Crie uma situação de análise da
informação e descreva segundo a
metodologia de Bardin
Anelise Ferreira
Márcio Gonçalves
Paulo Roberto Danelon
Rafaela Gueiros
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
Conceito:
 Processo típico da Ciência da Informação
 Compreende vários processos que variam segundo a
complexidade
 Coexistem em 3 tipos básicos:
◦ Análise do Discurso
◦ Análise Documental
◦ Análise de Conteúdo
Tipos básicos de Análise da Informação
Análise do discurso:
 Análise textual e contextual;
 Leva em consideração a estrutura discursiva.
Tipos básicos de Análise da Informação
Análise Documental:
 Trabalha com registros documentais;
 Representa a informação de modo “condensado”;
 Objetiva armazenagem e consulta.
Tipos básicos de Análise da Informação
Análise de Conteúdo:
 Conjunto de técnicas de análise das comunicações
 Utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de
descrição do conteúdo das mensagens
 Faz uso de indicadores (quantitativos ou não) que
permitam a inferência de conhecimentos relativos às
condições de produção/recepção (variáveis inferidas)
destas mensagens.
Tipos básicos de Análise da Informação
Análise de conteúdo segundo Bardin:
“[...] tem como objeto de estudo a linguagem.
Em razão disto, foi muito usada em estudos de
mensagem escrita, num primeiro estágio.
Posteriormente, foi empregada na análise de
comunicações não verbais, a Semiologia.
Finalmente, abrangeu trabalhos de índole
lingüística”.
Tipos básicos de Análise da Informação
Análise de conteúdo segundo Bardin:
“É atualmente utilizada para estudar e analisar
material qualitativo, buscando-se melhor
compreensão de uma comunicação ou discurso,
aprofundar suas características gramaticais às
ideológicas e outras, além de extrair os aspectos
mais relevantes”.
Tipos básicos de Análise da Informação
Funções da análise de conteúdo das mensagens
segundo Bardin (1977)
 Heurística: enriquece a tentativa exploratória e
aumenta a propensão à descoberta.
 Administração da prova: hipóteses sob a forma de
questões ou de afirmações provisórias (servindo de
diretrizes) apelarão para o método de análise
sistemática para serem verificadas no sentido de uma
confirmação ou de uma informação; é a análise de
conteúdo para ‘servir de prova’.
Níveis de Análise da Informação
Intuitivo: análise cotidiana e sem racionalização
Racional: com objetivos definidos e dentro de
circunstâncias específicas
Profissional: segue uma metodologia e um
conjunto de práticas específicas que buscam
compreender, organizar e recuperar conteúdos
de diferentes registros e suportes
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
Situação de análise da informação “criada” pelo
grupo (situação real):
Obras de arte do acervo de Marília Rodrigues
encaminhadas pela família da artista para análise
e futura doação com vista à integração ou não
dos trabalhos ao acervo da UnB
Marília Rodrigues
Gravadora, desenhista e professora. Estuda na Escola de Belas Artes, em Belo
Horizonte. Consegue bolsa para estudar gravura no Museu de Arte Moderna do Rio
de Janeiro (MAM/RJ entre 1959 e 1962. Estuda também com Oswaldo Goeldi
(1895-1961), na Escola Nacional de Belas Artes .
Vem para Brasília em 1963 e integra o grupo de
professores fundador do ICA da Universidade de
Brasília. Foi professora de desenho e gravura, orientou
o Núcleo de Gravura, ligado ao IdA/UnB. Em 1966, após
o episódio da demissão coletiva dos professores da UnB,
vai para o Rio de Janeiro, retornando para Brasília em 1988
quando é reintegrada.
Artista premiada participou de exposições individuais e coletivas como as Bienais
Americanas de Gravura (Chile), Arte Brasileira Atual , Bienal de São Paulo, I Salão de
Abril e Gravadores Brasileiros Contemporâneos (NY).
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
Pré-análise: organização prévia para
operacionalização e sistematização de ideias
Exploração do material: definição de
categorias (dentro das superclasses) e
consolidação e/ou alteração do que foi feito
na pré-análise
Tratamento dos resultados: inferências e
interpretações a partir da análise realizada
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
Análise flutuante:
 1º passo: quantificar o conjunto encaminhado para
análise para atestar o recebimento
 Quantitativo de obras a serem inventariadas:
TIPO
Obras da artista
Obras de outros
artistas
TOTAL
Nº DE OBRAS
412
315
727
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
Escolha dos documentos: só algumas regras
foram utilizadas
 Regra da Exaustividade
Foi considerada a totalidade do material
 Regra da Pertinência
Adaptação ao objetivo geral estabelecido para o
trabalho de análise
 Regra da Exclusividade
Os elementos não foram classificados em mais de
uma categoria (caso das obras sem assinatura)
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
Preparação do material: formulação de
hipóteses, primeiras superclasses e questões
norteadoras
Obras de Marília Rodrigues
• Gravuras
• Outras técnicas
Obras de outros artistas
• Obras de outros artistas e ex-alunos
• Correspondências
Obras sem assinatura
• Obras sem assinatura
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
Referenciação de índices e elaboração de
indicadores:
Obras de Marília Rodrigues
• Gravuras  nº
• Desenhos e outras técnicas  DE nº
Obras de outros artistas
• Obras de outros artistas e ex-alunos  OA nº
• Correspondências  CO nº
Sem assinatura
• Obras sem assinatura  SA nº
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
Codificação: consolidação dos índices apontados
na pré-análise





nº  Gravuras
DE nº  Desenhos e outras técnicas
OA nº  Obras de outros artistas e ex-alunos
CO nº  Correspondências
SA nº  Obras sem assinatura
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
Categorização: diferenciação e reagrupamento
segundo critérios definidos anteriormente
(consolidação do trabalho feito na pré-análise)
PRÉ-ANÁLISE
Obras da artista
CATEGORIZAÇÃO
Gravuras
Desenhos e outras técnicas
Obras de outros artistas
Outros artistas e ex-alunos
Obras sem assinatura
Obras sem assinatura
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
Categorização:
 Inventário: elementos comuns foram isolados e foi
feita a numeração sequencial, posteriormente
produzido caderno de inventário das obras
 Classificação: os elementos foram agora agrupados
de acordo com os códigos criados (categorias) e
assim foram organizados
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
36
Título: Sem título / 1966
Assinatura: SIM
Técnica: gravura em metal
Tiragem: PA 5
Dimensões:
(38,5 A x 38,5 L ) Mancha
( 49,5 A x 64,5 L ) Folha
Marcas/Inscrições/legendas: Não
36a
Título: Sem título / sem data
(1966? Informação outra tiragem)
Assinatura: NÃO
Técnica: gravura em metal
Tiragem: sem tiragem
Dimensões:
(38,5 A x 38,5 L ) Mancha
( 50 A x 64,5 L ) Folha
Marcas/Inscrições/legendas: Não
( x ) Bom
Sujidade, pontos de oxidação, dobra
na lateral esquerda e ondulações na
borda inferior e superior
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Bom
( x ) Regular
Sujidade, pontos de oxidação, dobra
na borda superior e no canto inferior
direito, ondulações na lateral direita.
( ) Ruim
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
Qualidades da categorização
 Exclusão mútua: a categoria SA nº sofreu ações
resultantes de inferências: algumas obras sem
assinatura passaram a fazer parte da categoria de
obras de Marília Rodrigues (nº) – pela matriz foi
possível ligar a impressão da gravura como de autoria
da artista.
 Homogeneidade: as regras de organização e
categorização eram aplicáveis às categorias e não a
todo o conjunto, e referiam-se mais diretamente à
dimensão estratégica da análise das informações
◦ Fragilidade da categoria SA nº foi atenuada por esta
dimensão
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
Qualidades da categorização
 Pertinência: as categorias atenderam aos objetivos da
análise realizada
 Objetividade e fidelidade: apesar das categorias
terem sido bem definidas e os índices e indicadores
terem sido respeitados, a categoria SA nº sofreu a
ação de uma certa subjetividade dos analistas, porém
reflete a produtividade da categorização
 Produtividade: os resultados geraram
desdobramentos em relação ao trabalho de análise
◦ Atribuição de autoria a obras que se encontravam na
categoria SA nº
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
Resultados imediatos:
 Análise estatística: foram feitas análises relativas ao
quantitativo de obras e à conservação
 Análise automática: possibilidade – Excel e softwares
CATEGORIA
Gravuras
Desenhos e outras técnicas
Total parcial das obras de Marília Rodrigues
Obras outros artistas e ex-alunos
Correspondência
Total parcial das obras de outros artistas
Obras sem assinatura
TOTAL GERAL
QUANTIDADE
392
038
CONSOLIDAÇÃO
430
221
33
51
254
51
735
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
TIPO
BOM REGULAR
RUIM
Gravuras
142
193
57
Desenhos e outras técnicas
16
18
04
Total parcial das obras de Marília Rodrigues
158
211
61
Obras de outros artistas e ex-alunos
96
101
24
Correspondência
18
14
01
Total parcial das obras de outros artistas
114
115
25
Obras sem assinatura
26
21
04
TOTAL GERAL
298
347
90
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
Inferência:
 Objetivos previstos foram atingidos
 Houve descobertas além do esperado
Interpretação: análise das obras permitiu
interpretações sobre a artista e sua produção,
auxiliando na análise da relevância da
incorporação dos trabalhos ao acervo da UnB
(ferramentas que influenciarão na tomada de
decisão por parte da Universidade)
CONCLUSÕES: ANÁLISE DA ANÁLISE (Pré-Análise)
SUBETAPA
VARIÁVEIS/AÇÕES
EXECUÇÃO
OBSERVAÇÕES
Análise
Flutuante
-
Sim
412 (MA) e 315 (OA). Total de 727
Exaustividade
Sim
Uso de todo o material
Representatividade
Não
Considerado todo o conjunto. Não
houve amostragem
Homogeneidade
Não
Uso de técnicas diferentes
Pertinência
Sim
Adaptação ao conteúdo e objetivos
Exclusividade
Sim
Não houve classificação em mais de
uma categoria
Preparação do
Material
Formulação de
Hipóteses
Sim
Obras (Marília, outros e sem assinatura)
Referenciação
de índices e
elaboração de
indicadores
Índices
Sim
Gravuras (nº), Desenhos (DE), ...
Indicadores
Sim
Condições de conservação e presença
de assinatura. Pode haver mais
Escolha dos
Documentos
(Regras)
CONCLUSÕES: ANÁLISE DA ANÁLISE
(Exploração do Material)
SUBETAPA
VARIÁVEIS/AÇÕES
EXECUÇÃO
OBSERVAÇÕES
Unidades de Registro
Sim
Gravuras (nº); Desenhos (DE).
Derivações dos índices iniciais
Unidade de Contexto
Sim
Derivado da análise das unidades de
registro, percebe-se o acervo como todo
Exclusão Mútua
Sim
Não foram colocados em mais de uma
categoria. Poderiam ter sido (cat. SA)
Homogeneidade
Parcial
Parâmetros de análise aplicáveis às
categorias e não ao conjunto de
documentos. Todas as dimensões foram
atendidas (estrat., operac., conceitual)
Pertinência
Sim
Atendeu aos objetivos da análise do
acervo (atividade de doação)
Objetividade e
Fidelidade
Parcial
Subjetividade dos analistas em virtude
das obras SA
Produtividade
Parcial
Presença de poucas inferências e
hipóteses novas
Codificação
Categorização
(Qualidades)
CONCLUSÕES: ANÁLISE DA ANÁLISE
(Tratamento dos Resultados)
SUBETAPA
Tratamento
dos
Resultados
VARIÁVEIS/AÇÕES
EXECUÇÃO
OBSERVAÇÕES
Análise Automática da
Informação
Não
Uso de filtros no Excel ou software de
análise estatística
Análise Estatística
Sim
Feita após o término das atividades
Proposição
Sim
Objetivos atingidos
Sim
Descobertas além do esperado. Artista
passou por vários lugares (MAM/RJ,
BH/Escola Guignard e Brasília)
Sim
Interpretação sobre a artista e
importância da obra (pesquisas já em
andamento: pedidos UFRJ e IdA/UnB)
Inferência
Descobertas
inesperadas
Interpretação
-
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO
SEGUNDO BARDIN
Grande
“INTERPRETAÇÃO/CONCLUSÃO”
do grupo
Doação frequentemente
usada como ferramenta de
preservação do patrimônio
 BAPTISTA, Dulce Maria; ARAÚJO JR, Rogerio Henrique de; CARLAN, Eliana. Atributos dos
Requisitos Funcionais para Registros Bibliográficos (FRBR). In : ROBREDO, Jaime;
BRÄSCHER, Marisa (Orgs.). Passeios no Bosque da Informação: Estudos sobre Representação
e Organização da Informação e do Conhecimento. Brasília DF: IBICT, 2010. 334 p. Disponível
em: http://www.ibict.br/publicacoes/eroic.pdf.
 ALVARES, L. (Org.). Organização da informação e do conhecimento: conceitos, subsídios
interdisciplinares e aplicações. São Paulo: B4 Editores, 2012. 148 p.
Obrigado!