Os Investimentos Públicos em
Energia Elétrica no Brasil nas
décadas de 80 e 90.
João Lossio Pereira dos Reis

Objetivo: Apresentar e discutir algumas razões para a redução do
investimento no setor elétrico brasileiro ao longo das décadas de
oitenta e noventa.
Evolução do Investimento no Setor Elétrico Brasileiro 1978/2000
Fonte: De Araújo (2001), página 82
Principais Tópicos

Década de 80
Panorama Macroeconômico
O investimento do Setor Elétrico

Década de 90
Panorama Macroeconômico
O investimento do Setor Elétrico

Conclusão
Década de 80

Panorama Macroeconômico
• O grande aumento da inflação;
Taxa de Inflação Média (%a.a.)
Período
1971/1980
1981/1990
1991/1994
1995/2000
Índice Geral de Preços
(FGV)
40%
355%
1099%
10%
Fonte: Elaboração própria, com base em: Castro; Giambiagi; Hermann; e Villela, (2005). Apêndice Estatístico.
• A deterioração da contas públicas e das contas externas;
Dívida Externa Líquida / Exportações
Período
1971/1980
1981/1990
1991/1994
1995/2000
Div.Liq. /
Export.
2,33
3,67
3,05
3,06
Fonte: Elaboração própria, com base em: Castro; Giambiagi; Hermann; e Villela, (2005). Apêndice Estatístico.
Década de 80

Panorama Macroeconômico
• O aumento das taxas de juros internacionais;
1960/1969
1970/1979
1981
1980/1989
1990/1999
4,18%
7,09%
16,36%
9,95%
5,14%
Fonte: Elaboração Própria, com base em: FMI/IFS - Juros americano - fundos federais - (% a.a.)
•
A quase-estagnação econômica.
Taxas de crescimento médias (% a.a.)
Período
Brasil
A.Latina
Mundo
1951/1960
7,4
5,1
4,2
1961/1970
6,2
5,7
4,9
1971/1980
8,6
5,5
3,8
1981/1990
1,5
1,0
3,1
Fonte: Além, A.C. e Giambiagi, F. (2000), página 103.
Década de 80

As razões para a queda do Investimento no
Setor Elétrico Brasileiro
• A queda da Formação Bruta de Capital Fixo como
proporção do PIB
Período
1971/1980
1981/1985
1986/1990
1991/1995
FBCF / PIB
24%
18%
17%
15%
Fonte: Elaboração própria, com base em: Além e Giambiagi, F. , (2000), página 103.
• A realização desordenada dos investimentos na segunda
metade dos anos oitenta.
Fragilidade do Processo de Planejamento – viés expansionista
Década de 80

As razões para a queda do Investimento no
Setor Elétrico Brasileiro
 A ampla utilização das estatais como instrumento de
política econômica
Uso dos recursos do setor de
energia elétrica (percentual)
1975
1980
1985
1989
Investimentos
75
54
40
25
Serv. da Dívida
15
31
68
98
Dividendos
0
3
1
2
Outros Usos
3
4
1
17
Capital Circulante Líquido
8
8
-10
-42
TOTAL
100
100
100
100
Fonte: Buratini, (2004), Página 56
Década de 90

Panorama Macroeconômico
1º Metade: Caracterizada por:
• Altas taxas de inflação;
1991/1994 - 1099%a.a.
• Maior abertura econômica;
Ano
1990
1991
1992
1993
1994
Alíquota de Importação
Média (%)
32,2
25,3
21,2
17,1
14,2
Fonte: Castro; Giambiagi; Hermann; e Villela, (2005). Página 147. Exclui os setores da tabela original
• Início do processo de privatização.
Década de 90

Panorama Macroeconômico
2º Metade: Aspectos mais relevantes:
• A estabilização dos preços;
• A continuação e intensificação do processo de privatização – parte
do setor elétrico.
• Diversos desequilíbrios macroeconômicos.
Década de 90

As razões para a queda do Investimento no
Setor Elétrico Brasileiro
• Os Problemas da Transição;
Ausência de normas – longo e dessincronizado período de transição
• Os Riscos Regulatórios;
Regras criadas para preservar a forma básica do sistema hídrico – Térmicos
Hídricos – Licença ambiental ; ANA
• A Falta de Articulação das Reformas do Setor Energético.
Petróleo/GN/EE – incompatibilidade de critérios nos reajustes de preços GN-EE
Conclusão
Por que os investimentos no setor elétrico
brasileiro se reduziram de maneira tão vigorosa
no período analisado?
Quando contrapostas as décadas de oitenta e noventa, nota-se
que as respostas encontradas são amplamente diferentes.
O Brasil não conseguiu incentivar os aportes de capital (nem
estatal, nem privado) necessários para equilibrar a demanda e a
oferta de energia elétrica no país. Assim sendo, pode-se concluir
que desse longo período de subinvestimento eclodiu a crise
energética brasileira (2001).
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Panorama Macroeconômico