A ESTRUTURA ORGÂNICA DO ARQUIVO DA REAL COMPANHIA VELHA: . .
N a questão d o ensino 3 ocorreu uma situação semelhante A Junta da
Companhia estabeleceu a Aula Náutica, pelo Decreto de 30 de Julho de 1 762,
como resposta ao pedido de 35 dos principais comerciantes da cidade do Porto,
feito através de uma Representação dirigida à Coroa, datada de 1 8 de Outubro de
1 76 1 . Esta Representação tinha como objectivo a construção de 2 fragatas de
guerra destinadas a comboiarem os navios mercantes que saíam pela barra do
Porto. A Junta da Companhia ministrava uma instrução essencialmente de carác­
ter prático, a qual era acrescida de ensinamentos a bordo das embarcações mer­
cantis que efectuavam a carreira para os domínios ultramarinos. Recenseamos as
seguintes séries: Ordenados dos professores, Mapas de alunos inscritos, etc.
Passados alguns anos, a Junta da Companhia solicitou ao Rei a criação da
Aula de Debuxo e Desenho, instituída pelo Decreto de 27 de Novembro de
1 779. O ensino ministrado tinha como objectivo principal o ensino do curso
de pilotagem aliado a preocupações com a indústria fabril em fase de desen­
volvimento na cidade do Porto.
Tanto a Aula Náutica como a de De buxo e Desenho funcionaram no
Colégio do Meninos Órfãos até 1 802.
Quanto à Academia Real da Marinha e Comércio da cidade do Porto cri­
ada pelo Alvará régio datado de 9 de Fevereiro de 1 803 , esta resultou de um
pedido feito ao Princípe Regente (D. João VI), pela Junta da Companhia solic­
itando a instalação no Porto, de aulas oficiais de comércio e matemática, assim
como de aulas para o ensino de línguas francesa e inglesa. Nesse pedido a
Junta . disponibilizava meios para a manutenção e instalação da Academia em
edifício próprio. Esta Academia substitui as Aulas Náutica e de Debuxo e
Desenho. Após a revolução liberal como temos referido a Real Companhia
inicia um período de perda de privilégios. Nesse quadro compreende-se que
em 1 834 a administração da Academia tivesse entrado na regra dos outros
estabelecimentos de ensino estatais, mantendo�se nesta situaçãO até 1 83 7 .
Nessa data por iniciativa d o governo d e Passos Manuel sofreu uma profunda
remodelação transformando-se na Academia Politécnica do Porto . Recen­
seamos as séries a saber: Mapas de alunos inscritos, Relações de alunos exami­
nados, Ordenados de professores, Ordenados de empregados, Correspondên­
cia, Requerimentos, Relações de despesa com obras, etc.
Para finalizar gostariamós de dizer, que entendemos o Arquivo da Real
Companhia Velha como um sistema de informação que . reúne, para além da
documentação produzida e recebida pela Companhia, no exercício das sua
longa actividade, também documentação gerada no âmbito de funções exerci­
das na esfera de competências geralmente atribuídas ao Estado. R�ferimo-nos
concretamente à arrecadação das contribuições e impostos, à aplicação dessas
contribuições e impostos nas obras da B arra do Douro e das estradas do Douro
e no que concerne ao ensino na cidade do Porto. A documentação produzida
nesse contexto será tratada como sub-sistemas de informação, englobados
num sistema de informação mais vasto, que denominamos por Arquivo da
Real Companhia Velha. 4
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Na questão do ensino 3 ocorreu uma situação semelhante A Junta