 3.338 5.571 5.749 7.270 9.872 9.856 9.818 9.812 9,81 1.0 Espectro de RMN de 1H da mistura 74 e 75 (12,5:1) (300 MHz, CDCl3) 244 0.0 -1.0 * os sinais podem estar trocados **os sinais podem estar trocados 210 200 190 180 170 160 150 O S 128,0 31,3 * os sinais podem estar trocados **os sinais podem estar trocados 140 130 120 110 100 90 80 70 60 Espectro de RMN de 13C da mistura 74 e 75 (12,5:1) (75 MHz, CDCl3) 245 10 0 19.556 22.081 20 24.977 24.774 22.844 30 25.869 40 36.791 40.115 60.592 57.208 65.083 76.577 77.000 50 207,9 22,8* 35,3** 57,2 37,5** 24,8* 35,1 S 65,1 140,8 25,0* 39,6 e 40,1 31,7 31.270 125,9 35.311 35.148 31.713 H 37.464 37.271 37.186 O 39.600 S 77.423 204,5 19,6* 37,2** 60,6 37,3** 22,1* 36,8 S 65,1 143,3 25,9 39,6 e 40,1 125.888 127.982 140.778 143.317 207.930 204.468 H 1.208 0.976 0.00 -0.0000 1.358 1.352 1.348 1.328 1.853 1.686 1.986 1.911 2.045 2.099 2.092 3.169 2.217 2.213 3.272 3.244 3.219 3.847 3.837 3.812 3.801 3.416 3.388 3.374 3.354 3.323 5.601 5.516 7.274 0.50 3,82 e 3,32-3,42 0,98 OH demais alifáticos 1,21-1,50; 1,69-1,91; 1,99-2,05 e 2,09-2,22 S 5,52 3.812 3.801 S 3.847 3.837 3,17-3,27 e 3,32-3,42 1.02 00 3.90 3.80 5.50 5.00 4.50 4.00 3.50 3.00 2.50 2.00 1.50 Espectro de RMN de 1H do composto 76 (300 MHz, CDCl3) 246 3.14 6.00 4.19 6.50 4.34 1.14 3.03 7.00 1.15 4.10 7.50 1.02 1.00 0.02 8.00 3.70 1.00 -0.50 18.595 25.476 36.352 32.537 26.763 37.185 37.756 39.527 39.990 51.367 76.577 65.511 63.569 77.423 77.201 77.000 124.828 145.453 63,6 OH 18,6 37,2** 51,4 37,8** 25,5* 36,4 S 65,5 145,5 26,8* 39,5 e 40,0 S 124,8 32,5 * os sinais podem estar trocados **os sinais podem estar trocados 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 76 (75 MHz, CDCl3) 247 40 30 20 10 0 4.30 4.20 4.00 3.00 2.50 2.00 1.50 Espectro de RMN de 1H do composto 78 (300 MHz, CDCl3) 248 3.10 3.50 2.23 4.00 3.17 4.50 1.05 3.16 5.00 0.98 1.01 0.94 5.50 4.10 1.00 0.50 0.00 -0.50 0.0000 1.020 1.201 1.334 1.372 1.496 1.564 1.654 1.688 1.799 1.843 2.058 2.051 1.900 2.152 2.005 2.199 2.186 3.011 3.170 3.273 3.196 3.188 3.327 3.393 3.378 3.411 3.972 0.98 1.01 6.00 4.004 4.001 3.972 4.033 5,55 4.369 4.356 4.337 4.324 S 6.50 4.004 4.001 4.337 4.324 4.033 4.369 4.356 5.548 7.275 demais alifáticos 1,20-1,50; 1,56-1,65; 1,69-1,91 e 2,00-2,20 4.40 7.00 1.07 O S 7.50 4.55 3,01 O S CH3 1,02 3,17-3,27 e 3,33-3,41 4.27 O 4,00 e 4,34 37,5** S 39,5 e 40,1 70,6 O 18,6 37,3** 47,9 61,5 S 125,6 36,3 144,1 18.624 25.430 26.281 32.156 36.259 37.092 37.332 37.546 39.539 40.069 47.937 65.133 70.605 76.576 77.000 77.424 125.601 144.110 O 37,1** S CH3 O 25,4* 26,3* 32,2 * os sinais podem estar trocados **os sinais podem estar trocados 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 78 (75 MHz, CDCl3) 249 40 30 20 10 0 -10 S 5,49 5.00 4.50 4.00 3.50 3.00 2.50 Espectro de RMN de 1H do composto 79 (300 MHz, CDCl3) 250 1.50 1.00 0.50 0.00 0.000 0.842 0.821 0.936 1.533 1.459 1.319 1.165 1.632 1.763 1.695 1.692 1.955 1.821 2.086 2.006 2.000 2.00 3.14 3.03 5.50 4.82 6.00 1.68 2.10 6.50 1.13 3.27 7.00 1.13 3.13 7.50 2.181 demais alifáticos 1,16-1,46; 1,53-1,63; 1,68-1,82; 1,94-2,03 e 2,07-2,19 1.00 8.00 3.273 3.246 3.171 0,83 S 3,17-3,27 e 3,32-3,42 3.320 3.404 3.383 3.371 3.351 5.493 7.265 0,94 66,0 S 15.453 20 17.126 30 27.333 38.015 39.527 39.967 43.363 65.973 76.576 77.000 77.205 77.424 30.844 39,5 e 40,0 37.099 32.472 S 124.341 146.497 38,0* 15,5 17,1 37,1* 43,4 37,1 30,8 146,5 27,3 124,3 32,5 * os sinais podem estar trocados 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 79 (75 MHz, CDCl3) 251 40 10 0 -10 0,89 1.650 1.667 1.696 1.713 1.758 1.972 1.989 1.984 2.000 5,71-5,72 2,19-2,48 2.045 O 2.033 2.029 2.017 1,33-1,58 1.740 1,80-1,88 2,19-2,48 1.11 1.750 1.700 1.650 1.05 2.050 2.000 1.950 6.50 6.00 5.50 5.00 4.50 4.00 3.50 3.00 2.50 2.00 4.16 7.00 1.11 1.24 1.05 7.50 4.20 1.00 0.02 8.00 1.50 Espectro de RMN de 1H do composto (+)-43 (300 MHz, CDCl3) 252 1.00 0.50 0.00 -0.50 0.883 0.904 1.423 1.332 1.086 1.650 1.571 1.667 1.713 1.696 1.740 1.758 1.802 1.877 2.045 2.033 2.029 2.017 2.000 1.989 1.984 1.972 2.358 2.192 2.478 5.716 5.713 5.710 5.792 5.790 5.787 3.22 7.260 3.09 1,70 e 2,01 1,08 34,0* O 124,0 15.168 15.951 26.470 30.410 33.306 33.952 35.466 38.944 43.097 76.576 77.000 15,2 43,1 30,4 38,9 171,4 199,7 77.424 123.975 171.365 199.675 16,0 35,5* 26,5 33,3 * os sinais podem estar trocados 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 Espectro de RMN de 13C do composto (+)-43 (75 MHz, CDCl3) 253 30 20 10 0 -10 O 0.000 1.073 1.063 1.052 1.048 1.026 1.003 0.980 0.853 0.829 1.494 1.420 1.552 1.588 1.883 1.819 1.813 1.749 0.829 0.980 0.853 0.850 4.00 3.50 3.00 2.50 2.00 1.50 0.68 0.69 6.00 4.50 0.800 2.02 5.00 0.900 1.50 5.50 0.950 1.73 2.03 6.00 1.000 1.46 1.22 0.20 6.50 1.050 0.68 7.00 1.100 cis 1.003 1.048 1.026 1.052 1.073 trans 0.69 7.50 2.073 2.058 2.038 2.005 1.994 demais alifáticos 1,42-2,63 6.00 1.150 2.368 2.299 2.283 2.279 2.254 2.238 2.234 0,83 0,99 + O 2.562 2.429 2.418 2.628 2.624 2.611 7.277 1,03 1,06 1.00 0.50 Espectro de RMN de 1H do composto 61 (trans:cis 22:5) (300 MHz, CDCl3) 254 0.00 -0.50 -1.00 11,8 14,5 34,2 213,2 + 26,1 O 220 210 200 190 180 170 11.757 14.537 23.315 20.707 26.057 31.128 34.229 37,3 214,2 O 41,5 40,6 49,3 trans 230 37.272 23,3 41,1 51,8 51.820 49.301 41.512 41.127 40.622 77.424 77.202 77.000 76.576 213.206 214.218 20,7 31,1 41,5 cis 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 Espectro de RMN de 13C do composto 61 (trans:cis 22:5) (75 MHz, CDCl3) 255 30 20 10 0 -10 0.896 0.883 1.082 1.341 1.548 1.537 1.532 1.679 1.669 1.706 1.696 1.824 1.819 1.733 1.725 1.724 1.877 2.024 2.017 2.014 2.007 1.997 1.990 1.987 1.980 2.291 2.205 2.202 2.309 2.380 2.432 5.709 5.707 5.706 7.260 1,70 e 2,01 1,08 0,89 1,80-1,88 2,19-2,48 1,33-1,58 O 5,70-5,71 2,19-2,48 cis 5.00 4.50 4.00 3.50 3.00 2.50 2.00 1.50 3.80 3.42 5.50 5.25 6.00 1.58 1.81 1.12 6.50 5.51 1.00 7.00 1.00 0.50 Espectro de RMN de 1H do composto (±)-43 (cis:trans 9:1) (300 MHz, CDCl3) 256 0.00 -0.50 -1.00 15.151 15.948 26.474 30.414 33.297 33.939 35.467 43.094 38.945 76.746 77.000 77.254 123.967 171.325 199.626 15,2 15,9 35,5* 33,9* 199,6 O 43,1 30,4 38,9 171,3 124,0 26,5 33,3 * os sinais podem estar trocados cis 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 Espectro de RMN de 13C do composto (±)-43 (cis:trans 9:1) (75 MHz, CDCl3) 257 30 20 10 0 0,84 0,91 3,69 MeO O 5,17 3,67 2.0 7.23 258 MeO 4.84 3.0 1.13 4.0 3.03 5.0 0.99 0.49 0.50 3.52 1.00 6.0 0,85 0,98 O + demais alífáticos 1,19-1,48; 1,71-1,79; 1,80-2,35 5,17 1.0 0.0 Espectro de RMN de 1H da mistura de 44 e 98 (proporção 1:1) (200 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 0.000 0.834 0.827 0.865 0.859 0.976 0.907 0.905 1.255 1.248 1.465 1.461 1.458 1.708 1.869 1.806 2.127 3.456 3.441 3.429 3.415 3.406 3.393 3.391 3.380 3.372 3.365 2.343 2.336 2.265 2.257 2.143 3.666 3.602 3.593 3.582 3.572 3.559 3.557 3.552 3.550 3.540 3.531 3.516 3.508 3.496 3.487 3.685 5.183 5.173 5.163 0.000 0.858 0.836 1.206 0.911 1.363 1.295 1.786 1.714 1.473 1.831 1.873 1.861 1.965 1.903 2.008 2.050 2.035 2.290 2.271 2.078 2.331 2.324 3.581 3.575 3.568 3.562 3.552 3.547 3.539 3.533 3.524 3.518 3.511 3.505 3.688 5.178 5.171 5.165 7.263 2,04 (dd) H 3,54 (tdd) 0,91 (s) Me H 1 786 1.831 1.873 1.861 1.903 1.965 2.078 3.505 3.518 3.511 3.524 3.547 3.539 3.533 2.035 2.008 H H 1,19-1,48 (m) 1,19-1,48 (m) 1,19-1,48 (m) H 3.581 1,19-1,48 (m) 2.050 H H 2,26-2,33 (m) 3.552 H 3.562 MeO2C 5,17 (t) 1,90-2,09 (m) H Me0,85 (d) H 1,71-1,79 (m) H 1,87 (dd) 3.575 3.568 3,69 (s) 3.16 1.04 2.10 3.600 3.550 3.50 3.00 2.50 2.00 1.50 Espectro de RMN de 1H do composto (+)-44 (300 MHz, CDCl3) 259 3.18 3.07 4.00 2.47 4.50 1.80 2.28 5.00 1.03 5.50 3.16 6.00 1.02 6.50 1.04 3.00 7.00 1.90 3.500 1.00 7.50 2.00 1.00 0.50 0.00 -0.50 MeO 51,7 230 220 210 200 49,6 180 16.947 16.530 25.783 30.350 26.664 42.894 51.707 49.561 47.535 44.000 44,0 30,3 47,5 153,7 176,1 117,0 25,8 190 77.423 77.202 77.000 76.577 16,5 42,9 O 117.050 153.746 176.052 16,9 170 26,7 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto (+)-44 (75 MHz, CDCl3) 260 40 30 20 10 0 -10 ppm 1.0 1.5 O MeO 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 5.5 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 Espectro de RMN de COSY do composto (+)-44 (300 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 261 ppm -10 0 10 20 30 40 O 50 60 MeO 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 12.0 11.0 10.0 9.0 8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 Espectro de RMN de HSQC do composto (+)-44 (300 MHz, CDCl3) 262 2.0 1.0 0.0 10 20 30 O 40 MeO 50 60 70 80 90 100 110 120 5.00 4.50 4.00 3.50 3.00 2.50 2.00 1.50 1.00 Espectro de RMN de HSQC do composto (+)-44 (300 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 263 0.50 ppm 0.8 1.0 1.2 O 1.4 MeO 1.6 1.8 2.0 2.2 2.4 2.6 2.8 3.0 3.2 3.4 3.6 3.6 3.4 3.2 3.0 2.8 2.6 2.4 2.2 2.0 1.8 1.6 1.4 1.2 Espectro de RMN de NOESY 2D do composto (+)-44 (300 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 264 1.0 ppm 3,69 3,51-3,58 5,17 1,90-2,00 e 2,26-2,33 3.50 3.00 2.50 2.00 1.50 3.47 2.99 0.29 4.00 5.07 4.50 1.14 5.00 3.53 5.50 1.11 6.00 1.00 Espectro de RMN de 1H do composto (±)-44 (300 MHz, CDCl3) 265 0.50 0.00 -0.50 0.836 0.858 0.911 1.432 1.463 1.473 1.778 1.829 1.859 1.872 1.902 2.009 2.037 2.052 2.080 2.271 1,19-1,48 1,71-1,79 1,19-1,48 0.13 1.00 0.34 2.98 6.50 2.319 0,84 1,19-1,48 MeO 7.00 2.332 3.390 3.506 3.512 3.520 3.525 3.535 3.540 3.548 3.554 3.563 3.569 3.577 3.583 3.670 3.689 5.166 5.172 5.179 7.266 O 0,91 1,86 e 2,04 16.534 16.938 25.773 26.647 30.331 42.882 43.986 47.519 49.545 51.715 76.577 77.000 77.423 117.031 153.735 176.055 16,5 16,9 O 42,9 176,1 47,5 MeO 117,0 51,7 44,0 30,3 49,5 153,7 26,7 25,8 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 Espectro de RMN de 13C do composto (±)-44 (75 MHz, CDCl3) 266 30 20 10 0 -10 4.50 1.000 0.950 0.900 0.800 2.0 Espectro de RMN de 1H do composto 105 (200 MHz, CDCl3) 1.0 9.59 3.0 0.750 3.57 3.29 267 0.850 5.07 4.0 0.818 0.850 0.865 4.705 4.699 4.695 4.687 4.683 4.728 4.721 4.715 0,05 1.02 5.0 4.61 1.00 1.13 6.0 4.741 TMSO 3.68 5.00 3.14 5.50 0.93 1.09 7.0 5.316 5.316 5.312 5.311 5.305 5.300 5.326 5.326 0,87 2,14-2,18 4,68-4,74 0,83 demais alifáticos 1,28-1,51 e 1,67-1,77 5,30-5,33 2,14-2,18 0.700 0.0 0.052 0.818 1.420 1.405 1.396 1.284 0.865 0.850 1.582 1.513 1.454 2.174 2.161 2.145 1.769 1.766 1.689 1.681 1.674 4.741 4.728 4.721 4.715 4.705 4.699 4.695 4.687 4.683 5.326 5.326 5.316 5.316 5.312 5.311 5.305 5.300 7.260 6,24 O 6,09 1.084 1.065 -0.0000 1.383 1.360 1.146 2,31-2,45 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 Espectro de RMN de 1H do composto (+)-106 (300 MHz, CDCl3) 268 3.18 3.08 8.0 4.66 9.0 1.13 10.0 2.26 11.0 0.98 1.06 12.0 1.597 1.550 1.542 1.515 1.500 1.481 demais alifáticos 1,36-1,60; 1,96-2,01 1.00 13.0 2.474 2.431 2.413 2.373 2.328 2.014 2.008 1.976 1.967 1.959 7.108 7.074 6.313 6.308 6.280 6.275 6.137 7.272 7,06 1,07 1,15 1.0 0.0 -1.0 16.168 17.127 30.226 28.029 33.182 43.795 41.553 77.423 77.201 77.000 76.577 124.166 127.511 155.863 169.081 186.652 16,2 17,1 155,9 41,6 127,5 30,2* 43,8 186,7 O 169,1 124,2 28,0* 33,2 * os sinais podem estra trocados 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto (+)-106 (75 MHz, CDCl3) 269 40 30 20 10 0 -10 16.168 17.126 30.223 28.028 33.182 41.552 124.164 127.510 155.871 16,2 17,1 155,9 41,6 127,5 30,2* 43,8 186,7 O 169,1 124,2 28,0* 33,2 * os sinais podem estra trocados 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 Espectro de RMN de DEPT 135 do composto (+)-106 (75 MHz, CDCl3) 270 30 20 10 0 -10 1.00 2.900 4.50 4.00 3.50 271 3.00 2.50 2.00 1.50 Espectro de RMN de 1H do composto (+)-109 (500 MHz, CDCl3) 3.09 3.07 5.00 1.05 5.50 8.06 6.00 1.01 1.00 6.50 2.850 2.01 7.00 2.828 2.818 2.837 2.836 2.847 2.846 2.841 MeO 1.00 3.08 7.50 2,85 2.855 2.851 O 2.865 2.859 3,67 2.878 2.869 2.888 0,88 0,79 demais alifáticos 1,06-1,16; 1,37-1,57; 1,65-1,74; 1,78-1,87 e 2,04-2,16 H 2.800 1.00 0.50 0.00 -0.50 0.000 0.795 0.781 0.884 1.378 1.134 1.051 1.672 1.595 1.572 1.568 1.545 1.793 1.726 1.849 1.832 2.888 2.878 2.869 2.865 2.859 2.855 2.851 2.847 2.846 2.841 2.837 2.836 2.828 2.818 2.131 2.054 3.674 7.265 O 43,0 40,6* 47,3 177,7 32,8** 51,6 16.436 19.865 21.143 24.202 32.823 30.696 40.635 33.666 41.641 47.277 43.025 16,4 33,7** 30,7 41,6* MeO 51.639 77.254 77.000 76.746 177.714 19,9 H 21,1 24,2 * os sinais podem estar trocados ** os sinais podem estar trocados 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto (+)-109 (125 MHz, CDCl3) 272 40 30 20 10 0 -10 HO 1.00 3.10 5.00 4.50 4.00 3.50 273 3.00 2.50 2.00 1.50 Espectro de RMN de 1H do composto (+)-110 (300 MHz, CDCl3) 3.28 3.46 5.50 1.06 6.00 8.04 6.50 2.80 1.13 1.26 7.00 2.90 2.52 1.00 7.50 3.00 2.841 2,90 2.897 2.890 2.888 2.880 2.873 2.871 2.858 O 2.941 2.929 2.927 2.920 2.911 2.909 2.902 2.958 0,89 0,78 demais alifáticos 1,03-1,28; 1,37-1,60; 1,67-1,76; 1,81-1,90 e 2,07-2,19 H 2.70 1.00 0.50 0.00 -0.50 0.000 0.804 0.781 0.892 1.388 1.376 1.560 1.546 1.671 1.644 1.760 1.812 1.855 2.046 1.907 1.884 2.958 2.941 2.929 2.927 2.920 2.911 2.909 2.902 2.897 2.890 2.888 2.880 2.873 2.871 2.858 2.841 2.193 7.261 O 182,7 HO 220 210 200 190 180 32,6 170 19.842 16.455 21.121 32.629 30.698 24.168 40.570 33.663 43.103 41.481 16,4 33,7 41,5 40,6 47.284 77.424 77.000 76.577 182.747 19,9 43,1 47,3 H 30,7 21,1 24,2 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto (+)-110 (75 MHz, CDCl3) 274 40 30 20 10 0 -10 O 182,7 HO 220 210 200 190 180 170 32,6 160 19.837 16.455 21.116 32.620 30.692 24.161 40.566 33.655 16,4 33,7 41,5 40,6 41.469 47.275 19,9 43,1 47,3 H 30,7 21,1 24,2 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 Espectro de RMN de DEPT 135 do composto (+)-110 (75 MHz, CDCl3) 275 30 20 10 0 -10 O 1.915 1.905 1.928 1.947 1.938 1.957 1.969 H trans 1.05 2.050 2.025 2.000 1.975 1.950 1.925 1.900 1.875 1.850 1.825 4.00 3.50 3.00 2.50 2.00 1.50 1.00 0.13 3.24 4.50 0.12 0.09 5.34 5.00 5.76 5.50 3.48 6.00 1.05 6.50 3.25 7.00 0.10 1.00 7.50 Espectro de RMN de 1H do composto 113 (trans:cis 19:1) (300 MHz, CDCl3) 276 0.50 0.00 -0.50 0.775 1.107 1.116 1.171 1.402 1.438 1.588 1.668 1.733 1.801 1.905 1.915 1.928 1.938 1.947 1.957 1.969 1.980 2.142 2.969 2.979 2.999 3.007 3.029 3.043 3.037 demais alifáticos 1,11-1,59; 1,67-1,80 e 1,94 1.980 2,14 3.064 3.074 7.271 0,78 2,97-3,07 O 211,1 28,8 41,5 47,3** 48,0** 17,4 38,9 30,3 21,6 O 212,5 26,4* 29,9 25,5* H trans 39,6 24,9* H 25.473 25.209 24.880 21.574 21.394 17.367 16.914 26.404 26.277 28.796 30.264 29.910 41.864 41.524 39.628 39.171 38.850 47.994 47.326 44.178 39,2 21,4 41,9 51,4 54,2 54.233 51.359 77.424 77.203 77.001 76.578 212.478 211.188 16,9 44,2 26,3* 25,2* cis *os sinais podem estar trocados **os sinais podem estar trocados 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 Espectro de RMN de 13C do composto 113 (trans:cis 19:1) (75 MHz, CDCl3) 277 20 10 0 HO demais alifáticos 1,02-1,56 e 1,63-1,74 1,15 e 1,18 2,07-2,19 H 4.50 4.00 3.50 3.00 2.50 2.00 1.50 Espectro de RMN de 1H do composto 114 (300 MHz, CDCl3) 278 1.00 3.04 5.00 7.02 4.57 3.11 5.50 6.06 6.00 2.60 6.50 1.00 0.07 0.07 7.00 0.50 0.00 -0.50 -0.001 0.762 1.018 1.149 1.175 1.242 1.499 1.564 1.675 1.685 1.695 1.720 1.729 1.741 2.068 2.090 2.104 2.115 2.123 2.139 2.149 2.158 2.185 7.263 0,76 28,3* 27,0* 21.663 16.975 25.846 26.694 26.987 28.271 39.262 30.085 43.437 41.076 46.087 48.013 72.981 76.577 77.000 77.200 77.423 HO 17,0 39,3 43,4 73,0 46,1** 30,1 41,1 48,0** H 21,7 26,7* 25,8* *os sinais podem estar trocados **os sinais podem estar trocados 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 114 (75 MHz, CDCl3) 279 40 30 20 10 0 -10 0,89 O demais alifáticos 1,00-1,14; 1,24-1,58; 1,69-1,81 e 1,97-2,11 2,15 2,89-3,06 1.025 0.889 0.821 0.799 0.787 0.765 0.000 1.138 1.137 1.236 1.520 1.437 1.346 1.760 1.694 1.811 2.045 1.972 2.109 2.094 1.581 3.51 0.22 3.64 1.16 2.0 8.95 3.0 2.33 4.0 2.74 3.58 5.0 1.00 6.0 H cis trans 7.0 0,80 O 2,14 H 2.148 2.142 3.060 2.973 2.956 2.945 2.935 2.927 2.918 2.889 7.270 0,77 0,89 1.0 Espectro de RMN de 1H do composto 48 (trans:cis 7:1) (300 MHz, CDCl3) 280 0.0 -1.0 210 200 190 180 160 150 140 130 32,6** 30,4** 45,7 44,3* 48,2* 29,6** H 20,9 23,9 cis 120 110 100 90 80 70 Espectro de RMN de 13C do composto 48 (trans:cis 7:1) (75 MHz, CDCl3) 281 30 20 10 0 -10 -0.032 16.664 16.434 19.002 19.936 28.852 28.679 24.255 23.865 21.077 20.941 29.561 30.658 30.439 31.504 40 32.607 50 33.509 60 16,7 41,4 *os sinais podem estar trocados **os sinais podem estar trocados 170 42.959 41.430 39.852 220 28,7** H trans 230 211,1 47.260 45.734 44.297 28,9 O 48.237 211,1 19,0 49.487 77.423 77.000 76.576 211.051 O 16,4 19,9 39,9 33,5** 30,7 43,0 49,5* 47,3* 21,1 31,5** 24,3 2,03-2,11 6.00 5.50 5.00 4.50 4.00 3.50 3.00 2.50 2.00 1.50 Espectro de RMN de 1H do composto 115 (300 MHz, CDCl3) 282 1.00 0.50 0.00 -0.50 0.000 0.774 0.787 0.900 1.022 1.128 1.256 1.178 1.438 1.358 1.490 1.535 1.578 3.14 3.12 1.38 6.17 1.53 6.77 3.26 2.54 6.50 1.635 H 1.00 0.05 7.00 2.035 1.721 demais alifáticos 1,10-1,13; 1,25-1,50; 1,54-1,58 e 1,64-1,72 0.19 7.50 2.072 2.087 0,78 HO 1,18 2.109 3.376 3.371 7.264 0,90 40,0 HO 28,3** 27,9** 71,9 47,5* 31,3** 16.379 -0.018 20.773 21.684 24.788 27.926 28.293 30.985 31.286 40.049 35.306 42.111 47.487 48.691 71.901 76.746 77.000 77.254 20,8 16,4 35,3** 31,0** 42,1 48,7* H 21,7 24,8 *os sinais podem estar trocados **os sinais podem estar trocados 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 115 (75 MHz, CDCl3) 283 40 30 20 10 0 -10 6.00 5.50 5.00 4.50 4.00 3.50 3.00 2.50 2.00 1.50 Espectro de RMN de 1H do composto 47 (200 MHz, CDCl3) 284 1.00 0.755 0.166 11.01 6.50 0.787 H 6.00 7.00 1.167 0.880 demais alifáticos 1,17-2,53 15.04 7.50 1.332 2.038 2.033 2.029 2.027 1.722 1.584 1.500 1.497 1.493 1.430 1.423 1.421 0,77 TMSO 1,72 2.147 2.527 2.525 2.522 2.520 2.516 2.340 2.338 2.336 2.332 2.264 2.262 2.258 7.260 0,88 0,17 0.50 0.00 -0.50 Me 1,15-1,21 (m) H 2,30 (t) H 0,77 (s) H Me O 3,72 (s) H H 1,87-1,93 (m) MeO H H 2,11-2,16 (m) 1,02-1,10 (m) H 1,32-1,37 (m) Me H O 2,13 (s) H H 1,53-1,56 (m) H 1,42-1,46 (m) 2,52 (d) 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 3.02 3.02 1.07 1.03 1.18 2.06 2.14 1.16 1.05 8.0 4.01 1.13 1.00 2.99 9.0 2.0 1.0 Espectro de RMN de 1H do composto (+)-46 (500 MHz, CDCl3) 285 0.0 -1.0 0.000 0.787 0.774 1.101 1.017 0.908 1.153 1.146 1.324 1.217 1.410 1.403 1.369 1.459 1.874 1.863 1.761 1.733 1.564 1.529 2.155 2.141 2.134 2.128 2.114 1.928 3.719 2.538 2.510 2.329 2.303 2.276 7.271 0,91 (s) 1,75 (d) Me 1,15-1,21 (m) H 2,30 (t) H 0,77 (s) H Me O 3,72 (s) H H 1,87-1,93 (m) MeO H H 2,11-2,16 (m) 1,02-1,10 (m) H 1,32-1,37 (m) Me H O 2,13 (s) H H 1,53-1,56 (m) H 1,42-1,46 (m) 2,52 (d) 1.00 Espectro de RMN de 1H do composto (+)-46 (500 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 286 3.02 1.25 3.02 1.50 1.07 1.75 1.03 2.00 1.18 2.25 2.06 2.50 2.14 2.75 1.16 3.00 1.05 3.25 4.01 3.50 1.13 1.00 2.99 3.75 0.75 0.50 0.774 0.908 0.787 1.101 1.053 1.023 1.017 1.204 1.179 1.146 1.437 1.426 1.420 1.369 1.363 1.330 1.324 1.459 1.543 1.536 1.529 1.761 1.733 1.564 1.874 1.928 1.922 1.914 1.888 2.114 2.134 2.329 2.303 2.276 2.155 2.538 2.510 3.719 0,91 (s) 1,75 (d) 174,6 MeO 203,7 26,5 230 220 210 200 190 180 170 160 19,4 35,3 16.331 19.360 23.462 20.863 35.342 32.901 30.508 26.542 46.188 44.012 43.543 52.640 16,3 44,0 64,4 64.373 77.254 77.000 76.746 174.579 203.738 52,6 O 43,5 46,2 32,9 30,5 20,9 23,5 O H 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto (+)-46 (125 MHz, CDCl3) 287 40 30 20 10 0 -10 174,6 MeO 19,4 150 140 130 43,5 46,2 35,3 O 160 120 H 23.395 20.805 19.321 16.331 30.448 26.567 32.804 35.238 43.889 16,3 44,0 64,4 203,7 26,5 46.131 52.679 52,6 O 32,9 30,5 20,9 23,5 110 100 90 80 70 60 50 40 Espectro de RMN de 13C do composto (+)-46 (125 MHz, CDCl3) 288 30 20 10 0 ppm 0.0 0.5 O MeO 1.0 O H 1.5 2.0 2.5 3.0 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 Espectro de RMN de COSY do composto (+)-46 (500 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 289 ppm ppm 15 20 O 25 MeO O H 30 35 40 45 50 55 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 Espectro de RMN de HSQC do composto (+)-46 (500 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 290 0.5 ppm ppm 0.0 O 0.5 MeO O H 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 Espectro de RMN de NOESY 2D do composto (+)-46 (500 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 291 0.0 ppm 1,00 O demais alifáticos 1,09-1,65 e 2,19-2,29 3,98 e 4,13 MeO OMe H 3,35 e 3,39 5.00 4.50 4.00 3.50 3.00 2.50 2.00 Espectro de RMN de 1H do composto 119 (300 MHz, CDCl3) 292 1.50 3.05 3.41 5.50 6.23 6.00 16.18 6.50 3.26 7.00 3.02 3.05 1.46 7.50 1.00 1.18 0.35 0.20 8.00 1.00 0.50 0.00 0.000 0.838 0.815 0.995 1.105 1.093 1.089 1.258 1.598 1.583 1.574 1.570 1.565 1.558 1.547 1.428 2.191 1.647 2.259 2.240 2.293 3.349 3.391 3.958 4.117 3.991 4.150 7.261 0,83 O 16.250 21.564 19.876 23.780 31.066 34.765 36.025 42.643 40 41.897 50.369 50.257 44.026 55.074 67.354 77.423 77.000 76.577 104.938 180.752 50 16,3 180,8 O O 67,4 104,9 19,9 41,9* 55,1 36,1** MeO OMe H 50,3 e 50,4 190 180 170 160 150 34,8** 31,1 42,6 44,0* 21,6 23,8 *os sinais podem estar trocados **os sinais podem estar trocados 140 130 120 110 100 90 80 70 60 Espectro de RMN de 13C do composto 119 (75 MHz, CDCl3) 293 30 20 10 0 7,90-7,94 7,26-7,53 7,60-7,66 7.50 2.08 2.00 8.00 0.89 2.01 8.50 7.00 6.50 294 O 4,88 OH 6.00 Espectro de RMN de 1H do composto 129 (300 MHz, CDCl3) 5.50 5.00 4.881 7.264 7.505 7.501 7.499 7.496 7.482 7.477 7.474 7.471 7.944 7.938 7.936 7.933 7.931 7.929 7.928 7.917 7.910 7.905 7.659 7.655 7.651 7.637 7.630 7.623 7.610 7.606 7.601 7.533 7.529 7.527 7.522 65.430 77.424 77.000 76.576 127.651 133.350 128.931 134.246 198.360 128,9 127,7 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 Espectro de RMN de 13C do composto 129 (75 MHz, CDCl3) 295 50 196,4 133,3 65,4 OH 134,3 200 O 40 30 20 10 0 O MeO 4.293 0.924 0.800 0.787 0.000 1.025 1.291 1.350 1.344 1.449 1.491 1.541 1.577 1.803 1.831 1.803 1.831 1.886 2.180 2.194 2.206 2.221 2.287 4.256 4.250 2.20 0 1.80 2.00 1.50 Espectro de RMN de 1H do composto 130 (500 MHz, CDCl3) 296 3.24 3.02 2.50 4.06 3.00 4.19 2.51 3.50 1.12 1.26 4.00 1.15 1.22 4.50 1.04 5.00 0.84 5.50 2.30 4.2 3.07 6.00 1.12 4.300 1.04 0.94 6.50 2.40 1.15 4.350 2.50 1.04 0.94 4.400 1.22 1.04 2.60 7.00 2.314 2.340 2.551 2.580 H 1,88-1,95 4.376 O 2,20 2,31 7.50 1.947 1.886 2.287 2.221 2.206 2.194 2.180 2.314 2.340 2.551 2.580 2.992 3.723 4.256 demais alifáticos 1,03-1,58 4,27 4,36 HO 4.293 0,79 4.339 3,72 0,92 4.339 4.376 7.274 1,82 2,57 1.00 0.50 0.00 -0.50 16.285 19.260 23.308 20.801 43.570 35.710 33.134 30.439 46.085 50 44.542 65.400 61.292 52.915 77.254 77.204 77.000 76.746 173.753 206.734 60 18,3 52,9 173,8 O MeO 206,7 66,4 HO 230 220 210 200 190 180 170 19,3 46,1 61,3 O 160 35,7 150 43,6 44,6 H 33,1 30,4 20,8 23,3 140 130 120 110 100 90 80 70 Espectro de RMN de 13C do composto 130 (125 MHz, CDCl3) 297 40 30 20 10 0 -10 16.342 19.314 23.361 20.853 35.760 33.185 30.493 44.592 46.138 52.971 65.452 18,3 52,9 173,8 O MeO 230 220 210 200 190 180 43,6 44,6 61,3 206,7 66,4 HO 19,3 46,1 O 170 35,7 H 160 33,1 30,4 20,8 23,3 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 Espectro de RMN de DEPT 135 do composto 130 (125 MHz, CDCl3) 298 30 20 10 0 -10 O 0,99 1,06-1,20 O 1,90-2,01 2,27-2,30 4.50 4.00 3.50 3.00 2.50 2.00 1.50 Espectro de RMN de 1H do composto (+)-118 (300 MHz, CDCl3) 299 1.00 3.04 5.00 2.78 1.12 5.50 6.18 6.00 2.04 1.05 1.00 6.50 0.50 0.00 0.000 1.196 1.062 0.995 0.819 0.797 1.769 1.586 1.577 1.510 1.498 1.486 1.476 1.465 1.459 H 1,73-1,85 1.35 7.00 2.085 1.966 1.947 1.814 demais alifáticos 1,46-1,59 (m; 6H) 2.00 7.50 2.130 0,81 O 4,62 4,69 2.295 2.288 2.274 4.685 4.617 4.551 7.264 2,11 1,79 O 72,4 210,6 O 230 220 210 200 190 180 170 160 16.402 18.985 20.661 30.634 23.251 45.163 39.621 32.271 47.010 46.770 51.545 77.424 77.000 76.577 72.393 179.190 210.643 179,2 O 16,4 19,0 32,3 46,8 30,6 45,2 51,5 47,0 20,7 39,6 23,3 H 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto (+)-118 (75 MHz, CDCl3) 300 40 30 20 10 0 -10 O 72,4 210,6 O 230 220 210 200 190 180 16.401 18.983 20.659 30.633 23.250 32.270 47.010 46.769 39.621 72.395 179,2 O 16,4 19,0 32,3 46,8 30,6 45,2 51,5 47,0 20,7 39,6 23,3 H 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 Espectro de RMN de DEPT 135 do composto (+)-118 (75 MHz, CDCl3) 301 30 20 10 0 -10 O O 5,03 5,11 4,74 4,80 H 5.50 5.00 3.00 1.02 1.00 6.00 4.50 5.10 5.00 4.00 3.50 3.00 4.80 2.50 3.04 3.00 1.02 2.00 6.35 302 4.90 1,41-1,50 1,50-1,64 2,24-2,30 1,94-1,99 2,09 4.70 1.50 1.00 Espectro de RMN de 1H da (+)-baquenolida A, (+)-1 (500 MHz, CDCl3) 0.50 4.757 4.753 4.749 4.731 4.727 4 723 4.779 4.784 4.805 4.788 4.809 4.813 5.035 5.034 5.031 5.030 5.027 5.026 1.408 1.214 2.063 1.994 1.980 1.969 1.966 1.954 1.938 1.638 1.578 2.296 2.292 2.286 2.282 2.278 2.269 2.259 2.255 2.251 2.246 2.241 2.116 2.090 4.813 4.809 4.805 4.788 4.784 4.779 4.757 4.753 4.749 4.731 4.727 4.723 5.113 5.111 5.108 5.107 5.104 5.103 5.035 5.034 5.031 5.030 5.027 5.026 7.264 1.115 0.992 0.857 0.843 0.000 0,85 0,99 1,50-1,64 1,12-1,21 1,41-1,50 1.186 1.160 1.02 6.50 1.01 7.00 1.00 0.99 7.50 2.06 1.00 0.99 8.00 5.113 5.111 5.108 5.107 5.104 5.103 1,94-1,99 0.00 -0.50 -1.00 19,2 150,4 70,4 49,8 42,3 44,0 46,2 H 16.347 23.325 20.980 19.150 30.871 48.536 46.181 44.010 42.349 33.874 49.844 70.353 16,3 48,5 O 77.254 77.000 76.746 105.770 150.376 182.558 182,6 O 33,9 30,9 21,0 23,3 105,8 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C da (+)-baquenolida A, (+)-1 (125 MHz, CDCl3) 303 40 30 20 10 0 42,3 20 16.387 33.909 48.571 46.220 42.387 30 16,3 48,5 49,8 23.363 21.017 19.188 150,4 70,4 30.907 O 19,2 70.395 105.814 182,6 O 44,0 46,2 H 33,9 30,9 21,0 23,3 105,8 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 Espectro de RMN de DEPT 135 da (+)-baquenolida A, (+)-1 (125 MHz, CDCl3) 304 10 0 0.50 1.00 O O 1.50 H 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50 5.00 5.50 5.50 5.00 4.50 4.00 3.50 3.00 2.50 2.00 1.50 1.00 Espectro de RMN de COSY da (+)-baquenolida A, (+)-1 (500 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 305 -10 0 10 20 30 40 O 50 O 60 70 H 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 12.0 11.0 10.0 9.0 8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 Espectro de RMN de HSQC da (+)-baquenolida A, (+)-1 (500 MHz, CDCl3) 306 1.0 0.0 12.5 15.0 17.5 20.0 22.5 O 25.0 O 27.5 30.0 H 32.5 35.0 37.5 40.0 42.5 45.0 47.5 50.0 52.5 55.0 2.75 2.50 2.25 2.00 1.75 1.50 1.25 1.00 0.75 0.50 Espectro de RMN de HSQC da (+)-baquenolida A, (+)-1 (500 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 307 0.000 1.097 1.666 1,67 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 Espectro de RMN de 1H do composto 163 (300 MHz, CDCl3) 308 3.08 7.0 9.41 8.0 1.09 2.16 1.02 0.94 1.00 9.0 1.754 1.747 5,30-5,32 H 10.0 2.230 2.226 2.222 2.219 2.214 2.174 2.169 2.168 2.159 2.156 1,10 demais alifáticos 1,57-1,77; 1,99-2,03; 2,16-2,34; 2,54-2,62 11.0 2.435 2.496 2.487 2.543 2.655 2.632 2.615 2.606 5.316 5.307 5.304 5.300 5.296 7.269 O 1.0 0.0 -1.0 23,7** 27,9 20.407 23.671 25.202 31.677 27.904 47.431 41.609 37.212 33.066 77.423 77.000 76.577 116.867 130.892 215.600 O 215,6 37,2 25,2** 31,7* 116,9 47,4 41,6 130,9 H 33,1* 20,4** *os sinais podem estar trocados **os sians podem estar trocados 225 200 175 150 125 100 75 50 Espectro de RMN de 13C do composto 163 (75 MHz, CDCl3) 309 25 0 5,24 demais alifáticos 1,10-1,70; 2,24-2,30 H 1,68 5.0 4.0 3.0 2.0 Espectro de RMN de 1H do composto 69 (300 MHz, CDCl3) 310 3.48 6.0 12.63 7.0 3.58 8.0 2.00 9.0 0.11 1.01 10.0 1.0 0.0 0.795 0.0000 0.884 0.870 0.865 0.855 0.841 1.276 1.269 1.263 1.486 1.459 1.429 1.622 2.295 2.270 2.260 2.258 2.243 2.231 5.241 7.250 0,87 demais alifáticos 22,4; 22,7; 23,7; 26,4; 28,5; 29,5; 31,6; 34,8; 39,0; 40,5 118,4 130,5 H Espectro de RMN de 13C do composto 69 (75 MHz, CDCl3) 311 5,50-5,64 demais alifáticos 1,22-1,77; 2,13-2,39 5,50-5,64 H 1.00 3.350 3.300 3.250 8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 3.05 4.17 1.15 5.33 9.0 2.12 10.0 1.00 2.07 11.0 2.0 Espectro de RMN de 1H do composto 164 (300 MHz, CDCl3) 312 1.0 0.0 -1.0 1.051 0.000 1.528 1.525 1.501 1.279 1.272 1.259 1.230 1.760 1.730 1.725 1.718 1.709 1.700 1.686 2.161 2.149 2.220 2.209 2.327 2.319 2.383 2.379 3.335 3.321 3.299 3.283 3.283 3.299 3.321 5.571 3.335 7.274 OH 1,05 3,31 25.871 23.966 23.301 28.969 28.600 30.541 39.201 37.115 78.135 77.424 77.000 76.576 124.016 123.768 OH 78,2 demais alifáticos 23,3; 24,0; 25,9; 28,6; 29,0; 30,5; 37,1 39,2 123,8* 124,0* H * os sinais podem estar trocados 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 164 (75 MHz, CDCl3) 313 40 30 20 10 0 -10 1,02 3.300 3.316 3.353 H 3.338 5,28 demais alifáticos 1,20-1,35; 1,64-1,76; 2,13-2,33 1,64 1.00 3.400 3.350 8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 2.96 4.02 4.15 5.92 9.0 2.08 10.0 3.250 1.00 1.00 11.0 3.300 2.0 Espectro de RMN de 1H do composto 165 (300 MHz, CDCl3) 314 1.0 0.0 -1.0 0.000 1.020 1.259 1.256 1.252 1.523 1.590 1.638 1.721 1.712 1.706 2.136 2.196 2.273 2.268 2.265 2.259 3.300 2.332 2.327 2.323 2.318 3.316 3.338 3.353 5.280 7.267 OH 3,33 26.065 23.988 23.634 23.401 30.609 28.824 33.985 36.835 39.894 77.423 77.000 76.577 78.170 117.629 130.680 OH 78,2 demais alifáticos 23,4; 23,6; 24,0; 26,1; 28,8; 30,6; 34,0 36,8 39,9 117,7 130,7 H 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 165 (75 MHz, CDCl3) 315 40 30 20 10 0 demais alifáticos 1,18-1,33; 1,49-1,54; 1,58-1,62; 1,70-1,75; 1,89-1,93; 2,14-2,18; 2,27-2,31 2,77 5,25-5,26 1,62 H 0.90 2.800 2.750 2.70 4.0 3.0 2.0 Espectro de RMN de 1H do composto 166 (500 MHz, CDCl3) 316 2.93 5.0 5.06 6.0 1.11 4.47 1.20 1.07 7.0 1.00 0.95 8.0 0.90 9.0 3.09 1.00 10.0 1.0 0.0 0.0000 1.002 1.001 1.198 1.540 1.349 1.252 1.890 1.623 1.928 2.137 2.273 2.265 2.173 2.781 2.772 2.759 2.750 2.308 3.349 2.750 2.759 5.229 5.227 2.772 2.781 5.259 5.254 7.265 3,36 OMe 1,01 23.955 23.896 23.699 23.441 36.826 33.987 28.959 26.633 25.678 40.392 57.661 77.423 77.000 76.577 87.724 118.075 130.192 57,7 OMe 87,8 36,9 40,4 demais alifáticos 23,7; 24,0; 24,3; 25,7; 26,7; 29,3; 33,7; 40,4 118,1 130,2 H 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 166 (75 MHz, CDCl3) 317 40 30 20 10 0 -10 0.00000 0.914 0.092 1.258 1.250 1.243 1.230 1.225 1.203 2.178 2.143 1.624 1.621 2.295 2.260 3.304 3.294 3.283 3.272 5.268 5.262 7.258 3.272 3.283 3.304 0,92 3,29 3.294 0,10 OTMS 5,27 demais alifáticos 1,14-1,31; 1,47-1,75; 2,14; 2,29 1,62 H 1.00 3.350 3.300 3.250 5.0 4.0 3.0 2.0 Espectro de RMN de 1H do composto 167 (500 MHz, CDCl3) 318 1.0 9.30 6.0 2.91 7.0 4.45 8.0 9.42 9.0 1.06 1.15 10.0 1.00 1.00 11.0 3 0.0 -1.0 0.454 -0.011 31.155 28.919 26.481 24.145 23.845 23.686 34.346 37.154 40.089 77.254 77.000 76.746 78.748 118.359 130.164 0,5 OTMS 78,8 demais alifáticos 23,7; 23,9; 24,2; 26,5; 28,9; 31,2; 34,4 37,2 40,1 118,4 130,2 H 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 167 (125 MHz, CDCl3) 319 40 30 20 10 0 -10 2,86-2,94 (m) O demais alifáticos 1,20-1,63; 1,76-2,05 H H 9,65 (d; J = 2,1 Hz) e 9,70 (d; J = 2,1 Hz) 9.700 1.00 0.23 9.750 9.652 9.645 9.712 9.705 *mistura de diastereoisômeros na proporção de 9:2 9.650 9.600 8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 3.21 9.0 10.73 10.0 3.18 11.0 1.00 0.86 12.0 1.0 Espectro de RMN de 1H do composto 154 (proporção de isômeros 9:2) (300 MHz, CDCl3) 320 0.0 1.013 0.992 1.834 1.790 1.586 1.566 1.542 1.419 1.390 2.007 2.963 2.962 2.929 2.921 2.911 2.904 2.896 2.886 2.878 2.870 2.836 2.829 2.814 2.807 7.280 9.652 9.645 9.712 9.705 0,99 (s) e 1,01 (s) 40,9 44,4 O 48,2 H 204,0 H atribuições do diastereoisômero majoritário 225 200 175 150 125 100 75 50 25 Espectro de RMN de 13C do composto 154 (proporção de isômeros 9:2) (75 MHz, CDCl3) 321 0 22.814 22.205 21.806 30.211 29.444 26.885 26.844 26.031 25.670 38.063 34.041 33.610 39.479 40.934 44.868 44.452 48.705 48.185 77.446 77.022 76.599 204.487 204.042 demais alifáticos 21,8; 22,2; 25,6; 26,0; 29,4; 33,6; 39,5 2,90-3,03 (m) O demais alifáticos 1,17-1,75; 1,85-2,08 H 5.0 4.0 3.0 2.0 1.13 3.01 2.35 8.07 6.0 5.14 7.0 3.93 8.0 1.24 9.0 OH 1.0 Espectro de RMN de 1H do composto 146 (proporção de isômeros 9:2) (300 MHz, CDCl3) 322 0.0 0.000 0.983 1.223 1.217 1.210 1.027 1.418 1.398 1.391 1.387 1.380 1.366 1.568 1.547 1.612 1.683 1.656 1.883 1.851 1.751 3.042 2.926 2.096 7.263 1,03 (s) e 0,98 (s) 41,1 44,4* H 25.848 25.256 22.946 22.307 22.137 21.562 26.856 26.782 34.203 33.507 33.254 32.598 43.415 41.105 41.005 40.367 39.884 77.423 77.000 76.577 45.145 44.385 183.501 183.263 demais alifáticos 21,6; 22,1; 25,3; 25,8; 32,6; 33,3; 39,9 O 43,4* 183,5 OH *os sinais podem estar trocados atribuições do diastereoisômero majoritário 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 Espectro de RMN de 13C do composto 146 (proporção de isômeros 9:2) (75 MHz, CDCl3) 323 10 0 -10 2,99-3,09 (m) O demais alifáticos 1,15-2,05 2,14 (s) e 2,16 (s) H cis:trans 1:1 3.0 2.0 3.51 3.55 4.0 5.97 5.0 5.40 6.0 3.14 7.0 0.20 8.0 0.24 1.00 9.0 1.0 Espectro de RMN de 1H do composto 71 (cis:trans 1:1) (300 MHz, CDCl3) 324 0.0 -1.0 -0.0000 1.209 1.203 1.185 0.993 0.986 1.650 1.642 1.633 1.624 1.619 1.274 1.265 1.261 1.257 1.253 1.755 1.729 1.727 1.984 1.974 1.969 3.058 3.044 3.038 3.029 3.023 3.008 3.002 2.156 2.142 7.276 0,98 (s) e 0,99 (s) 1.934 1.966 1.980 2.013 2.182 1,15 1,46-1,93 1,23-1,40 e 2,14 atribuições do diastereoisômero majoritário 3.70 3.60 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0 0.0 Espectro de RMN de 1H do composto 175 (proporção de isômeros 5:1) (300 MHz, CDCl3) 325 2.00 2.99 0.18 2.91 4.26 7.0 7.75 8.0 2.10 3.5 1.03 1.02 0.99 0.97 9.0 1.03 1.02 0.99 0.97 3.80 2.20 -1.0 1.90 0.856 1.154 1.201 1.218 1.247 1.264 1.323 1.316 1.306 1.571 1.565 1.583 3.583 3.589 3.595 3.703 3.720 3.710 3.736 3.727 OH H 3.753 3.743 3.760 3,74 demais alifáticos 1,23-1,40 e 1,46-1,93 1.619 1.637 1.665 1.934 1.966 1.980 2.013 2.097 2.144 2.135 2.182 OH 2.097 3,56-3,59 1,98 e 1,23-1,40 2.144 2.135 0,86 3.595 3.589 3.583 3.760 3.753 3.743 3.736 3.727 3.720 3.710 3.703 7.264 OH 20.774 14.356 14.266 30 21.842 50 28.988 27.282 26.734 26.563 24.794 22.973 31.711 31.490 70.854 73.820 71.922 77.478 77.256 77.054 76.631 76.082 44.863 39.888 38.155 37.917 34.375 34.047 14,2 81.378 82.221 OH 31,4 21,8 44,9 76,0 27,2* OH 71,9 OH 26,7* 34,0 31,7 70,8 22,9 *os sinais podem estar trocados atribuições do diastereoisômero majoritário 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 40 20 10 Espectro de RMN de 13C do composto 175 (proporção de isômeros 5:1) (75 MHz, CDCl3) 326 0 -10 ppm 0.5 1.0 OH OH H 1.5 OH 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 Espectro de RMN de COSY do composto 175 (proporção de isômeros 5:1) (300 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 327 ppm ppm 0 1 2 OH 3 OH 4 OH H 5 6 7 8 9 10 11 12 220 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 Espectro de RMN de HSQC do composto 175 (proporção de isômeros 5:1) (300 MHz, CDCl3) 328 0 ppm ppm 0.5 1.0 OH 1.5 OH 2.0 OH H 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 5.5 6.0 6.5 7.0 7.5 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50 45 8.0 ppm Espectro de RMN de HSQC do composto 175 (proporção de isômeros 5:1) (300 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 329 ppm OH 0.5 OH OH H 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 35 30 25 20 15 10 5 Espectro de RMN de HSQC do composto 175 (proporção de isômeros 5:1) (300 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 330 ppm 1,08 2,98-3,05 2,98-3,05 O demais alifáticos 0,98-1,01; 1,08-2,08 H 2,15 5.0 4.0 3.0 2.0 Espectro de RMN de 1H do composto 176 (300 MHz, CDCl3) 331 1.93 3.19 6.0 10.45 7.0 2.99 8.0 1.93 3.00 9.0 1.0 0.0 1.009 0.999 0.981 1.081 1.587 1.241 1.233 1.630 1.793 1.778 1.772 1.818 1.979 1.958 1.875 1.869 2.002 3.010 2.990 2.975 2.151 3.358 3.339 3.320 7.278 3,34 OMe 57,3 OMe 86,1 demais alifáticos 22,8; 25,2; 25,4; 29,0; 29,5; 31,2; 33,3 47,5 46,1* O 48,9* 210,8 H *os sinais podem estar trocados Espectro de RMN de 13C do composto 176 (75 MHz, CDCl3) 332 3.90 2.40 5.10 2.5 Espectro de RMN de 1H do composto 177 (500 MHz, CDCl3) 1.02 1.70 1.11 1.20 333 0.09 3.09 1.02 1.11 1.20 2.23 1.04 2.22 2.19 5.0 2.50 1.09 0.87 1.02 0.06 1.00 7.5 2.60 2.22 5.20 4.00 2.70 0.0 1.487 1.478 1.517 1.508 1.620 1.611 1.602 1.593 1.584 1,91-2,05 e 1,71 1.693 1.684 2,11-2,26 5,11 2.19 1.09 1.02 1.00 10.0 H 2.312 2.304 2.367 2.365 2.357 2.355 2.343 2.333 2.394 2.386 2.384 2.376 2.374 2.604 2.633 2.623 2.619 1,91-2,05 2.668 2.652 2.649 2.639 2,63 e 2,37 1.730 1.721 1.713 1.712 1.701 3.963 3.954 3.946 3.937 1,58-1,63 e 2,11-2,26 1,31 5.115 5.105 5.131 5.122 O 1,49 e 2,32 OH 3,95 ONO2 2.30 1.60 1.50 0.000 1.306 1.721 2.044 2.027 2.005 1.998 1.991 1.969 1.943 2.149 2.127 2.119 2.304 2.386 2.384 2.357 2.355 2.343 2.639 2.633 3.771 3.963 3.954 3.946 3.937 4.127 4.113 5.131 5.122 5.115 5.105 7.279 26.056 25.900 23.402 40.178 37.951 35.551 27.060 49.287 65.781 81.476 77.446 77.023 76.600 218.942 49,3 O 25,9 35,6 218,9 40,0 23,4 26,0 OH 65,8 40,2 27,0 ONO2 81,5 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 177 (75 MHz, CDCl3) 334 40 30 20 10 0 -10 ppm 0.0 O 0.5 OH H 1.0 ONO2 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 5.5 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 Espectro de RMN de COSY do composto 177 (300 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 335 0.0 ppm ppm 0.0 O OH 0.5 H ONO2 1.0 1.5 2.0 2.5 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 Espectro de RMN de COSY do composto 177 (300 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 336 0.0 ppm ppm 0.0 0.5 1.0 O OH H 1.5 ONO2 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 5.5 6.0 6.5 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 Espectro de RMN de HSQC do composto 177 (300 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 337 15 7.0 ppm ppm 1.0 O OH 1.5 H ONO2 2.0 2.5 3.0 3.5 50 45 40 35 30 25 Espectro de RMN de HSQC do composto 177 (300 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 338 20 ppm 2.650 5.0 2.600 4.0 339 3.0 2.0 1.26 3.19 3.12 1.08 6.0 2.700 1.650 2.12 2.26 7.0 2.750 1.700 1.600 1.30 1.0 Espectro de RMN de 1H do composto 178 (300 MHz, CDCl3) 0.0 1.26 800 1.750 3.19 1.800 5.94 8.0 1,29 1.22 1.00 9.0 H 3.12 2.12 1.22 10.0 2,21-2,53 1.20 2. -1.0 1.149 1.155 1.161 1.166 1.196 1.202 1.207 1.213 1.261 1.292 1.676 1.710 1.688 1.726 1.739 1.756 1,89-1,99 2.689 2.668 2.664 2.646 2.620 2,21-2,53 e 2,69 2.693 1,41-1,47 e 2,21-2,53 1,26 2.712 2.737 O 1,71 e 2,21-2,53 OH 3,44-3,47 OH 1,17 e 1,71 1.10 -0.00000 1.202 1.196 1.879 1.756 1.739 1.726 1.710 1.688 1.676 1.459 1.420 1.292 1.261 1.937 2.212 1.994 1.988 1.980 2.289 2.348 2.339 2.646 2.620 2.737 2.712 3.470 3.462 3.458 3.453 3.451 3.445 7.277 27,4 26.061 23.170 35.786 35.494 27.658 27.398 38.243 40.272 49,0 35,5 221,0 38,2 72.300 49.056 77.442 77.019 76.595 73.464 220.949 O OH 73,4 23,1 26,0 40,2 OH 35,8 27,6 72,3 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 178 (75 MHz, CDCl3) 340 40 30 20 10 0 -10 ppm -0.5 O 0.0 OH 0.5 OH H 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 Espectro de RMN de COSY do composto 178 (300 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 341 -0.5 4.5 ppm ppm 0 O OH 1 OH H 2 3 4 5 6 7 8 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 Espectro de RMN de HSQC do composto 178 (300 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 342 5 0 9 ppm ppm -0.5 0.0 O OH 0.5 H OH 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 Espectro de RMN de HSQC do composto 178 (300 MHz, CDCl3) – expansão selecionada 343 0 4.5 ppm aromáticos 7,08-7,23 2.80 6.0 5.0 344 4.0 3.0 Espectro de RMN de 1H do composto 206 (300 MHz, CDCl3) 3.28 2.23 7.0 2.20 8.0 2.70 3.28 2.20 9.0 1.00 4.13 10.0 2,19-2,27 2.048 2.042 2.037 2.031 2.716 2.744 2.770 2,04 5,81-5,85 2,74 2.050 2.0 1.0 2 0.0 0.000 2.048 2.042 2.037 2.031 2.274 2.268 2.261 2.253 2.246 2.240 2.234 2.228 2.225 2.219 2.213 2.208 2.200 2.193 2.187 2.770 2.744 2.716 5.855 5.850 5.845 5.840 5.835 5.830 5.825 5.820 5.815 5.811 7.209 7.204 7.198 7.189 7.187 7.185 7.179 7.154 7.150 7.126 7.118 7.115 7.113 7.107 7.102 23.198 19.254 28.345 77.423 77.000 76.577 125.331 122.721 127.301 126.631 126.299 132.161 136.262 135.819 19,2 demais aromáticos 125,3; 126,3; 126,7; 127,3 * * * 122,7 23,2 28,3 * carbonos quaternários: 132,2; 135,8; 136,3 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 206 (75 MHz, CDCl3) 345 40 30 20 10 0 -10 1,21 1.06 00 346 4.0 3.0 2.0 Espectro de RMN de 1H do composto 214 (300 MHz, CDCl3) 3.18 0.18 5.0 4.35 6.0 2.90 1.10 7.0 1.06 8.0 0.05 9.0 0.05 10.0 1.00 4.38 11.0 2.820 2.843 2.866 2.890 2.913 aromáticos 7,15-7,25 2.936 2,03-2,05 1,93-2,09 e 2,35-2,45 5,73-5,77 2,87 2.80 1.0 0.0 -1.0 1.232 1.208 0.000 2.454 2.446 2.439 2.432 2.425 2.417 2.410 2.403 2.397 2.389 2.382 2.375 2.367 2.360 2.353 2.053 2.047 2.045 2.043 2.041 2.035 1.306 1.282 5.770 5.766 5.755 5.752 5.741 5.737 2.936 2.913 2.890 2.866 2.843 2.820 7.238 7.223 7.217 7.202 7.199 7.195 7.186 7.176 7.172 7.164 7.155 19.231 20.142 31.193 32.220 77.423 77.000 76.577 122.903 126.132 125.897 123.939 126.935 131.500 134.955 141.123 19,2 * demais aromáticos * 124,0; 125,9; 126,1; 126,9 * 122,9 31,2 32,2 20,1 * carbonos quaternários: 131,5; 135,0; 141,1 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 214 (75 MHz, CDCl3) 347 40 30 20 10 0 5.803 5.799 5.786 5.772 5.768 2,82 0 5.70 348 5.0 4.0 3.0 Espectro de RMN de 1H do composto 217 (300 MHz, CDCl3) 2.0 6.04 3.29 6.0 1.150 0.18 7.0 1.200 0.98 8.0 1.250 1.01 9.0 2.80 6.04 10.0 2.908 2.905 2.884 2.861 2.838 2.815 2.792 2.769 2.931 2.927 2.954 2.950 1.137 1.159 1.153 1.175 1.193 1.217 2.01-2.11 e 2.35-2.45 1.01 0.98 11.0 0.95 3.10 0.96 12.0 5.80 2.90 3.29 0.95 90 3.00 1.01 0.98 0 2.976 2.972 aromáticos 7,04; 7,09; 7,23-7,50 2.998 2.995 1,15 1,16 2.90-3.02 5.79 1,20 2.70 1.100 1.0 0.0 1.217 1.193 1.175 1.159 1.153 1.137 0.000 2.111 2.107 2.014 2.010 2.360 2.354 2.451 2.446 2.905 2.884 2.861 2.838 2.815 2.792 2.769 2.954 2.950 2.998 2.995 5.803 5.799 5.786 5.772 5.768 7.246 7.211 7.201 7.193 7.190 7.180 7.175 7.163 7.161 7.342 7.335 7.314 -0.005 28.099 22.321 22.108 19.744 30.900 32.269 77.424 77.200 77.000 76.577 119.693 122.608 141.956 141.898 134.145 126.574 126.158 126.047 22,3 22,1 30,9 * * demais aromáticos 122,6; 126,0; 126,2; 126,6 119,7 28,0 32,3 * 19,7 * carbonos quaternários: 134,1; 141,9; 142,0 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 217 (75 MHz, CDCl3) 349 40 30 20 10 0 -10 3.00 9.0 7.00 0.97 7.0 6.0 2.50 3.0 2.0 Espectro de RMN de 1H do composto 218 (300 MHz, CDCl3) 3.51 350 4.0 1.10 5.0 1.10 1.00 0.98 1.04 8.16 0.58 8.0 1.10 10.0 7.064 7.030 7.027 7.005 7.001 7.070 2.162 2.188 2.179 2.204 2.218 2.243 2.235 2.498 2.260 2.520 2.513 2.554 2.535 2.576 2.569 2.591 3.032 3.009 2.985 2.962 2.939 2.915 1,30 1.10 1.00 7.10 0.98 1.04 11.0 7.112 7.093 7.088 7.181 7.118 aromáticos 7,04; 7,09; 7,15-7,50 Ph 2,20 e 2,54 5,99 2,98 2.00 6. 1.0 0.0 -1.0 1.319 1.296 0.000 3.032 3.009 2.985 2.962 2.939 2.915 2.591 2.576 2.569 2.554 2.535 2.520 2.513 2.498 2.260 2.243 2.235 2.218 2.204 2.188 2.179 2.162 7.118 7.112 7.093 7.088 7.070 7.064 7.030 7.027 7.005 7.001 6.002 5.987 5.971 7.359 7.353 7.341 7.330 7.325 7.222 7.217 7.186 7.181 7.421 32.203 31.444 19.804 77.423 76.999 76.575 127.268 127.210 127.126 127.001 126.207 125.994 125.954 125.667 128.701 128.172 134.237 139.369 141.590 140.850 demais aromáticos 125,9; 126,0; 126,2; 127,0; 127,1; 127,2; 127,3; 128,2; 128,7 30 20 * * * * 125,7 31,4 32,2 19,8 128.50 128.00 127.50 127.00 126.50 126.00 125.667 125.994 125.954 126.207 127.268 127.210 127.126 127.001 128.172 128.701 * carbonos quaternários: 134,2; 139,4; 140,8; 141,6 125.50 250 240 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 218 (75 MHz, CDCl3) 351 40 10 0 -10 2.50 6.40 6.30 6.10 .90 8.0 7.0 6.0 352 5.0 2.80 4.0 3.0 Espectro de RMN de 1H do composto 192 (300 MHz, CDCl3) 2.54 9.0 2.50 10.0 6.20 1.01 11.0 6.000 5.985 6.046 6.032 6.016 6.437 6.431 6.443 2.762 2.790 2.817 aromáticos 6,99-7,22 1.00 4.10 12.0 1.01 1.00 6.50 6.464 6.475 6.469 6,45 6,02 2,79 2,27-2,34 2.70 6.00 2.0 1.0 0.0 0.000 1.506 2.817 2.790 2.762 2.343 2.337 2.329 2.323 2.315 2.309 2.301 2.295 2.289 2.283 2.274 2.268 6.046 6.032 6.016 6.000 5.985 7.020 7.013 6.993 6.475 6.469 6.464 6.443 6.437 6.431 7.161 7.148 7.139 7.133 7.126 7.117 7.109 7.104 7.094 7.088 7.083 7.072 23.167 27.469 77.423 77.000 76.577 127.754 127.486 126.810 126.400 125.849 125.794 134.104 128.621 135.437 * demais aromáticos e olefínicos 125,9; 126,4; 126,8; 127,5; 127,8; 128,6 23,2 * 27,5 135.0 230 220 125.849 125.794 126.400 126.810 127.754 127.486 128.621 134.104 135.437 * carbonos quaternários: 134,1; 135,4 130.0 210 200 190 180 125.0 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 192 (75 MHz, CDCl3) 353 40 30 20 10 0 -10 6.550 2.44 7.850 6.400 6.350 6.300 6.250 7.800 950 354 4.0 3.0 Espectro de RMN de 1H do composto 201 (300 MHz, CDCl3) 2.0 0.03 5.0 2.900 0.18 6.0 6.200 2.44 2.46 7.0 6.450 1.00 8.0 1.02 9.0 2.46 7.900 6.500 2.873 2.890 2.400 1.0 2.360 2.357 2.377 2.373 2.369 2.365 2.393 2.390 2.385 2.381 2.402 2.398 7,96 2.906 7,22 7.846 7.850 7.955 6.208 6.199 6.190 6.180 6.171 6.509 6.505 6.502 6.528 6.525 6.521 6,19 1.03 0.89 0.91 10.0 7,85 1.00 1.02 7.950 0.89 0.91 8.000 7.971 7.960 7.976 O2N 6,52 2,89 2,38 6.150 2.350 2.850 0.0 0.000 2.402 2.398 2.393 2.390 2.385 2.381 2.377 2.373 2.369 2.365 2.360 2.357 2.906 2.890 2.873 6.208 6.199 6.190 6.180 6.171 6.528 6.525 6.521 6.509 6.505 6.502 7.976 7.971 7.960 7.955 7.850 7.846 7.262 7.232 7.216 O2N 146,9 22.571 27.476 77.254 77.132 77.000 76.746 120.229 121.745 126.402 128.112 135.171 131.261 146.918 142.957 demais aromáticos 126,4; 128,1; 131,3 121,7 * * 120,2 22,6 27,5 * carbonos quaternários: 135,2; 143,0 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 201 (75 MHz, CDCl3) 355 40 30 20 10 0 -10 aromáticos 7,08-7,29 1,78-1,85 2.06 1.00 9.0 8.0 .10 6.00 6.0 5.0 3.0 Espectro de RMN de 1H do composto 221 (300 MHz, CDCl3) 2.39 4.0 5.23 356 5.90 0.18 2.06 0.19 0.08 0.08 7.0 1.00 4.54 10.0 5.938 5.961 5.957 5.947 5.943 5.980 5.971 5.966 5.985 5.990 5,96 2,02-2,11 2.583 2.560 2.537 2,09 2,56 2.60 2.0 2.50 5.8 1.0 0.0 0.000 2.583 2.560 2.537 2.115 2.095 2.092 2.067 2.044 2.020 1.848 1.825 1.801 1.777 1.519 7.281 7.258 7.238 7.231 7.213 7.206 7.198 7.181 7.171 7.163 7.157 7.151 7.144 7.140 7.125 5.990 5.985 5.980 5.971 5.966 5.961 5.957 5.947 5.943 5.938 24.895 22.632 32.578 34.528 77.423 77.000 76.577 128.739 126.473 126.425 126.055 125.855 136.807 140.903 141.884 22,7 * 125,9 * demais aromáticos 126,1; 126,4; 126,5; 128,8 32,6 * 34,6 24,9 * carbonos quaternários: 136,8; 140,9; 141,9 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 Espectro de RMN de 13C do composto 221 (75 MHz, CDCl3) 357 50 40 30 20 10 0 aromáticos 7,18-7,29 0.96 4.20 5.50 5.00 358 4.50 4.00 3.50 Espectro de RMN de 1H do composto 213 (300 MHz, CDCl3) 3.00 2.50 2.94 6.00 2.00 6.50 1.00 7.00 4.10 1.03 7.50 0.96 4.29 8.00 4,09 4.062 4.086 4.109 O 2,18 2,32 2,98-3,14 4.00 2.00 2.916 2.892 2.370 2.346 2.324 2.321 2.298 2.296 2.181 2.994 2.969 2.945 3.091 3.065 3.039 3.144 3.118 4.109 4.086 4.062 7.288 7.285 7.281 7.272 7.269 7.267 7.259 7.256 7.251 7.242 7.235 7.217 7.212 7.211 7.205 7.196 7.187 7.182 7.176 demais aromáticos 124,8; 124,9; 126,5; 127,5 28.580 27.636 31.871 58.932 77.423 77.200 77.000 76.577 124.924 124.806 126.504 127.534 144.511 140.838 208.765 O 58,9 28,5** 208,8 * 27,5** * 31,9 * carbonos quaternários: 140,8; 144,5 ** as atribuições podem estar trocadas 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 213 (75 MHz, CDCl3) 359 40 30 20 10 0 -10 O aromáticos 7,18-7,29 2,18 3,52 (q; J = 10,5 Hz) O 4,09 2,32 1,47 (d; J = 10,5 Hz) + 2,98-3,14 Espectro de RMN de 1H da mistura 213 e 222 (proporção 3:1) (300 MHz, CDCl3) 360 aromáticos H 7,19-7,30 H' 1,80-1,90 1,29 0 3.70 4.0 3.40 3.0 3.04 0.25 361 3.50 1.33 5.0 3.60 2.60 2.50 2.0 Espectro de RMN de 1H do composto 215 (trans:cis 21:1) (300 MHz, CDCl3) 1.0 2.40 2.30 2.169 2.590 2.578 2.564 2.553 2.633 2.622 2.607 2.596 2.216 3.336 3.360 3.384 3.408 3.433 3.457 4.055 2.94 3.80 2.94 0.22 6.0 3.90 1.16 7.0 4.00 1.10 1.16 8.0 2,17 0.22 4.10 1.10 1.16 4.95 9.0 1.16 3,40 2,59 4.084 4.066 O 4.095 4,09 2.20 atribuições do diastereoisômero majoritário 3.30 0.0 2.10 1.300 1.277 1.365 1.343 1.898 1.870 1.854 1.842 1.827 1.798 2.169 2.216 4.095 4.084 4.066 4.055 3.457 3.433 3.408 3.384 3.360 3.336 2.633 2.622 2.607 2.596 2.590 2.578 2.564 2.553 7.224 7.220 7.217 7.188 7.163 7.159 7.157 7.271 20.173 19.726 27.979 27.613 38.446 38.344 38.104 37.631 57.680 77.424 77.000 76.576 124.777 124.576 123.839 123.483 127.695 127.445 126.592 125.962 149.108 148.726 140.600 140.399 209.015 208.468 O 27,6 57,7 208,6 * demais aromáticos 123,9; 124,8; 126,6; 127,7 37,7 38,4 * 20,2 * carbonos quaternários: 140,4; 149,1 atribuições do diastereoisômero majoritário 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 215 (trans:cis 21:1) (75 MHz, CDCl3) 362 40 30 20 10 0 aromáticos 7,15-7,18; 7,20-7,25 2,55 1,13 6.00 5.50 5.00 3.25 4.50 3.00 1.01 3.50 3.00 2.50 Espectro de RMN de 1H do composto 223 (500 MHz, CDCl3) 1.50 2.95 3.05 2.00 3.03 2.50 1.02 363 1.02 1.00 4.00 2.75 1.02 6.50 3.50 1.02 4.25 1.01 0.99 7.00 H 1.00 0.99 4.12 7.50 1.824 1.807 1.833 2.523 2.530 2.538 2.548 2.546 2.556 2.564 2.571 2.893 2.906 2.920 2.934 2.947 2.961 2.975 3.455 3.441 3.426 3.412 3.397 3.383 4.255 4.248 4.273 4.266 2,93 1.840 4,26 1.866 1.849 O 1,06 3,41 H' 1,81-1,87 1,28 1.75 1.00 0.50 0.00 1.072 1.059 0.000 1.866 1.849 1.840 1.833 1.824 1.807 1.288 1.274 1.135 1.121 2.571 2.564 2.556 2.548 2.546 2.538 2.530 2.523 4.273 4.266 4.255 4.248 3.455 3.441 3.426 3.412 3.397 3.383 2.975 2.961 2.947 2.934 2.920 2.906 2.893 7.234 7.228 7.218 7.215 7.211 7.208 7.178 7.174 7.164 7.161 18.892 18.408 20.188 38.878 38.436 38.122 54.943 126.441 124.519 123.796 120 77.254 77.000 76.746 127.515 140.806 149.351 214.458 130 18,4b O 149,4a 38,1c 54,9 214,5 demais aromáticos 123,8; 124,5; 126,4; 127,5 18,9b 38,4c 140,8a 38,9c 20,2 a b c 230 220 210 200 190 as atribuições podem estar trocadas 180 170 160 150 140 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 223 (125 MHz, CDCl3) 364 40 30 20 10 0 -10 3,74 3.90 6.3 365 3.80 3.70 5.0 3.60 3.8 Espectro de RMN de 1H do composto 224 (300 MHz, CDCl3) 3.668 3.691 3.714 3.736 3.759 3.782 3.805 3.782 3.759 3.736 3.714 3.691 3.668 7.243 7.532 7.531 7.524 7.517 7.513 7.506 7.499 7.304 7.297 8.170 8.161 8.155 8.144 8.137 8.043 8.035 8.025 8.023 8.019 8.010 2.5 1.3 -0.00000 1.403 1.380 2,67 2.668 aromáticos 7,29-7,31; 7,49-7,53; 8,00-8,05; 8,13-8,17 6.25 7.5 0.95 8.8 1,39 3.21 0.95 10.0 2.05 2.02 0.98 1.00 11.3 3.805 1,39 0.0 19.476 23.616 28.340 77.424 77.000 76.577 121.341 123.784 125.283 125.072 124.911 132.024 131.368 126.425 132.907 142.773 23,6 23,6 28,3 * demais aromáticos 121,3; 123,8; 124,9; 125,1; 125,3; 126,4 * * * 19,5 * carbonos quaternários: 131,4; 132,0; 132,9; 142,8 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 Espectro de RMN de 13C do composto 224 (75 MHz, CDCl3) 366 50 40 30 20 10 0 3,50 0.99 .80 3.50 2.100 4.0 3.0 Espectro de RMN de 1H do composto 225 (300 MHz, CDCl3) 2.050 2.000 2.0 3.30 5.0 1.974 1.999 2.003 2.017 2.028 2.041 2.046 2.071 3.445 3.469 3.493 3.518 3.541 3.565 H' 1,97-2,07 1.01 367 60 0.99 6.0 5.0 0.95 7.0 1.00 8.0 5.050 1.01 5.100 0.95 1.00 9.0 2.05 2.43 10.0 2.687 2.674 2.730 2.716 2.714 2.700 2.756 2.742 H 2.16 1.04 2.07 11.0 5.086 5.072 5.056 5.043 aromáticos 7,05-7,11; 7,22-7,25; 7,48-7,63; 8,03-8,06 5,06 O 2,71 1,33 2.70 3 1.95 1.0 0.0 0.000 2.071 2.046 2.041 2.028 2.017 2.003 1.999 1.974 1.345 1.322 2.756 2.742 2.730 2.716 2.714 2.700 2.687 2.674 3.565 3.541 3.518 3.493 3.469 3.445 5.086 5.072 5.056 5.043 7.080 7.078 7.076 7.073 7.245 7.237 7.233 7.532 7.507 7.483 7.630 7.601 7.577 7.572 8.065 8.061 8.056 8.037 8.032 20.429 38.613 38.474 51.146 77.424 77.000 76.576 123.802 125.055 126.413 127.516 140.753 136.820 133.046 128.867 128.657 149.394 200.398 200,4 demais aromáticos 123,8; 125,1; 126,4; 127,5; 128,7; 128,7; 128,9; 128,9; 133,1 51,2 123.802 125.055 126.413 127.516 128.657 128.867 133.046 O * 38,5 38,6 * 20,5 * carbonos quaternários: 136,8; 140,8; 149,4 133.3 230 220 131.7 210 130.0 200 190 128.3 180 126.7 170 125.0 160 123.3 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 225 (75 MHz, CDCl3) 368 40 30 20 10 0 -10 9.665 9.656 3.973 3.963 3.953 3.944 3.935 3.924 3.915 O aromáticos 7,18-7,31 1.00 0.97 9.700 4.000 7.0 6.0 5.0 369 3.900 4.0 3.0 Espectro de RMN de 1H do composto 226 (300 MHz, CDCl3) 2.18 8.0 3.950 2.19 9.0 1.00 4.38 0.96 10.0 9.650 H 9,66 3,94 2,26-2,50 2,93-3,10 3.8 9.6 2.0 1.0 3.973 3.963 3.953 3.944 3.935 3.924 3.915 3.101 3.079 3.074 3.048 3.026 3.020 2.998 2.978 2.947 2.925 2.495 2.467 2.429 2.423 2.409 2.403 2.401 2.380 2.351 2.329 2.323 2.285 2.257 7.306 7.299 7.284 7.277 7.276 7.267 7.249 7.247 7.236 7.227 7.221 7.220 7.213 7.207 7.191 7.189 7.184 9.665 9.656 * 25.409 31.739 57.871 77.424 77.000 76.576 125.093 124.898 126.680 127.935 H 200,6 * demais aromáticos 124,9; 125,1; 126,7; 128,0 138.378 144.728 200.610 O 57,9 25,4 31,8 * carbonos quaternários: 138,4; 144,8 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 Espectro de RMN de 13C do composto 226 (75 MHz, CDCl3) 370 50 40 30 20 10 0 3.849 3.826 3.804 O aromáticos 6,96-7,00; 7,10-7,20 1.00 3.90 5.00 4.50 371 4.00 3.50 3.00 Espectro de RMN de 1H do composto 227 (300 MHz, CDCl3) 2.50 2.00 1.26 5.50 3.30 6.00 3.02 6.50 3.80 2.10 7.00 1.00 1.01 3.03 7.50 2,11 1,85-2,08 3,83 1,65-1,78 e 1,85-2,08 2,71-2,88 3 1.50 1.658 1.696 1.692 1.744 1.972 1.905 1.847 1.788 2.007 2.036 2.067 2.112 2.877 2.821 2.797 2.788 2.778 2.768 2.712 3.849 3.826 3.804 7.250 7.199 7.175 7.167 7.158 7.153 7.146 7.130 7.128 7.118 7.115 7.113 7.106 7.098 6.995 6.988 6.980 6.964 20.795 26.149 27.708 29.218 53.689 210,7 53,7 demais aromáticos 125,9; 126,8; 129,2; 129,5 77.424 77.000 76.576 137.336 133.580 129.499 129.207 126.812 125.907 210.681 27,7** O * * 26,2** 20,8 29,2 * carbonos quaternários: 133,6; 137,4 ** as atribuições podem estar trocadas 230 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Espectro de RMN de 13C do composto 227 (75 MHz, CDCl3) 372 40 30 20 10 0 -10 7,11* 2,82-2,89 e 2,99-3,08 *as atribuições podem estar trocadas **as atribuições podem estar trocadas 1.00 4.750 3.50 3.00 2.50 Espectro de RMN de 1H do composto 228 (300 MHz, CDCl3) 2.00 1.77 373 4.00 3.32 4.50 1.21 5.00 4.700 1.09 5.50 1.06 6.00 1.12 6.50 1.06 1.00 7.00 7.50 1.04 7.75 4.688 4.677 7,21** 4.729 4.718 7,29** 1.19 7.50 1.12 0.98 8.00 1.04 1.19 1.12 0.98 8.50 OH 7.267 7.266 7.259 7.239 7.234 7.215 7.210 7.190 7.185 7.121 7 094 119 097 7 1,83 7.322 7.318 7.297 7.292 7.828 7.823 7.801 7.797 7,81* ONO2 H 4,70 1,47-1,65 e 2,07-2,18 2,34-2,43 e 2,48-2,62 4.650 7.25 1.50 1.00 0.50 1.498 1.553 1.595 2.071 1.828 1.649 2.111 2.142 2.179 2.430 2.414 2.403 2.345 2.332 2.478 2.519 2.565 2.561 2.837 2.816 2.619 2.887 2.866 2.992 2.986 3.035 3.085 3.079 4.688 4.677 4.729 4.718 7.828 7.823 7.801 7.797 7.322 7.318 7.297 7.292 7.267 7.266 7.259 7.239 7.234 7.215 7.210 7.190 7.185 7.121 7.119 7.097 7.094 25,7 OH 22.507 25.666 36.048 32.069 77.424 77.000 76.576 75.698 94.043 127.209 124.916 128.163 131.391 ONO2 94,7 * demais aromáticos 124,9; 127,2; 128,2; 131,4 138.123 143.267 75,7 32,1 * 36,1 22,5 * carbonos quaternários: 138,1; 143,3 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 Espectro de RMN de 13C do composto 228 (75 MHz, CDCl3) 374 50 40 30 20 10 0 HO I 2.496 2.491 2.286 2.500 2.504 2.509 7.120 7.100 7.479 7.459 7.596 7.632 7.613 7.686 7.704 7.719 8.215 7.100 7.459 7.120 7.479 7,11 O S 2,29 O 8,22 8.233 7,47 7.596 7.613 7.632 7.686 7.704 7.719 8.215 8.233 O 7,59-7,72 7,59-7,72 7.50 1.97 7.75 2.00 7.25 7.00 7.00 3.08 7.50 8.00 1.97 8.00 2.00 8.50 3.16 2.03 9.00 3.16 2.03 8.25 6.50 6.00 5.50 5.00 4.50 4.00 Espectro de RMN de 1H do HTIB (400 MHz, DMSO-d6) 375 3.50 3.00 2.50 2.00 8.120 8.099 7,42 2.420 2.287 2.491 2.496 2.500 2.504 7.121 7.101 2,29 O 8,11 2.509 7.101 7.121 7.428 7.407 7,11 O S 7.428 7.407 I 7,47 7.480 7.460 HO 7.460 7.480 8.099 8.120 O 2,42 2.15 7.25 7.00 3.22 3.34 7.50 7.50 2.15 8.00 2.21 2.22 2.04 8.50 7.75 2.21 2.22 2.04 8.00 6.50 6.00 5.50 5.00 4.50 4.00 3.50 3.00 Espectro de RMN de 1H do composto 242 (400 MHz, DMSO-d6) 376 2.50 2.00 2,68 7,58-7,70 8,34 O 5.50 377 5.00 7.50 7.25 4.50 4.00 3.50 3.00 Espectro de RMN de 1H do composto 244 (400 MHz, DMSO-d6) 2.50 2.94 2.83 6.00 7.75 2.06 6.50 8.00 1.07 7.00 8.25 2.00 7.50 2.00 0.95 8.50 7.102 7.121 7.369 7.362 7.356 7.354 7.347 7.389 7.382 7.455 7.476 7.624 7.642 7.635 7.652 7.650 7.671 7.669 O S 2.06 8.00 1.07 2.00 8.50 2.00 0.95 9.00 I 7,47 8.334 HO 8.354 O 7,11 2,29 7,33-7,42 7,58-7,70 7.00 2.00 1.50 2.361 2.287 2.496 2.491 2.500 2.504 2.509 2.676 3.372 3.414 7.102 7.121 7.347 7.356 7.354 7.362 7.369 7.382 7.389 7.455 7.624 7.476 7.635 7.642 7.652 7.650 7.671 7.669 8.334 8.354 HO I O O O S 2,73 7,62 7,20 2,37 7,30 2,42 Espectro de RMN de 1H do composto 248 (400 MHz, CD3OD) 378 HO I O O O S Espectro de RMN de 13C do composto 248 (100 MHz, CD3OD) 379 HO I 7.234 7.215 7.749 7.728 7.688 7.668 7,68 1.386 2.367 7,22 O S 2,37 O 8,27 8.281 8.259 3.306 3.302 3.318 3.314 3.310 4.870 7.215 7.234 7.668 7.688 7.728 7.749 8.259 8.281 O 7,74 1,38 7.25 7.00 6.50 6.00 5.50 5.00 4.50 4.00 3.50 3.00 Espectro de RMN de 1H do composto 251 (400 MHz, CD3OD) 380 2.50 9.00 7.50 2.98 7.50 2.01 8.00 7.75 2.01 2.00 1.97 1.97 8.50 8.00 2.00 1.97 1.97 8.25 2.00 1.50 1.00 O HO I O S O Espectro de RMN de 13C do composto 251 (100 MHz, CD3OD) 381 OMe 6.50 7.75 6.00 7.50 5.50 7.25 5.00 382 4.50 4.00 3.24 7.00 2.86 7.50 8.00 3.87 8.00 1.99 1.71 8.25 7.103 7.146 7.138 7.133 7.123 7.115 7.466 7.462 7.458 O 3.89 8.50 O S 7.482 7.478 8,18 2.01 1.72 9.00 I 7,47 8.173 8.168 8.160 HO 8.199 8.191 8.186 O 7,10-7,15 2,29 7,10-7,15 3,85 7.00 3.50 Espectro de RMN de 1H do composto 252 (400 MHz, DMSO-d6) 3.00 2.50 2.00 1.50 2.287 2.509 2.505 2.500 2.495 2.491 3.853 7.146 7.138 7.133 7.123 7.115 7.103 7.482 7.478 7.466 7.462 7.458 8.199 8.191 8.186 8.173 8.168 8.160 Referências 383 384 Referências (1) Abe, N.; Onoda, R.; Shirahata, K.; Kato, T.; Woods, M. 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Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, Brasil Com período sanduíche na Universidade de Estocolmo (Orientadora: Berit Olofsson) Título: Síntese total da (+)-baquenolida A, oxidação de cis-octalinas e de 1,2-di-hidronaftalenos com tálio(III) e síntese de reagentes de Koser Orientadores: Helena Maria de Carvalho Ferraz e Luiz Fernando da Silva Jr. 08/2004 – 07/2006 Mestrado em Agroquímica. Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa, Brasil Título: Síntese de piretróides e estudo de sua atividade inseticida. Orientador: Elson Santiago de Alvarenga 02/2000 – 07/2004 Graduação em Licenciatura em Química. Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa, Brasil 02/2000 - 07/2004 Graduação em Bacharelado em Química. Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa, Brasil Trabalho de conclusão de curso: Síntese de um precursor utilizado na produção de piretróides Orientador: Elson Santiago de Alvarenga 393 ______________________________________________________________________________ Atuação Profissional 08/2010 – 12/2010 Atuação como professora do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) na Escola Estadual Prof. Daniel Paulo Verano Pontes. Carga horária semanal: 18 h. ______________________________________________________________________________ Monitorias Realizadas 1. Universidade de São Paulo (USP) 03/2008 – 07/2008 Atuação como monitora da disciplina QFL2342 - Reatividade de Compostos Orgânicos I. Carga horária semanal: 8 h. 03/2007 -07/ 2007 Atuação como monitora da disciplina QFL2129 - Química Inorgânica. Carga horária semanal: 8 h. 2. Universidade Federal de Viçosa (UFV) 09/2003 – 07/2004 Atuação como monitora das disciplinas QUI138 - Fundamentos de Química Orgânica - e QUI139 - Laboratório de Química Orgânica. Carga horária semanal: 12 h. 03/2002 – 07/2002 Atuação como monitora da disciplina MAT 147 - Cálculo II. Carga horária semanal: 12 h. ______________________________________________________________________________ Bolsas Recebidas 08/2006 – 07/2010 Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq. 08/2004 – 07/2006 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. 08/2002 – 07/2003 Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq. Carga horária semanal: 16 h. 03/2001 – 02/2002 Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG. Carga horária semanal: 16 h. ______________________________________________________________________________ 394 Idiomas Inglês Compreende Razoavelmente, Fala Razoavelmente, Escreve Razoavelmente, Lê Bem. Português Compreende Bem, Fala Bem, Escreve Bem, Lê Bem. ______________________________________________________________________________ Prêmios e títulos 2004 Honra ao Mérito (Patrono: Prof. Milton Vieira Campos), Conselho Regional de Química de Minas Gerais. 2004 Medalha de Prata Presidente Bernardes, Universidade Federal de Viçosa (UFV). 2004 Votos de Louvor, Universidade Federal de Viçosa (UFV) / Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas. ______________________________________________________________________________ Publicações Artigos completos publicados em periódicos 1. MERRITT, E. A., CARNEIRO, V. M. T., SILVA Jr., L. F., OLOFSSON, B. Facile Synthesis of Koser’s Reagent and Derivatives from Iodine or Aryl Iodides. Journal of Organic Chemistry, v. 75, p. 7416-7419, 2010. 2. CARNEIRO, V. M. T., FERRAZ, H. M. C., VIEIRA, T. O., ISHIKAWA, E. E., SILVA Jr., L. F. A Ring Contraction Strategy toward a Diastereoselective Total Synthesis of (+)-Bakkenolide A. Journal of Organic Chemistry, v. 75, p. 2877-2882, 2010. 3. SILVA Jr., L. F., CARNEIRO, V. M. T. Thallium(III) in Organic Synthesis. Synthesis (Stuttgart), p.1059-1074, 2010. 4. FERRAZ, H. M. C., CARNEIRO, V. M. T., SILVA Jr., L. F. Ring Contraction of 1,2-Dihydronaphthalenes Promoted by Thallium(III) in Acetonitrile: A Diastereoselective Approach to Indanes. Synthesis (Stuttgart), p. 385-388, 2009. 5. FERRAZ, H. M. C., CARNEIRO, V. M. T., VIEIRA, T. O., SILVA Jr., L. F. Reações de oxidação de derivados de cis-octalinas promovidas por trinitrato de tálio (TTN). Química Nova, v. 31, p. 781-787, 2008. 395 6. ALVARENGA, E. S., CARNEIRO, V. M. T., SILVERIO, F. O., SALIBA, W. A. A high yield synthesis of 1,2:5,6-Di-O-isopropylidene-D-mannitol. Journal of the Chilean Chemical Society, v.51, p. 986-988, 2006. Capítulos de livros publicados 1. SILVA Jr., L. F., CARNEIRO, V. M. T. Thallium(III) Acetate In: e-Encyclopedia of Reagents for Organic Synthesis: John Wiley & Sons, Ltd, 2008. 2. SILVA Jr., L. F., CARNEIRO, V. M. T. Thallium(III) Nitrate Trihydrate In: e-Encyclopedia of Reagents for Organic Synthesis: John Wiley & Sons, Ltd, 2008. Trabalhos publicados em anais de eventos (resumo) 1. MERRITT, E. A., CARNEIRO, V. M. T., SILVA Jr., L. F., OLOFSSON, B. Facile Synthesis of Koser's Reagent Derivatives from Iodine or Aryl Iodine In: ICHIC2010 - 3rd International Conference on Hypervalent Iodine Chemistry, 2010, Bordô. Book of Abstracts, 2010. p. PP8. 2. CARNEIRO, V. M. T., FERRAZ, H. M. C., ISHIKAWA, E. E., SILVA Jr., L. F. Hypervalent Iodine(III) Reagents in the Synthesis of (+)-Bakkenolide A In: ICHIC2010 - 3rd International Conference on Hypervalent Iodine Chemistry, 2010, Bordô. Book of abstracts, 2010. p. PP17. 3. SILVA Jr., L. F., SIQUEIRA, F. A., ISHIKAWA, E. E., FOGAÇA, A., FACCIO, A. T., CARNEIRO, V. M. T. Iodine(III)-Mediated Ring Contraction of 1,2-Dihydronaphthalenes In: ICHIC2010 - 3rd International Conference on Hypervalent Iodine Chemistry, 2010, Bordô. Book of abstracts, 2010. p. OC-5. 4. FACCIO, A. T., CARNEIRO, V. M. T., SILVA Jr., L. F. Oxidação de 1,2-di-hidronaftalenos com I(III) em alcoóis fluorados In: 33ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2010, Águas de Lindóia. 396 33ª Reunião Anual da SBQ - A química construindo um futuro melhor, 2010. p. ORG-019. 5. CARNEIRO, V. M. T., FERRAZ, H. M. C., ISHIKAWA, E. E., SILVA Jr., L. F. Síntese total diastereosseletiva da (+)-baquenolida A In: 33ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2010, Águas de Lindóia. 33ª Reunião Anual da SBQ - A química construindo um futuro melhor, 2010. p. ORG-241. 6. ISHIKAWA, E. E., SILVA Jr., L. F., ALMEIDA NETO, A. F., CARNEIRO, V. M. T. Contração de Olefinas Cíclicas Mediadas por Iodo(III) em CF3CH2OH In: 32ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2009, Fortaleza. 32ª Reunião Anual da SBQ, 2009. p. QO-126. 7. FERRAZ, H. M. C., CARNEIRO, V. M. T., SILVA Jr., L. F. Studies toward the Total Synthesis of (+)-Bakkenolide A In: 13th Brazilian Meeting on Organic Synthesis, 2009, São Pedro. 13th Brazilian Meeting on Organic Synthesis, 2009. p.113. 8. FERRAZ, H. M. C., CARNEIRO, V. M. T., SILVA Jr., L. F. Reações de Oxidação de Derivados de cis-Octalinas Mediadas por TTN In: 31ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2008, Águas de Lindóia. 31ª Reunião Anual da SBQ, 2008. p. QO-141. 9. DESIDERA, A. L., ALVARENGA, E. S., CARNEIRO, V. M. T., SANGI, D. P. Síntese de 6,6-dimetil-3-oxabiciclo[3.1.0]hexan-2-ona In: XVI Simpósio de iniciação científica, 2007 CD de Resumos. Viçosa: UFV - Gráfica Universitária, 2007. 10. FERRAZ, H. M. C., SILVA Jr., L. F., CARNEIRO, V. M. T. Thallium(III)-Mediated Ring Contraction of 1,2-Dihydronaphthalenes in Acetonitrile In: 12th Brazilian Meeting on Organic Synthesis, 2007, Itapema. 12th Brazilian Meeting on Organic Synthesis, 2007. 11. DESIDERA, A. L., ALVARENGA, E. S., CARNEIRO, V. M. T., SANGI, D. P. Síntese de 6,6-dimetil-3-oxabiciclo[3.1.0]hexa-2-ona In: 29ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2006, Águas de lindóia. 29ª Reunião Anual da SBQ, 2006. 397 12. SANGI, D. P., CARNEIRO, V. M. T., DESIDERA, A. L., ALVARENGA, E. S. Adição fotoquímica de isopropanol a gama-lactonas insaturadas In: XIX Encontro Regional da SBQ - MG, 2005, Ouro Preto. CD de Resumos. Belo Horizonte: SBQ - MG, 2005. 13. CARNEIRO, V. M. T., ALVARENGA, E. S., SALIBA, W. A., SILVERIO, F. O. Síntese Otimizada de 1,2:5,6-di-O-Isopropilideno-D-manitol In: XVIII Encontro Regional da SBQ MG, 2004, Lavras. CD de Resumos. Lavras: SBQ - MG, 2004. 14. CARNEIRO, V. M. T., ALVARENGA, E. S. Sítese de um Potencial Precursor do Ácido (1R,3S)-cis-Crisantêmico In: XIII Simpósio de Iniciação Cietífica, 2003, Viçosa. Livro de Resumos. Viçosa: UFV - Gráfica Universitária, 2003. 15. ALVARENGA, E. S., CARNEIRO, V. M. T., OLIVEIRA, D. A., CANTUARIA, L. C. O. Síntese de um Potencial Precursor do Ácido (1R,3S)-cis-Crisantêmico In: XVI Encontro Regional da SBQ - MG, 2002, Viçosa. Livro de Resumos. Viçosa: UFV - Gráfica Universitária, 2002. 16. CARNEIRO, V. M. T., ALVARENGA, E. S. Sítese de Potenciais Inceticidas Análogos ao Ácido (1R,3S)-cis-Crisantêmico In: XI Simpósio de Iniciação Cietífica (A Ciência: um projeto para o Brasil), 2002, Viçosa. Livro de Resumos. Viçosa: UFV - Gráfica Universitária, 2002. p. 402. ______________________________________________________________________________ Participações em eventos 1. ICHIC2010 - 3rd International Conference on Hypervalent Iodine Chemistry, 2010, Bordô, França. 2. 33ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2010, Águas de Lindóia, SP, Brasil. 3. 13th Brazilian Meeting on Organic Synthesis, 2009. São Pedro, SP, Brasil. 4. Workshop "Catálise a serviço da química verde", 2009, Campinas, SP, Brasil. 5. II ESSO - II Escola Superior de Síntese Orgânica, 2009, Campinas, SP, Brasil. 6. 31ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2008, Águas de Lindóia, SP, Brasil. 398 7. 12th Brazilian Meeting on Organic Synthesis, 2007, Itapema, SC, Brasil. 8. XVIII Encontro Regional da SBQ - MG, 2004, Lavras, MG, Brasil. 9. XIII Simpósio de Iniciação Cietífica, 2003, Viçosa, MG, Brasil. 10. III Encontro Mineiro de Ensino em Química, 2003, Viçosa, MG, Brasil. 11. I Semana Acadêmica das Licenciaturas em Ciências Exatas, 2003, Viçosa, MG, Brasil. 12. XVI Encontro Regional da SBQ - MG, 2002, Viçosa, MG, Brasil. 13. XI Simpósio de Iniciação Cietífica (A Ciência: um projeto para o Brasil), 2002, Viçosa, MG, Brasil. 399