Irei ilustrar uma situação. Ao final, veja se é algo comum o cenário: – Mariana, vai arrumar o seu quarto. – Já vou, mãe. – Mariana, você já foi arrumar o seu quarto? – Estou indo, mãe. Não sou surda. – Mariana, você está extrapolando minha paciência. Acho bom você ir logo. – Estou indo, mãe, você já disse, que estresse, hein, mãe! Já vou! A mãe verifica que não foi atendida e aos berros diz: – Mariana, você ainda não foi arrumar o seu quarto, você me irritou, você vai arrumar o seu quarto agora, porque se não for, vai ter. Quero ver se você não vai. O seu guarda-roupa também está horrível, arrume imediatamente, porque agora eu lhe dou umas palmadas, sua menina desobediente. Mariana, no golpe final da cena, olha para a mãe com olhos arregalados e pergunta para ela: – Mãe, estou indo, não precisa me bater, me desculpe, mas, depois que eu arrumar o meu quarto, você me deixa ir lá embaixo, brincar com a Pati? A mãe, nervosa e ainda gritando, tentando impor o seu poder, diz: – Mariana, tudo bem, mas somente depois que você arrumar tudo o que eu mandei. Pergunta básica, se você, leitor, permite-me. Quem estava no comando da situação? A mãe ou a filha? Lógico que a filha. E você já presenciou esse tipo de cena!? Explicar é bom, negociar é problemático. Jamais concorde caso a criança diga: “se você me der um sorvete, eu guardo os brinquedos”. Isso dá o controle da situação à criança e não aos pais. O que parece humor é coisa séria. Muitos pais, quando repreendem seus filhos, o fazem com raiva, pois os filhos não se adequaram ao que os pais haviam proposto. Mas aprendizagem está relacionada ao prazer. E que prazer poderíamos tirar dessa situação? Muitos pais não repreendem seus filhos, mas espancam. Isso é crime e punível, dependendo do grau da agressão, com perda da guarda e prisão. Além disso, a função de educador do pai se perde em detrimento dessa forma de aprendizagem que ele escolheu para educar. Volto a afirmar, aprendizagem se faz com prazer, amor, paixão, afeto, maestria e classe. O aprender para seu filho deve ser como um show. Cada instrumento representando um valor, que, além de ensinar, estará despertando outros valores, como solidariedade, humildade, amor ao próximo, etc. Valores humanos que, com certeza, diferenciarão e potencializarão seu filho diante das diferenças. Despertarão nele o desejo de vencer e o desejo de ser feliz porque está aprendendo e mais feliz ainda porque quem está ensinando é você. Isso irá fortalecer ainda mais as suas relações, fazendo vocês muito mais felizes. 1 Jairo de PAULA_________________ Psicanalista, escritor autor de 15 livros, palestrante e conferencista internacional; Doutor em Psicanálise; Mestre em Educação e Psicanálise; Pós-Graduado em marketing empresarial; Graduado em Economia; Especialista em ‘Artes Cênicas’ e ‘Musicoterapia’; Personal e Executive Business Coaching, pela Sociedade Brasileira de COACHING; Membro da “Academia Brasileira Maçônica de Letras - Cadeira 33”. E-mail: [email protected] - Site: www.jairodepaula.com.br