A OBRA PERFEITA SOBRE A RELIGIÃO ESPÍRITA Foi em 15 de abril de l864 que Allan Kardec lançou em Paris, na França, a terceira obra, das cinco que compõem o Tratado da Codificação Espírita. A referida obra visa o aspecto mais significativo do Espiritismo, qual seja, a Religião Espírita. Trata-se do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Na realidade este livro é o mais conhecido e difundido da obra espírita, no Brasil e nos diversos paises em que foi traduzido. Os outros dois aspectos do Espiritismo, a Ciência e a Filosofia, se enaltecem e completam com as suas conseqüências religiosas. Para serem completos, dizia Kardec, os conhecimentos científico e o filosófico, deverão inspirar os homens para uma verdadeira e sincera transformação moral, que se traduz pela modificação dos seus atos, atitudes, e até de seus pensamentos. Essa assim chamada “reforma íntima” passa a nortear toda a sua vida, cujo sentido verdadeiro o leva a idealizar o Bem como sua finalidade maior. Daí a valorização extraordinária que se dá no Espiritismo á Caridade no seu maior sentido que é o do Amor, que levou Kardec a anunciar a grande máxima espírita -“Fora da Caridade não há Salvação”. Não adianta ter tudo na vida e “perder a alma” afirma a milenar escritura, e, de fato, de nada serviria conquistar os mais diversos valores materiais, necessários e preciosos quando adquiridos através do trabalho e esforço honestos, se os obtivermos através da falcatrua, do roubo, da corrupção, ou qualquer outro mecanismo ilícito do ponto de vista moral. Obstruímos com isso a possibilidade de chegarmos á felicidade verdadeira. Se houver em nossa consciência qualquer laivo de remorso por uma falta ou erro cometido contra alguém é como se houvéssemos cometido aquela falta contra nós mesmos. Qualquer ação indecorosa, de vingança, de ódio, de rancor ou de preconceito contra nosso próximo cria marcas indeléveis em nosso corpo espiritual, ou Perispírito como denominou Allan Kardec a esta vestimenta do espírito, hoje investigada pela Ciência, e que, conforme explica o Espiritismo, registra, energeticamente, todas nossas ações e pensamentos, além de ser o Modelo Organizador Biológico (MOB) do nosso corpo, como o denominou o engenheiro e cientista brasileiro, espírita, Dr Hernani Guimarães Andrade, do Instituto de Pesquisas Psicobiofísicas, de Bauru/SP. Isso não é conversa mole não. É pura Ciência. Aliás, as vibrações de Amor e de Fé hoje são analisadas à luz da Ciência que cada vez mais vai comprovando em bases racionais, as afirmações do Cristo. A Prece, por exemplo, está sendo avaliada cientificamente em inúmeras Universidades americanas. Sua eficácia na terapia da cura de doentes está sendo comprovada. Graças ao seu aspecto cientifico o Espiritismo explica tais fatos. A verdade porém é que todos estes fatos e informações foram estudados sabiamente por Kardec desde o século 19, neste extraordinário livro que é “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Coloca Kardec logo no item 1 da Introdução, o Objetivo da Obra, ou seja o Ensino Moral de Jesus Cristo, reafirmando-o como objeto exclusivo da obra, que não é outro Evangelho e muito menos o Evangelho dos Espíritas, como dizem alguns desinformados, mas tão somente o próprio Evangelho de Jesus, a essência dos seus ensinamentos, analisada á luz do conhecimento espírita. Isto quer dizer que não é propósito desta obra analisar os atos comuns da vida do Cristo, os seus milagres, as profecias e mesmo as palavras de que se serviu a Igreja para o estabelecimento dos seus dogmas. Allan Kardec, nesta obra fantástica, deixou tudo isto de lado, pois sempre foram motivo de discussões e controvérsias. Ateve-se ao Ensino Moral do Cristo. Esta é a parte da sua doutrina em que todas as religiões podem se encontrar já que todas elas se assentam no Seu amor, indistintamente, por todas as criaturas. O Ensino Moral, afirma Kardec, é “a bandeira sob a qual todos podem abrigar-se, por mais diferentes que sejam as suas crenças.” Ninguém colocou tão bem as premissas do Cristo de Deus em sua mensagem ao mundo, quanto este livro extraordinário que retrata, como já foi dito, a essência dos ensinamentos cristãos. È o que importa, é o que interessa aos homens para que eles se unam em torno do Bem como irmãos e deixem de criar tantos obstáculos ao seu progresso. Religião que se diga cristã não tem o direito de desrespeitar a religião do outro ou não estará cumprindo a finalidade para a qual foi instituída no mundo. Estará sendo falsa ou então estará sendo falseada em seus princípios pelos seus seguidores. As religiões devem unir as pessoas, e não criar rivalidades com irmãos de outras crenças. Não somos adversários, somos irmãos. Religião une e reúne, busca religar o homem ao seu Criador, jamais desune, nunca afasta, ou estará sendo corrompida em seus princípios. O livro que nesta data completa 140 anos de existência tem esta característica, fundamental – não ataca, não agride ninguém. Ensina, ensina e ensina e, como tal, é a Ciro Francisco Amantéa mensagem do Cristo, em sua essência, de novo entre nós.